As moedas digitais estão aqui para ficar e estão causando disrupção nos sistemas financeiros. No entanto, o elemento fundamental causador de tal disrupção não são as criptomoedas, mas a adoção do Blockchain.

1. Blockchain: o grande disruptor
Durante os últimos meses, a palavra em alta
no setor financeiro tem sido Bitcoin. Ele está
presente em notícias, é comentada no
trabalho, e existe algum amigo ou conhecido
que está enriquecendo com ela etc. O Bitcoin
tem contribuído para que as moedas digitais
(criptomoedas) se convertam em vox populi.
Os big players (GAFA: Google-Apple-
Facebook-Amazon, Bancos Centrais, Bancos
Comerciais, Visa/Master Card/American
Express Discover, Moneygram/Western
Union, Bolsa de Valores etc.) estão evoluindo
ou se adaptando às moedas digitais em seus
modelos operacionais e de negócios. O tema
é tendência nas ferramentas de busca na
internet e a mídia divulga novas alianças
quase que diariamente. Alguns
evangelizadores se referem, inclusive, às
criptomoedas como “uma força irrefreável”
que chegou para romper os paradigmas do
dinheiro e para revolucionar a forma de se
fazer negócios.
É uma realidade: as moedas digitais estão
aqui para ficar e estão causando disrupção
nos sistemas financeiros. No entanto, o
elemento fundamental causador de tal
disrupção não são as criptomoedas, mas a
adoção do Blockchain.
O Blockchain é uma das tecnologias
fundamentais para o sucesso das moedas
digitais. Em sua essência, é um registro de
informações com características muito
particulares:
• É distribuído: não existe uma única
cópia do registro. Semelhante à
internet, um Blockchain é replicado
muitas vezes, em muitos blocos
encadeados. Por exemplo, o
Blockchain de Bitcoin tem,
aproximadamente, 29.000 blocos
encadeados completos a nível global.
Portanto, a perda de um bloco não
afeta a rede.

2. • É descentralizado: não existe uma
entidade central que administre o
Blockchain.
• É imutável: quando uma transação é
registrada no Blockchain, se converte
em um registro definitivo que não
pode ser modificado. As regras para a
resolução de conflitos e remediações
são estabelecidas previamente.
• É interoperável: as plataformas
Blockchain podem ser integradas com
todo tipo de registros e banco de
dados, inclusive aqueles operados
por instituições financeiras e bancos
centrais.
• Baseado em identidade: assinaturas
digitais habilitam a identificação dos
participantes no momento da
contrapartida da transação, além de
autorizar e verificar transações.
• Incorpora a segurança criptográfica:
as identidades, informações e
transações registradas em uma
plataforma Blockchain são protegidas
por meio de criptografia avançada.
A soma de todas essas características
permite que o Blockchain seja entendido
como um protocolo de internet que garante
a “confiança plena” na rede. Por meio de sua
utilização, é possível realizar uma transação
segura sem que exista confiança entre as
partes, e sem que haja a necessidade de um
terceiro (um árbitro) que garanta a
identidade dos participantes na transação e
que ateste sua validade.
Essa característica de descentralização torna
o Blockchain uma força disruptiva no
mercado. E com potencial de mudança para
muitos meios tradicionais nas transações
financeiras. Tanto pela transparência e
descentralização, como também, por seu
potencial de redução de custos.
Esteban Martinez Lopez - Diretor de Banco
Disruptivo & Blockchain, everis Américas