Baile da Saudade / Loja Maçônica Segredo, Força e União de Juazeiro Ba
Ação do CIMI no Sul da Bahia gera nota de repúdio
1. Rua Eustáquio Bastos nº 196, Centro, Ilhéus, BA, CEP 45.653-020 - Tel: (73) 88013943 – CNPJ 11.365.758/0001-40 - site: www.aspaiub.com.br
NOTA
À SOCIEDADE E REPRESENTAÇÕES CIVIS, MILITARES E RELIGIOSAS
A ação do Conselho Indigenista Missionário – CIMI, no Sul da Bahia
Recentemente o CIMI encaminhou a ONU e, posteriormente, ao Papa Francisco, uma denúncia contra o governo
brasileiro, alegando negligência e omissão em relação aos processos demarcatórios de terras indígenas. Entre os problemas
fundiários abordados, foi colocada a questão aqui do Sul da Bahia, envolvendo pequenos agricultores familiares e supostos
índios.
Para surpresa dos cristãos católicos, o documento foi assinado pelo presidente do CIMI, Dom Erwin Kräutler.
Durante a audiência, o presidente do CIMI chamou de truculenta a ação do governo pelo fato de ter colocado o
Exército em nossa Região, para fazer cumprir a Lei e Ordem. Objetivo que, aliás, está longe ser cumprido, pelos inúmeros
atentados e ameaças à vida de brasileiros desprotegidos, praticados por supostos índios Tupinambás de Olivença e da Serra
do Padeiro.
Dom Erwin Kräutler, austríaco de origem, com atuação na região Norte do Brasil, que não conhece a nossa
problemática, muitos menos a realidade dos milhares de pequenos agricultores, submetidos a toda sorte de atrocidades,
vítimas de um movimento compostos por vários tipos de pessoas, falou de tudo ao Papa, esqueceu-se apenas de retratar a
verdade dos fatos.
Deveria ter dito ao Papa, entre inúmeras outras questões, que a Igreja Católica emitiu centenas de registros
eclesiásticos de propriedades aos produtores rurais, em 1856/58, e que dirigentes do CIMI, membros da mesma Igreja, dizem
que esses títulos não têm validade alguma.
A Igreja Católica sempre pautou pelo respeito à verdade e as pessoas de qualquer etnia e raça. Nos momentos mais
difíceis da história recente, esteve ao lado dos excluídos e marginalizados, pois foi assim que Jesus agiu e nós, como seus
seguidores, precisamos fazer o mesmo.
A “Estória Enviesada”, levada ao Santo Padre por um elevado representante da Igreja, faz-nos lembrar dos Fariseus,
dos Doutores da Lei, e dos Escribas, que negaram a verdade representada por Jesus, e tramaram a sua morte. Em episódio
mais contemporâneo, de terrível lembrança, remete a postura de Hitler e seus seguidores, invertendo e/ou suprimindo a
realidade dos fatos, em um trabalho nefasto de propaganda, com vistas a defesa de uma raça, tida por eles como pura,
condenando às demais ao extermínio. É profundamente perversa a atitude de Dom Erwin Kräutler, ao dirigir-se ao Papa para
pedir o chancelamento do Apartheid Étnico entre nós brasileiros, alicerçado por estudos tendenciosos, que poderão levar à
mendicância e à marginalidade uma legião de irmãos em Cristo!
Sob a ótica das leis brasileiras, é possível que Dom Erwin Kräutler, como estrangeiro acolhido fraternalmente no
Brasil, não tenha ainda fixado que a nossa Carta Magna, no seu Art. 5º, diz que: “todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Pois, se assim fosse, não contribuiria para tanta contenda entre nós
brasileiros, que somos um povo formado de várias etnias, e que não tolera, de forma alguma, qualquer tipo de discriminação,
seja ela sob o pretexto que for.
Como cristãos, não podemos nos calar ao ver que homens que pregam a Igualdade, a Justiça e a Fraternidade ajam
como os fariseus hipócritas, que apenas pregavam, e não viviam verdadeiramente a Palavra do Salvador, que veio à Terra
para que todos tenhamos vida em abundância.
Na carta de São Paulo aos Coríntios, 3,26-28, o projeto de Deus se revela claramente: “Todos vocês são filhos de
Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram. Não há judeu nem
grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus”.
2. Rua Eustáquio Bastos nº 196, Centro, Ilhéus, BA, CEP 45.653-020 - Tel: (73) 88013943 – CNPJ 11.365.758/0001-40 - site: www.aspaiub.com.br
Ora, se somos iguais em Cristo e a Igreja ensina isso, por que então o CIMI prega a discriminação e o Apartheid
Étnico, promovendo a segregação racial, a intolerância, defendendo território exclusivo para uma etnia, em alguns casos
forjadas ou ressurgidas artificialmente, abandonando completamente as pessoas que não se autodeclara indígenas?
Os dirigentes do CIMI não falam em seus documentos que boa parte dos que hoje se dizem “índios” é formado de
pequenos proprietários de terras, com documentos registrados em cartório; não registram que aqui existe recrutamento
indiscriminado de “índios” nas ruas das periferias, com intuito de fortalecer o movimento; não dão ênfase às invasões
violentas de pequenas propriedades, por indivíduos armados, com objetivo apenas de saquear a produção e roubar as
criações, galinhas e porcos, deixando, logo após, as terras abandonadas; não mencionam, por exemplo, a expulsão de suas
terras de pequenos agricultores e agricultoras, inclusive com crianças, sem direito a pegar suas vestes; não abordam a
violência contra pessoas idosas e moradoras, com mais de oitenta anos, nas propriedades durante as invasões; nem de longe
explicam porque grandes empreendimentos litorâneos e muitas propriedades de ditos “indígenas”, inclusive no Distrito de
Olivença, ficaram de fora da área delimitada pela FUNAI; não justificam porque em poucos anos a população dos
“Tupinambás” cresceu mais do que qualquer outra etnia ou raça existente na terra; não expõem a utilização pelos
autodeclarados índios de armas de grosso calibre para atirar nas Polícias, inclusive a Federal, quando no cumprimento do seu
dever; não comentam o fato de que mais de 90% das propriedades na região é composta por áreas em torno de 10 hectares e
que há famílias com mais de quatro gerações na terra; não indicam, por exemplo, para onde irão vinte e duas mil pessoas,
vitimas de uma verdadeira expropriação criminosa de suas terras; não comentam os golpes a partir de cadastramento de
falsos índios, visando captação irregular de verbas e benefícios sociais, bem como o uso de veículos oficiais, escolares e
locados para ilícitos; não abordam que já há mais de 300 Ocorrências Policiais registradas sobre invasões, com roubos,
espancamentos, torturas e tentativas de assassinato, e que há dois meses um líder de um assentamento de reforma agrária,
Juraci Santana, foi cruelmente assassinado e que teve suas duas orelhas levadas como troféu, na presença da família, à
noite, porque não aceitou virar índio; e, também, não relataram ao Papa porque não visitaram a Sr. Adailton, pequeno
agricultor, filho de Deus, que se encontra paraplégico, condenado a viver em uma cama, vítima de disparo de arma de fogo e
de espancamento praticados por supostos índios durante uma invasão.
Deixaram de falar para o Papa que há entre nós um autodenominado cacique, que a partir das invasões de imóveis e
expulsão dos seus legítimos proprietários, com o uso de armas de fogo de grosso calibre, se tornou o maior latifundiário da
região cacaueira, colhendo atualmente algo em torno de 35.000 arrobas de cacau.
Cristo, em sua andança missionária pela Terra, pregou o amor, a caridade, o perdão e a convivência fraterna entre as
pessoas. Apesar de dizer que pregam estes valores, infelizmente o que se observa hoje em alguns segmentos no meio cristão
brasileiro, nos seus movimentos públicos, são ações que contradizem completamente aquilo que Jesus deixou como dogma
para que os seus seguidores praticassem.
Ao lamentamos profundamente a postura de Dom Erwin Kräutler, elevamos as nossas preces ao Criador, para que o
Santo Padre seja iluminado e determine diligências para apurar a verdade dos fatos, recomendando ao clérigo que atue para
o fim das invasões de propriedades e da violência contra os pequenos agricultores familiares, bem como a devolução dos
imóveis, enquanto se aguarda a manifestação definitiva da Justiça Brasileira.
Parabenizamos o governo baiano e brasileiro pela utilização do Exército para a Garantia da Lei e da Ordem, o que
tem atenuado a barbárie que vinha sendo cometida contra os campesinos. Ao mesmo tempo, destacamos a necessidade
imperiosa de permanência das tropas na região até a decisão final da Justiça, sob pena de voltarmos a lamentar a perda
de vidas valiosas, o que acabou acontecendo quando as autoridades, pressionadas pelo CIMI, por ONGS internacionais e por
setores radicais do governo, ordenaram o recuo da Força Nacional. O preço desse recuo covarde foi a vida do nosso
companheiro e irmão, cidadão brasileiro, Juraci Santana!
Finalmente, a comunidade católica que compõe a ASPAIUB estará orando, permanentemente, para que a Face do
Cristo Ressuscitado resplandeça em todos nós, e que, assim, possamos extirpar do nosso meio todo e qualquer pensamento
ou ação que possa nos fazer desiguais, pois somos todos brasileiros e filhos e filhaS de um mesmo Deus que repudia todo e
qualquer tipo DISCRIMINAÇÃO RACIAL.
3. Rua Eustáquio Bastos nº 196, Centro, Ilhéus, BA, CEP 45.653-020 - Tel: (73) 88013943 – CNPJ 11.365.758/0001-40 - site: www.aspaiub.com.br
Ilhéus, Una e Buerarema - BA, 15 de abril de 2014
Associação de Pequenos agricultores de Ilhéus, Una e Buerarema