1. Curso: Licenciatura em Educação Socioprofissional
Unidade Curricular: Técnicas de Animação de Grupo
Professor: Carlos Jorge De Sá Pinto Correia
Estudante: Isabel Maria Ferreira Vivas de Castro /42982
Obra cinematográfica: Guerra de fogo
Grelha de Observação e Análise de Sequências Fílmicas
Considere as sequências de imagens como…
uma linguagem; um produto histórico e um veículo de comunicação
Ficha Técnica
Director: Jean- Jacques Annaud
Interpretação : Everett McGill, Ron Perlman, Nicholas Kadi, Rae Dawn Chong
Produção: Véra Belmont, Jacques Dorfmann, Denis Héroux
Argumento: Gérard Brach a partir de uma obra de J.H: Rosny Sr
Fotografia: Claude Agostini
M úsica: Fhilippe Sarde
Duração 100 min.
Ano: 1981
Origem: EUA
Género: Fantasia – Aventura
Análise Globalizante
Exposição das O filme em análise retrata dois grupos de hominídeos pré-históricos:
ideias
principais Um grupo que cultuava o fogo como sendo algo sobrenatural, e o outro grupo que dominava a
técnica de se fazer o fogo. No que diz respeito á sua sobrevivência, em relação á sua
alimentação, o primeiro grupo estava em melhor circunstância, pois alimentava-se de animais e
plantas. Para se protegerem do frio, vestiam-se com as peles dos animais que caçavam,
habitavam em cavernas, e dormiam juntos para assim terem os corpos juntos e quentes,
aproveitando o calor do corpo de cada um. Em termos de linguagem, os dois grupos tinham
maneiras diferentes de comunicar. Em relação ao primeiro grupo, a “linguagem dos urros”,
mostrava-se mais primitiva, aleatória, não revelando qualquer tipo de repetição ou entendimento
entre os indivíduos.
No que se relaciona com o segundo grupo, o mesmo
parece ter uma comunicação mais avançada, com um
maior número de sons articulados. Existem outros
elementos culturais, como habitações e ritos, que
denotam um maior grau de complexidade em relação
ao primeiro grupo.
Durante o filme, num dado momento, três sujeitos do
grupo mais primitivo, partiram para uma aventura, para
trazerem o fogo de volta, mas mais importante do que isso, foi aprendendo novos conhecimentos
e tecnologias com outros grupos mais evoluídos, que vieram contribuir para a evolução do seu
próprio grupo. A diferença que é apresentada no filme entre os hominídeos, acabando através
desses grupos por descobrir técnicas de artesanato, pintura corporal, lançadores de flecha, ervas
2. medicinais, construções de cabanas, cerâmica e principalmente a arte de produzir fogo por atrito.
Existe uma cena no filme, em que um indivíduo atira uma pedra e acerta na cabeça de outro
indivíduo, levando a expressões como o sorriso e o humor. Existe também uma expressão de
afecto, quando o líder do pequeno grupo se apaixona por uma nativa dessa mesma comunidade
mais evoluída e com ela aprende a forma correcta de se relacionar sexualmente e ao mesmo
tempo de respeitar os seus semelhantes.
Apresentação O aspecto mais positivo em todo o filme é o fogo. No
dos aspectos que se relaciona com a capacidade de produzir fogo,
positivos /
negativos
surge uma questão de técnica. Se entender-mos que a
palavra técnica é um conjunto de procedimentos
ligados a uma ciência, então percebemos que após o
filme, fica-se ciente que é importante conhecer modos mais avançados para se lidar com a
natureza. Tendo-se uma técnica mais apurada, a mesma possibilita um domínio cada vez maior e
mais intenso da natureza, em benefício da vida humana, em prol do seu conforto. Sendo assim, o
fogo é peça importante para se proteger contra o frio, contra animais ferozes e predadores.
Pequenos eventos naquela época, representavam mudanças drásticas e importantíssimas na
relação entre os hominídeos e os seus semelhantes, e seu meio ambiente.
No que se relaciona com a linguagem, é-nos posta uma questão relacionada com a comunicação.
O grupo mais desenvolvido, dependendo dessa vantagem, pode comunicar com mais eficiência
entre si, bem como através de pensamentos e vontades. Nas cenas iniciais do filme, isso reflecte-
se, com o caos no confronto entre os membros do grupo, onde se observa uma maior organização
entre os indivíduos do grupo mais desenvolvido, que por vias disso já tem uma certa mentalidade
social, um espírito de solidariedade e de cooperação entre os elementos do grupo. Com essa
estrutura social montada, quem ganha é o grupo, porque garante uma maior coesão e progresso.
Esse progresso não seria possível sem a ajuda de todos os elementos do grupo.
A outra questão relevante que está na narrativa, é uma descoberta afectiva. Conta-nos a história
de uma personagem que passa de um estado de relações de dominância para um estado de
relações emocionais.
No que respeita aos aspectos negativos vistos no filme, chama-nos a atenção a luta pela
sobrevivência, não representando o mesmo, um aspecto totalmente negativo, pois actualmente
também se luta pela sobrevivência, mas em relação a agressividade posta pelos hominídeos. A
luta pelo mais forte do grupo, a procura de alimentação, a conquista territorial, eram quase sempre
demonstração de força e de poder. Também relacionado com as relações sexuais, as mesmas
eram promíscuas, tendo como objectivo a reprodução, não reflectindo um comportamento
relacionado com os aspectos emocionais, nem demonstrando emoções de afecto.
Pertinência Este filme expõe a nossa origem comum, e mostra-nos partes da evolução por parte do homem.
pedagógica Reflectindo ao longo da visualização do filme, surgem-nos questões que nos levam a pensar e
perguntar. Porque somos diferentes dos outros animais, se a nossa origem foi semelhante. O
porquê de diferentes comportamentos entre indivíduos e grupos de indivíduos, se todos os seres
humanos fazem parte da humanidade. Estas perguntas foram respondidas durante o desenrolar
do filme, quando assistimos através do filme, a diferentes grupos de hominídeos que tinham
habilidades diferentes de simbolizar e expressar sensações no seu meio ambiente. Como
resposta, temos a sua cultura.
Nesses tempos, as descobertas foram a conta-gotas, como o exemplo, o tempo que se levou a
controlar o fogo, enquanto nos nossos tempos, o desenvolvimento pode ser atingido ao minuto,
até que se perde por vezes o controle do mesmo. Que melhor exemplo se pode dar, tratando-se
da bomba atómica. A evolução nem sempre é positiva para o ser humano. As técnicas que
empregamos, os instrumentos que usamos, por um lado são positivas, pois garante-nos uma vida
mais confortável, por outro lado são negativas, pois em alguns casos até destrói a raça humana.
Outro aspecto, que nos realça o filme, é o ensino na pré-história para as crianças e adolescentes,
é o estimular do recuo imaginário a um tempo absurdamente remoto. Sendo assim, com a
visualização do filme, fica mais compreensível, este exercício mental e permite-nos entender
3. aspectos tão primitivos, como sendo a nossa evolução.
Com a guerra do fogo, foram elucidados aspectos como sendo a origem da linguagem, as raízes
do ser humano e o florescer da razão e das tecnologias.
Palavras-chave Fogo; tempo primitivo; Luta pela sobrevivência; Aprendizagens Sociais, Grupos.
Análise Concentrada
Descrição do Resumindo o filme “A guerra do fogo”, o mesmo é uma narração que nos apresenta as diferenças
contexto e das entre dois grupos de hominídeos. O primeiro grupo, onde os indivíduos quase não se diferenciam
situações/
reconstrução dos macacos, pois não se comunicam por palavras, mas por meio de gestos e grunhidos, é um
da temática grupo pouco evoluído, e para eles o fogo é
(história) qualquer coisa sobrenatural, pois não o
consegue fazer através da técnica da produção
do mesmo, não o controlam e não o entendem.
Por seu lado, o outro grupo é mais evoluído,
pois possui uma comunicação, que mesmo
sendo muito rudimentar, é mais articulada que
a do primeiro grupo, sabem produzir o fogo,
pois aprenderam a técnica de fazê-lo.
Um pormenor no inicio do filme, que é bastante
sistemático, refere-se a dois grupos de
hominídeos que se confrontam e quando termina a luta, apercebeu-se que a chama que o fogo
produzia se tinha apagado. Então o grupo que perdeu a chama produzida pelo fogo, enviou três
membros do seu grupo à procura de uma nova chama. Pelo caminho, os três passam por
algumas situações embaraçosas, como a que quando eles são encurralados por tigres dente-de-
sabre, e fogem para o topo de uma arvore para se resguardarem. Depois dessas peripécias, os
três conhecem uma fêmea, que os conduz ao seu grupo. Esse grupo é mais evoluído, e os três
aprendem coisas novas. A fêmea domina uma linguagem mais elaborada, e coloca, mesmo em
prática algo estranho aos hominídeos menos evoluídos: o riso. Assim surge uma questão
relacionada com a linguagem. De salientar que quando os três hominídeos conhecem o grupo
mais evoluído, o grupo entre si relacionava-se muito melhor, devido ao uso de uma linguagem,
que garante aos seus membros entenderem-se entre si.
Durante o tempo que estão em contacto com o outro grupo, os três observam linguagem diferente
das deles, construções diferentes (cabanas), as deles eram cavernas, pinturas corporais e outros
modos de simbologia. Também observam novas técnicas e novas ferramentas. Aprendem a
produzir o fogo que tanto procuravam, através do atrito de uma vareta de madeira com uma
superfície também de madeira.
O filme não representa só a descoberta do fogo, mas especula com grande riqueza de conceitos
científicos e de criatividade, o aparecimento de instituições derivadas do choque de culturas e da
necessidade de sobrevivência, tendo como base o grupo, a sua comunicação entre si, a
tecnologia os afectos e também a evolução do sexo que passa de primitivo (reprodução), até ao
sexo com afecto.
Auto- Este filme mostra-nos a evolução da raça humana através dos tempos, desde o seu inicio, quando
avaliação começou a diferenciar dos outros animais, principalmente os macacos, a evolução da
comunicação, primeiro entre os membros do grupo, e depois a comunicação entre os vários
grupos de hominídeos. A procura de alimentação para sobreviver, através de plantas e animais.
Em geral, o filme transmite-nos a ideia de como o homem conforme as necessidades que foi
tendo, foi também encontrando novas maneiras e técnicas para superar essas dificuldades. O
filme também mostra-nos que desde a sua existência, o homem sempre se preocupou com a sua
sobrevivência, o seu bem-estar e a sua segurança, sempre evoluindo. Mesmos nos nossos dias,
ele vai evoluído, para o seu bem-estar, para a sua sobrevivência e para a sua segurança.
4. São estes pontos que diferem o ser humano dos outros animais, ditos irracionais.