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AÇÃO1

PAISAGENS URBANAS...
UM LABIRINTO
DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO
Paisagens Urbanas... Um Labirinto é o “resultado” de um trabalho que envolveu performance,
educação e filosofia realizado por sete artistas na Câmara de Cultura de São Bernardo. O ponto de
partida desse trabalho foi o estado de presença dos corpos, ou seja: como estar completamente
presente, consciente e aberto para de si mesmo, para o outro e para o mundo à sua volta. Você está
me vendo? Você está se vendo? Os estados e composições estéticas desencadeados foram gerando
um fluxo de experiências intensas nos espaços do centro cultural, da rua e seus arredores. Resultados
visíveis e invisíveis marcaram o caminho desse processo que teve seu ápice no dia 14 de agosto de
2010, numa ação de 12 horas.
Tal ação começou ao som das 10 badaladas do sino da Igreja Matriz. Fazia frio. Numa das salas do
centro cultural criou-se um outro espaço-tempo, diferente do cotidiano. A sala com suas janelas, sua
porta pra rua e sua calçada estava amplamente abertas para qualquer transeunte, passante, cidadão,
corpo se aproximar e ali existir num intervalo de tempo que desejasse e pudesse viver. Espaço-tempo
disponível para o corpo do outro acontecer em uma experiência estética, canalizando fluxos no
presente a partir dos estímulos que o ambiente oferecia. Na sala, a instalação: uma caixa de areia,
instrumentos musicais - sonoridades, palavras, livros, mesa e cadeiras, o fazer de um pão, o dançar, o
comer, árvore dos desejos, espelhos, canetas e papéis. Na calçada, a intervenção: uma mesa e oito
cadeiras, sopa de lentilha, pão e vinho... janela. Transeuntes tornaram-se expectadores e seres ativos
na Ação. De tão atuantes nos conduziram para uma dança. Então, no silêncio da palavra construímos
um espaço para a dança acontecer em plena calçada repleta de passantes que andavam de um lado a
outro. Ali, instauramos outra atmosfera e dançamos. Ambulantes e expectadores-atuantes. De volta à
sala, na caixa de areia milagres aconteceram, lágrimas escorreram, feridas abriram e curas se
estabeleceram. Pão foi feito para a ceia da noite, mãos experientes, inexperientes e curiosas sovavam
o pão, o alimento sagrado. Terminamos a Ação na calçada queimando os resíduos visíveis e
transformando os invisíveis em possibilidades.
Durante as 12 horas, as pessoas e seus corpos (visíveis e invisíveis) transitavam por
possibilidades de habitar e estar. Construíram-se fluxos que misturados ou não com o
presente do presente daquele micro-ambiente que pulsava convidando (ou invadindo) a
cidade naquele dia.
Data: 14/08/2010
Local:

Câmara de Cultura, São Bernardo do Campo/SP

Duração: 12 horas
Ambulantes: Cris Abreu, Cibele Mateus, Elza Martins, Leo Andrade,
Mariana Vilela, Sol Bento, Flávia Tavares

Fotos: Ívan Taraskevicius
Necessidades técnicas: Sala para a instalação, caixa de areia de 2X2m,
mesa com 8 cadeiras e janela (parte da coleção de objetos do Coletivo
Ambulante)

Tempo de montagem: 6 horas
Tempo de desmontagem: 6 horas
AÇÃO2

TRAVESSIA
DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO
Travessia foi uma Ação realizada partindo do poema Viagem de Orides Fontela. Quatro mulheres
com vestidos floridos subiram no ônibus, linha 11 Orquídea, cada uma em um ponto, cada uma com
seu segredo, seu olhar e sua dança. Quatro corpos abertos para qualquer outro corpo que quisesse
pulsar aquele instante de poesia. Escritas pelo corpo e pela janela, “Viajar mas sem onde, Viajar mas
não para, Viajar mas nem sequer sonhar-se esta viagem”. Uma interlocução sutil foi estabelecida com
as pessoas que compartilhavam da mesma viagem, travessia. Mão sobre mão, cabeça sobre ombro,
troca de olhares, pequenos diálogos “Qual foi os 5 minutos mais importante da sua vida”, "Acho que
foi quando eu nasci.... o nascimento é importante, não é!?" Ações trasbordadas de matéria sutil e
delicada. Ônibus lotado, corpos conhecidos e desconhecidos tocando-se, permitindo-se fricções,
fundindo-se em uma massa heterogênea singular. Ser o “Grande sopro que circula” e tocar cada uma
daquelas pessoas, era o objetivo da Ação.

"O coletivo Ambulante cria um espaço de possibilidades, uma fenda no
espaçotempo cotidiano. Um acontecimento ou “geramento” de
relações que se dão em várias instâncias. O ato simples deslocado em
constante re-contexto pode ascender à esfera relacional
artevidaenergiaespíritoirmanação; tais ações buscam o
alinhamento, a justeza e quando se eclipsam os elementos que nos
constituem enquanto potencialidades, tornam-se um constante devir. O
risco ao qual talvez pudéssemos nos lançar, A motricidade em
detrimento da “fixisolidez”, um ser humano disponível a descobrir a si.”
Anderson Gomes – Artista Gráfico.
Data: 15/01/2011
Local: Linha 11 Orquídea SBC
Duração: 2 horas
Ambulantes: Cris Abreu, Cibele Mateus, Mariana Vilela, Sol Bento
Fotos: Ívan Taraskevicius
Necessidades técnicas: carta de anuência da Companhia de Transporte
Público Responsável
AÇÃO3

BANQUETE...
UMA CONVERSA SOBRE O AMOR
DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO
O que me (te) movimenta para o Amor? Foi a pergunta que impulsionou a intervenção urbana Banquete... Uma
conversa sobre o Amor, uma performance em três atos: fazer, assar e comer um Pão. Quatro horas em Ação. Três
mulheres vestidas de branco, ao redor de uma mesa de madeira com cadeiras, bacia e jarro de cerâmica,
simplesmente fizeram um pão. O local: uma calçada no centro de Belo Horizonte. Três corpos femininos, receptivos,
buscando o estado presente para fazer um pão, o alimento primitivo. Um campo foi criado a partir do invisível,
instaurando um estado não cotidiano, de total consciência. Tudo era ritual: a maquiagem, o vestir-se, o dançar o
espaço. E quando corpos presentes estabelecem diálogo com o espaço que ocupam, abrem caminho para que
outros corpos participem do fazer. E foi o que ocorreu: moradores de rua, transeuntes e expectadores se
aproximaram, sentiram o campo criado pelas ambulantes ex-postas e se entregaram.
Primeiro: o lavar as mãos. Mãos grandes, pequenas, finas, grossas, delicadas, fortes, frágeis, sujas, muito sujas.
Segundo: apresentar os ingredientes. Fermento, água, açúcar, sal, gergelim e farinha. Como em uma dança,
foram todos misturados. Mãos se misturam à massa, apertam e sovam sem cessar. Som de buzinas, motores e
gritos compõe a paisagem com a batida precisa da massa na mesa: percussão. E numa composição anti-estética
e caótica a cidade empresta seus cheiros e sons para o feitio do pão. PÃO NOSSO DE CADA DIA: afeto criado.
Na espera do pão, as ambulantes procuram outras pessoas para pulsar com elas. Em diálogo mudo ou falado,
uma rede foi tecida com barbante vermelho. Ali, naquele momento presente aconteceu uma espécie de
reciprocidade entre performers, cidade e pessoas. Um reconhecimento do outro dentro de uma interação
estética que se deu em ato, presença e imanência. Neste estado, os corpos das artistas desterritorializam-se e
criam uma nova territorialização. Uma outra ocupação do espaço urbano, onde corpo e cidade ora se fundem
ora se destacam, mas sempre constituem uma relação simbiótica, uma troca efetiva e afetiva.
Em ato sagrado, o pão foi compartilhado. Lágrimas e vinho derramados.
Nesse movimento, a rua revelou seus fluxos intensos compondo a intervenção, camadas da cidade
vinda à tona, os limites entre arte e vida borrados e um campo vivo de forças ficou ali, pulsando
enquanto houve corpo que o sustentasse.

E então... O que te movimenta para o Amor?
Data: 12/08/2011
Local: Rua Araão Reis – FESTIVAL DE PERFORMANCE DE BELO HORIZONTE
Duração: 4 horas
Ambulantes: Cris Abreu, Flávia Tavares e Mariana Vilela
Fotos: Fabrício Tavares
Necessidades técnicas: Mesa com oito cadeiras, jarra, bacia, gamela de
madeira e panos de prato (os cinco últimos objetos fazem parte do acervo do
Coletivo)

Tempo de montagem: 2 horas
Tempo de desmontagem: 1 horas
AÇÃO4

EM BRANCO
DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO
Duas mulheres com seus vestidos interligados, saem pela rua comercial de São Bernardo do Campo
realizando composições estéticas e anti-estéticas com a arquitetura da cidade. O branco é o elemento
primordial desta Ação. É ele que constitui o descolamento dos corpos em relação à sujeira (em todos os
sentidos) da rua. É pelo silêncio e pelo movimento corporal que os corpos se aproximam da dança, são
pelas linhas que se aproximam do desenho e consequentemente à poesia, é pela fusão (corpo-calçada)
que se estreita a relação corpocidade.
Ao “tingir” o banco, o poste, a rua e a calçada de branco, as artistas desterritorializam o espaço
urbano, tiram-lhe do cotidiano, do ordinário e o reterritorializam como espaço do simbólico, o
espaço da arte. Desta forma, abre-se uma brecha no cotidiano da cidade para se pintar uma
poesia viva. A pintura poética na calçada da rua é uma subversão à ordem estabelecida, pois não
é permitido por lei obstruir a passagem de pedestre. Assim como a flor de Drummond, trata-se de
uma subversão à ordem natural. Como uma flor pode nascer no meio do asfalto?
Data: 09/09/2011
Local: Rua Marechal Deodoro, São Bernardo
Duração: 2 horas
Ambulantes: Cris Abreu e Mariana Vilela
Fotos: Rocco Ribeiro
Necessidades técnicas: Uma Sala para aquecimento corporal
AÇÃO5

AMARELO AMOR HABITAR O OURO
DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO

Verbos que nortearam a ação: caminhar, escrever, sentir, ouvir, olhar, gerar, amarelar, amar.
Prédios, ruas, barulho na cidade. Uma mulher, vestida de amarelo, com rosas amarelas nas mãos,
olhos vendados; hora sim hora não, anda pelas ruas da Avenida Paulista. Corpo errante, buscando a
falha no estado gerativo.
Qual a possibilidade para um estado gerativo? O que o corpo gera na transição deste caminhar angustia, medo, anseio, desejo, dor, lágrimas, amor...
E por que o amarelo? Simboliza a cor do amor e é esta que movimenta a mulher pelo espaço,
construindo seu amor-amarelo e suas dores. O amor simbólico – a flor: um presente-vida para
quem trocasse um olhar verdadeiro, ou um gesto com ela.
Qual a disponibilidade para uma troca verdadeira na Avenida Paulista?
Andou, chorou, escreveu em laços, laços que cobriram alguns pontos da avenida com a seguinte
pergunta: qual a possibilidade para o amor?
E caminhando lentamente, sentiu o sol bater em seu rosto, abraçou, entregou algumas rosas,
sentiu o quente do concreto em suas costas, o barulho dos carros, o aperto no peito e, por fim,
plantou a rosa - seu amor tingido de amarelo, num bueiro sujo e fedorento da Avenida Paulista.
Um ato simples que borrou de amarelo a atmosfera cinzenta daquele lugar.
Data: 05/04/2013
Local: Avenida Paulista
Duração: 3 horas
Ambulante: Sol Bento
Fotos: Roger Cipó
Necessidades técnicas: Uma Sala para aquecimento corporal
AÇÃO6

ME KAHLO
DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO
Na rua duas mulheres e dois músicos inspirados pelas obras de Frida Kahlo se movimentam e
constroem no espaço urbano as suas dores, suas cores e seus desejos. Quatro pessoas
impulsionadas pela maneira como a artista os tocam profundamente de forma intensa e
provocativa. O cenário é o próprio espaço da cidade, cada localidade nos traz uma concepção
diferente, o trajeto e desenvolvimento variam de acordo com o local e a ação se relaciona com os
acontecimentos inesperados que surgem a partir do público espontâneo, assim como situações
climáticas, urbanas e cotidianas do espaço público. Os adereços: maquiagens, giz que possibilita
escrever no asfalto, transformando-o em diários, duas cadeiras adaptadas com rodinhas
utilizadas também como mochilas. Além de um terno para cada artista que representa a figura
masculina, no caso Diego (marido de Frida), nesta concepção foi chamado de "Vários Diegos" ou
"Todos os Diegos" que possamos encontrar ou representar.
Data: Abril a agosto de 2013
Local: Festival do Baixo Centro – Santa Cecília, Mundo Mundano - Vila
Mariana, Ipiranga, Embu das Artes e São Bernardo do Campo.

Duração: 1 hora
Ambulante: Cris Abreu
Artista convidada: Bruna Maleski
Músicos convidados: Atílo Rocha e Íris Faceto
Fotos: Bicho Voador Produções; Giovana Massieri; Mundo Mundano e
Izabela Jorge

Necessidades técnicas: Uma Sala para aquecimento corporal, duas cadeiras de madeira
Com rodinha (acervo do Coletivo) e pembas
AÇÃO7

CIDADE corpo em flor
DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO
A intervenção urbana CIDADE Corpo em Flor cria na rua um terreno fértil para brotar afeto. Duas
mulheres jardineiras estão disponíveis para plantar, andar, construir e convidar o espectador a
formar com elas uma trajetória. Os passantes vão sendo atraídos; um carrinho de mão cheio de
terra, regador e botões de rosas esperam as mãos que vão escolher um ponto, IMplantá-las e
regá-las. São eles que elegem o lugar: nos buracos, nas calçadas, nos postes, nas brechas, no
abandono.
Através desse dispositivo móvel afetações surgem nos corpos das mulheres jardineiras e do
espectador-plantador. Novas dinâmicas acontecem e as performers vão compondo uma
paisagem no solo, junto à flor. Utilizando pembas elas desenham e inscrevem no chão o que
podemos chamar de uma gramática expositiva do ato. Qual a possibilidade para um corpo de
afetos? Qual a possibilidade para uma rua de afetos? Qual a possibilidade para uma cidade de
afetos? Aqui brotou afeto!
Desse gesto de plantar, que é a força-motriz da obra, resulta (im)permanência. A ação do tempo
pode desmanchar as inscrições no chão, um transeunte afoito pode levar embora uma rosa
encontrada na esquina. Essa proposta acaba colocando o outro em evidência, que se vê
deslocado através de uma rosa que fura o asfalto, deflagrando sua fragilidade. Quem faz uma
pausa em seu trajeto e entra em contato pode levantar questões como: por que vocês estão
plantando aí? Como um assombro diante da impossibilidade do desenvolvimento da flor no
infértil do chão. “É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.” Confiamos na
flor experiente de Drummond, que faz calar o pensamento, e uma vez que alguém lhe pouse os
olhos, não será esquecida apesar de efêmera. Ouvimos ainda Cecília Meireles em seu 4° Motivo
da Rosa, "Não te aflija com a pétala que voa: também é ser deixar de ser assim. (...) E por perderme é que me vão lembrando, por desfolhar-me é que não tenho fim."
Essa ação reforça um caminho de pesquisa do Coletivo Ambulante que diz respeito aos espaços
subjetivos e sua relação com o poder disruptivo de composições plásticas no espaço urbano.
Nosso motivo da rosa é fazer poesia em movimento.
Data: 15/11/2013
Local: Largo da Sé
Duração: 4 horas
Ambulante: Mariana Vilela e Sol Bento
Fotos: Ívan Taraskevícius
Necessidades técnicas: Uma Sala para aquecimento corporal, um carrinho de mão, terra,
regador e botões de rosa (os objetos fazem parte do acervo do Coletivo)
Endereço: Rua Joaninha Carpinelli Fortes, 200 – Ribeirão Pires/SP
Tel: (11)4829-3513
Blog do grupo: www.coletivoambulante.blogspot.com.br
E-mail: coletivoambulante@gmail.com

Ambulantes deste Coletivo em 2014:
- Cris Abreu
- Flávia Tavares
- Leo Andrade
- Mariana Vilela
- Sol Bento

Em busca do invisível
CURRÍCULO
O COLETIVO AMBULANTE é uma reunião de artistas autônomos e integrantes de outros grupos, de
diferentes áreas que se fundamenta em três pilares: o primeiro é ter como espaço de atuação a rua e seus
ilimitados locais; o segundo é a adoção do perfil de coletivo: algo diverso e aberto, no sentido de dar espaço e
margem a pensamentos diferentes, dissonantes ou não e, com isso, criar um diálogo, por vezes mais rico,
numa dialética constante; o terceiro, realizar uma arte híbrida, performática, atravessada pelo teatro, pela
música, pelas artes plásticas, pela poesia onde as esferas entre as expressões artísticas não só se borram, mas
se atravessam. Desde 2008 arquitetos, artistas plásticos, atores cineastas, bailarinos, poetas, psicólogos e
músicos se encontram para discutir a arte e seus desdobramentos.
Relação das Ações realizadas:
- Era uma vez.... Uma noiva fez parte da programação da Virada Cultural Edição Interior –
SBC em 17 de maio de 2009.
- Contemplado com o Programa para valorização de iniciativas culturais – VAI 2009, da
Prefeitura de São Bernardo do Campo, com o projeto: Paisagens Urbanas... Um labirinto.
- Paisagens Urbanas... fez parte da programação da Virada Cultural de São Paulo edição
Interior – SBC em 2010.
- finalizou o projeto contemplado pelo VAISBC em agosto com uma série de ações durante
duas semanas, sendo a última no dia 14/08 que durou 12 horas ininterruptas.
- Travessia fez parte da programação Minuto em Movimento em SBC em jan/ 2011.
- Banquete...uma conversa sobre o Amor fez parte da programação do Festival De
Performance de BH, em agosto de 2011 e na programação de aniversário de São Bernardo.
- Me Khalo fez parte da programação do Festival Baixo Centro em São Paulo em 2013,
Mundo Mundano - Vila Mariana, Ipiranga, Embu das Artes e São Bernardo do Campo. Contemplado
no VAI2013-SBC para circulação.
- CIDADE Corpo em flor fez parte da programação do PERFOR 4 em SP.

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Paisagens Urbanas... Um Labirinto

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  • 2. AÇÃO1 PAISAGENS URBANAS... UM LABIRINTO DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO Paisagens Urbanas... Um Labirinto é o “resultado” de um trabalho que envolveu performance, educação e filosofia realizado por sete artistas na Câmara de Cultura de São Bernardo. O ponto de partida desse trabalho foi o estado de presença dos corpos, ou seja: como estar completamente presente, consciente e aberto para de si mesmo, para o outro e para o mundo à sua volta. Você está me vendo? Você está se vendo? Os estados e composições estéticas desencadeados foram gerando um fluxo de experiências intensas nos espaços do centro cultural, da rua e seus arredores. Resultados visíveis e invisíveis marcaram o caminho desse processo que teve seu ápice no dia 14 de agosto de 2010, numa ação de 12 horas. Tal ação começou ao som das 10 badaladas do sino da Igreja Matriz. Fazia frio. Numa das salas do centro cultural criou-se um outro espaço-tempo, diferente do cotidiano. A sala com suas janelas, sua porta pra rua e sua calçada estava amplamente abertas para qualquer transeunte, passante, cidadão, corpo se aproximar e ali existir num intervalo de tempo que desejasse e pudesse viver. Espaço-tempo disponível para o corpo do outro acontecer em uma experiência estética, canalizando fluxos no presente a partir dos estímulos que o ambiente oferecia. Na sala, a instalação: uma caixa de areia, instrumentos musicais - sonoridades, palavras, livros, mesa e cadeiras, o fazer de um pão, o dançar, o comer, árvore dos desejos, espelhos, canetas e papéis. Na calçada, a intervenção: uma mesa e oito cadeiras, sopa de lentilha, pão e vinho... janela. Transeuntes tornaram-se expectadores e seres ativos na Ação. De tão atuantes nos conduziram para uma dança. Então, no silêncio da palavra construímos um espaço para a dança acontecer em plena calçada repleta de passantes que andavam de um lado a outro. Ali, instauramos outra atmosfera e dançamos. Ambulantes e expectadores-atuantes. De volta à sala, na caixa de areia milagres aconteceram, lágrimas escorreram, feridas abriram e curas se estabeleceram. Pão foi feito para a ceia da noite, mãos experientes, inexperientes e curiosas sovavam o pão, o alimento sagrado. Terminamos a Ação na calçada queimando os resíduos visíveis e transformando os invisíveis em possibilidades. Durante as 12 horas, as pessoas e seus corpos (visíveis e invisíveis) transitavam por possibilidades de habitar e estar. Construíram-se fluxos que misturados ou não com o presente do presente daquele micro-ambiente que pulsava convidando (ou invadindo) a cidade naquele dia.
  • 3. Data: 14/08/2010 Local: Câmara de Cultura, São Bernardo do Campo/SP Duração: 12 horas Ambulantes: Cris Abreu, Cibele Mateus, Elza Martins, Leo Andrade, Mariana Vilela, Sol Bento, Flávia Tavares Fotos: Ívan Taraskevicius Necessidades técnicas: Sala para a instalação, caixa de areia de 2X2m, mesa com 8 cadeiras e janela (parte da coleção de objetos do Coletivo Ambulante) Tempo de montagem: 6 horas Tempo de desmontagem: 6 horas
  • 4. AÇÃO2 TRAVESSIA DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO Travessia foi uma Ação realizada partindo do poema Viagem de Orides Fontela. Quatro mulheres com vestidos floridos subiram no ônibus, linha 11 Orquídea, cada uma em um ponto, cada uma com seu segredo, seu olhar e sua dança. Quatro corpos abertos para qualquer outro corpo que quisesse pulsar aquele instante de poesia. Escritas pelo corpo e pela janela, “Viajar mas sem onde, Viajar mas não para, Viajar mas nem sequer sonhar-se esta viagem”. Uma interlocução sutil foi estabelecida com as pessoas que compartilhavam da mesma viagem, travessia. Mão sobre mão, cabeça sobre ombro, troca de olhares, pequenos diálogos “Qual foi os 5 minutos mais importante da sua vida”, "Acho que foi quando eu nasci.... o nascimento é importante, não é!?" Ações trasbordadas de matéria sutil e delicada. Ônibus lotado, corpos conhecidos e desconhecidos tocando-se, permitindo-se fricções, fundindo-se em uma massa heterogênea singular. Ser o “Grande sopro que circula” e tocar cada uma daquelas pessoas, era o objetivo da Ação. "O coletivo Ambulante cria um espaço de possibilidades, uma fenda no espaçotempo cotidiano. Um acontecimento ou “geramento” de relações que se dão em várias instâncias. O ato simples deslocado em constante re-contexto pode ascender à esfera relacional artevidaenergiaespíritoirmanação; tais ações buscam o alinhamento, a justeza e quando se eclipsam os elementos que nos constituem enquanto potencialidades, tornam-se um constante devir. O risco ao qual talvez pudéssemos nos lançar, A motricidade em detrimento da “fixisolidez”, um ser humano disponível a descobrir a si.” Anderson Gomes – Artista Gráfico.
  • 5. Data: 15/01/2011 Local: Linha 11 Orquídea SBC Duração: 2 horas Ambulantes: Cris Abreu, Cibele Mateus, Mariana Vilela, Sol Bento Fotos: Ívan Taraskevicius Necessidades técnicas: carta de anuência da Companhia de Transporte Público Responsável
  • 6. AÇÃO3 BANQUETE... UMA CONVERSA SOBRE O AMOR DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO O que me (te) movimenta para o Amor? Foi a pergunta que impulsionou a intervenção urbana Banquete... Uma conversa sobre o Amor, uma performance em três atos: fazer, assar e comer um Pão. Quatro horas em Ação. Três mulheres vestidas de branco, ao redor de uma mesa de madeira com cadeiras, bacia e jarro de cerâmica, simplesmente fizeram um pão. O local: uma calçada no centro de Belo Horizonte. Três corpos femininos, receptivos, buscando o estado presente para fazer um pão, o alimento primitivo. Um campo foi criado a partir do invisível, instaurando um estado não cotidiano, de total consciência. Tudo era ritual: a maquiagem, o vestir-se, o dançar o espaço. E quando corpos presentes estabelecem diálogo com o espaço que ocupam, abrem caminho para que outros corpos participem do fazer. E foi o que ocorreu: moradores de rua, transeuntes e expectadores se aproximaram, sentiram o campo criado pelas ambulantes ex-postas e se entregaram. Primeiro: o lavar as mãos. Mãos grandes, pequenas, finas, grossas, delicadas, fortes, frágeis, sujas, muito sujas. Segundo: apresentar os ingredientes. Fermento, água, açúcar, sal, gergelim e farinha. Como em uma dança, foram todos misturados. Mãos se misturam à massa, apertam e sovam sem cessar. Som de buzinas, motores e gritos compõe a paisagem com a batida precisa da massa na mesa: percussão. E numa composição anti-estética e caótica a cidade empresta seus cheiros e sons para o feitio do pão. PÃO NOSSO DE CADA DIA: afeto criado. Na espera do pão, as ambulantes procuram outras pessoas para pulsar com elas. Em diálogo mudo ou falado, uma rede foi tecida com barbante vermelho. Ali, naquele momento presente aconteceu uma espécie de reciprocidade entre performers, cidade e pessoas. Um reconhecimento do outro dentro de uma interação estética que se deu em ato, presença e imanência. Neste estado, os corpos das artistas desterritorializam-se e criam uma nova territorialização. Uma outra ocupação do espaço urbano, onde corpo e cidade ora se fundem ora se destacam, mas sempre constituem uma relação simbiótica, uma troca efetiva e afetiva. Em ato sagrado, o pão foi compartilhado. Lágrimas e vinho derramados. Nesse movimento, a rua revelou seus fluxos intensos compondo a intervenção, camadas da cidade vinda à tona, os limites entre arte e vida borrados e um campo vivo de forças ficou ali, pulsando enquanto houve corpo que o sustentasse. E então... O que te movimenta para o Amor?
  • 7. Data: 12/08/2011 Local: Rua Araão Reis – FESTIVAL DE PERFORMANCE DE BELO HORIZONTE Duração: 4 horas Ambulantes: Cris Abreu, Flávia Tavares e Mariana Vilela Fotos: Fabrício Tavares Necessidades técnicas: Mesa com oito cadeiras, jarra, bacia, gamela de madeira e panos de prato (os cinco últimos objetos fazem parte do acervo do Coletivo) Tempo de montagem: 2 horas Tempo de desmontagem: 1 horas
  • 8. AÇÃO4 EM BRANCO DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO Duas mulheres com seus vestidos interligados, saem pela rua comercial de São Bernardo do Campo realizando composições estéticas e anti-estéticas com a arquitetura da cidade. O branco é o elemento primordial desta Ação. É ele que constitui o descolamento dos corpos em relação à sujeira (em todos os sentidos) da rua. É pelo silêncio e pelo movimento corporal que os corpos se aproximam da dança, são pelas linhas que se aproximam do desenho e consequentemente à poesia, é pela fusão (corpo-calçada) que se estreita a relação corpocidade. Ao “tingir” o banco, o poste, a rua e a calçada de branco, as artistas desterritorializam o espaço urbano, tiram-lhe do cotidiano, do ordinário e o reterritorializam como espaço do simbólico, o espaço da arte. Desta forma, abre-se uma brecha no cotidiano da cidade para se pintar uma poesia viva. A pintura poética na calçada da rua é uma subversão à ordem estabelecida, pois não é permitido por lei obstruir a passagem de pedestre. Assim como a flor de Drummond, trata-se de uma subversão à ordem natural. Como uma flor pode nascer no meio do asfalto?
  • 9. Data: 09/09/2011 Local: Rua Marechal Deodoro, São Bernardo Duração: 2 horas Ambulantes: Cris Abreu e Mariana Vilela Fotos: Rocco Ribeiro Necessidades técnicas: Uma Sala para aquecimento corporal
  • 10. AÇÃO5 AMARELO AMOR HABITAR O OURO DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO Verbos que nortearam a ação: caminhar, escrever, sentir, ouvir, olhar, gerar, amarelar, amar. Prédios, ruas, barulho na cidade. Uma mulher, vestida de amarelo, com rosas amarelas nas mãos, olhos vendados; hora sim hora não, anda pelas ruas da Avenida Paulista. Corpo errante, buscando a falha no estado gerativo. Qual a possibilidade para um estado gerativo? O que o corpo gera na transição deste caminhar angustia, medo, anseio, desejo, dor, lágrimas, amor... E por que o amarelo? Simboliza a cor do amor e é esta que movimenta a mulher pelo espaço, construindo seu amor-amarelo e suas dores. O amor simbólico – a flor: um presente-vida para quem trocasse um olhar verdadeiro, ou um gesto com ela. Qual a disponibilidade para uma troca verdadeira na Avenida Paulista? Andou, chorou, escreveu em laços, laços que cobriram alguns pontos da avenida com a seguinte pergunta: qual a possibilidade para o amor? E caminhando lentamente, sentiu o sol bater em seu rosto, abraçou, entregou algumas rosas, sentiu o quente do concreto em suas costas, o barulho dos carros, o aperto no peito e, por fim, plantou a rosa - seu amor tingido de amarelo, num bueiro sujo e fedorento da Avenida Paulista. Um ato simples que borrou de amarelo a atmosfera cinzenta daquele lugar.
  • 11. Data: 05/04/2013 Local: Avenida Paulista Duração: 3 horas Ambulante: Sol Bento Fotos: Roger Cipó Necessidades técnicas: Uma Sala para aquecimento corporal
  • 12. AÇÃO6 ME KAHLO DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO Na rua duas mulheres e dois músicos inspirados pelas obras de Frida Kahlo se movimentam e constroem no espaço urbano as suas dores, suas cores e seus desejos. Quatro pessoas impulsionadas pela maneira como a artista os tocam profundamente de forma intensa e provocativa. O cenário é o próprio espaço da cidade, cada localidade nos traz uma concepção diferente, o trajeto e desenvolvimento variam de acordo com o local e a ação se relaciona com os acontecimentos inesperados que surgem a partir do público espontâneo, assim como situações climáticas, urbanas e cotidianas do espaço público. Os adereços: maquiagens, giz que possibilita escrever no asfalto, transformando-o em diários, duas cadeiras adaptadas com rodinhas utilizadas também como mochilas. Além de um terno para cada artista que representa a figura masculina, no caso Diego (marido de Frida), nesta concepção foi chamado de "Vários Diegos" ou "Todos os Diegos" que possamos encontrar ou representar.
  • 13. Data: Abril a agosto de 2013 Local: Festival do Baixo Centro – Santa Cecília, Mundo Mundano - Vila Mariana, Ipiranga, Embu das Artes e São Bernardo do Campo. Duração: 1 hora Ambulante: Cris Abreu Artista convidada: Bruna Maleski Músicos convidados: Atílo Rocha e Íris Faceto Fotos: Bicho Voador Produções; Giovana Massieri; Mundo Mundano e Izabela Jorge Necessidades técnicas: Uma Sala para aquecimento corporal, duas cadeiras de madeira Com rodinha (acervo do Coletivo) e pembas
  • 14. AÇÃO7 CIDADE corpo em flor DESCRIÇÃO DETALHADA DA AÇÃO A intervenção urbana CIDADE Corpo em Flor cria na rua um terreno fértil para brotar afeto. Duas mulheres jardineiras estão disponíveis para plantar, andar, construir e convidar o espectador a formar com elas uma trajetória. Os passantes vão sendo atraídos; um carrinho de mão cheio de terra, regador e botões de rosas esperam as mãos que vão escolher um ponto, IMplantá-las e regá-las. São eles que elegem o lugar: nos buracos, nas calçadas, nos postes, nas brechas, no abandono. Através desse dispositivo móvel afetações surgem nos corpos das mulheres jardineiras e do espectador-plantador. Novas dinâmicas acontecem e as performers vão compondo uma paisagem no solo, junto à flor. Utilizando pembas elas desenham e inscrevem no chão o que podemos chamar de uma gramática expositiva do ato. Qual a possibilidade para um corpo de afetos? Qual a possibilidade para uma rua de afetos? Qual a possibilidade para uma cidade de afetos? Aqui brotou afeto! Desse gesto de plantar, que é a força-motriz da obra, resulta (im)permanência. A ação do tempo pode desmanchar as inscrições no chão, um transeunte afoito pode levar embora uma rosa encontrada na esquina. Essa proposta acaba colocando o outro em evidência, que se vê deslocado através de uma rosa que fura o asfalto, deflagrando sua fragilidade. Quem faz uma pausa em seu trajeto e entra em contato pode levantar questões como: por que vocês estão plantando aí? Como um assombro diante da impossibilidade do desenvolvimento da flor no infértil do chão. “É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.” Confiamos na flor experiente de Drummond, que faz calar o pensamento, e uma vez que alguém lhe pouse os olhos, não será esquecida apesar de efêmera. Ouvimos ainda Cecília Meireles em seu 4° Motivo da Rosa, "Não te aflija com a pétala que voa: também é ser deixar de ser assim. (...) E por perderme é que me vão lembrando, por desfolhar-me é que não tenho fim." Essa ação reforça um caminho de pesquisa do Coletivo Ambulante que diz respeito aos espaços subjetivos e sua relação com o poder disruptivo de composições plásticas no espaço urbano. Nosso motivo da rosa é fazer poesia em movimento.
  • 15. Data: 15/11/2013 Local: Largo da Sé Duração: 4 horas Ambulante: Mariana Vilela e Sol Bento Fotos: Ívan Taraskevícius Necessidades técnicas: Uma Sala para aquecimento corporal, um carrinho de mão, terra, regador e botões de rosa (os objetos fazem parte do acervo do Coletivo)
  • 16. Endereço: Rua Joaninha Carpinelli Fortes, 200 – Ribeirão Pires/SP Tel: (11)4829-3513 Blog do grupo: www.coletivoambulante.blogspot.com.br E-mail: coletivoambulante@gmail.com Ambulantes deste Coletivo em 2014: - Cris Abreu - Flávia Tavares - Leo Andrade - Mariana Vilela - Sol Bento Em busca do invisível
  • 17. CURRÍCULO O COLETIVO AMBULANTE é uma reunião de artistas autônomos e integrantes de outros grupos, de diferentes áreas que se fundamenta em três pilares: o primeiro é ter como espaço de atuação a rua e seus ilimitados locais; o segundo é a adoção do perfil de coletivo: algo diverso e aberto, no sentido de dar espaço e margem a pensamentos diferentes, dissonantes ou não e, com isso, criar um diálogo, por vezes mais rico, numa dialética constante; o terceiro, realizar uma arte híbrida, performática, atravessada pelo teatro, pela música, pelas artes plásticas, pela poesia onde as esferas entre as expressões artísticas não só se borram, mas se atravessam. Desde 2008 arquitetos, artistas plásticos, atores cineastas, bailarinos, poetas, psicólogos e músicos se encontram para discutir a arte e seus desdobramentos. Relação das Ações realizadas: - Era uma vez.... Uma noiva fez parte da programação da Virada Cultural Edição Interior – SBC em 17 de maio de 2009. - Contemplado com o Programa para valorização de iniciativas culturais – VAI 2009, da Prefeitura de São Bernardo do Campo, com o projeto: Paisagens Urbanas... Um labirinto. - Paisagens Urbanas... fez parte da programação da Virada Cultural de São Paulo edição Interior – SBC em 2010. - finalizou o projeto contemplado pelo VAISBC em agosto com uma série de ações durante duas semanas, sendo a última no dia 14/08 que durou 12 horas ininterruptas. - Travessia fez parte da programação Minuto em Movimento em SBC em jan/ 2011. - Banquete...uma conversa sobre o Amor fez parte da programação do Festival De Performance de BH, em agosto de 2011 e na programação de aniversário de São Bernardo. - Me Khalo fez parte da programação do Festival Baixo Centro em São Paulo em 2013, Mundo Mundano - Vila Mariana, Ipiranga, Embu das Artes e São Bernardo do Campo. Contemplado no VAI2013-SBC para circulação. - CIDADE Corpo em flor fez parte da programação do PERFOR 4 em SP.