O jornal Correio Popular veiculou matérias, nos dias 30 de setembro e 1 de outubro, onde o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, cita o IAC como um dos institutos responsáveis pelo desenvolvimento de tecnologia no País.

1. Correio Popular recebe
homenagem pelos 90 anos
Fórum discute a sucessão nos negócios
NOVAS GERAÇÕES III DESAFIO
Letícia Guimarães
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
leticia.guimaraes@rac.com.br
A 6ª edição do Fórum Nacional
de Agronegócios, realizada sex-
ta-feira e ontem no Royal Palm
Plaza, em Campinas, apresen-
tou painéis com um tema co-
mum, a sucessão. O evento, or-
ganizado pelo Grupo de Líde-
res Empresariais (Lide), e a re-
partição de Agronegócios, le-
vantou a importância das no-
vas gerações assumirem o tra-
balho nas propriedades rurais,
nas empresas do ramo e nas
entidades de classe. Segundo o
presidente do Lide Agronegó-
cios, ex-ministro da Agricultura
e embaixador especial da Orga-
nização para Agricultura e Ali-
mentação (FAO, na sigla em in-
glês), Roberto Rodrigues, a re-
novação nestas áreas é impres-
cindível para que o agronegó-
cio prospere no país. “As gera-
ções mais velhas não podem
querer ficar para semente.”
Rodrigues explica que na
área da atividade rural, é preci-
so que os jovens queiram assu-
mir o trabalho, cada vez mais li-
gado à tecnologia. “Estão che-
gando muitas tecnologias no-
vas, o que exige conhecimento,
e essa nova geração já nasceu
no meio disso tudo, eles já co-
nhecem.” Já nas empresas, a re-
novação tem que ser profissio-
nal, podendo ser realizada tan-
to no núcleo de familiares que
participam do negócio, como
com a contratação de outros es-
pecialistas.
A importância da sucessão
nas entidades de classe, que
muitas vezes têm presidentes
que permanecem no cargo por
muitos anos, também foi ressal-
tada pelo ex-ministro. “A dis-
tância geográfica entre as pro-
priedades acaba dificultando
que o produtor rural vá a as-
sembleias e reuniões, e nas elei-
ções, quem foi eleito anterior-
mente acaba ficando novamen-
te com o cargo. Isso gera uma
acomodação tanto por parte
de quem está na entidade
quanto pelo eleitorado.”
Outros desafios para o agro-
negócio no País, citados pelo
chairman do Lide, Luiz Fernan-
do Furlan, são a falta de produ-
tos mais sofisticados com valor
agregado, que possam ser ven-
didos no Exterior, e a falta de in-
fraestrutura no Brasil para a
competitividade no setor. Se-
gundo ele, os cafés especiais
produzidos aqui têm boa ven-
da em outros países, entretan-
to, no ramo de frutas, no qual
o Brasil é um dos maiores pro-
dutores, faltam produtos com
valor agregado. “Outra lacuna
é a infraestrutura. O produtor
rural é competitivo até chegar
na porteira, porque dali para fo-
ra faltam ferrovias e os postos
não são eficientes.”
O secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de
São Paulo, Arnaldo Jardim, res-
saltou a importância de Campi-
nas e região como pólo de gera-
ção de conhecimento, contan-
do com instituições como a
Unicamp, Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Em-
brapa), Instituto Agronômico,
Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral (Cati), entre
outras. “Essas instituições são
importantíssimas, e em conjun-
to formam um dos fatores pe-
los quais São Paulo é um dos lí-
deres no País em matéria de
agronegócio.”
O fato de grandes empresas
produtoras de máquinas e insu-
mos estarem instaladas no Es-
tado também representa um
dos motivos para o avanço no
setor, segundo Jardim. “Aqui
em São Paulo, as principais cul-
turas estão em alta, como cana-
de-açúcar, laranja, celulose e
aves, tanto a carne quanto os
ovos. Estamos nos esforçando
para aumentar a capacidade
de inovação para melhorar
sempre.”
Passando o bastão
Uma das histórias de sucessão
relatadas no fórum foi a de Shi-
ro Nishimura, presidente do
Conselho da Jacto, empresa de
máquinas agrícolas. O negócio
da família começou com o pai
dele, o imigrante japonês Shun-
ji, em 1948, e a transição da li-
derança dele para os filhos não
foi das mais fáceis, segundo o
próprio Shiro.
Ele conta que o pai “gover-
nava como um rei”, e em 1980,
Shunji decidiu se aposentar
porque os filhos “não o obede-
ciam mais”. “Foi uma sucessão
abrupta, sem preparação, e o
segundo filho assumiu o posto
como ‘reizinho’ por dez anos.”
Após esse período, o filho
mais velho assumiu a frente da
empresa. As coisas ficaram difí-
ceis, e Shiro e o terceiro irmão
desistiram da vida rural. O pa-
triarca da família Nishimura en-
tão pediu ajuda a um amigo e
empresário do Japão, que veio
em 1993 para ajudar a família a
se reunir. “A ajuda foi mais psi-
cológica do que uma consulto-
ria empresarial, e mesmo esse
empresário sendo budista, ele
citou um trecho da Bíblia que
fala de família e amor, e nós, ir-
mãos, fizemos um pacto de
sangue de não ruptura”, conta.
Ainda assim, as relações
eram confusas, segundo Shiro,
porque a família estava acostu-
mada com um ‘reinado’. Só
em 1995, com a ajuda do con-
sultor Renato Bernhoeft, um
contrato de sócios, com todas
as regras bem explicadas, foi
elaborado ao longo de 18 me-
ses e “despressurizou a famí-
lia”.
O encontro foi realizado no Royal Palm Plaza, em Campinas
Sylvino de Godoy Neto, diretor presidente do Grupo RAC: agradecimento
Para que propriedades rurais e empresas cresçam, é fundamental ter gente nova e preparada no comando
No encerramento do encontro foi
feita uma homenagem especial a
Antonio Alvarenga, presidente da
Sociedade Nacional de Agricultura. O
prêmio de destaque do ano ficou para
Humberto Pereira, editor-chefe do
Globo Rural. Categorias premiadas:
Comércio Agrícola - Amaggi, Bunge e
SLC Agrícola. Na Comunicação:
Jovem Pan, Terra Viva e Valor
Econômico. No Ensino: Esalq-USP
Piracicaba, UFLA e UFRGS. Em
Inovação: Donmario, Embrapa e
Fapesp. Em Insumos Agrícolas:
Heringer, Mosaic Fertilizantes e
Superbac. (AAN)
Patrícia Domingos/AAN
Guilherme Gongra/AAN
Futuro do agronegócio
depende da renovação,
dizem conferencistas
N
a noite da última
sexta-feira, o Grupo
RAC recebeu uma
homenagem do Grupo de
Líderes Empresariais (Lide)
pelos 90 anos do Correio
Popular. O evento reuniu
autoridades, empresários e
lideranças do setor de
agronegócios. A celebração fez
parte da agenda do 6º Fórum
Nacional de Agronegócios, que
ocorreu no Royal Palm Plaza
Resort. Entre as
personalidades que
participaram da solenidade
estavam o ex-ministro da
Agricultura e presidente do
Lide Agronegócios, Roberto
Rodrigues, e o secretário de
Agricultura e Abastecimento
do Estado de São Paulo,
Arnaldo Jardim. O diretor
presidente do Grupo RAC,
Sylvino de Godoy Neto,
afirmou em discurso que o
jornal cumpre desde a sua
criação um papel de defesa do
interesse público e do direito
coletivo. “Em nome do Grupo
RAC, eu quero agradecer a
homenagem que o Lide nos faz
hoje. Ao longo dos 90 anos,
nós temos cumprido com os
ideais do primeiro exemplar
do Correio Popular, de onde
assumimos compromissos
através do editorial de capa
que era jornalismo sério, de
qualidade e defesa
intransigente do interesse
público e do direito coletivo.
Essa é a nossa missão e é essa a
nossa razão de ser”. (AAN)
PREMIADOS
CORREIO POPULAR A13CIDADES Campinas, domingo, 1º de outubro de 2017
A13