1. Hidráulica dos Solos
o poder da água !
Prof. Dr. Gérson Miranda
mirandadosanjos@gmail.com
2. o Equação de Bernoulli;
o Lei de Darcy;
o Condutividade Hidráulica;
Determinação da Condutividade Hidráulica dos Solos;
Variação Direcional da Permeabilidade;
Condutividade Hidráulica em Solos Estratificados;
o Ensaios de Campo;
o Equação da Continuidade de Laplace;
Redes de Fluxo;
Cálculo da Percolação;
Redes de Fluxo em Solos Anisotrópicos;
Solução Matemática do Problema de Percolação;
o Subpressão sob Estruturas Hidráulicas;
o Rebaixamento Temporário de Aquíferos.
EMENTA
3. 75% DA SUPERFÍCIE TERRESTRE É OCUPADA POR ÁGUA
97% DESTA ÁGUA É SALGADA (Custa caro dessalinizar)
DO VOLUME DE ÁGUA DOCE (3% Restante):
75% está congelada nos polos ou em grandes prof. (Aquíferos).
APENAS 0,5% DA ÁGUA EXISTENTE (APTA AOS HUMANOS) E
NA MAIORIA, SUBTERRÂNEA
... a água chegou, e agora ??? Estudo do movimento da água
4. Na natureza existe um sistema de circulação de água que envolve
processos de precipitação (chuva ou neve), condensação e evaporação.
Este sistema é denominado ciclo hidrológico
5. Hidráulica dos solos: aborda o escoamento da água nos solos e
implicações em obras de Engenharia
A água pode ser considerada incompressível e sem resistência ao
cisalhamento. Exerce pressões nos poros do solo (pode levar um
maciço ao colapso)
A água ocupa maior parte ou a totalidade dos vazios do solo.
Se desloca devido à diferença de potencial (Carga Total).
Estudo de percolação: Cálculo de vazões, análise de recalques,
estudos de estabilidade, dimensionamentos de sistemas de
drenagem, etc.
Tensão Efetiva !!
Gradiente
hidráulico elevado
7. Na pratica, o Engenheiro deve prever pressões de água, vazões e, em
determinados casos, é um desafio obter uma resposta correta. Na Figura,
observa-se uma situação em que há nível dá água suspenso, nível d’água
local e uma camada mais permeável na qual as pressões de água não
estão regidas pelo os condicionantes locais, e sim por uma carga de
pressão mais elevada
Piezômetroooosssss !!!!
Altura da coluna de água
10. MOTIVAÇÃO
O conhecimento da permeabilidade do solo é requerido em muitos projetos de
construções em que a DRENAGEM é uma característica importante.
13. A represa de Gleno era uma represa
de múltiplos arcos no riacho Gleno, no Valle di Scalve,
na província de Bergamo , no norte da Itália . A
barragem foi construída entre 1916 e 1923 com o
objetivo de produzir energia hidrelétrica . Uma parte da
barragem ROMPEU e “explodiu” 40 dias após o
reservatório estar cheio, em 1º de dezembro de 1923,
14. Introdução
presença da água:
Água adsorvida: envolta na partícula sólida por forças de adsorção;
Água capilar: acima do lençol de água devido à capilaridade.
Água livre: Abaixo do nível freático podendo percolar sob o efeito da gravidade.
... Solos Não Saturados
15. Experiência de Reynolds (1883):
Regimes de escoamento: laminar e turbulento;
Permitiu o fluxo de água através de um tubo transparente
(introdução do corante);
i)Variou o diâmetro (D) e comprimento (L) do tubo e a perda de
carga (h), medindo a velocidade;
ii) O fluxo de água se torna turbulento a partir de uma velocidade
crítica, que é função do diâmetro do conduto, das propriedades do
fluido e do número de Reynolds (para Re=2000, e água a 20ºC):
D
vc
4
10
.
28
ν= f(D)
16. Regime laminar: Partículas com trajetórias retilínea (relação linear i x v);
Regime turbulento: Partículas movem-se em diversas direções;
Velocidade crítica (νc): fronteira entre o fluxo laminar e turbulento
17. Teorema de Bernoulli
Escoamento de líquidos (regime laminar ou turbulento) em dutos ou canais a céu
aberto;
“Ao longo de qualquer linha de escoamento, a energia total H é constante e igual
a soma das energias de posição (ou potencial Z), piezométrica (p/) e cinética
(ν2/2g)e a correspondente perda de carga (h) por atrito nas paredes do duto”
cte
h
g
v
p
z
H i
i
i
2
2
zi= energia de posição ou potencial;
pi= energia de pressão;
= densidade do fluido;
νi=velocidade do fluido;
g= aceleração da gravidade.
Irmãos
Matemáticos
18. Carga = (Energia/massa)
h=H = he + hp
Equação de Bernoulli: se aplica ao fluxo de água através do solo (energia ou
carga total de um ponto no fluido);
19. FLUXO UNIDIMENSIONAL
Definidos os tipos de cargas relevantes no estudo da Mec. Solos, (he,hp,ht)
1) Ocorrerá fluxo sempre que houver uma diferença de potencial ou perda de carga total
(h).
2) Toda a perda de carga se dará na amostra de solo (Não há perda de carga no fluido)
3) O Fluxo se dará no sentido do MAIOR para o MENOR potencial
# Dependendo da geometria do problema (hp e he podem ser negativos, mas, sempre, tem-se
h=H=hp+he)
20. Sendo z a carga altimétrica e u/w, a carga piezométrica.
Diagrama de cargas:
Representação das variações de cargas com a profundidade;
Qualquer nível pode ser tomado como referencial;
hp, H e z podem ser negativos;
Carga hidráulica
Para que ocorra movimento da água entre dois pontos A e B é
necessário que haja diferença de carga total entre dois pontos
H = he + hp
Há Fluxo ???
Porque ?
B
A H
H
H
w
u
z
H
28. “A velocidade de percolação v (definida pela razão Q/A) é diretamente
proporcional ao gradiente hidráulico. A constante de proporcionalidade é o
coeficiente de permeabilidade do solo ou a condutividade hidráulica”
A lei de Darcy estabelece que a velocidade aparente de percolação é proporcional
ao gradiente hidráulico:
ki
A permeabilidade é a propriedade que o solo apresenta de permitir o escoamento
da água através dele, sendo o grau de permeabilidade expresso pelo “coeficiente
de permeabilidade”.
Lei de Darcy
29. Velocidade real de percolação:
É a velocidade real com que a água percola pelos vazios do solo (Av<A)
v
p
A
Q
v
A
nA n
An
Q
p
Lei de Darcy
v
p
A
Q
AL
L
A
V
V
n v
v
porosidade
30. Validade da Lei de Darcy;
Fluxo laminar: há uma relação entre o gradiente
hidráulico e velocidade de escoamento (as trajetórias
das partículas não se “cruzam”);
Válida para uma gama de solos (velocidade de
percolação < velocidade crítica), situando-se em
praticamente todos os problemas de engenharia civil;
Exceção: alguns pedregulhos (K>10-1 cm/s).
Lei de Darcy
38. Fatores que afetam a permeabilidade
Segundo Taylor (1948):
C
e
e
D
k w
1
3
2
D – Diâmetro de uma esfera equivalente ao tamanho dos grãos do solo
w=peso específico do líquido
= viscosidade do líquido
C – coeficiente de forma
Equação mostra que k é função do quadrado do diâmetro das partículas;
Permite estudar a influência que o estado do solo e do líquido exercem na
permeabilidade;
embricamento
39. Fatores devido ao fluido
a) Peso específico (w) e viscosidade ()
A permeabilidade depende do peso específico e da viscosidade do líquido.
Ambas propriedades variam com a temperatura (principalmente a viscosidade)
b) Temperatura
A mudança na temperatura modifica a viscosidade do fluido. Os resultados
devem ser obtidos para uma temperatura de referência (20ºC) ou com correção
de temperatura. Quanto maior a temperatura, menor a viscosidade do fluido e
maior o k.
v
T
T
T C
k
k
k
20
20
kt= o valor de k para a temperatura do ensaio;
20= viscosidade da água a 20ºC;
T= viscosidade da água na temperatura do ensaio;
Cv= Relação entre as viscosidades.
40. a) Granulometria
A permeabilidade varia em função do diâmetro médio das partículas. Ex:
Fatores devido ao solo
Equação de Hazen (válida para areias uniformes com CNU<5):
2
100 efet
D
k
Sendo Defet = D10 (em cm)
A influência do tamanho das partículas é maior em areias e siltes onde os
grãos são equidimensionais.
Excel
(.0,85) !
41. )
1
(
)
1
(
2
3
2
1
3
1
2
1
e
e
e
e
k
k
a relação k x e3/(1+e) é linear para areias;
Para argilas há uma relação linear entre e x log K (independente do
material);
k aumenta com para índices de vazios maiores.
b) índice de vazios
De acordo com a fórmula de Taylor (1948), teremos para um mesmo solo com
diferentes índices de vazios:
Fatores devido ao solo
42. c) Composição mineralógica
É importante para o caso de argilas (montmorilonita de potássio, caulinita,
atapulgita, etc);
Areias possuem grãos de quartzo e a influência da mineralogia é pequena.
d) Influência do grau de saturação
k (solo não saturado) < k (solo saturado);
Ar nos vazios constituem um obstáculo ao fluxo de água.
Fatores devido ao solo
43. e) Estrutura (“fabric”) e anisotropia
Combinação das forças de atração e repulsão entre as partículas resulta na
estrutura do solo;
A estrutura tem grande influência em solos argilosos, sendo o fator de maior
influência em argilas compactadas;
A permeabilidade depende quantidade de vazios e da disposição relativa dos
grãos.ex:
Fatores devido ao solo
44. Solos residuais apresentam permeabilidade maiores em função da presença
de macroporos;
Solos compactados com o mesmo índice de vazios, mas com diferentes
umidade de compactação apresentam permeabilidades diferentes (Pinto, 2000):
Fatores devido ao solo
45. Anisotropia:
Permeabilidades diferentes com as direções (ex: vertical e horizontal);
Geralmente kh# Kv: Solos sedimentares e compactados – kh >kv (5 a 15 vezes
maior);
Solos compactados: por serem formados em camadas de pequenas
espessuras;
Solos sedimentares: devido ao processo de deposição, que deixa lentes de
materiais diferentes;
Solos residuais jovens de rochas sedimentares e metamórficas: Devido à
estratificação ou xistosidade da rocha que permanece no solo;
Fatores devido ao solo
k →f (..... “n” fatores)
46. Determinação do coeficiente de permeabilidade dos
solos
Permeabilidade
No laboratório No campo
Métodos diretos:
Permeametros
Métodos indiretos:
-Ens. Adensamento
- Ens. capilaridade
Ensaio de
bombeamento
Ensaios de
infiltração
Correlações
47. 1.Permeâmetro de carga constante
Amostra saturada;
Repetição da experiência de Darcy;
Durante do ensaio é mantida a carga constante;
Mede-se o volume de água (V) percolada em um determinado tempo;
Indicado para solos mais permeáveis (solos com k baixo pode demorar muito
tempo para percolar água).
Aht
VL
Ah
QL
iA
Q
k
Métodos diretos
48. 2. Permeâmetro de carga variável
Indicado para solos mais finos (siltosos ou pouco argilosos);
A perda de carga varia durante o ensaio;
Mede-se a descida da água no tubo (área a);
Dedução da fórmula: Lei de Darcy e conservação da energia.
2
1
log
3
,
2
h
h
t
A
aL
k
Métodos diretos
a = área interna do tubo de carga (cm²)
A= área seção transversal da amostra(cm²);
L=altura do corpo de prova (cm)
h1= distância do nível inicial ao reservatório
(cm)
h2 = distância do nível final ao reservatório
inferior (cm);
t =intervalo de tempo de h1 para h2.
Excel
50. k →f (..... “n” fatores)
Teor de umidade e
sua importância no
valor de “k”
51. 1. Ensaio de adensamento
pode-se calcular o coeficiente de permeabilidade para cada estágio de
carregamento (curva log k x e)
w
v
v
e
a
c
k
1
'
s
e
av
Métodos indiretos e correlações
2. Ensaios de capilaridade: Taylor (1948)
Correlações: Fórmula de Hazen
cv = coeficiente de adensamento (obtido da curva recalque
x tempo – Método de Casagrande ou Taylor)
av = coeficiente de compressibilidade;
e = índice de vazios.
Recalque de solo mole
53. Na medida em que a quantidade de água no solo
decresce, maior é a dificuldade para a passagem
de água.
Em solos não saturados é necessário definir
uma função de permeabilidade, que relaciona
o conteúdo de umidade do solo com a
permeabilidade. A função de permeabilidade
pode ser determinada experimental ou
matematicamente.
PERMEABILIDADE DE SOLO NÃO SATURADO
59. Devido a estratificação do solo, os valores de k são diferentes na direção
horizontal e vertical. Pode-se obter permeabilidades médias nas diferentes
direções vertical e horizontal:
Permeabilidade paralela a estratificação (mesmo gradiente hidráulico):
Heterogeneidade
h1
h3
60. Heterogeneidade
Permeabilidade perpendicular a estratificação, a velocidade ν é constante:
Em um meio isotrópico: k1=k2=kn. Obtém-se pelas fórmulas acima kv=kh.
Em um depósito estratificado kh > kv
65. Força de percolação
A água transmite parte de sua energia (carga hidráulica) ao meio poroso por
atrito viscoso. Esta ação da água é chamada de força de percolação.
É uma força de massa, como o peso próprio do material (com direção e sentido
do gradiente hidráulico)
A força de percolação pode provocar:
- Alteração no estado de tensões efetivas, podendo levar à condição de areia
movediça;
- Erosão interna, quando as partículas finas são arrastadas, podendo provocar a
formação de tubos (“piping”).
84. Realizados em furos de sondagem ou piezômetros;
Carga constante ou carga variável;
Consiste em perfurar um comprimento L abaixo da cota do revestimento
(enche-lo de água, mantendo por pelo menos 10 minutos – carga cte);
Pode ser feito acima ou abaixo do NA (carga constante);
Pode ser feitos em várias profundidades (perfil de permeabilidade);
Baixo custo.
Campo: Ensaio de infiltração
85. Campo: Ensaio de infiltração
Carga constante (furo de sondagem)
h
F
Q
k
F=Fator de forma (F=2,75D)
Procedimento:
Preenchimento do tubo de revestimento com
água;
Mantém-se o nível constante;
Mede-se a vazão
Calcula-se a permeabilidade do solo (fórmula);
Parâmetros necessários: altura livre de
perfuração, posição do nível da água, espessura
das camadas, etc;
Pode ser feito: em diversas profundidades (perfil)
86. 2
1
ln
h
h
t
F
A
k
Campo: Ensaio de infiltração
Carga variável (furo de sondagem)
F=Fator de forma (F=2,75D)
Procedimento:
Preenchimento do tubo de revestimento com
água;
A carga é variável;
Calcula-se a permeabilidade do solo (fórmula);
Pode ser feito: em diversas profundidades (perfil)
87. Consiste em um poço central, no qual se instala uma bomba de recalque
submersa dotada de hidrômetro para medir vazão (água retirada);
Dispõe-se de linhas com piezômetros para medir o rebaixamento do lenço
freático ou da carga piezométrica;
Retira-se água do poço até que a vazão e os níveis de água nos piezômetros
se estabilizem (regime permanente);
Considera o meio poroso homogêneo e isotrópico.
Campo: Ensaio de bombeamento
88. Campo: Ensaio de bombeamento
Válida a hipótese de Dupuit: i= cte em um vertical e é igual à inclinação da
superfície livre
dr
dh
dL
dh
cte
i
1
2
2
1
2
2
ln
)
( r
r
h
h
q
k
w
w r
R
h
H
q
k ln
)
( 2
2
89. Sistemas de rebaixamento de aquíferos:
Bombeamento direto: É o mais simples de todos. Consiste na coleta da água
de valetas, executadas no fundo da escavação, que são ligadas a um ou vários
poços, onde a água é acumulada (quando atinge um determinado volume é
recalcada para fora da zona de trabalho).
Inconvenientes:
- em escavações suportadas por cortinas a força de percolação pode causar
perda de suporte (gradiente hidráulico elevado) e até a paralisação dos trabalhos
(ruptura);
- No bombeamento é importante verificar se não há carreamento de partículas
para fora (provoca recalques em estruturas vizinhas à escavação)
Rebaixamento temporário de aqüíferos
90. Rebaixamento temporário de aqüíferos
Ponteiras filtrantes (“well points”):
Consiste em dispor ao longo da periferia da área a ser rebaixada, um tubo coletor
(d=4”), dotado de tomadas de água com espaçamento de 1m. Nestas tomadas de
água se ligam ponteiras drenantes (tubos de PVC perfurados)
A água extraída do solo pelas ponteiras é conduzida pelo tubo coletor para uma
câmara de vácuo, para onde é recalcada para fora da obra.
Limitações: só permite rebaixar o nível de água entre 4 a 5 metros de profundidade.
Para alcançar profundidades maiores que esta é necessário instalar ponteiras em
diferentes profundidades.
91. Rebaixamento temporário de aqüíferos
Rebaixamento de poços profundos
Tipos: com injetores e com bombas de recalque submersas;
Com injetores: são executados poços de 25 a 30 cm de diâmetro e até 40 m de
profundidade, no interior do qual se instalam os injetores. O espaçamento entre
os poços é de 4 a 8 metros.
A água é injetada por bomba centrífuga através de tubulação horizontal que
possui saídas que se ligam aos tubos de injeção que conduzem a água, sob alta
pressão, até o injetor, instalado no fundo do poço. A água injeta é acrescida da
água aspirada do solo subindo por outro tubo (de retorno) até a superfície.
92. Rebaixamento temporário de aqüíferos
Com bomba submersa de eixo vertical: Empregado em casos que se necessita
de uma maior vazão por poço ou maiores profundidades.
Utiliza-se bombas submersíveis dentro de um tubo-filtro. O acionamento de
desligamento da bomba é feito automaticamente por eletrodos ligados ao motor
da mesma que são acionados pelo contato com a água.
As bombas utilizadas são do tipo turbina, 10cm de diâmetro mínimo, dotada de
vários rotores, com tubo-filtro com diâmetro interno na ordem a 20 cm.
Recomenda-se poços com diâmetros de 40 a 60 cm de diâmetro.
EXCEL
94. A equação da continuidade é dada por:
w
e
s V
Q
Q
dxdy
dxdz
dydx
Q z
y
x
e
dxdy
dz
z
dxdz
dy
y
dydz
dx
x
Q z
z
y
y
x
x
s )
(
)
(
)
(
Equação geral do fluxo em meios porosos
Sendo:
95. O volume de água no elemento é
s
v
w V
e
e
e
S
V
e
e
S
SnV
SV
V )
1
(
1
1
e sua variação no tempo é
t
SeV
V s
w
)
(
Introduzindo a 1º hipótese: os sólidos são incompreensíveis (Vs = cte):
dxdydz
e
t
e
S
t
S
e
V
t
e
S
t
S
e
V s
w
1
1
)
(
)
(
Equação geral do fluxo em meios porosos
96. A equação da continuidade fica então
dxdydz
t
e
S
t
S
e
e
dxdydz
z
dxdydz
y
dxdydz
x
z
y
x
)
(
1
1
)
(
1 t
e
S
t
S
e
e
e
z
y
x
z
y
x
2º hipótese: é válida a Lei de Darcy
dl
dH
k
ki
dz
dH
k
z
dy
dH
k
y
dx
dH
k
x
Equação geral do fluxo em meios porosos
97. Derivando-se (na direção y que é igual para as demais) :
)
(
y
H
k
y
i
v
y
y
3° hipótese: solo é homogêneo
2
2
y
H
k
i
y
y
Equação do fluxo
Equação geral do fluxo em meios porosos
)
(
1
1
2
2
2
2
2
2
t
S
e
t
e
S
e
z
H
k
y
H
k
x
H
k z
y
x
98. Casos particulares
a) Fluxo estacionário: Não há variação das “características” com o tempo
0
2
2
2
2
2
2
z
H
k
y
H
k
x
H
k z
y
x
b) Fluxo estacionário em meio isotrópico (kx=ky=kz)
)
0
(
0 2
2
2
2
2
2
2
H
z
H
y
H
x
H
No caso de fluxo bidimensional (kx=ky)
0
2
2
2
2
y
H
x
H
Equação geral do fluxo em meios porosos
99. c) Fluxo Transiente em meio indeformável (de/dt=0)
Casos:
O grau de saturação varia: fluxo de água em solos parcialmente saturados;
O grau de saturação não varia: cargas hidráulicas não estão em equilíbrio com
as condições de contorno.
e) Fluxo transiente em meio deformável com grau de saturação constante
(dS/dt=0)
Solo saturado (S=100%) )
(
1
1
2
2
2
2
2
2
t
e
e
z
H
k
y
H
k
x
H
k z
y
x
t
H
m
z
H
y
H
x
H
t
e
e
z
H
y
H
x
H
k
w
v
)
(
)
(
1
1
)
(
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
Solo isotrópico
Equação geral do fluxo em meios porosos
100. A equação de Laplace descreve matematicamente muitos fenômenos físicos e entre
eles o fluxo de água através do solo;
A equação acima representa um fluxo bidimensional em um solo isotrópico com
relação à permeabilidade;
O efeito da anisotropia pode ser considerado através de artifícios matemáticos;
A solução da equação de Laplace é composta por dois grupos de funções que
podem ser representados, dentro do domínio do fluxo, por duas famílias de curvas
ortogonais entre si, que satisfazem as condições de contorno.
0
2
2
2
2
y
H
x
H
Fluxo bidimensional est. em meio isotrópico
Poro-pressões
Vazões
Gradientes hidráulicos
Linhas equipotenciais
Linhas de fluxo
+ condições
contorno
101. Soluções para a equação do fluxo
Métodos analíticos ou matemáticos
Método gráfico (Rede de fluxo)
Métodos numéricos
Métodos analógicos
Modelos reduzidos
a) Método analítico
consiste na solução matemática da equação de percolação em condições mais
simples, como por exemplo, fluxo unidimensional (1-D) em que as condições de
contorno são bem definidas:
H
D
Cy
C
y
H
y
H
0
2
2
A aplicação de condições de contorno permite determinar os valores das constantes
C e D.
102. b) Métodos numéricos:
Métodos de diferenças finitas: substituição da equação diferencial do fluxo por uma
equação algébrica. Malha ortogonal e a solução pode ser obtida manualmente ou com
auxílio do computador;
Métodos de elementos finitos: divisão do domínio do problema em elementos
conectados através de alguns pontos que interagem entre si;
Métodos de elementos de contorno: A fronteira do domínio é dividida em elementos.
Soluções para a equação do fluxo
103. c) Métodos analógicos
Se baseiam na semelhança entre a equação de percolação e as equações que
governam outros fenômenos da física: (a) analogia elétrica, (b) analogia da
membrana tracionada e (c) analogia com fluido viscoso. Exemplo: analogia
elétrica:
Soluções para a equação do fluxo
Fluxo de água em meios porosos Fluxo elétrico em meios condutores
Carga hidráulica total, H Potencial elétrico V
Coeficiente de permeabilidade
Lei de Darcy
Condutividade elétrica
Lei de Ohm
Equação do fluxo de água Equação do fluxo elétrico
Linhas de fluxo Linhas de corrente
Linhas equipotenciais Linhas equipotenciais
0
2
2
2
2
y
H
k
x
H
k y
x 0
2
2
2
2
y
V
x
V
y
x s
s
Modelos: eletroanalógicos contínuos (2D e 3D) e eletroanalógicos discretos.
104. Soluções para a equação do fluxo
d) Modelos reduzidos
São utilizados para a simulação de fluxo confinando (em fluxo não confinado
altura da franja capilar é maior no modelo que no protótipo;
Cargas hidráulicas podem ser medidas com piezômetros e as linhas de fluxo
por meio de traçadores coloridos;
105. e) Método gráfico (Rede de fluxo)
O método gráfico que representa o fluxo de água por meio de linhas de fluxo,
que definem a trajetória das partículas de água, e linhas com mesma carga
hidráulica, denominadas linhas equipotenciais, é chamado de “rede de fluxo”
Definições:
- Domínio do fluxo: região sujeita à percolação;
-Fluxo não confinado: aquele que tem como uma das fronteiras uma superfície
livre ou freática (u=0 ou H=z);
Elementos obtidos da rede de fluxo: Vazão total, poro-pressões, gradientes
hidráulicos, velocidades aparentes e vazões localizadas;
Canais de fluxo: trecho compreendido entre duas linhas de fluxo. A vazão em
cada canal de fluxo é constante e igual para todos os canais
Perda de carga entre duas equipotenciais: queda de potencial
Soluções para a equação do fluxo
106. Rede de Fluxo
Método de Forchheimer: consiste no traçado a mão livre das linhas de fluxo e
equipotenciais, sendo que estas se interceptam em ângulos de 90º, formando
elementos aproximadamente quadrados;
Linhas de fluxo e equipotenciais formam figuras basicamente quadradas em
solos isotrópicos e homogêneos.
107. Vantagens:
Uma solução é sempre possível de ser obtida;
Não requer nenhum equipamento
Ajuda a desenvolver a compreensão do problema de fluxo
Procedimento:
Identificar o domínio do fluxo;
Escolher o número de canais de fluxo e traçar as linhas de fluxo
Escolher a relação b/l (em geral trabalhar com 1)
Desenhar as equipotenciais obedecendo: b/l=1;
A interseção de 90º entre as linhas de fluxo e as equipotenciais
Rede de Fluxo
108. Rede de Fluxo
Fluxo em uma barragem
Fluxo fundação permeável de uma cortina de estacas-prancha
109. Rede de Fluxo
Exemplo:
Cortina de estacas prancha
Número de quedas de potencial
(Nq): 12
Número de linhas de fluxo (Nf): 6
Canais de fluxo: 5
110. a) Vazão total
b/l= relação entre os lados do “retângulos”
nf = número de canais de fluxo
nq = número de faixas de quedas de potencial
b= largura do canal do fluxo
l= distância entre duas equipotenciais;
h= perda de carga total
b) Poro-pressões
Conhecido o valor da carga hidráulica em um ponto, pode-se obter hp, uma vez que a
coordenada z já é conhecida (pela geometria). A poro-pressão será dada por:
l
b
n
n
kh
Q
q
f
w
p
h
u
Elementos obtidos na rede de fluxo
111.
112.
113.
114.
115.
116. c) Gradientes hidráulicos
O gradiente hidráulico em uma malha qualquer da rede de fluxo é dado por:
sendo h a perda de carga entre equipotenciais.
d) Velocidades aparentes de vazões localizadas
As velocidades aparentes são obtidas a partir do gradiente hidráulico naquele
ponto:
e as vazões a partir das velocidades:
ki
v
A
q
Elementos obtidos na rede de fluxo
d
n
l
h
l
h
i
.
117. Algumas recomendações para o traçado da Rede
de Fluxo (Casagrande)
Estudar a aparência das redes de fluxo através de casos conhecidos;
4 ou 5 canais de fluxo são em geral suficiente na primeira tentativa;
Observar a aparência geral da rede. Não tentar ajustar os detalhes até que
toda rede esteja aproximadamente correta;
Há regiões na rede nas quais as linhas de fluxo devem ser aproximadamente
retas e paralelas; os canais de fluxo devem ter a mesma largura e os quadrados
são uniformes. Inicia-se o traçado da rede por esta região para facilitar a solução;
A rede de fluxo em áreas confinadas, limitada por contornos paralelos, é
simétrica, consistindo em curvas de forma elíptica;
Notar que as condições de contorno podem introduzir certas peculiaridades a
rede de fluxo.
118.
119. Exemplo
Para a cortina de estacas prancha apresenta abaixo determinar as pressões de
água na cortina, a vazão que percola e o gradiente de saída. A permeabilidade do
terreno é 3.10-7m/s.
120.
121.
122.
123. Para a cortina de 10 metros de comprimento, representada abaixo, calcular:
a) A quantidade de água que percola por mês através do maçico permeável;
b) A pressão neutra no ponto A
Exercício
124. Efeito da anisotropia na rede de fluxo
Com freqüência os coeficientes de permeabilidade não iguais nas duas direções.
O coeficiente de permeabilidade na direção horizontal tende a ser maior do
que a permeabilidade na direção vertical.
Nesta situação as linhas de fluxo não são mais perpendiculares às equipotenciais.
Existe agora uma maior facilidade para que a energia se perca segundo uma
direção preferencial. Como se indica na Figura, há maior permeabilidade na
direção horizontal, e a linha de fluxo se distorce nesta direção.
Matematicamente isto se constata pelo fato da equação de
fluxo não se expressar por uma equação de Laplace.
Para o traçado de redes nesta situação, recorre-se a uma
transformação do problema, como se mostra a seguir
126. Esta equação agora é um Laplaciano. Logo, pode-se traçar uma rede de fluxo, para esta
situação, com linhas de fluxo perpendiculares às equipotenciais. Esta rede de fluxo está
indicada na Figura ABAIXO . A partir dela, retornando-se às abscissas originais, obtém-se a
rede de fluxo verdadeira.
127. Para o cálculo de gradientes e de cargas, o que vale é a rede verdadeira, inclusive no
que diz respeito à direção da força de percolação.
Para o cálculo da vazão surge como questão o coeficiente de permeabilidade a
adotar. Seja ele denominado coeficiente de permeabilidade equivalente, kE
Considere um elemento da rede em que o fluxo seja horizontal indicado na
Figura ABAIXO. Na seção verdadeira, o elemento é retangular, sendo lv maior
do que ”b” pela transformação das abscissas.
128. Ou seja, o coeficiente de permeabilidade equivalente é a média geométrica dos
coeficientes de permeabilidade horizontal e vertical. Com ele e mais h, NF e ND
calcula-se a vazão.
129. ANÁLISE DE FLUXO .... emocional
Quando você imaginar
dificuldade pense um
pouco mais ...
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