Pesquisa da CNI mostra que 92% das indústrias brasileiras são afetadas pela burocracia, que eleva custos e atrasa investimentos. Os empresários apontam problemas principalmente nas legislações ambiental e trabalhista. A burocracia é percebida de forma mais intensa por médias e grandes empresas.
Apresentação | Propostas da Indústria para as Eleições 2014
Burocracia afeta 92% das indústrias brasileiras
1. GERÊNCIA-EXECUTIVA DE JORNALISMO
Diretoria de Comunicação
10/09/2012 - ECONOMIA
Burocracia afeta nove em cada dez indústrias brasileiras
Pesquisa da CNI mostra que excesso de obrigações legais aumenta custos e atrasa investimentos.
Para os empresários, o problema é maior nas legislações ambiental e trabalhista
O excesso de burocracia prejudica a competitividade de 92% das indústrias brasileiras, eleva os custos,
desvia recursos das atividades produtivas e atrapalha os investimentos. As informações são da Sondagem
Especial Burocracia, feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para mais da metade dos
empresários (52%), o impacto da burocracia na empresa é alto. Realizada entre 2 e 17 de abril, a pesquisa
ouviu 2.388 industriais em todo país. Desses, 1.835 são da indústria de transformação, 116 da extrativa e
437 da construção.
A análise dos dados foi feita em dois blocos: um que reúne as avaliações da indústria da construção e outro
da indústria de transformação e extrativa. No geral, os empresários dos três setores relatam que enfrentam
uma série de problemas no cumprimento das obrigações legais. Entre as dificuldades, destaca-se o número
excessivo dessas obrigações, com 85% das respostas. Em segundo lugar, vem a complexidade das
obrigações legais, com 56% das assinalações, e, em terceiro, com 41% das respostas, os entrevistados
citaram a alta frequência das mudanças.
Entre os principais impactos da burocracia nas empresas citados pelos entrevistados estão a elevação dos
custos de gerenciamento dos trabalhadores, com 58% das menções, o aumento do uso de recursos em
atividades não ligadas diretamente à produção (57% das respostas) e o atraso na realização dos
investimentos (40% das assinalações).
CERTIFICADOS E LICENÇAS – Procedimentos excessivamente burocráticos complicam a obtenção de licenças e
alvarás, dizem os empresários. Para 76% dos entrevistados, é alto o grau de burocracia na emissão de
certificados e licenças ambientais. Apenas 7% dizem que a burocracia é baixa na legislação ambiental. Na
avaliação de 70%, a burocracia é alta na legislação trabalhista e 66% dizem o mesmo sobre a emissão de
certificados e licenças sanitárias.
A participação em processos de licitação é considerada burocrática por 93% dos empresários. Os
procedimentos para obtenção de financiamento público são complicados para 96% deles. Dos empresários,
95% reclamaram das obrigações contábeis e 88% dos procedimentos para pagamento dos tributos.
De acordo com a Sondagem, quanto maior a empresa, maior é a percepção de que os processos burocráticos
atrapalham a competitividade dos negócios. A maioria, 95% das médias e 94% das grandes indústrias, é
afetada pelo excesso de burocracia. Esse número cai para 88% entre as pequenas empresas.
Na opinião dos empresários, o governo deve investir no combate à burocracia. A prioridade para 73% deve
ser a área trabalhista. Em segundo lugar, como opção mais citada – foi possível apresentar mais de uma
resposta por entrevistado –, aparece, com 55% de menções, o combate à burocracia na legislação ambiental.
Os empresários citaram ainda como sugestões para mudanças que o governo elimine procedimentos para o
pagamento dos tributos (42%), diminua as obrigações contábeis (41%), facilite o trâmite em torno da
previdência social (39%) e facilite a obtenção de licença de funcionamento, alvará de construção ou habite-
se (36%).
2. GERÊNCIA-EXECUTIVA DE JORNALISMO
Diretoria de Comunicação
PROBLEMAS DIFERENTES - Conforme a Sondagem Especial da CNI, a percepção de que a burocracia prejudica a
competitividade das empresas é semelhante em todos os segmentos da indústria. Mas o excesso de
obrigações legais causa diferentes problemas nas indústrias extrativa, de transformação e da construção.
Na avaliação de 47% dos empresários da construção, a burocracia atrasa a finalização do produto/obra ou
serviço. Esse percentual cai para 23% na indústria de transformação e para 25% na indústria extrativa. Para
35% dos construtores, o excesso de procedimentos aumenta o custo de celebração de contratos. Esse
número cai para 21% no caso dos donos de empresas do ramo extrativo e para 17% para os empresários da
indústria de transformação.
As sugestões dos empresários para o corte da burocracia também são diferentes. Na construção, 25%
acreditam que o governo deve priorizar a redução da burocracia nas licitações públicas. O percentual cai
para 12% nas indústrias de transformação, e para 6% na indústria extrativa. Por outro lado, 19% dos
empresários do ramo de transformação e 17% dos que atuam na indústria extrativa reclamam dos
procedimentos aduaneiros. O percentual é de apenas 4% entre os empresários da construção.
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