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   "Não posso aceitar que haja doentes a morrer porque o país
   está em crise"
                                                                                    Inserido em 02-09-2011 18:08




   A afirmação é da coordenadora nacional das unidades de colheita de órgãos, tecidos e células para
   Transplantação, Maria João Aguiar, que se demitiu hoje. Em causa as declarações do ministro da Saúde, que
   afirmou ontem que é preciso perceber se o país "pode sustentar o actual número de transplantes".

   :: NOTÍCIAS RELACIONADAS
      CORTES NAS ÁREAS SOCIAIS VÃO CHEGAR AOS 1.700 MILHÕES DE EUROS


   A coordenadora nacional das unidades de colheita de órgãos, tecidos e células para
   Transplantação demitiu­se hoje em protesto contra o ministro da Saúde. Maria João Aguiar
   considera "absolutamente desastrosas" as declarações de Paulo Macedo na entrevista
   concedida ontem à noite à TVI. A coordenadora diz que não pode aceitar "que haja doentes que
   se podem salvar, mas que vão morrer porque o país está em dificuldades económicas".

   Ontem à noite, e depois deter sido questionado se os transplantes estariam em risco em
   Portugal, o ministro da Saúde admitiu que "pode não haver o mesmo número de transplantes".
   Paulo Macedo afirmou que é preciso perceber se o país "pode sustentar o actual número de
   transplantes".

   "Recuso­me a permanecer aqui, porque o meu lugar está esvaziado de funções", disse à Lusa a
   coordenadora nacional das unidades de colheita de órgãos, tecidos e células para
   Transplantação, Maria João Aguiar. "Não posso aceitar que haja doentes que se podem salvar,
   mas que vão morrer porque o país está em dificuldades económicas. Digam então às famílias
   dos doentes que temos de fazer cortes económicos para salvar o Serviço Nacional de Saúde e
   que terão que morrer doentes", disse a responsável.




http://rr.sapo.pt/printArticle.aspx?did=171175                                                   02-09-2011
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   O presidente da Autoridade dos Serviços do Sangue e da Transplantação (ASST), João Rodrigues
   Pena, também pediu hoje a demissão em protesto contra as intenções do ministro da Saúde.

   Paulo Macedo também disse ontem que o Governo pretende "manter um número de
   transplantes tão interessante e de qualidade como tem vindo a ser feito, mas claramente dando
   menos incentivos aos hospitais, porque também não é necessário”.

   Perante as declarações do ministro, Maria João Aguiar e João Rodrigues Pena entregaram hoje a
   sua carta de demissão ao Ministério da Saúde como "forma de protesto".

   Em Agosto, o Governo decidiu cortar para metade os incentivos para a realização de
   transplantes, com efeitos retroactivos desde o início do ano.

   Maria João Aguiar garante que as transplantações renais significam uma "poupança de milhões
   de euros" ao Estado: "A transplantação é a maneira mais económica para os doentes, que vão
   continuar a gastar dinheiro ao Estado porque continuam em diálise se não são transplantados".




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  • 1. Página Renascença - Música e Informação dia a diae 1 de 2 "Não posso aceitar que haja doentes a morrer porque o país está em crise" Inserido em 02-09-2011 18:08 A afirmação é da coordenadora nacional das unidades de colheita de órgãos, tecidos e células para Transplantação, Maria João Aguiar, que se demitiu hoje. Em causa as declarações do ministro da Saúde, que afirmou ontem que é preciso perceber se o país "pode sustentar o actual número de transplantes". :: NOTÍCIAS RELACIONADAS CORTES NAS ÁREAS SOCIAIS VÃO CHEGAR AOS 1.700 MILHÕES DE EUROS A coordenadora nacional das unidades de colheita de órgãos, tecidos e células para Transplantação demitiu­se hoje em protesto contra o ministro da Saúde. Maria João Aguiar considera "absolutamente desastrosas" as declarações de Paulo Macedo na entrevista concedida ontem à noite à TVI. A coordenadora diz que não pode aceitar "que haja doentes que se podem salvar, mas que vão morrer porque o país está em dificuldades económicas". Ontem à noite, e depois deter sido questionado se os transplantes estariam em risco em Portugal, o ministro da Saúde admitiu que "pode não haver o mesmo número de transplantes". Paulo Macedo afirmou que é preciso perceber se o país "pode sustentar o actual número de transplantes". "Recuso­me a permanecer aqui, porque o meu lugar está esvaziado de funções", disse à Lusa a coordenadora nacional das unidades de colheita de órgãos, tecidos e células para Transplantação, Maria João Aguiar. "Não posso aceitar que haja doentes que se podem salvar, mas que vão morrer porque o país está em dificuldades económicas. Digam então às famílias dos doentes que temos de fazer cortes económicos para salvar o Serviço Nacional de Saúde e que terão que morrer doentes", disse a responsável. http://rr.sapo.pt/printArticle.aspx?did=171175 02-09-2011
  • 2. Página Renascença - Música e Informação dia a diae 2 de 2 O presidente da Autoridade dos Serviços do Sangue e da Transplantação (ASST), João Rodrigues Pena, também pediu hoje a demissão em protesto contra as intenções do ministro da Saúde. Paulo Macedo também disse ontem que o Governo pretende "manter um número de transplantes tão interessante e de qualidade como tem vindo a ser feito, mas claramente dando menos incentivos aos hospitais, porque também não é necessário”. Perante as declarações do ministro, Maria João Aguiar e João Rodrigues Pena entregaram hoje a sua carta de demissão ao Ministério da Saúde como "forma de protesto". Em Agosto, o Governo decidiu cortar para metade os incentivos para a realização de transplantes, com efeitos retroactivos desde o início do ano. Maria João Aguiar garante que as transplantações renais significam uma "poupança de milhões de euros" ao Estado: "A transplantação é a maneira mais económica para os doentes, que vão continuar a gastar dinheiro ao Estado porque continuam em diálise se não são transplantados". http://rr.sapo.pt/printArticle.aspx?did=171175 02-09-2011