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Quando o Sol Brilha
KGI 9
O Grupo Internacional de Kelly (KGI): Um negócio super-elite e super secreto, de
administração familiar.
Qualificações: alta inteligência, corpo duro e resistente, experiência militar.
Missão: Recuperação de vítimas de sequestro. Coleta de informações. Lidar com trabalhos que o
governo dos EUA não consegue...
Eden é considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo. Seu rosto já estampou
inúmeras revistas e seu corpo já vendeu milhões de dólares em roupas. Mas sua fama e beleza
ganharam mais do que jamais imaginou. O mal está perseguindo-a, determinado a extinguir a
beleza etérea para sempre.
Swanson ou "Swanny", como seus companheiros de equipe o chamam, está sempre pronto
para a próxima missão. Ele voltou do Afeganistão ferido e com cicatrizes. Dificilmente o tipo de
homem que combinaria com o mesmo ambiente que Eden. E mesmo assim há algo sobre a beleza
calma que mexe com o seu sangue e o faz sonhar com o impossível. Porque a Bela amar a Fera só
acontecia em contos de fadas e a KGI não lidava com contos de fadas. Nunca.
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Traduzido e Revisado do Inglês
Envio do arquivo e Formatação: Δίκη
Revisão Inicial:
Kimie – Capítulo 01 ao Capítulo 19
Val – Do capítulo 20 ao Epílogo
Revisão Final:
Val – Capítulo 01 ao Capítulo 19
Kimie – Do capítulo 20 ao Epílogo
Capa: Élica
Talionis
Em memória de Pat Pattarozzi. Ela era a verdadeira — Mama Kelly — e sua ausência será sentida
por muitas pessoas. Espero que você aproveite suas asas de anjo, enquanto carinhosamente cuida
de sua família do céu.
Comentário das Revisoras:
Comentário Kimie: A estória do Swanny - Swanson - cheio de cicatrizes depois do cativeiro
no Afeganistão, - se apaixona por Eden, a nova Missão da KGI. Ela quase foi atingida por um tiro
disparado e após uma ameaça anônima, o pai de Eden decide contratar a KGI para protegê-la. Ela
logo se apaixona por Swanny mas ele se mostra relutante em aceitar que a "Bela" esteja
interessada nele. Estória mais "leve" comparada com as outras da série KGI, com a rápida
passagem dos irmãos Kelly e seus bebês. Tem também a presença de Hancock no desenrolar da
estória e algumas surpresas, mas nada que Swanny não possa resolver...
Comentário Val: Após a tragédia que ocasionou tantas cicatrizes em seu rosto, corpo e alma,
Swanny não se sente digno de nenhuma mulher. Ele acredita que nunca será amado por que suas
cicatrizes amedrontam e despertam pena nas mulheres que se aproximam dele. E apesar de
considerá-las feias e amedrontadoras, ele tem a intenção de nunca retirá-las por que são a
lembrança do quanto ele foi vulnerável um dia, de como foi uma vítima, e essas cicatrizes
cimentam sua determinação de nunca ser vítima novamente. Então, ele se conforma em não tem
um amor, não formar uma família. Até conhecer Eden. Ela gira o seu mundo de cabeça para baixo,
por que é uma modelo internacionalmente conhecida, considerada uma das mulheres mais lindas
do mundo. E Swanny a deseja profundamente, não consegue parar de pensar nela e se sente um
idiota por isso, por que tem certeza que ela desprezará seus sentimentos. Mas Eden é uma mulher
que valoriza muito mais que as aparências e desde o primeiro momento se encanta com Swanny,
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com seu jeito cuidadoso, com seu corpo forte que tanto a atrai e depois com sua determinação em
mantê-la a salvo a qualquer preço.
Eu adorei a maneira como ela se aproxima dele, como derruba suas defesas e
principalmente, como o convence que ele é um homem que vale a pena! Que ele é desejável,
atraente e lindo para ela. Que é uma pessoa que desperta o desejo, atração e amor, independente
de sua aparência. Ela é corajosa, vai atrás daquilo que deseja e deixa Swanny desnorteado. Ele se
sente tão surpreso e por fim tão grato por ela querê-lo e demonstrar descaradamente esse
sentimento que cai completamente apaixonado.
O livro foi bem leve em comparação aos anteriores devido ao fato de se passar no mundo da
moda e beleza. Ele focou em sentimentos, em desejos e anseios que os protagonistas possuíam e
que pensavam não se realizariam, Swanny, por sua suposta feiura que o incapacitava a encontrar
um amor que o aceitasse do jeito que se tornou, e Eden por sua beleza que a impossibilitava atrair
pessoas que a amariam por si mesma. A ação foi breve, deixando muito espaço para a sedução
que começa nas primeiras páginas.
Achei o trecho abaixo muito bonito e o coloco aqui, para exemplificar o quanto os
sentimentos de Eden são fortes.
“Para ela, ele era único. Ele podia ter dúvidas quanto às razões pelas quais ela o queria, mas
ela não tinha absolutamente nenhuma e se fosse a última coisa que fizesse, iria fazê-lo ver a si
mesmo do jeito que ela o via. Forte. Afetuoso. Leal. Terno. Tão amoroso e humilde. O homem por
trás das cicatrizes. Um sobrevivente."
Capítulo 1
Big Eddie Sinclair estava sentado atrás da mesa de madeira envelhecida em sua casa
grande e vazia, — uma casa que já foi cheia de amor e riso — as retorcidas mãos calejadas
trêmulas.
O suor escorria na testa e corria em regatos finos para baixo das têmporas, traçando uma
linha sobre a pele sulcada, envelhecida e castigada pelo tempo. Suas mãos tremiam tanto que os
papéis que estava segurando caíram, espalhando sobre a mesa, alguns deslizando no chão.
Olhou para cima, seu olhar inconscientemente buscando o revestimento sobre a lareira
que sua esposa insistia em ter instalada no espaço de trabalho. Ela queria que ele nunca sentisse
frio. A ideia de que a mulher gentil de Big Eddie Sinclair estava preocupada que ele fosse ficar com
frio o faria rir fora do quartel. Seus amigos fodões nunca parariam de incomodá-lo por causa disso.
Eddie era um homem superior. Um assassino. Treinado pelo melhor. E, por sua vez, ele
havia treinado os melhores. Mas agora se sentia tão indefeso como um bebê recém-nascido.
Medo, uma emoção que até o dia em que seu primeiro filho nasceu tinha sido completamente
estranha para ele, agarrou-o pelas bolas, congelando suas entranhas. Esfregou o peito, em um
esforço para aliviar o desconforto e fechou os olhos, tentando livrar-se das imagens que a ameaça
invocara.
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Ele viveu a vida sabendo que era invencível. Ele não foi egoísta. Homens que serviam com
os homens a quem ele servia não achavam que eles eram bons. Eles sabiam que eram bons.
E nenhuma dessas capacidades foi capaz de salvar sua preciosa esposa.
Fechou os olhos com mais força contra a picada de lágrimas o traindo. Mesmo anos mais
tarde, o pensamento do amor de sua vida tinha o poder de deixá-lo de joelhos. Uma vida inteira
de arrependimento armazenada nos anos desde que ela morreu, deixando-o com três filhos para
amar, proteger e criar por conta própria. E, por Deus, ele fez exatamente isso. Tinha certeza de
que eles estavam protegidos acima de tudo.
E agora sua preciosa Eden, a única filha, era um alvo. Tudo por causa dele e da vida que ele
levou, pelas escolhas que fez. Os erros que ele fez no passado. Tudo voltava para assombrá-lo.
Ainda o assombravam muito, todas as malditas noites.
Ela era a imagem da mãe, não só na aparência, mas em todos os aspectos. Gentil.
Amorosa. Um coração de ouro. Doce e inocente. Sempre disposta a olhar para o lado bom das
pessoas. Nunca vendo o mal.
Não foi dito em tantas palavras, a ameaça. Mas ele sabia. Seu olhar caiu sobre as fotos
brilhantes da filha, ampliadas. Tiradas em um momento de vulnerabilidade, uma raridade para
Eden porque ele a ensinou a nunca baixar a guarda. Ela podia ter a cara de um anjo e posar para as
câmeras para viver, mas ela tinha a mente de um soldado. Eddie se assegurou disso.
Eu vou tirar de você o que você tirou de mim. Não vou parar até que a dor seja tudo o que
você veja, tudo o que você sente, tudo o que você conhece. Vou tomar todas as coisas que você
ama e, em seguida, você vai morrer. Ela é bonita, não é?
O bilhete, tão simples e ao mesmo tempo tão capaz de mudar sua vida, olhava para ele,
feio e negro.
As fotos de Eden brilhavam em sua visão. Tiradas quando ela pensou que estava fora do
olho da câmera. Nenhuma das roupas glamorosas ou maquiagem. Se não estivesse tão
aterrorizado, ele teria suavizado com a verdadeira Eden. Mais confortável em agasalhos, o cabelo
em um rabo de cavalo, o rosto desprovido de cosméticos. Tão linda que doía olhar para ela,
porque ela o lembrava muito da mãe.
Pegou o telefone, discando o número dela, antes que pensasse melhor. Enquanto tocava,
ele quase desligou, mas Eden chamaria de volta. O que ele poderia dizer a ela?
Ele tinha seguranças ao redor dela. O melhor que o dinheiro podia comprar e ainda assim
sabia que havia ainda melhores lá fora. Não era com ela que ele precisava conversar. Ele precisava
falar com os outros. Pessoas que garantiriam a segurança dela e colocariam a vida dela antes das
deles. Esse tipo de lealdade cega era difícil de encontrar. Não havia muitos homens dispostos a
sacrificar suas vidas por alguém, não importa o que acontecesse.
Os civis não poderiam entender esse tipo de altruísmo. Eles viviam em suas pequenas
bolhas nunca pensando nos milhares de jovens americanos, homens e mulheres, que deram suas
vidas para que o resto da América pudesse existir em voluntariosa e ignorante felicidade.
Ele não precisava de segurança privada. O que ele precisava era de militar.
A voz de Eden veio na linha, logo que ele começou a desconectar.
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— Oi, pai!
A voz alegre bateu em uma parte profunda do seu coração, que nunca deixou de apertar
sempre que ela estava por perto.
— Oi, querida, — disse ele com a voz rouca. — Como você está?
— Eu estou bem. O que está acontecendo?
— Nada, — disse ele às pressas. — Eu só... Eu só queria ouvir a sua voz.
— Está tudo bem? Você está bem, papai?
A preocupação em sua voz sacudiu-o de seus pensamentos sombrios. A última coisa que
queria era ela preocupada e distraída. Se ela estivesse focada em outra coisa — ele — então não
estaria prestando atenção como deveria. Ela cometeu um erro. Escorregou. Permitiu a alguém a
chance de chegar até ela.
— Eu estou bem, menina, — disse, tornando sua voz mais forte. — Eu só queria ver como a
minha menina estava indo.
— Eu estou bem. Acabei uma sessão esta tarde. Se eu nunca vir outro cão inquieto
estúpido em breve vai ser muito bom, — ela resmungou.
Apesar da gravidade da situação, Eddie sorriu. Não. Sua garota não era uma que irritava
cães pequenos. Ela preferia estar rodeada de cães maiores e mais fortes. O dela — bebê — era um
mastiff Inglês1 de bem mais de duzentos quilos.
— King vai ficar chateado quando cheirar esses outros cães em mim, — ela disse com
desgosto. — Vou ter que suborná-lo com guloseimas durante uma semana.
— Você está descansando o suficiente? — Ele perguntou. — Não deixe que o seu agente a
faça trabalhar tanto, Eden.
Ela riu.
— Se alguma coisa, eu o faço trabalha muito. Você sabe disso, pai. Ele está sempre atrás de
mim para desacelerar. E bem, talvez um dia eu desacelere. Mas agora tenho que dar duro,
enquanto ainda estou na demanda. Em um ano ou dois, ninguém vai me querer. Há sempre
alguém mais jovem, mais bonita aparecendo. E você sabe que estou ficando velha para modelo.
Ele revirou os olhos e soltou um grunhido. Isso não fazia muito sentido para ele. Eden tinha
apenas 24 anos e ainda assim falava como se fosse um cavalo de meia-idade prestes a ser
mandado para o pasto. Ela constantemente o lembrava que para uma modelo, ela era velha.
— Oh ei, deixe-me ir, pai. É Ryker chamando agora. Nós não conseguimos falar no telefone
durante todo o dia e tenho que desejar feliz aniversário a ele.
O peito de Eddie apertou com a menção de seu filho do meio. Irmão mais velho de Eden.
Os dois eram muito íntimos. Sempre foram. Eddie não tinha esquecido o aniversário de seu filho.
Mas ele desistiu de ligar, porque sabia que o que ele diria não seria a melhor mensagem de
aniversário do mundo.
1 Mastiff é uma raça canina oriunda do Reino Unido. De origem antiga, vê-se desenhos egípcios com estes caninos
datados de 3000 a.C.
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— Falo com você mais tarde, então. Te amo, — Eddie disse roucamente.
— Eu também te amo, papai — ela entoou um pouco antes da linha ficar em silêncio.
Ainda segurando o telefone, ele hesitou apenas um breve momento antes de bater em
uma série aparentemente interminável de números e códigos. Ele tinha jurado nunca envolver
Guy novamente. Não depois do que ele fez para Eddie em nome da vingança depois que a esposa
havia morrido. Não, ela simplesmente não, morreu porra. Ela foi assassinada.
Eddie fechou os olhos em frustração quando, mais uma vez não conseguiu conectar-se a
única pessoa em quem confiava a vida de Eden. Um homem que nunca permitiria que alguém a
machucasse.
— Hancock, — Eddie disse asperamente, limpando a garganta, a fim de deixar mais uma
mensagem. — Sou eu. Big Eddie Sinclair. Preciso de sua ajuda. É Eden. Estou com medo... —
Interrompeu-se, recusando-se a permitir que suas fraquezas fossem exibidas mesmo através de
uma linha segura. — Preciso de sua ajuda. Chame-me assim que pegar essa mensagem.
Terminou a chamada e, em seguida, recostou-se na cadeira, temendo o que tinha que fazer
a seguir. O cansaço e temor o assaltaram. Seus filhos não entenderiam. Como poderiam? Eddie
nunca confiara a eles que a morte da mãe não foi um acidente e que o assassino foi cruelmente
caçado e removido. Embora ele não estivesse presente, sabia sem perguntar que a morte do
assassino da esposa foi lenta e dolorosa. A missão foi profundamente pessoal para Hancock,
também, pelo fato de a esposa de Eddie ser em todos os aspectos, uma mãe de aluguel para o
próprio Hancock.
Agora Eddie tinha que chamá-los. Porque ele teria que pedir a ajuda deles, se iriam cerrar
as fileiras em torno de Eden.
Digitou o número de Raid e esperou, sabendo que seu filho atenderia, a menos que
estivesse fora em uma missão. Dois segundos depois, sua ideia foi confirmada quando o filho
atendeu.
— Ei, pai. Você não deveria estar chamando o verme hoje? É o aniversário dele, não o meu.
— Espere um pouco enquanto eu o coloco em conferência, — Eddie disse em uma voz
baixa, sombria.
Raid ficou em silêncio. Era uma prova de seu treinamento e disciplina que ele não exigisse
saber imediatamente o que estava errado. Um momento depois, Ryker respondeu com um baixo
Olá.
— Filho, Raid está no telefone, também, — Eddie disse a modo de saudação.
— Ah ótimo, dois pelo preço de um, — Ryker disse alegremente. — Acabei de falar ao
telefone com Eden. Agora meu dia está completo.
— O que foi papai? — perguntou Raid, cortando o humor de Ryker.
— Eu preciso que vocês venham, — disse Eddie. — Não posso discutir isso por telefone.
Vou explicar tudo quando chegarem aqui. Preciso que vocês se apressem.
Capítulo 2
Maya Banks
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— Sorria! Vamos Eden, dê-me sensualidade. É isso aí. Mais um. Perfeito!
Eden arqueou o pescoço, jogou o cabelo sobre o ombro e mandou o mais ardente olhar
diretamente para a lente da câmera. Seu pescoço doía e ela queria uma pausa, mas ainda havia os
cachorros a enfrentar.
— Ok, terminado. Justin, onde estão os malditos vira-latas? — o fotógrafo gritou.
Naquele momento, dois chihuahuas foram carregados no set enquanto outro assistente
mudava o cenário. Enquanto Justin empurrava um dos cães nos braços dela, o pequeno cão
rosnava para Eden e começava a latir furiosamente.
— Sim, sim, inteiramente mútuo, o sentimento — Eden rosnou de volta. — bola de pelos
estúpido.
— Uh, Eden, eles não tem muito pelo, — Justin disse em sua voz metálica.
Ela revirou os olhos. O cara era tão literal.
— Foi uma expressão, — ela disse inutilmente.
— Bem, que seja, mas seja boa para eles. Precisamos tirar essas fotos e você não pode ficar
carrancuda, nem podem rosnar para você. Você deveria estar rindo. Glamour. Bonita mesmo.
Eden teve de reprimir o grunhido que retumbava em sua garganta. King, seu mastiff, não
perdoaria esta transgressão. Assim que farejasse o cheiro de outros cães nela, ele ficaria de mau
humor por toda a eternidade. Isto é, até que ela quebrasse as barreiras com uma oferta de paz.
Colando seu mais brilhante sorriso, ela abraçou, ou tanto quanto podia, quando o cão era
uma massa balançante de infelicidade, e voltou sua atenção para a câmera.
O fotógrafo batia fotos rápido como fogo, capturando todos os ângulos. Ele esbravejou
comandos para Eden, como se ela fosse o cachorro, e então ela ficou de joelhos e os dois cães se
reuniram em torno dela enquanto ela fingia brincar com eles, seu sorriso brilhante, as bochechas
doendo com o esforço.
Ela tinha um enorme, enorme ensaio fotográfico depois de amanhã e, se não conseguisse
terminar isso hoje, haveria um único dia de folga para conseguir algum tempo de inatividade
muito necessário antes da sessão do comercial de cosméticos Aria.
Tinha sido um golpe enorme conseguir o contrato lucrativo. Iria projetar Eden o suficiente
para que ela pudesse se aposentar, se assim escolhesse, embora planejasse trabalhar mais alguns
anos. Ela estaria na demanda por mais alguns anos na melhor das hipóteses. Havia sempre alguém
mais jovem, mais bonita, mais ávida de subir as fileiras. Embora Eden fosse uma grande estrela
hoje, não havia garantias que amanhã ela não seria a estrela de ontem.
Mas ela planejava diminuir o ritmo um pouco, pelo menos. Já planejara um período de
férias após a conta da Aria ter terminado. Já estava imaginando estar em casa com o pai e seus
irmãos. Talvez os levasse a algum lugar agradável. Para as montanhas. Todos eles amavam lá. Isso
realmente não importava, no entanto. Ela só queria estar em torno de sua família novamente.
Fazia meses desde a última vez que os viu por mais de um dia aqui e ali. Apesar de ter apertado
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sua agenda lotada e ter se privado do descanso tão necessário, ela fizera voos regulares para casa
de vez em quando, quando tinha apenas um dia de folga entre os trabalhos.
— Você está comigo, Eden? — o fotógrafo estalou. — Acredite em mim, querida, todos nós
temos coisas que preferiríamos estar fazendo, mas não deixe-me segurar você. Desse jeito
ficaremos aqui a tarde toda.
Eden lhe lançou um olhar antes de voltar para a tarefa em mãos. Estava cansada até os
ossos e estava pronta para terminar isso para que pudesse dormir cerca de 24 horas antes de voar
para Paris para a sessão da Aria. Tinha que parecer o seu melhor absoluto. Fresca. Descansada.
Espumante com vida.
Por mais meia hora, sofreu com sorrisos intermináveis, ignorando os cães que pareciam
odiá-la e os fez cooperar para a câmera. Em um ponto, Eden deslizou a mão por baixo da barriga
de um dos cães, com a intenção fazer parecer que estavam brincando nariz com nariz. Só que o
cão não estava gostando e afundou seus dentes afiados na mão de Eden.
— Ai! Maldição!
Ela largou o cão e segurou a mão na palma da outra mão, olhando para o cão agressor, que
parecia extremamente satisfeito consigo mesmo.
— Ok, está terminado, — o fotógrafo disse em um tom irritado. — Peça a alguém para
olhar sua mão, maldição. Suas vacinas para tétano estão em dia, Eden?
Ela cerrou os dentes, ainda olhando para o cão presunçoso que ela afirmava estava rindo
dela.
— Estou bem. Não rompeu a pele. — Graças a Deus. As mãos dela estariam
predominantemente em exibição nos próximos comerciais, como estaria o resto de seu corpo. Ela
não precisava de quaisquer manchas ou cortes.
Ainda assim, um dos assistentes correu com um kit de primeiros socorros, estalou e ficou
ao redor de Eden, até que ficou convencido de que o local estava apenas vermelho e
provavelmente iria desaparecer dentro de algumas horas.
Ela ouviu quando ele recitou uma tonelada de instruções sobre como tratá-la, hidratá-la e
cuidar para que sua pele estivesse perfeita para a próxima sessão. Ela deixou de prestar atenção e
olhou para onde David e Micah esperavam nos bastidores.
Eles reconheceram como SOS e empurraram para frente, ladeando-a e pastoreando-a em
direção à saída.
— Graças a Deus, está terminado, — murmurou Eden.
— Oh, eu não sei, — Micah falou lentamente. — Você parecia bonitinha com os pequenos
ratos sem pelos.
Ela lançou-lhe um olhar sujo que garantia retorno.
Os dois homens que seu pai insistira para supervisionar sua segurança pessoal e viajar com
ela em todos os lugares que ela estava, situou-a entre eles, enquanto deixavam o estúdio. Estavam
perto do carro à espera, o motorista foi alertado por David que estavam saindo, quando o mundo
pareceu explodir em torno deles.
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Gritos soaram estridentes nos ouvidos de Eden enquanto ela caía com força, um homem
de noventa quilos em cima dela. Houve gritos roucos, mais gritos e o som de pessoas esbarrando
na calçada. Mais vidro quebrado, janelas do edifício sendo quebradas.
Um carro rugiu, uma barreira entre Eden e tudo o que diabos estava acontecendo... Tiros?
Ela mal registrou que soaram como balas colidindo com concreto e vidro, e estava certamente
familiarizada com como as balas soavam.
Em seguida, se viu arrastada e jogada no banco de trás do carro e, logo depois, o grito
rouco de Micah:
— Vai, vai, vai!
O carro guinchou, queimando os pneus no asfalto enquanto se afastavam da cena.
— O que diabos está acontecendo? — Eden arfou.
Sentia o corpo machucado e se perguntou se estaria raspada e ensanguentada para a
sessão da Aria. Eles não ficariam felizes com todos os atrasos. Estavam em um cronograma de
produção extremamente apertado e pressionando as duas semanas de fotos em apenas alguns
dias.
— Tiroteio. — David disse severamente.
— Mas por quê? — Eden perguntou perplexa. — Isso é loucura! Quer dizer que algum
atirador aleatório apenas começou a disparar contra as pessoas na calçada?
— Se é que foi aleatório... — Micah falou baixo.
Ela virou os olhos arregalados para ele.
— Isso não foi pessoal.
Mas soou mais como uma pergunta do que a declaração que ela pretendia que fosse.
— Eu vou fazer algumas chamadas quando chegarmos ao hotel, — disse David. — Os
policiais vão querer falar com você de qualquer maneira. Eles vão fazer barulho sobre você deixar
a cena, mas não podem culpá-la por querer ficar segura. Mas vão querer questioná-la, uma vez
que somos todos, testemunhas de um crime.
— Mas eu não testemunhei nada, — disse Eden. — Oh Deus, tenho que ligar para o meu
pai. Se isso chegar aos noticiários ele vai pirar!
— Não importa o que você viu. A polícia ainda vai querer questioná-la, — Micah disse, seu
tom calmante.
Seguiram até o hotel e Micah quase carregou Eden para fora, colocando-a firmemente
entre ele e David. Ele passou o pesado casaco em volta dela, apesar do calor do dia, protegendo-a
da vista, embora a visão que provavelmente apresentasse seria uma grande dica para qualquer
paparazzo à espreita.
Na recepção, Micah falou em voz baixa com o funcionário e, em seguida, foi presenteado
com vários cartões-chave. Eden olhou para ele em confusão quando a arrebanhou para o elevador
e apertou o botão para um andar que não era o que ela estava.
— Nós não sabemos o que diabos está acontecendo, mas não vou levar você de volta para
seu quarto de hotel até que esteja limpo, — Micah disse. — Pois agora, você vai ficar em quarto
diferente, em um andar diferente, até que isso tudo esteja resolvido.
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Ela se permitiu ser levada para a grande suíte, idêntica ao que tinha ocupado nas últimas
noites, e depois se jogou em uma das poltronas, com as mãos tremendo tanto que não podia
controlar.
Então, lembrando-se que tinha que ligar para o pai, pegou o telefone. Do outro lado da
sala, David já estava ao telefone, explicando a situação à polícia e que Eden estava em segurança
dentro do hotel. Ela propositadamente esperou David terminar a chamada, querendo ser capaz de
dar a seu pai tanta tranquilidade quanto possível.
Quando finalmente desligou, ele se virou, a expressão tensa.
— Estão enviando dois detetives aqui agora. Foram contundentes ao dizer que não deve ir
a qualquer lugar enquanto isso. E Eden, é provável que vão detê-la ainda mais, enquanto resolvem
essa coisa toda. A imprensa vai pressionar por isso.
Ela fez um som de ugh e, em seguida, olhou para o telefone. Com um suspiro, digitou o
número de seu pai, sabendo que ele ia ter um ataque cardíaco quando lhe dissesse que tinha sido
vítima num tiroteio, aleatório ou como o alvo pretendido. Qualquer opção não seria aceitável para
Eddie Sinclair.
Capítulo 3
Eddie olhou para seus dois filhos, mal-estar agarrando-o pelas bolas. Ele estava suando. Até
suas mãos estavam úmidas. Sua lendária calma sob pressão o havia abandonado.
Ryker e Raid estavam olhando para ele em expectativa, as expressões sombrias e
preocupadas. Raid viera do trabalho, com colete, arma no coldre. O cabelo de Ryker ainda estava
úmido do chuveiro e era óbvio que ele tinha se jogado na primeira coisa que encontrou em sua
pressa para responder a convocação de Eddie.
— O que está acontecendo, papai? — Raid perguntou em voz baixa.
Eddie passou a palma da mão sobre o rosto.
— É uma longa história. Uma que eu preciso lhes contar do começo ao fim para que
possam entender com o que estamos lidando.
Ryker franziu a testa e olhou para o irmão. Sem dúvida, não estavam acostumados a ver o
pai em tal estado de agitação. Eddie nunca tinha sido nada, além de seguro e confiante.
— Sentem-se, — Eddie ordenou, apontando para o sofá.
Seus dois filhos fizeram o que ele mandou e, em seguida, olharam com expectativa para
ele, mas ele não se sentou. Estava muito nervoso, muito destruído pelo que tinha a dizer a seus
meninos. Como poderia olhar qualquer um dos seus filhos nos olhos novamente, uma vez que
soubessem a verdade?
— Você está me preocupando, papai — Ryker disse em um tom sombrio.
Eddie fechou os olhos e, em seguida, passou a mão pelo cabelo irregularmente.
— A morte de sua mãe não foi um acidente, — disse ele.
Maya Banks
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Choque registrava nas faces de seus filhos.
— Eu não entendo, — Raid disse, o tom tão sombrio como o de Ryker estivera momentos
antes. — Que porra é essa que você está dizendo, pai? Você acabou de descobrir isso? Como
diabos descobriu, afinal? E se a morte dela não foi um acidente...
— Quem a matou? — Ryker perguntou com voz rouca.
O nó no estômago de Eddie cresceu, apertando dolorosamente.
— É uma longa história, que começa antes de vocês nascerem.
— Estamos ouvindo, — Raid disse firmemente, seus traços desenhados em uma máscara
de dor e confusão. E preocupação.
Eddie finalmente caiu em uma das poltronas em frente ao sofá onde Raid e Ryker sentaram
e ficou olhando friamente para seus filhos.
— Vocês sabem que eu servi nas forças armadas.
Eles assentiram, impaciência latente nos olhos de Ryker. Ele queria que o pai chegasse ao
ponto.
— Eu servi em um grupo de operações especiais, um que não existia oficialmente. Nossas
missões não eram habituais e convencionais. Tomamos missões que se fosse descoberto que os
EUA tinham uma mão nelas, as consequências teriam sido confusas. Uma missão especial nos
custou três anos para ser concluída. Três longos anos de espera aguardando a oportunidade certa.
Raul Sanchez era a nossa missão. Derrubá-lo e desmantelar sua operação. Três anos e dois meses
em nossa operação, e tivemos sorte de conseguir informações de que ele estaria em um
determinado local para uma reunião de família. Aniversário de sua filha. Era um homem tão
escorregadio quanto uma enguia. Militares de mais de um país estavam atrás dele. Nós só
conseguimos alcançá-lo primeiro.
— Montamos vigilância no complexo onde ele iria estar. Tudo correu sem problemas. Mas,
então, o impensável aconteceu. Acreditávamos que sua esposa e filha já haviam partido em um
carro. Esperamos até que elas deixaram o complexo e, em seguida, entramos.
Ele parou, arrependimento e culpa surgindo e bombeando em suas veias como se tivesse
acontecido ontem. Durante anos, ele tinha vivido com o erro. Um erro pelo qual sua esposa
pagou, toda a sua família pagou. E agora parecia que Eden também pagaria, se ele e seus filhos
não impedissem.
— Um tiroteio eclodiu. Nossa entrada não foi limpa. Um guarda teve sorte e se desviou da
patrulha, viu um dos meus homens e tudo desabou. Eu estava liderando o grupo de homens
encarregados de eliminar Sanchez. Nós invadimos o estúdio onde ele estava escondido. Ele tinha
dois homens com ele e atiraram em nós. Não tivemos escolha a não ser revidar e...
Esfregou as mãos sobre o rosto, lágrimas queimando suas pálpebras.
— O que aconteceu? — Raid perguntou em voz baixa.
— A esposa e a filha de Sanchez foram pegas no fogo cruzado. Deus, ela era apenas uma
menina. Segurando a boneca que ela ganhou como presente de aniversário. Havia sangue por
toda parte. Deus, eu ainda posso vê-las em meus sonhos, meus pesadelos.
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— Jesus. Sinto muito, pai. Isso é um grande fardo para carregar por todos esses anos, —
disse Ryker.
— Sanchez e seu filho fugiram, em meio ao caos e meu horror sobre a esposa e filha serem
apanhadas no fogo cruzado. A minha prioridade foi tentar ajuda para elas, e Sanchez e seu filho
escaparam.
— Nós limpamos o melhor que podíamos. Coletamos as informações necessárias para
desmantelar sua operação, e ligamos muitos jogadores-chave ao seu negócio. Ele tinha uma mão
em muitos diferentes potes. Drogas. Tráfico de armas. Deus, ele ainda tinha uma operação
lucrativa de tráfico de seres humanos. Venda de jovens para a escravidão sexual pelo maior lance.
Raid fez um som de desgosto.
— Pensei... — Eddie respirou fundo. — Anos se passaram e pensei que eu iria superar. Eu
me aposentei depois daquele desastre. Simplesmente não podia fazê-lo por mais tempo. Você,
crianças, nasceram e sua mãe e eu estávamos felizes. E, em seguida...
Ele sufocou, emoção atando sua garganta enquanto as lágrimas reuniram-se em seus
olhos.
— Sanchez esperou, passando o tempo, planejando sua vingança. Ele foi responsável pela
morte de sua mãe e não perdeu tempo em informar-me que estava tomando olho por um olho.
Uma esposa por uma mulher.
— Que porra é essa? — Ryker exigiu. — E você nunca nos contou? Simplesmente o deixou
fugir com isso? Matar a nossa mãe?
— Não, — Eddie disse em voz baixa. — Não, eu não deixei. Liguei para Guy.
— Hancock? — Raid perguntou em um tom confuso.
Eddie suspirou.
— Há muita coisa que vocês não sabem sobre Guy. Ele se juntou ao exército, seguindo os
meus passos em mais de uma maneira. Ele pertencia a um grupo que foi enterrado tão
profundamente que de acordo com registros militares, todos foram mortos em ação. Eles já não
existiam. Não deveriam ter qualquer ligação com o mundo exterior. Viviam, respiravam e comiam
as suas missões. Mas ele me manteve no circuito. Ele não deveria, é por isso que eu nunca revelei
para vocês ou Eden. Tudo o que vocês sabiam era que ele estava servindo ao exército em locais
secretos. E é por isso que nunca o viam. Eu tinha notícias dele esporadicamente. Ele nunca me
disse muito, apenas que estava bem de vez em quando. Ele fez muitos inimigos ao longo dos anos
e agora o governo cortou os laços e, provavelmente, tem ordens para eliminá-lo se ele vir à tona.
— Então você o contatou após a morte de mamãe. Por quê? — Ryker perguntou.
— Porque eu queria vingança, — disse Eddie em voz baixa. — Eu queria ir atrás do
bastardo e fazê-lo pagar pelo que ele tirou de mim. Pelo que ele tirou de todos nós.
— Jesus, — Raid suspirou. — E? E você fez? Você o encontrou?
Eddie ficou em silêncio um longo momento antes de finalmente assentir.
— Guy foi atrás dele. Ele não queria me envolver. Eu dei-lhe toda a informação que eu
tinha. Convoquei muitos favores para obter as informações de que precisava.
— Então, ele o matou, — Ryker disse sem rodeios.
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Mais uma vez Eddie assentiu.
— Cristo, pai. E não acha que merecíamos saber tudo isso antes? E por que nos dizer
agora? O que está acontecendo? — Raid exigia.
Eddie empalideceu, de repente se sentindo mais velho. O peso de uma vida inteira de
arrependimento se estabelecia como uma tonelada de tijolos em seus ombros e seu coração.
Ele chegou até a lareira e pegou as fotos e a nota que recebeu. Com as mãos trêmulas,
empurrou-as para os filhos, simplesmente esperando que olhassem e tirassem suas próprias
conclusões.
— Puta merda, — Ryker explodiu. — Eden está sendo ameaçada?
— O filho dele, — Eddie disse em uma voz tensa. — Tem que ser o filho. Nós não fomos
capazes de encontrá-lo. Apenas Raul. Mas o filho iria querer vingança, não só porque ele perdeu a
mãe e a irmã, mas, em seguida, Guy pegou o pai e agora ele está à procura de vingança. Atingindo-
me onde ele sabe que iria me machucar mais. Através de Eden.
— Filho da puta, — Raid xingou. — Que diabos vamos fazer? Onde está Eden agora? O que
vamos fazer? Ela não está segura, mesmo por um minuto. E se ele já a encontrou? E se for atrás
dela enquanto falamos?
— É por isso que eu liguei para vocês virem. Falei com Eden hoje cedo. Ela parecia bem.
Não quero assustá-la. Nem quero que ela saiba de tudo isso. Iria aborrecê-la. Mas temos de cerrar
fileiras em torno dela. Apertar a segurança. O que temos agora não vai parar. Essas pessoas são
cruéis. Eles têm recursos além das nossas imaginações. Ela não está segura. Temos que descobrir
uma maneira de ter certeza de que ela está segura em todos os momentos.
Ryker ficou em silêncio um longo momento, sua expressão pensativa.
— Conheço pessoas que poderiam nos ajudar. É o que eles fazem. Eles são todos ex-
militares. Eu servi com dois dos irmãos. Nathan e Joe Kelly. Eles saíram quando eu saí. Na última
missão que foi tudo para o inferno. Alguns de nós não voltamos. Joe foi ferido, Nathan e outro
companheiro de equipe foram mantidos prisioneiros por meses nas montanhas do Afeganistão.
Mas seus irmãos montaram um grupo de operações especiais. Parte dela é do setor privado, mas
também faz muito trabalho em contrato com o governo. Trabalhos que ninguém pode ou vai
fazer. Recuperação de reféns, resgate, proteção. Você nomeia, eles fazem. E eles são muito bons.
Nathan e Joe trabalham com eles agora assim como Swanny, o outro cara com quem eu servi.
Poderíamos convocá-los. Eles me devem um favor.
— Quão bons? — Perguntou Raid sem rodeios. — Porque bom não é bom o suficiente. Não
quando se trata de manter Eden segura. Precisamos do melhor, porra.
— Vou ligar para eles. Marcar uma reunião imediatamente. Podemos precisar voar para lá,
para que possamos fazer a bola rolar mais rápido, — Ryker disse severamente.
— Você faz isso, — disse Eddie. — Eu não vou perder Eden. Ou vocês. Esses bastardos
tiraram o suficiente desta família.
O telefone tocou, interrompendo a discussão tensa. Eddie olhou para baixo para ver que
era Eden chamando.
— Ei, menina, — ele cumprimentou, acenando com a mão para seus filhos.
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— Papai?
No tremor que ouviu na voz dela, o sangue dele gelou.
— Eden? O que foi? Você está bem? O que aconteceu?
Raid e Ryker imediatamente prestaram atenção, correndo para ficar mais perto para que
pudessem ouvir o que estava ocorrendo.
— Houve um tiroteio, — ela disse, com a voz oscilando precariamente. — Mas eu queria
que você soubesse que estou bem. Não quero que você ouça sobre isso no noticiário e se
preocupe.
— O que quer dizer com houve um tiroteio? — Ele rugiu.
— Eu não sei de nada ainda, papai. Os policiais estão vindo para me questionar. David e
Micah me colocaram no carro e me trouxeram para o hotel. Estamos hospedados em uma suíte
diferente. Micah e David estavam preocupados que isso poderia ser pessoal.
Inferno, Eddie sabia que era pessoal. Filho da puta, mas ele não esperava que começasse
tão cedo. Ele só recebeu a ameaça hoje. Seu sangue gelou nas veias. Mas o momento foi
impecável. Teria o assassino planejado dessa forma? Para Eddie receber a ameaça apenas um
curto período de tempo antes de Eden ser morta?
Raiva impotente agarrou sua garganta, apertando até que mal podia respirar. Raid
arrancou o telefone da mão dele, ignorando o protesto imediato do pai.
— Eden, é Raid. Diga-me onde você está e vamos pegar o primeiro voo que pudermos —
disse ele calmamente.
Houve uma pausa e, em seguida, Raid disse:
— Tudo bem, querida. Fique onde David e Micah a colocaram. Nós estaremos lá assim que
pudermos.
Ele terminou a chamada e entregou a seu pai o telefone de volta, com os olhos quase
pretos de raiva.
— Então, começou.
Eddie pôde apenas acenar, medo e fúria guerreando em sua mente.
— Então vamos dar o fora daqui, — Ryker disse firmemente. — Vou ligar para Nathan e Joe
no caminho e fazê-los nos encontrar lá, se eles puderem fazer isso.
Capítulo 4
— Daryl — Swanny — Swanson ergueu a cabeça quando o telefone tocou na cabana que
dividia com Joe Kelly.
— Ei, você pode atender? — Joe falou do banheiro.
Swanny içou-se do sofá onde estava assistindo ao jogo de beisebol e caminhou para pegar
o telefone sem fio da casa. Era, provavelmente, uma maldita operadora de telemarketing porque
ninguém nunca chamava no telefone fixo. Todo mundo usava telefones celulares.
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— Alô?
— Posso falar com Nathan ou Joe Kelly? É urgente.
A voz masculina soou vagamente familiar, mas Swanny não conseguiu identificá-la. Mas
quem quer que fosse, obviamente, não era alguém que conhecia bem os irmãos ou saberia que
Nathan vivia em sua própria casa com a esposa, Shea.
— Posso dizer-lhe quem está chamando? — Swanny perguntou enquanto se dirigia para o
banheiro.
— É Ryker Sinclair. Servimos juntos. É importante eu falar com um deles imediatamente.
— Sin? — Swanny exclamou. — Ei, amigo, é Swanny. Como diabos você está?
Houve uma pausa e depois Ryker respondeu.
— Swanny? Ouvi dizer que você estava trabalhando com os Kellys, mas não esperava pegá-
lo ao telefone. Cara, estou contente de ouvir sua voz. Como vai? Como Nathan está? Não tive
notícias de vocês desde que todos nós saímos.
— Estamos todos bem. Nathan está casado agora. Mas ei, o que está acontecendo? Você
disse que era urgente. Algo que eu possa ajudar?
Ryker respirava pesadamente sobre o telefone.
— Sim, preciso de sua ajuda. Preciso da ajuda da KGI.
— Espere, deixe-me chamar Joe e vou colocar no viva-voz.
Swanny bateu na porta do banheiro, segurando o telefone de lado.
— Ei, Joe, saia aqui. É Sin. Ryker Sinclair. Ele precisa falar conosco o mais rápido possível.
A porta se abriu e Joe apareceu, uma carranca no rosto.
— Sin?
— Sim, vamos na cozinha para que eu possa colocá-lo em viva-voz. Ele disse que era
urgente e que precisava da ajuda da KGI.
— Merda, — Joe murmurou.
Caminharam de volta para a cozinha e Swanny apertou o botão do alto-falante antes de
recolocar o telefone no receptor.
— Ei, cara, nós dois estamos aqui, — disse Joe. — O que está acontecendo? Como diabos
você está?
— Não muito bem, — Ryker disse severamente. — Tenho um problema. Preciso da ajuda
de vocês. Ajuda da KGI.
— Você sabe que vamos fazer tudo o que pudermos. Dê-me o resumo.
— Eu não tenho tempo para passar tudo por telefone e não tenho todos os detalhes. Nós
estamos a caminho para onde Eden está. Ela está com problemas. É uma história longa e maldita.
Sei que não estou dando muito para seguir, mas preciso de vocês para isso. Vocês podem vir?
As sobrancelhas de Swanny subiram. Eden? Ela era irmã de Ryker. Sua muito quente irmã.
Ryker costumava compartilhar as cartas dela — e fotos — com os caras quando eles estavam
congelando suas bundas nas montanhas afegãs. Ela queimava mais do que um sonho molhado.
Era muito linda. E não de uma forma comprada e paga. Ela era uma beleza natural por completo e
brilhava. Tinha um sorriso de milhões de dólares e suas cartas eram sempre cheias de amor e
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humor. Suas cartas animaram muitos dias de merda quando estavam agachados apenas com as
fotos dela — e suas fantasias — para mantê-los aquecidos.
Ele franziu o cenho. Ela era modelo, se ele se lembrava direito. E estava com problemas?
Os instintos protetores de Swanny rugiram para a vida. Em que tipo de problema ela estaria para
que seu irmão precisasse da ajuda da KGI? Fosse o que fosse, não poderia ser bom.
— Diga-me onde, — Joe disse simplesmente.
Sin salvou o traseiro de Joe empurrando-o para baixo quando sua equipe ficou sob fogo.
Sin tomou uma bala que teria atingido Joe. Swanny sabia que se Sin precisasse de ajuda, Joe não
iria recusar. Não importa o que estivesse envolvido.
— Estamos voando para Boston, agora, — Ryker disse severamente. — Um idiota atirou
nela e estão segurando-a para interrogatório, por isso, papai e Raid e eu iremos lá para que
possamos descobrir o que diabos está acontecendo.
Ele parou um segundo, deixando escapar um suspiro.
— E há mais. Muito mais. Mas não posso passar por telefone. É por isso que preciso de
vocês lá tão rapidamente quanto puderem. Vou explicar tudo quando chegarem lá.
Joe e Swanny trocaram olhares rápidos.
— Vou ligar para a minha equipe e vamos sair assim que eu conseguir todos no jato.
Segure-se, ok? Deixe-me dar-lhe o número do meu celular para que você pode me alcançar.
— Obrigado, cara. Isso significa muito para mim. E para o pai. Vou enviar mensagem com o
hotel.
Joe deu-lhe o número do celular dele e de Swanny, em seguida, rapidamente anotaram o
de Ryker.
— Ok, me dê algumas horas e estaremos a caminho. Tenho que passar isto para meus
irmãos mais velhos, mas nós iremos. Você pode contar com isso, — disse Joe.
Ele desligou e Joe virou a carranca para Swanny.
— Eu me pergunto o que diabos foi tudo isso.
Swanny encolheu os ombros.
— Estou mais curioso para saber o que ele quis dizer quando disse que alguém atirou em
Eden. Será que ele quer dizer que alguém a acertou ou realmente tentou matá-la?
Joe fez uma careta para isso.
— Ela não é uma modelo requisitada?
— Certamente você se lembra das fotos que Sin costumava nos mostrar, — Swanny disse
secamente.
A testa de Joe franziu.
— Não, não realmente.
Swanny revirou os olhos.
— Cara, ela é quente. Muito quente.
As sobrancelhas de Joe arquearam.
— Uau. Ela deve ter feito realmente uma boa impressão sobre você. Eu nunca o ouvi falar
sobre garotas, quentes ou não.
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Swanny passou a mão sobre a cicatriz irregular que corria o comprimento do rosto.
— Não há muito que falar, — ele murmurou. — Elas não estão exatamente fazendo fila
para ficar comigo.
Joe fez uma careta.
— Sinto muito, cara. Má escolha de palavras.
Swanny encolheu os ombros.
— Você quer que eu chame Skylar e Edge? Dirigi-los nessa direção? Vou deixar você
enfrentar seus irmãos. Eles vão querer uma reunião no quartel general. Eles não vão
simplesmente nos liberar com base em um telefonema dizendo que precisamos de um jato, e oh,
a propósito, nós estamos levando a equipe, mas não sei por que ainda.
— Espertalhão, — Joe murmurou. — Mas sim, você está certo. Você chama Sky e Edge.
Vou ligar para Nathan e Sam, e vamos nos encontrar no complexo.
Swanny puxou o telefone do bolso e virou-se para começar a fazer suas chamadas. Se
tivesse sorte, ambos estariam em casa, uma vez que viviam juntos em uma casa perto do
complexo de modo que ele só teria que fazer uma chamada.
— Edge, — Swanny cumprimentou. — Ei, cara, Sky está com você?
— Sim, ela está aqui, — Edge respondeu. — O que está acontecendo?
— Fomos chamados. Situação carregar e partir. Não faço ideia de quanto tempo, faça as
malas de acordo. Encontrem-me na sala de guerra, logo que puderem chegar lá.
— Mais tarde, — Edge disse, e desligou.
Swanny sorriu. Detalhado como nunca. Edge não disse muita coisa, mas as pessoas
tendiam a prestar atenção quando ele dizia. Mas, então, ele era um cara grande. A maioria das
pessoas tinha receio em torno dele. Swanny se perguntava muitas vezes como ele e Skylar
decidiram conviver juntos.
Skylar era alegre, extrovertida e falante. Edge era quieto e nunca instigou conversa.
Swanny poderia imaginar Skylar deixando o grande homem insano dentro de uma semana de
convivência. Mas estavam na mesma casa por meses agora e tudo parecia estar indo bem.
Joe ainda estava no telefone com um de seus irmãos, de modo que Swanny se dirigiu para
seu quarto para arrumar o equipamento. Tinha armas a verificar, embora sempre fosse meticuloso
sobre seu equipamento e o mantivesse pronto para sair em todos os momentos. Não era
incomum obter um chamado que necessitava deles carregados e partir.
Só mais um dia de trabalho.
Só que este trabalho envolvia uma mulher muito bonita, e isso o irritava muito, que alguém
atirou nela, figurativo ou não. Pelo que ele observou nas cartas para o irmão dela e as histórias de
Ryker sobre ela, ela tinha um coração enorme e era completamente pé no chão, apesar de sua
vida glamorosa como modelo.
Uma imagem passou em sua mente. A revista que Ryker orgulhosamente exibira na última
missão, aquela que efetivamente encerrara a carreira de Swanny no exército, tinha o rosto de
Eden na capa. Ela foi escolhida como a mulher mais bonita do mundo, e Swanny podia ver o
porquê. Ela era tão linda que fez suas bolas doerem.
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Longos e fluídos cabelos loiros. Não era o tipo engarrafado. Olhos um tom incomum de
água-marinha que brilhava intensamente contra a pele beijada pelo sol. E o sorriso. Cara! Não um
sorriso falso, mas um verdadeiro sorriso vindo do coração. Seus olhos brilhavam com o riso. Ela
não tinha feito uma dessas graves poses sensuais. Havia uma pitada de malícia brilhando nos olhos
de oceano. O tipo que dizia a um homem que ele estava de mãos cheias com ela.
E aqueles lábios. Cheios, sedutores. Apenas a quantidade certa de enchimento e formavam
um arco perfeito. Sem batom, apenas um toque de gloss brilhante. Aliás, enquanto ele ganhava
uma imagem mais firme do que a imagem em sua mente, se lembrou de que ela não usava
maquiagem, ou se usava, era o tipo que fez com que parecesse que não usava nenhuma. Ela tinha
um olhar natural, de garota toda americana. A menina ao lado, só que dez vezes mais quente. Os
homens só podiam sonhar que sua vizinha da casa ao lado fosse tão linda quanto ela.
Sacudiu-se de seus pensamentos retrógrados e escondeu roupas em uma mochila, fez um
inventário rápido de suas facas e as granadas que sempre tinha com ele e, em seguida, se
certificou de que tinha munição suficiente para as duas pistolas que carregava.
Estava agindo como um maldito adolescente com uma queda pela líder de torcida. Sim, ele
teve sua cota de fantasias nas longas noites de frio, com apenas os devaneios para ocupar seus
pensamentos. Eden não daria a um homem como ele uma segunda olhada. Ou talvez desse, mas
seria porque ela estaria dando uma dupla olhada na cicatriz horrível que marcava seu rosto. Esse
pensamento efetivamente colocou um amortecedor sobre sua imaginação e ele voltou para a
tarefa em mãos.
Prendeu o coldre do tornozelo antes de deslizar a Sig2 menor no lugar e, em seguida,
colocar no coldre de ombro3e prender a Glock4 maior. Pegou a mochila carregando suas roupas e
estojo contendo a munição e, então, cuidadosamente prendeu as correias dos dois rifles de alta
potência nos ombros. Um deles era uma semiautomática, o outro a .3085 com mira de alta
potência que usava para tiros mais precisos. Qualquer outra coisa que precisasse estaria no avião
no armário de armas.
Não tinha certeza de que tipo de problemas Eden Sinclair estava, mas Ryker parecia
preocupado, e poucas coisas preocupavam a família Sinclair. O pai era um fodão com todas as
letras. Raid, o mais velho, era um policial experiente e Ryker trabalhou na segurança privada, uma
versão menor e menos militar que a KGI. Todos os seus postos de trabalho eram abertos e
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honestos. Principalmente a segurança pessoal, o que tornava estranho que ele buscasse a ajuda
da KGI para o problema em que a irmã estava. Swanny teria pensado que se ela estava em algum
tipo de problema, a família iria cerrar fileiras em torno dela e lidar com isso por conta própria. Eles
eram privados desse jeito. O que só reafirmava sua crença de que a situação era terrível. A
indefinição de Ryker no telefone incomodava Swanny. Ele tinha um mau pressentimento sobre a
coisa toda. Mas não havia nada a fazer até que chegassem lá e ouvissem em primeira mão o que
estava acontecendo.
Correu de volta para a sala para ver Joe encher as mochilas com roupas e seu próprio
arsenal pessoal, que era semelhante ao de Swanny. Todos tinham suas preferências pessoais
quando se tratava de armas, mas todos aderiram ao lema que muito era suficiente, mas mais era
ainda melhor.
Se o apocalipse zumbi acontecesse, estavam definitivamente preparados. O complexo KGI
poderia suportar uma porra de guerra. O grande número de coisas legais e ilegais que estava
abrigado por trás das paredes do complexo chocaria o cidadão médio. Swanny tinha seu próprio
estoque de C-4 e granadas suficientes para repelir um pequeno exército.
Durante seu cativeiro, jurou nunca mais sentir aquele tipo de desamparo e medo. Ele
aceitou a inevitabilidade de sua própria morte. Ele até a abraçou. Em suas horas mais sombrias,
orou por ela. Isso o envergonhava agora, mas na época, a morte era a liberdade definitiva. Escapar
de sua realidade sombria.
Agradecia a Deus por Shea, atual esposa de Nathan, que inexplicavelmente estendera a
mão para ele através de milhares de quilômetros, falando com ele em sua mente. Ajudou-o e a
Swanny a escapar de seus captores e da morte certa. E Grace. A irmã de Shea. Deus, ela curou-o.
Ela realmente o curou dos ferimentos que teriam retardado a fuga dele e de Nathan. Ele implorou
a Nathan para deixá-lo. Para salvar a si mesmo. E, ao invés disso, Nathan, com Shea e a ajuda de
Grace, o curaram. Tornou possível para ele persistir, e conseguiram sair daquelas montanhas,
vivos. Não ilesos. Mas vivos, no entanto.
Distraidamente tocou a cicatriz em seu rosto. Uma lembrança de seu tempo em cativeiro.
A certeza de que nunca iria esquecer aqueles dias intermináveis de tortura e fome. Elas marcavam
a ele e Nathan. Ambos ainda tinham as cicatrizes do cativeiro, mas as de Swanny eram mais
visíveis. Seu rosto foi cortado e no momento em que foi resgatado e hospitalizado, havia pouco
que um cirurgião poderia fazer, e não era vaidoso o suficiente para fazer cirurgia plástica.
Não, ele usava essa cicatriz como um lembrete de que tinha sobrevivido.
Sua vida sexual certamente tinha sofrido como resultado, mas o sexo não era uma de suas
prioridades. Não desde voltar para casa vivo. Atirou-se no seu trabalho. Sua nova família. Balançou
a cabeça. Ele não tinha família. Não até Nathan. Os Kellys e a KGI o abraçaram. Marlene Kelly, a
matriarca do clã Kelly, o adotou como um dos seus, e o tratava como se ele fosse um de seus
muitos filhos.
Frank e Marlene Kelly tiveram seis filhos, mas Marlene adotara outros em seu rebanho.
Rusty Kelly, a adolescente mal-humorada que havia invadido sua casa, mas agora estava prestes a
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se formar na faculdade, uma jovem bela e vibrante que tinha o mundo a seus pés. Swanny não
tinha dúvidas de que ela um dia governaria o mundo.
E havia Sean Cameron, um vice xerife em Stewart County. Também adotado na família
Kelly e tratado muito parecido como todas as outras crianças de Marlene e Frank. Era
incompreensível a medida de generosidade dos Kellys.
A família tinha crescido e expandido. Joe era o único Kelly solteiro, e ele definitivamente
ouvia Marlene falar sobre isso regularmente. Havia netos em grande quantidade e mais a
caminho.
E aqui, no meio de tudo isso estava Swanny. Ele vinha de uma existência solitária, com
apenas os homens que serviram como com seus irmãos. E agora tinha toda a família Kelly, mais os
membros da equipe KGI. Todos em sua volta. Prontos para ir para a parede por ele. Isso o
confundia, essa lealdade incondicional.
Rastejara de volta para a pequena casa que tinha herdado de seus pais depois que ele e
Nathan receberam alta do hospital. Mas ele estava inquieto e... Solitário. Seu encontro com a
morte, de frente com sua mortalidade e, em seguida, a sua cura milagrosa o trouxeram para o
Tennessee, em busca de respostas de Nathan sobre o que acontecera naquelas montanhas antes
de serem resgatados.
E ele ficou, adotado pela primeira vez instantaneamente por Marlene Kelly e, em seguida,
lhe ofereceram uma posição na KGI. Juntou-se a nova equipe chefiada por Nathan e Joe e logo
depois por Edge e Skylar. Eles eram sua família agora. E ter família, pessoas que o aceitavam,
parecia... Bom.
Quando serviu no exército, ele tinha um propósito. Sua vida tinha sido consumida com a
necessidade de proteger e servir. Depois dos ferimentos e dispensa, não sabia mais o que fazer.
Não havia nada para ele do lado de fora. Nunca ficaria feliz com um trabalho de escritório das
nove as cinco ou ingressar na corrida de ratos como um civil. A KGI tinha lhe dado um propósito
novamente.
A KGI ajudava as pessoas. Eles protegiam os inocentes e os fracos. Ajudavam a derrubar os
idiotas no mundo, aqueles que caçavam os inocentes. Agora, quando acordava pela manhã, ele se
sentia vivo. Como se tivesse um futuro. A KGI lhe deu isso, e ele seria eternamente grato a eles por
isso.
Resignou-se a nunca se estabelecer, ter uma família, as coisas que a maioria das pessoas
tinha como certo, mesmo que elas não estivessem com pressa. Estava cercado por apenas essas
coisas. Cada um dos irmãos Kelly, com a exceção de Joe, encontrara sua alma gêmea. Mesmo os
líderes de equipe, Rio e Steele, estabeleceram-se em domesticidade com uma facilidade que ainda
divertia e confundia os homens e mulheres que trabalharam sob seu comando. Inferno, mesmo
Cole e PJ, dois dos membros da equipe de Steele, se casaram e estavam vivendo em felicidade
conjugal, embora ele imaginasse o deles como um arranjo interessante desde que PJ poderia
arrebentar com o melhor deles. Era ela, certamente que mantinha Cole na ponta dos pés.
Mas isso não era para ele, e ele aceitou, assim como aceitara todo o resto. Com paz e
compreensão. Ele não só tinha cicatrizes no lado de fora. Estava irremediavelmente marcado —
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mudado — por dentro. Não tinha certeza de como Nathan estava lidando com as memórias. Tinha
certeza de que Nathan ainda tinha seu quinhão de noites sem dormir, mas ele tinha Shea para
ajudá-lo, para se apoiar quando o passado elevava sua cabeça feia. Mas Swanny ainda sofria
pesadelos. Flashbacks do cativeiro. Ainda acordava em um suor frio, temendo por um momento
que estava de volta naquele inferno. Acorrentado em uma caverna esperando o momento em que
chegariam até ele. Para esculpi-lo, vencê-lo e interrogá-lo.
Eles não foram capazes de quebrá-lo. Orgulhava-se disso. Ele e Nathan haviam resistido a
tudo o que os seus captores dispensaram e nunca quebraram. Porque no final, isso era tudo que
lhes restara. O orgulho e a determinação de não deixar que esses canalhas ganhassem.
Ele tinha uma boa vida agora. Não, nunca teria uma esposa ou filhos, e estava bem com
isso na maioria dos dias. De vez em quando, quando todos os Kellys ficavam juntos e ele era
cercado por tanto amor, as esposas e os filhos Kelly, era instigado com um forte anseio, mas há
muito tempo descobrira que não adiantava insistir naquilo que nunca seria.
A maioria das mulheres não conseguia sequer olhar para ele sem medo, nojo ou piedade.
Piedade era o pior. Ele preferia medo e ódio a pena. Apesar de que doía que uma mulher o
temesse apenas por causa de sua aparência. Ele cortaria o braço direito antes de ferir uma mulher.
Deixava-o doente só de pensar nisso. Tinha visto violência suficiente em sua vida para saber que
nunca faria parte dela contra uma mulher. Exceto quando se tratava de derrubar imbecis que
mereciam o que ia acontecer com eles.
Ele era um assassino e não tinha nenhum escrúpulo em fazer justiça onde era merecido.
Contanto que pudesse olhar para si mesmo no espelho todas as manhãs com a consciência limpa,
poderia continuar a fazer o trabalho exigido dele como um membro da KGI.
— Você está pronto? — Joe gritou, sacudindo Swanny de seus pensamentos.
— Sim. Tudo embalado. Você chamou Nathan e Sam?
Joe assentiu.
— Nathan está a caminho e Sam está chamando Garrett, Ethan e Van para nos encontrar
lá. Eu disse a ele que não havia necessidade de chamar Steele ou Rio. Esta é a nossa missão. Sin é
nosso amigo e não vou deixar ninguém liderar nesta missão.
— Concordo — disse Swanny. — Não sei em que tipo de problemas Eden está, mas se Sin
está preocupado, então deve ser sério.
Joe assentiu.
— Vamos pegar a estrada. Nathan pode nos levar, por isso não há necessidade e não temos
tempo para chamar um dos outros pilotos.
Swanny sorriu.
— Mais ou menos agradável, agora que temos uma pista de pouso no complexo. Aquela
viagem para o Condado de Henry era um pé no saco. Para não falar que faz um inferno de um
tempo de resposta mais rápido quando somos chamados para uma missão.
Joe pendurou uma das mochilas sobre o ombro e depois se inclinou para prender as
correias dos dois rifles nos ombros. Levaram os equipamentos para a caminhonete de Joe e
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cuidadosamente colocaram na cabine antes de correrem alguns quilômetros ao longo do lago para
o complexo.
Capítulo 5
Quando Joe e Swanny chegaram ao complexo, Nathan, Sam, Garrett e Ethan já estavam lá.
Swanny caminhou dentro da sala de guerra e colocou o equipamento no chão ao lado da porta.
Quando olhou para os outros, teve que reprimir um sorriso de diversão, provavelmente, teria o
seu traseiro chutado se notassem.
Sam e Garrett estavam segurando seus bebês. Bem, não tão novos. Tinham poucos meses
de idade agora, mas de acordo com Joe, ambos estavam no inferno da dentição e estavam dando
aos pais muitas noites sem dormir. Swanny só podia adivinhar que os pais estavam dando as suas
esposas um fôlego e transportaram as crianças para a reunião improvisada.
— Os diabinhos dos dentes mantiveram vocês acordados à noite? — Joe perguntou com
um sorriso que ele não disfarçava.
Sam e Garrett atiraram olhares descontentes e Garrett fez um rápido shhhh e acenou com
a mão livre para acalmar os outros.
— Acabei de fazê-la dormir, — Garrett sussurrou. — Ela não dormiu a maldita noite inteira!
Ethan riu, o que lhe rendeu outro olhar de Garrett.
— Bem-vindo à paternidade, — Ethan disse em um sussurro alto. — Fico feliz em dizer que
já passamos esse estágio com os gêmeos. Eles estão dormindo durante a noite completa agora.
Mason está quase treinado com o pinico! Nada mal para um bebê de quase dois anos.
A nota orgulhosa não passou despercebida pelos outros. Sam revirou os olhos e fez um
gesto rude com a mão livre.
— Se apenas suas esposas pudessem ver e ouvir todos os palavrões e gestos que vocês
estão fazendo, — Nathan falou devagar. — Sarah não ficaria feliz em ouvir o seu xingamento perto
de Kelsey.
— Foda-se, — Garrett disse em voz baixa.
Sam girou seu filho nas mãos e, em seguida, empurrou-o em direção a Ethan.
— Aqui. Já que você é tão apto nisso agora, você pode segurar Grant enquanto conduzo
esta reunião.
Ethan contente tomou a criança e imediatamente começou a arrulhar murmúrios ao bebê.
Joe, Nathan e Swanny trocaram girar de olhos desde que eram os únicos sem filhos.
Nathan e Shea não tinham pressa para adicionar à pilha crescente de crianças Kellys acumulando,
e Joe e Swanny não mostravam nenhum sinal de se estabelecer em breve.
Ainda assim, Swanny não pôde evitar o surto de inveja enquanto inspecionava a sala de
guerreiros corpulentos, todos fazendo idiotices de si mesmos sobre seus descendentes. Era difícil
imaginar esses homens como os últimos fodões quando estavam falando de dentição, bebês e
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treinamento de pinico. E ainda assim executavam uma operação apertada. Eles eram os melhores.
E empregavam o melhor.
Swanny não tinha falsa modéstia quando se tratava de suas habilidades e capacidades. Ele
era bom antes de vir para a KGI, mas a KGI o tornou melhor. Estava em sua melhor forma, ou pelo
menos estava chegando lá. Era uma mera concha de si mesmo quando retornou do Afeganistão
depois de meses de prisão, fome e tortura.
Mas com a ajuda de bons amigos, a família Kelly, a organização KGI como um todo, ele iria
colocar os pedaços juntos novamente. Pelo menos, os aspectos físicos. Não tinha certeza de que
ele seria o mesmo mentalmente. Ainda tinha pesadelos. Ou terrores noturnos, já que os sonhos
que ele tinha não eram provavelmente considerados pesadelos normais.
A maioria das pessoas não tinha pesadelos envolvendo ser retalhado com uma faca,
despojado de suas roupas e sendo mantido e tratado como um animal. Inferno, a maioria dos
animais era oferecida um tratamento melhor do que ele recebeu nas mãos de seus captores.
Um dia iria fazer as pazes com tudo isso. Ele esperava. E no final, isso era tudo que podia
fazer. Manter a esperança de que seu passado não governaria para sempre ou mancharia seu
futuro. Talvez convivesse com seus demônios para sempre. Mas pelo menos estava se tornando
mais hábil em sobreviver a eles.
Mas não queria sobreviver à vida. Queria vivê-la. Ele morreria antes mesmo de se tornar
uma vítima novamente. Nunca mais seria despojado de sua humanidade, sua própria alma.
Quando pensou muitas vezes durante o cativeiro o quanto quisera desistir, tinha desistido, isso o
envergonhava. Nathan foi mais forte do que Swanny, fato que ainda o incomodava depois de
tantos meses. Mas nunca mais. Nada e ninguém jamais iriam derrubá-lo novamente. Foi uma
promessa que fizera no momento em seu socorro tornara-se realidade e não apenas um sonho
aparentemente impossível.
A porta da sala de guerra abriu e Donovan caminhou sem pressa, com um sorriso no rosto.
Como o mais novo irmão a se casar, ele estava de bom humor perpétuo. Apesar de Eve, sua
esposa, não ter engravidado, ela tinha dois irmãos mais jovens que viviam com ela e Van. Travis
tinha dezesseis anos e estava matriculado no ensino médio local, enquanto Cammie, a preciosa
irmã de Eva, estava agora com cinco anos de idade e iria para o jardim de infância, no outono, com
Charlotte, filha mais velha de Sam.
Donovan levantou uma sobrancelha quando viu os bebês que Ethan e Garrett estavam
segurando.
— Dentição ainda?
— Seu dia está chegando, irmãozinho, — Sam avisou. — E não pense que você vai ter um
pingo de simpatia do resto de nós, quando você e Eva tiverem filhos.
Donovan sorriu.
— Estou esperando ansioso por esse dia. O tipo de merda sobre a qual vocês gemem e
reclamam, eu não posso esperar. Mas nós vamos esperar um pouco. Eve ainda é jovem e esteve
cuidando de seu irmão e irmã por um longo tempo. Não quero impor a ela essa responsabilidade
por um tempo. Nós dois queremos filhos. Muitos. Mas temos muito tempo e eu a quero, Cammie
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e Travis para mim por um tempo antes de aumentar família. Não quero que Cammie ou Travis
achem que eles vêm em segundo lugar a qualquer criança que Eve e eu tivermos, juntos.
Joe fez um som de impaciência.
— Não é que eu não ame toda a domesticidade que escorre das paredes, mas temos uma
missão para nos concentrar. Podemos seguir?
— Falou como um homem livre, — Ethan falou devagar.
Swanny também estava ficando impaciente. O telefonema de Sin ainda estava pesando
fortemente em sua mente, e como Joe, ele estava pronto para se mover sobre isso.
A porta se abriu novamente e Edge e Skylar entraram, parecendo focados e prontos.
— Ok, todo mundo está aqui, — disse Joe. — Vamos começar.
— Vão nos dizer o que está acontecendo, ou vocês vão apenas fugir com um jato e
decolar? — Sam perguntou secamente, sutilmente lembrando-os que, embora esta fosse uma
organização familiar, ele ainda estava no comando. Ou melhor, ele compartilhava o duplo
comando com Garrett e Donovan, mas na maior parte, Sam comandava o show, embora ele
incluísse seus irmãos em todo o processo decisório. Ethan estava entrando progressivamente, mas
ele tinha muito terreno para compensar, tendo apenas se juntado à KGI quando sua esposa,
Rachel, foi resgatada alguns anos antes.
Edge e Skylar moveram-se para a mesa de planejamento onde os outros estavam reunidos,
mas não antes de Skylar parar para arrulhar para Grant, que ainda estava nos braços de Ethan.
— Aqui, entregue o rapaz de volta para Sam, para que possamos começar a planejar, —
Ethan disse, entregando o bebê a Skylar. — Eu acho que é hora de uma mudança de fralda e eu
paguei minhas dívidas nesse departamento.
Houve olhares simultâneos de diversão, dos homens que tiveram filhos, e algo parecido
com horror dos homens que não tiveram.
Skylar não parecia nada incomodada com a perspectiva de uma fralda suja. Ela estendeu a
mão para pegá-lo de Ethan e balançou-o suavemente em seus braços antes de finalmente passar
de volta para Sam.
— Ele é adorável, Sam. E se parece muito com você! É estranho olhar para os seus filhos,
porque Charlotte é uma réplica exata de Sophie, e Grant se parece exatamente com você, —
Skylar meditou. — Vocês conseguiram uma completa miniatura!
— Pobre criança, — Nathan murmurou.
— Olá? Hora da missão? — Joe disse, exasperado.
Garrett moveu Kelsey cuidadosamente em seus braços como se ela fosse uma bomba
prestes a explodir. Ele ficou tenso e olhou para ela, a tensão evidente na testa. Swanny viu a
evidência de muitas noites sem dormir recentes no rosto do grande homem, o viu visivelmente
suspirar de alívio quando sua filha se contorceu uma vez e depois se acomodou para dormir,
aninhada nos braços do pai. Mas havia também muito amor e adoração nos olhos do grande
homem que Swanny teria que ser cego ou completamente alheio para não notar.
Aquela menina tinha trazido Garrett de joelhos, e continuaria a fazê-lo pelo resto de sua
vida. Uma coisa era certa, porém, e isso era verdade para todas as crianças Kelly. Não havia uma
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criança no mundo que estaria mais protegida e vigiada do que aqueles bebês. Swanny tinha pena
do pobre tolo que tentasse namorar as filhas Kelly. Ter encontros na varanda da frente vigiado por
um pai super protetor ranzinza? Swanny pagaria para ver isso.
— Então o que temos aqui? — Garrett perguntou em voz baixa. — Vocês não nos deram
muito para seguir.
Joe olhou para Nathan.
— Ryker Sinclair chamou. Disse que a irmã dele estava em apuros. Ele não quis entrar em
detalhes. Disse que alguém deu um tiro nela, mas não tenho ideia do que isso significa
exatamente.
Nathan franziu a testa.
— A irmã dele não é uma supermodelo, ou algo assim? Ele costumava nos mostrar fotos
dela. Ela foi escolhida como a mulher mais bonita do mundo por uma revista alguns anos atrás. Ele
mostrou para nós quando estávamos em nossa última missão.
— Sim, é ela, — Swanny forneceu.
Só a menção daquela capa de revista, cabelos loiros sedosos fluindo como se fossem em
uma brisa suave, os olhos brilhando e um sorriso megawatt, trouxe de volta a primeira vez que ele
viu a foto dela. Sentia-se como um idiota por ter quase uma reação idêntica apenas pela memória.
— Então, você conhece este Ryker Sinclair? — Perguntou Donovan.
Joe assentiu, assim como Nathan e Swanny.
— Nós servimos com ele, — explicou Nathan.
— Ele salvou meu traseiro, — Joe interrompeu. — Me empurrou para baixo e tomou a bala
destinada a mim. Eu devo a ele.
— Todos nós devemos a ele, então, — Sam disse simplesmente.
E assim era Sam. A seus olhos, a dívida de um de seus irmãos era uma dívida que toda a
família assumia. Estendendo-se ao resto da KGI também.
— Ele não entrou em muitos detalhes, — Joe continuou. — Mas parecia preocupado, e se
ele está preocupado, então devemos estar também. Seu pai serviu e o irmão mais velho é um
policial. Provavelmente contrataram uma empresa de segurança para proteger Eden, porque não
posso imaginar Big Eddie deixando a segurança de sua filha ao acaso. Assim, o fato de nos
chamarem me diz que isso é algo grande. Sin me disse que Eden se escondeu em um hotel e eles
estão voando imediatamente para chegar até ela. Ele disse que ia estar em contato assim que
soubesse onde precisávamos encontrá-los, mas pediu que fôssemos nessa direção.
Sam prendeu Joe com seu olhar.
— Você vai me informar o momento em que tiver mais informações, e se for algo que sua
equipe não pode lidar por conta própria, não seja teimoso. Chame-me para apoio, e eu posso ter a
equipe de Steele ou de Rio no ar dentro de algumas horas.
— Vocês estão dentro? — Joe perguntou, virando-se para olhar para Edge e Skylar.
— Claro que sim, — Skylar disse em um tom que sugeria que a pergunta de Joe a irritou. —
Nós somos parte desta equipe. Se você vai, estamos indo.
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Edge sorriu, a ação apagando as linhas duras do seu rosto e acendendo as sombras
taciturnas em seus olhos.
— Não poderia ter dito melhor do que Sky.
— Tudo bem, então, voem e gritem quando aterrissarem e conseguirem um melhor
controle sobre a situação, — disse Donovan.
— Vou avisar Steele e tê-lo em modo de espera, — Garrett disse em voz baixa, embora
ainda estivesse olhando para a filha como se tivesse medo de qualquer barulho fosse acordá-la.
Ele fez uma careta, obviamente vendo algo que não gostou.
Então, um gemido soou e um olhar de pânico entrou nos olhos de Garrett. Ele soltou um
suspiro cansado. Swanny quase podia convocar simpatia, mas como se sentir triste por um cara
que tinha o mundo a seus pés? Uma mulher linda, amorosa. Uma filha recém-nascida. A promessa
de futuros filhos. Um futuro que ele não enfrentaria sozinho. Não, Swanny não sentia pena dele.
Percebeu que o vacilo interno era... Inveja. Era assim que Donovan tinha se sentido antes de Eve
entrar em sua vida, quando seus irmãos foram caindo um a um? Forjando seu próprio caminho
separado. Ainda firmemente arraigados na dobra da família Kelly mas abrindo seu caminho por
conta própria também. Ramificando-se, apesar de todos os caminhos levarem de volta para o
mesmo lugar. Lar. Lago Kentucky.
— Merda. Eu deveria voltar para casa. Ela provavelmente vai precisar de cuidados. Eu
estava esperando dar mais tempo de cochilo a Sarah, — Garrett disse com uma careta.
Sem esperar por uma resposta, Garrett apenas correu para a saída, o riso em seu rastro.
Ele só fez uma pausa para levantar a mão direita e estender o dedo médio antes de desaparecer
da sala de guerra.
— Estou falando sério, — Sam disse em um tom austero, voltando a atenção de todos para
ele. — Se isso for algo que vocês achem que precisam de apoio, me chame imediatamente.
Garrett e eu estamos fora de ação por curto prazo, mas Van e Ethan, bem como as outras duas
equipes podem partir para ajuda-los. Vou colocá-los em alerta para o caso de precisar deles.
— Conseguiremos irmão, — Nathan disse secamente. — Somos meninos grandes agora. É
hora de desapegar e soltar-nos no mundo.
— Babaca, — Sam murmurou. — É o meu trabalho me preocupar com todos vocês. Sou o
mais velho, de modo que cai na descrição do meu trabalho.
— Contanto que você não pretenda ser o cérebro desta operação, — Donovan falou
devagar. — Esse é o meu título. Super gênio, lembra-se?
Os outros reviraram os olhos, mas, em seguida, Joe pegou sua mochila e fez um gesto para
os outros.
— Vamos pegar a estrada. Estamos perdendo tempo. Sam, o jato está abastecido e
pronto? — Perguntou Joe.
Sam assentiu.
Joe deu um tapa no ombro de Nathan.
— Tudo bem, irmãozinho. Você pilotará o jato.
— Com permissão desta vez, — Sam disse secamente.
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— Vocês nunca vão me deixar esquecer aquela vez que roubei o jato da empresa, não é? —
Nathan perguntou, exasperado.
— Foi uma causa justa, — Swanny disse sabiamente.
Nathan tinha pilotado um jato KGI e saiu de casa como um morcego fora do inferno, mas
ele voltou com Shea. Com um novo sopro de vida. Swanny podia ver a diferença de Nathan. Ele
percorreu um longo caminho desde o homem que foi resgatado do mesmo inferno que Swanny
sofreu. Swanny não tinha dúvida de que Nathan ainda lidava com seu passado, mas havia uma paz
sobre ele que era evidente. Ele era... Feliz. Contente. Não era isso que todos queriam no final?
Donovan sorriu.
— Verdade, mas isso não significa que não vamos incomodá-lo sobre isso sempre que
tivermos a chance.
— Canalhas, — Nathan resmungou.
Skylar e Edge pegaram as mochilas e se dirigiam para a porta. Swanny abaixou-se para
recuperar sua mochila enquanto Nathan e Joe invadiam o arsenal KGI em uma sala ao lado da área
de treinamento principal.
Caminharam rapidamente na direção do hangar. Era uma boa distância da sala de guerra,
mas no momento em que empurravam todos os equipamentos em vários SUVs e dirigiam até o
aeroporto, eles já estariam lá apenas arrastando-se.
Apesar de pequena, Skylar mantinha o passo com os homens muito mais altos e sequer
parecia sem fôlego. Ela se mantinha em forma impecável. Uma coisa Swanny notou desde o
primeiro dia da sua adesão à nova equipe era que ela não guardava mágoas, nem parecia que
tinha algo a provar só porque era uma mulher em uma organização predominantemente do sexo
masculino. Ela era afiada como uma tachinha, inteligente e confiante. E as poucas vezes que
Swanny realmente não olhou para ela como um companheiro, como apenas uma parte de um
todo, ela era bonita de uma forma efervescente. Mas confiante. É. Essa era uma qualidade
atraente em uma mulher. Talvez alguns homens não concordassem, ou talvez se sentissem
ameaçados por uma mulher plenamente capaz de cuidar de si mesma, não só dos outros ao seu
redor, mas Swanny achava que não havia mulher mais bonita do que aquela que conhecia sua
mente e desafiava o mundo para lidar com ela.
Talvez não ser a única mulher na KGI tenha ajudado a esse respeito, embora Swanny
reconhecesse que, provavelmente, tinha pouco a ver com isso. Sky era ela própria. Ela não teria
precisado que PJ limpasse o terreno para ela. Ela poderia muito revolucionar e chutar traseiros por
conta própria. Ela e PJ, aliás.
PJ Rutherford... Porra, Coletrane agora. Ele tinha que se corrigir todas às vezes. Ela e Cole
se casaram, mas agora era difícil começar a pensar nela como PJ Coletrane. De qualquer forma, PJ
era uma guerreira impressionante que poderia facilmente derrubar um homem ou homens do
dobro do tamanho dela. Skylar não era menos durona e nenhum dos rapazes a tratava como...
Bem, uma menina.
Como PJ, ela era um dos caras. Como ele já pensou, as duas mulheres eram mais do que
capazes de cuidar de si mesmas, e mais importante, perfeitamente capazes de apoiar seus
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companheiros, homens. Swanny não tinha nenhum receio em ter o apoio de Skylar ou PJ. Confiava
em Sky com a sua vida assim como ela confiava nele com a dela.
Era a maneira que funcionava na KGI. A química tinha que ser perfeita dentro de cada
equipe para que executassem e funcionassem como uma máquina bem oleada. Suas vidas, e as
dos outros dependiam desse fato.
Enquanto embarcavam, Swanny estava contemplando Eden. A imagem dela nadava em sua
mente. Incrivelmente bela e de doce índole, e tinha um coração de ouro. Ele usou o telefone para
estudar as atividades recentes dela, curioso sobre a mulher que o irmão costumava falar muito. E
onde ela estava agora em sua carreira. Se ela era uma das mulheres mais bonitas do mundo alguns
anos atrás, e agora? Ela teria mudado?
Mas enquanto olhava para fotos recentes, cortesia do Google, percebeu que ela estava
incrivelmente mais bela do que nunca. Adorável. A palavra o divertiu. Não conseguia se lembrar
de um tempo em que a palavra alguma vez fez parte de seu vocabulário, e com maldita certeza
nunca a usou em discurso atual. E ainda assim não conseguia pensar em uma palavra mais
apropriada. Bonita. Linda. Aquelas eram comuns. Lançadas ao redor com entusiasmo. Mas
adorável? De alguma forma, parecia mais elegante e atemporal. Como ela. Seu tipo de beleza
nunca saiu de moda. Ela era bonita em qualquer período de tempo.
Folheou outras fotos dela: poses profissionais, publicitárias e algumas que pareciam que
tivesse sido pega em um momento de descuido. Aquelas foram as que ele estudou mais próximo,
à procura de pistas, a introspecção em seu personagem. O que estava por trás da maquiagem,
glamour e brilho. Não que fizesse qualquer diferença se ela fosse uma camaleoa, seu sorriso
forçado e seu bom coração só fosse visível em público. Ele faria o trabalho, porque era isso que
era pago para fazer. Se gostava ou aprovava um cliente em potencial não significava nada, se sua
equipe pegasse a missão.
Ele não conseguia se decidir sobre ela. Mas então como poderia, sem tê-la conhecido e
formado uma impressão? Ele era bom em primeiras impressões e instintos. Eles raramente
falhavam com ele.
Passou por vários artigos, alguns sites de notícias legítimas, outros nada mais do que trapos
de fofocas online. Mas todos tinham uma coisa em comum. Ela parecia ser a perfeição absoluta.
Doava para a caridade, ajudava a levantar fundos para organizações de caridade. Visitava crianças
doentes em hospitais e doava seu tempo para várias boas causas.
Era uma coisa rara na verdade, que não houvesse, pelo menos, especulação ou mesmo
merda inventada e publicada para promover e vender mentiras. Sua leitura superficial não trouxe
uma única coisa negativa sobre ela. Nenhuma gravidez secreta, uso de drogas, ex-namorados
loucos e aliás, nenhum interesse amoroso. Ele franziu o cenho. Uma mulher tão bonita, ou melhor,
linda, não teria escassez de homens tentando entrar em sua calça. Ele estava começando a se
perguntar se a mulher era uma maldita santa. Quase bufou com o pensamento. Não havia
ninguém tão perfeito assim. Todo mundo tinha suas falhas. Ele se perguntou quais eram as dela.
Ele se perguntou se tudo que estava lendo era sobre uma pessoa pública extremamente de
boa aparência e rígida e se ela era realmente assim por trás de tudo. Ryker o fez acreditar que
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Eden era tudo o que a notícia relatava e mais, mas ele não era exatamente um partido imparcial.
Mas ele nunca tinha ouvido Ryker pronunciar uma única palavra ruim sobre ela. Ele resmungou
sobre Raid, seu irmão mais velho, e até mesmo sobre seu pai, chamando-o de um velhote
metódico que ainda gostava de latir ordens como um sargento.
Ele sabia que Ryker havia perdido a mãe quando era jovem e isso afetou profundamente
todos eles, mas seu pai ficou muito mal. Por todas as contas, Eden era uma réplica da mãe. Ryker
disse que seu pai se gabava quando estavam crescendo que ela também poderia ter sido modelo,
mas não queria os holofotes. Seu lugar favorito no mundo era estar em casa cuidando dos filhos e
passando o tempo com a família.
Ela tinha sido esposa de um militar, e as esposas de militares era uma raça muito especial
de mulher. Eram muitas vezes os heróis desconhecidos quando se tratava de servir ao seu país.
Mas elas faziam sacrifícios acima e além do que a maioria das mulheres experimentara em sua
vida.
Quando seus maridos estavam fora em uma missão, elas estavam em casa por si só,
criando os filhos, mantendo a família intacta e apoiando seus maridos. Era necessário ser uma
mulher especial para ceder desinteressadamente o marido para a proteção de outros. Pessoas que
essas mulheres nunca encontraram. Pessoas que nunca seriam capazes de expressar sua gratidão
aos soldados, e muito menos a suas esposas.
Swanny tinha respeito infinito por esposas militares assim como tinha profundo respeito
pelas esposas Kelly e esposas dos líderes das equipes. Para todos os efeitos práticos, os maridos
ainda eram militares, mesmo que não mais alistados.
Mas a KGI poderia ser chamada para uma missão tão rapidamente como tinha sido hoje, e
eles largavam tudo para assumir a missão de proteger ou resgatar outros e as mulheres ficavam
para trás, nunca sabendo se seus maridos voltariam. No entanto, elas entraram no ritmo e ficavam
fortes. Resilientes.
Olhou novamente para o telefone, onde uma foto particularmente impressionante de Eden
estava olhando para ele. Não era uma foto glamorosa. Ela estava rindo para a câmera, de joelhos,
com os braços envolvidos em torno de um enorme mastiff. Seus olhos brilhavam de felicidade; seu
sorriso era grande e natural, mostrando, dentes ultra brancos perfeitamente retos.
Quando Joe se sentou no assento ao lado dele, ele rapidamente fechou a página do
navegador onde estava olhando para a foto de Eden.
Estava praticamente sonhando acordado com uma mulher que nunca sequer encontrou,
que era tão linda e tão fora de seu alcance, que não era sequer engraçado. Ela não iria vê-lo.
Poucas pessoas já o fizeram. Ele era um homem quieto e geralmente introspectivo. Deixava que os
outros em sua equipe falassem. Certificar que a missão corresse sem problemas era o seu
trabalho. Bem como de seus companheiros de equipe. Fazer o seu trabalho não exigia que ele
fosse falador e ele gostava muito bem dessa forma.
E se as pessoas o viam... Bem, as reações eram típicas. Horror. Repulsa. Medo. E piedade.
Ele balançou a cabeça, sabendo que Eden não seria diferente de todo mundo, mesmo que ela
tivesse um coração do tamanho do Texas.
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Ela estava cercada por gente bonita. Pessoas ricas. Pessoas que eram polidas e refinadas.
Estava a par da última moda e fofocas de Hollywood, com toda a probabilidade. E, no entanto...
Sua família, sua família imediata eram ex-militares e um policial. Eles a mantinham fundamentada
na realidade? A imagem de uma beleza delicada entre os três homens que experimentavam o pior
da humanidade, tinham sangue nas mãos e honra em seus corações, era incongruente. Uma rosa
entre espinhos. Jesus. Agora, ele estava ficando poético.
Sua carreira levou-a a lugares que eram milhas acima dos lugares que ele estivera. Tomar
vinho em Paris em um coquetel pomposo era um mundo longe de estar agachado no relógio à
espera de uma janela de cinco segundos de tempo para fazer um tiro mortal depois de passar três
dias seguidos sem dormir, porque se perdesse o foco, mesmo por um décimo de segundo, poderia
perder a sua oportunidade.
Não, Eden não olharia para ele. E se olhasse, certamente não olharia duas vezes. Mas isso
não significava que ele não podia olhar profundamente para ela. De alguma forma, imaginou que
apenas estar em sua presença seria como estar sob os raios quentes do sol. Ele a encontraria em
breve.
Ele poderia sonhar. Não há nenhuma lei contra isso. Mas era pragmático o suficiente para
saber que para caras como ele, os sonhos eram um exercício de futilidade e levavam
inevitavelmente à decepção.
Capítulo 6
Eden arrastou uma mão cansada pelo cabelo, se perguntando se estaria careca antes que
tudo isso acabasse. Explicou pacientemente, pela terceira vez, os eventos que aconteceram
quando ela, David e Micah saíram do edifício após sua sessão de fotos.
Micah e David tinham dado as suas próprias declarações, idênticas as dela.
— Eu simplesmente não sei mais nada, detetive Gibbs, — disse cansada. — Tudo
aconteceu muito rápido. O vidro quebrou atrás de nós e fui empurrada para o chão. Foi tudo um
borrão gigante. Eu estava com medo. E, em seguida, o carro rugiu alto e eles me empurraram para
dentro e nos dirigimos para cá, para o hotel.
O detetive trocou um olhar frustrado com seu parceiro, ambos com blocos de anotações
nas mãos para anotar o que provavelmente pensavam ser informações perfeitamente inúteis.
— Me desculpe, não posso ser de mais ajuda, — Eden acrescentou, desconfortável com o
silêncio repentino. — Você pendeu alguém?
E, em seguida, outro pensamento lhe ocorreu, envergonhando-a porque ela não tinha
considerado até agora.
Ela prendeu a respiração e olhou com urgência para os dois detetives.
— Alguém se machucou? Alguém foi baleado?
Gibbs balançou a cabeça.
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— Houve alguns ferimentos leves do vidro voando. Um tornozelo torcido de tropeçar
enquanto alguém saia correndo da cena. Mas ninguém foi baleado.
— Graças a Deus, — Eden suspirou.
Uma batida urgente soou na porta seguida de um grito característico.
— Eden! É papai.
Alívio percorreu suas veias e ela girou do sofá apenas para ser contida por Micah.
— David vai responder. Você fica parada.
Eden ruminou com a frustração enquanto David ia até a porta. Assim que seu pai e irmãos
entraram, ela empurrou Micah longe e voou pela sala para os braços de seu pai.
— Eden, graças a Deus você está bem, — o pai sussurrou em seu ouvido.
— Obrigada por ter vindo tão depressa — disse ela com fervor. — Estou tão feliz que vocês
estão aqui.
Ela passou então a Raid, que engoliu-a em um abraço de urso, e depois para Ryker, que a
segurou tão firmemente quanto os outros.
— Você nos assustou, querida, — Raid disse quando Ryker finalmente a soltou.
Eddie olhou além de Eden, para os dois detetives e fez uma careta.
— O que está acontecendo aqui?
Eden tomou sua mão e arrastou-o para os detetives a espera.
— Papai, este é o detetive Gibbs e seu parceiro, o detetive Barnes. Eles estão me
questionando sobre o tiroteio.
— Você fez uma prisão? O que aconteceu hoje? — Eddie latiu.
— Ainda estamos na fase preliminar da investigação, senhor — disse Gibbs em uma voz
firme. — Estamos entrevistando testemunhas oculares, tentando juntar as peças.
— Você sabe alguma coisa neste momento? — Perguntou Raid.
— Você é policial? — Perguntou Barnes.
Raid assentiu.
— Tudo o que sabemos é que os tiros foram disparados em uma trajetória de queda, e não
do nível da rua. Retiramos uma das balas do concreto e o ângulo coloca no nível de oito a nove
andares, por isso estamos verificando o hotel em frente e fazendo uma varredura dos andares 5
ao 11. Até agora nada apareceu, mas estamos revendo os registros de hotéis de todas as pessoas
que ficam nesses andares, — Barnes forneceu.
— Atirador? — Perguntou Ryker.
— Parece ser, — Gibbs disse severamente. — Não há evidência de que apenas quatro tiros
foram disparados, mas não podemos ter certeza. Fizemos uma busca completa de todos os
quartos que davam para a rua e não foi encontrado nenhum estojo, por isso é provável que o
atirador se limpou depois. Estamos procurando por digitais, mas a não ser que tenhamos sorte,
isso provavelmente vai demorar algum tempo.
— Você terminou com a minha filha? — Eddie perguntou. — Ela parece exausta. Vocês a
questionaram durante toda a maldita tarde?
Cor preencheu as bochechas de Barnes.
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— É o procedimento, senhor.
— Eu estou bem, papai — disse Eden, em voz baixa.
— Não, você não está, — Raid negou.
— Eles estão aqui há várias horas, — disse Micah. — Eu diria que eles terminaram.
Gibbs suspirou.
— Temos tudo o que podemos conseguir por enquanto.
— Ela está livre para partir? — Perguntou Eddie.
Barnes levantou uma sobrancelha.
— Está com pressa?
Eddie lançou-lhe um olhar que murcharia a maioria dos homens. Era um olhar que Eden
não costuma receber, mas certamente a intimidava. Gibbs e Barnes não foram imunes. Barnes se
deslocou inquieto antes de deixar cair seu olhar.
— Tenho outra sessão de fotos, — Eden disse calmamente. — Depois de amanhã. Terei
que viajar amanhã. É importante. A maior da minha carreira.
O pai e os irmãos trocaram olhares inquietos, mas se mantiveram em silêncio.
— Deixem-me seus números de contato no caso de termos mais perguntas — disse Gibbs.
— Nós vamos notificá-los se fizermos uma prisão, é claro.
Eden forneceu o seu número de celular, assim como Micah e David. Em seguida, os
detetives se despediram com a promessa de mantê-los atualizados sobre o progresso.
Quando a porta se fechou atrás deles, Eden afundou no sofá e fechou os olhos. Raid e seu
pai imediatamente sentaram-se em ambos os lados dela, e seu pai puxou-a em seus braços
novamente. Ele tremia contra ela e ela percebeu o quão aterrorizado ele estava. Os outros dois
também.
Ela realmente não tinha percebido o quanto esteve perto da morte até depois, quando os
detetives chegaram. Ela tremeu por toda a primeira hora do interrogatório.
— Estou tão feliz que vocês vieram, — disse Eden. — Estava com tanto medo, mas vocês
estão aqui agora e eu estou bem.
Seu pai se afastou e enquadrou os ombros dela em suas grandes mãos.
— Eu chamei algumas pessoas, baby.
A testa dela franziu.
— Que pessoas e por quê?
— Eles são os melhores, ou assim Ryker me informou. Estou trazendo-os para cuidar da sua
proteção para o próximo ensaio fotográfico.
A boca dela abriu.
— Mas e quanto a David e Micah? É para isso que eles estão aqui. E eles o fizeram. Eles me
tiraram e salvaram. Por que precisamos de mais?
As feições de seu pai eram implacáveis.
— Você quase morreu hoje, Eden. Não haverá argumentos. Eu os quero em torno de você
em todos os momentos. David e Micah podem fazer uma pausa bem merecida.
— Mas, papai...
Maya Banks
KGI 09
** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **
33
— Ele está certo, Eden, — Raid entrou na conversa.
Eden olhou para Ryker, seus olhos implorando, mas ele parecia tão resolvido como Raid e
seu pai.
— Eles são os melhores no que fazem, — Ryker disse, a mandíbula apertada. — Não há
nenhuma maneira no inferno de você ir a esse ensaio sem eles. Eu sei que é importante para você,
caso contrário, teríamos você em casa e sob constante vigilância e foda-se a sua carreira.
Calor tomou conta de seu rosto e a raiva aumentou. Eles estavam agrupando-se em cima
dela. Tomando decisões por ela. Ela era uma mulher adulta e certamente tinha o direito de fazer
suas próprias escolhas.
— Eles estão certos, Eden, — disse Micah.
Ela gemeu.
— Deus, não você também.
— Você quase morreu hoje, — disse David. — Se essas pessoas que o seu pai está trazendo
são os melhores, então é disso que você precisa. Ninguém quer você morta.
— Vocês estão todos fazendo um belo exagero aqui, — ela apontou. — Aparentemente
esta é uma bala perdida e aconteceu de eu estar no lugar errado na hora errada. Qualquer um
daqueles pedestres poderia ter sido morto. Não só eu.
Ela viu um brilho nos olhos de seu pai, mas ele foi embora com a mesma rapidez,
determinação apertando suas feições.
— Não estou disposto a correr riscos com a sua segurança, — disse ele. — Me tranquilize,
Eden. Porque estou tão perto de transportar você para casa e dizer ao seu agente para cancelar a
coisa toda.
No final, não era as ameaças que a balançavam. Quando ela olhou para o pai e os irmãos,
viu medo gritante em seus olhos. E preocupação. Ela sabia que não iriam ser influenciados e se
recusasse a segurança adicional, não tinha dúvida de que seu pai cumpriria sua ameaça de levá-la
para casa e mantê-la sob sete chaves durante o tempo que demorasse.
Ela suspirou, massageando a testa com os dedos, a fadiga se estabelecendo em seus ossos.
— Você está cansada, querida, — Raid disse. — Vai tentar deitar e descansar um pouco até
os Kellys aparecerem? Eles estão a caminho agora e precisamos fazer planos desde que você vai
embora amanhã à noite para Paris.
David estendeu o frasco do medicamento que o médico do hotel prescrevera quando ele
passou por aqui para examinar Eden horas antes.
— Pegue-o. Você precisa descansar, — disse ele sem rodeios.
A sala estava nadando em testosterona já. Ela estremeceu ao pensar o quão ruim isso seria
quando quem seu pai havia contratado aparecesse.
Micah enfiou uma garrafa de água na mão dela e, em seguida, Raid a levou a ficar de pé e
em direção à área do quarto da suíte.
— Eu odeio quando os homens da minha vida me controlam, — ela murmurou uma vez
que Raid fechou a porta atrás deles.
Raid puxou-a em seus braços e a abraçou ferozmente.
Maya Banks
KGI 09
** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **
34
— Estamos com medo querida. Alegre-nos, por favor? Você não tem ideia do que aquela
chamada fez com o pai. Isso fará com que ele se sinta melhor sabendo que você tem o melhor
apoio.
— Você totalmente fez isso de propósito, — ela acusou.
Raid se afastou, um olhar inocente no rosto.
— Fiz o quê?
— Você sabe muito bem o quê, — ela disse com desgosto. — Você está usando o pai
contra mim.
— Está funcionando?
— Sim. Caramba.
Ele sorriu e beijou sua testa.
— Tome o seu medicamento e durma um pouco, ok?
— Seja como for, irmão mais velho. Mas vai ter troco.
— Isso vai fazer Ryker e eu nos sentirmos muito melhor também, — disse ele, com uma
expressão séria crescendo mais uma vez.
Ela suspirou.
— Concordei, então demita o sentimento de culpa.
— Nós nos preocupamos com você querida. Nós te amamos e não queremos que nada
aconteça com você.
— Eu amo vocês também, — ela devolveu — Agora xô para que eu possa me derrubar
nessa cama. Estou prestes a cair.
— Não até eu ver você tomar a pílula, — disse ele incisivamente.
Para enfatizar seu ponto, ele cruzou os braços e olhou com expectativa para ela.
— Vocês são todos um bando de tiranos, — ela murmurou. Mas ela fez o que ele pediu e
engoliu a pílula amarga, degustando com uma careta. — Pronto. Feliz?
— Sim, — disse ele, inclinando-se para beijá-la na testa.
— Acorde-me quando quem quer que seja chegue aqui, ok?
Ele acenou com a cabeça.
— Prometa-me, — ela apertou. — Eu, pelo menos, gostaria de estar presente quando o
meu futuro for decidido.
Ele revirou os olhos.
— Prometo. Agora coloque o seu traseiro na cama.
Ela não precisou de muito incentivo. Sequer puxou as cobertas. Posicionou o rosto na cama
e enterrou a cabeça no travesseiro suntuoso com um suspiro.
Ao longe, ouviu a porta se fechar atrás dela e fechou os olhos, cansaço tomando conta.
Capítulo 7
Maya Banks
KGI 09
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35
Joe estacionou o SUV na entrada de trás do hotel e chamou Ryker para vir abrir a porta
para que não caminhassem pelo saguão com o arsenal de armas. Segundos depois, Ryker abriu a
porta e fez sinal para saírem do veículo.
Correram para dentro, Ryker rapidamente sacudindo as mãos de Joe, Nathan e Swanny.
— Obrigado por terem vindo tão depressa, — Ryker disse enquanto subiam as escadas.
— Não tem problema, — Joe retornou.
— Eden está descansando, o que é bom, — Ryker disse enquanto caminhavam para fora da
escada e para o corredor. — Papai está determinado que ela não saiba o que está acontecendo,
ou pelo menos não tudo. Não estou dizendo que concordo, mas estamos fazendo do jeito dele. Ele
vai lhes dar a informação que vocês precisam para que possamos agir em conformidade.
Parou em frente à porta do quarto e inseriu o cartão-chave. Empurrou-a e apontou o
interior para os outros.
O olhar de Swanny varreu o interior, observando um homem mais velho que ele assumiu
fosse Eddie Sinclair e um homem mais novo, que devia ser o irmão mais velho de Ryker, Raid.
Eddie se encontrou com eles no meio do caminho, a mão estendida para agitar a deles
enquanto as apresentações eram realizadas.
Uma vez que todos estavam sentados, Eddie inclinou-se em sua cadeira e manteve a voz
baixa. Ele olhou em direção a uma porta fechada onde Swanny assumiu que Eden estava
dormindo.
— Tanto quanto sabe Eden, o tiroteio foi aleatório, — disse Eddie em voz baixa. — Mas eu
sei que foi de forma diferente. Pouco antes de o tiroteio ocorrer, recebi uma ameaça. É uma
história longa e complicada. É... Vingança.
A sobrancelha de Swanny levantou-se e Joe franziu o cenho.
— Importa-se de explicar? Você sabe a origem da ameaça?
Eddie passou a mão pelos cabelos, os olhos escuros com preocupação.
— Anos atrás, quando eu estava em um grupo de operações secretas, tínhamos uma
missão que foi totalmente confusa. Nós deveríamos eliminar Raul Sanchez, um grande jogador no
tráfico de drogas e de armas, tráfico de pessoas como um concorrente secundário forte. Ele tinha
as mãos em quase tudo. Finalmente conseguimos a nossa oportunidade. Aniversário da filha dele.
Ele parou e ficou em silêncio por um momento, a emoção latente em seus olhos.
— A esposa e a filha foram pegas no fogo cruzado. Sanchez e o filho fugiram.
— Maldição, — Nathan murmurou.
— Não terminou aí, — Eddie disse cansado. — Anos depois, Sanchez veio atrás de mim
onde eu era mais vulnerável. Minha esposa.
Ele engasgou e teve que se recompor visivelmente antes de continuar.
— Ele matou minha esposa.
— Jesus, — Swanny murmurou.
— Eu fui atrás dele, — Eddie disse em voz sombria. — Eu não podia deixá-lo fugir com isso.
Não quando eu soube. Então o segui, chamei alguém para ajudar e o eliminamos. E agora...
A Bela e a Fera
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A Bela e a Fera

  • 1. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 1 Maya Banks Quando o Sol Brilha KGI 9 O Grupo Internacional de Kelly (KGI): Um negócio super-elite e super secreto, de administração familiar. Qualificações: alta inteligência, corpo duro e resistente, experiência militar. Missão: Recuperação de vítimas de sequestro. Coleta de informações. Lidar com trabalhos que o governo dos EUA não consegue... Eden é considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo. Seu rosto já estampou inúmeras revistas e seu corpo já vendeu milhões de dólares em roupas. Mas sua fama e beleza ganharam mais do que jamais imaginou. O mal está perseguindo-a, determinado a extinguir a beleza etérea para sempre. Swanson ou "Swanny", como seus companheiros de equipe o chamam, está sempre pronto para a próxima missão. Ele voltou do Afeganistão ferido e com cicatrizes. Dificilmente o tipo de homem que combinaria com o mesmo ambiente que Eden. E mesmo assim há algo sobre a beleza calma que mexe com o seu sangue e o faz sonhar com o impossível. Porque a Bela amar a Fera só acontecia em contos de fadas e a KGI não lidava com contos de fadas. Nunca.
  • 2. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 2 Traduzido e Revisado do Inglês Envio do arquivo e Formatação: Δίκη Revisão Inicial: Kimie – Capítulo 01 ao Capítulo 19 Val – Do capítulo 20 ao Epílogo Revisão Final: Val – Capítulo 01 ao Capítulo 19 Kimie – Do capítulo 20 ao Epílogo Capa: Élica Talionis Em memória de Pat Pattarozzi. Ela era a verdadeira — Mama Kelly — e sua ausência será sentida por muitas pessoas. Espero que você aproveite suas asas de anjo, enquanto carinhosamente cuida de sua família do céu. Comentário das Revisoras: Comentário Kimie: A estória do Swanny - Swanson - cheio de cicatrizes depois do cativeiro no Afeganistão, - se apaixona por Eden, a nova Missão da KGI. Ela quase foi atingida por um tiro disparado e após uma ameaça anônima, o pai de Eden decide contratar a KGI para protegê-la. Ela logo se apaixona por Swanny mas ele se mostra relutante em aceitar que a "Bela" esteja interessada nele. Estória mais "leve" comparada com as outras da série KGI, com a rápida passagem dos irmãos Kelly e seus bebês. Tem também a presença de Hancock no desenrolar da estória e algumas surpresas, mas nada que Swanny não possa resolver... Comentário Val: Após a tragédia que ocasionou tantas cicatrizes em seu rosto, corpo e alma, Swanny não se sente digno de nenhuma mulher. Ele acredita que nunca será amado por que suas cicatrizes amedrontam e despertam pena nas mulheres que se aproximam dele. E apesar de considerá-las feias e amedrontadoras, ele tem a intenção de nunca retirá-las por que são a lembrança do quanto ele foi vulnerável um dia, de como foi uma vítima, e essas cicatrizes cimentam sua determinação de nunca ser vítima novamente. Então, ele se conforma em não tem um amor, não formar uma família. Até conhecer Eden. Ela gira o seu mundo de cabeça para baixo, por que é uma modelo internacionalmente conhecida, considerada uma das mulheres mais lindas do mundo. E Swanny a deseja profundamente, não consegue parar de pensar nela e se sente um idiota por isso, por que tem certeza que ela desprezará seus sentimentos. Mas Eden é uma mulher que valoriza muito mais que as aparências e desde o primeiro momento se encanta com Swanny,
  • 3. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 3 com seu jeito cuidadoso, com seu corpo forte que tanto a atrai e depois com sua determinação em mantê-la a salvo a qualquer preço. Eu adorei a maneira como ela se aproxima dele, como derruba suas defesas e principalmente, como o convence que ele é um homem que vale a pena! Que ele é desejável, atraente e lindo para ela. Que é uma pessoa que desperta o desejo, atração e amor, independente de sua aparência. Ela é corajosa, vai atrás daquilo que deseja e deixa Swanny desnorteado. Ele se sente tão surpreso e por fim tão grato por ela querê-lo e demonstrar descaradamente esse sentimento que cai completamente apaixonado. O livro foi bem leve em comparação aos anteriores devido ao fato de se passar no mundo da moda e beleza. Ele focou em sentimentos, em desejos e anseios que os protagonistas possuíam e que pensavam não se realizariam, Swanny, por sua suposta feiura que o incapacitava a encontrar um amor que o aceitasse do jeito que se tornou, e Eden por sua beleza que a impossibilitava atrair pessoas que a amariam por si mesma. A ação foi breve, deixando muito espaço para a sedução que começa nas primeiras páginas. Achei o trecho abaixo muito bonito e o coloco aqui, para exemplificar o quanto os sentimentos de Eden são fortes. “Para ela, ele era único. Ele podia ter dúvidas quanto às razões pelas quais ela o queria, mas ela não tinha absolutamente nenhuma e se fosse a última coisa que fizesse, iria fazê-lo ver a si mesmo do jeito que ela o via. Forte. Afetuoso. Leal. Terno. Tão amoroso e humilde. O homem por trás das cicatrizes. Um sobrevivente." Capítulo 1 Big Eddie Sinclair estava sentado atrás da mesa de madeira envelhecida em sua casa grande e vazia, — uma casa que já foi cheia de amor e riso — as retorcidas mãos calejadas trêmulas. O suor escorria na testa e corria em regatos finos para baixo das têmporas, traçando uma linha sobre a pele sulcada, envelhecida e castigada pelo tempo. Suas mãos tremiam tanto que os papéis que estava segurando caíram, espalhando sobre a mesa, alguns deslizando no chão. Olhou para cima, seu olhar inconscientemente buscando o revestimento sobre a lareira que sua esposa insistia em ter instalada no espaço de trabalho. Ela queria que ele nunca sentisse frio. A ideia de que a mulher gentil de Big Eddie Sinclair estava preocupada que ele fosse ficar com frio o faria rir fora do quartel. Seus amigos fodões nunca parariam de incomodá-lo por causa disso. Eddie era um homem superior. Um assassino. Treinado pelo melhor. E, por sua vez, ele havia treinado os melhores. Mas agora se sentia tão indefeso como um bebê recém-nascido. Medo, uma emoção que até o dia em que seu primeiro filho nasceu tinha sido completamente estranha para ele, agarrou-o pelas bolas, congelando suas entranhas. Esfregou o peito, em um esforço para aliviar o desconforto e fechou os olhos, tentando livrar-se das imagens que a ameaça invocara.
  • 4. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 4 Ele viveu a vida sabendo que era invencível. Ele não foi egoísta. Homens que serviam com os homens a quem ele servia não achavam que eles eram bons. Eles sabiam que eram bons. E nenhuma dessas capacidades foi capaz de salvar sua preciosa esposa. Fechou os olhos com mais força contra a picada de lágrimas o traindo. Mesmo anos mais tarde, o pensamento do amor de sua vida tinha o poder de deixá-lo de joelhos. Uma vida inteira de arrependimento armazenada nos anos desde que ela morreu, deixando-o com três filhos para amar, proteger e criar por conta própria. E, por Deus, ele fez exatamente isso. Tinha certeza de que eles estavam protegidos acima de tudo. E agora sua preciosa Eden, a única filha, era um alvo. Tudo por causa dele e da vida que ele levou, pelas escolhas que fez. Os erros que ele fez no passado. Tudo voltava para assombrá-lo. Ainda o assombravam muito, todas as malditas noites. Ela era a imagem da mãe, não só na aparência, mas em todos os aspectos. Gentil. Amorosa. Um coração de ouro. Doce e inocente. Sempre disposta a olhar para o lado bom das pessoas. Nunca vendo o mal. Não foi dito em tantas palavras, a ameaça. Mas ele sabia. Seu olhar caiu sobre as fotos brilhantes da filha, ampliadas. Tiradas em um momento de vulnerabilidade, uma raridade para Eden porque ele a ensinou a nunca baixar a guarda. Ela podia ter a cara de um anjo e posar para as câmeras para viver, mas ela tinha a mente de um soldado. Eddie se assegurou disso. Eu vou tirar de você o que você tirou de mim. Não vou parar até que a dor seja tudo o que você veja, tudo o que você sente, tudo o que você conhece. Vou tomar todas as coisas que você ama e, em seguida, você vai morrer. Ela é bonita, não é? O bilhete, tão simples e ao mesmo tempo tão capaz de mudar sua vida, olhava para ele, feio e negro. As fotos de Eden brilhavam em sua visão. Tiradas quando ela pensou que estava fora do olho da câmera. Nenhuma das roupas glamorosas ou maquiagem. Se não estivesse tão aterrorizado, ele teria suavizado com a verdadeira Eden. Mais confortável em agasalhos, o cabelo em um rabo de cavalo, o rosto desprovido de cosméticos. Tão linda que doía olhar para ela, porque ela o lembrava muito da mãe. Pegou o telefone, discando o número dela, antes que pensasse melhor. Enquanto tocava, ele quase desligou, mas Eden chamaria de volta. O que ele poderia dizer a ela? Ele tinha seguranças ao redor dela. O melhor que o dinheiro podia comprar e ainda assim sabia que havia ainda melhores lá fora. Não era com ela que ele precisava conversar. Ele precisava falar com os outros. Pessoas que garantiriam a segurança dela e colocariam a vida dela antes das deles. Esse tipo de lealdade cega era difícil de encontrar. Não havia muitos homens dispostos a sacrificar suas vidas por alguém, não importa o que acontecesse. Os civis não poderiam entender esse tipo de altruísmo. Eles viviam em suas pequenas bolhas nunca pensando nos milhares de jovens americanos, homens e mulheres, que deram suas vidas para que o resto da América pudesse existir em voluntariosa e ignorante felicidade. Ele não precisava de segurança privada. O que ele precisava era de militar. A voz de Eden veio na linha, logo que ele começou a desconectar.
  • 5. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 5 — Oi, pai! A voz alegre bateu em uma parte profunda do seu coração, que nunca deixou de apertar sempre que ela estava por perto. — Oi, querida, — disse ele com a voz rouca. — Como você está? — Eu estou bem. O que está acontecendo? — Nada, — disse ele às pressas. — Eu só... Eu só queria ouvir a sua voz. — Está tudo bem? Você está bem, papai? A preocupação em sua voz sacudiu-o de seus pensamentos sombrios. A última coisa que queria era ela preocupada e distraída. Se ela estivesse focada em outra coisa — ele — então não estaria prestando atenção como deveria. Ela cometeu um erro. Escorregou. Permitiu a alguém a chance de chegar até ela. — Eu estou bem, menina, — disse, tornando sua voz mais forte. — Eu só queria ver como a minha menina estava indo. — Eu estou bem. Acabei uma sessão esta tarde. Se eu nunca vir outro cão inquieto estúpido em breve vai ser muito bom, — ela resmungou. Apesar da gravidade da situação, Eddie sorriu. Não. Sua garota não era uma que irritava cães pequenos. Ela preferia estar rodeada de cães maiores e mais fortes. O dela — bebê — era um mastiff Inglês1 de bem mais de duzentos quilos. — King vai ficar chateado quando cheirar esses outros cães em mim, — ela disse com desgosto. — Vou ter que suborná-lo com guloseimas durante uma semana. — Você está descansando o suficiente? — Ele perguntou. — Não deixe que o seu agente a faça trabalhar tanto, Eden. Ela riu. — Se alguma coisa, eu o faço trabalha muito. Você sabe disso, pai. Ele está sempre atrás de mim para desacelerar. E bem, talvez um dia eu desacelere. Mas agora tenho que dar duro, enquanto ainda estou na demanda. Em um ano ou dois, ninguém vai me querer. Há sempre alguém mais jovem, mais bonita aparecendo. E você sabe que estou ficando velha para modelo. Ele revirou os olhos e soltou um grunhido. Isso não fazia muito sentido para ele. Eden tinha apenas 24 anos e ainda assim falava como se fosse um cavalo de meia-idade prestes a ser mandado para o pasto. Ela constantemente o lembrava que para uma modelo, ela era velha. — Oh ei, deixe-me ir, pai. É Ryker chamando agora. Nós não conseguimos falar no telefone durante todo o dia e tenho que desejar feliz aniversário a ele. O peito de Eddie apertou com a menção de seu filho do meio. Irmão mais velho de Eden. Os dois eram muito íntimos. Sempre foram. Eddie não tinha esquecido o aniversário de seu filho. Mas ele desistiu de ligar, porque sabia que o que ele diria não seria a melhor mensagem de aniversário do mundo. 1 Mastiff é uma raça canina oriunda do Reino Unido. De origem antiga, vê-se desenhos egípcios com estes caninos datados de 3000 a.C.
  • 6. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 6 — Falo com você mais tarde, então. Te amo, — Eddie disse roucamente. — Eu também te amo, papai — ela entoou um pouco antes da linha ficar em silêncio. Ainda segurando o telefone, ele hesitou apenas um breve momento antes de bater em uma série aparentemente interminável de números e códigos. Ele tinha jurado nunca envolver Guy novamente. Não depois do que ele fez para Eddie em nome da vingança depois que a esposa havia morrido. Não, ela simplesmente não, morreu porra. Ela foi assassinada. Eddie fechou os olhos em frustração quando, mais uma vez não conseguiu conectar-se a única pessoa em quem confiava a vida de Eden. Um homem que nunca permitiria que alguém a machucasse. — Hancock, — Eddie disse asperamente, limpando a garganta, a fim de deixar mais uma mensagem. — Sou eu. Big Eddie Sinclair. Preciso de sua ajuda. É Eden. Estou com medo... — Interrompeu-se, recusando-se a permitir que suas fraquezas fossem exibidas mesmo através de uma linha segura. — Preciso de sua ajuda. Chame-me assim que pegar essa mensagem. Terminou a chamada e, em seguida, recostou-se na cadeira, temendo o que tinha que fazer a seguir. O cansaço e temor o assaltaram. Seus filhos não entenderiam. Como poderiam? Eddie nunca confiara a eles que a morte da mãe não foi um acidente e que o assassino foi cruelmente caçado e removido. Embora ele não estivesse presente, sabia sem perguntar que a morte do assassino da esposa foi lenta e dolorosa. A missão foi profundamente pessoal para Hancock, também, pelo fato de a esposa de Eddie ser em todos os aspectos, uma mãe de aluguel para o próprio Hancock. Agora Eddie tinha que chamá-los. Porque ele teria que pedir a ajuda deles, se iriam cerrar as fileiras em torno de Eden. Digitou o número de Raid e esperou, sabendo que seu filho atenderia, a menos que estivesse fora em uma missão. Dois segundos depois, sua ideia foi confirmada quando o filho atendeu. — Ei, pai. Você não deveria estar chamando o verme hoje? É o aniversário dele, não o meu. — Espere um pouco enquanto eu o coloco em conferência, — Eddie disse em uma voz baixa, sombria. Raid ficou em silêncio. Era uma prova de seu treinamento e disciplina que ele não exigisse saber imediatamente o que estava errado. Um momento depois, Ryker respondeu com um baixo Olá. — Filho, Raid está no telefone, também, — Eddie disse a modo de saudação. — Ah ótimo, dois pelo preço de um, — Ryker disse alegremente. — Acabei de falar ao telefone com Eden. Agora meu dia está completo. — O que foi papai? — perguntou Raid, cortando o humor de Ryker. — Eu preciso que vocês venham, — disse Eddie. — Não posso discutir isso por telefone. Vou explicar tudo quando chegarem aqui. Preciso que vocês se apressem. Capítulo 2
  • 7. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 7 — Sorria! Vamos Eden, dê-me sensualidade. É isso aí. Mais um. Perfeito! Eden arqueou o pescoço, jogou o cabelo sobre o ombro e mandou o mais ardente olhar diretamente para a lente da câmera. Seu pescoço doía e ela queria uma pausa, mas ainda havia os cachorros a enfrentar. — Ok, terminado. Justin, onde estão os malditos vira-latas? — o fotógrafo gritou. Naquele momento, dois chihuahuas foram carregados no set enquanto outro assistente mudava o cenário. Enquanto Justin empurrava um dos cães nos braços dela, o pequeno cão rosnava para Eden e começava a latir furiosamente. — Sim, sim, inteiramente mútuo, o sentimento — Eden rosnou de volta. — bola de pelos estúpido. — Uh, Eden, eles não tem muito pelo, — Justin disse em sua voz metálica. Ela revirou os olhos. O cara era tão literal. — Foi uma expressão, — ela disse inutilmente. — Bem, que seja, mas seja boa para eles. Precisamos tirar essas fotos e você não pode ficar carrancuda, nem podem rosnar para você. Você deveria estar rindo. Glamour. Bonita mesmo. Eden teve de reprimir o grunhido que retumbava em sua garganta. King, seu mastiff, não perdoaria esta transgressão. Assim que farejasse o cheiro de outros cães nela, ele ficaria de mau humor por toda a eternidade. Isto é, até que ela quebrasse as barreiras com uma oferta de paz. Colando seu mais brilhante sorriso, ela abraçou, ou tanto quanto podia, quando o cão era uma massa balançante de infelicidade, e voltou sua atenção para a câmera. O fotógrafo batia fotos rápido como fogo, capturando todos os ângulos. Ele esbravejou comandos para Eden, como se ela fosse o cachorro, e então ela ficou de joelhos e os dois cães se reuniram em torno dela enquanto ela fingia brincar com eles, seu sorriso brilhante, as bochechas doendo com o esforço. Ela tinha um enorme, enorme ensaio fotográfico depois de amanhã e, se não conseguisse terminar isso hoje, haveria um único dia de folga para conseguir algum tempo de inatividade muito necessário antes da sessão do comercial de cosméticos Aria. Tinha sido um golpe enorme conseguir o contrato lucrativo. Iria projetar Eden o suficiente para que ela pudesse se aposentar, se assim escolhesse, embora planejasse trabalhar mais alguns anos. Ela estaria na demanda por mais alguns anos na melhor das hipóteses. Havia sempre alguém mais jovem, mais bonita, mais ávida de subir as fileiras. Embora Eden fosse uma grande estrela hoje, não havia garantias que amanhã ela não seria a estrela de ontem. Mas ela planejava diminuir o ritmo um pouco, pelo menos. Já planejara um período de férias após a conta da Aria ter terminado. Já estava imaginando estar em casa com o pai e seus irmãos. Talvez os levasse a algum lugar agradável. Para as montanhas. Todos eles amavam lá. Isso realmente não importava, no entanto. Ela só queria estar em torno de sua família novamente. Fazia meses desde a última vez que os viu por mais de um dia aqui e ali. Apesar de ter apertado
  • 8. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 8 sua agenda lotada e ter se privado do descanso tão necessário, ela fizera voos regulares para casa de vez em quando, quando tinha apenas um dia de folga entre os trabalhos. — Você está comigo, Eden? — o fotógrafo estalou. — Acredite em mim, querida, todos nós temos coisas que preferiríamos estar fazendo, mas não deixe-me segurar você. Desse jeito ficaremos aqui a tarde toda. Eden lhe lançou um olhar antes de voltar para a tarefa em mãos. Estava cansada até os ossos e estava pronta para terminar isso para que pudesse dormir cerca de 24 horas antes de voar para Paris para a sessão da Aria. Tinha que parecer o seu melhor absoluto. Fresca. Descansada. Espumante com vida. Por mais meia hora, sofreu com sorrisos intermináveis, ignorando os cães que pareciam odiá-la e os fez cooperar para a câmera. Em um ponto, Eden deslizou a mão por baixo da barriga de um dos cães, com a intenção fazer parecer que estavam brincando nariz com nariz. Só que o cão não estava gostando e afundou seus dentes afiados na mão de Eden. — Ai! Maldição! Ela largou o cão e segurou a mão na palma da outra mão, olhando para o cão agressor, que parecia extremamente satisfeito consigo mesmo. — Ok, está terminado, — o fotógrafo disse em um tom irritado. — Peça a alguém para olhar sua mão, maldição. Suas vacinas para tétano estão em dia, Eden? Ela cerrou os dentes, ainda olhando para o cão presunçoso que ela afirmava estava rindo dela. — Estou bem. Não rompeu a pele. — Graças a Deus. As mãos dela estariam predominantemente em exibição nos próximos comerciais, como estaria o resto de seu corpo. Ela não precisava de quaisquer manchas ou cortes. Ainda assim, um dos assistentes correu com um kit de primeiros socorros, estalou e ficou ao redor de Eden, até que ficou convencido de que o local estava apenas vermelho e provavelmente iria desaparecer dentro de algumas horas. Ela ouviu quando ele recitou uma tonelada de instruções sobre como tratá-la, hidratá-la e cuidar para que sua pele estivesse perfeita para a próxima sessão. Ela deixou de prestar atenção e olhou para onde David e Micah esperavam nos bastidores. Eles reconheceram como SOS e empurraram para frente, ladeando-a e pastoreando-a em direção à saída. — Graças a Deus, está terminado, — murmurou Eden. — Oh, eu não sei, — Micah falou lentamente. — Você parecia bonitinha com os pequenos ratos sem pelos. Ela lançou-lhe um olhar sujo que garantia retorno. Os dois homens que seu pai insistira para supervisionar sua segurança pessoal e viajar com ela em todos os lugares que ela estava, situou-a entre eles, enquanto deixavam o estúdio. Estavam perto do carro à espera, o motorista foi alertado por David que estavam saindo, quando o mundo pareceu explodir em torno deles.
  • 9. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 9 Gritos soaram estridentes nos ouvidos de Eden enquanto ela caía com força, um homem de noventa quilos em cima dela. Houve gritos roucos, mais gritos e o som de pessoas esbarrando na calçada. Mais vidro quebrado, janelas do edifício sendo quebradas. Um carro rugiu, uma barreira entre Eden e tudo o que diabos estava acontecendo... Tiros? Ela mal registrou que soaram como balas colidindo com concreto e vidro, e estava certamente familiarizada com como as balas soavam. Em seguida, se viu arrastada e jogada no banco de trás do carro e, logo depois, o grito rouco de Micah: — Vai, vai, vai! O carro guinchou, queimando os pneus no asfalto enquanto se afastavam da cena. — O que diabos está acontecendo? — Eden arfou. Sentia o corpo machucado e se perguntou se estaria raspada e ensanguentada para a sessão da Aria. Eles não ficariam felizes com todos os atrasos. Estavam em um cronograma de produção extremamente apertado e pressionando as duas semanas de fotos em apenas alguns dias. — Tiroteio. — David disse severamente. — Mas por quê? — Eden perguntou perplexa. — Isso é loucura! Quer dizer que algum atirador aleatório apenas começou a disparar contra as pessoas na calçada? — Se é que foi aleatório... — Micah falou baixo. Ela virou os olhos arregalados para ele. — Isso não foi pessoal. Mas soou mais como uma pergunta do que a declaração que ela pretendia que fosse. — Eu vou fazer algumas chamadas quando chegarmos ao hotel, — disse David. — Os policiais vão querer falar com você de qualquer maneira. Eles vão fazer barulho sobre você deixar a cena, mas não podem culpá-la por querer ficar segura. Mas vão querer questioná-la, uma vez que somos todos, testemunhas de um crime. — Mas eu não testemunhei nada, — disse Eden. — Oh Deus, tenho que ligar para o meu pai. Se isso chegar aos noticiários ele vai pirar! — Não importa o que você viu. A polícia ainda vai querer questioná-la, — Micah disse, seu tom calmante. Seguiram até o hotel e Micah quase carregou Eden para fora, colocando-a firmemente entre ele e David. Ele passou o pesado casaco em volta dela, apesar do calor do dia, protegendo-a da vista, embora a visão que provavelmente apresentasse seria uma grande dica para qualquer paparazzo à espreita. Na recepção, Micah falou em voz baixa com o funcionário e, em seguida, foi presenteado com vários cartões-chave. Eden olhou para ele em confusão quando a arrebanhou para o elevador e apertou o botão para um andar que não era o que ela estava. — Nós não sabemos o que diabos está acontecendo, mas não vou levar você de volta para seu quarto de hotel até que esteja limpo, — Micah disse. — Pois agora, você vai ficar em quarto diferente, em um andar diferente, até que isso tudo esteja resolvido.
  • 10. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 10 Ela se permitiu ser levada para a grande suíte, idêntica ao que tinha ocupado nas últimas noites, e depois se jogou em uma das poltronas, com as mãos tremendo tanto que não podia controlar. Então, lembrando-se que tinha que ligar para o pai, pegou o telefone. Do outro lado da sala, David já estava ao telefone, explicando a situação à polícia e que Eden estava em segurança dentro do hotel. Ela propositadamente esperou David terminar a chamada, querendo ser capaz de dar a seu pai tanta tranquilidade quanto possível. Quando finalmente desligou, ele se virou, a expressão tensa. — Estão enviando dois detetives aqui agora. Foram contundentes ao dizer que não deve ir a qualquer lugar enquanto isso. E Eden, é provável que vão detê-la ainda mais, enquanto resolvem essa coisa toda. A imprensa vai pressionar por isso. Ela fez um som de ugh e, em seguida, olhou para o telefone. Com um suspiro, digitou o número de seu pai, sabendo que ele ia ter um ataque cardíaco quando lhe dissesse que tinha sido vítima num tiroteio, aleatório ou como o alvo pretendido. Qualquer opção não seria aceitável para Eddie Sinclair. Capítulo 3 Eddie olhou para seus dois filhos, mal-estar agarrando-o pelas bolas. Ele estava suando. Até suas mãos estavam úmidas. Sua lendária calma sob pressão o havia abandonado. Ryker e Raid estavam olhando para ele em expectativa, as expressões sombrias e preocupadas. Raid viera do trabalho, com colete, arma no coldre. O cabelo de Ryker ainda estava úmido do chuveiro e era óbvio que ele tinha se jogado na primeira coisa que encontrou em sua pressa para responder a convocação de Eddie. — O que está acontecendo, papai? — Raid perguntou em voz baixa. Eddie passou a palma da mão sobre o rosto. — É uma longa história. Uma que eu preciso lhes contar do começo ao fim para que possam entender com o que estamos lidando. Ryker franziu a testa e olhou para o irmão. Sem dúvida, não estavam acostumados a ver o pai em tal estado de agitação. Eddie nunca tinha sido nada, além de seguro e confiante. — Sentem-se, — Eddie ordenou, apontando para o sofá. Seus dois filhos fizeram o que ele mandou e, em seguida, olharam com expectativa para ele, mas ele não se sentou. Estava muito nervoso, muito destruído pelo que tinha a dizer a seus meninos. Como poderia olhar qualquer um dos seus filhos nos olhos novamente, uma vez que soubessem a verdade? — Você está me preocupando, papai — Ryker disse em um tom sombrio. Eddie fechou os olhos e, em seguida, passou a mão pelo cabelo irregularmente. — A morte de sua mãe não foi um acidente, — disse ele.
  • 11. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 11 Choque registrava nas faces de seus filhos. — Eu não entendo, — Raid disse, o tom tão sombrio como o de Ryker estivera momentos antes. — Que porra é essa que você está dizendo, pai? Você acabou de descobrir isso? Como diabos descobriu, afinal? E se a morte dela não foi um acidente... — Quem a matou? — Ryker perguntou com voz rouca. O nó no estômago de Eddie cresceu, apertando dolorosamente. — É uma longa história, que começa antes de vocês nascerem. — Estamos ouvindo, — Raid disse firmemente, seus traços desenhados em uma máscara de dor e confusão. E preocupação. Eddie finalmente caiu em uma das poltronas em frente ao sofá onde Raid e Ryker sentaram e ficou olhando friamente para seus filhos. — Vocês sabem que eu servi nas forças armadas. Eles assentiram, impaciência latente nos olhos de Ryker. Ele queria que o pai chegasse ao ponto. — Eu servi em um grupo de operações especiais, um que não existia oficialmente. Nossas missões não eram habituais e convencionais. Tomamos missões que se fosse descoberto que os EUA tinham uma mão nelas, as consequências teriam sido confusas. Uma missão especial nos custou três anos para ser concluída. Três longos anos de espera aguardando a oportunidade certa. Raul Sanchez era a nossa missão. Derrubá-lo e desmantelar sua operação. Três anos e dois meses em nossa operação, e tivemos sorte de conseguir informações de que ele estaria em um determinado local para uma reunião de família. Aniversário de sua filha. Era um homem tão escorregadio quanto uma enguia. Militares de mais de um país estavam atrás dele. Nós só conseguimos alcançá-lo primeiro. — Montamos vigilância no complexo onde ele iria estar. Tudo correu sem problemas. Mas, então, o impensável aconteceu. Acreditávamos que sua esposa e filha já haviam partido em um carro. Esperamos até que elas deixaram o complexo e, em seguida, entramos. Ele parou, arrependimento e culpa surgindo e bombeando em suas veias como se tivesse acontecido ontem. Durante anos, ele tinha vivido com o erro. Um erro pelo qual sua esposa pagou, toda a sua família pagou. E agora parecia que Eden também pagaria, se ele e seus filhos não impedissem. — Um tiroteio eclodiu. Nossa entrada não foi limpa. Um guarda teve sorte e se desviou da patrulha, viu um dos meus homens e tudo desabou. Eu estava liderando o grupo de homens encarregados de eliminar Sanchez. Nós invadimos o estúdio onde ele estava escondido. Ele tinha dois homens com ele e atiraram em nós. Não tivemos escolha a não ser revidar e... Esfregou as mãos sobre o rosto, lágrimas queimando suas pálpebras. — O que aconteceu? — Raid perguntou em voz baixa. — A esposa e a filha de Sanchez foram pegas no fogo cruzado. Deus, ela era apenas uma menina. Segurando a boneca que ela ganhou como presente de aniversário. Havia sangue por toda parte. Deus, eu ainda posso vê-las em meus sonhos, meus pesadelos.
  • 12. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 12 — Jesus. Sinto muito, pai. Isso é um grande fardo para carregar por todos esses anos, — disse Ryker. — Sanchez e seu filho fugiram, em meio ao caos e meu horror sobre a esposa e filha serem apanhadas no fogo cruzado. A minha prioridade foi tentar ajuda para elas, e Sanchez e seu filho escaparam. — Nós limpamos o melhor que podíamos. Coletamos as informações necessárias para desmantelar sua operação, e ligamos muitos jogadores-chave ao seu negócio. Ele tinha uma mão em muitos diferentes potes. Drogas. Tráfico de armas. Deus, ele ainda tinha uma operação lucrativa de tráfico de seres humanos. Venda de jovens para a escravidão sexual pelo maior lance. Raid fez um som de desgosto. — Pensei... — Eddie respirou fundo. — Anos se passaram e pensei que eu iria superar. Eu me aposentei depois daquele desastre. Simplesmente não podia fazê-lo por mais tempo. Você, crianças, nasceram e sua mãe e eu estávamos felizes. E, em seguida... Ele sufocou, emoção atando sua garganta enquanto as lágrimas reuniram-se em seus olhos. — Sanchez esperou, passando o tempo, planejando sua vingança. Ele foi responsável pela morte de sua mãe e não perdeu tempo em informar-me que estava tomando olho por um olho. Uma esposa por uma mulher. — Que porra é essa? — Ryker exigiu. — E você nunca nos contou? Simplesmente o deixou fugir com isso? Matar a nossa mãe? — Não, — Eddie disse em voz baixa. — Não, eu não deixei. Liguei para Guy. — Hancock? — Raid perguntou em um tom confuso. Eddie suspirou. — Há muita coisa que vocês não sabem sobre Guy. Ele se juntou ao exército, seguindo os meus passos em mais de uma maneira. Ele pertencia a um grupo que foi enterrado tão profundamente que de acordo com registros militares, todos foram mortos em ação. Eles já não existiam. Não deveriam ter qualquer ligação com o mundo exterior. Viviam, respiravam e comiam as suas missões. Mas ele me manteve no circuito. Ele não deveria, é por isso que eu nunca revelei para vocês ou Eden. Tudo o que vocês sabiam era que ele estava servindo ao exército em locais secretos. E é por isso que nunca o viam. Eu tinha notícias dele esporadicamente. Ele nunca me disse muito, apenas que estava bem de vez em quando. Ele fez muitos inimigos ao longo dos anos e agora o governo cortou os laços e, provavelmente, tem ordens para eliminá-lo se ele vir à tona. — Então você o contatou após a morte de mamãe. Por quê? — Ryker perguntou. — Porque eu queria vingança, — disse Eddie em voz baixa. — Eu queria ir atrás do bastardo e fazê-lo pagar pelo que ele tirou de mim. Pelo que ele tirou de todos nós. — Jesus, — Raid suspirou. — E? E você fez? Você o encontrou? Eddie ficou em silêncio um longo momento antes de finalmente assentir. — Guy foi atrás dele. Ele não queria me envolver. Eu dei-lhe toda a informação que eu tinha. Convoquei muitos favores para obter as informações de que precisava. — Então, ele o matou, — Ryker disse sem rodeios.
  • 13. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 13 Mais uma vez Eddie assentiu. — Cristo, pai. E não acha que merecíamos saber tudo isso antes? E por que nos dizer agora? O que está acontecendo? — Raid exigia. Eddie empalideceu, de repente se sentindo mais velho. O peso de uma vida inteira de arrependimento se estabelecia como uma tonelada de tijolos em seus ombros e seu coração. Ele chegou até a lareira e pegou as fotos e a nota que recebeu. Com as mãos trêmulas, empurrou-as para os filhos, simplesmente esperando que olhassem e tirassem suas próprias conclusões. — Puta merda, — Ryker explodiu. — Eden está sendo ameaçada? — O filho dele, — Eddie disse em uma voz tensa. — Tem que ser o filho. Nós não fomos capazes de encontrá-lo. Apenas Raul. Mas o filho iria querer vingança, não só porque ele perdeu a mãe e a irmã, mas, em seguida, Guy pegou o pai e agora ele está à procura de vingança. Atingindo- me onde ele sabe que iria me machucar mais. Através de Eden. — Filho da puta, — Raid xingou. — Que diabos vamos fazer? Onde está Eden agora? O que vamos fazer? Ela não está segura, mesmo por um minuto. E se ele já a encontrou? E se for atrás dela enquanto falamos? — É por isso que eu liguei para vocês virem. Falei com Eden hoje cedo. Ela parecia bem. Não quero assustá-la. Nem quero que ela saiba de tudo isso. Iria aborrecê-la. Mas temos de cerrar fileiras em torno dela. Apertar a segurança. O que temos agora não vai parar. Essas pessoas são cruéis. Eles têm recursos além das nossas imaginações. Ela não está segura. Temos que descobrir uma maneira de ter certeza de que ela está segura em todos os momentos. Ryker ficou em silêncio um longo momento, sua expressão pensativa. — Conheço pessoas que poderiam nos ajudar. É o que eles fazem. Eles são todos ex- militares. Eu servi com dois dos irmãos. Nathan e Joe Kelly. Eles saíram quando eu saí. Na última missão que foi tudo para o inferno. Alguns de nós não voltamos. Joe foi ferido, Nathan e outro companheiro de equipe foram mantidos prisioneiros por meses nas montanhas do Afeganistão. Mas seus irmãos montaram um grupo de operações especiais. Parte dela é do setor privado, mas também faz muito trabalho em contrato com o governo. Trabalhos que ninguém pode ou vai fazer. Recuperação de reféns, resgate, proteção. Você nomeia, eles fazem. E eles são muito bons. Nathan e Joe trabalham com eles agora assim como Swanny, o outro cara com quem eu servi. Poderíamos convocá-los. Eles me devem um favor. — Quão bons? — Perguntou Raid sem rodeios. — Porque bom não é bom o suficiente. Não quando se trata de manter Eden segura. Precisamos do melhor, porra. — Vou ligar para eles. Marcar uma reunião imediatamente. Podemos precisar voar para lá, para que possamos fazer a bola rolar mais rápido, — Ryker disse severamente. — Você faz isso, — disse Eddie. — Eu não vou perder Eden. Ou vocês. Esses bastardos tiraram o suficiente desta família. O telefone tocou, interrompendo a discussão tensa. Eddie olhou para baixo para ver que era Eden chamando. — Ei, menina, — ele cumprimentou, acenando com a mão para seus filhos.
  • 14. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 14 — Papai? No tremor que ouviu na voz dela, o sangue dele gelou. — Eden? O que foi? Você está bem? O que aconteceu? Raid e Ryker imediatamente prestaram atenção, correndo para ficar mais perto para que pudessem ouvir o que estava ocorrendo. — Houve um tiroteio, — ela disse, com a voz oscilando precariamente. — Mas eu queria que você soubesse que estou bem. Não quero que você ouça sobre isso no noticiário e se preocupe. — O que quer dizer com houve um tiroteio? — Ele rugiu. — Eu não sei de nada ainda, papai. Os policiais estão vindo para me questionar. David e Micah me colocaram no carro e me trouxeram para o hotel. Estamos hospedados em uma suíte diferente. Micah e David estavam preocupados que isso poderia ser pessoal. Inferno, Eddie sabia que era pessoal. Filho da puta, mas ele não esperava que começasse tão cedo. Ele só recebeu a ameaça hoje. Seu sangue gelou nas veias. Mas o momento foi impecável. Teria o assassino planejado dessa forma? Para Eddie receber a ameaça apenas um curto período de tempo antes de Eden ser morta? Raiva impotente agarrou sua garganta, apertando até que mal podia respirar. Raid arrancou o telefone da mão dele, ignorando o protesto imediato do pai. — Eden, é Raid. Diga-me onde você está e vamos pegar o primeiro voo que pudermos — disse ele calmamente. Houve uma pausa e, em seguida, Raid disse: — Tudo bem, querida. Fique onde David e Micah a colocaram. Nós estaremos lá assim que pudermos. Ele terminou a chamada e entregou a seu pai o telefone de volta, com os olhos quase pretos de raiva. — Então, começou. Eddie pôde apenas acenar, medo e fúria guerreando em sua mente. — Então vamos dar o fora daqui, — Ryker disse firmemente. — Vou ligar para Nathan e Joe no caminho e fazê-los nos encontrar lá, se eles puderem fazer isso. Capítulo 4 — Daryl — Swanny — Swanson ergueu a cabeça quando o telefone tocou na cabana que dividia com Joe Kelly. — Ei, você pode atender? — Joe falou do banheiro. Swanny içou-se do sofá onde estava assistindo ao jogo de beisebol e caminhou para pegar o telefone sem fio da casa. Era, provavelmente, uma maldita operadora de telemarketing porque ninguém nunca chamava no telefone fixo. Todo mundo usava telefones celulares.
  • 15. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 15 — Alô? — Posso falar com Nathan ou Joe Kelly? É urgente. A voz masculina soou vagamente familiar, mas Swanny não conseguiu identificá-la. Mas quem quer que fosse, obviamente, não era alguém que conhecia bem os irmãos ou saberia que Nathan vivia em sua própria casa com a esposa, Shea. — Posso dizer-lhe quem está chamando? — Swanny perguntou enquanto se dirigia para o banheiro. — É Ryker Sinclair. Servimos juntos. É importante eu falar com um deles imediatamente. — Sin? — Swanny exclamou. — Ei, amigo, é Swanny. Como diabos você está? Houve uma pausa e depois Ryker respondeu. — Swanny? Ouvi dizer que você estava trabalhando com os Kellys, mas não esperava pegá- lo ao telefone. Cara, estou contente de ouvir sua voz. Como vai? Como Nathan está? Não tive notícias de vocês desde que todos nós saímos. — Estamos todos bem. Nathan está casado agora. Mas ei, o que está acontecendo? Você disse que era urgente. Algo que eu possa ajudar? Ryker respirava pesadamente sobre o telefone. — Sim, preciso de sua ajuda. Preciso da ajuda da KGI. — Espere, deixe-me chamar Joe e vou colocar no viva-voz. Swanny bateu na porta do banheiro, segurando o telefone de lado. — Ei, Joe, saia aqui. É Sin. Ryker Sinclair. Ele precisa falar conosco o mais rápido possível. A porta se abriu e Joe apareceu, uma carranca no rosto. — Sin? — Sim, vamos na cozinha para que eu possa colocá-lo em viva-voz. Ele disse que era urgente e que precisava da ajuda da KGI. — Merda, — Joe murmurou. Caminharam de volta para a cozinha e Swanny apertou o botão do alto-falante antes de recolocar o telefone no receptor. — Ei, cara, nós dois estamos aqui, — disse Joe. — O que está acontecendo? Como diabos você está? — Não muito bem, — Ryker disse severamente. — Tenho um problema. Preciso da ajuda de vocês. Ajuda da KGI. — Você sabe que vamos fazer tudo o que pudermos. Dê-me o resumo. — Eu não tenho tempo para passar tudo por telefone e não tenho todos os detalhes. Nós estamos a caminho para onde Eden está. Ela está com problemas. É uma história longa e maldita. Sei que não estou dando muito para seguir, mas preciso de vocês para isso. Vocês podem vir? As sobrancelhas de Swanny subiram. Eden? Ela era irmã de Ryker. Sua muito quente irmã. Ryker costumava compartilhar as cartas dela — e fotos — com os caras quando eles estavam congelando suas bundas nas montanhas afegãs. Ela queimava mais do que um sonho molhado. Era muito linda. E não de uma forma comprada e paga. Ela era uma beleza natural por completo e brilhava. Tinha um sorriso de milhões de dólares e suas cartas eram sempre cheias de amor e
  • 16. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 16 humor. Suas cartas animaram muitos dias de merda quando estavam agachados apenas com as fotos dela — e suas fantasias — para mantê-los aquecidos. Ele franziu o cenho. Ela era modelo, se ele se lembrava direito. E estava com problemas? Os instintos protetores de Swanny rugiram para a vida. Em que tipo de problema ela estaria para que seu irmão precisasse da ajuda da KGI? Fosse o que fosse, não poderia ser bom. — Diga-me onde, — Joe disse simplesmente. Sin salvou o traseiro de Joe empurrando-o para baixo quando sua equipe ficou sob fogo. Sin tomou uma bala que teria atingido Joe. Swanny sabia que se Sin precisasse de ajuda, Joe não iria recusar. Não importa o que estivesse envolvido. — Estamos voando para Boston, agora, — Ryker disse severamente. — Um idiota atirou nela e estão segurando-a para interrogatório, por isso, papai e Raid e eu iremos lá para que possamos descobrir o que diabos está acontecendo. Ele parou um segundo, deixando escapar um suspiro. — E há mais. Muito mais. Mas não posso passar por telefone. É por isso que preciso de vocês lá tão rapidamente quanto puderem. Vou explicar tudo quando chegarem lá. Joe e Swanny trocaram olhares rápidos. — Vou ligar para a minha equipe e vamos sair assim que eu conseguir todos no jato. Segure-se, ok? Deixe-me dar-lhe o número do meu celular para que você pode me alcançar. — Obrigado, cara. Isso significa muito para mim. E para o pai. Vou enviar mensagem com o hotel. Joe deu-lhe o número do celular dele e de Swanny, em seguida, rapidamente anotaram o de Ryker. — Ok, me dê algumas horas e estaremos a caminho. Tenho que passar isto para meus irmãos mais velhos, mas nós iremos. Você pode contar com isso, — disse Joe. Ele desligou e Joe virou a carranca para Swanny. — Eu me pergunto o que diabos foi tudo isso. Swanny encolheu os ombros. — Estou mais curioso para saber o que ele quis dizer quando disse que alguém atirou em Eden. Será que ele quer dizer que alguém a acertou ou realmente tentou matá-la? Joe fez uma careta para isso. — Ela não é uma modelo requisitada? — Certamente você se lembra das fotos que Sin costumava nos mostrar, — Swanny disse secamente. A testa de Joe franziu. — Não, não realmente. Swanny revirou os olhos. — Cara, ela é quente. Muito quente. As sobrancelhas de Joe arquearam. — Uau. Ela deve ter feito realmente uma boa impressão sobre você. Eu nunca o ouvi falar sobre garotas, quentes ou não.
  • 17. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 17 Swanny passou a mão sobre a cicatriz irregular que corria o comprimento do rosto. — Não há muito que falar, — ele murmurou. — Elas não estão exatamente fazendo fila para ficar comigo. Joe fez uma careta. — Sinto muito, cara. Má escolha de palavras. Swanny encolheu os ombros. — Você quer que eu chame Skylar e Edge? Dirigi-los nessa direção? Vou deixar você enfrentar seus irmãos. Eles vão querer uma reunião no quartel general. Eles não vão simplesmente nos liberar com base em um telefonema dizendo que precisamos de um jato, e oh, a propósito, nós estamos levando a equipe, mas não sei por que ainda. — Espertalhão, — Joe murmurou. — Mas sim, você está certo. Você chama Sky e Edge. Vou ligar para Nathan e Sam, e vamos nos encontrar no complexo. Swanny puxou o telefone do bolso e virou-se para começar a fazer suas chamadas. Se tivesse sorte, ambos estariam em casa, uma vez que viviam juntos em uma casa perto do complexo de modo que ele só teria que fazer uma chamada. — Edge, — Swanny cumprimentou. — Ei, cara, Sky está com você? — Sim, ela está aqui, — Edge respondeu. — O que está acontecendo? — Fomos chamados. Situação carregar e partir. Não faço ideia de quanto tempo, faça as malas de acordo. Encontrem-me na sala de guerra, logo que puderem chegar lá. — Mais tarde, — Edge disse, e desligou. Swanny sorriu. Detalhado como nunca. Edge não disse muita coisa, mas as pessoas tendiam a prestar atenção quando ele dizia. Mas, então, ele era um cara grande. A maioria das pessoas tinha receio em torno dele. Swanny se perguntava muitas vezes como ele e Skylar decidiram conviver juntos. Skylar era alegre, extrovertida e falante. Edge era quieto e nunca instigou conversa. Swanny poderia imaginar Skylar deixando o grande homem insano dentro de uma semana de convivência. Mas estavam na mesma casa por meses agora e tudo parecia estar indo bem. Joe ainda estava no telefone com um de seus irmãos, de modo que Swanny se dirigiu para seu quarto para arrumar o equipamento. Tinha armas a verificar, embora sempre fosse meticuloso sobre seu equipamento e o mantivesse pronto para sair em todos os momentos. Não era incomum obter um chamado que necessitava deles carregados e partir. Só mais um dia de trabalho. Só que este trabalho envolvia uma mulher muito bonita, e isso o irritava muito, que alguém atirou nela, figurativo ou não. Pelo que ele observou nas cartas para o irmão dela e as histórias de Ryker sobre ela, ela tinha um coração enorme e era completamente pé no chão, apesar de sua vida glamorosa como modelo. Uma imagem passou em sua mente. A revista que Ryker orgulhosamente exibira na última missão, aquela que efetivamente encerrara a carreira de Swanny no exército, tinha o rosto de Eden na capa. Ela foi escolhida como a mulher mais bonita do mundo, e Swanny podia ver o porquê. Ela era tão linda que fez suas bolas doerem.
  • 18. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 18 Longos e fluídos cabelos loiros. Não era o tipo engarrafado. Olhos um tom incomum de água-marinha que brilhava intensamente contra a pele beijada pelo sol. E o sorriso. Cara! Não um sorriso falso, mas um verdadeiro sorriso vindo do coração. Seus olhos brilhavam com o riso. Ela não tinha feito uma dessas graves poses sensuais. Havia uma pitada de malícia brilhando nos olhos de oceano. O tipo que dizia a um homem que ele estava de mãos cheias com ela. E aqueles lábios. Cheios, sedutores. Apenas a quantidade certa de enchimento e formavam um arco perfeito. Sem batom, apenas um toque de gloss brilhante. Aliás, enquanto ele ganhava uma imagem mais firme do que a imagem em sua mente, se lembrou de que ela não usava maquiagem, ou se usava, era o tipo que fez com que parecesse que não usava nenhuma. Ela tinha um olhar natural, de garota toda americana. A menina ao lado, só que dez vezes mais quente. Os homens só podiam sonhar que sua vizinha da casa ao lado fosse tão linda quanto ela. Sacudiu-se de seus pensamentos retrógrados e escondeu roupas em uma mochila, fez um inventário rápido de suas facas e as granadas que sempre tinha com ele e, em seguida, se certificou de que tinha munição suficiente para as duas pistolas que carregava. Estava agindo como um maldito adolescente com uma queda pela líder de torcida. Sim, ele teve sua cota de fantasias nas longas noites de frio, com apenas os devaneios para ocupar seus pensamentos. Eden não daria a um homem como ele uma segunda olhada. Ou talvez desse, mas seria porque ela estaria dando uma dupla olhada na cicatriz horrível que marcava seu rosto. Esse pensamento efetivamente colocou um amortecedor sobre sua imaginação e ele voltou para a tarefa em mãos. Prendeu o coldre do tornozelo antes de deslizar a Sig2 menor no lugar e, em seguida, colocar no coldre de ombro3e prender a Glock4 maior. Pegou a mochila carregando suas roupas e estojo contendo a munição e, então, cuidadosamente prendeu as correias dos dois rifles de alta potência nos ombros. Um deles era uma semiautomática, o outro a .3085 com mira de alta potência que usava para tiros mais precisos. Qualquer outra coisa que precisasse estaria no avião no armário de armas. Não tinha certeza de que tipo de problemas Eden Sinclair estava, mas Ryker parecia preocupado, e poucas coisas preocupavam a família Sinclair. O pai era um fodão com todas as letras. Raid, o mais velho, era um policial experiente e Ryker trabalhou na segurança privada, uma versão menor e menos militar que a KGI. Todos os seus postos de trabalho eram abertos e 2 3 4 5
  • 19. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 19 honestos. Principalmente a segurança pessoal, o que tornava estranho que ele buscasse a ajuda da KGI para o problema em que a irmã estava. Swanny teria pensado que se ela estava em algum tipo de problema, a família iria cerrar fileiras em torno dela e lidar com isso por conta própria. Eles eram privados desse jeito. O que só reafirmava sua crença de que a situação era terrível. A indefinição de Ryker no telefone incomodava Swanny. Ele tinha um mau pressentimento sobre a coisa toda. Mas não havia nada a fazer até que chegassem lá e ouvissem em primeira mão o que estava acontecendo. Correu de volta para a sala para ver Joe encher as mochilas com roupas e seu próprio arsenal pessoal, que era semelhante ao de Swanny. Todos tinham suas preferências pessoais quando se tratava de armas, mas todos aderiram ao lema que muito era suficiente, mas mais era ainda melhor. Se o apocalipse zumbi acontecesse, estavam definitivamente preparados. O complexo KGI poderia suportar uma porra de guerra. O grande número de coisas legais e ilegais que estava abrigado por trás das paredes do complexo chocaria o cidadão médio. Swanny tinha seu próprio estoque de C-4 e granadas suficientes para repelir um pequeno exército. Durante seu cativeiro, jurou nunca mais sentir aquele tipo de desamparo e medo. Ele aceitou a inevitabilidade de sua própria morte. Ele até a abraçou. Em suas horas mais sombrias, orou por ela. Isso o envergonhava agora, mas na época, a morte era a liberdade definitiva. Escapar de sua realidade sombria. Agradecia a Deus por Shea, atual esposa de Nathan, que inexplicavelmente estendera a mão para ele através de milhares de quilômetros, falando com ele em sua mente. Ajudou-o e a Swanny a escapar de seus captores e da morte certa. E Grace. A irmã de Shea. Deus, ela curou-o. Ela realmente o curou dos ferimentos que teriam retardado a fuga dele e de Nathan. Ele implorou a Nathan para deixá-lo. Para salvar a si mesmo. E, ao invés disso, Nathan, com Shea e a ajuda de Grace, o curaram. Tornou possível para ele persistir, e conseguiram sair daquelas montanhas, vivos. Não ilesos. Mas vivos, no entanto. Distraidamente tocou a cicatriz em seu rosto. Uma lembrança de seu tempo em cativeiro. A certeza de que nunca iria esquecer aqueles dias intermináveis de tortura e fome. Elas marcavam a ele e Nathan. Ambos ainda tinham as cicatrizes do cativeiro, mas as de Swanny eram mais visíveis. Seu rosto foi cortado e no momento em que foi resgatado e hospitalizado, havia pouco que um cirurgião poderia fazer, e não era vaidoso o suficiente para fazer cirurgia plástica. Não, ele usava essa cicatriz como um lembrete de que tinha sobrevivido. Sua vida sexual certamente tinha sofrido como resultado, mas o sexo não era uma de suas prioridades. Não desde voltar para casa vivo. Atirou-se no seu trabalho. Sua nova família. Balançou a cabeça. Ele não tinha família. Não até Nathan. Os Kellys e a KGI o abraçaram. Marlene Kelly, a matriarca do clã Kelly, o adotou como um dos seus, e o tratava como se ele fosse um de seus muitos filhos. Frank e Marlene Kelly tiveram seis filhos, mas Marlene adotara outros em seu rebanho. Rusty Kelly, a adolescente mal-humorada que havia invadido sua casa, mas agora estava prestes a
  • 20. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 20 se formar na faculdade, uma jovem bela e vibrante que tinha o mundo a seus pés. Swanny não tinha dúvidas de que ela um dia governaria o mundo. E havia Sean Cameron, um vice xerife em Stewart County. Também adotado na família Kelly e tratado muito parecido como todas as outras crianças de Marlene e Frank. Era incompreensível a medida de generosidade dos Kellys. A família tinha crescido e expandido. Joe era o único Kelly solteiro, e ele definitivamente ouvia Marlene falar sobre isso regularmente. Havia netos em grande quantidade e mais a caminho. E aqui, no meio de tudo isso estava Swanny. Ele vinha de uma existência solitária, com apenas os homens que serviram como com seus irmãos. E agora tinha toda a família Kelly, mais os membros da equipe KGI. Todos em sua volta. Prontos para ir para a parede por ele. Isso o confundia, essa lealdade incondicional. Rastejara de volta para a pequena casa que tinha herdado de seus pais depois que ele e Nathan receberam alta do hospital. Mas ele estava inquieto e... Solitário. Seu encontro com a morte, de frente com sua mortalidade e, em seguida, a sua cura milagrosa o trouxeram para o Tennessee, em busca de respostas de Nathan sobre o que acontecera naquelas montanhas antes de serem resgatados. E ele ficou, adotado pela primeira vez instantaneamente por Marlene Kelly e, em seguida, lhe ofereceram uma posição na KGI. Juntou-se a nova equipe chefiada por Nathan e Joe e logo depois por Edge e Skylar. Eles eram sua família agora. E ter família, pessoas que o aceitavam, parecia... Bom. Quando serviu no exército, ele tinha um propósito. Sua vida tinha sido consumida com a necessidade de proteger e servir. Depois dos ferimentos e dispensa, não sabia mais o que fazer. Não havia nada para ele do lado de fora. Nunca ficaria feliz com um trabalho de escritório das nove as cinco ou ingressar na corrida de ratos como um civil. A KGI tinha lhe dado um propósito novamente. A KGI ajudava as pessoas. Eles protegiam os inocentes e os fracos. Ajudavam a derrubar os idiotas no mundo, aqueles que caçavam os inocentes. Agora, quando acordava pela manhã, ele se sentia vivo. Como se tivesse um futuro. A KGI lhe deu isso, e ele seria eternamente grato a eles por isso. Resignou-se a nunca se estabelecer, ter uma família, as coisas que a maioria das pessoas tinha como certo, mesmo que elas não estivessem com pressa. Estava cercado por apenas essas coisas. Cada um dos irmãos Kelly, com a exceção de Joe, encontrara sua alma gêmea. Mesmo os líderes de equipe, Rio e Steele, estabeleceram-se em domesticidade com uma facilidade que ainda divertia e confundia os homens e mulheres que trabalharam sob seu comando. Inferno, mesmo Cole e PJ, dois dos membros da equipe de Steele, se casaram e estavam vivendo em felicidade conjugal, embora ele imaginasse o deles como um arranjo interessante desde que PJ poderia arrebentar com o melhor deles. Era ela, certamente que mantinha Cole na ponta dos pés. Mas isso não era para ele, e ele aceitou, assim como aceitara todo o resto. Com paz e compreensão. Ele não só tinha cicatrizes no lado de fora. Estava irremediavelmente marcado —
  • 21. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 21 mudado — por dentro. Não tinha certeza de como Nathan estava lidando com as memórias. Tinha certeza de que Nathan ainda tinha seu quinhão de noites sem dormir, mas ele tinha Shea para ajudá-lo, para se apoiar quando o passado elevava sua cabeça feia. Mas Swanny ainda sofria pesadelos. Flashbacks do cativeiro. Ainda acordava em um suor frio, temendo por um momento que estava de volta naquele inferno. Acorrentado em uma caverna esperando o momento em que chegariam até ele. Para esculpi-lo, vencê-lo e interrogá-lo. Eles não foram capazes de quebrá-lo. Orgulhava-se disso. Ele e Nathan haviam resistido a tudo o que os seus captores dispensaram e nunca quebraram. Porque no final, isso era tudo que lhes restara. O orgulho e a determinação de não deixar que esses canalhas ganhassem. Ele tinha uma boa vida agora. Não, nunca teria uma esposa ou filhos, e estava bem com isso na maioria dos dias. De vez em quando, quando todos os Kellys ficavam juntos e ele era cercado por tanto amor, as esposas e os filhos Kelly, era instigado com um forte anseio, mas há muito tempo descobrira que não adiantava insistir naquilo que nunca seria. A maioria das mulheres não conseguia sequer olhar para ele sem medo, nojo ou piedade. Piedade era o pior. Ele preferia medo e ódio a pena. Apesar de que doía que uma mulher o temesse apenas por causa de sua aparência. Ele cortaria o braço direito antes de ferir uma mulher. Deixava-o doente só de pensar nisso. Tinha visto violência suficiente em sua vida para saber que nunca faria parte dela contra uma mulher. Exceto quando se tratava de derrubar imbecis que mereciam o que ia acontecer com eles. Ele era um assassino e não tinha nenhum escrúpulo em fazer justiça onde era merecido. Contanto que pudesse olhar para si mesmo no espelho todas as manhãs com a consciência limpa, poderia continuar a fazer o trabalho exigido dele como um membro da KGI. — Você está pronto? — Joe gritou, sacudindo Swanny de seus pensamentos. — Sim. Tudo embalado. Você chamou Nathan e Sam? Joe assentiu. — Nathan está a caminho e Sam está chamando Garrett, Ethan e Van para nos encontrar lá. Eu disse a ele que não havia necessidade de chamar Steele ou Rio. Esta é a nossa missão. Sin é nosso amigo e não vou deixar ninguém liderar nesta missão. — Concordo — disse Swanny. — Não sei em que tipo de problemas Eden está, mas se Sin está preocupado, então deve ser sério. Joe assentiu. — Vamos pegar a estrada. Nathan pode nos levar, por isso não há necessidade e não temos tempo para chamar um dos outros pilotos. Swanny sorriu. — Mais ou menos agradável, agora que temos uma pista de pouso no complexo. Aquela viagem para o Condado de Henry era um pé no saco. Para não falar que faz um inferno de um tempo de resposta mais rápido quando somos chamados para uma missão. Joe pendurou uma das mochilas sobre o ombro e depois se inclinou para prender as correias dos dois rifles nos ombros. Levaram os equipamentos para a caminhonete de Joe e
  • 22. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 22 cuidadosamente colocaram na cabine antes de correrem alguns quilômetros ao longo do lago para o complexo. Capítulo 5 Quando Joe e Swanny chegaram ao complexo, Nathan, Sam, Garrett e Ethan já estavam lá. Swanny caminhou dentro da sala de guerra e colocou o equipamento no chão ao lado da porta. Quando olhou para os outros, teve que reprimir um sorriso de diversão, provavelmente, teria o seu traseiro chutado se notassem. Sam e Garrett estavam segurando seus bebês. Bem, não tão novos. Tinham poucos meses de idade agora, mas de acordo com Joe, ambos estavam no inferno da dentição e estavam dando aos pais muitas noites sem dormir. Swanny só podia adivinhar que os pais estavam dando as suas esposas um fôlego e transportaram as crianças para a reunião improvisada. — Os diabinhos dos dentes mantiveram vocês acordados à noite? — Joe perguntou com um sorriso que ele não disfarçava. Sam e Garrett atiraram olhares descontentes e Garrett fez um rápido shhhh e acenou com a mão livre para acalmar os outros. — Acabei de fazê-la dormir, — Garrett sussurrou. — Ela não dormiu a maldita noite inteira! Ethan riu, o que lhe rendeu outro olhar de Garrett. — Bem-vindo à paternidade, — Ethan disse em um sussurro alto. — Fico feliz em dizer que já passamos esse estágio com os gêmeos. Eles estão dormindo durante a noite completa agora. Mason está quase treinado com o pinico! Nada mal para um bebê de quase dois anos. A nota orgulhosa não passou despercebida pelos outros. Sam revirou os olhos e fez um gesto rude com a mão livre. — Se apenas suas esposas pudessem ver e ouvir todos os palavrões e gestos que vocês estão fazendo, — Nathan falou devagar. — Sarah não ficaria feliz em ouvir o seu xingamento perto de Kelsey. — Foda-se, — Garrett disse em voz baixa. Sam girou seu filho nas mãos e, em seguida, empurrou-o em direção a Ethan. — Aqui. Já que você é tão apto nisso agora, você pode segurar Grant enquanto conduzo esta reunião. Ethan contente tomou a criança e imediatamente começou a arrulhar murmúrios ao bebê. Joe, Nathan e Swanny trocaram girar de olhos desde que eram os únicos sem filhos. Nathan e Shea não tinham pressa para adicionar à pilha crescente de crianças Kellys acumulando, e Joe e Swanny não mostravam nenhum sinal de se estabelecer em breve. Ainda assim, Swanny não pôde evitar o surto de inveja enquanto inspecionava a sala de guerreiros corpulentos, todos fazendo idiotices de si mesmos sobre seus descendentes. Era difícil imaginar esses homens como os últimos fodões quando estavam falando de dentição, bebês e
  • 23. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 23 treinamento de pinico. E ainda assim executavam uma operação apertada. Eles eram os melhores. E empregavam o melhor. Swanny não tinha falsa modéstia quando se tratava de suas habilidades e capacidades. Ele era bom antes de vir para a KGI, mas a KGI o tornou melhor. Estava em sua melhor forma, ou pelo menos estava chegando lá. Era uma mera concha de si mesmo quando retornou do Afeganistão depois de meses de prisão, fome e tortura. Mas com a ajuda de bons amigos, a família Kelly, a organização KGI como um todo, ele iria colocar os pedaços juntos novamente. Pelo menos, os aspectos físicos. Não tinha certeza de que ele seria o mesmo mentalmente. Ainda tinha pesadelos. Ou terrores noturnos, já que os sonhos que ele tinha não eram provavelmente considerados pesadelos normais. A maioria das pessoas não tinha pesadelos envolvendo ser retalhado com uma faca, despojado de suas roupas e sendo mantido e tratado como um animal. Inferno, a maioria dos animais era oferecida um tratamento melhor do que ele recebeu nas mãos de seus captores. Um dia iria fazer as pazes com tudo isso. Ele esperava. E no final, isso era tudo que podia fazer. Manter a esperança de que seu passado não governaria para sempre ou mancharia seu futuro. Talvez convivesse com seus demônios para sempre. Mas pelo menos estava se tornando mais hábil em sobreviver a eles. Mas não queria sobreviver à vida. Queria vivê-la. Ele morreria antes mesmo de se tornar uma vítima novamente. Nunca mais seria despojado de sua humanidade, sua própria alma. Quando pensou muitas vezes durante o cativeiro o quanto quisera desistir, tinha desistido, isso o envergonhava. Nathan foi mais forte do que Swanny, fato que ainda o incomodava depois de tantos meses. Mas nunca mais. Nada e ninguém jamais iriam derrubá-lo novamente. Foi uma promessa que fizera no momento em seu socorro tornara-se realidade e não apenas um sonho aparentemente impossível. A porta da sala de guerra abriu e Donovan caminhou sem pressa, com um sorriso no rosto. Como o mais novo irmão a se casar, ele estava de bom humor perpétuo. Apesar de Eve, sua esposa, não ter engravidado, ela tinha dois irmãos mais jovens que viviam com ela e Van. Travis tinha dezesseis anos e estava matriculado no ensino médio local, enquanto Cammie, a preciosa irmã de Eva, estava agora com cinco anos de idade e iria para o jardim de infância, no outono, com Charlotte, filha mais velha de Sam. Donovan levantou uma sobrancelha quando viu os bebês que Ethan e Garrett estavam segurando. — Dentição ainda? — Seu dia está chegando, irmãozinho, — Sam avisou. — E não pense que você vai ter um pingo de simpatia do resto de nós, quando você e Eva tiverem filhos. Donovan sorriu. — Estou esperando ansioso por esse dia. O tipo de merda sobre a qual vocês gemem e reclamam, eu não posso esperar. Mas nós vamos esperar um pouco. Eve ainda é jovem e esteve cuidando de seu irmão e irmã por um longo tempo. Não quero impor a ela essa responsabilidade por um tempo. Nós dois queremos filhos. Muitos. Mas temos muito tempo e eu a quero, Cammie
  • 24. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 24 e Travis para mim por um tempo antes de aumentar família. Não quero que Cammie ou Travis achem que eles vêm em segundo lugar a qualquer criança que Eve e eu tivermos, juntos. Joe fez um som de impaciência. — Não é que eu não ame toda a domesticidade que escorre das paredes, mas temos uma missão para nos concentrar. Podemos seguir? — Falou como um homem livre, — Ethan falou devagar. Swanny também estava ficando impaciente. O telefonema de Sin ainda estava pesando fortemente em sua mente, e como Joe, ele estava pronto para se mover sobre isso. A porta se abriu novamente e Edge e Skylar entraram, parecendo focados e prontos. — Ok, todo mundo está aqui, — disse Joe. — Vamos começar. — Vão nos dizer o que está acontecendo, ou vocês vão apenas fugir com um jato e decolar? — Sam perguntou secamente, sutilmente lembrando-os que, embora esta fosse uma organização familiar, ele ainda estava no comando. Ou melhor, ele compartilhava o duplo comando com Garrett e Donovan, mas na maior parte, Sam comandava o show, embora ele incluísse seus irmãos em todo o processo decisório. Ethan estava entrando progressivamente, mas ele tinha muito terreno para compensar, tendo apenas se juntado à KGI quando sua esposa, Rachel, foi resgatada alguns anos antes. Edge e Skylar moveram-se para a mesa de planejamento onde os outros estavam reunidos, mas não antes de Skylar parar para arrulhar para Grant, que ainda estava nos braços de Ethan. — Aqui, entregue o rapaz de volta para Sam, para que possamos começar a planejar, — Ethan disse, entregando o bebê a Skylar. — Eu acho que é hora de uma mudança de fralda e eu paguei minhas dívidas nesse departamento. Houve olhares simultâneos de diversão, dos homens que tiveram filhos, e algo parecido com horror dos homens que não tiveram. Skylar não parecia nada incomodada com a perspectiva de uma fralda suja. Ela estendeu a mão para pegá-lo de Ethan e balançou-o suavemente em seus braços antes de finalmente passar de volta para Sam. — Ele é adorável, Sam. E se parece muito com você! É estranho olhar para os seus filhos, porque Charlotte é uma réplica exata de Sophie, e Grant se parece exatamente com você, — Skylar meditou. — Vocês conseguiram uma completa miniatura! — Pobre criança, — Nathan murmurou. — Olá? Hora da missão? — Joe disse, exasperado. Garrett moveu Kelsey cuidadosamente em seus braços como se ela fosse uma bomba prestes a explodir. Ele ficou tenso e olhou para ela, a tensão evidente na testa. Swanny viu a evidência de muitas noites sem dormir recentes no rosto do grande homem, o viu visivelmente suspirar de alívio quando sua filha se contorceu uma vez e depois se acomodou para dormir, aninhada nos braços do pai. Mas havia também muito amor e adoração nos olhos do grande homem que Swanny teria que ser cego ou completamente alheio para não notar. Aquela menina tinha trazido Garrett de joelhos, e continuaria a fazê-lo pelo resto de sua vida. Uma coisa era certa, porém, e isso era verdade para todas as crianças Kelly. Não havia uma
  • 25. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 25 criança no mundo que estaria mais protegida e vigiada do que aqueles bebês. Swanny tinha pena do pobre tolo que tentasse namorar as filhas Kelly. Ter encontros na varanda da frente vigiado por um pai super protetor ranzinza? Swanny pagaria para ver isso. — Então o que temos aqui? — Garrett perguntou em voz baixa. — Vocês não nos deram muito para seguir. Joe olhou para Nathan. — Ryker Sinclair chamou. Disse que a irmã dele estava em apuros. Ele não quis entrar em detalhes. Disse que alguém deu um tiro nela, mas não tenho ideia do que isso significa exatamente. Nathan franziu a testa. — A irmã dele não é uma supermodelo, ou algo assim? Ele costumava nos mostrar fotos dela. Ela foi escolhida como a mulher mais bonita do mundo por uma revista alguns anos atrás. Ele mostrou para nós quando estávamos em nossa última missão. — Sim, é ela, — Swanny forneceu. Só a menção daquela capa de revista, cabelos loiros sedosos fluindo como se fossem em uma brisa suave, os olhos brilhando e um sorriso megawatt, trouxe de volta a primeira vez que ele viu a foto dela. Sentia-se como um idiota por ter quase uma reação idêntica apenas pela memória. — Então, você conhece este Ryker Sinclair? — Perguntou Donovan. Joe assentiu, assim como Nathan e Swanny. — Nós servimos com ele, — explicou Nathan. — Ele salvou meu traseiro, — Joe interrompeu. — Me empurrou para baixo e tomou a bala destinada a mim. Eu devo a ele. — Todos nós devemos a ele, então, — Sam disse simplesmente. E assim era Sam. A seus olhos, a dívida de um de seus irmãos era uma dívida que toda a família assumia. Estendendo-se ao resto da KGI também. — Ele não entrou em muitos detalhes, — Joe continuou. — Mas parecia preocupado, e se ele está preocupado, então devemos estar também. Seu pai serviu e o irmão mais velho é um policial. Provavelmente contrataram uma empresa de segurança para proteger Eden, porque não posso imaginar Big Eddie deixando a segurança de sua filha ao acaso. Assim, o fato de nos chamarem me diz que isso é algo grande. Sin me disse que Eden se escondeu em um hotel e eles estão voando imediatamente para chegar até ela. Ele disse que ia estar em contato assim que soubesse onde precisávamos encontrá-los, mas pediu que fôssemos nessa direção. Sam prendeu Joe com seu olhar. — Você vai me informar o momento em que tiver mais informações, e se for algo que sua equipe não pode lidar por conta própria, não seja teimoso. Chame-me para apoio, e eu posso ter a equipe de Steele ou de Rio no ar dentro de algumas horas. — Vocês estão dentro? — Joe perguntou, virando-se para olhar para Edge e Skylar. — Claro que sim, — Skylar disse em um tom que sugeria que a pergunta de Joe a irritou. — Nós somos parte desta equipe. Se você vai, estamos indo.
  • 26. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 26 Edge sorriu, a ação apagando as linhas duras do seu rosto e acendendo as sombras taciturnas em seus olhos. — Não poderia ter dito melhor do que Sky. — Tudo bem, então, voem e gritem quando aterrissarem e conseguirem um melhor controle sobre a situação, — disse Donovan. — Vou avisar Steele e tê-lo em modo de espera, — Garrett disse em voz baixa, embora ainda estivesse olhando para a filha como se tivesse medo de qualquer barulho fosse acordá-la. Ele fez uma careta, obviamente vendo algo que não gostou. Então, um gemido soou e um olhar de pânico entrou nos olhos de Garrett. Ele soltou um suspiro cansado. Swanny quase podia convocar simpatia, mas como se sentir triste por um cara que tinha o mundo a seus pés? Uma mulher linda, amorosa. Uma filha recém-nascida. A promessa de futuros filhos. Um futuro que ele não enfrentaria sozinho. Não, Swanny não sentia pena dele. Percebeu que o vacilo interno era... Inveja. Era assim que Donovan tinha se sentido antes de Eve entrar em sua vida, quando seus irmãos foram caindo um a um? Forjando seu próprio caminho separado. Ainda firmemente arraigados na dobra da família Kelly mas abrindo seu caminho por conta própria também. Ramificando-se, apesar de todos os caminhos levarem de volta para o mesmo lugar. Lar. Lago Kentucky. — Merda. Eu deveria voltar para casa. Ela provavelmente vai precisar de cuidados. Eu estava esperando dar mais tempo de cochilo a Sarah, — Garrett disse com uma careta. Sem esperar por uma resposta, Garrett apenas correu para a saída, o riso em seu rastro. Ele só fez uma pausa para levantar a mão direita e estender o dedo médio antes de desaparecer da sala de guerra. — Estou falando sério, — Sam disse em um tom austero, voltando a atenção de todos para ele. — Se isso for algo que vocês achem que precisam de apoio, me chame imediatamente. Garrett e eu estamos fora de ação por curto prazo, mas Van e Ethan, bem como as outras duas equipes podem partir para ajuda-los. Vou colocá-los em alerta para o caso de precisar deles. — Conseguiremos irmão, — Nathan disse secamente. — Somos meninos grandes agora. É hora de desapegar e soltar-nos no mundo. — Babaca, — Sam murmurou. — É o meu trabalho me preocupar com todos vocês. Sou o mais velho, de modo que cai na descrição do meu trabalho. — Contanto que você não pretenda ser o cérebro desta operação, — Donovan falou devagar. — Esse é o meu título. Super gênio, lembra-se? Os outros reviraram os olhos, mas, em seguida, Joe pegou sua mochila e fez um gesto para os outros. — Vamos pegar a estrada. Estamos perdendo tempo. Sam, o jato está abastecido e pronto? — Perguntou Joe. Sam assentiu. Joe deu um tapa no ombro de Nathan. — Tudo bem, irmãozinho. Você pilotará o jato. — Com permissão desta vez, — Sam disse secamente.
  • 27. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 27 — Vocês nunca vão me deixar esquecer aquela vez que roubei o jato da empresa, não é? — Nathan perguntou, exasperado. — Foi uma causa justa, — Swanny disse sabiamente. Nathan tinha pilotado um jato KGI e saiu de casa como um morcego fora do inferno, mas ele voltou com Shea. Com um novo sopro de vida. Swanny podia ver a diferença de Nathan. Ele percorreu um longo caminho desde o homem que foi resgatado do mesmo inferno que Swanny sofreu. Swanny não tinha dúvida de que Nathan ainda lidava com seu passado, mas havia uma paz sobre ele que era evidente. Ele era... Feliz. Contente. Não era isso que todos queriam no final? Donovan sorriu. — Verdade, mas isso não significa que não vamos incomodá-lo sobre isso sempre que tivermos a chance. — Canalhas, — Nathan resmungou. Skylar e Edge pegaram as mochilas e se dirigiam para a porta. Swanny abaixou-se para recuperar sua mochila enquanto Nathan e Joe invadiam o arsenal KGI em uma sala ao lado da área de treinamento principal. Caminharam rapidamente na direção do hangar. Era uma boa distância da sala de guerra, mas no momento em que empurravam todos os equipamentos em vários SUVs e dirigiam até o aeroporto, eles já estariam lá apenas arrastando-se. Apesar de pequena, Skylar mantinha o passo com os homens muito mais altos e sequer parecia sem fôlego. Ela se mantinha em forma impecável. Uma coisa Swanny notou desde o primeiro dia da sua adesão à nova equipe era que ela não guardava mágoas, nem parecia que tinha algo a provar só porque era uma mulher em uma organização predominantemente do sexo masculino. Ela era afiada como uma tachinha, inteligente e confiante. E as poucas vezes que Swanny realmente não olhou para ela como um companheiro, como apenas uma parte de um todo, ela era bonita de uma forma efervescente. Mas confiante. É. Essa era uma qualidade atraente em uma mulher. Talvez alguns homens não concordassem, ou talvez se sentissem ameaçados por uma mulher plenamente capaz de cuidar de si mesma, não só dos outros ao seu redor, mas Swanny achava que não havia mulher mais bonita do que aquela que conhecia sua mente e desafiava o mundo para lidar com ela. Talvez não ser a única mulher na KGI tenha ajudado a esse respeito, embora Swanny reconhecesse que, provavelmente, tinha pouco a ver com isso. Sky era ela própria. Ela não teria precisado que PJ limpasse o terreno para ela. Ela poderia muito revolucionar e chutar traseiros por conta própria. Ela e PJ, aliás. PJ Rutherford... Porra, Coletrane agora. Ele tinha que se corrigir todas às vezes. Ela e Cole se casaram, mas agora era difícil começar a pensar nela como PJ Coletrane. De qualquer forma, PJ era uma guerreira impressionante que poderia facilmente derrubar um homem ou homens do dobro do tamanho dela. Skylar não era menos durona e nenhum dos rapazes a tratava como... Bem, uma menina. Como PJ, ela era um dos caras. Como ele já pensou, as duas mulheres eram mais do que capazes de cuidar de si mesmas, e mais importante, perfeitamente capazes de apoiar seus
  • 28. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 28 companheiros, homens. Swanny não tinha nenhum receio em ter o apoio de Skylar ou PJ. Confiava em Sky com a sua vida assim como ela confiava nele com a dela. Era a maneira que funcionava na KGI. A química tinha que ser perfeita dentro de cada equipe para que executassem e funcionassem como uma máquina bem oleada. Suas vidas, e as dos outros dependiam desse fato. Enquanto embarcavam, Swanny estava contemplando Eden. A imagem dela nadava em sua mente. Incrivelmente bela e de doce índole, e tinha um coração de ouro. Ele usou o telefone para estudar as atividades recentes dela, curioso sobre a mulher que o irmão costumava falar muito. E onde ela estava agora em sua carreira. Se ela era uma das mulheres mais bonitas do mundo alguns anos atrás, e agora? Ela teria mudado? Mas enquanto olhava para fotos recentes, cortesia do Google, percebeu que ela estava incrivelmente mais bela do que nunca. Adorável. A palavra o divertiu. Não conseguia se lembrar de um tempo em que a palavra alguma vez fez parte de seu vocabulário, e com maldita certeza nunca a usou em discurso atual. E ainda assim não conseguia pensar em uma palavra mais apropriada. Bonita. Linda. Aquelas eram comuns. Lançadas ao redor com entusiasmo. Mas adorável? De alguma forma, parecia mais elegante e atemporal. Como ela. Seu tipo de beleza nunca saiu de moda. Ela era bonita em qualquer período de tempo. Folheou outras fotos dela: poses profissionais, publicitárias e algumas que pareciam que tivesse sido pega em um momento de descuido. Aquelas foram as que ele estudou mais próximo, à procura de pistas, a introspecção em seu personagem. O que estava por trás da maquiagem, glamour e brilho. Não que fizesse qualquer diferença se ela fosse uma camaleoa, seu sorriso forçado e seu bom coração só fosse visível em público. Ele faria o trabalho, porque era isso que era pago para fazer. Se gostava ou aprovava um cliente em potencial não significava nada, se sua equipe pegasse a missão. Ele não conseguia se decidir sobre ela. Mas então como poderia, sem tê-la conhecido e formado uma impressão? Ele era bom em primeiras impressões e instintos. Eles raramente falhavam com ele. Passou por vários artigos, alguns sites de notícias legítimas, outros nada mais do que trapos de fofocas online. Mas todos tinham uma coisa em comum. Ela parecia ser a perfeição absoluta. Doava para a caridade, ajudava a levantar fundos para organizações de caridade. Visitava crianças doentes em hospitais e doava seu tempo para várias boas causas. Era uma coisa rara na verdade, que não houvesse, pelo menos, especulação ou mesmo merda inventada e publicada para promover e vender mentiras. Sua leitura superficial não trouxe uma única coisa negativa sobre ela. Nenhuma gravidez secreta, uso de drogas, ex-namorados loucos e aliás, nenhum interesse amoroso. Ele franziu o cenho. Uma mulher tão bonita, ou melhor, linda, não teria escassez de homens tentando entrar em sua calça. Ele estava começando a se perguntar se a mulher era uma maldita santa. Quase bufou com o pensamento. Não havia ninguém tão perfeito assim. Todo mundo tinha suas falhas. Ele se perguntou quais eram as dela. Ele se perguntou se tudo que estava lendo era sobre uma pessoa pública extremamente de boa aparência e rígida e se ela era realmente assim por trás de tudo. Ryker o fez acreditar que
  • 29. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 29 Eden era tudo o que a notícia relatava e mais, mas ele não era exatamente um partido imparcial. Mas ele nunca tinha ouvido Ryker pronunciar uma única palavra ruim sobre ela. Ele resmungou sobre Raid, seu irmão mais velho, e até mesmo sobre seu pai, chamando-o de um velhote metódico que ainda gostava de latir ordens como um sargento. Ele sabia que Ryker havia perdido a mãe quando era jovem e isso afetou profundamente todos eles, mas seu pai ficou muito mal. Por todas as contas, Eden era uma réplica da mãe. Ryker disse que seu pai se gabava quando estavam crescendo que ela também poderia ter sido modelo, mas não queria os holofotes. Seu lugar favorito no mundo era estar em casa cuidando dos filhos e passando o tempo com a família. Ela tinha sido esposa de um militar, e as esposas de militares era uma raça muito especial de mulher. Eram muitas vezes os heróis desconhecidos quando se tratava de servir ao seu país. Mas elas faziam sacrifícios acima e além do que a maioria das mulheres experimentara em sua vida. Quando seus maridos estavam fora em uma missão, elas estavam em casa por si só, criando os filhos, mantendo a família intacta e apoiando seus maridos. Era necessário ser uma mulher especial para ceder desinteressadamente o marido para a proteção de outros. Pessoas que essas mulheres nunca encontraram. Pessoas que nunca seriam capazes de expressar sua gratidão aos soldados, e muito menos a suas esposas. Swanny tinha respeito infinito por esposas militares assim como tinha profundo respeito pelas esposas Kelly e esposas dos líderes das equipes. Para todos os efeitos práticos, os maridos ainda eram militares, mesmo que não mais alistados. Mas a KGI poderia ser chamada para uma missão tão rapidamente como tinha sido hoje, e eles largavam tudo para assumir a missão de proteger ou resgatar outros e as mulheres ficavam para trás, nunca sabendo se seus maridos voltariam. No entanto, elas entraram no ritmo e ficavam fortes. Resilientes. Olhou novamente para o telefone, onde uma foto particularmente impressionante de Eden estava olhando para ele. Não era uma foto glamorosa. Ela estava rindo para a câmera, de joelhos, com os braços envolvidos em torno de um enorme mastiff. Seus olhos brilhavam de felicidade; seu sorriso era grande e natural, mostrando, dentes ultra brancos perfeitamente retos. Quando Joe se sentou no assento ao lado dele, ele rapidamente fechou a página do navegador onde estava olhando para a foto de Eden. Estava praticamente sonhando acordado com uma mulher que nunca sequer encontrou, que era tão linda e tão fora de seu alcance, que não era sequer engraçado. Ela não iria vê-lo. Poucas pessoas já o fizeram. Ele era um homem quieto e geralmente introspectivo. Deixava que os outros em sua equipe falassem. Certificar que a missão corresse sem problemas era o seu trabalho. Bem como de seus companheiros de equipe. Fazer o seu trabalho não exigia que ele fosse falador e ele gostava muito bem dessa forma. E se as pessoas o viam... Bem, as reações eram típicas. Horror. Repulsa. Medo. E piedade. Ele balançou a cabeça, sabendo que Eden não seria diferente de todo mundo, mesmo que ela tivesse um coração do tamanho do Texas.
  • 30. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 30 Ela estava cercada por gente bonita. Pessoas ricas. Pessoas que eram polidas e refinadas. Estava a par da última moda e fofocas de Hollywood, com toda a probabilidade. E, no entanto... Sua família, sua família imediata eram ex-militares e um policial. Eles a mantinham fundamentada na realidade? A imagem de uma beleza delicada entre os três homens que experimentavam o pior da humanidade, tinham sangue nas mãos e honra em seus corações, era incongruente. Uma rosa entre espinhos. Jesus. Agora, ele estava ficando poético. Sua carreira levou-a a lugares que eram milhas acima dos lugares que ele estivera. Tomar vinho em Paris em um coquetel pomposo era um mundo longe de estar agachado no relógio à espera de uma janela de cinco segundos de tempo para fazer um tiro mortal depois de passar três dias seguidos sem dormir, porque se perdesse o foco, mesmo por um décimo de segundo, poderia perder a sua oportunidade. Não, Eden não olharia para ele. E se olhasse, certamente não olharia duas vezes. Mas isso não significava que ele não podia olhar profundamente para ela. De alguma forma, imaginou que apenas estar em sua presença seria como estar sob os raios quentes do sol. Ele a encontraria em breve. Ele poderia sonhar. Não há nenhuma lei contra isso. Mas era pragmático o suficiente para saber que para caras como ele, os sonhos eram um exercício de futilidade e levavam inevitavelmente à decepção. Capítulo 6 Eden arrastou uma mão cansada pelo cabelo, se perguntando se estaria careca antes que tudo isso acabasse. Explicou pacientemente, pela terceira vez, os eventos que aconteceram quando ela, David e Micah saíram do edifício após sua sessão de fotos. Micah e David tinham dado as suas próprias declarações, idênticas as dela. — Eu simplesmente não sei mais nada, detetive Gibbs, — disse cansada. — Tudo aconteceu muito rápido. O vidro quebrou atrás de nós e fui empurrada para o chão. Foi tudo um borrão gigante. Eu estava com medo. E, em seguida, o carro rugiu alto e eles me empurraram para dentro e nos dirigimos para cá, para o hotel. O detetive trocou um olhar frustrado com seu parceiro, ambos com blocos de anotações nas mãos para anotar o que provavelmente pensavam ser informações perfeitamente inúteis. — Me desculpe, não posso ser de mais ajuda, — Eden acrescentou, desconfortável com o silêncio repentino. — Você pendeu alguém? E, em seguida, outro pensamento lhe ocorreu, envergonhando-a porque ela não tinha considerado até agora. Ela prendeu a respiração e olhou com urgência para os dois detetives. — Alguém se machucou? Alguém foi baleado? Gibbs balançou a cabeça.
  • 31. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 31 — Houve alguns ferimentos leves do vidro voando. Um tornozelo torcido de tropeçar enquanto alguém saia correndo da cena. Mas ninguém foi baleado. — Graças a Deus, — Eden suspirou. Uma batida urgente soou na porta seguida de um grito característico. — Eden! É papai. Alívio percorreu suas veias e ela girou do sofá apenas para ser contida por Micah. — David vai responder. Você fica parada. Eden ruminou com a frustração enquanto David ia até a porta. Assim que seu pai e irmãos entraram, ela empurrou Micah longe e voou pela sala para os braços de seu pai. — Eden, graças a Deus você está bem, — o pai sussurrou em seu ouvido. — Obrigada por ter vindo tão depressa — disse ela com fervor. — Estou tão feliz que vocês estão aqui. Ela passou então a Raid, que engoliu-a em um abraço de urso, e depois para Ryker, que a segurou tão firmemente quanto os outros. — Você nos assustou, querida, — Raid disse quando Ryker finalmente a soltou. Eddie olhou além de Eden, para os dois detetives e fez uma careta. — O que está acontecendo aqui? Eden tomou sua mão e arrastou-o para os detetives a espera. — Papai, este é o detetive Gibbs e seu parceiro, o detetive Barnes. Eles estão me questionando sobre o tiroteio. — Você fez uma prisão? O que aconteceu hoje? — Eddie latiu. — Ainda estamos na fase preliminar da investigação, senhor — disse Gibbs em uma voz firme. — Estamos entrevistando testemunhas oculares, tentando juntar as peças. — Você sabe alguma coisa neste momento? — Perguntou Raid. — Você é policial? — Perguntou Barnes. Raid assentiu. — Tudo o que sabemos é que os tiros foram disparados em uma trajetória de queda, e não do nível da rua. Retiramos uma das balas do concreto e o ângulo coloca no nível de oito a nove andares, por isso estamos verificando o hotel em frente e fazendo uma varredura dos andares 5 ao 11. Até agora nada apareceu, mas estamos revendo os registros de hotéis de todas as pessoas que ficam nesses andares, — Barnes forneceu. — Atirador? — Perguntou Ryker. — Parece ser, — Gibbs disse severamente. — Não há evidência de que apenas quatro tiros foram disparados, mas não podemos ter certeza. Fizemos uma busca completa de todos os quartos que davam para a rua e não foi encontrado nenhum estojo, por isso é provável que o atirador se limpou depois. Estamos procurando por digitais, mas a não ser que tenhamos sorte, isso provavelmente vai demorar algum tempo. — Você terminou com a minha filha? — Eddie perguntou. — Ela parece exausta. Vocês a questionaram durante toda a maldita tarde? Cor preencheu as bochechas de Barnes.
  • 32. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 32 — É o procedimento, senhor. — Eu estou bem, papai — disse Eden, em voz baixa. — Não, você não está, — Raid negou. — Eles estão aqui há várias horas, — disse Micah. — Eu diria que eles terminaram. Gibbs suspirou. — Temos tudo o que podemos conseguir por enquanto. — Ela está livre para partir? — Perguntou Eddie. Barnes levantou uma sobrancelha. — Está com pressa? Eddie lançou-lhe um olhar que murcharia a maioria dos homens. Era um olhar que Eden não costuma receber, mas certamente a intimidava. Gibbs e Barnes não foram imunes. Barnes se deslocou inquieto antes de deixar cair seu olhar. — Tenho outra sessão de fotos, — Eden disse calmamente. — Depois de amanhã. Terei que viajar amanhã. É importante. A maior da minha carreira. O pai e os irmãos trocaram olhares inquietos, mas se mantiveram em silêncio. — Deixem-me seus números de contato no caso de termos mais perguntas — disse Gibbs. — Nós vamos notificá-los se fizermos uma prisão, é claro. Eden forneceu o seu número de celular, assim como Micah e David. Em seguida, os detetives se despediram com a promessa de mantê-los atualizados sobre o progresso. Quando a porta se fechou atrás deles, Eden afundou no sofá e fechou os olhos. Raid e seu pai imediatamente sentaram-se em ambos os lados dela, e seu pai puxou-a em seus braços novamente. Ele tremia contra ela e ela percebeu o quão aterrorizado ele estava. Os outros dois também. Ela realmente não tinha percebido o quanto esteve perto da morte até depois, quando os detetives chegaram. Ela tremeu por toda a primeira hora do interrogatório. — Estou tão feliz que vocês vieram, — disse Eden. — Estava com tanto medo, mas vocês estão aqui agora e eu estou bem. Seu pai se afastou e enquadrou os ombros dela em suas grandes mãos. — Eu chamei algumas pessoas, baby. A testa dela franziu. — Que pessoas e por quê? — Eles são os melhores, ou assim Ryker me informou. Estou trazendo-os para cuidar da sua proteção para o próximo ensaio fotográfico. A boca dela abriu. — Mas e quanto a David e Micah? É para isso que eles estão aqui. E eles o fizeram. Eles me tiraram e salvaram. Por que precisamos de mais? As feições de seu pai eram implacáveis. — Você quase morreu hoje, Eden. Não haverá argumentos. Eu os quero em torno de você em todos os momentos. David e Micah podem fazer uma pausa bem merecida. — Mas, papai...
  • 33. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 33 — Ele está certo, Eden, — Raid entrou na conversa. Eden olhou para Ryker, seus olhos implorando, mas ele parecia tão resolvido como Raid e seu pai. — Eles são os melhores no que fazem, — Ryker disse, a mandíbula apertada. — Não há nenhuma maneira no inferno de você ir a esse ensaio sem eles. Eu sei que é importante para você, caso contrário, teríamos você em casa e sob constante vigilância e foda-se a sua carreira. Calor tomou conta de seu rosto e a raiva aumentou. Eles estavam agrupando-se em cima dela. Tomando decisões por ela. Ela era uma mulher adulta e certamente tinha o direito de fazer suas próprias escolhas. — Eles estão certos, Eden, — disse Micah. Ela gemeu. — Deus, não você também. — Você quase morreu hoje, — disse David. — Se essas pessoas que o seu pai está trazendo são os melhores, então é disso que você precisa. Ninguém quer você morta. — Vocês estão todos fazendo um belo exagero aqui, — ela apontou. — Aparentemente esta é uma bala perdida e aconteceu de eu estar no lugar errado na hora errada. Qualquer um daqueles pedestres poderia ter sido morto. Não só eu. Ela viu um brilho nos olhos de seu pai, mas ele foi embora com a mesma rapidez, determinação apertando suas feições. — Não estou disposto a correr riscos com a sua segurança, — disse ele. — Me tranquilize, Eden. Porque estou tão perto de transportar você para casa e dizer ao seu agente para cancelar a coisa toda. No final, não era as ameaças que a balançavam. Quando ela olhou para o pai e os irmãos, viu medo gritante em seus olhos. E preocupação. Ela sabia que não iriam ser influenciados e se recusasse a segurança adicional, não tinha dúvida de que seu pai cumpriria sua ameaça de levá-la para casa e mantê-la sob sete chaves durante o tempo que demorasse. Ela suspirou, massageando a testa com os dedos, a fadiga se estabelecendo em seus ossos. — Você está cansada, querida, — Raid disse. — Vai tentar deitar e descansar um pouco até os Kellys aparecerem? Eles estão a caminho agora e precisamos fazer planos desde que você vai embora amanhã à noite para Paris. David estendeu o frasco do medicamento que o médico do hotel prescrevera quando ele passou por aqui para examinar Eden horas antes. — Pegue-o. Você precisa descansar, — disse ele sem rodeios. A sala estava nadando em testosterona já. Ela estremeceu ao pensar o quão ruim isso seria quando quem seu pai havia contratado aparecesse. Micah enfiou uma garrafa de água na mão dela e, em seguida, Raid a levou a ficar de pé e em direção à área do quarto da suíte. — Eu odeio quando os homens da minha vida me controlam, — ela murmurou uma vez que Raid fechou a porta atrás deles. Raid puxou-a em seus braços e a abraçou ferozmente.
  • 34. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 34 — Estamos com medo querida. Alegre-nos, por favor? Você não tem ideia do que aquela chamada fez com o pai. Isso fará com que ele se sinta melhor sabendo que você tem o melhor apoio. — Você totalmente fez isso de propósito, — ela acusou. Raid se afastou, um olhar inocente no rosto. — Fiz o quê? — Você sabe muito bem o quê, — ela disse com desgosto. — Você está usando o pai contra mim. — Está funcionando? — Sim. Caramba. Ele sorriu e beijou sua testa. — Tome o seu medicamento e durma um pouco, ok? — Seja como for, irmão mais velho. Mas vai ter troco. — Isso vai fazer Ryker e eu nos sentirmos muito melhor também, — disse ele, com uma expressão séria crescendo mais uma vez. Ela suspirou. — Concordei, então demita o sentimento de culpa. — Nós nos preocupamos com você querida. Nós te amamos e não queremos que nada aconteça com você. — Eu amo vocês também, — ela devolveu — Agora xô para que eu possa me derrubar nessa cama. Estou prestes a cair. — Não até eu ver você tomar a pílula, — disse ele incisivamente. Para enfatizar seu ponto, ele cruzou os braços e olhou com expectativa para ela. — Vocês são todos um bando de tiranos, — ela murmurou. Mas ela fez o que ele pediu e engoliu a pílula amarga, degustando com uma careta. — Pronto. Feliz? — Sim, — disse ele, inclinando-se para beijá-la na testa. — Acorde-me quando quem quer que seja chegue aqui, ok? Ele acenou com a cabeça. — Prometa-me, — ela apertou. — Eu, pelo menos, gostaria de estar presente quando o meu futuro for decidido. Ele revirou os olhos. — Prometo. Agora coloque o seu traseiro na cama. Ela não precisou de muito incentivo. Sequer puxou as cobertas. Posicionou o rosto na cama e enterrou a cabeça no travesseiro suntuoso com um suspiro. Ao longe, ouviu a porta se fechar atrás dela e fechou os olhos, cansaço tomando conta. Capítulo 7
  • 35. Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 35 Joe estacionou o SUV na entrada de trás do hotel e chamou Ryker para vir abrir a porta para que não caminhassem pelo saguão com o arsenal de armas. Segundos depois, Ryker abriu a porta e fez sinal para saírem do veículo. Correram para dentro, Ryker rapidamente sacudindo as mãos de Joe, Nathan e Swanny. — Obrigado por terem vindo tão depressa, — Ryker disse enquanto subiam as escadas. — Não tem problema, — Joe retornou. — Eden está descansando, o que é bom, — Ryker disse enquanto caminhavam para fora da escada e para o corredor. — Papai está determinado que ela não saiba o que está acontecendo, ou pelo menos não tudo. Não estou dizendo que concordo, mas estamos fazendo do jeito dele. Ele vai lhes dar a informação que vocês precisam para que possamos agir em conformidade. Parou em frente à porta do quarto e inseriu o cartão-chave. Empurrou-a e apontou o interior para os outros. O olhar de Swanny varreu o interior, observando um homem mais velho que ele assumiu fosse Eddie Sinclair e um homem mais novo, que devia ser o irmão mais velho de Ryker, Raid. Eddie se encontrou com eles no meio do caminho, a mão estendida para agitar a deles enquanto as apresentações eram realizadas. Uma vez que todos estavam sentados, Eddie inclinou-se em sua cadeira e manteve a voz baixa. Ele olhou em direção a uma porta fechada onde Swanny assumiu que Eden estava dormindo. — Tanto quanto sabe Eden, o tiroteio foi aleatório, — disse Eddie em voz baixa. — Mas eu sei que foi de forma diferente. Pouco antes de o tiroteio ocorrer, recebi uma ameaça. É uma história longa e complicada. É... Vingança. A sobrancelha de Swanny levantou-se e Joe franziu o cenho. — Importa-se de explicar? Você sabe a origem da ameaça? Eddie passou a mão pelos cabelos, os olhos escuros com preocupação. — Anos atrás, quando eu estava em um grupo de operações secretas, tínhamos uma missão que foi totalmente confusa. Nós deveríamos eliminar Raul Sanchez, um grande jogador no tráfico de drogas e de armas, tráfico de pessoas como um concorrente secundário forte. Ele tinha as mãos em quase tudo. Finalmente conseguimos a nossa oportunidade. Aniversário da filha dele. Ele parou e ficou em silêncio por um momento, a emoção latente em seus olhos. — A esposa e a filha foram pegas no fogo cruzado. Sanchez e o filho fugiram. — Maldição, — Nathan murmurou. — Não terminou aí, — Eddie disse cansado. — Anos depois, Sanchez veio atrás de mim onde eu era mais vulnerável. Minha esposa. Ele engasgou e teve que se recompor visivelmente antes de continuar. — Ele matou minha esposa. — Jesus, — Swanny murmurou. — Eu fui atrás dele, — Eddie disse em voz sombria. — Eu não podia deixá-lo fugir com isso. Não quando eu soube. Então o segui, chamei alguém para ajudar e o eliminamos. E agora...