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Manifesto do MD18
MOVIMENTO DEMOCRÁTICO 18 DE MARÇO
Um golpe de estado se organiza no Brasil. E se ele for executado, seu
estrondo ecoará em todo o mundo. Em nome da democracia, não
podemos deixar isso acontecer. Nós, do Movimento Democrático 18 de
Março (MD18), somos um grupo de brasileiros residentes na França
que conta com apoiadores em toda a Europa. Nos reunimos em
sintonia com as grandes manifestações do dia 18 de março de 2016
(145º aniversário da Comuna de Paris) em defesa da legalidade
democrática no nosso país.
Nossa missão é clara: informar a imprensa e a comunidade
internacionais sobre a real situação pela qual passa o Brasil,
denunciando a parcialidade e a partidarização da Grande Mídia
brasileira e oferecendo um ponto de vista alternativo, próprio daqueles
que, na posição de observadores ativos, analisam o seu país com a
crítica e a compaixão que só a distância geográfica proporciona.
É hora de dizer ao mundo que a tentativa de golpe contra a presidenta
Dilma Rousseff faz parte de um jogo político-econômico internacional,
que ameaça a democracia e os direitos elementares de todos os povos.
E que a gentrificação, a geração de crises econômicas e o aumento da
desigualdade ao redor do planeta são lances desesperados de um
sistema global encurralado, em fase terminal.
É hora de dizer que grandes interesses econômicos estão por trás da
desarticulação da democracia brasileira. E que essa estratégia passa
pela destruição da reputação (e do valor na bolsa) da Petrobras e
consequente perda do seu controle na operação do pré-sal, num
contexto de baixa histórica no preço do barril de petróleo.
É hora de dizer ao mundo que a Grande Mídia brasileira é monopolista,
sem cultura democrática e tem atuado em seu próprio interesse para
derrubar o governo, divulgando números falsos e fomentando um
ambiente de crise. À frente da cruzada moralizadora, estão veículos
como Globo, Folha de S. Paulo e Estado de São Paulo, que, ao lado de
organizações de classe como a Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo, apoiaram deliberadamente o golpe civil-militar de 1964. As
Organizações Globo, aliás, viram sua rede televisiva crescer
exponencialmente durante toda a ditadura. Hoje, a TV Globo controla
cerca de 80% da verba publicitária no setor, atinge 95% do território
nacional e é assistida por 70% do público brasileiro. Em nenhum outro
país democrático verifica-se essa concentração absoluta de poder
midiático nas mãos de um grupo privado.
É hora de dizer ao mundo que parte do sistema judiciário brasileiro atua
com motivações políticas e sem respeitar a lei. Que a Operação Lava
Jato é conduzida por um juiz que nutre clara simpatia pelo maior partido
de oposição. Que ele autorizou condução coercitiva para depoimento
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem que ele se recusasse a
depor, e divulgou grampo ilegal da presidenta da república. É de
máxima prioridade que esses fatos, entre outros, caso não punidos
pelo próprio sistema judiciário brasileiro, sejam levados a cortes
internacionais.
É hora de dizer ao mundo que o processo de impeachment de Dilma
Rousseff é liderado por um parlamentar que é réu em um processo de
corrupção. E que 36 membros da comissão julgadora também estão
sendo processados por corrupção. O governo Dilma se notabilizou
justamente pelo combate implacável aos desvios do poder público e
esse é um dos motivos pelos quais velhos corruptos querem derrubá-la.
É hora de dizer ao mundo que a oposição de direita ao governo
alimenta grupos abertamente fascistas e incita um ambiente de ódio
crescente num país conhecido internacionalmente pelo seu espírito
aberto.
É hora de dizer ao mundo que a queda de um governo
democraticamente eleito sem que seja provado o crime de
responsabilidade pela Presidenta da República é golpe. E que nós não
deixaremos ele acontecer. Nós vamos resistir. Não em defesa de um
governo, mas em defesa da democracia. Comprometidos a continuar
mobilizados, mesmo após a fracassada tentativa de golpe.
Comprometidos a exigir da Presidenta Dilma Rousseff seu
engajamento numa agenda verdadeiramente progressista. Convictos
de que o único caminho para levar nosso país a se afirmar
definitivamente como grande nação é a democracia.
Por isso, ao mesmo tempo com firmeza e com saudade, nós, do
Movimento Democrático 18 de Março, dizemos ao mundo: não vai ter
golpe.
Paris, 18 de março de 2016
	
  
Abaixo-assinados, os primeiros 116 membros do MD18:
• Adriana Lyra, designer gráfica
• Alexandre M. F. de Azevedo, chercheur en Sociologie, pós-
doutorado (INS-HEA/Universidade Federal do Pará)
• Alexandre Rodrigo Nishiwaki da Silva, doutorando em Educação
(UFSCar/Paris V-Descartes)
• Aline Duarte de Oliveira, doutora em estatística e pós-doutoranda
(Université de Cergy-Pontoise, depto. AGM)
• Alisson Araujo de Almeida, doutorando em Ethnoscénologie
(EDESTA/Paris 8)
• Amanda de Freitas Coelho, doutoranda em História da Arte
(Université Paris-Sorbonne)
• Amanda Steinmeyer Antunes, mestrando em História da Arte
(EHESS)
• Ana Bittencourt, bancária e produtora
• Ana Flor, professora
• Ana Guanabara, cantora
• Ana Paula Senn, doutoranda em História e culturas da
alimentação (Université François-Rebelais, Tours)
• Ana Pi, artista da dança e pedagoga
• Ana Rosa Marques, professora da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia, doutoranda em Comunicação (UFBA/Paris
1 Sorbonne)
• Ana Wegner, doutoranda em Artes Cênicas (Université Paris 8)
• Andreia Luciane de Oliveira Duavy, estudante do Master em
Urbanismo (EUP- UPEC)
• Antonio Alves de Siqueira Júnior, professor de Português
• Artur Costrino, PhD em Estudos Medievais (The University of
York, UK)
• Augusto Velloso-Pampolha, mestre em Teoria Literária (USP) e
Master 1 em Letras Íbero-Americanas (Sorbonne), ator/cantor na
Cia Ca & La (Paris-Lisboa)
• Camila Moreira Cesar, jornalista, doutoranda em Informação e
Comunicação (Sorbonne Nouvelle/UFRGS)
• Camila Siqueira do Amaral, estudante-advogada
• Carla Bonelles Chardonnet, estudante de Arquitetura na École
Supérieure des Arts Modernes
• Carla Orlandina Sanfelici, professora, filiada e militante do núcleo
PT/Paris
• Carlo Filipe Banhos Estolan, PhD em Música (The University of
York, UK)
• Carlos Augusto, psicanalista, tradutor
• Carolina Ferrer, cantora, compositora
• Caroliny Pereira, doutoranda (Unicamp e EHESS Paris)
• Clarice Cohn, professora (UFSCar), pós-doutoranda (Paris Ouest
- Nanterre La Defénse)
• Claudio Flores Serra Lima, doutorado em Teatro
(Unirio/Université de Picardie Jules Verne)
• Dado Amaral, escritor e cineasta, doutor em Letras
• Daniel Filipe Ferreira Lemos, doutorado (École Spéciale
d’Architecture ESA)
• Daniel Santos Garroux, doutorando em Teoria Literária
(Universidade de São Paulo)
• Daniela Cruz-Pagès, professora e produtora
• Daniella Gomes Birchal de Moura, artista e pesquisadora,
doutoranda (Paris I Panthéon-Sorbonne)
• Desiree Costa Giusti, doutorado em Sociologia (Université Paris
10 – Nanterre)
• Douglas Ricardo Norberto, bioquimico e pos-doutorado (Institut
Pasteur)
• Edward Auguste, professor de Português e de Francês
• Elena Diniz, cineasta e mestre em História da Arte - Cinema
(Université Paris 1 Panthéon Sorbonne)
• Elis de Aquino, mestranda em Sociologia pela École des Hautes
Études en Sciences Sociales
• Erico Elias, jornalista e fotógrafo, doutorando em Artes Visuais
• Estêvão Freixo, servidor público, produtor fonográfico, pós-
graduando em Língua Portuguesa
• Fabiana Bruna de Souza Auguste, artista pesquisadora,
doutoranda em Teoria da Arte (Université Paris VIII)
• Fabiano Morales professor de História
• Fábio Costa, fotógrafo e diretor de arte
• Fábio Monteiro Corrêa, mestrando em Artes Plásticas
(Universidade Paris 1 Panthéon Sorbonne)
• Fernanda Marinho, pós-doutoranda em História da Arte (Musée
du Louvre/UNIFESP)
• Filipe Galvon, realizador de filmes e escritor
• Flávio Adriano Borges, doutorando em Enfermagem
(USP/Université Cergy Pontoise)
• Florence Poznanski, cientista política, referente pelo Brasil para o
Parti de Gauche
• Franciele Becher, mestra em História
• Frederico Lyra de Carvalho, doutorando em Filosofia da Arte
(Université Lille 3)
• Gabriel Giraud, mestrando em Tradução de Literaturas,
Interfaces Digitais e Ciências Humanas (Paris 8), mestre em
Artes Visuais e Cênicas (Paris 1 Panthéon-Sorbonne)
• Gabriel Rocha Gaspar, jornalista independente e mestre em
Literatura (Université Sorbonne Nouvelle Paris 3)
• Gabriel S. Vignoli Muniz, físico e doutorando (Université de Caen
Normandie)
• Gabriel Zacarias, pós-doutorando em Sociologia (USP/EHESS)
• Gabriela Siqueira Bitencourt, doutoranda em Teoria Literária
(Universidade de São Paulo)
• Giselle Vidis, designer gráfico
• Guilherme Ost de Aguiar, doutor em estatística e pós-doutorando
(Université de Cergy-Pontoise, depto. AGM)
• Jania Perla Diógenes de Aquino, docente do Programa de Pós-
Graduação em Sociologia (UFC/Pos-Doc CESDIP, Ministère de
la Justice)
• Joana Distin, professora de francês, vereadora na França e
fundadora da ONG AES
• João Filippe Bastos, estudante (ensino médio)
• João Pedro Guerón, psicólogo, mestrando em psicanálise
(Université Paris8 Vincennes-Saint-Denis)
• Joseane Bittencourt, doutoranda em Linguística
(UFSCar/Sorbonne Nouvelle Paris 3)
• Julia Dreon Preis, jornalista e estudante em Teatro
• Juruna Mallon, cineasta
• Kalynka Cruz, doutoranda, Filosofia-Sociologia (Sorbonne-
EHESS) e professora (Universidade Federal do Pará)
• Laura Bitarelli Reboulet, doutoranda em Estudos Lusófonos
(Université Paris 3 Sorbonne Nouvelle)
• Leandro Garcez Targa, doutorando do PPGPol da UFSCar
• Leela Alaniz, doutora em Artes Cênicas (Université Sorbonne
Nouvelle, Paris III)
• Lizete Sobral, professora, doutoranda em Sociologia (Université
Nanterre Paris X)
• Luciana Nascimento de Melo, professora de francês, funcionária
pública do governo francês
• Manuella Surette Perdigao, odontopediatra
• Marcelo Pereira, mestrando em Relações Internacionais
(Université Paris-3 Sorbonne Nouvelle)
• Márcia Aurélio Baldissera cineasta e doutoranda em Estética no
CRAL (Centre de Recherches sur les Arts et le Langage, EHESS)
• Márcia Bechara, escritora e jornalista
• Marcio Faraco, cantor e compositor
• Mariana Fernanda Novo, filósofa (Université Sorbonne –
Nanterre)
• Mariana Maria Barbosa, advogada e consultora
• Marilza De Melo Foucher, doutora em economia e jornalista
• Marina Romagnoli Bethonico, artista visual e doutoranda em
Cinema e Audiovisual (Sorbonne-Nouvelle, Paris 3)
• Marina Trevisan, chercheur en Astrophysique, pós-doutoranda
(Institut d'Astrophysique de Paris)
• Matheus Melo Chaves, mestrando em Historia da Arte e Filosofia
(Université Paris 1 Panthéon Sorbonne)
• Melina Revuelta, intérprete, jurista e cientista política
• Michele Campos de Miranda, doutorado em Teatro
(UNIRIO/Université Paris 8)
• Mônica Passos, cantora, compositora e atriz
• Nadia Nowatzki de Lima, mestrado em Economia Social e
Solidária (Université Paris 8)
• Natalie Araujo Lima, doutorado em Letras (PUC-Rio/Paris
Diderot)
• Natasha Marzliak Norberto, artista visual e doutoranda (Unicamp
e Université Panthéon-Sorbonne Paris 1)
• Nina Paloma Neves Branco, mestranda em sociologia (Paris 5
René Descartes) e educadora popular
• Paloma Varón, jornalista e cientista política
• Paulo Marcelo Marcelino Cardoso, professor (UFPB), doutorando
(EHESS-Paris)
• Pedro Ambra, psicanalista, doutorando (Université Paris Diderot
e USP)
• Priscila Muniz de Medeiros, doutoranda (UFPE/Paris IV
Sorbonne)
• Regis Talles De Lima, mestrando em Sociologia (Paris-
Sorbonne)
• Renata Callaça Gadioli dos Santos, doutoranda em
Desenvolvimento e Políticas Públicas (Universidade de Brasília)
e em Geografia do Desenvolvimento (Université Paris Diderot)
• Renata Nunes Pereira Melo, doutorado em Cultura e Sociedade
(UFBA/Paris X – Nanterre)
• Renato Menezes Ramos, doutorando em História e Teoria da
Arte (EHESS)
• Roberto Gerbi, graduando em Letras/Literatura Comparada
(Université Paris-Sorbonne)
• Rodrigo Torres, fotógrafo e videasta, artista residente
(Association Jour et Nuit Culture)
• Rodrigo Viana, músico e arranjador
• Solange Kurpiel, doutoranda em Ciências da Informação e da
Comunicação (Univeristé Lumière Lyon 2) e em Sociologia
(UFPR)
• Susana Bleil, MCF (Université du Havre) e doutora em Sociologia
(EHESS)
• Sylvie Vogt, mestre em Antrolopologia
• Talles De Lima, mestrando em Sociologia (Paris-Sorbonne)
• Tamires Ferreira Coêlho, doutoranda em Comunicação Social
(UFMG/ Paris-Sorbonne)
• Táscia Oliveira Souza, jornalista e doutoranda em Estudos
Literários (UFJF/ Université Paris Diderot)
• Tatiane Marina Pinto de Godoy, professora (UFSJ) e pós-
doutoranda (Paris III)
• Tauana Olívia Gomes Silva, doutoranda em História (Université
Rennes 2 e Universidade Federal de Santa Catarina)
• Thalita Gallucci Sotero, Sorbonne Paris-3 DULF (Diplôme
Universitaire de Langue Française)
• Thayná Mendanha, mestre em Agronomia e Doutoranda
(Universidade de Aarhus)
• Tiaraju Pablo, músico/pós-doutorando (EHESS)
• Valeria Lima, jornalista
• Valéria Ramos de Amorim, doutoranda em Filosofia da Arte
(UFMG/EHES-Paris)
• Vanessa de Souza Oliveira, jornalista, doutoranda em Ciências
da Informação e da Comunicação (Paris 8-UFABC) e professora
substituta na (Université Paris 8/Paris 13)
• Vera Jenin, assistente
• Vicente Felix da Silva Filho, master en Sociologie d'enquête
(Paris V)
• Welliton Caixeta Maciel, doutorado em Sociologia (Universidade
de Brasília – UnB, EHESS e CESDIP, Ministère de la Justice)
	
  

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  • 1. Manifesto do MD18 MOVIMENTO DEMOCRÁTICO 18 DE MARÇO Um golpe de estado se organiza no Brasil. E se ele for executado, seu estrondo ecoará em todo o mundo. Em nome da democracia, não podemos deixar isso acontecer. Nós, do Movimento Democrático 18 de Março (MD18), somos um grupo de brasileiros residentes na França que conta com apoiadores em toda a Europa. Nos reunimos em sintonia com as grandes manifestações do dia 18 de março de 2016 (145º aniversário da Comuna de Paris) em defesa da legalidade democrática no nosso país. Nossa missão é clara: informar a imprensa e a comunidade internacionais sobre a real situação pela qual passa o Brasil, denunciando a parcialidade e a partidarização da Grande Mídia brasileira e oferecendo um ponto de vista alternativo, próprio daqueles que, na posição de observadores ativos, analisam o seu país com a crítica e a compaixão que só a distância geográfica proporciona. É hora de dizer ao mundo que a tentativa de golpe contra a presidenta Dilma Rousseff faz parte de um jogo político-econômico internacional, que ameaça a democracia e os direitos elementares de todos os povos. E que a gentrificação, a geração de crises econômicas e o aumento da desigualdade ao redor do planeta são lances desesperados de um sistema global encurralado, em fase terminal. É hora de dizer que grandes interesses econômicos estão por trás da desarticulação da democracia brasileira. E que essa estratégia passa pela destruição da reputação (e do valor na bolsa) da Petrobras e consequente perda do seu controle na operação do pré-sal, num contexto de baixa histórica no preço do barril de petróleo. É hora de dizer ao mundo que a Grande Mídia brasileira é monopolista, sem cultura democrática e tem atuado em seu próprio interesse para derrubar o governo, divulgando números falsos e fomentando um ambiente de crise. À frente da cruzada moralizadora, estão veículos como Globo, Folha de S. Paulo e Estado de São Paulo, que, ao lado de organizações de classe como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, apoiaram deliberadamente o golpe civil-militar de 1964. As Organizações Globo, aliás, viram sua rede televisiva crescer exponencialmente durante toda a ditadura. Hoje, a TV Globo controla cerca de 80% da verba publicitária no setor, atinge 95% do território nacional e é assistida por 70% do público brasileiro. Em nenhum outro país democrático verifica-se essa concentração absoluta de poder
  • 2. midiático nas mãos de um grupo privado. É hora de dizer ao mundo que parte do sistema judiciário brasileiro atua com motivações políticas e sem respeitar a lei. Que a Operação Lava Jato é conduzida por um juiz que nutre clara simpatia pelo maior partido de oposição. Que ele autorizou condução coercitiva para depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem que ele se recusasse a depor, e divulgou grampo ilegal da presidenta da república. É de máxima prioridade que esses fatos, entre outros, caso não punidos pelo próprio sistema judiciário brasileiro, sejam levados a cortes internacionais. É hora de dizer ao mundo que o processo de impeachment de Dilma Rousseff é liderado por um parlamentar que é réu em um processo de corrupção. E que 36 membros da comissão julgadora também estão sendo processados por corrupção. O governo Dilma se notabilizou justamente pelo combate implacável aos desvios do poder público e esse é um dos motivos pelos quais velhos corruptos querem derrubá-la. É hora de dizer ao mundo que a oposição de direita ao governo alimenta grupos abertamente fascistas e incita um ambiente de ódio crescente num país conhecido internacionalmente pelo seu espírito aberto. É hora de dizer ao mundo que a queda de um governo democraticamente eleito sem que seja provado o crime de responsabilidade pela Presidenta da República é golpe. E que nós não deixaremos ele acontecer. Nós vamos resistir. Não em defesa de um governo, mas em defesa da democracia. Comprometidos a continuar mobilizados, mesmo após a fracassada tentativa de golpe. Comprometidos a exigir da Presidenta Dilma Rousseff seu engajamento numa agenda verdadeiramente progressista. Convictos de que o único caminho para levar nosso país a se afirmar definitivamente como grande nação é a democracia. Por isso, ao mesmo tempo com firmeza e com saudade, nós, do Movimento Democrático 18 de Março, dizemos ao mundo: não vai ter golpe. Paris, 18 de março de 2016  
  • 3. Abaixo-assinados, os primeiros 116 membros do MD18: • Adriana Lyra, designer gráfica • Alexandre M. F. de Azevedo, chercheur en Sociologie, pós- doutorado (INS-HEA/Universidade Federal do Pará) • Alexandre Rodrigo Nishiwaki da Silva, doutorando em Educação (UFSCar/Paris V-Descartes) • Aline Duarte de Oliveira, doutora em estatística e pós-doutoranda (Université de Cergy-Pontoise, depto. AGM) • Alisson Araujo de Almeida, doutorando em Ethnoscénologie (EDESTA/Paris 8) • Amanda de Freitas Coelho, doutoranda em História da Arte (Université Paris-Sorbonne) • Amanda Steinmeyer Antunes, mestrando em História da Arte (EHESS) • Ana Bittencourt, bancária e produtora • Ana Flor, professora • Ana Guanabara, cantora • Ana Paula Senn, doutoranda em História e culturas da alimentação (Université François-Rebelais, Tours) • Ana Pi, artista da dança e pedagoga • Ana Rosa Marques, professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, doutoranda em Comunicação (UFBA/Paris 1 Sorbonne) • Ana Wegner, doutoranda em Artes Cênicas (Université Paris 8) • Andreia Luciane de Oliveira Duavy, estudante do Master em Urbanismo (EUP- UPEC) • Antonio Alves de Siqueira Júnior, professor de Português • Artur Costrino, PhD em Estudos Medievais (The University of York, UK) • Augusto Velloso-Pampolha, mestre em Teoria Literária (USP) e Master 1 em Letras Íbero-Americanas (Sorbonne), ator/cantor na Cia Ca & La (Paris-Lisboa) • Camila Moreira Cesar, jornalista, doutoranda em Informação e Comunicação (Sorbonne Nouvelle/UFRGS) • Camila Siqueira do Amaral, estudante-advogada • Carla Bonelles Chardonnet, estudante de Arquitetura na École Supérieure des Arts Modernes • Carla Orlandina Sanfelici, professora, filiada e militante do núcleo PT/Paris • Carlo Filipe Banhos Estolan, PhD em Música (The University of York, UK) • Carlos Augusto, psicanalista, tradutor
  • 4. • Carolina Ferrer, cantora, compositora • Caroliny Pereira, doutoranda (Unicamp e EHESS Paris) • Clarice Cohn, professora (UFSCar), pós-doutoranda (Paris Ouest - Nanterre La Defénse) • Claudio Flores Serra Lima, doutorado em Teatro (Unirio/Université de Picardie Jules Verne) • Dado Amaral, escritor e cineasta, doutor em Letras • Daniel Filipe Ferreira Lemos, doutorado (École Spéciale d’Architecture ESA) • Daniel Santos Garroux, doutorando em Teoria Literária (Universidade de São Paulo) • Daniela Cruz-Pagès, professora e produtora • Daniella Gomes Birchal de Moura, artista e pesquisadora, doutoranda (Paris I Panthéon-Sorbonne) • Desiree Costa Giusti, doutorado em Sociologia (Université Paris 10 – Nanterre) • Douglas Ricardo Norberto, bioquimico e pos-doutorado (Institut Pasteur) • Edward Auguste, professor de Português e de Francês • Elena Diniz, cineasta e mestre em História da Arte - Cinema (Université Paris 1 Panthéon Sorbonne) • Elis de Aquino, mestranda em Sociologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales • Erico Elias, jornalista e fotógrafo, doutorando em Artes Visuais • Estêvão Freixo, servidor público, produtor fonográfico, pós- graduando em Língua Portuguesa • Fabiana Bruna de Souza Auguste, artista pesquisadora, doutoranda em Teoria da Arte (Université Paris VIII) • Fabiano Morales professor de História • Fábio Costa, fotógrafo e diretor de arte • Fábio Monteiro Corrêa, mestrando em Artes Plásticas (Universidade Paris 1 Panthéon Sorbonne) • Fernanda Marinho, pós-doutoranda em História da Arte (Musée du Louvre/UNIFESP) • Filipe Galvon, realizador de filmes e escritor • Flávio Adriano Borges, doutorando em Enfermagem (USP/Université Cergy Pontoise) • Florence Poznanski, cientista política, referente pelo Brasil para o Parti de Gauche • Franciele Becher, mestra em História • Frederico Lyra de Carvalho, doutorando em Filosofia da Arte (Université Lille 3)
  • 5. • Gabriel Giraud, mestrando em Tradução de Literaturas, Interfaces Digitais e Ciências Humanas (Paris 8), mestre em Artes Visuais e Cênicas (Paris 1 Panthéon-Sorbonne) • Gabriel Rocha Gaspar, jornalista independente e mestre em Literatura (Université Sorbonne Nouvelle Paris 3) • Gabriel S. Vignoli Muniz, físico e doutorando (Université de Caen Normandie) • Gabriel Zacarias, pós-doutorando em Sociologia (USP/EHESS) • Gabriela Siqueira Bitencourt, doutoranda em Teoria Literária (Universidade de São Paulo) • Giselle Vidis, designer gráfico • Guilherme Ost de Aguiar, doutor em estatística e pós-doutorando (Université de Cergy-Pontoise, depto. AGM) • Jania Perla Diógenes de Aquino, docente do Programa de Pós- Graduação em Sociologia (UFC/Pos-Doc CESDIP, Ministère de la Justice) • Joana Distin, professora de francês, vereadora na França e fundadora da ONG AES • João Filippe Bastos, estudante (ensino médio) • João Pedro Guerón, psicólogo, mestrando em psicanálise (Université Paris8 Vincennes-Saint-Denis) • Joseane Bittencourt, doutoranda em Linguística (UFSCar/Sorbonne Nouvelle Paris 3) • Julia Dreon Preis, jornalista e estudante em Teatro • Juruna Mallon, cineasta • Kalynka Cruz, doutoranda, Filosofia-Sociologia (Sorbonne- EHESS) e professora (Universidade Federal do Pará) • Laura Bitarelli Reboulet, doutoranda em Estudos Lusófonos (Université Paris 3 Sorbonne Nouvelle) • Leandro Garcez Targa, doutorando do PPGPol da UFSCar • Leela Alaniz, doutora em Artes Cênicas (Université Sorbonne Nouvelle, Paris III) • Lizete Sobral, professora, doutoranda em Sociologia (Université Nanterre Paris X) • Luciana Nascimento de Melo, professora de francês, funcionária pública do governo francês • Manuella Surette Perdigao, odontopediatra • Marcelo Pereira, mestrando em Relações Internacionais (Université Paris-3 Sorbonne Nouvelle) • Márcia Aurélio Baldissera cineasta e doutoranda em Estética no CRAL (Centre de Recherches sur les Arts et le Langage, EHESS) • Márcia Bechara, escritora e jornalista • Marcio Faraco, cantor e compositor
  • 6. • Mariana Fernanda Novo, filósofa (Université Sorbonne – Nanterre) • Mariana Maria Barbosa, advogada e consultora • Marilza De Melo Foucher, doutora em economia e jornalista • Marina Romagnoli Bethonico, artista visual e doutoranda em Cinema e Audiovisual (Sorbonne-Nouvelle, Paris 3) • Marina Trevisan, chercheur en Astrophysique, pós-doutoranda (Institut d'Astrophysique de Paris) • Matheus Melo Chaves, mestrando em Historia da Arte e Filosofia (Université Paris 1 Panthéon Sorbonne) • Melina Revuelta, intérprete, jurista e cientista política • Michele Campos de Miranda, doutorado em Teatro (UNIRIO/Université Paris 8) • Mônica Passos, cantora, compositora e atriz • Nadia Nowatzki de Lima, mestrado em Economia Social e Solidária (Université Paris 8) • Natalie Araujo Lima, doutorado em Letras (PUC-Rio/Paris Diderot) • Natasha Marzliak Norberto, artista visual e doutoranda (Unicamp e Université Panthéon-Sorbonne Paris 1) • Nina Paloma Neves Branco, mestranda em sociologia (Paris 5 René Descartes) e educadora popular • Paloma Varón, jornalista e cientista política • Paulo Marcelo Marcelino Cardoso, professor (UFPB), doutorando (EHESS-Paris) • Pedro Ambra, psicanalista, doutorando (Université Paris Diderot e USP) • Priscila Muniz de Medeiros, doutoranda (UFPE/Paris IV Sorbonne) • Regis Talles De Lima, mestrando em Sociologia (Paris- Sorbonne) • Renata Callaça Gadioli dos Santos, doutoranda em Desenvolvimento e Políticas Públicas (Universidade de Brasília) e em Geografia do Desenvolvimento (Université Paris Diderot) • Renata Nunes Pereira Melo, doutorado em Cultura e Sociedade (UFBA/Paris X – Nanterre) • Renato Menezes Ramos, doutorando em História e Teoria da Arte (EHESS) • Roberto Gerbi, graduando em Letras/Literatura Comparada (Université Paris-Sorbonne) • Rodrigo Torres, fotógrafo e videasta, artista residente (Association Jour et Nuit Culture) • Rodrigo Viana, músico e arranjador
  • 7. • Solange Kurpiel, doutoranda em Ciências da Informação e da Comunicação (Univeristé Lumière Lyon 2) e em Sociologia (UFPR) • Susana Bleil, MCF (Université du Havre) e doutora em Sociologia (EHESS) • Sylvie Vogt, mestre em Antrolopologia • Talles De Lima, mestrando em Sociologia (Paris-Sorbonne) • Tamires Ferreira Coêlho, doutoranda em Comunicação Social (UFMG/ Paris-Sorbonne) • Táscia Oliveira Souza, jornalista e doutoranda em Estudos Literários (UFJF/ Université Paris Diderot) • Tatiane Marina Pinto de Godoy, professora (UFSJ) e pós- doutoranda (Paris III) • Tauana Olívia Gomes Silva, doutoranda em História (Université Rennes 2 e Universidade Federal de Santa Catarina) • Thalita Gallucci Sotero, Sorbonne Paris-3 DULF (Diplôme Universitaire de Langue Française) • Thayná Mendanha, mestre em Agronomia e Doutoranda (Universidade de Aarhus) • Tiaraju Pablo, músico/pós-doutorando (EHESS) • Valeria Lima, jornalista • Valéria Ramos de Amorim, doutoranda em Filosofia da Arte (UFMG/EHES-Paris) • Vanessa de Souza Oliveira, jornalista, doutoranda em Ciências da Informação e da Comunicação (Paris 8-UFABC) e professora substituta na (Université Paris 8/Paris 13) • Vera Jenin, assistente • Vicente Felix da Silva Filho, master en Sociologie d'enquête (Paris V) • Welliton Caixeta Maciel, doutorado em Sociologia (Universidade de Brasília – UnB, EHESS e CESDIP, Ministère de la Justice)