O documento descreve a terceira edição do LabJovem, um laboratório de discussão sobre tendências da juventude promovido pela Agência Blitz. O evento reuniu profissionais de diferentes áreas para debater a influência das marcas na iniciação sexual precoce dos jovens. Participantes elogiaram a iniciativa por promover o diálogo entre perspectivas diversas.
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Abril/2014
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TEXTO
Talita Lima
MTB: 73870/SP
DIAGRAMAÇÃO
Hannah Prado
FOTOGRAFIA
Priscila Buzinaro
#TENDÊNCIA
#PERSPECTIVA
#COMPORTAMENTO
#HÁBITOS
3. Em sua terceira edição, o LabJovem -
laboratório de estudo e discussão sobre
tendências, comportamento e consumo
da juventude -, conseguiu reunir um
público jovem interessado no debate,
profissionais que atuam em áreas
diferentes e, pela primeira vez, a partici-
pação formal de uma marca envolvida
diretamente com o tema em questão.
Reunidos em uma sala da Escola São
Paulo na noite do dia 11 de abril, um
gerente de marketing, um sociólogo,
uma professora universitária e enfermei-
ra, e uma atriz, fotógrafa e performer. O
objetivo de todos era o mesmo: iniciar
uma discussão partindo do tema “a influ-
ência das marcas na iniciação sexual
precoce dos jovens”. Perspectivas
diferentes na construção de um diálogo
coerente sobre sexo na juventude, suas
causas e efeitos. Presenças decisivas na
consolidação do projeto idealizado pela
Agência Blitz de São Paulo.
Uma conversa com o
DIFER NTEELabJovem chega à terceira edição
construindo diálogos abertos em
prol da juventude
4. Marcelo Rocha, gerente de marketing
da marca de preservativos Preserv,
explicou os motivos pelos quais aceitou
o convite da agência para o debate.
“Estou apresentando a empresa pra
vocês de uma outra maneira. Com um
produto como o nosso, não se tem
contato com ninguém da empresa, só se
tem contato com o produto na farmácia.
Então eu acho isso muito importante,
ainda mais com o jovem, que é o nosso
foco”.
A nossa
intenção é
ter o cidadão
como nosso con-
sumidor desde a
juventude
Rocha, que disse sempre ter apoiado
com grande entusiasmo esse tipo de
aproximação entre marca e consumidor,
reforça a ideia de que o LabJovem favo-
rece, além do “networking”, a presença
da marca no cotidiano das pessoas. “A
nossa intenção é ter o cidadão como
nosso consumidor desde a juventude.
Claro que não somos uma empresa de
caridade, nosso objetivo é vender, mas
participar deste evento também é uma
maneira de vender”, afirmou.
- Marcelo Rocha
Gerente de Marketing/Preserv
No Brasil, cerca de 600 milhões de
preservativos são usados anualmente,
mas entre 1 e 1,2 bilhão seriam
necessários para prevenir a aids e
outras doenças sexualmente trans-
missíveis de forma satisfatória,
segundo o Ministério da Saúde.
(Fonte: BBC Brasil)
O médico Dráuzio Varella vê
ainda baixa adesão ao uso da
camisinha como um problema
crônico no Brasil, que piora com a
influência da Igreja Católica,
principalmente no interior do país.
(Fonte: BBC Brasil)
5. - Alex Minduín
Sociólogo e Professor de História
Vocês estão
re-educando
a nossa
sociedade que
desaprendeu a
dialogar
Na perspectiva do sociólogo e profes-
sor de História Alex Minduín, a socieda-
de carece de ambientes onde é possível
haver um diálogo entre diferentes.
“Aqui você dialoga com pessoas que
você nunca viu. Acho que esse é o ponto-
-chave desse projeto da Agência Blitz”,
disse.
Minduín enxerga o LabJovem com uma
função social de grande relevância nos
dias atuais. “Vocês estão re-educando a
nossa sociedade que desaprendeu a
dialogar. Vivemos um momento de
carência absurda, da imposição pela
imposição, isso fortalecido pela grande
mídia. Temos as redes sociais, mas elas
não conseguem superar a força que a
grande mídia ainda tem direcionado à
nossa sociedade. Então nesse sentido a
Agência Blitz está de parabéns”.
Quatro em cada dez jovens brasileiros acham que não precisam
usar camisinha em um relacionamento estável. Além disso, três
em cada dez ficariam desconfiados da fidelidade do parceiro caso
ele propusesse sexo seguro. A informação é da pesquisa “Juven-
tude, Comportamento e DST/Aids” realizada pela Caixa Seguros
com o acompanhamento do Ministério da Saúde e da Organiza-
ção Pan-Americana da Saúde (Opas). O estudo ouviu 1.208
jovens com idades entre 18 e 29 anos em 15 estados. As
mulheres correspondem a 55% da amostra e os homens, a
45%. (Fonte: Agência Brasil, 2012)
6. Tathy Yazigi, fotógrafa e atriz que reali-
za performances que colocam em ques-
tão a naturalidade do corpo nu, também
destacou a relevância social do LabJo-
vem. “Acho que é de suma importância
que eventos como esse aconteçam, até
pra dissipar temas que são de interesse
público. Achei muito interessante ter
gente de áreas diferentes falando sobre
o mesmo tema”, afirmou.
“Acho produtivo você estar em um
ambiente de discussão, porque isso
possibilita o raciocínio, a reflexão, e isso
é maravilhoso para a construção de qual-
quer indivíduo”, disse a enfermeira e
professora universitária da área da
saúde Valnice Nogueira.
Quatro em cada dez jovens brasileiros acham que não
precisam usar camisinha em um relacionamento estável.
Além disso, três em cada dez ficariam desconfiados da
fidelidade do parceiro caso ele propusesse sexo seguro.
A informação é da pesquisa “Juventude, Comportamento e
DST/Aids” realizada pela Caixa Seguros com o acompanha-
mento do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Ameri-
cana da Saúde (Opas). O estudo ouviu 1.208 jovens com
idades entre 18 e 29 anos em 15 estados. As mulheres
correspondem a 55% da amostra e os homens, a 45%.
(Fonte: Agência Brasil, 2012)
Achei muito
interessante
ter gente de
diferentes
áreas falando
sobre o mesmo
tema
- Tathy Yazigi
Fotógrafa e Atriz
7. “Inclusive eu saio daqui com um
monte de informação legal, que vale a
pena levar pra minha vida, pra minha
área acadêmica e para os meus pacien-
tes. Achei uma ótima iniciativa”, comple-
tou.
Para Alex Minduín, o LabJovem tem
uma proposta ideal para ser desenvolvi-
da muito além do âmbito da Agência
Blitz. “Tenho a plena certeza de que a
agência irá colher uma série de frutos. É
um grande embrião de um grande proje-
to, não só para o estado de São Paulo
mas para o país”, ressaltou o sociólogo.
Ao todo, 91% dos jovens brasileiros
já tiveram relação sexual; 40% não
consideram o uso de camisinha um
método eficaz na prevenção de
doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs) ou gravidez; 36% não usaram
preservativo na última vez que
tiveram relações sexuais.
(Fonte: Agência Brasil, 2012)
- Valnice Nogueira
Enfermeira e Professora Universitária
Acho produtivo
estar em um
ambiente de dis-
cussão. Isso é
maravilhoso
para a constru-
ção de qualquer
indivíduo
Um terço dos jovens brasileiros nunca ou quase nunca usa
camisinha em suas relações sexuais, segundo o 2º Levanta-
mento Nacional de Álcool e Drogas divulgado pela Univer-
sidade Federal de São Paulo. 12% das meninas entre 14 e
20 já sofreram um aborto. 29% dos meninos e 38% das
meninas disseram não utilizar camisinha nunca ou quase
nunca em suas relações sexuais, uma média de 34,1%.
(Fonte: Universidade Federal de São Paulo/ Exame.com,
2014)