Neste artigo, a Drª Daniela Azevedo aborda a influência das emoções no sistema neurológico e imunológico e as mais recentes descobertas da ciência inerente ao tema: A Psiconeuroimunologia.

1. 14 • INTERVENÇÃO
Quinta-feira, 6 de Junho de 2013
www.terrasdoave.pt
CORREIO DO LEITOR
Psiconeuroimunologia
DANIELA AZEVEDO
Na Faculdade de Medicina
e Odontologia da Universidade
de Rochester, em 1974, o psicólogo Robert Adner fez uma
descoberta incrível: o sistema
imunológico é capaz de aprender e que o sistema nervoso
central comunica com o sistema imunológico.
Isto significa que o corpo
físico, as emoções e a mente
encontram-se profundamente
interligados e que a interferência em qualquer uma destas 3 áreas interfere nas
restantes e influencia o estado
geral de saúde do indivíduo.
Entenda-se saúde como o
bem-estar geral no individuo,
incluindo todas as preocupações
associadas a uma prevenção e
maximização de capacidades do
organismo vivo e não uma mera
ausência de doenças.
Esta é já uma perspectiva
reconhecida em teoria científica,
contudo, em termos de prática
Institucional, é uma visão que
tarda a materializar-se em uma
praxis quotidiana efectiva.
No seguimento desta visão de
saúde integrada foi fundada em
Vila do Conde no passado dia 23
de Março um Centro de Gestão
Emocional com serviços que
promovem uma cada vez maior
compreensão e gestão eficaz das
emoções potenciando o estado
geral de saúde, a melhoria nos
relacionamentos intra e interpessoais, no âmbito de um
desenvolvimento humano mais
ambicioso.
Apostando em um mix entre
áreas convencionais e não-convencionais com níveis elevados
de rigor nos critérios de selecção
das técnicas a utilizar, a CEAC
assume-se como parceira na
melhoria do estado geral de saúde
emocional; no caminho para a
felicidade conjugal e melhoria dos
relacionamentos em geral; no
aconselhamento a pais envolvidos no difícil mas desafiante
percurso educativo e ainda na
potenciação dos recursos e competências profissionais. A competência emocional constitui uma
ferramenta transversal poderosa
para vencer em inúmeros âmbitos da vida de cada pessoa.
O equilíbrio energético e o
autoconhecimento são a receita
do sucesso da intervenção da
CEAC, sucesso já comprovado
anteriormente pela experiência
da sua Diretora Geral, Daniela
Braga Azevedo, que se dedica ao
estudo das emoções há mais de 15
anos.
A Psiconeuroimunologia consiste numa área recente que se
encontra na vanguarda da ciência médica da actualidade e tal
como Adner estuda a ligação
entre a mente, o sistema nervoso
e o sistema imunológico. Sabe-se
hoje quanto o stress e as emoções
negativas reduzem a eficácia de
diversas células imunológicas.
Apesar dessa nova e revolucionária consciência científica, médica e social, em primeiro lugar
urge entender que a compreensão
das emoções e do processo emocional de cada um não acontece
sem o recurso a técnicas de reflexão e autoconhecimento.
As técnicas de relaxação representam um segundo lugar de
importância e destinam-se sobretudo ao equilíbrio entre liberdade, espontaneidade e domínio
emocional.
É exactamente nestes dois
pontos que o Centro CEAC se
compromete a trazer respostas
eficazes transcendendo meras
retóricas decorativas.
A sociedade Vilacondense
mostra-se calorosa perante estes
projectos que constituem um
sinal que apesar desta crise
social da actualidade, Vila do
Conde está a encontrar caminhos novos para mudança…
Entrar no mundo das emoções é entrar numa complexa
e intrincada rede de elementos
cognitivos que quando desvendados e aprofundados nos
conduzem a um “mar salgado
que dá sabor e tempero à vida”
tornando-a leve, fluída… é um
conquistar da inocência perdida ao longo dos últimos 1000
anos, mas desta vez, é uma
inocência rica porque consciente e plena de significado
racional e filosófico.
Poderá aceder a mais informações através do website:
www.ceaccentro.com (CEACCentro de Equilíbrio e Autoconhecimento)
* Directora Centro CEAC
HISTÓRIA VILACONDENSE
“O ‘Crucificado’ da Capela
de Nosso Senhor dos Navegantes”
FARIA CORREIA
Na Procissão de Cinza, da
competência da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco
de Vila do Conde, um dos andores representa o grupo escultórico do Santo de Assis
recebendo as Chagas de Cristo.
Este andor foi objecto de
remodelação em 1856, pelo
que a imagem actual do Senhor Crucificado passou a ser
da autoria do escultor vilacondense João de Afonseca
Lapa. A outra imagem, a de S.
Francisco, é do escultor, também
vilacondense, Aníbal Ribeiro
Pontes.
Por Acta de 31 de Dezembro
de 1889, deliberou a Ordem Terceira, ceder a imagem antiga à
Capela de Nosso Senhor dos Navegantes, em construção no lugar das “Cachinas”. Pela Acta de
13 de Março de 1890, fica-se a
saber que a dita imagem foi levada em procissão até à mencionada Capela.
A referida Capela deu origem
a uma Igreja, edificada muito
mais a Norte, em 1928, que por
sua vez cedeu lugar à actual, por
reconstrução, em 1985, a conhecida pela do Barco. De todos os
livros que referenciam a igreja
de Nosso Senhor dos Navegantes,
pode-se ler que o conjunto de imagens, que hoje se encontram na
Cripta, foram trazidas da Correcção, Reformatório ou Escola Profissional, em 1928.
Não estamos de acordo com
tais afirmações, por várias razões. Primeiro vieram, isso sim,
do antigo Mosteiro de Santa Clara, muito designadamente da
sua Igreja. Segundo, foram levantadas antes do relacionado,
melhor dizendo inventário, de
1902, na posse do Ministério da
Justiça, constante da obra “O
Convento de Santa Clara e a Casa
de Correcção”, de Eduardo de
Campos de Castro (Carcavelos),
publicada no semanário ‘Renovação’, de 5 de Dezembro de 1942 a
23 de Janeiro de 1943, e que já
não se refere às imagens em questão. Ora, esses inventários, referem-se à entrega para tutela da
Casa de Detenção e Correcção do
Distrito do Porto, a qual veio a
conduzir na Escola Profissional de
Santa Clara, e foram elaborados
em 1902. Terceiro, quem estancou, em parte, a sangria desatada, a que se procedeu do maravilhoso espólio, por diversas
entidades, designadamente do
Arcebispo de Braga, Bispo do
Porto, Museus do Porto e de Lisboa, e, muitos outros, que o
fizeram à tripa forra, desde a
morte da última freira em 1893
até 1902, foi Monsenhor José
Augusto Ferreira, Prior de Vila
do Conde de 1893 a 1921. E, dado
que a Capela era pobre em imagens, natural é que Monsenhor,
como Prior e responsável pela
Paróquia de São João Batista lá
tivesse colocado tudo ou parte das
peças não necessárias na Matriz.
Acrescentamos que, até 1944,
não existiu a paróquia de
Nosso Senhor dos Navegantes.
Quanto ao Padre José Praça,
ou qualquer outra personalidade, aquando do restauro da
Igreja de Santa Clara, nos anos
trinta, não concordamos com
ela, nem quanto à data de 1928.
Certo que, o Crucificado a
que nos vimos a referir como
tema deste artigo, proveniente
da Igreja de Nossa Senhora da
Encarnação, ou de São Francisco, é o mais antigo dos três
existentes na Igreja do lugar
das “Cachinas”, datando do
século XVIII, foi objecto de um
mau restauro ou encarnação,
e encontra-se actualmente na
Sala das Confrarias do citado
templo.
Logo, aqui fica a rectificação necessária.