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UNIVERSIDADE PAULISTA “JÚLIO DE MESQUISTA FILHO”
CAMPUS EXPERIMENTAL DE SOROCABA
“Construção de um Termômetro”
Laboratório de Física II
César de Oliveira
Christiano Peres
Lucas Hubacek
Manuel Simas
Rodrigo Kai
Objetivo
Nesse experimento objetivamos realizar a montagem de um termômetro de bulbo, a
experimentação de diferentes materiais nessa montagem, realizar a calibragem do
termômetro, analisar as dificuldades de construção, as diferenças entre os materiais e a
influência da condução de calor, além da criação de uma nova escala termométrica.
Introdução
Nesse projeto utilizamos diversos conceitos da física térmica para entender e explicar o
funcionamento dos mecanismos envolvidos nas etapas dos experimentos.
Vamos dissertar esses conceitos por tópicos:
1 – Lei Zero da Termodinâmica
A ideia de temperatura está relacionada à variação da quantidade de calor, quando um
sistema A está em equilíbrio térmico com um sistema B, um sistema C (termômetro) ao
entrar em equilíbrio térmico com o sistema B, também estará em equilíbrio térmico com
o sistema A. Essa ideia explica o funcionamento de um termômetro, a de indicar a
quantidade de calor de um meio material por meio do contato físico entre um
equipamento térmico e um indicador térmico.
Figura 1 – Ilustração da ideia da Lei Zero da Termodinâmica
Outro ponto interessante é o fluxo de calor, onde o calor sempre irá fluir do ponto de
maior temperatura, para o de menor temperatura.
2 – Dilatação Térmica
Quanto maior a temperatura, maior a movimentação dos átomos, por isso, o volume de
um o objeto quando aquecido se dilata. Matematicamente, essa dilatação é dada pela
relação entre o volume inicial e a quantidade de volume dilatada, essa quantidade ∆V é
dada por V0β∆T, sendo que, β é equivalente ao triplo do valor do coeficiente de
dilatação linear do material (dada por α), podemos entender que há dilatação linear nas
três dimensões (os lados A, B e C) do objeto, da seguinte forma[1]
:
T
V
V
C
C
B
B
A
A
ABC
ABC
V
V














3
)
(
(1)
Pois T
x
T
x
x
x







3 - A escolha do líquido do termômetro
Como escolher um líquido adequado para o termômetro?
Figura 2. Ligações de Hidrogênio
Entre os vários conceitos físicos, podemos perceber que a química consegue explicar
qual material seria melhor para ser utilizado como o líquido presente em um termômetro
caseiro. São importantes que sejam verificadas as condições as quais ele será exposto,
construindo de maneira com que aguente as dilatações e tenha capacidade de ser
medido.
Ao contrário da gasolina (C8H18), o álcool possui um alto ponto de ebulição, portanto
leva um tempo maior até que tenha uma variação em sua dilatação. Isso é explicado
pelo fato do álcool fazer ligações de hidrogênio (Fig.2) que são extremamente
resistentes quando comparadas com as ligações entre hidrocarbonetos (covalentes).
Outra comparação pode ser estabelecida, entre a água e o álcool, qual dos dois seria
melhor em um termômetro?
Fazendo uma comparação entre os coeficientes de dilatação de cada material, temos[2]
:
 Álcool isopropílico: 9.8 x 10-4
 Água (5 a 10 °C): 0.53 x 10-4
 Água (10 a 20 °C): 1.56 x 10-4
 Água (20 a 40 °C): 3.02 x 10-4
 Água (40 a 60 °C): 4.55 x 10-4
 Água (60 a 80 °C): 5.57 x 10-4
 Mercúrio: 1.81 x 10-4
Observa-se que a água tem diferentes coeficientes de dilatação volumétrica para cada
faixa de temperatura, enquanto o álcool tem um coeficiente de dilatação volumétrica
constante.
De acordo com os dados acima, poderíamos colocar o Álcool e o Mercúrio como
melhores opções para o líquido do termômetro, mas a facilidade de conseguir trabalhar
com o álcool é por ter menor risco para o ambiente e para a saúde do que com o
mercúrio, então devem ser considerados todos os tipos de fatores antes da utilização.
4 – Condução de Calor
Quando o calor flui entre dois objetos materiais por condução, existe a transferência de
energia em cada um dos átomos.
Figura 2 – Fluxo e condução de calor
A taxa de condução, ou potência, é definida pelo coeficiente de condutividade térmica
(k), a área A da secção transversal do objeto que é a fonte fria (objeto com menor
temperatura), a espessura L do objeto, a temperatura Tf da fonte fria e a temperatura TQ
da fonte quente.
L
T
T
kA
T
Q
P
f
Q 

 (2)
Sendo que, especialmente para a propagação de erro do cálculo do erro na condução de
calor (a partir da equação 13), temos:
2
2
2
2
2
2
2
2
2
F
Q T
F
T
Q
A
L
condução
T
P
T
P
A
P
L
P




 






































 (3)
O desvio padrão (utilizada para denotar as incertezas de medida) é dado por:
)²
(
1
1
i
i
m
x
n


 
 (4)
5 – Capilaridade
Capilaridade ou ação capilar é a propriedade física que os fluidos têm de subirem ou
descerem em tubos extremamente finos. Essa ação pode fazer com que líquidos fluam
mesmo contra a força da gravidade ou à indução de um campo magnético. Se um tubo
que está em contato com esse líquido for fino o suficiente, a combinação de tensão
superficial causada pela coesão entre as moléculas do líquido, com a adesão do líquido à
superfície desse material, pode fazê-lo subir por ele. Esta capacidade de subir ou descer
resulta da capacidade de o líquido "molhar" ou não a superfície do tubo.
Ação capilar: Quando um líquido entra em contato com uma superfície solida, este vai
ser sujeito a dois tipos de forças que atuam em sentidos contrários: a força de adesão, e
a força de coesão.
A força de adesão é a atração entre moléculas diferentes, ou seja, a afinidade das
moléculas do líquido com as moléculas do tubo sólido. Atua no sentido de o líquido
molhar o sólido.
A força de coesão é a atração intermolecular entre moléculas semelhantes, ou seja, a
afinidade entre as moléculas do líquido. Atua no sentido de manter o líquido em sua
forma original. Se a força de adesão for superior à de coesão, o líquido vai interagir
favoravelmente com o sólido, molhando-o, e formando um menisco.
Se a superfície sólida for um tubo de raio pequeno, como um capilar de vidro, a
afinidade com o sólido é tão grande que líquido sobe pelo capilar. No caso do mercúrio,
acontece o contrário, pois este não tem afinidade com o vidro (a força de coesão é
maior).
Materiais e Métodos
Neste experimento foram utilizados:
 Tubo de ensaio;
 Corante Vermelho ou Verde;
 Álcool Isopropílico 92%;
 Canudo de desodorante;
 Material para vedante (chiclete, durepoxi, massa de modelar);
 Termômetro Digital.
1 – Durante a realização de montagem do termômetro, deve-se pegar um recipiente (é
importante, saber qual será a utilidade do seu termômetro, no caso foi utilizado um tubo
de ensaio para que o próprio calor do corpo pudesse ser medido) e colocar o álcool
isopropílico até uma altura de aproximadamente 2 terços da altura do tubo. Caso seja
necessário utilize o auxílio de um funil para passar o álcool e se preferir misture o
corante em uma vasilha antes de colocar no tubo de ensaio isso facilitará na inserção do
líquido.
Figura 3 – Termômetro digital e caseiro
Em seguida, com o canudo de um tubo de desodorante colocar o material vedante em
uma altura na qual ao colocar o bulbo no álcool fique somente sua ponta em contato, é
de total importância o tubo estar bem vedado, isso influenciará nos resultados.
Deve-se notar que o álcool subiu para dentro do canudo e estabilizou em certa altura.
Essa altura inicial estará relacionada à temperatura ambiente do momento. Após esse
momento deverão ser aplicados testes para mostrar a funcionalidade do termômetro.
2 – Neste momento será feita a aplicação de testes de temperatura no termômetro
construído, primeiro deve-se pegar o termômetro digital e verificar a temperatura
ambiente, anota-se o valor e com ajuda de um recipiente contendo água e gelo colocar o
termômetro digital e o termômetro construído, anotando a variação na coluna de álcool.
Em seguida, repetiu-se o processo com a água fervendo para que se verifique a
temperatura máxima até que o momento em que o líquido esteja a ponto de extravasar, é
importante interromper o contato do termômetro com a fonte de calor antes que haja o
extravasamento do líquido. Com os dados será possível estabelecer parâmetros para a
construção da nossa escala termométrica, calcular a condução de calor estimada do
termômetro (analisando as particularidades do material) e a calibragem do termômetro.
2.1 - Calibragem do termômetro
Utilizando duas temperaturas de referência, no caso, a temperatura ambiente (o nível de
álcool estabilizado inicialmente após a vedação) e a temperatura máxima suportada pelo
termômetro (no momento em que o líquido esteja a ponto de extravasar), e
estabelecemos razões para relacionar a altura do nível de álcool com a temperatura,
definidas por:
0
0
L
L
T
T
L
T





ºC/cm (5)
0
0
T
T
L
L
T
L





cm/ºC (6)
A partir dessas razões, podemos fazer uma “régua” de calibragem, para auxiliar na
leitura das temperaturas, fazemos uma régua onde cada centímetro de elevação equivale
a uma temperatura, e outra régua onde cada acréscimo em 1ºC está tem a altura
equivalente a esse aumento.
2.2 – Criação da escala termométrica
Tivemos que tomar também duas temperaturas de referência, que podem ser as mesma
usadas em 2.1 (mas deve-se usar exatamente essas temperaturas, sem arredondamento),
relacionamos cada temperatura em Celsius com outra na escala que vamos criar,
genericamente, fazemos:
• Água a XºC (ambiente) – Tomamos essa temperatura como Aºβ
• Água a YºC (aquecido) – Tomamos essa temperatura como Bºβ
Onde B>A.
A partir dessas informações, descobrimos quanto cada grau na nova escala genérica β
vale em Celsius e estabelecemos uma regra de conversão entre as escalas (em
Resultados mostramos isso de forma prática).
3 – O último passo é testar a eficiência do termômetro caseiro verificando conceitos que
envolvem a Termodinâmica, estabelecendo comparações entre o termômetro
industrializado e o caseiro.
Figura 4 – Aquecimento da água e termômetros
Questões a serem discutidas com esse experimento:
• Porquê utilizou-se um tubo de ensaio de vidro e não uma garrafa PET? Como
isso se reflete matematicamente?
• Como escolher o material para o bulbo? Porquê usar álcool e não água?
• Quais as diferenças entre o termômetro caseiro e um fabricado industrialmente?
• Quais precauções devem ser tomadas para a construção do termômetro?
Resultados
1 – Calibragem do termômetro
Com os dados obtidos no momento de aquecimento da água obtivemos:
Tabela 1 – Resultados das medições
Temperatura (±0,5 ºC) Nível do Álcool (±0,02cm)
Inicial 22.5 0
Final 54.5 13
Utilizando a razão
L
T


temos
13
32
= 2,461538461≈ 2,46 ºC/cm
Também poderíamos fazer
T
L


temos
32
13
= 0,40625 ≈ 0,4 cm/ºC
Assim, construímos as réguas de calibragem:
Figura 5 – Réguas de calibragem
2 – Escalas Termométricas
Há as temperaturas de referência em outra escala:
• Água a 22,5ºC (ambiente) – Tomamos essa temperatura como 0ºβ
• Água a 54,5ºC (aquecido) – Tomamos essa temperatura como 100ºβ
Temos que: 100ºβ ___________ 54,5ºC
0º β ___________ 22,5ºC
Cada grau β equivale a 0.32ºC. Então para sabermos a temperatura da ebulição e da
fusão da água em β fazemos:
100ºC = 0,32(xºβ) + 54,5ºC → 45,5 = 0,32(xºβ) → xº β = 144,1875 ºβ
0ºC = 0,32(xºβ) + 22,5ºC → -22,5ºC = 0,32(xºβ) → xº β = -70,3125 ºβ
Resultando que: 144,1875ºβ ___________ 100ºC
-70,3125ºβ ___________ 0ºC
Fazendo a diferença entre as temperaturas de fusão e ebulição da escala β:
144,1875ºβ – (-70,3135ºβ) = 214,5ºβ
Então, uma diferença de temperatura em 100ºC equivale a uma diferença de temperatura
de 214,5ºβ. Daí usar essa razão como fator de conversão entre essas temperaturas:


º
º
100
)
º
5
,
214
)(
º
(
y
C
C
x
 (7)
C
x
C
C
y
º
º
5
,
214
)
º
100
)(
º
(


(8)
Onde (7) é a conversão de graus Celsius em graus β, já (8) é a conversão de graus β em graus
Celsius.
3 – Cálculo da Condução de Calor
Os dados a seguir são provenientes do fabricante do tubo de ensaio, com uma régua
comum verificamos valores iguais e o erro de medida é o de uma régua comum
(±0,5mm):
• Espessura L = 1mm = 1x10-3
m
• Raio r = 4mm = 4x10-3
m
• A (círculo da seção transversal aproximada ±1mm) = r²π
• Fonte Fria (termômetro) = T0 = 22,5ºC (±1ºC)
• Fonte Quente (água aquecida) = T = 32,5ºC (±1ºC)
• k = 2x10-4
kcal/m.ºC
Utilizando (2) temos:
cal
x
x
t
Q
)
02
,
0
(
10048
,
0
10
5
,
22
5
,
32
)
10
2
)(
10
024
,
5
( 3
4
5



 

Como o termômetro ficou em contato com a água por aproximadamente 2 segundos, até
a temperatura se elevar (e modificar a temperatura da fonte quente e fria), em dois
segundos foi conduzido 0,1cal para o termômetro, ou, 0,418J.
Discussão
Um dos fatos mais observados nesse experimento é que o calor é muito difícil de ser
trabalhado experimentalmente. Há um alto índice de dissipação de calor, pois não era
um sistema isolado, ou seja, pouco de todo o calor produzido no aquecimento da água é
conduzido ao termômetro.
A variação de temperatura nesse caso foi de 15ºC em menos de 10s, como havia pouca
água sendo aquecida, 200ml, que podemos considerar como aproximadamente 200g de
água, foram produzidos 4 cal de calor, a diferença entre o calor aproximado do
conduzido ao calor total é dissipado no ar, e ainda há uma certa dissipação durante a
transferência de calor entre o vidro e o álcool.
A condução de calor é necessária para explicar alguns fatos:
O vidro tem coeficiente de condutividade térmica 4x10-4
kcal/m.ºC, enquanto a madeira
tem 2x10-5
kcal/m.ºC, quando seguramos o termômetro perto da água com um
prendedor de madeira, a condução de calor do vidro é maior que a da madeira, por isso
não se queima a mão segurando com o prendedor (mas a pele tem uma boa
condutividade térmica, por isso sentimos calor próximo ao fogo).
O plástico tem uma condutividade maior que o do vidro, mas é menos resistente ao
calor, e acaba entortando e perdendo consistência em alta temperatura. Por isso não é
interessante para se usar em um termômetro.
Um termômetro pode ser construído de diversas formas, dependendo de sua utilidade e
situação. Um dos mais e adequados e senão o melhor, é o termômetro industrial. Esse
apresenta inúmeras qualidades e características que indicam ele como sendo um dos
mais indicados. Seu recipiente é mais visível e compactado que a maioria dos outros
tipos, além do bulbo permanecer isolado, e a quantidade de mercúrio, fica estabilizada
na ponta do termômetro.
Um outro exemplo, é o termômetro caseiro, abordado nesse relatório. Ele é de simples
construção, abordando vários conceitos físico-químicos, e sua principal função é seu
multiuso, podendo ser usado pra diversas situações, não apenas na medição da
temperatura.
Ao construir manualmente termômetros com diferentes materiais e maneiras, há
diferentes calibragens, na literatura há várias formas disponíveis, mas todos seguem
uma linha básica de requisitos
 Bulbo
 Recipiente para o bulbo e material vedante
 Material para detectar variação de calor
Para um termômetro caseiro, experimentalmente, os materiais usados nessa exposição
foram os que apresentaram melhores resultados dentre os materiais disponíveis.
Na elaboração de um termômetro caseiro, de uso pratico, tem-se que levar em
considerações alguns fatores importantes. Talvez o principal deles, também abordado
nesse experimento, foi encontrar um material vedante, de baixo custo e de alto
rendimento. Pode-se utilizar goma de mascar, massinha de modelar e cola durepoxi.
Pois o recipiente deve estar devidamente vedado, não podendo entrar ar atmosférico (o
material não deve receber a ação da pressão atmosférica).
Outro problema encontrado foi o isolamento do vedante, este não podendo entrar em
contato com a coluna de liquido (álcool isopropilico, no caso), pois ao se entrar em
contato com o vedante, o liquido pode interferir na sua forma e resistência, podendo
causar danos no vedamento e este estar comprometido.
Ajustar a coluna de liquido foi outro problema detectado, pois a coluna não pode estar
nem muito acima (pois pode entrar em contato com o vedante, e comprometê-lo, além
de subir em um ritmo elevado) e nem muito abaixo.
E por fim, encontrar um bulbo adequado, finalizam as principais dificuldades do
experimento. Não pode ser qualquer bulbo, de plásticos como canudos, ao serem
expostos a elevada temperatura, derretem. Então, a forma adequada do bulbo seria um
recipiente fino (melhora o processo de subida do líquido), construído de um material
resistente, como vidro ou orifícios de desodorantes, que suportem temperaturas de até
55°C ,na média.
Referências Bibliográficas
[1] NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica: Fluidos, Ondas e Calor. São
Paulo: Edgard Blücher Ltda, 2002.
[2]
HALLIDAY, D. et all. Fundamentos de Física. 9.ed. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 2011. v.2.

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  • 1. UNIVERSIDADE PAULISTA “JÚLIO DE MESQUISTA FILHO” CAMPUS EXPERIMENTAL DE SOROCABA “Construção de um Termômetro” Laboratório de Física II César de Oliveira Christiano Peres Lucas Hubacek Manuel Simas Rodrigo Kai Objetivo Nesse experimento objetivamos realizar a montagem de um termômetro de bulbo, a experimentação de diferentes materiais nessa montagem, realizar a calibragem do termômetro, analisar as dificuldades de construção, as diferenças entre os materiais e a influência da condução de calor, além da criação de uma nova escala termométrica.
  • 2. Introdução Nesse projeto utilizamos diversos conceitos da física térmica para entender e explicar o funcionamento dos mecanismos envolvidos nas etapas dos experimentos. Vamos dissertar esses conceitos por tópicos: 1 – Lei Zero da Termodinâmica A ideia de temperatura está relacionada à variação da quantidade de calor, quando um sistema A está em equilíbrio térmico com um sistema B, um sistema C (termômetro) ao entrar em equilíbrio térmico com o sistema B, também estará em equilíbrio térmico com o sistema A. Essa ideia explica o funcionamento de um termômetro, a de indicar a quantidade de calor de um meio material por meio do contato físico entre um equipamento térmico e um indicador térmico. Figura 1 – Ilustração da ideia da Lei Zero da Termodinâmica Outro ponto interessante é o fluxo de calor, onde o calor sempre irá fluir do ponto de maior temperatura, para o de menor temperatura. 2 – Dilatação Térmica Quanto maior a temperatura, maior a movimentação dos átomos, por isso, o volume de um o objeto quando aquecido se dilata. Matematicamente, essa dilatação é dada pela relação entre o volume inicial e a quantidade de volume dilatada, essa quantidade ∆V é dada por V0β∆T, sendo que, β é equivalente ao triplo do valor do coeficiente de
  • 3. dilatação linear do material (dada por α), podemos entender que há dilatação linear nas três dimensões (os lados A, B e C) do objeto, da seguinte forma[1] : T V V C C B B A A ABC ABC V V               3 ) ( (1) Pois T x T x x x        3 - A escolha do líquido do termômetro Como escolher um líquido adequado para o termômetro? Figura 2. Ligações de Hidrogênio Entre os vários conceitos físicos, podemos perceber que a química consegue explicar qual material seria melhor para ser utilizado como o líquido presente em um termômetro caseiro. São importantes que sejam verificadas as condições as quais ele será exposto, construindo de maneira com que aguente as dilatações e tenha capacidade de ser medido. Ao contrário da gasolina (C8H18), o álcool possui um alto ponto de ebulição, portanto leva um tempo maior até que tenha uma variação em sua dilatação. Isso é explicado pelo fato do álcool fazer ligações de hidrogênio (Fig.2) que são extremamente resistentes quando comparadas com as ligações entre hidrocarbonetos (covalentes). Outra comparação pode ser estabelecida, entre a água e o álcool, qual dos dois seria melhor em um termômetro?
  • 4. Fazendo uma comparação entre os coeficientes de dilatação de cada material, temos[2] :  Álcool isopropílico: 9.8 x 10-4  Água (5 a 10 °C): 0.53 x 10-4  Água (10 a 20 °C): 1.56 x 10-4  Água (20 a 40 °C): 3.02 x 10-4  Água (40 a 60 °C): 4.55 x 10-4  Água (60 a 80 °C): 5.57 x 10-4  Mercúrio: 1.81 x 10-4 Observa-se que a água tem diferentes coeficientes de dilatação volumétrica para cada faixa de temperatura, enquanto o álcool tem um coeficiente de dilatação volumétrica constante. De acordo com os dados acima, poderíamos colocar o Álcool e o Mercúrio como melhores opções para o líquido do termômetro, mas a facilidade de conseguir trabalhar com o álcool é por ter menor risco para o ambiente e para a saúde do que com o mercúrio, então devem ser considerados todos os tipos de fatores antes da utilização. 4 – Condução de Calor Quando o calor flui entre dois objetos materiais por condução, existe a transferência de energia em cada um dos átomos. Figura 2 – Fluxo e condução de calor
  • 5. A taxa de condução, ou potência, é definida pelo coeficiente de condutividade térmica (k), a área A da secção transversal do objeto que é a fonte fria (objeto com menor temperatura), a espessura L do objeto, a temperatura Tf da fonte fria e a temperatura TQ da fonte quente. L T T kA T Q P f Q    (2) Sendo que, especialmente para a propagação de erro do cálculo do erro na condução de calor (a partir da equação 13), temos: 2 2 2 2 2 2 2 2 2 F Q T F T Q A L condução T P T P A P L P                                              (3) O desvio padrão (utilizada para denotar as incertezas de medida) é dado por: )² ( 1 1 i i m x n      (4) 5 – Capilaridade Capilaridade ou ação capilar é a propriedade física que os fluidos têm de subirem ou descerem em tubos extremamente finos. Essa ação pode fazer com que líquidos fluam mesmo contra a força da gravidade ou à indução de um campo magnético. Se um tubo que está em contato com esse líquido for fino o suficiente, a combinação de tensão superficial causada pela coesão entre as moléculas do líquido, com a adesão do líquido à superfície desse material, pode fazê-lo subir por ele. Esta capacidade de subir ou descer resulta da capacidade de o líquido "molhar" ou não a superfície do tubo. Ação capilar: Quando um líquido entra em contato com uma superfície solida, este vai ser sujeito a dois tipos de forças que atuam em sentidos contrários: a força de adesão, e a força de coesão. A força de adesão é a atração entre moléculas diferentes, ou seja, a afinidade das moléculas do líquido com as moléculas do tubo sólido. Atua no sentido de o líquido molhar o sólido. A força de coesão é a atração intermolecular entre moléculas semelhantes, ou seja, a afinidade entre as moléculas do líquido. Atua no sentido de manter o líquido em sua
  • 6. forma original. Se a força de adesão for superior à de coesão, o líquido vai interagir favoravelmente com o sólido, molhando-o, e formando um menisco. Se a superfície sólida for um tubo de raio pequeno, como um capilar de vidro, a afinidade com o sólido é tão grande que líquido sobe pelo capilar. No caso do mercúrio, acontece o contrário, pois este não tem afinidade com o vidro (a força de coesão é maior). Materiais e Métodos Neste experimento foram utilizados:  Tubo de ensaio;  Corante Vermelho ou Verde;  Álcool Isopropílico 92%;  Canudo de desodorante;  Material para vedante (chiclete, durepoxi, massa de modelar);  Termômetro Digital. 1 – Durante a realização de montagem do termômetro, deve-se pegar um recipiente (é importante, saber qual será a utilidade do seu termômetro, no caso foi utilizado um tubo de ensaio para que o próprio calor do corpo pudesse ser medido) e colocar o álcool isopropílico até uma altura de aproximadamente 2 terços da altura do tubo. Caso seja necessário utilize o auxílio de um funil para passar o álcool e se preferir misture o corante em uma vasilha antes de colocar no tubo de ensaio isso facilitará na inserção do líquido.
  • 7. Figura 3 – Termômetro digital e caseiro Em seguida, com o canudo de um tubo de desodorante colocar o material vedante em uma altura na qual ao colocar o bulbo no álcool fique somente sua ponta em contato, é de total importância o tubo estar bem vedado, isso influenciará nos resultados. Deve-se notar que o álcool subiu para dentro do canudo e estabilizou em certa altura. Essa altura inicial estará relacionada à temperatura ambiente do momento. Após esse momento deverão ser aplicados testes para mostrar a funcionalidade do termômetro. 2 – Neste momento será feita a aplicação de testes de temperatura no termômetro construído, primeiro deve-se pegar o termômetro digital e verificar a temperatura ambiente, anota-se o valor e com ajuda de um recipiente contendo água e gelo colocar o termômetro digital e o termômetro construído, anotando a variação na coluna de álcool. Em seguida, repetiu-se o processo com a água fervendo para que se verifique a temperatura máxima até que o momento em que o líquido esteja a ponto de extravasar, é importante interromper o contato do termômetro com a fonte de calor antes que haja o extravasamento do líquido. Com os dados será possível estabelecer parâmetros para a construção da nossa escala termométrica, calcular a condução de calor estimada do termômetro (analisando as particularidades do material) e a calibragem do termômetro.
  • 8. 2.1 - Calibragem do termômetro Utilizando duas temperaturas de referência, no caso, a temperatura ambiente (o nível de álcool estabilizado inicialmente após a vedação) e a temperatura máxima suportada pelo termômetro (no momento em que o líquido esteja a ponto de extravasar), e estabelecemos razões para relacionar a altura do nível de álcool com a temperatura, definidas por: 0 0 L L T T L T      ºC/cm (5) 0 0 T T L L T L      cm/ºC (6) A partir dessas razões, podemos fazer uma “régua” de calibragem, para auxiliar na leitura das temperaturas, fazemos uma régua onde cada centímetro de elevação equivale a uma temperatura, e outra régua onde cada acréscimo em 1ºC está tem a altura equivalente a esse aumento. 2.2 – Criação da escala termométrica Tivemos que tomar também duas temperaturas de referência, que podem ser as mesma usadas em 2.1 (mas deve-se usar exatamente essas temperaturas, sem arredondamento), relacionamos cada temperatura em Celsius com outra na escala que vamos criar, genericamente, fazemos: • Água a XºC (ambiente) – Tomamos essa temperatura como Aºβ • Água a YºC (aquecido) – Tomamos essa temperatura como Bºβ Onde B>A. A partir dessas informações, descobrimos quanto cada grau na nova escala genérica β vale em Celsius e estabelecemos uma regra de conversão entre as escalas (em Resultados mostramos isso de forma prática).
  • 9. 3 – O último passo é testar a eficiência do termômetro caseiro verificando conceitos que envolvem a Termodinâmica, estabelecendo comparações entre o termômetro industrializado e o caseiro. Figura 4 – Aquecimento da água e termômetros Questões a serem discutidas com esse experimento: • Porquê utilizou-se um tubo de ensaio de vidro e não uma garrafa PET? Como isso se reflete matematicamente? • Como escolher o material para o bulbo? Porquê usar álcool e não água? • Quais as diferenças entre o termômetro caseiro e um fabricado industrialmente? • Quais precauções devem ser tomadas para a construção do termômetro?
  • 10. Resultados 1 – Calibragem do termômetro Com os dados obtidos no momento de aquecimento da água obtivemos: Tabela 1 – Resultados das medições Temperatura (±0,5 ºC) Nível do Álcool (±0,02cm) Inicial 22.5 0 Final 54.5 13 Utilizando a razão L T   temos 13 32 = 2,461538461≈ 2,46 ºC/cm Também poderíamos fazer T L   temos 32 13 = 0,40625 ≈ 0,4 cm/ºC Assim, construímos as réguas de calibragem: Figura 5 – Réguas de calibragem
  • 11. 2 – Escalas Termométricas Há as temperaturas de referência em outra escala: • Água a 22,5ºC (ambiente) – Tomamos essa temperatura como 0ºβ • Água a 54,5ºC (aquecido) – Tomamos essa temperatura como 100ºβ Temos que: 100ºβ ___________ 54,5ºC 0º β ___________ 22,5ºC Cada grau β equivale a 0.32ºC. Então para sabermos a temperatura da ebulição e da fusão da água em β fazemos: 100ºC = 0,32(xºβ) + 54,5ºC → 45,5 = 0,32(xºβ) → xº β = 144,1875 ºβ 0ºC = 0,32(xºβ) + 22,5ºC → -22,5ºC = 0,32(xºβ) → xº β = -70,3125 ºβ Resultando que: 144,1875ºβ ___________ 100ºC -70,3125ºβ ___________ 0ºC Fazendo a diferença entre as temperaturas de fusão e ebulição da escala β: 144,1875ºβ – (-70,3135ºβ) = 214,5ºβ Então, uma diferença de temperatura em 100ºC equivale a uma diferença de temperatura de 214,5ºβ. Daí usar essa razão como fator de conversão entre essas temperaturas:   º º 100 ) º 5 , 214 )( º ( y C C x  (7) C x C C y º º 5 , 214 ) º 100 )( º (   (8) Onde (7) é a conversão de graus Celsius em graus β, já (8) é a conversão de graus β em graus Celsius.
  • 12. 3 – Cálculo da Condução de Calor Os dados a seguir são provenientes do fabricante do tubo de ensaio, com uma régua comum verificamos valores iguais e o erro de medida é o de uma régua comum (±0,5mm): • Espessura L = 1mm = 1x10-3 m • Raio r = 4mm = 4x10-3 m • A (círculo da seção transversal aproximada ±1mm) = r²π • Fonte Fria (termômetro) = T0 = 22,5ºC (±1ºC) • Fonte Quente (água aquecida) = T = 32,5ºC (±1ºC) • k = 2x10-4 kcal/m.ºC Utilizando (2) temos: cal x x t Q ) 02 , 0 ( 10048 , 0 10 5 , 22 5 , 32 ) 10 2 )( 10 024 , 5 ( 3 4 5       Como o termômetro ficou em contato com a água por aproximadamente 2 segundos, até a temperatura se elevar (e modificar a temperatura da fonte quente e fria), em dois segundos foi conduzido 0,1cal para o termômetro, ou, 0,418J. Discussão Um dos fatos mais observados nesse experimento é que o calor é muito difícil de ser trabalhado experimentalmente. Há um alto índice de dissipação de calor, pois não era um sistema isolado, ou seja, pouco de todo o calor produzido no aquecimento da água é conduzido ao termômetro. A variação de temperatura nesse caso foi de 15ºC em menos de 10s, como havia pouca água sendo aquecida, 200ml, que podemos considerar como aproximadamente 200g de água, foram produzidos 4 cal de calor, a diferença entre o calor aproximado do conduzido ao calor total é dissipado no ar, e ainda há uma certa dissipação durante a transferência de calor entre o vidro e o álcool.
  • 13. A condução de calor é necessária para explicar alguns fatos: O vidro tem coeficiente de condutividade térmica 4x10-4 kcal/m.ºC, enquanto a madeira tem 2x10-5 kcal/m.ºC, quando seguramos o termômetro perto da água com um prendedor de madeira, a condução de calor do vidro é maior que a da madeira, por isso não se queima a mão segurando com o prendedor (mas a pele tem uma boa condutividade térmica, por isso sentimos calor próximo ao fogo). O plástico tem uma condutividade maior que o do vidro, mas é menos resistente ao calor, e acaba entortando e perdendo consistência em alta temperatura. Por isso não é interessante para se usar em um termômetro. Um termômetro pode ser construído de diversas formas, dependendo de sua utilidade e situação. Um dos mais e adequados e senão o melhor, é o termômetro industrial. Esse apresenta inúmeras qualidades e características que indicam ele como sendo um dos mais indicados. Seu recipiente é mais visível e compactado que a maioria dos outros tipos, além do bulbo permanecer isolado, e a quantidade de mercúrio, fica estabilizada na ponta do termômetro. Um outro exemplo, é o termômetro caseiro, abordado nesse relatório. Ele é de simples construção, abordando vários conceitos físico-químicos, e sua principal função é seu multiuso, podendo ser usado pra diversas situações, não apenas na medição da temperatura. Ao construir manualmente termômetros com diferentes materiais e maneiras, há diferentes calibragens, na literatura há várias formas disponíveis, mas todos seguem uma linha básica de requisitos  Bulbo  Recipiente para o bulbo e material vedante  Material para detectar variação de calor Para um termômetro caseiro, experimentalmente, os materiais usados nessa exposição foram os que apresentaram melhores resultados dentre os materiais disponíveis. Na elaboração de um termômetro caseiro, de uso pratico, tem-se que levar em considerações alguns fatores importantes. Talvez o principal deles, também abordado
  • 14. nesse experimento, foi encontrar um material vedante, de baixo custo e de alto rendimento. Pode-se utilizar goma de mascar, massinha de modelar e cola durepoxi. Pois o recipiente deve estar devidamente vedado, não podendo entrar ar atmosférico (o material não deve receber a ação da pressão atmosférica). Outro problema encontrado foi o isolamento do vedante, este não podendo entrar em contato com a coluna de liquido (álcool isopropilico, no caso), pois ao se entrar em contato com o vedante, o liquido pode interferir na sua forma e resistência, podendo causar danos no vedamento e este estar comprometido. Ajustar a coluna de liquido foi outro problema detectado, pois a coluna não pode estar nem muito acima (pois pode entrar em contato com o vedante, e comprometê-lo, além de subir em um ritmo elevado) e nem muito abaixo. E por fim, encontrar um bulbo adequado, finalizam as principais dificuldades do experimento. Não pode ser qualquer bulbo, de plásticos como canudos, ao serem expostos a elevada temperatura, derretem. Então, a forma adequada do bulbo seria um recipiente fino (melhora o processo de subida do líquido), construído de um material resistente, como vidro ou orifícios de desodorantes, que suportem temperaturas de até 55°C ,na média. Referências Bibliográficas [1] NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica: Fluidos, Ondas e Calor. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 2002. [2] HALLIDAY, D. et all. Fundamentos de Física. 9.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2011. v.2.