O Secretário de Estado garante que o IC6 e o IC7 vão ser construídos, apesar de quando chegou ao governo "quase tudo estava por fazer" nesta área. O troço entre Catraia dos Poços e Vendas de Galizes do IC6 entrará em obra no próximo ano e ficará concluído em 2009. Estudos estão a ser realizados para definir o traçado final do IC6 e sua articulação com outras estradas, como o IP3 e a A25.
1. Sexta-feira, 31 de Março de 2006
QUINZENÁRIO
Ano 1 - Série II - N.º 2
Director: Henrique Barreto
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Líder do PS Garante Secretário de Estado
quer explicações em entrevista ao CBS
do PSD
José Francisco Rolo toma a sua primeira
iniciativa política enquanto líder do PS e
exige um pedido de explicações ao PSD
face às polémicas declarações do ex-chefe
IC6
arranca
de gabinete do presidente da Câmara, que –
após ter sido demitido – disse na imprensa
que tinha “conhecimento de coisas dentro
da Câmara” que poderiam colocar Mário
Alves “muito mal na fotografia. ÚLTIMA
em 2007
Paulo Campos garante em entrevista ao Correio da
Beira Serra que o IC6 vai ser uma realidade e anuncia
que o troço entre Catraia dos Poços e Vendas de Galizes
entrará em obra já em 2007, prevendo-se que abra
ao público dois anos depois. Considerando que esta
“Redução de região “tem sido muito mal tratada” em termos de
acessibilidades, aquele Secretário de Estado promete
alunos não me mudar o estado das coisas, mas adverte que quando
chegou ao Governo o IC6 não tinha sequer projecto de
assustou” execução. PÁGS. 2 e 3
Francisco Neves, defende que a ESTGOH se
A queda do líder
deveria chamar Escola Superior de Tecno-
logia e Gestão da Beira Serra e sublinha a PSD prepara
importância de os presidentes de Câmara
dos concelhos vizinhos “se abrirem a toda o dia seguinte
a região”, ao invés de se “limitarem à sua
área geográfica. Em entrevista, o director Depois de uma estratégia política que lhe veio a
da ESTGOH, diz ainda confiar no Governo ser fatal, Mário Alves poderá ter o “cerco” monta-
do pelos seus antigos “compagnons de route” que
quanto à construção das novas instalações
podem vir a retirar-lhe a confiança política. O PSD
PÁGS. 6 e 7
está ao rubro, os ataques sucedem-se em ca-
deia e o novo líder do PSD já afirmou ao Cor-
reio da Beira Serra: “Chegou a hora de
Mário Alves ser derrotado”. Entre-
tanto, e já em cima do fecho desta
edição, o seu ex-chefe de gabinete
faz afirmações que deixam Mário
Alves numa posição política de
grande fragilidade. Nalguns sec-
tores políticos locais, já há
quem defenda mesmo
Correio da Beira Serra que aquele autarca
começa a não ter
em condições para
Edição Online continuar à
frente da
www.correiodabeiraserra.com autarquia. PÁGS. INTERIORES
2. 2 D E S TA Q U E Correio da Beira Serra 31 de Março de 2006
ENTREVISTA > CBS entrevista Secretário de Estado
“O IC6 e o IC7 vão ser uma realidade”
O Correio da Beira Serra entre-
vistou o secretário de Estado
Adjunto das Obras Públicas e
das Comunicações, Paulo Cam-
pos, sobre o futuro de Oliveira
do Hospital e de toda a região
em matéria de acessibilidades.
Aquele governante, um “filho
da terra”, garante que o IC6 e
o IC7 vão finalmente “ser uma
realidade” e anuncia que o tro-
ço do IC6 – entre Catraia dos
Poços e Vendas de Galizes – vai
arrancar já no próximo ano,
prevendo-se que a empreitada
esteja concluída em 2009.
Nesta entrevista, Paulo Campos
lamenta o facto de esta região
Paulo Campos: “Estou totalmente disponível para visitar oficialmente Oliveira do Hospital, desde que seja convidado pelo senhor presidente da Câmara”
ter sido “esquecida e injustiça-
da”, mas adverte que quando e Unhais da Serra, do IC7 e do IC37, com Os estudos que neste momento estão a empreitada deverá durar perto de 2 anos.
vista à revisão do PRN2000. Tudo isto es- decorrer são, por isso, importantes, já que Relativamente ao segundo troço, entre
chegou ao Governo “quase tava na estaca zero quando chegámos ao vão permitir fazer uma análise comparati- Venda de Galizes e Unhais da Serra, quan-
Governo. va, sob os pontos de vista técnico, econó- do chegámos ao Governo nada estava fei-
tudo estava por fazer”. É bom lembrar que nos anos 90 foram mico e ambiental, entre a rede prevista no to. Foi este Governo que tomou a decisão
realizados projectos base para o IC6, entre actual PRN e os corredores alternativos. de avançar com o estudo, o que permitirá
Venda de Galizes, Ponte das Três Entradas Isto vai permitir chegar a conclusões no lançar as fases subsequentes.
HENRIQUE BARRETO e Vide, com traçados que acompanham a que respeita à eventual alteração do PRN. Por outro lado, será lançada a empreita-
EN230 de acordo com o trajecto definido É claro que este estudo será desenvolvido da para construção do último troço entre
Correio da Beira Serra - Depois de tantos no PRN, mas que não servem nenhuma com um acompanhamento muito próximo Unhais e Covilhã ainda durante este ano.
anos com promessas de IC6 e IC7, há quem sede de concelho. Estes projectos encon- das Autarquias.
já não acredite que o IC6 possa vir a ser uma tram-se suspensos há vários anos. Finalmente, para o terceiro troço entre CBS - Qual vai ser o traçado definitivo do
realidade. Como é que encontrou este proces- Já relativamente ao IC7 e IC37 nunca foi Unhais da Serra e a Covilhã, existe um pro- IC6 e como é que está prevista a sua articula-
so quando chegou ao Governo e qual é, neste elaborado qualquer estudo. Entendo que jecto de execução contratado em 1998, ção, fundamentalmente, com o IP3 e a A25?
momento, o ponto da situação? se deve estudar o IC6 com um corredor que está suspenso, uma vez que foram PC - Como já referi, as conclusões do
Paulo Campos - Quero deixar claro que comum ao IC7 até entretanto licencia- estudo que mandámos fazer serão de-
o IC6 e o 1C7 vão ser uma realidade. Seia, optimizando a das construções que terminantes para o desenvolvimento das
Durante anos e anos esta região foi es- rede nesta sub-região (…) o troço do IC6 entre Ca- interferem com a fases subsequentes dos projectos, mas
quecida e injustiçada, tendo sido muito e servindo igualmen- zona da estrada. Este fundamentalmente o que se pretende é a
mal tratada no que concerne a um rede te Oliveira do Hos- traia dos Poços e Vendas de projecto encontra-se optimização da rede. Ora, isso só se con-
de acessibilidades adequada. Hoje, a zona pital, que em conju- neste momento a ser segue à custa de um corredor comum para
do alto do distrito de Coimbra, é prova- gação com Seia, são Galizes – quando chegámos revisto. as ligações entre a Covilhã-Seia/Oliveira do
velmente, uma das regiões do País mais centros urbanos com Hospital-Viseu e entre a Covilhã-Seia/Oli-
carenciadas em termos de rede viária. A importância relevan- ao Governo não havia pro- CBS - Quando é que veira do Hospital-Coimbra, tendo sempre
verdade é que quando chegámos ao Go- te na região. o Governo prevê que o subjacente a melhoria das condições da
verno quase tudo estava por fazer. No entanto, quero jecto de execução – entrará IC6 entre em funciona- ocupação do solo e do ordenamento do
Foi o actual Governo que tomou a deci- que fique claro que o mento, e como é que território, bem como a minimização dos
são de adjudicar o IC6, entre Catraia dos corredor actualmen- em obra durante o próximo estão previstas as di- impactes ambientais, tendo sempre pre-
Poços e Venda de Galizes, que se encon- te previsto no PRN versas fases da obra? sente o interesse público e em particular
tra neste momento em fase de projecto para o IC6 é de difícil ano e a empreitada deverá PC - Para entrar o interesse das populações interferidas.
de execução, já que nem isso estava feito. concretização já que em obra é preciso A articulação com o actual IP3 será feita
Este lanço é estruturante para a região, obriga à transposi- durar perto de 2 anos (…) cumprir previamente através do nó de ligação já existente, ou
pois constitui uma boa alternativa à EN17, ção do Rio Alva numa diversas etapas, no- seja, o Nó da Raiva. No entanto, no IC6
que apresenta um baixo nível de serviço, área de orografia meadamente: Estudo está igualmente prevista a articulação
face ao elevado tráfego de procura e aos bastante acidentada, associado a um de- de Avaliação Económica, Estudo Prelimi- com o IP3 perto de Santa Comba Dão, o
vários acessos marginais. Por outro lado, senvolvimento do traçado em encosta de nar, Projecto de Execução, decorrendo em que será garantido pela construção da
esta nova via vem contribuir de forma sig- forte pendor transversal nas faldas da ser- paralelo o conjunto de aprovações am- Variante de Tábua, cuja primeira fase já
nificativa para a redução de sinistralidade ra, com impactes ambientais significativos bientais. No que respeita ao IC6, no troço foi lançada em Maio do ano passado. Pre-
na estrada actual. e um custo de construção extremamente entre Catraia dos Poços e Venda de Gali- tendo incluir no PIDDAC do próximo ano
Já no passado mês de Setembro resolvi oneroso. Mas não são estes obstáculos zes, quando chegámos ao Governo não a segunda fase da Variante que articulará
lançar um Estudo de Avaliação Estratégi- que nos vão impedir de levar por diante havia Projecto de Execução. Fomos nós com o IC6 junto a Espariz.
ca aos corredores dos itinerários comple- uma obra que consideramos prioritária, e que o adjudicámos. Este troço entrará em No caso da ligação à A25 pretende-se,
mentares do IC6, entre Venda de Galizes que reafirmo, será uma realidade. obra durante o próximo ano, sendo que a com o estudo referido, analisar a viabili-
3. 31 de Março de 2006 Correio da Beira Serra D E S TA Q U E 3
dade da ligação do actual IC7 aquela auto- CBS - O presidente da Câmara de Oliveira
estrada na zona de Fornos de Algodres, já do Hospital tem vindo a referir publicamente
Editorial
que com esta proposta poderemos redu- que “sobre o IC6, pouco ou nada sabe”. Há
zir a sua extensão em cerca de 50% entre uns meses atrás também o criticou pelo fac-
Nabais e Celorico da Beira, relativamente to de ter feito a apresentação do projecto nos
ao previsto no PRN. concelhos de Seia e Tábua, deixando de fora
HENRIQUE BARRETO
Desta forma o tráfego que se dirige de o município de Oliveira do Hospital. Qual
Seia para a Guarda passará a dispor de foi de facto a razão para que o projecto não
uma auto-estrada a partir de Fornos de Al- tenha também sido apresentado em Oliveira
godres, evitando-se a duplicação de cor- do Hospital?
redores de carácter regional nesta zona PC - O que posso dizer é que o estu-
Falta de imaginação?
e a consequente redução dos tempos de do de acessibilidades que referi, preten-
percurso. de responder às pretensões dos autarcas
Q
Por outro lado, o PRN apenas prevê a desta região, incluindo o Sr. Presidente da
ligação do IC37 entre Seia e Viseu, apre- Câmara de Oliveira do Hospital, que solici-
sentando por esta razão grandes limita- tou esta alteração ao PRN em reunião que uando confrontado na As- a pouco mais de uma hora da fronteira e
ções para o tráfego com origem/destino teve comigo em Lisboa. sembleia Municipal sobre o do Porto de Aveiro, serviu apenas para
em Viseu/Covilhã. Situação que poderá E quero deixar claro que estou total- que a Câmara estaria a fazer derreter uns largos milhares de contos.
ser resolvida com o prolongamento do mente disponível para visitar oficialmen- relativamente ao problema Nestes anos todos – e já lá vão mais de
IC6 para sul, desde Oliveira do Hospital/ te o concelho de Oliveira do Hospital, de do encerramento de duas indústrias de dez –, nem uma única indústria ali se ins-
Seia até Unhais da onde sou natural e confecção, que lançam para o desempre- talou.
Serra, ponto a partir onde me desloco go cerca de 200 trabalhadores, o presi- Depois, temos ainda o famoso elefan-
do qual, como referi, a título particular dente da Câmara de Oliveira do Hospital te branco de Lagares da Beira, paradoxal-
dispomos de projec- com frequência, des- afirmou que a autarquia não tinha nenhu- mente designado de Centro de Negócios.
to de execução até à de que para tal seja ma solução para tirar da cartola e quase Até à data, nem uma única ideia para ren-
Covilhã. convidado pelo Sr. se demarcou do problema, ao defender tabilizar aquele espaço.
Decidimos igual- Presidente da Câma- que nestas situações o que a Câmara Mas, se formos a Seia e a tantos ou-
mente lançar o IC12, ra, à semelhança do pode fazer é muito pouco. tros concelhos do interior do país, há
entre Mangualde e que sucedeu com os É uma ideia da qual discordo em ab- incubadoras de empresas a funcionar e a
Nelas, permitindo, convites que recebi
soluto porque, na verdade, as câmaras gerar emprego. Se passarmos por Carre-
assim, o acesso ao dos seus colegas das
municipais – tenham elas imaginação e gal do Sal, também verificamos que, nos
IP5. Câmaras de Tábua
empenho – podem arquitectar soluções últimos anos, o número de empresas tem
(…) foi o actual governo que e de Seia, aos quais que propiciem a criação de emprego. vindo a aumentar significativamente; em
CBS - Sintetica- correspondi com
Se bem me lembro, o debate sobre a Nelas, que perdeu centenas e centenas
mente, como é que o tomou a decissão de adjudicar agrado. crise que se anunciava nas confecções já de postos de trabalho por via do encerra-
Governo está a arqui-
tectar a ligação desta o IC6, entre Catraia dos Poços CBS - Que aprecia- há muito que foi lançado. Todos sabe- mento dos fornos eléctricos da Urgeiriça,
região ao litoral e à ção faz sobre o facto mos que o tecido industrial de Oliveira encontramos um dos tecidos industriais
fronteira? e Vendas de Galizes (…) de esta região – Olivei- do Hospital tem mais fortalecidos da
PC - A ligação ao ra do Hospital, nome- vindo a repousar, região. Os exemplos
litoral far-se-á atra- adamente – ter estado excessivamente, so- (…)o que é que a Câmara suceder-se-iam…
vés IC6, que ligará ao actual IP3, que ar- votada ao abandono, em matéria de acessi- bre aquele tipo de O que é impor-
ticulando com o IC1 na Figueira da Foz, bilidades, durante estes anos todos? indústria com gran-
Municipal – que nunca tante ter em conta
distribuirá o tráfego ao longo de todo o PC - Lamento que os anteriores gover- de incorporação de sequer se deu ao trabalho é que, nesses con-
litoral. O lanço da A17 (IC1), entre Mira e nos não tenham investido em eixos es- mão-de-obra. celhos, as empresas
Marinha Grande, com perfil de auto-estra- truturantes como o IC6, o IC7 e o IC37. Numa entrevista de promover uma reunião e outros investi-
da, deverá estar concretizado em 2009. A intenção deste Governo é concretizar que no início dos mentos não caíram
A ligação à fronteira será concretizada estas obras. anos 90 fiz ao en- com os empresários do ali de pára-quedas.
através do IC7 que ligará à A25 (Vilar For- A região beirã, apesar de possuir um tão presidente Cé-
moso), que se encontra em construção e diversificado e qualificado património sector para poder antever e Como em tudo na
sar Oliveira, a sua vida, primeiro foi
cuja conclusão está prevista para Setem- cultural e ambiental, apresenta níveis de resposta foi premo- preparar o futuro –, fez com necessário criar
bro deste ano, em alternativa poderá re- desenvolvimento muito inferiores à média nitória: “se um dia os alicerces ao de-
correr-se ao IC37/IC12. nacional, com forte perda demográfica, à há crise nas confec- vista a poder, pelo menos, senvolvimento. E o
Outra alternativa será a interligação do excepção dos concelhos localizados ao ções, há crise em grande problema de
IC6 com o actual nó de ligação à A23 na longo dos principais eixos de comunica-
todo o concelho”.
minimizar os efeitos de uma Oliveira do Hospital,
Covilhã, que se articulará no futuro com ção, nomeadamente a A23 e a A25. Efecti-
No final dos anos crise anunciada. (…) é que, fica sempre
o IC31 até Monfortinho, cuja calendariza- vamente, estas vias têm tido um impacto
80, na Bobadela, a sensação de que
ção dependerá do andamento dos projec- positivo no comportamento demográfico,
também entrevistei se quer começar a
tos do lado Espanhol. assim como no estabelecimento de diver-
Relativamente a este itinerário foi acor- sas actividades económicas em concelhos Álvaro Cunhal e confrontei-o com o pro- construir a casa pelo telhado.
dada entre Portugal e Espanha, em Junho como a Guarda, Covilhã, Celorico da Beira, blema. O, na época, líder do PCP não po- A falta de ideias e de imaginação é
do ano passado, a sua construção com Fundão e Belmonte. dia ser mais claro: “Made in China vai ser de facto confrangedora e contamina
perfil de auto-estrada entre Castelo Bran- Para se atingir uma economia compe- a ruína da indústria de confecções”. igualmente outras áreas da economia
co e Monfortinho, e uma vez assegurada a titiva, aberta e integrada na região, inte- Toda a gente informada antevia o que de Oliveira do Hospital. O comércio, por
sua continuidade em Espanha, constituirá ressa reforçar e estruturar o eixo urbano actualmente está a acontecer e, a grande exemplo, vive momentos difíceis tam-
uma nova ligação a Madrid. Covilhã-Gouveia-Seia-Oliveira do Hospital, admiração, reside apenas no facto de só bém graças à conjuntura de crise que
conectando-o com o sistema metropoli- agora ter acontecido. Portugal atravessa, mas também muito
CBS - E as acessibilidades à Serra da Es- tano do centro litoral. Valorizar o papel Estamos em 2006 e a pergunta é esta: em consequência de Oliveira do Hospi-
trela? O que é que está previsto nesta área? estratégico da região obriga ao dimensio- durante quase década e meia, o que é tal não ter engenho para criar dinâmicas
PC - As acessibilidades à Serra da Estre- namento de uma rede de conectividade que a Câmara Municipal – que nunca que captem visitantes e “impeçam” os
la dependem das conclusões do Estudo de entre aquele sistema, a beira interior e a sequer se deu ao trabalho de promover oliveirenses de andar a cirandar por ou-
Avaliação Estratégica que nós lançámos, rede internacional. Só assim será possível uma reunião com os empresários do tros concelhos, em busca de iniciativas
mas o eixo estruturante será sempre o IC6 a equidade com cidades como Coimbra, sector para poder antever e preparar o que a sua terra não é capaz de gerar.
que ligará Oliveira do hospital à Covilhã. Viseu e Aveiro em termos de desenvolvi- futuro –, fez com vista a poder, pelo me- O que acabo de dizer, não é nenhum
Quero salientar, no entanto, que as mento e bem-estar das populações. nos, minimizar os efeitos de uma crise ataque mas antes uma preocupação. Ali-
intervenções no Parque Natural da Serra É, por isso, premente aproveitar o po- anunciada. ás, recomendo vivamente aos leitores do
da Estrela, por integrarem zona da Rede tencial do IC6 como eixo estruturante e Em matéria de política industrial e de Correio da Beira Serra uma leitura atenta
Natura, deverão limitar-se à beneficiação estratégico para promover os fluxos turís- captação de investimento, todos sabe- à secção de Agenda/Cultura, para que se
das estradas existentes, devendo ser es- ticos, estimular complementaridades en- mos que o que tem sido feito é, na ver- percebam as dinâmicas ao nível da oferta
timulada a construção de parques de es- tre centros urbanos e assegurar ligações
dade, muito pouco. Temos a Zona Indus- cultural que ocorrem nos nossos conce-
tacionamento, associados a meios mecâ- intra-regionais, relevantes para a coesão
trial, que – com alguns melhoramentos lhos vizinhos. Já não vivemos no tempo
nicos para acesso às zonas mais elevadas regional.
– é quase a mesma de há 20 anos; o Pólo da trilogia dos três “f ”: Fado, Futebol e
do maciço.
Industrial da Cordinha, que curiosamente Fátima. Mas um fado, por exemplo, até
está a 15 minutos do caminho-de-ferro, e vinha a calhar!
4. 4 OPINIÃO Correio da Beira Serra 31 de Março de 2006
OPINIÃO O futuro da saúde
ANTÓNIO C AMPOS no concelho
O
futuro da saúde no concelho obras de readaptação dos três Hospitais, P.S.D. e o governo do Prof. Cavaco anun- mos a uma hora de distância de qualquer
de Oliveira do Hospital é pre- localizando em Seia e Arganil as valências ciou a criação do Hospital Distrital em centro de urgência de qualidade.
ocupante. Tudo se decidiu médicas e em Oliveira do Hospital o siste- Seia. Agora, possivelmente até ao final do Sei, todos sabemos, que o Centro de
nos anos 80, perante o silên- ma de urgências. Envolvi-me neste projec- ano, vai ser lançada a construção desse Saúde não tem meios técnicos de diag-
cio e indiferença das populações. As con- to porque pensava, e continuo a pensar, novo Hospital Distrital com 70 camas. nóstico mas é um ponto importantíssimo
sequências dos erros praticados já estão à que tinha sido a melhor solução para a Localizado o Centro de Saúde no sítio de apoio à população que não tem qual-
vista ou, surgirão num futuro próximo. população dos três con- errado, a prazo o que quer outro recurso a não ser a 80 km de
Oliveira do Hospital, Seia e Arganil po- celhos. Fui insultado e “(…) Não é aceitável nos vai acontecer? Seia distância.
dendo também incluir-se Tábua e Gouveia caluniado e dias antes ver a Fundação a des- vai ter um Hospital do Era fundamental que o Centro de Saúde
são, todos eles, concelhos bastante dis- do Prof. César de Olivei- Estado, moderno. E e a Fundação criassem um bom serviço de
tantes de um bom hospital com urgências ra ter ganho a Câmara, viar-se para o privado e nós, uma Fundação que raiz pública. Quase tudo é pago por nós.
de qualidade. Nós localizamo-nos a cerca o Presidente da mes- a maioria dos médicos se transformará numa Não é aceitável ver a Fundação a desviar-
de 80 km de Coimbra, da Guarda ou de ma resolveu entregar a clínica privada, porque se para o privado e a maioria dos médicos
Viseu. gestão da Fundação à
do Centro de Saúde muitos dos acordos do Centro de Saúde para os consultórios.
De todos estes concelhos só Seia tem antiga direcção, invia- para os consultórios. públicos das consultas Ainda bem que a Direcção do Centro está
um hospital suportado directamente pelo bilizando, assim, todo Ainda bem que a Di- de especialidade serão nas mãos de quem só vive do serviço pú-
Estado, isto é público. O de Oliveira do o projecto do Ministro absorvidas pelo servi- blico e que tem autoridade para colocar
Hospital pertence a uma Fundação e o de Gonelha. recção do Centro está ço público criado em algum bom senso nos interesses.
Arganil a uma Misericórdia. Restava ao Prof. Cé- nas mãos de quem só Seia. A saúde é um bem demasiado impor-
Após o 25 de Abril a Fundação entrou sar de Oliveira bater-se vive do serviço público Não me restam dú- tante para poder ser transformada num
em rotura e a Câmara e o Estado toma- por um Centro de Saú- vidas de que a prazo, negócio. Há no concelho um amorfismo
ram conta da sua gestão. Nos anos 80, de. Como é óbvio, a pri- e que tem autoridade será o Hospital Distri- preocupante e um desprezo pela causa
perante a situação de haver dois hospitais meira tentativa do Prof. para colocar algum bom tal de Seia a fornecer pública que sempre me preocupou. A re-
com gestão do Estado – o de Seia e o de foi construir o Centro
Oliveira –, o Ministro da Saúde de então, de Saúde junto do hos-
senso nos interesses.” algunsde cuidados de
saúde especialidade
verência a interesses mesquinhos, a passi-
vidade egoísta e o deixa andar, à espera de
Maldonado Gonelha, comprometeu-se a pital, pagando à Funda- à população do nosso alguém que solucione os problemas vão
criar um Hospital Distrital dividido pelos ção o valor do terreno. Era o sítio certo. concelho. Agora, surge-nos ainda o plano afundando o Concelho. O estado da Saúde
dois concelhos, e tentar resolver o pro- Consultas de um lado, meios de diagnósti- de reestruturação do funcionamento dos é bem a radiografia disso.
blema de Arganil após negociações com a co do outro. Tal construção não foi aceite Centros de Saúde, das 0 às 8 horas, mas A falta de visão do futuro e as decisões
Misericórdia. pela direcção da Fundação e o Centro de estou convicto de que o Ministro da Saú- em cima do joelho têm consequências. O
O Ministério da Saúde estava disposto Saúde foi localizado no local errado. de não se atreverá a mexer no de Oliveira pior é que quem paga a factura das más
a indemnizar a Fundação e a financiar as Após a saída do PS do governo entra o do Hospital, pela simples razão de estar- decisões é sempre a população.
OPINIÃO
Freguesias sob pressão
JOÃO DINIS
mas sem dinheiro...
E
nfim, as Freguesias com menos tas” a quem não cuidar desses aspectos; pedimento dos “funcionários públicos” e “Regedor” e um “Cabo de Ordens” como
de 1000 Eleitores, recebem uma é a fiscalização dos poços e dos furos o encerramento de uma série de serviços acontecia durante o regime fascista)...
média de 24 mil Euros, por ano, artesianos; é a fiscalização das matas públicos, sobretudo em vastas regiões Bem, às próprias Freguesias, aos seus
do Orçamento de Estado. Uma por limpar e a aplicação das coimas res- do interior do País... Autarcas e, particularmente, à ANAFRE,
miséria e uma nódoa no regime demo- pectivas (por eventual Quer dizer:– assim Associação Nacional de Freguesias, cabe
crático em geral e no poder local em par- delegação camarária); se vai desvirtuando a responsabilidade de dizerem “não e
ticular. é o preenchimento “(…) se não houver uma e fazendo degenerar não”, repete-se, a estas tentativas go-
Os governantes, de sucessivos gover- das declarações de rejeição inequívoca destes as funções das Autar- vernamentais em curso para transformar
nos, volta e meia lembram-se de tecer IRS (trabalhar de graça quias Locais enquanto as (Juntas de) Freguesias em terminais
loas às Juntas e Assembleias de Fregue- para as Finanças...); é atentados institucionais órgãos eleitos para (burocráticos e repressivos), também às
sia – “o poder político-institucional de o registo das aves “em contra o Poder Local servir as Populações e ordens do Poder Central porque, sem
maior proximidade com as populações” prisão domiciliária” a
– dizem então. Às vezes, até fazem al- pretexto da prevenção
Democrático, as Juntas de não para asafiscalizar e
perseguir, pretextos
verbas próprias, muitas Freguesias já
vão estando “às ordens” das Câmaras
gumas promessas, mas não se decidem da “gripe das aves” Freguesia vão ser transfor- vários! Por este andar, Municipais...
é a mandar mais dinheiro para que, por (trabalhar de graça madas em terminais emi- e se não houver uma Aquilo de que se precisa, aquilo que
cá, se possa trabalhar mais e com maior para o Ministério da rejeição inequívoca as Populações precisam e a que as Fre-
independência em relação às Câmaras e Agricultura...); e até já nentemente fiscalizadores destes atentados ins- guesias têm direito, é de uma outra Lei
ao próprio Governo. falam da cobrança de e repressivos, às ordens titucionais contra o das Finanças Locais com muito mais ver-
Pelo contrário, com frequência, esses impostos através das Poder Local Democrá- bas do Orçamento de Estado para a Ad-
mesmos governantes atiram é com mais (Juntas de) Freguesias.
do Poder Central...” tico, as Juntas de Fre- ministração Local e directamente para as
responsabilidades para cima das Fregue- Mesmo a GNR não se guesia vão ser trans- Juntas de Freguesia. A seguir, “deixem-
sias sem transferirem os meios – téc- coíbe de incentivar as Juntas de Freguesia formadas em terminais eminentemente nos trabalhar”... Ah! E que as Finanças
nicos e financeiros – para se lhes fazer a denunciarem “factos” estranhos que se fiscalizadores e repressivos, às ordens do continuem a cobrar os impostos sobre-
frente com dignidade e eficácia. E ele é detectem por cá, nas nossas Povoações... Poder Central. Aliás, já só faltará atribuir- tudo a quem, muitas vezes fraudulenta-
o registo dos cães e dos gatos e as “mul- Entretanto, o Governo incrementa o des- lhes funções efectivas de polícia (com um mente, os não paga...
Ficha Técnica Administração: António dos Santos Lopes Direcção Editorial: Henrique Barreto - henriquebarretocbs@sapo.pt Jornalista Principal: Liliana Lopes - lilianalopescbs@sapo.pt Desporto: Editor: José Carlos Alexandrino,
João Jorge Colaboradores Permanentes: Adelaide Freixinho, Agnelo Vieira, António Campos, Carlos Portugal, João Dinis, José Augusto Tavares, Luís Torgal, Pedro Campos, Rui Santos. Deptº. Comercial: Isabel Mascarenhas
Projecto Gráfico: Jorge Lemos Impressão: CIC – Coraze Sede, Redacção e Publicidade: Praceta Manuel Cid Teles, Lote 12 – 1º Esqº - 3400-075 Oliveira do Hospital, Telef.-Geral: 238086546 Correio Electrónico: correiodabeiraserra@sapo.pt
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5. 31 de Março de 2006 Correio da Beira Serra LOCAL 5
ANAFRE contra projecto do Governo
Quinze freguesias em risco de extinção
Se o Governo levar por diante contar”. Logo, “a extinção de autarquias
levaria a um profundo afastamento entre a
a intenção de extinguir e fun- população e o poder autárquico”.
O projecto sobre a fusão e extinção de
dir autarquias, o concelho de freguesias deverá estar concluído no final
Oliveira do Hospital corre o de 2006, e Armando Vieira está convicto
de que Governo irá centrar-se apenas nos
risco de perder algumas das 21 grandes centros urbanos, acima dos 50
mil eleitores.
freguesias, porque 15 delas têm A vontade da ANAFRE é que a medida
não seja aplicada, mas para isso Armando
menos de mil eleitores. Quem Vieira defende que “seja desenvolvida a lei
do associativismo das freguesias e que às
se opõe é o presidente da Asso- mesmas sejam atribuídas competências”.
ciação Nacional de Freguesias No entanto, para que tal seja possível
– como o próprio frisou – “a Associação
(ANAFRE) que não aceita que deverá ser dotada de mecanismos e recur-
sos humanos qualificados capazes de dar
“a medida seja aplicada como resposta às exigências da Administração
Pública”.
regra matemática”.
A
intenção do Governo extinguir
e fundir freguesias com menos Presidente da ANAFRE defende que a medida não pode ser aplicada de rega e esquadro
de mil eleitores não agradou
aos eleitos locais, nem à ANA- que – como explicou – “uma freguesia é partilhada por Manuel Garcia, presiden-
FRE que não aceita que a medida avance rural será muito mais penalizada do que te da Junta de Freguesia de S. Gião que
com base na “racionalização de recursos uma urbana”. tem apenas 612 eleitores. “As pessoas não
financeiros”. Em declarações ao Correio Apesar de ainda não ser conhecida a iriam entender, nem aceitar esta medida
da Beira Serra, o presidente da estrutura decisão final do Governo, Armando Vieira porque a freguesia tem uma grande área
lembrou que “as freguesias pesam apenas acredita que “se esta medida for seguida geográfica e os recursos são poucos”, re-
0,21 por cento no Orçamento de Estado”, à regra, os habitantes das freguesias mais feriu o autarca ao CBS explicando que “se
por isso, entende que “a racionalização afastadas da sede do concelho perdem a agora já é difícil o acesso à Junta, a fusão
de recursos deveria começar na Adminis- única âncora de ligação com a Administra- com outra iria piorar a situação”. Manuel
tração Central”. Para Armando Vieira, “a ção Pública”, e por conseguinte “deixam Garcia lembrou ainda que “a população
medida não pode ser aplicada de régua e de poder contar com a Junta para a reso- quando vota para a Junta de Freguesia,
esquadro, como regra matemática” por- lução dos seus problemas”. Esta opinião sabe em quem vota e com quem pode
Situação pode agravar-se ainda mais
Oliveira do Hospital entre os concelhos
com mais desemprego
O
liveira do Hospital surge nes- os 35 e os 54 anos. Um outro grupo etário
te momento como um dos muito atingido é o dos cidadãos entre os
concelhos da região com 25 e os 34.
maior taxa de desemprego. Entre os concelhos com maior número
De acordo com a informação do Instituto desemprego na região, destacam-se Seia,
de Emprego e Formação Profissional (IEFP) Gouveia e logo a seguir Oliveira do Hospi-
relativa ao passado mês de Fevereiro, que tal. Contudo, quando os trabalhadores da
é a última disponível, o concelho de Oli- Infinitum entrarem na base de dados das
veira do Hospital tem 707 pessoas em estatísticas do IEFP, Oliveira do Hospital
situação de desemprego. A este número, sobe para o segundo lugar do “ranking”.
falta no entanto acres-
centar ainda os quase
100 trabalhadores que
ficaram sem trabalho
por via do encerramen-
to da Infinitum.
De acordo com o
IEFP, em Oliveira do
Hospital o desemprego
afecta principalmente
as pessoas com idades
compreendidas entre
6. 6 EDUCAÇÃO Correio da Beira Serra 31 de Março de 2006
ENTREVISTA > Francisco Neves ao CBS
“Nunca temi o encerramento da Escola”
Firmando a sua aposta em áreas isso reflecte-se na boa aceitação dos nos-
sos estagiários por parte dos empresários
de formação viradas para as que os acolheram. O nosso reconhecimen-
to nacional e regional é prova viva da nos-
novas tecnologias, a Escola Supe- sa aposta na qualidade.
CBS – O funcionamento da escola não
rior de Tecnologia e Gestão de depende exclusivamente da qualidade. Não é
Oliveira do Hospital (ESTGOH) essencial a captação de novos alunos?
FN – É evidente que se não houver alu-
visiona um futuro incerto justifi- nos a escola não pode funcionar. No caso
do Curso de Engenharia Civil e do Ambien-
cado pelo decréscimo do número te, que no ano passado não teve alunos
colocados, se continuar assim terá que ser
de alunos e pela inexistência de encerrado. Mas, os outros cursos tiveram
um número de alunos que eu considero
instalações adequadas. A escola acima do que é razoável. Nós temos os
iniciou a sua actividade no ano alunos suficientes para manter a escola
pequena e de qualidade que pretendemos.
lectivo de 2001/2002 com dois Acredito que há ainda outros cursos que
podem ser implementados aqui, para ser-
cursos bietápicos e actualmente vir a região e o país. Para captarmos novos
alunos é preciso mudar as mentalidades a
permite a frequência em quatro nível nacional relativamente à dicotomia
Francisco Neves: “A redução do número de alunos não me assustou”
Universidade/Politécnico. No nosso caso
licenciaturas. A tendência de é essencial que os presidentes de câmara
crescimento não é geral por que em doutoramento. dos concelhos limítrofes se abram a toda
CBS – Como é que explica o reduzido nú- “(...) Se ainda continuo nesta a região e não se limitem à sua área geo-
a falta de alunos começa pintar mero de alunos? gráfica. Cabe aos autarcas valorizar toda
FN - Neste ano lectivo não tivemos escola é porque quem me esta região e mentalizar os seus jovens de
de negro o futuro da escola. alunos para o curso de Engenharia Civil que em Oliveira do Hospital existe uma
e do Ambiente, mas nos outros cursos pode ter cá, ainda acredita escola de ensino superior de qualidade
recebemos alunos em número suficiente a nível externo. O caminho desta escola
LILIANA LOPES para garantir o funcionamento da escola. faz-se caminhando e o ideal era até que se
em mim e nas minhas capaci-
A redução do número de alunos verificou- chamasse Escola Superior de Tecnologia
Correio da Beira Serra – Qual a impor- se em todas as escolas a nível nacional. dades. Eu próprio reconheço e Gestão da Beira Serra, porque provavel-
tância da ESTGOH no concelho e na região Quanto ao Curso de Engenharia Civil e de mente seria mais atractiva.
da Beira Serra ? Ambiente a falta de alunos está directa- que tenho feito um bom CBS – É possível atrair alunos para uma
Francisco Neves – Esta escola foi pen- mente ligada à falta de interesse por dis- escola onde faltam condições?
sada em termos regionais mas com uma ciplinas como a Matemática, a Física e a trabalho como director e FN – De facto, a captação de alunos
abrangência nacional. Uma região tem li- Química. E este desinteresse começa no depende das boas condições oferecidas
mites e se também limitamos o conheci- ensino básico. acredito que esta escola há- pela escola e só se justificam novas insta-
mento, estamos a fazer um mau trabalho. CBS – A ESTGOH pugna por novas insta- lações havendo alunos. As boas condições
Por isso, a ESTGOH tem razões para se lações. O que é está a falhar para que não se de vir a ter aquilo que ainda enchem o olho a qualquer um, mas na ver-
orgulhar. Ainda no ano passado a escola avance com as obras da futura escola? dade quando os alunos cá chegam ficam
ficou no quadro de honra dos trabalhos FN – Eu acredito que o Estado é de não teve. (...)” rapidamente maravilhados com a forma
apresentados na “Euroweek” e, este ano, bem. Houve compromissos assumidos en- como são ambientados. A relação entre
também vai estar presente na República tre o Ministério da Ciência e Ensino Su-
Checa. Concorremos ao desafio do Grupo perior, a Câmara Municipal e os serviços
Lena - “Lena Business” – e dos 13 projec- centrais do Instituto Politécnico de Coim- Novas instalações da ESTGOH com
tos aprovados a nível nacional, três são bra (IPC) para que se consigam instalações
da ESTGOH. Também concorremos para novas para esta escola. Acredito no Estado capacidade para 2000 alunos
a apresentação de planos de Marketing e verifico que a Câmara e o IPC continu-
para a Optimus e, portanto, tudo isto é am a cumprir os compromissos assumidos A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital está vocaciona-
um reconhecimento a nível nacional e não inicialmente. O terreno para a obra foi ce- da para o ensino das áreas de gestão e engenharia e tem como principal objectivo
tenho dúvidas de que a escola se está a dido pela Câmara Municipal que continua a formação de recursos humanos para o tecido económico da região e do país. A
impor. No ano passado 60 por cento dos a colaborar connosco e o ante-projecto de ESTGOH foi perspectivada pelo Instituto Politécnico de Coimbra com o objectivo de
alunos colocados escolheram esta escola arquitectura da nova escola já seguiu para “contribuir para o desenvolvimento da região e do país, por forma a responder à re-
como primeira opção. o Ministério. Acredito que ainda este ano lação oferta/procura dos candidatos e empregadores, privilegiando a mobilidade de
CBS – A ESTGOH iniciou a sua actividade possa ser disponibilizado dinheiro para jovens ao nível nacional e, simultaneamente, de constituir a primeira preferência dos
no ano lectivo de 2001/2002. Passados cin- pagar a parte do projecto em termos de estudantes naturais dos concelhos limítrofes de Oliveira do Hospital”.
co anos quais são as principais dificuldades especialidades. A Escola contribui com os Iniciou a sua actividade lectiva no ano académico de 2001/2002 com dois cursos
sentidas? projectos de especialidade, mas é preciso bietápicos de Administração e Finanças e Engenharia do Território e do Ambiente.
FN – Estamos numa região do inte- definir os cadernos de encargo, porque O curso bietápico de Engenharia de Sistemas de Informação e Redes, aprovado pelo
rior, onde a demografia não é elevada e os docentes não podem fazer tudo sozi- Ministério da Educação em simultâneo com os primeiros, teria início apenas no ano
o número de candidatos está a diminuir. nhos. lectivo seguinte e já com outra designação. Em 2002, foi alterado o seu nome para
Porém, esta escola faz sentido enquanto CBS – Alguma vez temeu o encerramento Engenharia de Computadores e de Sistemas Informáticos, o mesmo acontecendo
escola pequena. Queremos acreditar que da ESTGOH? com o curso de Engenharia do Território e do Ambiente, que passou a denominar-se
os nossos governantes também permitem FN – Nunca temi, porque quando me Engenharia Civil e do Ambiente. A ESTGOH funciona actualmente nas instalações do
escolas pequenas. Espero ver boa vonta- convidaram para vir instalar esta escola, e antigo quartel dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital, as quais foram
de da parte das pessoas que nos tutelam quando tomei posse, foi-me dito para ser remodeladas e adaptadas às necessidades de uma instituição de ensino superior. Para
porque o corpo docente não vem para cá pensada uma escola pequena e com quali- além da responsabilidade nas obras de adaptação do edifício, a Câmara Municipal de
se não tiver estabilidade. Por isso, nós dade. Por isso, eu apelo para que me dei- Oliveira do Hospital, cedeu um espaço situado na zona limite da cidade, onde serão
apostámos na formação do nosso corpo xem ter uma escola pequena e bem pre- edificadas as instalações definitivas da Escola, com capacidade para 2000 alunos.
docente, que nos permite ter quase a to- parada. A redução do número de alunos Neste momento esse é o principal desafio, porque novas instalações significam a
talidade dos docentes com mestrado ou não me assustou. A nossa preocupação captação de novos candidatos, sendo que neste momento a ESTGOH conta com 466
na fase terminal, e até já temos docentes é apostar numa formação de qualidade e alunos.
7. 31 de Março de 2006 Correio da Beira Serra EDUCAÇÃO 7
Processo de Bolonha OPINIÃO
“Adaptação terá que ser progressiva”
MARIA ADEL AIDE FREIXINHO
Dois mil e dez é a data prevista pelo ministro da Ciência e Ensino Superior para
que o processo de Bolonha esteja implantado em Portugal. Está em causa um com-
É necessário muito
promisso assumido pelos Estados da União Europeia que visa a criação de “um es-
paço europeu do Ensino Superior”. Porém, para que as Universidades e Politécnicos
participem neste processo são necessárias reformas profundas que permitam uma
engenho e arte
maior eficácia, modernização e simplificação das instituições com vista a alcançar o
desejável patamar de excelência.
Apesar de ainda não ser conhecida a lei final que regula o processo de Bolonha,
o desafio já está lançado e é neste momento uma realidade ao nível do ensino su-
S
perior no nosso país. Questionado pelo CBS acerca desta matéria, Francisco Neves ó faz sentido falar-se de “po- autarcas deste concelho são de visão -
mostrou-se confiante em relação ao processo de Bolonha e às suas vantagens porque der local“ quando as autarquias e nunca referimos que essa autarquia
“é mais abrangente e permite a integração e mobilidade de docentes e estudantes (Municípios e Freguesias) são tem bons técnicos (aos quais, como e
a nível europeu”. dotadas de meios económicos óbvio, cabe o mérito da sua execução
Conhecedor das linhas gerais que definem este processo, o Director da ESTGOH suficientes para fazerem obra. No entan- no que concerne ao desenrolar interno
entende que o melhor para a escola é que “a adaptação seja progressiva”, na medida to, e por outro lado, também é indispen- e nas autarquias e há alguns técnicos,
em que “tudo será repensado, principalmente as metodologias de ensino”. sável que os titulares dos órgãos dessas funcionários e trabalhadores excepcio-
O processo de Bolonha implica um ensino prático que vai de encontro com o tipo mesmas autarquias tenham poder de nais , mas não são eles a face visível da
de metodologia aplicada no ensino politécnico, mas que na opinião de Francisco iniciativa, sejam escrupulosos gestores, autarquia ).
Neves acaba por ser confundido com as universidades. “O problema é que as univer- consigam distinguir as obras que, efec- Cada vez é mais necessário muito “en-
sidades são cada vez mais práticas porque pegam nos cursos com conteúdo politéc- tivamente, contribuem para o desenvol- genho e arte “ para com pouco se fazer
nico. E os politécnicos não lutam em termos de igualdades com as universidades”, vimento do espaço territorial pelo qual muito. Conheço um Município, com cer-
são responsáveis, daquelas pequenas ca de vinte mil eleitores, que consegue
referiu o director da escola ao mesmo tempo que se mostra preocupado com o facto
que, embora necessárias, apenas são um milagres no que respeita a obras estrutu-
de “ainda hoje se valorizar mais o estudante que frequenta a Universidade do que o
paliativo para as popu- rantes para o desenvol-
que frequenta o Politécnico”. Porém, Francisco Neves está confiante porque – como lações. E quando digo vimento do concelho,
sublinhou – “o politécnico tem-se imposto muito bem no estrangeiro”. que os “governantes “(…) se uma obra sem quaisquer receitas
locais “ devem ter uma que não sejam comuns
professores, funcionários e alunos é muito FN – Nós estamos numa fase de trans- gestão criteriosa refiro- é deficientemente à generalidade dos Mu-
boa e isso traduz-se nos resultados finais. formação em termos sociais e, para ul- me, essencialmente, ao programada, se não nicípios. O seu segredo
Aqui, os alunos são tratados quase como trapassar positivamente essa situação, o critério objectivo, im- está na estruturação
filhos, e têm ao seu dispor boas condições próprio Governo aposta na formação das parcial - isto é, justo e
foram antevistas a interna (a qual começa
laboratoriais e pedagógicas. Não há esco- pessoas. Acredito que este aumento de democrático - com que funcionalidade, o nos dirigentes ) por-
la que possa dar as condições que nós da- formação, especialmente nesta escola e programam, não só as aspecto geral e as quanto não embarcou
mos em termos de apoio pessoal. em áreas consideradas fundamentais para obras em cada lugar da na tentação de “arran-
CBS – A ESTGOH foi criada no mesmo o desenvolvimento do país, irá contribuir freguesia ou em cada consequências de jar“ mais um lugar para
ano que a Escola Superior de Turismo e Tele- para ajudar a resolver os problemas que freguesia do concelho, se optar por esta ou o amigo, para o conhe-
comunicações de Seia, sendo que esta última se verificam no concelho e a nível nacio- mas também ao rigor cido, etc. e, consegue
já está a funcionar em novas instalações. Em nal. Mas, temos que ser realistas porque nas habilitações, na aquela solução, quer gastar em despesas de
seu entender porque é que a obra da ESTGOH os problemas que hoje existem já deviam competência, na capa- se queira quer não, pessoal ( incluindo os
tarda em avançar? ter sido previstos e resolvidos ontem e cidade de empreendi- tais dirigentes) cerca
FN – Não é possível fazer comparações não hoje, para que não chegassem à si- mento que preside à
é aos dirigentes e de quinze por cento
nesta matéria. A Escola de Seia iniciou o tuação a que chegaram. Nós estamos a selecção dos “ técnicos não aos técnicos que das receitas globais
projecto de novas instalações mais cedo formar gente para amanhã e os problemas “e restantes funcioná- são assacadas res- de que dispõe. Conse-
e pertence ao Instituto Politécnico da mais urgentes são os de hoje. Os nossos rios que irão desem- quentemente “sobram“
Guarda. Se ainda continuo nesta escola é estagiários não são os salvadores. penhar as funções que ponsabilidades (…) à volta de oitenta e cin-
porque quem me pode ter cá, ainda acre- CBS – Qual é o “feedback” que tem rece- lhes competem . co por cento de receitas
dita em mim e nas minhas capacidades. bido dos empresários que acolheram os es- É que se uma obra para investimentos !
Eu próprio reconheço que tenho feito um tagiários? é deficientemente programada, se não Este tipo de procedimento, além de
bom trabalho como director e acredito FN – O “feedback” tem sido muito po- foram antevistas a funcionalidade, o ser aquele que o dinheiro de todos nós
que esta escola há-de vir a ter aquilo que sitivo. Ainda não é mensurável esse grau aspecto geral e as consequências de se deve merecer a quem exerce cargos pú-
ainda não teve. A ESTGOH apareceu numa de satisfação, mas sabemos que há empre- optar por esta ou aquela solução, quer blicos (quer a nível local quer aos gover-
altura considerada muito má e nós temos sários que pretendem admitir estagiários. se queira quer não, é aos dirigentes e nantes do país), poderá a curto prazo
sentido várias dificuldades. Porém, acredi- Este é um sinal favorável, porque estes não aos técnicos que são assacadas res- não trazer os votos desejados - mas a
to que com o nosso esforço, o da Câmara alunos estão a dar credibilidade à escola. ponsabilidades, pelo menos no domínio médio e longo prazo dará o reconhe-
e o compromisso da tutela, a escola virá a Por outro lado, os empresários também público. Internamente a “culpa pode cimento do tipo de governante que o
existir ao nível de novas instalações, por- nos deram credibilidade ao aceitarem a in- morrer solteira“ mas em termos políti- País necessita a todo o custo e leva o
que como estabelecimento de ensino já tegração de um estagiário na sua empre- cos, em termos de avaliação pública, aí desenvolvimento, a fixação de emprega-
existe e está a fazer um bom trabalho. sa. Estamos muito agradecidos a todos os não há dúvida de quem arca com a valia dores, a criação de riqueza e de postos
CBS – A ESTGOH colocou os seus primeiros que viram com bons olhos este programa do que se fez ou ficou por fazer. E todos de trabalho às populações que tiveram
finalistas no mercado de trabalho, em regime de estágios, porque se no início a escola nós sabemos que é assim. Quando ve- a sorte ou a sabedoria de terem go-
de estágio. Estes estagiários poderão signifi- era vista com algumas reticências, agora é mos uma obra daquelas que dão gosto vernantes que actuam com critérios de
car “novos ares” para a economia local? elogiada por todos. ter em qualquer concelho, dizemos: os “ excelência “!
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A informação num minuto
8. 8 OPINIÃO Correio da Beira Serra 31 de Março de 2006
OPINIÃO OPINIÃO
C ARLOS PORTUGAL J O S É A U G U S T O TAVA R E S N U N E S
Desenvolvimento e Por cá não se passa
Instalações Desportivas nada!
N M
a minha condição de vice-pre- guir a qualidade como deve ser apanágio ais do que pelo número de uma mistura de desolação e tristeza com
sidente da Federação Portu- das cidades em franco progresso! Julgo rotundas e seus “obeliscos”, uns pingos de vergonha. Recorri a um ami-
guesa de Basquetebol tenho que Anadia é um bom exemplo para ou- a qualidade de vida numa go normalmente melhor informado nestes
estado ultimamente em con- tras zonas do país que necessitam de se cidade mede-se, também, domínios e a resposta acabou comigo: Por
tacto com a Câmara Municipal de Anadia “abrir ao futuro”, o que significa “mexer” pela quantidade e diversidade de aconte- cá não se passa nada! Bem, não tinha gran-
tendo em vista a realização da Final da com os diversos vectores dos concelhos cimentos lúdicos, desportivos e culturais des alternativas. Ou meter-me no carro e
Taça de Portugal, competição de maior sejam eles de cariz social, económico, cul- postos à disposição dos cidadãos. A sá- arrancar daqui para fora, ou passar pelo
relevo que se vai disputar neste belo con- tural e, por extensão, também de ordem bia frase bíblica “...nem só de pão vive o bar do costume e afogar as mágoas num
celho do Distrito de Aveiro. desportiva. homem...” poderá aplicar-se igualmente copo, petiscando dois dedos de conversa,
Se a realização desta competição em O desenvolvimento turístico/desporti- neste contexto. Salvo raras ao lado de muitos outros
Anadia é de saudar já que estes grandes vo passa, não só pelas balizas dos conce- e honrosas excepções, a que, como eu, padecem
eventos ganharam enorme expressão fora lhos, mas também pela qualidade das suas assimetria regional neste
“das grandes cidades”, é de realçar a visão instalações que permitam a presença de domínio é demasiado evi-
(…) nestes dias, do mesmo mal.gente com
não há por cá
Será que
do futuro e o entendimento da “força” do grandes competições que atraem pesso- dente e será também um ao consultar o iniciativa? Será que é por
fenómeno desportivo que a Câmara Mu- as, comunicação social e que promovem factor que, de uma forma falta de meios? Será que
nicipal revelou ao “meter ombros” a uma de uma forma directa os locais onde as mais ou menos consciente, roteiro cultural do não existe uma entidade
realização que, para além de levar para provas se realizam. Sejamos claros! Têm pesa na decisão de fixação burgo esperando local que dinamize e apoie
Anadia grandes equipas na- de existir, simultaneamente, das pessoas no interior, as organizações? Será que
cionais, terá também uma instalações desportivas con- principalmente aquelas encontrar um antí- todos nós nos refugiamos
enorme cobertura mediáti- (…) O desen- dignas e grande dinamismo que pela sua formação aca-
doto para a rotina no comodismo empantur- fácil do
ca com os “media” em peso entre autarquias e empresas démica ou cultural sentem “não te rales”,
na bela cidade e com a cer- volvimento des- (empresários…) que permi- mais necessidade de “dar do fim-de-mana, rando-nos com o “fast
teza de que o concelho es- tam a obtenção de fundos alimento ao espírito”. A food” de um qualquer pro-
tará a promover-se (hotéis, portivo, deve ser para que estes tipos de propósito de honrosas ex- senti uma sensa- grama medíocre de televi-
restaurantes, etc., estarão uma das maiores eventos sejam possíveis em cepções merecem realce ção algo estranha. são? Um concelho como
cheios…) e beneficiará ain- regiões interiores do país. e louvor as iniciativas que Oliveira do Hospital com
da da transmissão directa de prioridades das O desenvolvimento des- têm sido promovidas na vi- Assim como que população, com muitas
sete jogos pela televisão…! portivo, porque preferen- zinha cidade de Seia onde uma mistura de associações recreativas e
É evidente que esta com- autarquias (…) cialmente é destinado aos se destacam o Festival In- culturais, com estabeleci-
petição só se disputa em jovens, deve ser uma das ternacional de Cinema e Ví- desolação e triste- mentos de ensino desde o
Anadia porque a autarquia maiores prioridades das au- deo de Ambiente da Serra
tem realizado uma obra notável no conce- tarquias, paralelamente com o “cuidado” da Estrela (Cine Eco) bem
za com uns pingos básico ao superior passan-
do pelo profissional e com
lho! Para além de ser “quase tudo novo em que nos deverá merecer a denominada como o, mais recente, Fes- de vergonha (…) um município que (consta)
Anadia” (mercado, escolas, Câmara, mu- “terceira idade”! tival de Jazz e Blues. Isto, goza de boa saúde finan-
seus, etc.), também a área desportiva não No desporto, porque há mais media- para não falar de outras, por cá são se pas- ceira, precisa de ser espe-
foi descurada, sendo agora uma agradável tismo, apareceram nos últimos anos mui- como por exemplo, Tonde- sa nada (...)” vitado. Tem que, por cá, se
surpresa visitar a zona desportiva com um tos “desportistas” que pouco (ou mesmo la que tem o privilégio de passar alguma coisa! Alto!
estádio relvado, dois campos sintéticos de nada…) entendem do fenómeno despor- ter há longa data a sempre Acabaram de me dizer que
apoio, cinco courts de ténis, uma piscina tivo e aparecem diariamente nos media já dinâmica Associação Re- vem aí o Ciclo de Teatro
“fabulosa” e agora um novíssimo pavilhão que, por norma, são dirigentes de clubes creativa e Cultural (ACERT), com eventos e da Primavera que irá decorrer na Casa da
de grande qualidade! e outras estruturas locais. actividades de grande qualidade e diversi- Cultura César de Oliveira – Óptimo, não
Que grande salto qualitativo em Anadia! São “desportistas” que começam logo dade, constituindo uma indiscutível refe- há regra sem excepção! Bem, vamos ver
Novas circulares bem dimensionadas, “por cima” que se sentam nas “cadeiras rência no panorama nacional. Nestes dias, se desta vez temos casa cheia para não se
avenidas e ruas largas, com estaciona- do poder” de clubes e instituições! De ao consultar, o roteiro cultural do nosso aplicar o provérbio “dar nozes a quem
mentos, trânsito disciplinado, estaciona- onde vão “ganhando” todos os desafios burgo esperando encontrar um antídoto não tem dentes”. É muito importante que
mentos bem ordenados e, naturalmente, que podem conduzir ao poder! para a rotina do fim-de-semana, senti uma uma cidade ou um concelho sejam notícia
com a área do desporto e lazer a perse- Democraticamente, claro!... sensação algo estranha. Assim como que por bons motivos.
também já se reformou e está quase com na política. Então vê lá tu que em vez de com uma “peixeirada” que é uma pouca-
As cartas seiscentos contos. Esses é que se sabem estar sossegada com o empregozinho que vergonha e que já só falta andarem à por-
governar, ó prima. São todos iguais. lhe arranjaram lá na escola vai meter-se rada. Sabes que isto agora com essa coisa
de Maria A nossa tia Luísa anda doida de todo e aí com uns senhores do PSD que vieram que acho que chamam “intrenet” tudo se
Alice agora deu em matar as coitadas das gali-
nhas por causa da gripe. Eu não percebo
cá à terra para assinar uns papéis e que
ainda, por cima, andaram a guerrear-se
sabe. Noutro dia, até a prima Josefina das
Seixas que está no Brasil me telefonou a
nada, mas ela diz que não está para ter com o presidente da câmara. Então, não dizer que tinha lido lá também no com-
Então como é que vai a minha prima? Já trabalhos e que agora até é preciso ir re- é doida? Olha, agora diz-se que por causa putador que a fábrica do Zé estava para
combinaste com o teu marido quando é gistar o “vivo” lá na Junta. Ontem, vê lá, dessas e outras que tais o senhor Mário fechar… ainda soube primeiro que eu
que aparecem aí para limpar a mata? Olha tive que ir à vizinha para me deixar pôr lá lá da câmara, que nunca mais o vi por aí a porque, para variar, nesse dia o Zé chegou
que aquilo é um perigo e os incêndios es- umas coisas na arca dela porque a nossa jogar à malha, já despediu aquele senhor a casa às tantas da noite.
tão quase aí mulher. Depois não digas que está “atulhada” de bicharada. que andava sempre com ele e que nem me Olha, vou acabar porque vem aí o meu
eu não te avisei… Ando com a minha cabeça toda “bara- lembra como é que se chama. Zé e, quando vai ao futebol, vem sempre
Por cá, é que isto não está nada fácil. lhadinha” por causa do raio do período O Ricardito, que agora passa horas ao com o grão na asa. Ai, só tenho quem me
Vê lá tu que afinal a fábrica onde o Zé tra- que este mês ainda não me veio. Ando computador a ver aquele jornal daquele arrelie! Ah, já me esquecia: o Ricardito dis-
balhava também já foi por água abaixo e aqui a contar a porcaria dos tostões e nem senhor Lopes do “Roisroice”, disse-me se-me para quando te apetecer falar comi-
foram todos para o desemprego. Agora, comprei a “pirula”. Queres ver que ainda que leu lá que o coitado saiu da câmara go para falares por o “emaile” que ele me
não sei como é que a gente se vai safar. tenho que ir outra vez fazer um “desman- com dois sacos de plástico na mão. Então, apontou aqui: mariaalicecbs@sapo.pt.
Isto está bom é “prós” políticos, então vê che”? E se for, onde é que eu hei-de arran- achas que isto também se faz prima? Mas
lá que há dias até me disseram na merce- jar tanto dinheiro? nem queiras saber… há dias, na mercearia Com Saudade,
aria da Esmeralda que aqui o senhor pre- A tua irmã Lúcia é que me parece que da Esmeralda também estavam a dizer que Maria Alice
sidente, um homem tão novo vê tu bem, endoideceu de vez desde que se meteu lá eram todos tão amigos e agora andam lá