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PELA IMPORTÂNCIA DO SECTOR 
AGRÍCOLA, FLORESTAL E ALIMENTAR NA 
        EMPREGABILIDADE E 
 SUSTENTABILIDADE DOS JOVENS EM 
             PORTUGAL 
 


                                           INTRODUÇÃO 
A presente Moção Sectorial apresentada pela JS Ribatejo tem como principal objectivo a construção de 
uma  política  jovem  de  futuro  para  o  sector  agro‐industrial  português  que  tenha  em  vista  a 
empregabilidade e fixação dos jovens no sector. 

A  necessidade  de  políticas  jovens  e  inovadoras  neste  sector  prende‐se  com  a  realidade  do  território 
português  e  competitividade  possível  do  sector  face  a  outros  países  europeus  e  terceiros  no  que  diz 
respeito à produção de qualidade, com valor acrescentado, ambientalmente sustentável e competitiva. 
Uma política forte neste sector, virada para a empregabilidade jovem permite combater o abandono das 
zonas rurais, ao mesmo tempo que oferece aos jovens uma perspectiva de futuro assente na fixação dos 
mesmos num sector que pode permitir a independência financeira dos mesmos. 

As  políticas  nacionais,  iniciadas  pelo  na  altura  primeiro  ministro  de  Portugal,  Anibal  Cavaco  Silva 
levaram  à  destruição  em  massa  do  sector  numa  altura  em  que  os  fundos  europeus  poderiam  ter  sido 
aproveitados na modernização do sector em vez de no “funeral” do mesmo. O abate da frota pesqueira, 
os  pagamentos  para  o  abandono  da  actividade  agrícola,  a  entrega  de  quotas  de  produção  de  algumas 
culturas  a  outros  países  europeus,  a  destruição  do  sector  da  floresta,  em  função  da  política  do  betão, 
levaram a que gradualmente fosse cada vez mais difícil e menos atractiva a fixação de jovens no sector 
com o consequente abandono e envelhecimento dos operadores do sector. 

Mas a Juventude Socialista tem uma palavra a dizer no que será o futuro do sector agrícola português! 
Temos dos terrenos mais férteis do mundo, onde se conseguem produções de elevadíssima qualidade 
(lembro o sector do tomate recentemente distinguido e que muito diz ao sector agrícola do Ribatejo e 
do país), a maior zona económica exclusiva no que diz respeito ao sector da pesca, somos os maiores e 
melhores produtores mundiais de cortiça e produtos de cortiça (um bem actualmente essencial em todo 
o  mundo  e  que  permite  a  substituição  do  plástico  com  vantagens  ao  nível  da  fixação  de  carbono  e 
melhoramento  do  meio  ambiente),  e  poderíamos  continuar!  Está  na  altura  da  Juventude  Socialista 
adoptar de vez o sector agrícola, florestal e pesqueiro como bandeiras de futuro e sustentabilidade! 
 

                            PROBLEMAS DO SECTOR 

Produção 
Fitofármacos  ­  A  uniformização  dos  limites  máximos  de  resíduos  nas  União  Europeia  trouxe  aos 
produtores  nacionais  uma  clara  melhoria  no  que  era  uma  nuvem  de  indefinição  e  que  claramente 
alguns  países  “aproveitavam”  para  o  melhoramento  da  sua  competitividade  embora  à  custa  do  meio 
ambiente e da qualidade dos produtos, no entanto, a mesma trouxe consigo problemas que os nossos 
governantes ainda não foram capazes de resolver ou não se encontram sensibilizados para os mesmos. 
Apesar do limite máximo de resíduos de uma determinada substância activa ser igual por exemplo em 
Portugal  e  Espanha,  o  mesmo  produto  pode  estar  homologado  para  utilização  em  Espanha  e  não  ser 
permitido em Portugal. É urgente a adopção de uma política Europeia de homologação de fitofármacos 
que venha combater a tendência da industria em apenas realizar essa mesma homologação em países 
de maior superfície agrícola. Esta homologação europeia permitiria, entre outras vantagens, o aumento 
da  competitividade  das  explorações  portuguesas  sem  nenhum  prejuízo  para  qualquer  outro  país 
europeu. Permitiria também a realização de algumas culturas actualmente inviáveis do ponto de vista 
sanitário  em  Portugal  apenas  pela  falta  de  produtos  homologados  para  as  mesmas.  É  um  problema 
identificado  do  sector,  nomeadamente  e  entre  outros  pela  Federação  Nacional  das  Organizações  de 
Produtores de Frutas e Hortícolas, e cuja resposta não passa senão de boa vontade política. 

Investigação  ligada  à  produção  –  O  sector  da  investigação  tem  sofrido,  ao  longo  dos  anos  e 
especialmente com este  governo, cortes de financiamento que põem em causa o seu funcionamento e 
permitem a fuga de “cérebros” para países que apostam no seu desenvolvimento e competitividade que 
isso traz para o sector produtivo. Não só no sector agrícola, mas em todos, a investigação é um factor 
predominante  na  inovação  e  competitividade  de  um  sector.  Mas  não  basta  investir  na  investigação,  é 
necessário que a informação e resultados práticos cheguem a quem deles retirará benefícios positivos 
para a economia do país. As Universidades, e principalmente os Politécnicos têm um papel fundamental 
na investigação e os mesmos têm de obrigatoriamente estar ligados ao sector de deles beneficiará e cuja 
ligação permitiria também uma maior ligação laboral e com consequente aumento da empregabilidade 
jovem nas agro‐industrias. 

Eficiência  Energética  –  O  anterior  governo  Socialista  foi  pioneiro  e  reconhecido  na  Europa  pela  sua 
aposta  na  eficiência  energética,  criação  e  apoio  à  criação  de  plataformas  de  micro  e  co‐geração,  com 
benefícios  óbvios  a  médio  e  longo  prazo  especialmente  no  sector  agro‐industrial.  A  energia  é  um  dos 
principais  custos  de  produção  e  que  em  muito  tem  afectado  a  produção  nacional.  Somos  dos  países 
Europeus  com  maior  número  de  horas  de  sol,  com  boas  condições  para  o  aproveitamento  da  energia 
eólica,  ambas  fontes  de  energia  gratuitas,  que  reduzem  o  valor  das  nossas  importações  na  balança 
comercial e claramente “amigas do ambiente” em todas as suas vertentes. O desinvestimento nesta área 
assumido  por  este  governo  com  a  sua  política  de  “venda  de  Portugal  a  retalho”  e  à  “pior  oferta” 
compromete uma política sustentável que Portugal vinha a adoptar em convergência com o que são as 
orientações Europeias (vincadas no Protocolo de Quito e no México) em matéria de energia e da qual 
Portugal  iria  retirar  claros  benefícios  a  médio  prazo  e  especialmente  o  sector  agrícola.  A  factura 
energética é também um dos principais custos da produção agrícola, sendo que a mesma é claramente 
superior quando comparada com outros países comunitários. 

Redução  de  custos  resultantes  de  normativos  comunitários  mais  exigentes  face  a  países 
terceiros  (ambiente,  segurança  alimentar  e  protecção  laboral)  –  A  política  Europeia  não  pode 
exigir aos seus produtores o cumprimento das melhores normas de segurança alimentar, respeito pelo 
meio  ambiente  e  protecção  social  dos  trabalhadores  ao  mesmo  tempo  que  permite  a  colocação  de 
produtos vindos de países terceiros que não cumprem os mesmos requisitos e desvirtuam o mercado 
no  que  diz  respeito  aos  investimento  feito  pelos  agricultores  portugueses  no  cumprimento  destas 
normas.  A  Europa  e  especificamente  Portugal  conseguiria  também  produzir  ao  mesmo  preço  que  os 
países  terceiros  dos  quais  importa  produção  se  não  fossem  obrigatórios  os  cumprimentos  de  normas 
que  respeitam  o  meio  ambiente  e  permitem  a  produção  sustentável,  garantem  a  segurança  alimentar 
para qualquer consumidor num nível de exigência impar a nível mundial, permitem aos trabalhadores 
usufruírem do estado social na sua plenitude com pleno respeito pelos seus direitos. Não somos contra 
estas  normativas,  antes  pelo  contrário,  deve  ser  a  Europa  a  dar  o  exemplo,  no  entanto  urge  que  os 
produtos importados de terceiros sejam submetidos às mesmas regras ou que exista uma política que 
permita o balanço de mercado face à exigência Europeia! 

Linhas de crédito específicas à instalação e reinvestimento em culturas – Numa altura em que o 
mercado  de  capitais  se  auto‐destruiu  e  cuja  auto‐destruição  está  a  ser  cobrada  ao  contribuinte 
trabalhador, às empresas e aos empresários, existe uma especial dificuldade dos operadores agrícolas 
se  capitalizarem  na  implantação  de  cultura  anuais,  assim  como  nos  investimentos  de  instalação  de 
jovens agricultores. A “factura” paga pelo cidadão na recapitalização da banca tem obrigatoriamente de 
ser  traduzida  no  investimento  sustentado  da  banca  na  economia  real  do  país  e  não  apenas  na 
capitalização dos seus investidores. Mais do que nunca, se torna necessária uma intervenção directa do 
estado  na  capitalização  e  apoio  ao  investimento,  especialmente  no  que  toca  à  instalação  e 
reinvestimento dos jovens agricultores. A criação/ obrigação da utilização dos fundos de capitalização 
da  banca  directamente  na  economia  produtiva  trazem,  entre  outras  vantagens,  a  directa  criação  de 
empregos  e  bens  transaccionáveis.  É  obrigação  do  estado  ter  meios  próprios  disponíveis, 
independentemente  da  crise  e  actual  sistema  que  se  vive  nos  nossos  dias,  para  o  apoio  directo  na 
capitalização do sector com vista ao investimento directo anual fora da banca comercial. 

Quotas  de  mercado  e  novas  culturas  –  Portugal  tem  tido  face  à  União  Europeia  uma  fraca  margem 
negocial tendo perdido quotas em culturas chave na economia Portuguesa. De relembrar que à pouco 
tempo  Portugal  produzia  tabaco,  beterraba  para  a  produção  de  açúcar,  entre  outros,  que  foram 
abandonados com a cedência dessas quotas a outros países Europeus apesar da elevada produtividade, 
qualidade  e  rentabilidade  para  os  agricultores  portugueses.  As  posições  políticas  assumidas  na  União 
Europeia em matéria de agricultura devem respeitar o que é a realidade dos nossos produtores e que 
respeite  a  instalação  rentável  de  jovens  no  futuro  no  sector  e  não  realizada  “à  melhor  oferta”  em 
políticas pouco concertadas. De relembrar também, por exemplo que à bem pouco tempo a beterraba 
era  uma  cultura  chave  que  representava  um  elevado  encaixe  de  tesouraria  nos  produtores  agrícolas 
nacionais,  onde  tínhamos  fileira  composta  pela  transformação  para  açúcar,  e  que  por  pressões 
europeias abandonámos à custa da importação de cana. Em linha com que foram posturas inovadoras 
adoptadas pela Juventude Socialista no passado e passado recente, é também urgente repensar novas 
formas de agricultura e novas culturas que respondam a desafios como o da legalização das chamadas 
“drogas  leves”.  Não  é  possível  essa  mesma  liberalização  sem  um  sector  produtivo,  equilibrado  e 
controlado  por  trás,  que  elimine  o  tráfico  e  economia  paralela  daí  resultante.  É  possível  a  criação  de 
uma fileira controlada, apenas destinada a maiores e com acompanhamento responsável à semelhança 
do que já se faz nalgumas regiões do nosso país vizinho. 



Mercado 
Custos  de  transporte  –  A  cadeia  de  transportes  é  um  dos  factores  fundamentais  de  competitividade 
dos  produtos  agrícolas,  com  especial  impacto  nos  produtos  perecíveis.  O  aumento  de  custos  de 
transporte  nomeadamente  através  da  introdução  de  portagens  em  “zonas  desfavorecidas”,  com  clara 
tendência  para  a  economia  rural,  e  cujas  infra‐estruturas  rodoviárias  criadas  pretendiam  reduzir  o 
efeito desse seu afastamento veio ainda mais subcarregar os factores de produção, quer seja através do 
aumento  do  custo  dos  mesmos  factores  de  produção,  como  do  transporte  do  próprio produto  final.  A 
solução para a desertificação do país não passa apenas pela criação de infra‐estruturas rodoviárias, nem 
muito  menos  pela  taxação  das  mesmas  em  zonas  rurais  viradas  para  a  produção  agrícola  e  florestal. 
Pelo  contrário,  o  país  precisa  de  repensar  a  sua  rede  de  transportes  dando  especial  enfase  não  ao 
transporte  único  de  passageiros  mas  de  mercadoria  abandonando  cada  vez  mais  o  transporte 
rodoviário. Portugal tem dos combustíveis rodoviários mais caros da Europa ao mesmo tempo que tem 
dos salários mais baixos da Europa! A produção de qualquer bem transaccionável não suporta encargos 
de transporte da mercadoria desvirtuados de uma realidade que não é a do nosso país. 
Relação do produtor com o mercado interno – O mercado interno é dominado por 3 ou 4 principais 
agentes  de  distribuição  face  a  um  grande  número  de  produtores  individuais,  organizações  de 
produtores e agentes independentes. Essa disfuncionalidade entre oferta e procura tem‐se traduzido no 
total  esmagamento  das  margens  do  produtor  e  aumento  do  custo  da  produção  ao  consumidor,  com 
claros  benefícios  para  a  grande  cadeia  de  distribuição.  O  produtor  agrícola  assume  todo  o  risco  da 
produção, endividando‐se junto da banca comercial para poder assegurar a instalação e produção anual 
apenas  para  ser  esmagado  face  ao  poder  negocial  da  distribuição,  “rappels”  aplicados  à  posteriori,  e 
descontos  em  contractos  pouco  claros  para  quem  produz  e  assume  o  risco  total  da  operação.  Nesta 
guerra  de  preços  o  consumidor  em  nada  beneficia  pois  esse  mesmo  esmagamento  não  se  traduz  no 
preço final, sendo o produto agrícola vendido a margens que superam os 500% do preço do produto ao 
produtor!  Essas  margens,  na  grande  maioria  dos  casos  em  nada  beneficiam  a  economia  pois  os 
empregos gerados na distribuição são em grande percentagem de trabalho precário e de baixo custo. Os 
próprios capitais daí gerados estão a ser desviados para outros locais como forma de fuga ao sistema 
fiscal nacional, descapitalizando o nosso próprio país à custa da produção. A produção agrícola nacional 
não  necessita  de  “subsídios”,  necessita  de  transparência,  relações  claras  de  custeio  na  cadeia  até  ao 
consumidor e margens humanas. O estado social é também a protecção do trabalho de quem trabalha a 
terra e do princípio da recompensa de quem assume o risco. Não é possível continuar num instinto de 
auto‐regulação do mercado quando os agentes não têm o mesmo poder negocial e o risco encontra‐se 
do  lado  com  menor  poder  negocial!  É  urgente  a  clara  investigação  de  onde  ficam  as  margens  dos 
produtos alimentares e o balanço dessas mesmas margens com o risco que cada operador está sujeito. 

Falta de transparência no funcionamento do mercado – Fora as causas referidas no ponto anterior, 
o  produtor  agrícola  nacional  sofre  ainda  da  entrada  de  produtos  de  países  terceiros  numa  clara 
concorrência  desleal  face  às  exigências  comunitárias  para  a  produção  interna.  Dessa  concorrência 
desleal  nasce  inclusive  a  oportunidade  das  grandes  cadeias  de  distribuição  na  negociação  com  a 
produção nacional, inundando o mercado interno de produtos de países terceiros antes das épocas de 
colheita  desvirtuando  o  preço  de  mercado  e  conseguindo  desta  forma  um  produto  de  qualidade 
superior a um preço muito inferior ao que seria justo para a produção. Toda esta pressão ao longo dos 
anos tem levado ao abandono cada vez maior da actividade e total descrédito no mercado, seus agentes 
e políticas agrícolas europeias. A produção agrícola nacional é e pode ser rentável para a instalação  e 
empregabilidade jovem, se a mesma não for esmagada e esquecida pelos nossos governantes e faz parte 
do papel da Juventude Socialista assegurar políticas de futuro neste sector! 

 
 



                                           PROPOSTAS 
       Proposição de uma posição única Europeia no que diz respeito à homologação de fitofármacos, 
        tal como acontece com os limites máximos de resíduos. 
       Aposta  clara  numa  maior  ligação  dos  Politécnicos  ao  sector  agro‐industrial  e  florestal  com 
        incidência na investigação directa ao sector. 
       Exigência de apoios em específico ao sector no que diz respeito à eficiência energética, micro e 
        co‐geração  como  factor  preferencial  de  substituição  das  actuais  alternativas  energéticas  de 
        elevado custo para a produção.  
       Criação de impostos europeus para a entrada de produtos de terceiros que reflictam as políticas 
        de carbono, sociais e de segurança alimentares da União Europeia. 
       Criação  de  um  banco  ou  linhas  de  crédito  estatal  específica  à  instalação  e  reinvestimento  em 
        culturas com principais destinatários os jovens agricultores. 
       Adaptação da rede de transportes ao sector agrícola e criação de estímulos à circulação destes 
        bens transaccionáveis ao invés das actuais barreiras aos mesmos. 
       Regulação das relações entre a distribuição e produção agrícola nacional. 
       Apuramento  das  margens  de  comercialização  e  de  fenómenos  de  desvirtuação  das  leis  do 
        mercado com práticas de “pré‐dumping” realizadas pela grande distribuição. 
       Criação de condições à instalação de novas culturas, nomeadamente à introdução da plantação 
        de  cannabis  destinado  ao  consumo  controlado  em  sociedades  de  consumidores  legais,  para 
        maiores de idade, e com acompanhamento profissional como forma de combate ao narcotráfico 
        e economia paralela. 
       Criação de um grupo de trabalho na Juventude Socialista nacional focado apenas nas questões 
        agrícolas face à importância do sector para o futuro do país. 
       Incentivo  às  estruturas locais na colocação de dirigentes nas principais organizações  agrícolas 
        de interesse jovem (Exemplo: AJAP ‐ Associação de Jovens Agricultores de Portugal) 

 
 



                                          CONCLUSÃO 
A  Juventude  Socialista  não  pode  ignorar  a  importância  do  sector  agrícola,  florestal  e  alimentar  na 
empregabilidade  e  sustentabilidade  dos  jovens  em  Portugal.  O  que  em  tempos  representou  a 
independência  financeira  de  muitas  famílias  foi  gradualmente  substituído  pela  política  do  betão 
acabando  com  a  produção  de  produtos  transaccionáveis  de  valor  acrescentado.  A  tipologia,  solos  e 
clima de Portugal trazem todas as vantagens para o sucesso de uma agricultura sustentável que permite 
a  fixação  de  jovens  e  combate  ao  abandono  das  zonas  rurais,  se  essas  mesmas  vantagens  não  forem 
anuladas  pela  falta  de  vontade  e  interesse  político  na  resolução  de  problemas  chave  e  essenciais 
relacionados com a produção em si e com as relações de mercado. O liberalismo, como noutros sectores, 
faz parte da ruína total do sector agrícola, e é contra esse mesmo liberalismo que têm de ser adoptadas 
políticas  de  defesa  social  deste  sector  com  especificidades  próprias  como  épocas  de  colheita, 
perecividade  da  produção,  sazonalidade  de  mão‐de‐obra,  entre  outras.  A  defesa  de  valores  Europeus 
faz‐se também na agricultura na defesa do Carbono Zero, da segurança alimentar, da protecção laboral, 
no  entanto  a  Europa  tem  de  proteger  quem  cumpre  as  suas  regras  e  não  penalizar  a  sua  própria 
produção  pelos seus ideais face a países terceiros. 

Num  mundo  cada  vez  mais  afectado  pela  escassez  alimentar,  em  já  perdemos  a  nossa  independência 
financeira  com  um  governo  ultra‐liberal  e  um  mercado  de  capitais  desgovernado,  temos  de  nos 
preocupar  com  a  independência  alimentar  da  nossa  população  e  não  nos  podemos  dar  ao  lucho  de 
delegar  ao  abandono  dos  poucos  sectores  produtivos  que  terão  no  futuro  uma  importância  chave  na 
sustentabilidade do nosso país.  

Por uma Juventude Socialista mais consciente dos problemas do nosso país! 

 

 

 

 

 

 

 
 




                                    SUBSCRITORES 
Hugo Costa (Tomar) 

Afonso Costa (Abrantes) 

Bruno Gomes (Ferreira do Zêzere) 

Débora Lopes (Rio Maior) 

Diogo Baptista (Ourém) 

Eduardo Oliveira (Almeirim) 

Filipe Honório (Barquinha) 

Francisco Dinis (Torres Novas) 

Mara Lagriminha (Coruche) 

Nuno Ferreira (Tomar) 

Nuno Mira (Chamusca) 

Ricardo Antunes (Entroncamento) 

Samuel Frazão (Alcanena) 

Tiago Machacaz (Alpiarça) 

Tiago Preguiça (Santarém) 

Vasco Casimiro (Cartaxo)  

 

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Moção Sectorial - Pela Importância do Sector Agrícola

  • 1. PELA IMPORTÂNCIA DO SECTOR  AGRÍCOLA, FLORESTAL E ALIMENTAR NA  EMPREGABILIDADE E  SUSTENTABILIDADE DOS JOVENS EM  PORTUGAL 
  • 2.   INTRODUÇÃO  A presente Moção Sectorial apresentada pela JS Ribatejo tem como principal objectivo a construção de  uma  política  jovem  de  futuro  para  o  sector  agro‐industrial  português  que  tenha  em  vista  a  empregabilidade e fixação dos jovens no sector.  A  necessidade  de  políticas  jovens  e  inovadoras  neste  sector  prende‐se  com  a  realidade  do  território  português  e  competitividade  possível  do  sector  face  a  outros  países  europeus  e  terceiros  no  que  diz  respeito à produção de qualidade, com valor acrescentado, ambientalmente sustentável e competitiva.  Uma política forte neste sector, virada para a empregabilidade jovem permite combater o abandono das  zonas rurais, ao mesmo tempo que oferece aos jovens uma perspectiva de futuro assente na fixação dos  mesmos num sector que pode permitir a independência financeira dos mesmos.  As  políticas  nacionais,  iniciadas  pelo  na  altura  primeiro  ministro  de  Portugal,  Anibal  Cavaco  Silva  levaram  à  destruição  em  massa  do  sector  numa  altura  em  que  os  fundos  europeus  poderiam  ter  sido  aproveitados na modernização do sector em vez de no “funeral” do mesmo. O abate da frota pesqueira,  os  pagamentos  para  o  abandono  da  actividade  agrícola,  a  entrega  de  quotas  de  produção  de  algumas  culturas  a  outros  países  europeus,  a  destruição  do  sector  da  floresta,  em  função  da  política  do  betão,  levaram a que gradualmente fosse cada vez mais difícil e menos atractiva a fixação de jovens no sector  com o consequente abandono e envelhecimento dos operadores do sector.  Mas a Juventude Socialista tem uma palavra a dizer no que será o futuro do sector agrícola português!  Temos dos terrenos mais férteis do mundo, onde se conseguem produções de elevadíssima qualidade  (lembro o sector do tomate recentemente distinguido e que muito diz ao sector agrícola do Ribatejo e  do país), a maior zona económica exclusiva no que diz respeito ao sector da pesca, somos os maiores e  melhores produtores mundiais de cortiça e produtos de cortiça (um bem actualmente essencial em todo  o  mundo  e  que  permite  a  substituição  do  plástico  com  vantagens  ao  nível  da  fixação  de  carbono  e  melhoramento  do  meio  ambiente),  e  poderíamos  continuar!  Está  na  altura  da  Juventude  Socialista  adoptar de vez o sector agrícola, florestal e pesqueiro como bandeiras de futuro e sustentabilidade! 
  • 3.   PROBLEMAS DO SECTOR  Produção  Fitofármacos  ­  A  uniformização  dos  limites  máximos  de  resíduos  nas  União  Europeia  trouxe  aos  produtores  nacionais  uma  clara  melhoria  no  que  era  uma  nuvem  de  indefinição  e  que  claramente  alguns  países  “aproveitavam”  para  o  melhoramento  da  sua  competitividade  embora  à  custa  do  meio  ambiente e da qualidade dos produtos, no entanto, a mesma trouxe consigo problemas que os nossos  governantes ainda não foram capazes de resolver ou não se encontram sensibilizados para os mesmos.  Apesar do limite máximo de resíduos de uma determinada substância activa ser igual por exemplo em  Portugal  e  Espanha,  o  mesmo  produto  pode  estar  homologado  para  utilização  em  Espanha  e  não  ser  permitido em Portugal. É urgente a adopção de uma política Europeia de homologação de fitofármacos  que venha combater a tendência da industria em apenas realizar essa mesma homologação em países  de maior superfície agrícola. Esta homologação europeia permitiria, entre outras vantagens, o aumento  da  competitividade  das  explorações  portuguesas  sem  nenhum  prejuízo  para  qualquer  outro  país  europeu. Permitiria também a realização de algumas culturas actualmente inviáveis do ponto de vista  sanitário  em  Portugal  apenas  pela  falta  de  produtos  homologados  para  as  mesmas.  É  um  problema  identificado  do  sector,  nomeadamente  e  entre  outros  pela  Federação  Nacional  das  Organizações  de  Produtores de Frutas e Hortícolas, e cuja resposta não passa senão de boa vontade política.  Investigação  ligada  à  produção  –  O  sector  da  investigação  tem  sofrido,  ao  longo  dos  anos  e  especialmente com este  governo, cortes de financiamento que põem em causa o seu funcionamento e  permitem a fuga de “cérebros” para países que apostam no seu desenvolvimento e competitividade que  isso traz para o sector produtivo. Não só no sector agrícola, mas em todos, a investigação é um factor  predominante  na  inovação  e  competitividade  de  um  sector.  Mas  não  basta  investir  na  investigação,  é  necessário que a informação e resultados práticos cheguem a quem deles retirará benefícios positivos  para a economia do país. As Universidades, e principalmente os Politécnicos têm um papel fundamental  na investigação e os mesmos têm de obrigatoriamente estar ligados ao sector de deles beneficiará e cuja  ligação permitiria também uma maior ligação laboral e com consequente aumento da empregabilidade  jovem nas agro‐industrias.  Eficiência  Energética  –  O  anterior  governo  Socialista  foi  pioneiro  e  reconhecido  na  Europa  pela  sua  aposta  na  eficiência  energética,  criação  e  apoio  à  criação  de  plataformas  de  micro  e  co‐geração,  com  benefícios  óbvios  a  médio  e  longo  prazo  especialmente  no  sector  agro‐industrial.  A  energia  é  um  dos 
  • 4. principais  custos  de  produção  e  que  em  muito  tem  afectado  a  produção  nacional.  Somos  dos  países  Europeus  com  maior  número  de  horas  de  sol,  com  boas  condições  para  o  aproveitamento  da  energia  eólica,  ambas  fontes  de  energia  gratuitas,  que  reduzem  o  valor  das  nossas  importações  na  balança  comercial e claramente “amigas do ambiente” em todas as suas vertentes. O desinvestimento nesta área  assumido  por  este  governo  com  a  sua  política  de  “venda  de  Portugal  a  retalho”  e  à  “pior  oferta”  compromete uma política sustentável que Portugal vinha a adoptar em convergência com o que são as  orientações Europeias (vincadas no Protocolo de Quito e no México) em matéria de energia e da qual  Portugal  iria  retirar  claros  benefícios  a  médio  prazo  e  especialmente  o  sector  agrícola.  A  factura  energética é também um dos principais custos da produção agrícola, sendo que a mesma é claramente  superior quando comparada com outros países comunitários.  Redução  de  custos  resultantes  de  normativos  comunitários  mais  exigentes  face  a  países  terceiros  (ambiente,  segurança  alimentar  e  protecção  laboral)  –  A  política  Europeia  não  pode  exigir aos seus produtores o cumprimento das melhores normas de segurança alimentar, respeito pelo  meio  ambiente  e  protecção  social  dos  trabalhadores  ao  mesmo  tempo  que  permite  a  colocação  de  produtos vindos de países terceiros que não cumprem os mesmos requisitos e desvirtuam o mercado  no  que  diz  respeito  aos  investimento  feito  pelos  agricultores  portugueses  no  cumprimento  destas  normas.  A  Europa  e  especificamente  Portugal  conseguiria  também  produzir  ao  mesmo  preço  que  os  países  terceiros  dos  quais  importa  produção  se  não  fossem  obrigatórios  os  cumprimentos  de  normas  que  respeitam  o  meio  ambiente  e  permitem  a  produção  sustentável,  garantem  a  segurança  alimentar  para qualquer consumidor num nível de exigência impar a nível mundial, permitem aos trabalhadores  usufruírem do estado social na sua plenitude com pleno respeito pelos seus direitos. Não somos contra  estas  normativas,  antes  pelo  contrário,  deve  ser  a  Europa  a  dar  o  exemplo,  no  entanto  urge  que  os  produtos importados de terceiros sejam submetidos às mesmas regras ou que exista uma política que  permita o balanço de mercado face à exigência Europeia!  Linhas de crédito específicas à instalação e reinvestimento em culturas – Numa altura em que o  mercado  de  capitais  se  auto‐destruiu  e  cuja  auto‐destruição  está  a  ser  cobrada  ao  contribuinte  trabalhador, às empresas e aos empresários, existe uma especial dificuldade dos operadores agrícolas  se  capitalizarem  na  implantação  de  cultura  anuais,  assim  como  nos  investimentos  de  instalação  de  jovens agricultores. A “factura” paga pelo cidadão na recapitalização da banca tem obrigatoriamente de  ser  traduzida  no  investimento  sustentado  da  banca  na  economia  real  do  país  e  não  apenas  na  capitalização dos seus investidores. Mais do que nunca, se torna necessária uma intervenção directa do  estado  na  capitalização  e  apoio  ao  investimento,  especialmente  no  que  toca  à  instalação  e  reinvestimento dos jovens agricultores. A criação/ obrigação da utilização dos fundos de capitalização  da  banca  directamente  na  economia  produtiva  trazem,  entre  outras  vantagens,  a  directa  criação  de  empregos  e  bens  transaccionáveis.  É  obrigação  do  estado  ter  meios  próprios  disponíveis, 
  • 5. independentemente  da  crise  e  actual  sistema  que  se  vive  nos  nossos  dias,  para  o  apoio  directo  na  capitalização do sector com vista ao investimento directo anual fora da banca comercial.  Quotas  de  mercado  e  novas  culturas  –  Portugal  tem  tido  face  à  União  Europeia  uma  fraca  margem  negocial tendo perdido quotas em culturas chave na economia Portuguesa. De relembrar que à pouco  tempo  Portugal  produzia  tabaco,  beterraba  para  a  produção  de  açúcar,  entre  outros,  que  foram  abandonados com a cedência dessas quotas a outros países Europeus apesar da elevada produtividade,  qualidade  e  rentabilidade  para  os  agricultores  portugueses.  As  posições  políticas  assumidas  na  União  Europeia em matéria de agricultura devem respeitar o que é a realidade dos nossos produtores e que  respeite  a  instalação  rentável  de  jovens  no  futuro  no  sector  e  não  realizada  “à  melhor  oferta”  em  políticas pouco concertadas. De relembrar também, por exemplo que à bem pouco tempo a beterraba  era  uma  cultura  chave  que  representava  um  elevado  encaixe  de  tesouraria  nos  produtores  agrícolas  nacionais,  onde  tínhamos  fileira  composta  pela  transformação  para  açúcar,  e  que  por  pressões  europeias abandonámos à custa da importação de cana. Em linha com que foram posturas inovadoras  adoptadas pela Juventude Socialista no passado e passado recente, é também urgente repensar novas  formas de agricultura e novas culturas que respondam a desafios como o da legalização das chamadas  “drogas  leves”.  Não  é  possível  essa  mesma  liberalização  sem  um  sector  produtivo,  equilibrado  e  controlado  por  trás,  que  elimine  o  tráfico  e  economia  paralela  daí  resultante.  É  possível  a  criação  de  uma fileira controlada, apenas destinada a maiores e com acompanhamento responsável à semelhança  do que já se faz nalgumas regiões do nosso país vizinho.  Mercado  Custos  de  transporte  –  A  cadeia  de  transportes  é  um  dos  factores  fundamentais  de  competitividade  dos  produtos  agrícolas,  com  especial  impacto  nos  produtos  perecíveis.  O  aumento  de  custos  de  transporte  nomeadamente  através  da  introdução  de  portagens  em  “zonas  desfavorecidas”,  com  clara  tendência  para  a  economia  rural,  e  cujas  infra‐estruturas  rodoviárias  criadas  pretendiam  reduzir  o  efeito desse seu afastamento veio ainda mais subcarregar os factores de produção, quer seja através do  aumento  do  custo  dos  mesmos  factores  de  produção,  como  do  transporte  do  próprio produto  final.  A  solução para a desertificação do país não passa apenas pela criação de infra‐estruturas rodoviárias, nem  muito  menos  pela  taxação  das  mesmas  em  zonas  rurais  viradas  para  a  produção  agrícola  e  florestal.  Pelo  contrário,  o  país  precisa  de  repensar  a  sua  rede  de  transportes  dando  especial  enfase  não  ao  transporte  único  de  passageiros  mas  de  mercadoria  abandonando  cada  vez  mais  o  transporte  rodoviário. Portugal tem dos combustíveis rodoviários mais caros da Europa ao mesmo tempo que tem  dos salários mais baixos da Europa! A produção de qualquer bem transaccionável não suporta encargos  de transporte da mercadoria desvirtuados de uma realidade que não é a do nosso país. 
  • 6. Relação do produtor com o mercado interno – O mercado interno é dominado por 3 ou 4 principais  agentes  de  distribuição  face  a  um  grande  número  de  produtores  individuais,  organizações  de  produtores e agentes independentes. Essa disfuncionalidade entre oferta e procura tem‐se traduzido no  total  esmagamento  das  margens  do  produtor  e  aumento  do  custo  da  produção  ao  consumidor,  com  claros  benefícios  para  a  grande  cadeia  de  distribuição.  O  produtor  agrícola  assume  todo  o  risco  da  produção, endividando‐se junto da banca comercial para poder assegurar a instalação e produção anual  apenas  para  ser  esmagado  face  ao  poder  negocial  da  distribuição,  “rappels”  aplicados  à  posteriori,  e  descontos  em  contractos  pouco  claros  para  quem  produz  e  assume  o  risco  total  da  operação.  Nesta  guerra  de  preços  o  consumidor  em  nada  beneficia  pois  esse  mesmo  esmagamento  não  se  traduz  no  preço final, sendo o produto agrícola vendido a margens que superam os 500% do preço do produto ao  produtor!  Essas  margens,  na  grande  maioria  dos  casos  em  nada  beneficiam  a  economia  pois  os  empregos gerados na distribuição são em grande percentagem de trabalho precário e de baixo custo. Os  próprios capitais daí gerados estão a ser desviados para outros locais como forma de fuga ao sistema  fiscal nacional, descapitalizando o nosso próprio país à custa da produção. A produção agrícola nacional  não  necessita  de  “subsídios”,  necessita  de  transparência,  relações  claras  de  custeio  na  cadeia  até  ao  consumidor e margens humanas. O estado social é também a protecção do trabalho de quem trabalha a  terra e do princípio da recompensa de quem assume o risco. Não é possível continuar num instinto de  auto‐regulação do mercado quando os agentes não têm o mesmo poder negocial e o risco encontra‐se  do  lado  com  menor  poder  negocial!  É  urgente  a  clara  investigação  de  onde  ficam  as  margens  dos  produtos alimentares e o balanço dessas mesmas margens com o risco que cada operador está sujeito.  Falta de transparência no funcionamento do mercado – Fora as causas referidas no ponto anterior,  o  produtor  agrícola  nacional  sofre  ainda  da  entrada  de  produtos  de  países  terceiros  numa  clara  concorrência  desleal  face  às  exigências  comunitárias  para  a  produção  interna.  Dessa  concorrência  desleal  nasce  inclusive  a  oportunidade  das  grandes  cadeias  de  distribuição  na  negociação  com  a  produção nacional, inundando o mercado interno de produtos de países terceiros antes das épocas de  colheita  desvirtuando  o  preço  de  mercado  e  conseguindo  desta  forma  um  produto  de  qualidade  superior a um preço muito inferior ao que seria justo para a produção. Toda esta pressão ao longo dos  anos tem levado ao abandono cada vez maior da actividade e total descrédito no mercado, seus agentes  e políticas agrícolas europeias. A produção agrícola nacional é e pode ser rentável para a instalação  e  empregabilidade jovem, se a mesma não for esmagada e esquecida pelos nossos governantes e faz parte  do papel da Juventude Socialista assegurar políticas de futuro neste sector!   
  • 7.   PROPOSTAS   Proposição de uma posição única Europeia no que diz respeito à homologação de fitofármacos,  tal como acontece com os limites máximos de resíduos.   Aposta  clara  numa  maior  ligação  dos  Politécnicos  ao  sector  agro‐industrial  e  florestal  com  incidência na investigação directa ao sector.   Exigência de apoios em específico ao sector no que diz respeito à eficiência energética, micro e  co‐geração  como  factor  preferencial  de  substituição  das  actuais  alternativas  energéticas  de  elevado custo para a produção.    Criação de impostos europeus para a entrada de produtos de terceiros que reflictam as políticas  de carbono, sociais e de segurança alimentares da União Europeia.   Criação  de  um  banco  ou  linhas  de  crédito  estatal  específica  à  instalação  e  reinvestimento  em  culturas com principais destinatários os jovens agricultores.   Adaptação da rede de transportes ao sector agrícola e criação de estímulos à circulação destes  bens transaccionáveis ao invés das actuais barreiras aos mesmos.   Regulação das relações entre a distribuição e produção agrícola nacional.   Apuramento  das  margens  de  comercialização  e  de  fenómenos  de  desvirtuação  das  leis  do  mercado com práticas de “pré‐dumping” realizadas pela grande distribuição.   Criação de condições à instalação de novas culturas, nomeadamente à introdução da plantação  de  cannabis  destinado  ao  consumo  controlado  em  sociedades  de  consumidores  legais,  para  maiores de idade, e com acompanhamento profissional como forma de combate ao narcotráfico  e economia paralela.   Criação de um grupo de trabalho na Juventude Socialista nacional focado apenas nas questões  agrícolas face à importância do sector para o futuro do país.   Incentivo  às  estruturas locais na colocação de dirigentes nas principais organizações  agrícolas  de interesse jovem (Exemplo: AJAP ‐ Associação de Jovens Agricultores de Portugal)   
  • 8.   CONCLUSÃO  A  Juventude  Socialista  não  pode  ignorar  a  importância  do  sector  agrícola,  florestal  e  alimentar  na  empregabilidade  e  sustentabilidade  dos  jovens  em  Portugal.  O  que  em  tempos  representou  a  independência  financeira  de  muitas  famílias  foi  gradualmente  substituído  pela  política  do  betão  acabando  com  a  produção  de  produtos  transaccionáveis  de  valor  acrescentado.  A  tipologia,  solos  e  clima de Portugal trazem todas as vantagens para o sucesso de uma agricultura sustentável que permite  a  fixação  de  jovens  e  combate  ao  abandono  das  zonas  rurais,  se  essas  mesmas  vantagens  não  forem  anuladas  pela  falta  de  vontade  e  interesse  político  na  resolução  de  problemas  chave  e  essenciais  relacionados com a produção em si e com as relações de mercado. O liberalismo, como noutros sectores,  faz parte da ruína total do sector agrícola, e é contra esse mesmo liberalismo que têm de ser adoptadas  políticas  de  defesa  social  deste  sector  com  especificidades  próprias  como  épocas  de  colheita,  perecividade  da  produção,  sazonalidade  de  mão‐de‐obra,  entre  outras.  A  defesa  de  valores  Europeus  faz‐se também na agricultura na defesa do Carbono Zero, da segurança alimentar, da protecção laboral,  no  entanto  a  Europa  tem  de  proteger  quem  cumpre  as  suas  regras  e  não  penalizar  a  sua  própria  produção  pelos seus ideais face a países terceiros.  Num  mundo  cada  vez  mais  afectado  pela  escassez  alimentar,  em  já  perdemos  a  nossa  independência  financeira  com  um  governo  ultra‐liberal  e  um  mercado  de  capitais  desgovernado,  temos  de  nos  preocupar  com  a  independência  alimentar  da  nossa  população  e  não  nos  podemos  dar  ao  lucho  de  delegar  ao  abandono  dos  poucos  sectores  produtivos  que  terão  no  futuro  uma  importância  chave  na  sustentabilidade do nosso país.   Por uma Juventude Socialista mais consciente dos problemas do nosso país!               
  • 9.   SUBSCRITORES  Hugo Costa (Tomar)  Afonso Costa (Abrantes)  Bruno Gomes (Ferreira do Zêzere)  Débora Lopes (Rio Maior)  Diogo Baptista (Ourém)  Eduardo Oliveira (Almeirim)  Filipe Honório (Barquinha)  Francisco Dinis (Torres Novas)  Mara Lagriminha (Coruche)  Nuno Ferreira (Tomar)  Nuno Mira (Chamusca)  Ricardo Antunes (Entroncamento)  Samuel Frazão (Alcanena)  Tiago Machacaz (Alpiarça)  Tiago Preguiça (Santarém)  Vasco Casimiro (Cartaxo)