Este documento descreve uma intervenção artística temporária realizada por estudantes de arquitetura em uma cidade histórica no Brasil. Eles cobriram um muro de concreto com balões coloridos pendurados por fios, adicionaram monóculos com fotos iluminadas no muro, e motores que vibravam os fios para criar movimento. A intervenção transformou visualmente a rua e atraiu a curiosidade dos moradores.
4. introdução
Este caderno visa
descrever uma intervenção
realizada em Junho
de 2015, por alunos
do primeiro período
d e A r q u i t e t u r a e
Urbanismo da UFMG, com
o intuito de modificar
temporariamente um
local, levando
em consideração todas
as caracteristicas e
especificidades deste.
5. local
A cidade escolhida foi
a antiga e pacata Casa
Branca (também conhecida
por Glaura) - que na
verdade é um distrito
do município de Ouro
Preto - Minas Gerais).
Criada aproximadamente
no século XVIII - auge
da exploração do ouro
no Brasil - a cidade
mantém uma arquitetura
colonial, com um clima
muito acolhedor assim
como seus moradores.
glaura
O local escolhido pelo
grupo foi um grande
muro localizado na Rua
do Contorno. A escolha
do local foi devido à
discrepância que este
gera em relação à cidade,
seu tamanho e monotonia
quebram a harmonia de
Casa Branca. A parte da
rua que localiza-se o
muro é bem estreita e a
largura da calçada não
passa de 40cm, tornando
a passagem inóspita.
6.
7. intervenção
O objetivo da nossa
intervenção foi quebrar
a monotonia e estagnação
da rua causadas pelo
muro - aproveitando o
aspecto de passagem.
Também instigar a
curiosidade de quem
passa se perguntando
o que há por trás
dele. Para dar mais
movimento, usamos balões
pendurados um a um, as
sombras geradas foram
mais um elemento visual
que ajudou a tornar
a passagem agradável.
Para a questão da
curiosidade, montamos
monóculos com fotos
em seu interior e os
fixamos nos tijolos de
concreto, simulando
a situação de alguém
olhando através do muro.
Optamos em montar também
um sistema com motores
para vibrar os cordões
em que estavam amarrados
os balões, criando um
movimento diferenciado.
Ao ligar todos, o som
gerado pelos motores
criou uma ambiência e
enriqueceu bastante o
efeito que queríamos, ao
diversificar os elementos
presentes na rua.
8. Baloes
Cobrimos um “corredor”
de 50 metros da rua
com 500 balões tamanho
5. Para pendurá-los,
usamos fios de nylon
ligando o muro com as
casas do outro lado da
rua (aproximadamente 4
metros). No muro, usamos
ganchos de arame para
prender uma ponta do fio
e nas casas amarramos
nas estruturas dos
telhados, ou calhas
por exemplo. Com um
espaçamento médio de
1 metro entre os fios,
totalizaram 50 fileiras
com 10 balões cada. Para
conectar o balão a esses
fios, cortamos pedaços
menores de nylon (entre
30 e 100 cm) e amarramos
uma ponta num balão e a
outra no fio. O tamanho
desses nylons menores,
são o suficiente para
que os balões chegassem
a altura da cabeça de
uma pessoa de estatura
média. Para facilitar
o processo, usamos
inflador elétrico para
os balões. Após dar o
nó, é importante achatar
o balão, moldando-o
para que perca seu
aspecto de festa e
adquira um formato mais
arredondado.
9.
10. ;;
Monóculos
Construímos 10 monóculos,
presos com cola quente no
muro, cada um com uma foto
em seu interior, e ao
que a pessoa interagia
com o tubo móvel, mais
elementos dessa foto
se revelava. A parte
externa fizemos de papel
paraná - no formato
mostrado nas fotos a
seguir - e para o tubo
usamos metade de uma
garrafa pet de 300mL,
sendo que na parte da
tampa colamos um rolo
de acetato (saíndo do
monóculo) que é onde
a pessoa aproxima os
olhos, já a abertura
da garrafa virada
pra dentro, colamos
uma lente de aumento
feita de plástico
(vende em formato de
cartão em papelarias),
proporcionando uma
certa imersão. Para o
mecanismo de tornar o
tubo móvel, furamos 4
lados da garrafa e as
4 faces do monóculo,
passamos pelos furos
aqueles elásticos de
escritório. A foto só
terá um bom efeito se for
de resolução muito boa
e com muitos elementos.
Para a iluminação
dessas fotos, fizemos
um circuito em série
de 3 leds brancos de
alto brilho com um
resistor e uma bateria
de 9v, colamos esses
componentes nas paredes
internas dos monóculos,
de modo que não apareça
nenhum componente nem
os fios quando alguém
estiver utilizando.
Tomamos cuidado também
para o led não formar
pontos de reflexo na
foto e os colamos com
uma certa inclinação,
não virado diretamente
para a foto.
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12. Motores
Para o sistema de
vibração dos cordões
e também o som da
intervenção, usamos
como suporte uma placa
quadrada de 10x10cm
de papel paraná e
fixamos nele um motor
de corrente contínua
de 3,5V conectado
numa bateria de 9V.
No caso do motor, não
faz diferença em qual
terminal conectar o
positivo da bateria,
isso apenas controla
o sentido de rotação.
Para interligar aos
cordões, colamos uma tampa
de garrafa pet ao motor
, para isso furamos o
meio da tampa com ferro
de solda e encaixamos
no eixo do motor ,
após isso colamos com
cola quente (não foi
a melhor solução nesse
caso, em pouco tempo de
funcionamento a tampa
se solta do motor).
Colamos na tampa um
pedaço de arame e nele
um segundo pedaço foi
colocado para interligar
ao cordão (fotos a
seguir). Ao todo foram 25
placas alternadas nos 50
cordões e para fixa-las
ao topo do muro usamos
bastante cola quente.
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14. vv
iluminação
A iluminação do projeto
também é um elemento
importante para causar
o clima certo para a
proposta. Usamos 4 mini
olofotesdistribuídosnos
50 metros de intervenção
- apoiados nos telhados
das casas,iluminando
os balões. Cobrimos
os olofotes com folha
gelatina nas cores
vermelho e azul. Optamos
por duas cores para
produzir mais sombras.
No caso da azul, a cor
não ficou tão forte,
mas nossa tentativa
de colocar duas folhas
juntas foi falha, pois
a gelatina funciona
se resfriando na face
voltada para o ambiente,
logo, colocando duas, a
de dentro se derreteu
pois não houve o
resfriamento. Outra dica
é desligar o poste de
iluminação da rua, para
as cores dos olofotes se
intensificarem. Para a
fonte de energia usamos
5 extensões grandes
e pedimos as tomadas
nas casas à frente, é
importante isolar bem
os cabos para evitar
curto circuitos.
15.
16. resultado
Ao final do dia, a
populaçãodacidadecomeçou
a chegar e se apropriar
das intervenções. O que
poderia ter melhorado
mais o resultado, seria
se os monóculos tivesem
algum mecanismo de
ajuste de altura para
que pessoas de todas
as alturas pudessem
ver as fotos sem
dificuldade. Fora isso,
ficamos satisfeitos com a
reação de todos, e
a ideia de tornar a
passagem da rua mais
agradável foi atingida.
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18. Integrantes:
antonino calichio, carolina almeida
jordan de oliveira, lucas dias
mayara almeida, natalia ravagnani
raquel ivo, rayane minas
Fotografia por:
carolina almeida, lagear - ufmg
lucas dias
Edição:
jordan de oliveira