O poema descreve alguém olhando para um espelho à meia-noite e tendo seu rosto se quebrando como estrelas em um poço. A pessoa pede para os anjos avisarem aqueles que a amavam que ela docemente morreu e pede para que continuem amando seu coração silencioso e a música de seus dedos tecida com sonhos.

2. Fui mirar-me num espelho
e era meia-noite em ponto.
Caiu-me o cristal das mãos
como as lembranças no sono.

3. Partiu-se meu rosto em chispas
como as estrelas num poço.
Partiu-se meu rosto em cismas,
- que era meia-noite em ponto.

4. Dizei-me se é morte certa,
que me deito e me componho,
Fecho os olhos, cruzo os dedos
sobre o coração tão louco.

5. E digo às nuvens dos anjos:
“Ide-vos pelo céu todo,
avisai a quem me amava
que aqui docemente morro.

6. “Pedi que fiquem amando
meu coração silencioso
e a música dos meus dedos
tecida com tanto sonho.

7. De volta, achareis minha alma
tranquila de estar sem corpo,
rebanhos de amor eterno
passarão pelo meu rosto”.

8. FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan
mimabadan@yahoo.com.br
MÚSICA: Beethoven’s Silence
Execução: Ernesto Cortazar
(Repasse com os devidos créditos)
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