Baile da Saudade / Loja Maçônica Segredo, Força e União de Juazeiro Ba
Homenagem a José Leite de Souza
1. AUTOR: PROF. RENATO CASIMIRO
Eng. Quimico, DSc (USP, 1984)
FJN – Faculdade de Juazeiro do Norte
BOA TARDE PARA VOCÊ, JOSÉ LEITE DE SOUZA
Durante as celebrações do Centenário de Juazeiro do Norte, eu tive a
oportunidade de conhecer um destes juazeirenses ilustrados que veio para
estar conosco, trazendo uma grande legião de amigos baianos, para juntos
inaugurarmos um monumento ao ex-deputado Floro Bartholomeu da Costa.
Foi assim que o conheci José Leite de Souza, voltando à sua cidade natal,
empenhado em contribuir para aquela que bem poderia ter sido uma grande
festa, se fazendo acompanhar do prefeito de Ilhéus, do bispo diocesano, de
empresários e muitos amigos de sua terra adotiva.
Esse era e continua sendo o seu itinerário afetivo e emocional, como
daqueles que, em sendo bom filho, volve sempre à sua terra, das heranças
ternas de seus pais e avós, para celebrar a grande graça desta naturalidade,
como agora quando você está aqui, novamente presente neste 7 de
Setembro.
Saúdo você, caro amigo, por esta sua fidelidade e disponibilidade de
continuar repetindo esta peregrinação, aos seus 72 anos de vida, daqui se
retirando há mais de meio século, para novas conquistas, fixando-se em
Ilhéus, estabelecendo-se no comércio, iniciando esta vitoriosa caminhada
de sucessos na vida privada e no que lhe foi possível contribuir para a uma
2. benemérita ação comunitária.
Assim, ficaram aqui as saudades dos que o viram partir, na figura daquele
jovem rapaz, filho de João Leite de Souza e Josefa Bezerra Lima, estudante
saído do Grupo Escolar Padre Cícero e da Escola Técnica de Comércio,
balconista do Armarinho Padre Cícero, que pertencia a seu pai.
Daí por diante foram chegando as notícias que nos diziam dos seus
empreendimentos comerciais, como a inicial Loja Credi Joias, e o que mais
se sucedeu nestes anos, passando pela Joalheria A Pérola, pela Óptica
Cruzeiro, pela Safira Presente, pela Óptica Safira, pelas lojas na Central de
Abastecimento do Malhado e no terminal Rodoviário do Fundão, até o
Hotel Cacau D`Ouro.
Toda esta caminhada se fez solidariamente à CDL de Ilhéus, que você
ajudou a fundar e foi presidente por três gestões, na Associação Comercial
que você presidiu em duas gestões, e no Sindicato do Comércio Atacadista
e Varejista de Ilhéus que você também ajudou a fundar.
E por todos estes méritos creditados ao seu irrequieto sentimento de pronta
disposição ao trabalho, Ilhéus não deixou de tributar-lhe homenagens,
atribuindo diplomas, títulos, comendas, medalhas e um grande
reconhecimento público a quem sempre esteve à frente de suas melhores
conquistas.
Revê-lo, reencontrá-lo na cidade é destas coisas que nos emociona e de
certo modo nos comove face o seu grande sentimento de compromisso
social com esta cidade de suas origens, como se a nos dizer que a si
também é verdade que você saiu de Juazeiro, mas Juazeiro nunca saiu de
dentro de si.
Mais recentemente, estamos vendo de perto o seu empenho em se manter
engajado e fazendo investimentos bem voluntários na direção da campanha
que se alimenta em diversos setores da sociedade, para a Reabilitação
Histórico-Eclesial do Padre Cícero Romão Baptista.
Esta é uma questão notável que a todos nós deveria impregnar com
entusiasmo, pois além da motivação justíssima como compreendemos toda
a vida e a ação de nosso Patriarca, é de caráter imperioso que lutemos por
isto que é o passar a limpo a sua história e a grandeza de seu ministério.
Não se reveste, portanto, de qualquer exagero o fato que devemos também
repetir como você nos diz e está escrito em material da campanha com as
frases provocativas: “Chega de tanta espera. Queremos a Reabilitação do
Padre Cícero já”.
Felizmente, Zé Leite, em muitos anos nos quais a figura polêmica do Padre
Cícero mereceu densos estudos por intelectuais, institutos e academias,
gradativamente se foi acrescendo um acervo de valor inestimável sobre
novas luzes, olhares e saberes que muito tem contribuído para esta revisão.
Por depoimentos já colhidos de autoridades eclesiásticas bem qualificadas e
aqui manifestadas, queremos crer que as questões pendentes neste
processo, e que implicam na demora do pronunciamento de Roma, estejam
próximas a uma solução definitiva e breve.
Há quem sonhe como você Zé Leite, que este dia realmente esteja próximo
e seja a hora marcada para o reconhecimento pleno de tudo aquilo que nos
3. importa, sobre reabilitação, sobre romaria, e com certeza também para a
canonização e a criação da Diocese de Juazeiro do Norte.
No folheto que você me deu, aí também está estampada a imagem plena
desta esperança, quando até voltaremos a nos encontrar, quem sabe,
recebendo aqui no Juazeiro o Papa Francisco.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do
Norte, em 07.09.2015)