Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 2.002 pessoas em 141 municípios aponta que oito em cada dez brasileiros consideram o Brasil um País burocrático ou muito burocrático. Quase um terço da população (32%) acredita que o ...

1. Burocracia causa prejuízo de 85 dias no ano
Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com
2.002 pessoas em 141 municípios aponta que oito em cada dez brasileiros
consideram o Brasil um País burocrático ou muito burocrático. Quase um
terço da população (32%) acredita que o Brasil é mais burocrático que o
resto do mundo. Questionados sobre os prejuízos do excesso de
burocracia, a maioria diz que ela aumenta os preços dos produtos e
serviços (77%), dificulta o crescimento do país (73%) e desestimula os
negócios (73%).
O diretor de relações industriais da Federação da Indústria (Fiesc), Henry
Quaresma, estima que para os empresários, 85 dias do ano – quase três
meses – sejam utilizados para coletar dados e documentos a fim de cumprir as
exigências burocráticas. Partindo dessa afirmação, uma empresa com um
faturamento anual de R$ 1 milhão deixa de ganhar (ou tem um prejuízo) na
faixa de R$ 250 mil. “Inevitavelmente esse valor é repassado em menor ou
maior grau ao consumidor”, afirma.
Ainda segundo ele, as empresas pequenas são aquelas que mais sofrem por
conta da demora de um processo burocrático, isso porque não existe um
departamento ou empresa terceirizada que faça o serviço. “Como são
processos separados: um para o RH, outros para o setor tributário e assim por
diante, eles acabam tomando muito tempo”, completa.
Pessoal
Para a população em geral, fazer um inventário, requerer aposentadoria ou
pensão e encerrar uma empresa são os procedimentos mais burocráticos. Em
seguida aparece o processo de tirar passaporte e o de limpar o nome no SPC
ou na Serasa. Os mais simples, na opinião dos entrevistados, são o registro de
nascimento e a obtenção de carteira de trabalho.
Para ajudar a lidar com a burocracia, metade das pessoas contrata um
despachante na hora de encerrar uma empresa, por exemplo. Os serviços de
empresas especializadas também são contratados por 48% quando precisam
fazer um inventário e por 41% quando têm que licenciar, vistoriar ou transferir
um veículo.
Solução
A pesquisa feita pela CNI também aponta, ainda, que mais de dois terços da
população (68%) dizem que o governo deveria eleger o combate à burocracia
como uma de suas prioridades. Para 73%, o excesso de procedimentos
estimula a corrupção, 72% acreditam que incentiva a informalidade e 72%
dizem que faz o governo gastar mais do que o necessário. “Uma solução seria
unificar alguns processos ou taxas, dessa forma reduziria custo e tempo”,
exemplifica Quaresma.
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2. De acordo com o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, combater o
excesso de burocracia é um dos dez fatores-chave necessários para aumentar
a produtividade e a competitividade do Brasil. Atualmente o Brasil está na 130º
posição no quesito facilidade para fazer negócios, que leva em consideração a
situação de 180 países.
Atualmente, países com renda per capita bem próxima à do Brasil apresentam
posições muito superiores, como a Colômbia (45º), o Peru (43º) e a África do
Sul (39º). A meta da CNI é que o Brasil passe para 80º lugar até 2022. Essa
mudança de posição, de acordo com a entidade, se dará com mais clareza às
normas e previsibilidade à sua aplicação, maior celeridade à tramitação judicial,
redução das exigências burocráticas e aperfeiçoamento do sistema de
licenciamento ambiental.
Pesquisa
77% dos brasileiros acham que a burocracia do governo faz com que os
produtos e serviços ofertados pelas empresas fiquem mais caros.
73% dos entrevistados acredita que o excesso de burocracia desestimula os
negócios.
72% da população avalia que o excesso de burocracia estimula a
informalidade.
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