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Implementação da Républica
5 de Outubro A Proclamação da República Portuguesa foi o resultado do Golpe de Estado do Partido Republicano, mais conhecido como Revolução de 5 de Outubro de 1910, que naquela data pôs termo à monarquia constitucional em Portugal. Nos dias 4 e 5 de Outubro de 1910 alguns militares da Marinha e do Exército iniciaram uma revolta nas guarnições de Lisboa, com o objectivo de derrubar a Monarquia.
Apesar de alguma resistência e de alguns confrontos militares, o exército fiel à monarquia não conseguiu organizar-se de modo a derrotar os revolucionários. A Revolução saiu vitoriosa, comandada por Machado dos Santos. Em 5 e Outubro de 1910 deu-se a revolução. Foi o dia em que a Monarquia acabou em Portugal e se instaurou a República.  O rei D. Manuel II, nessa noite oferecera um banquete em honra do Presidente da República do Brasil (Dr. Afonso Pena), no Palácio das Necessidades.
Foi aí que o monarca português foi surpreendido pelo inesperado acontecimento. Enquanto o ilustre visitante, assustado com o tiroteio, corria a refugiar-se no seu navio São Paulo, o rei permaneceu no palácio, procurando entrar em contacto com o seu Governo. Foi então que soube que diversos regimentos, entre eles o de Artilharia 1, tinham aderido já ao movimento.  No Regimento de Infantaria 16, havia também alguns aderentes que, abrindo as portas aos civis e matando o coronel Pedro Celestino da Costa e o capitão Barros, acabaram por sair para a rua, dando vivas à República.
Este regimento foi o centro da revolução. Um grupo de civis, dirigiu-se para o Quartel da Marinha, quase em frente do Palácio das Necessidades, onde os marinheiros aguardavam os civis, tendo o comandante do corpo de marinheiros sido ferido, ao tentar baldadamente evitar a rebelião.  O tiroteio continuava, cada vez mais vivo. O Governo, desorientado, pediu pelo telefone a D. Manuel II que retirasse para Mafra, onde se lhe juntou, no dia seguinte, a rainha-mãe, D. Amélia de Orleans e Bragança, que estava no Palácio da Pena, em Sintra.
A 5 de Outubro de 1910 estalou a revolta republicana que já se avizinhava no contexto da instabilidade política. Embora muitos envolvidos se tenham esquivado à participação — chegando mesmo a parecer que a revolta tinha falhado — esta acabou por suceder graças à incapacidade de resposta do Governo, que não conseguiu reunir tropas que dominassem os cerca de duzentos revolucionários que na Rotunda resistiam de armas na mão.

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  • 2. 5 de Outubro A Proclamação da República Portuguesa foi o resultado do Golpe de Estado do Partido Republicano, mais conhecido como Revolução de 5 de Outubro de 1910, que naquela data pôs termo à monarquia constitucional em Portugal. Nos dias 4 e 5 de Outubro de 1910 alguns militares da Marinha e do Exército iniciaram uma revolta nas guarnições de Lisboa, com o objectivo de derrubar a Monarquia.
  • 3. Apesar de alguma resistência e de alguns confrontos militares, o exército fiel à monarquia não conseguiu organizar-se de modo a derrotar os revolucionários. A Revolução saiu vitoriosa, comandada por Machado dos Santos. Em 5 e Outubro de 1910 deu-se a revolução. Foi o dia em que a Monarquia acabou em Portugal e se instaurou a República. O rei D. Manuel II, nessa noite oferecera um banquete em honra do Presidente da República do Brasil (Dr. Afonso Pena), no Palácio das Necessidades.
  • 4. Foi aí que o monarca português foi surpreendido pelo inesperado acontecimento. Enquanto o ilustre visitante, assustado com o tiroteio, corria a refugiar-se no seu navio São Paulo, o rei permaneceu no palácio, procurando entrar em contacto com o seu Governo. Foi então que soube que diversos regimentos, entre eles o de Artilharia 1, tinham aderido já ao movimento. No Regimento de Infantaria 16, havia também alguns aderentes que, abrindo as portas aos civis e matando o coronel Pedro Celestino da Costa e o capitão Barros, acabaram por sair para a rua, dando vivas à República.
  • 5. Este regimento foi o centro da revolução. Um grupo de civis, dirigiu-se para o Quartel da Marinha, quase em frente do Palácio das Necessidades, onde os marinheiros aguardavam os civis, tendo o comandante do corpo de marinheiros sido ferido, ao tentar baldadamente evitar a rebelião. O tiroteio continuava, cada vez mais vivo. O Governo, desorientado, pediu pelo telefone a D. Manuel II que retirasse para Mafra, onde se lhe juntou, no dia seguinte, a rainha-mãe, D. Amélia de Orleans e Bragança, que estava no Palácio da Pena, em Sintra.
  • 6. A 5 de Outubro de 1910 estalou a revolta republicana que já se avizinhava no contexto da instabilidade política. Embora muitos envolvidos se tenham esquivado à participação — chegando mesmo a parecer que a revolta tinha falhado — esta acabou por suceder graças à incapacidade de resposta do Governo, que não conseguiu reunir tropas que dominassem os cerca de duzentos revolucionários que na Rotunda resistiam de armas na mão.