SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
Baixar para ler offline
Caserna
Do Cimo do Lugar Nº26
Agosto de 2021
Diretor: José Rachado
Grafismo: Carolina Dionísio, Ruben Leal
Propriedade: União Desportiva de Felgar
Redação: Felgar
Fundadores: Dinis Teixeira, Olinda Sá,
José Rachado - 1994
21º Aniversário da UDF
Em Destaque
na reportagem
fotográfica a
“PÁSCOA”
Fotografia de Tozé Carneiro
Agosto de 2021 - ATUALIDADE
2
Caserna
Do Cimo do Lugar
Tradições que se vão mantendo…
O Felgar é bastante conhecido por ser uma al-
deia Rica nos seus costumes e tradições, e uma
das mais variadas tradições realiza-se na Pás-
coa.
Também nessa noite, ao contrário de várias al-
deias que costumam “roubar” vazos na noite de
São João, na nossa aldeia isso acontece na ma-
drugada do Domingo de Páscoa. Os mais jovens
juntam-se e dão voltas pela aldeia para “roubar”
vazos por todas as casas do Felgar, com o in-
tuito de os colocar em frente a igreja para enfei-
tar e embelezar a praça para a Missa do
Domingo Santo.
A Páscoa, desde que eu me lembro, sempre se
realizaram as celebrações religiosas na Semana
Santa. Começava por o “Domingo de Ramos”
onde a população local se dirigia à missa para
a bênção dos ramos (um raminho de oliveira e
de rosmaninho), que serviam para ser entregues
aos Padrinhos e às Madrinhas.
Na quinta-feira santa, à noite realiza-se a missa
seguida da procissão do “Encontro do Senhor”,
onde se costuma parar em vários pontos para
fazer a representação da Via Sacra, incluindo o
cântico da Verónica no final.
Na sexta-feira santa, decorre sempre a procis-
são do enterro do senhor pelas ruas da aldeia.
Depois na meia noite de Sábado para Domingo,
alguns populares juntam-se para tocar os sinos
das várias capelas e igreja, seguido do cântico
do “Aleluia” anunciando assim a “Ressuscitação
de Cristo” por toda a aldeia.
Autoria de Carolina Dionísio
3
Agosto de 2021 - ATUALIDADE
Caserna
Do Cimo do Lugar
No que diz respeito à gastronomia, existem vá-
rios pratos tradicionais confecionados nesta al-
tura do ano, nomeadamente, os folares de
carne, os bolos da páscoa, os folares doces, o
cabrito assado e muitos outros.
É uma tradição que já se faz há muitos anos
não temos uma data certa, mas fico feliz por se
ir mantendo e poder participar nela e espero que
daqui a muitos anos ainda se fale nesta tradi-
ção…
Autoria de Carolina Dionísio
4
Abril de 2021 - ANTIGA-
Caserna
Do Cimo do Lugar
Crónica/Desafio
- esta é uma crónica que também é um desafio.
- esta é uma crónica apolítica.
Quando me perguntei sobre o que escreveria
nesta crónica, dei por mim a pensar na actuali-
dade, e nos muitos temas que poderia abordar.
Decidi, após muita introspeção, focar-me em
três, que para mim estão intimamente relacio-
nados no território interior do nosso país, e di-
rectamente relacionável com as minhas origens
– a construção da barragem, enquanto ele-
mento catalisador da economia local, a deserti-
ficação evidenciada pelos últimos censos, e as
eleições autárquicas, aí bem à porta.
Estas três coisas aparentemente não relaciona-
das levar-me-ão a um sentimento que tenho
como muito próprio e acho que deveria ser
transversal a tudo. Ora bem:
Há dez ou quinze anos lembro-me perfeita-
mente de falar com Felgarenses das mais diver-
sas idades e, estranhamente, detectar um
profundo sentimento de contrariedade em rela-
ção à futura construção da barragem (que, diga-
se desde já, sempre fui, sou e serei a favor). Ouvi
argumentos como: “vai gerar neblinas matinais
e fazer frio”; “vai tornar inúteis propriedades lá
em baixo”; “vão-me expropriar terrenos a baixo
custo”; ou ainda “vai trazer para aqui estrangei-
ros esquisitos, que vão causar problemas”.
Sendo todos argumentos legítimos, porque
todas as preocupações em relação ao futuro
são legítimas, entrevia nestes discursos uma fi-
xação nos pontos negativos, sem análise da po-
sitividade do empreendimento: maior
empregabilidade dos jovens, atractividade de
estranhos (com maior investimento pontual na
economia local e flexibilização de futuros para
os residentes), potencial turístico, potencial
agrícola, futuro empreendedorismo, eu sei lá -
bastava pôr a imaginação a funcionar.
Depois a coisa começou, e eu desapareci por
uns tempos, para voltar o ano passado (2020),
de barragem concluída e
…nada.
Eu que muito viajei por esse país e países, vi al-
bufeiras, vi baías, vi criarem turismo à volta de
uma cascata perdida no meio do nada, para na-
quele momento olhar para uma paisagem idí-
lica, bucólica, magnífica, que não deixa de ser o
meu Trás-os-Montes, e não ver nada. E pensei
– manter-se-á o mesmo pensamento?
Depois quando falei com as pessoas vi que
(aparentemente) o sentimento tinha mudado.
Havia maior aceitação da (inevitabilidade da)
coisa, e que já havia ideias para catalisar a exis-
tência do objecto em si próprio, desde turismo
de albufeira, equipamentos turísticos associa-
dos, etc. Projectos contidos, mas projectos.
Agosto de 2021
CRÓNICA/DESAFIO
Caserna
Do Cimo do Lugar
Autoria de Nuno Sousa
5
Abril de 2021 - DESTAQUE
Caserna
Do Cimo do Lugar
Confesso que não perguntei sobre ideias acerca
do eventual potencial agrícola, que vejo imenso,
mas espero que haja esse tipo de ideias, e que
não sejam só dos mais velhos, mas que tam-
bém os jovens vejam o potencial agrícola, seja
através de projectos para terrenos próprios,
como de explorar (eventualmente) terrenos de
terceiros que se encontrem devolutos, através
de alugueres operacionais, bolsas de terrenos,
ou outro tipo de conceitos, usufruindo dos mui-
tos benefícios que existem para este tipo de ac-
tividades e para o local – e fique dito que
disponibilizo-me desde já para ir à minha terra
trocar ideias, num evento que pretendam orga-
nizar, para expor estas e explorar outras mais
ideias que possam ajudar a inspirar e catalisar
o futuro dos meus amigos de infância, conter-
râneos e/ ou outros, residentes num sítio que
tanto amo.
Infelizmente vi também, novamente, muito do
sentimento de inevitabilidade que já antes sen-
tia – os jovens tendencialmente irão embora –
os emigrantes que vêm no Verão já começam a
ficar mais velhos, há cada vez menos vontade
de voltar, e a desertificação intensifica-se – os
censos de 2021 foram extremamente claros
sobre isto.
Pouco depois da publicação (parcial) dos cen-
sos vi, assim de través, nas redes sociais, serem
trocadas acusações partidárias acerca deste
tema da desertificação, como se apontar o dedo
e não participar fosse a metodologia apropriada
para melhorar algo.
Ora bem, se não coloco em causa posições e
opiniões políticas, que cabem a cada um, e são
(todas) legítimas, coloco porém em causa a in-
capacidade (que diga-se, é transversal a todo
este país) de se criarem consensos entre parti-
dos, com interesses similares, e saber criar-se e
dar-se valor a ideias e projectos inovadores –
há sempre aquela ideia de que todos os projec-
tos do antecessor não prestam, e começa-se
tudo de novo, gastando mais dinheiro, mais
tempo, etc. etc., sem haver uma ideia centrali-
zadora, que permita catalisar o melhor de cada
ponto de vista.
Observando esta “maneira de fazer as coisas”
tão tipicamente portuguesa, e integrando o
tema da desertificação, que, parece-me, é tam-
bém um problema de fundo do Município de
Torre de Moncorvo, sou da opinião que, sem
uma alteração da forma de agir e de observar a
questão, nada acontecerá no futuro.
Assim sendo, observa-se que a desertificação é
um problema transversal que carece de uma ex-
plicação, também ela, transversal. Há poucos
objectivos visíveis para quem fica no interior do
país, além do suporte às actividades já aí exis-
tentes, num ciclo vicioso interminável. Há ca-
rências de imensas coisas, começando na
disponibilidade de mão-de-obra, até à coisa
mais óbvia que me consigo lembrar – os super-
mercados fecharem ao domingo!
Não sei se esta se mantém como uma reali-
dade, mas se bem que pareça algo secundário,
é um dos atractivos mais fundamentais para a
Agosto de 2021
CRÓNICA/DESAFIO
Caserna
Do Cimo do Lugar
Autoria de Nuno Sousa
6
Abril de 2021 - ANTIGA-
Caserna
Do Cimo do Lugar
fixação de pessoas provenientes de centros ur-
banos de maior dimensão – a disponibilidade
de bens de consumo a todas as horas.
Observando de fora, e tendo em conta o mo-
mento presente, em que novos paradigmas la-
borais se evidenciam, nomeadamente o
trabalho remoto, parece-me claro que a oferta
de condições de vida confortáveis, num am-
biente sadio, desenvolto e virado para o futuro,
será um objectivo de imensas famílias, que pro-
curam o escape ao stress, aos constrangimen-
tos da vida mais urbana.
Assim, relanço um conjunto de ideias, que, não
fazendo aparente sentido quando as lancei, há
muitos anos atrás, hoje estão devidamente en-
quadradas pelos últimos acontecimentos, e até
pelo investimento que se pretende seja feito na
infraestruturação (a célebre “bazuca”) do País.
Sugiro que seja catalisado o potencial de aloja-
mento permanente para famílias que preten-
dam encetar uma vida no interior, no Município
de Torre de Moncorvo, através de iniciativas
como:
- Atração de investimento imobiliário, com
oferta de terrenos a baixo custo, com taxação
reduzida para construção de residências;
- Infraestruturação digital do concelho, com in-
clusão de, por exemplo, cobertura 100% WI-FI,
Wi-Fi grátis, etc.;
- Angariação de investimento estrangeiro para
implementação de, por exemplo, Data-Center na
zona, oferecendo terrenos e infraestruturas, em
troca da alocação do investimento;
- Angariação de investimento de empresas de TI
que pretendam deslocar colaboradores (com
maior atractividade para empresas que privile-
giem criatividade e trabalho remoto);
- Angariação de empresas de turismo associa-
das ao turismo fluvial, sejam através de parce-
rias, como auxílio e facilitação na instalação;
- Alteração de paradigma de funcionamento, pri-
vilegiando horários de fim de semana para em-
presas do concelho;
- Promoção do conceito de “Produção de Quali-
dade”, privilegiando a qualidade dos produtos
fabricados, ao invés da quantidade;
- Criação de plataformas de divulgação dos
bens vendidos pelos produtores locais, com pe-
netração em feiras, e outros canais de venda,
que permitam alavancar negócios pequenos;
- Criação de roteiros turísticos que integrem pro-
dutos locais, localizações específicas, aloja-
mentos típicos, eventos típicos, com divulgação
em canais de amplo espectro (incluindo estran-
geiros);
Agosto de 2021
CRÓNICA/DESAFIO
Caserna
Do Cimo do Lugar
Autoria de Nuno Sousa
7
Abril de 2021 - DESTAQUE
Caserna
Do Cimo do Lugar
- Criação de projectos de apoio à agricultura,
com disponibilização de gabinete de consulto-
ria para jovens empresários da área, com dispo-
nibilização de formação específica, facilitação
de processos, etc.;
- Criação de canais relacionais com as entida-
des que gerem a albufeira (INAG?/ APA?), facili-
tando respostas a projectos de rentabilização
do recurso (turístico, agricultura, etc.);
É verdade que aparentam ser objectivos dema-
siado ambiciosos, mas a criação de um plano
multidimensional, que envolva os vários parti-
dos políticos, com o compromisso comum de
cumprir o plano, pode, a médio prazo, serem ge-
radas pequenas melhorias, atingidos alguns pa-
tamares, que permitam alavancar outros
objectivos de maior porte.
Agosto de 2021
CRÓNICA/DESAFIO
Caserna
Do Cimo do Lugar
Autoria de Nuno Sousa
Fotografias de Carolina Dionísio, Tozé Carneiro
8
Agosto de 2021 - REPORTAGEM
FOTOGRÁFICA
Caserna
Do Cimo do Lugar
Fotografias de Carolina Dionísio, Teresa Malburet, Pedro Martins
9
Agosto de 2021 - REPORTAGEM
FOTOGRÁFICA
Caserna
Do Cimo do Lugar
Fotografias de Dinis Teixeira, Teresa Malburet, Tozé Carneiro
10
Agosto de 2021 - REPORTAGEM
FOTOGRÁFICA
Caserna
Do Cimo do Lugar
11
Abril de 2021 - ANTIGA-
Caserna
Do Cimo do Lugar
Num novo número da Caserna cabe-me mais
uma vez ocupar um cantinho com umas pala-
vras que entretenham os leitores assíduos
desta publicação.
Desta vez opto por um tema actual, o da deser-
tificação do interior. O nosso concelho teve um
deplorável terceiro lugar no que à perda de po-
pulação diz respeito, perdendo mais de 20% da
população nos últimos 10 anos (dados ainda
preliminares). Podemos desculpar-nos dizendo
que perder, todos os Municípios do interior per-
deram. É verdade, mas pior que nós só houve
dois municípios, Barrancos e Tabuaço.
Esta questão toca-me porque eu sou daqueles
que em 2011 não fazia parte dos presentes e
em 2021 sim. Ou seja, sou um dos que contri-
buiu para um aumento da população no conce-
lho, vejo agora que, como em grande parte das
decisões que tenho tomado, ando em contraci-
clo com o que acontece por estas bandas.
As razões para a debandada de pessoas são ló-
gicas, torna-se cada vez mais difícil viver numa
aldeia, sobretudo para quem é idoso, ou quem
constitui família. O acesso a cuidados de saúde
é desproporcional, o acesso aos serviços tam-
bém, é sempre mais cómodo viver numa sede
de concelho, ou numa grande metrópole do que
numa aldeia do interior, onde quase todos os
serviços são inacessíveis e de acesso injusto
face a habitantes de outros locais. Para quem
tem crianças a diferença é gritante, a oferta de
ocupação e aprendizagem para as crianças é
inexistente, ou quando existe, é desproporcional
relativamente à sede de concelho e pior ainda
comparando com o litoral do país e estrangeiro.
Tudo parece arrastar os cidadãos para a contí-
nua despovoação dos meios rurais. Por cá
ficam os chicos-espertos, os medrosos e os
apaixonados.
Muito se pode opinar sobre a solução para esta
debandada geral, muito se pode discutir sobre
a solução, mas uma coisa é certa, o caminho
não é o dos últimos 45 anos. O “rumo certo”,
como alguém que falhou redondamente esse
rumo publicitava, não é este, não era aquele,
nem o que o antecedeu, continuamos sem o co-
nhecer. Não serei eu nestas curtas palavras a
dizer qual será, porque teorias há e haverá mui-
tas, mas a certa será de certeza a vinda de al-
guém que se mantenha cá não por
chico-espertice, não por resiliência, não por
medo, mas sim por paixão.
Com tanta ideia negativa pode-se questionar o
que é que leva alguém, depois de vivenciar rea-
lidades diferentes, trabalhar com outras cultu-
ras e dimensões muito superiores, querer
regressar.
Não me alongarei mais, tenho a noção do con-
fuso que pode parecer este pensamento, mas
acabo com uma ideia que ninguém nega. A pai-
xão move o mundo.
Agosto de 2021
ATUALIDADE
Caserna
Do Cimo do Lugar
Autoria de José Rachado
Palavras Cruzadas
Solução do número 25: Soduko
Agosto de 2021 -PASSATEMPOS
Caserna
Do Cimo do Lugar

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Caserna do Cimo do Lugar Nº26

Revista SINESTESIAS n° 1
Revista SINESTESIAS n° 1Revista SINESTESIAS n° 1
Revista SINESTESIAS n° 1oficinativa
 
Texto nº 4
Texto nº 4Texto nº 4
Texto nº 4SU00
 
Atitude Laranja Calheta (VersãO Final)
Atitude Laranja   Calheta (VersãO Final)Atitude Laranja   Calheta (VersãO Final)
Atitude Laranja Calheta (VersãO Final)João Gonçalves
 
Jornal feito por militantes da JSD Calheta - Atitude Laranja
Jornal feito por militantes da JSD Calheta - Atitude LaranjaJornal feito por militantes da JSD Calheta - Atitude Laranja
Jornal feito por militantes da JSD Calheta - Atitude LaranjaJoão Gonçalves
 
Atitude Laranja Calheta (VersãO Final)
Atitude Laranja   Calheta (VersãO Final)Atitude Laranja   Calheta (VersãO Final)
Atitude Laranja Calheta (VersãO Final)João Gonçalves
 
Atitude Laranja Calheta (VersãO Final)
Atitude Laranja   Calheta (VersãO Final)Atitude Laranja   Calheta (VersãO Final)
Atitude Laranja Calheta (VersãO Final)João Gonçalves
 
Ata de 15 de dezembro 2012
Ata de 15 de dezembro 2012Ata de 15 de dezembro 2012
Ata de 15 de dezembro 2012Rafael Costa
 
Projeto neemias reconstruindo vidas
Projeto neemias reconstruindo vidasProjeto neemias reconstruindo vidas
Projeto neemias reconstruindo vidasvidas2013
 
Edição nº 77.1 do informativo o serrano verso
Edição nº 77.1 do informativo o serrano   versoEdição nº 77.1 do informativo o serrano   verso
Edição nº 77.1 do informativo o serrano versoEcos Alcântaras
 
usina porecatu/antonio inacio ferraz
usina porecatu/antonio inacio ferrazusina porecatu/antonio inacio ferraz
usina porecatu/antonio inacio ferrazANTONIO INACIO FERRAZ
 
Discurso cidadão olindense
Discurso cidadão olindenseDiscurso cidadão olindense
Discurso cidadão olindenseJamildo Melo
 
Arauto ano 2 nº4
Arauto ano 2 nº4Arauto ano 2 nº4
Arauto ano 2 nº4inbrasci
 
Relatório de missões 2 de agosto a 20 setembro 2018 missao na kombi
Relatório de missões 2 de agosto a 20 setembro 2018 missao na kombiRelatório de missões 2 de agosto a 20 setembro 2018 missao na kombi
Relatório de missões 2 de agosto a 20 setembro 2018 missao na kombiBruno Da Montanha
 
Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiª parte
Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiª parteChamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiª parte
Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiª parteOwn Steps Owner
 
ENLACES SOLIDÁRIOS Cuba 2011
ENLACES SOLIDÁRIOS Cuba 2011ENLACES SOLIDÁRIOS Cuba 2011
ENLACES SOLIDÁRIOS Cuba 2011oficinativa
 
Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte
Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parteChamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte
Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parteOwn Steps Owner
 
Cartilha educação patrimonial jocenaide rosetto
Cartilha educação patrimonial   jocenaide rosettoCartilha educação patrimonial   jocenaide rosetto
Cartilha educação patrimonial jocenaide rosettoGleibiane Silva
 

Semelhante a Caserna do Cimo do Lugar Nº26 (20)

Revista SINESTESIAS n° 1
Revista SINESTESIAS n° 1Revista SINESTESIAS n° 1
Revista SINESTESIAS n° 1
 
Texto nº 4
Texto nº 4Texto nº 4
Texto nº 4
 
Atitude Laranja Calheta (VersãO Final)
Atitude Laranja   Calheta (VersãO Final)Atitude Laranja   Calheta (VersãO Final)
Atitude Laranja Calheta (VersãO Final)
 
Jornal feito por militantes da JSD Calheta - Atitude Laranja
Jornal feito por militantes da JSD Calheta - Atitude LaranjaJornal feito por militantes da JSD Calheta - Atitude Laranja
Jornal feito por militantes da JSD Calheta - Atitude Laranja
 
Atitude Laranja Calheta (VersãO Final)
Atitude Laranja   Calheta (VersãO Final)Atitude Laranja   Calheta (VersãO Final)
Atitude Laranja Calheta (VersãO Final)
 
Atitude Laranja Calheta (VersãO Final)
Atitude Laranja   Calheta (VersãO Final)Atitude Laranja   Calheta (VersãO Final)
Atitude Laranja Calheta (VersãO Final)
 
Ata de 15 de dezembro 2012
Ata de 15 de dezembro 2012Ata de 15 de dezembro 2012
Ata de 15 de dezembro 2012
 
Artigo renato casimiro
Artigo renato casimiroArtigo renato casimiro
Artigo renato casimiro
 
Projeto neemias reconstruindo vidas
Projeto neemias reconstruindo vidasProjeto neemias reconstruindo vidas
Projeto neemias reconstruindo vidas
 
Edição nº 77.1 do informativo o serrano verso
Edição nº 77.1 do informativo o serrano   versoEdição nº 77.1 do informativo o serrano   verso
Edição nº 77.1 do informativo o serrano verso
 
usina porecatu/antonio inacio ferraz
usina porecatu/antonio inacio ferrazusina porecatu/antonio inacio ferraz
usina porecatu/antonio inacio ferraz
 
Discurso cidadão olindense
Discurso cidadão olindenseDiscurso cidadão olindense
Discurso cidadão olindense
 
Arauto ano 2 nº4
Arauto ano 2 nº4Arauto ano 2 nº4
Arauto ano 2 nº4
 
Relatório de missões 2 de agosto a 20 setembro 2018 missao na kombi
Relatório de missões 2 de agosto a 20 setembro 2018 missao na kombiRelatório de missões 2 de agosto a 20 setembro 2018 missao na kombi
Relatório de missões 2 de agosto a 20 setembro 2018 missao na kombi
 
Evora100limites
Evora100limitesEvora100limites
Evora100limites
 
Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiª parte
Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiª parteChamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiª parte
Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiª parte
 
MEMORIAL -COMUNIDADE. (1).pdf
MEMORIAL -COMUNIDADE. (1).pdfMEMORIAL -COMUNIDADE. (1).pdf
MEMORIAL -COMUNIDADE. (1).pdf
 
ENLACES SOLIDÁRIOS Cuba 2011
ENLACES SOLIDÁRIOS Cuba 2011ENLACES SOLIDÁRIOS Cuba 2011
ENLACES SOLIDÁRIOS Cuba 2011
 
Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte
Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parteChamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte
Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte
 
Cartilha educação patrimonial jocenaide rosetto
Cartilha educação patrimonial   jocenaide rosettoCartilha educação patrimonial   jocenaide rosetto
Cartilha educação patrimonial jocenaide rosetto
 

Caserna do Cimo do Lugar Nº26

  • 1. Caserna Do Cimo do Lugar Nº26 Agosto de 2021 Diretor: José Rachado Grafismo: Carolina Dionísio, Ruben Leal Propriedade: União Desportiva de Felgar Redação: Felgar Fundadores: Dinis Teixeira, Olinda Sá, José Rachado - 1994 21º Aniversário da UDF Em Destaque na reportagem fotográfica a “PÁSCOA” Fotografia de Tozé Carneiro
  • 2. Agosto de 2021 - ATUALIDADE 2 Caserna Do Cimo do Lugar Tradições que se vão mantendo… O Felgar é bastante conhecido por ser uma al- deia Rica nos seus costumes e tradições, e uma das mais variadas tradições realiza-se na Pás- coa. Também nessa noite, ao contrário de várias al- deias que costumam “roubar” vazos na noite de São João, na nossa aldeia isso acontece na ma- drugada do Domingo de Páscoa. Os mais jovens juntam-se e dão voltas pela aldeia para “roubar” vazos por todas as casas do Felgar, com o in- tuito de os colocar em frente a igreja para enfei- tar e embelezar a praça para a Missa do Domingo Santo. A Páscoa, desde que eu me lembro, sempre se realizaram as celebrações religiosas na Semana Santa. Começava por o “Domingo de Ramos” onde a população local se dirigia à missa para a bênção dos ramos (um raminho de oliveira e de rosmaninho), que serviam para ser entregues aos Padrinhos e às Madrinhas. Na quinta-feira santa, à noite realiza-se a missa seguida da procissão do “Encontro do Senhor”, onde se costuma parar em vários pontos para fazer a representação da Via Sacra, incluindo o cântico da Verónica no final. Na sexta-feira santa, decorre sempre a procis- são do enterro do senhor pelas ruas da aldeia. Depois na meia noite de Sábado para Domingo, alguns populares juntam-se para tocar os sinos das várias capelas e igreja, seguido do cântico do “Aleluia” anunciando assim a “Ressuscitação de Cristo” por toda a aldeia. Autoria de Carolina Dionísio
  • 3. 3 Agosto de 2021 - ATUALIDADE Caserna Do Cimo do Lugar No que diz respeito à gastronomia, existem vá- rios pratos tradicionais confecionados nesta al- tura do ano, nomeadamente, os folares de carne, os bolos da páscoa, os folares doces, o cabrito assado e muitos outros. É uma tradição que já se faz há muitos anos não temos uma data certa, mas fico feliz por se ir mantendo e poder participar nela e espero que daqui a muitos anos ainda se fale nesta tradi- ção… Autoria de Carolina Dionísio
  • 4. 4 Abril de 2021 - ANTIGA- Caserna Do Cimo do Lugar Crónica/Desafio - esta é uma crónica que também é um desafio. - esta é uma crónica apolítica. Quando me perguntei sobre o que escreveria nesta crónica, dei por mim a pensar na actuali- dade, e nos muitos temas que poderia abordar. Decidi, após muita introspeção, focar-me em três, que para mim estão intimamente relacio- nados no território interior do nosso país, e di- rectamente relacionável com as minhas origens – a construção da barragem, enquanto ele- mento catalisador da economia local, a deserti- ficação evidenciada pelos últimos censos, e as eleições autárquicas, aí bem à porta. Estas três coisas aparentemente não relaciona- das levar-me-ão a um sentimento que tenho como muito próprio e acho que deveria ser transversal a tudo. Ora bem: Há dez ou quinze anos lembro-me perfeita- mente de falar com Felgarenses das mais diver- sas idades e, estranhamente, detectar um profundo sentimento de contrariedade em rela- ção à futura construção da barragem (que, diga- se desde já, sempre fui, sou e serei a favor). Ouvi argumentos como: “vai gerar neblinas matinais e fazer frio”; “vai tornar inúteis propriedades lá em baixo”; “vão-me expropriar terrenos a baixo custo”; ou ainda “vai trazer para aqui estrangei- ros esquisitos, que vão causar problemas”. Sendo todos argumentos legítimos, porque todas as preocupações em relação ao futuro são legítimas, entrevia nestes discursos uma fi- xação nos pontos negativos, sem análise da po- sitividade do empreendimento: maior empregabilidade dos jovens, atractividade de estranhos (com maior investimento pontual na economia local e flexibilização de futuros para os residentes), potencial turístico, potencial agrícola, futuro empreendedorismo, eu sei lá - bastava pôr a imaginação a funcionar. Depois a coisa começou, e eu desapareci por uns tempos, para voltar o ano passado (2020), de barragem concluída e …nada. Eu que muito viajei por esse país e países, vi al- bufeiras, vi baías, vi criarem turismo à volta de uma cascata perdida no meio do nada, para na- quele momento olhar para uma paisagem idí- lica, bucólica, magnífica, que não deixa de ser o meu Trás-os-Montes, e não ver nada. E pensei – manter-se-á o mesmo pensamento? Depois quando falei com as pessoas vi que (aparentemente) o sentimento tinha mudado. Havia maior aceitação da (inevitabilidade da) coisa, e que já havia ideias para catalisar a exis- tência do objecto em si próprio, desde turismo de albufeira, equipamentos turísticos associa- dos, etc. Projectos contidos, mas projectos. Agosto de 2021 CRÓNICA/DESAFIO Caserna Do Cimo do Lugar Autoria de Nuno Sousa
  • 5. 5 Abril de 2021 - DESTAQUE Caserna Do Cimo do Lugar Confesso que não perguntei sobre ideias acerca do eventual potencial agrícola, que vejo imenso, mas espero que haja esse tipo de ideias, e que não sejam só dos mais velhos, mas que tam- bém os jovens vejam o potencial agrícola, seja através de projectos para terrenos próprios, como de explorar (eventualmente) terrenos de terceiros que se encontrem devolutos, através de alugueres operacionais, bolsas de terrenos, ou outro tipo de conceitos, usufruindo dos mui- tos benefícios que existem para este tipo de ac- tividades e para o local – e fique dito que disponibilizo-me desde já para ir à minha terra trocar ideias, num evento que pretendam orga- nizar, para expor estas e explorar outras mais ideias que possam ajudar a inspirar e catalisar o futuro dos meus amigos de infância, conter- râneos e/ ou outros, residentes num sítio que tanto amo. Infelizmente vi também, novamente, muito do sentimento de inevitabilidade que já antes sen- tia – os jovens tendencialmente irão embora – os emigrantes que vêm no Verão já começam a ficar mais velhos, há cada vez menos vontade de voltar, e a desertificação intensifica-se – os censos de 2021 foram extremamente claros sobre isto. Pouco depois da publicação (parcial) dos cen- sos vi, assim de través, nas redes sociais, serem trocadas acusações partidárias acerca deste tema da desertificação, como se apontar o dedo e não participar fosse a metodologia apropriada para melhorar algo. Ora bem, se não coloco em causa posições e opiniões políticas, que cabem a cada um, e são (todas) legítimas, coloco porém em causa a in- capacidade (que diga-se, é transversal a todo este país) de se criarem consensos entre parti- dos, com interesses similares, e saber criar-se e dar-se valor a ideias e projectos inovadores – há sempre aquela ideia de que todos os projec- tos do antecessor não prestam, e começa-se tudo de novo, gastando mais dinheiro, mais tempo, etc. etc., sem haver uma ideia centrali- zadora, que permita catalisar o melhor de cada ponto de vista. Observando esta “maneira de fazer as coisas” tão tipicamente portuguesa, e integrando o tema da desertificação, que, parece-me, é tam- bém um problema de fundo do Município de Torre de Moncorvo, sou da opinião que, sem uma alteração da forma de agir e de observar a questão, nada acontecerá no futuro. Assim sendo, observa-se que a desertificação é um problema transversal que carece de uma ex- plicação, também ela, transversal. Há poucos objectivos visíveis para quem fica no interior do país, além do suporte às actividades já aí exis- tentes, num ciclo vicioso interminável. Há ca- rências de imensas coisas, começando na disponibilidade de mão-de-obra, até à coisa mais óbvia que me consigo lembrar – os super- mercados fecharem ao domingo! Não sei se esta se mantém como uma reali- dade, mas se bem que pareça algo secundário, é um dos atractivos mais fundamentais para a Agosto de 2021 CRÓNICA/DESAFIO Caserna Do Cimo do Lugar Autoria de Nuno Sousa
  • 6. 6 Abril de 2021 - ANTIGA- Caserna Do Cimo do Lugar fixação de pessoas provenientes de centros ur- banos de maior dimensão – a disponibilidade de bens de consumo a todas as horas. Observando de fora, e tendo em conta o mo- mento presente, em que novos paradigmas la- borais se evidenciam, nomeadamente o trabalho remoto, parece-me claro que a oferta de condições de vida confortáveis, num am- biente sadio, desenvolto e virado para o futuro, será um objectivo de imensas famílias, que pro- curam o escape ao stress, aos constrangimen- tos da vida mais urbana. Assim, relanço um conjunto de ideias, que, não fazendo aparente sentido quando as lancei, há muitos anos atrás, hoje estão devidamente en- quadradas pelos últimos acontecimentos, e até pelo investimento que se pretende seja feito na infraestruturação (a célebre “bazuca”) do País. Sugiro que seja catalisado o potencial de aloja- mento permanente para famílias que preten- dam encetar uma vida no interior, no Município de Torre de Moncorvo, através de iniciativas como: - Atração de investimento imobiliário, com oferta de terrenos a baixo custo, com taxação reduzida para construção de residências; - Infraestruturação digital do concelho, com in- clusão de, por exemplo, cobertura 100% WI-FI, Wi-Fi grátis, etc.; - Angariação de investimento estrangeiro para implementação de, por exemplo, Data-Center na zona, oferecendo terrenos e infraestruturas, em troca da alocação do investimento; - Angariação de investimento de empresas de TI que pretendam deslocar colaboradores (com maior atractividade para empresas que privile- giem criatividade e trabalho remoto); - Angariação de empresas de turismo associa- das ao turismo fluvial, sejam através de parce- rias, como auxílio e facilitação na instalação; - Alteração de paradigma de funcionamento, pri- vilegiando horários de fim de semana para em- presas do concelho; - Promoção do conceito de “Produção de Quali- dade”, privilegiando a qualidade dos produtos fabricados, ao invés da quantidade; - Criação de plataformas de divulgação dos bens vendidos pelos produtores locais, com pe- netração em feiras, e outros canais de venda, que permitam alavancar negócios pequenos; - Criação de roteiros turísticos que integrem pro- dutos locais, localizações específicas, aloja- mentos típicos, eventos típicos, com divulgação em canais de amplo espectro (incluindo estran- geiros); Agosto de 2021 CRÓNICA/DESAFIO Caserna Do Cimo do Lugar Autoria de Nuno Sousa
  • 7. 7 Abril de 2021 - DESTAQUE Caserna Do Cimo do Lugar - Criação de projectos de apoio à agricultura, com disponibilização de gabinete de consulto- ria para jovens empresários da área, com dispo- nibilização de formação específica, facilitação de processos, etc.; - Criação de canais relacionais com as entida- des que gerem a albufeira (INAG?/ APA?), facili- tando respostas a projectos de rentabilização do recurso (turístico, agricultura, etc.); É verdade que aparentam ser objectivos dema- siado ambiciosos, mas a criação de um plano multidimensional, que envolva os vários parti- dos políticos, com o compromisso comum de cumprir o plano, pode, a médio prazo, serem ge- radas pequenas melhorias, atingidos alguns pa- tamares, que permitam alavancar outros objectivos de maior porte. Agosto de 2021 CRÓNICA/DESAFIO Caserna Do Cimo do Lugar Autoria de Nuno Sousa
  • 8. Fotografias de Carolina Dionísio, Tozé Carneiro 8 Agosto de 2021 - REPORTAGEM FOTOGRÁFICA Caserna Do Cimo do Lugar
  • 9. Fotografias de Carolina Dionísio, Teresa Malburet, Pedro Martins 9 Agosto de 2021 - REPORTAGEM FOTOGRÁFICA Caserna Do Cimo do Lugar
  • 10. Fotografias de Dinis Teixeira, Teresa Malburet, Tozé Carneiro 10 Agosto de 2021 - REPORTAGEM FOTOGRÁFICA Caserna Do Cimo do Lugar
  • 11. 11 Abril de 2021 - ANTIGA- Caserna Do Cimo do Lugar Num novo número da Caserna cabe-me mais uma vez ocupar um cantinho com umas pala- vras que entretenham os leitores assíduos desta publicação. Desta vez opto por um tema actual, o da deser- tificação do interior. O nosso concelho teve um deplorável terceiro lugar no que à perda de po- pulação diz respeito, perdendo mais de 20% da população nos últimos 10 anos (dados ainda preliminares). Podemos desculpar-nos dizendo que perder, todos os Municípios do interior per- deram. É verdade, mas pior que nós só houve dois municípios, Barrancos e Tabuaço. Esta questão toca-me porque eu sou daqueles que em 2011 não fazia parte dos presentes e em 2021 sim. Ou seja, sou um dos que contri- buiu para um aumento da população no conce- lho, vejo agora que, como em grande parte das decisões que tenho tomado, ando em contraci- clo com o que acontece por estas bandas. As razões para a debandada de pessoas são ló- gicas, torna-se cada vez mais difícil viver numa aldeia, sobretudo para quem é idoso, ou quem constitui família. O acesso a cuidados de saúde é desproporcional, o acesso aos serviços tam- bém, é sempre mais cómodo viver numa sede de concelho, ou numa grande metrópole do que numa aldeia do interior, onde quase todos os serviços são inacessíveis e de acesso injusto face a habitantes de outros locais. Para quem tem crianças a diferença é gritante, a oferta de ocupação e aprendizagem para as crianças é inexistente, ou quando existe, é desproporcional relativamente à sede de concelho e pior ainda comparando com o litoral do país e estrangeiro. Tudo parece arrastar os cidadãos para a contí- nua despovoação dos meios rurais. Por cá ficam os chicos-espertos, os medrosos e os apaixonados. Muito se pode opinar sobre a solução para esta debandada geral, muito se pode discutir sobre a solução, mas uma coisa é certa, o caminho não é o dos últimos 45 anos. O “rumo certo”, como alguém que falhou redondamente esse rumo publicitava, não é este, não era aquele, nem o que o antecedeu, continuamos sem o co- nhecer. Não serei eu nestas curtas palavras a dizer qual será, porque teorias há e haverá mui- tas, mas a certa será de certeza a vinda de al- guém que se mantenha cá não por chico-espertice, não por resiliência, não por medo, mas sim por paixão. Com tanta ideia negativa pode-se questionar o que é que leva alguém, depois de vivenciar rea- lidades diferentes, trabalhar com outras cultu- ras e dimensões muito superiores, querer regressar. Não me alongarei mais, tenho a noção do con- fuso que pode parecer este pensamento, mas acabo com uma ideia que ninguém nega. A pai- xão move o mundo. Agosto de 2021 ATUALIDADE Caserna Do Cimo do Lugar Autoria de José Rachado
  • 12. Palavras Cruzadas Solução do número 25: Soduko Agosto de 2021 -PASSATEMPOS Caserna Do Cimo do Lugar