Nenhum outro evangelista falou tanto sobre o Reino como Mateus. Em seu Evangelho, a palavra reino aparece mais de 55 vezes, e a expressão Reino dos céus, 32 vezes. Das dezenas de parábolas encontradas em Mateus, apenas cinco não começam com a expressão “o Reino dos céus é semelhante a [...]” (Mt 13.3; 21.28; 21.33; 24.45; 25.14).
3. 1 - Naquela mesma hora, chegaram os
discípulos ao pé de Jesus, dizendo:
Quem é o maior no Reino dos céus?
2 - E Jesus, chamando uma criança, a pôs
no meio deles
3 - e disse: Em verdade vos digo que, se
não vos converterdes e não vos fizerdes
como crianças, de modo algum entrareis
no Reino dos céus.
4.
5. INTRODUÇÃO
A definição humana de reino está
diretamente relacionada à extensão
territorial administrada por dado
soberano. Em Mateus, no entanto, a
expressão Reino de Deus não tem
conotação geográfica, mas, sim,
relacional.
Jesus pregou o evangelho do Reino (Mt
4.23)
6. O EXEMPLO DE REINO NAS PARÁBOLAS (Ele
comparou-o:)
• ao semeador (v. 3-9);
• ao campo, no qual crescem juntos o trigo
e o joio (v. 24-30);
• à semente de mostarda (v. 31,32);
• ao fermento que é introduzido na massa
(v. 33);
• a um tesouro escondido (v. 44);
• à pérola de grande preço (v. 45,46);
• a uma rede lançada ao mar que apanha
toda qualidade de peixes (v. 47-50).
7. 1. AS LEIS DO REINO
DIVISÃO SINTÉTICA DO SERMÃO
DO MONTE
REF.
BÍBLICA
Parte 1 — Introdução Mt 5.1-2
Parte 2 — As bem-aventuranças ou o
caráter do cidadão do Reino
Mt 5.3-16
Parte 3 — A conduta do cidadão do
Reino diante da Lei
Mt 5.17-48
Parte 4 — A conduta do cidadão do
Reino em relação a Deus
Mt 6.1-34
Parte 5 — A conduta do cidadão do
Reino diante dos valores da vida
Mt 7.1-29
8. 1.1. LEIS ÉTICAS E MORAIS
No conhecido Sermão do Monte, Jesus apresentou
os princípios éticos e morais do Seu Reino, os quais
formam uma contracultura diante da cultura imposta
pela sociedade.
A palavra ética tem origem no grego (ethos =
morada, habitat, refúgio) e está associada ao
caráter (à índole, ao modo de ser) de dado
indivíduo. A moral, por sua vez, tem origem no
latim (morales = relativo aos costumes) e
relaciona-se ao conjunto de regras aplicadas na
sociedade. Em outras palavras, significa dizer que
enquanto a ética diz respeito ao comportamento
pessoal, a moral atrela-se ao comportamento social
(exercido na coletividade).
9. 1.2. LEIS ESPIRITUAIS
As leis éticas e morais dizem respeito ao
relacionamento dos cidadãos do Reino
com os cidadãos do mundo. As leis
espirituais, em contrapartida, dizem
respeito ao relacionamento dos cidadãos
do Reino com o Deus do Reino.
Dentre as muitas leis espirituais contidas
nos ensinamentos de Jesus, destacamos
dez: doação e liberalidade. (Mt 6: 2-4)
10. - oração (Mt 6.5-15) — trata-se da forma mais íntima e profunda
de relacionar-se com Deus;
- adoração (Mt 6.9) — Pai nosso [...], santificado seja teu Nome —
adorar a Deus é primazia no Reino;
- perdão (Mt 6.12-15) — ninguém pode esperar receber perdão,
se não o concede a outrem;
- jejum (Mt 6.16-18) — abster-se de alimentos, não como
penitência, mas como um ato espiritual;
- desapego das coisas materiais (Mt 6.19-21) — um
cidadão do Reino dos céus não pode estar preso à terra;
- crença na provisão divina (Mt 6.33) — ansiedade e
preocupação não podem nos dominar;
- não julgar o próximo (Mt 7.1-5) — precisamos julgar a nós
mesmos, não os outros;
- discernimento (Mt 7.6) — cidadãos do Reino precisam saber
identificar as coisas espirituais;
- prática da Palavra (Mt 7.24-29) — ouvir e não praticar
desabilita-nos a viver no Reino.
12. 2.1. RENUNCIE-SE A SI MESMO!
Cristo não nos chama para a afirmação do eu,
mas para sua renúncia. Precisamos abdicar do
orgulho, soberba, presunção e autoconfiança,
antes de seguir Seus passos. Entrementes,
negar-se a si mesmo não equivale à aniquilação
pessoal. Não se trata de anular-se, mas de
servir a Cristo e ao Reino com prioridade. Negar
a si mesmo implica permitir o reinado soberano
de Jesus, onde o ego tenha previamente
exercido total controle. No reino dos homens, o
ego predomina; no Reino de Deus, é preciso
renúncia.
14. 2.3. SIGA-ME! (1PE 2.21)
Esta condicional diz respeito a seguir
a Cristo diária e constantemente, não
apenas por um determinado tempo.
Segui-lo é imitá-lo; é fazer o que Ele
faria em nosso lugar; é ser-lhe fiel,
não somente quando for fácil,
conveniente ou popular, mas colocar
a mão no arado e não olhar atrás,
seguindo-o, pela fé, sem retroceder.
16. 3.1. DO CÉU PARA TERRA
Não podemos ser alienados, no que
diz respeito à nossa cidadania
terrena, mas precisamos entender
que o governo do reino espiritual, no
qual estamos inseridos, emana do
céu.
Em outras palavras: não somos
regidos por imposições terrenas,
mas pela autoridade do Rei eterno.
18. 3.3. ETERNO (MT 25.34) (MT 4.17) (AP 11.15B)
O tempo não pode influenciar o Reino
de Deus, pois ele é eternamente
(passado, presente e futuro). O Reino
já estava preparado antes da
fundação do mundo; desde a
pregação de Jesus, ele está presente
entre nós; mas, em um futuro breve,
será estabelecido para sempre.
Somos cidadãos de um reino eterno.
19. CONCLUSÃO
Jesus chamou homens e confiou-lhes a
continuidade desse Reino. Princípios
éticos, morais e espirituais não
caminham sozinhos pela terra, eles
precisam ser conduzidos por pessoas e
instituições que sirvam ao Rei com
inteireza de coração.
À medida que outras pessoas passam
a crer e a participar dessa experiência,
o Reino de Deus expande-se no
mundo.