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1
ÁREA CIENTÍFICA DE ORTÓPTICA
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DE LISBOA
Espectro electromagnético e meios
ópticos atravessados pela luz
Luís Mendanha
Carla Lança
Wilson Quintino
2
2
Fotometria
 A radiação luminosa (parte da energia radiante) emitida por uma fonte
luminosa ou refletida por um corpo é projetada na retina, pelo sistema
óptico do olho.
 A absorção de energia radiante pela retina desencadeia o processo
visual.
 A energia radiante é constituída por ondas eletromagnéticas com uma
gama de frequências ( ) que variam entre 108 e 1024 seg-1.
 Cada um dos componentes denomina-se de radiação monocromática e
pode definir-se pela sua frequência ou comprimento de onda (λ).
Fotometria: é a parte da radiometria que tem por objetivo a medição da
energia radiante enquanto ativadora de sensações visuais.
Fonte: ARTIGAS, J. M., CAPILLA, P., FELIPE, A., PUJOL, J. (1995). Optica Fisiologica - Psicofísica de la visión.
Madrid: Interamericana McGraw-Hill,.

3
Espetro eletromagnético
Fonte: http://www.igeo.pt/gdr/projectos/agro130/s2p2p1.html
Fonte: ARTIGAS, J. M., CAPILLA, P., FELIPE, A., PUJOL, J. (1995). Optica Fisiologica - Psicofísica de la visión.
Madrid: Interamericana McGraw-Hill,.
O Espetro eletromagnético é constituído por raios Gama, raios x, radiação ultravioleta (UV),
radiação visível, radiação infravermelha (IV), micro-ondas e ondas rádio.
4
Espetro eletromagnético: luz visível
 A luz visível varia entre 380 nm a 780 nm.
 Normalmente nos estudos sobre visão utiliza-se o intervalo 400nm-
700nm.
 No entanto, o olho humano quando adaptado ao escuro pode ser
sensível a comprimentos de onda entre 360 a 830 nm.
Cor
Comprimento de onda
(Å=10-10m)
Comprimento de onda
(nm=10-9m)
Frequência
(1012 Hz)
violeta 4550 - 3900 455 - 390 769 - 659
azul 4920 - 4550 492 - 455 659 - 610
verde 5770 - 4920 577 - 492 610 - 520
amarelo 5970 - 5770 597 - 577 520 - 503
laranja 6220 - 5970 622 - 597 503 - 482
vermelho 7800 - 6220 780 - 622 482- 384
Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/rad/rad/rad.htm
Fonte: ARTIGAS, J. M., CAPILLA, P., FELIPE, A., PUJOL, J. (1995). Optica Fisiologica - Psicofísica de la visión.
Madrid: Interamericana McGraw-Hill,.
5
Observador de referência fotométrico
 A caracterização do sistema visual como recetor de energia
radiante concretiza-se através da determinação da curva de
eficácia luminosa relativa espetral ou curva de visibilidade espetral.
 Esta curva mostra a sensibilidade relativa do sistema visual para
diferentes comprimentos de onda do espetro visível.
 A sua determinação experimental é dada por um observador de
referência fotométrico standard.
Fonte: ARTIGAS, J. M., CAPILLA, P., FELIPE, A., PUJOL, J. (1995). Optica Fisiologica - Psicofísica de la visión.
Madrid: Interamericana McGraw-Hill,.
6
Espetro eletromagnético: luz visível
 Curva de sensibilidade do olho humano ao espectro luminoso.
 Valor máximo da curva = 555nm.
Fonte: http://www.energylabs.com.br/el/ver-documento/401
7
Umbral de luminância
 Umbral absoluto: é a menor quantidade de luz (limiar) em termos
radiométricos (energia) ou fotométricos (luminância) necessários
para que um estímulo seja claramente detetado.
Os parâmetros que afetam o umbral absoluto estão relacionados
com as condições de observação:
 Estado de adaptação prévio à realização da medição;
 Tamanho do “teste” e sua localização na retina;
 Tempo de exposição ao “teste”;
 Comprimento de onda ou cromaticidade do “teste”.
8
Aplicação clínica
dos limiares
Fonte: http://www.cephalon.dk/perimetry.htm
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-
72802008000400008&script=sci_arttext
Fonte: http://www.neec.com/Pages/Services/Other_Specialties/Visual_Electrophysiology.php
Grandezas fotométricas
 Acordou-se internacionalmente utilizar um emissor
de luz padrão e a unidade de intensidade luminosa a candela -
unidade fundamental do Sistema Internacional para a fotometria.
 É utilizada para fontes pontuais e traduz a medida da capacidade
de uma fonte ou uma superfície iluminada para emitir luz numa
determinada direção.
 Corresponde ao fluxo luminoso emitido por um cone muito estreito
que contém determinada direção dividida pelo ângulo sólido do
cone.
9
Fonte: ARTIGAS, J. M., CAPILLA, P., FELIPE, A., PUJOL, J. (1995). Optica Fisiologica - Psicofísica de la visión.
Madrid: Interamericana McGraw-Hill.
Fonte imagens: http://www.prof2000.pt/users/eta/Iluminacao.htm
10
Grandezas fotométricas
Intensidade luminosa
Exemplos:
lâmpada de incandescência de 100 W = 120 cd
lâmpada de bicicleta = 1cd
lâmpada de bicicleta com refletor = 100 cd
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_f5p0-GTrrFw/S-wVCwQIWRI/AAAAAAAAAIU/AlYRqa0P1eg/s320/tabela.JPG
11
Grandezas fotométricas
Fluxo luminoso
A quantidade de luz emitida por uma fonte
de luz ou recebida por uma superfície
é expressa em lumens.
Unidade de fluxo luminoso SI = lúmen (lm)
1 lúmen é o fluxo luminoso emitido num esterradiano por uma
fonte luminosa pontual uniforme no vértice do ângulo sólido e cuja
intensidade luminosa é de 1 candela.
str
lm
cd
1
1 
Fonte:
http://www.prof2000.pt/users/eta/Iluminacao.htm
http://www.profelectro.info/?tag=luminotecnia
12
Grandezas fotométricas
Iluminância
Quando um raio de luz alcança uma superfície
recebe o nome de iluminação.
A quantidade de iluminação ou iluminância define-se como o fluxo
luminoso que incide numa área de superfície determinada, ou seja, por
unidade de área.
Unidade de iluminância SI = lux (lx) ou lumens por m2
1 lux é a iluminação de uma superfície quando recebe normalmente e
uniformemente distribuído um fluxo luminoso de 1 lm por cada m2. 2
1
1
m
lm
lux 
área
oso
fluxolu
ância
Ilu
min
min 
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_pBvpfvR9hwU/TErVhhaHOwI/AAAAAAAAAxo/TxCEJV53eUA/s1600/Iluminancia.jpg
13
Grandezas fotométricas
Iluminância
A iluminância é medida por um aparelho chamado luxímetro, que é
basicamente constituído por uma célula fotoelétrica.
Exemplos:
Dia de sol aberto = aprox. 100 000 lx
Céu enevoado no verão = aprox. 20 000 lx
Boa iluminação de trabalho = aprox. 1000 lx
Boa iluminação rodoviária = aprox. 20 lx
Noite de lua cheia = aprox. 0,25 lx
Rebelo, F. (2004). Ergonomia no dia a dia. Edições Sílabo: Lisboa.
http://www.grx.com.br/MaisProduto.asp?Produto=1009
Grandezas fotométricas
14
Iluminância
Fonte: Pais, A. (2011). Condições de Iluminação em Ambiente de Escritório: Influência no conforto visual.
Dissertação de Mestrado em Ergonomia na Segurança no Trabalho. Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de
Motricidade Humana.
Baixa visão
Níveis de iluminância aconselhados para indivíduos com albinismo
e retinopatia diabética:
 Para orientação = 1000-1500 lux;
 Para o local de trabalho = 600 lux;
15
Grandezas fotométricas – aplicações
Bivar et al. (2003) Subvisão: Retalhos de Saberes na Reabilitação Visual. Lusociência: Loures.
16
Grandezas fotométricas
luminância
É a intensidade de luz emitida ou refletida em uma direção
determinada por área projetada de uma superfície luminosa ou
reflectante.
Quando parte da luz incidente é refletida,
olho humano perceciona esta
superfície como uma fonte de luz.
É a medida do brilho de
de uma superfície.
Fonte: http://www.wikienergia.pt/~edp/index.php?title=Lumin%C3%A2ncia_(medida)
Rebelo, F. (2004). Ergonomia no dia a dia. Edições Sílabo: Lisboa.
17
Grandezas fotométricas
luminância
A sua unidade no Sistema Internacional expressa-se em candela/m2
(também pode ser convertida para sb - stilb).
Exemplos:
Sol = aprox. 150 000 sb
Lâmpada de incandescência = aprox. 200 sb
Lâmpada fluorescente = aprox. 1 sb
Lua = aprox. 0,25 sb
Testes de acuidade visual e sensibilidade ao
contraste
É recomendado um nível de luminância ≥ 85 cd/m2
CSV-1000
Equipamento calibra
automaticamente
para valores de
85 cd/m2.
18
Grandezas fotométricas – aplicações
http://www.vectorvision.com/html/educationContrastSensitivityBackground.html
 Baixa visão:
 Recomenda-se um contraste entre caracteres e o fundo
(fundo branco 80-120cd/m2; fundo negro 20-25cd/m2).
19
Grandezas fotométricas – aplicações
Bivar et al. (2003) Subvisão: Retalhos de Saberes na Reabilitação Visual. Lusociência: Loures.
http://www.afb.org/seniorsite.asp?SectionID=65
http://institutoprovisao.com.br/pam.html
http://www.retinaplus.com/?opc=serv&servico=DIABETES%20OCULAR
Astenopia e fadiga visual
 Luz natural ou artificial
direcionada para o ecrã do
computador por trás do
utilizador leva ao
deslumbramento e dificulta a
visualização.
20
Alcon. Manual de ergoftalmologia para usuários de computador. [Internet]. [cited 2014 March 21]; Available from:
http://www.schaefer.com.br/pub/publicacoes/manual_ergoftalmologia.pdf
Deslumbramento
21
Occupational Safety & Health Council. A simple guide to health risk assessment: Office environment series OE 2/2003. (internet) 2003. [cited 2014 March
23]; Available from: http://www.labour.gov.hk/eng/public/oh/OHB50.pdf
Acomodação – trabalho de escritório
 Com a idade há um declínio
natural da acomodação
(presbiopia).
 Após os 40/45 anos de idade as
queixas começam por se
manifestar à noite com baixa
iluminação devido à dilatação
pupilar que aumenta os círculos
de difusão.
 É por essa razão que os presbíopes gostam de ler com maiores níveis
de iluminação – a contração pupilar diminui o circulo de difusão,
diminuindo as queixas - as necessidades de iluminação aumentam
com a idade (consultar gráfico).
22
Duke-Elder’s (1997). Refracção prática. Rio de Janeiro: Rio Med Livros.
Rebelo, F. (2004). Ergonomia no dia a dia. Lisboa: Edições Sílabo
Bommel WJM ; Beld GJ (2004). Lighting for work: a review of visual and biological effects. Lighting Res. Technol. 36 (4): 255–269.
Necessidades de iluminação
 A maior necessidade de
iluminação também se
relaciona com o cristalino
que com a idade se torna
amarelado – o nível de
transmitância é menor
(existe menos luz azul a
chegar à retina).
23
Bommel WJM ; Beld GJ (2004). Lighting for work: a review of visual and biological effects. Lighting Res. Technol. 36 (4): 255–269.
Necessidades de iluminação
 Influência da quantidade de luz na performance visual de acordo
com a idade.
24
Bommel WJM ; Beld GJ (2004). Lighting for work: a review of visual and biological effects. Lighting Res. Technol. 36 (4): 255–269.
Escritório ou ambiente industrial Tarefas finas como a inspeção de cor
- níveis de iluminação requeridos
Jovens
Indivíduos adultos
25
Estruturas atravessadas pela luz
1. Córnea (superfície anterior e posterior e substância da
córnea);
2. Humor aquoso;
3. Cristalino (superfície anterior
e posterior e substância do
cristalino);
4. Humor vítreo;
5. Retina.
1
2
3
4
5
DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros.
26
Córnea
Córnea
A luz que penetra no olho é refratada acentuadamente
na superfície anterior da córnea por dois motivos:
1. Devido à sua curvatura, a parte central esférica possui
um raio de curvatura normalmente inferior a 8mm.
2. Existe uma diferença entre os índices de refração do ar (1)
da córnea (1,37).
 Poder óptico = 40 a 45 dioptrias, duas vezes maior do que o do
cristalino (menos que 20 dioptrias).
 Durante o crescimento do olho há uma elevada correlação entre a
curvatura da córnea e o comprimento axial (quanto mais longo o último,
mais achatada a córnea).
DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros.
Fonte imagem: http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/vision/eyescal.html
27
Córnea
D
A
S
CD 30
,
49
0075
,
0
1
37
,
1
.)
.
( 



N1= 1,00
N3= 1,336
N2
N3
N2= 1,376
R1
R2
R= 0,0075m
(<8mm)
r
n
CD
1


Curva dióptrica
Para 1 dióptro esférico.
Dióptro: superfície que separa 2 meios com índices de refração diferentes.
28
Humor aquoso
Humor aquoso
 Índice de refração = 1,336
Fonte imagem: http://www.cirurgiadecatarata.com.br/learn-about-cataracts/glaucoma.asp
http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/vision/eyescal.html
29
Cristalino
 A refração no olho ocorre de
forma significativa em duas
estruturas: superfície anterior da
córnea e cristalino.
 Embora o índice de refração da
substância do cristalino seja superior
ao do aquoso e do vítreo, a diferença
não é tão acentuada como a que ocorre entre a córnea e o ar.
 Não é uma estrutura homogénea, é composto por diversas
camadas, entre elas a central (núcleo) com índice de refração
superior do que na periferia o que aumenta o poder de
convergência.
Fonte imagens: http://www.visionsource-belltown.com/index.cfm?fuseaction=eyecyclopedia.main&Criteria=Results&ID=48
30
Cristalino
 O córtex pode ser considerado como dois meniscos encapsulantes.
 As camadas não são concêntricas, sendo as mais internas mais
curvas o que aumenta o poder de convergência juntamente com o
aumento do índice de refração.
 A superfície anterior do cristalino é mais plana que a posterior.
 Índice de refração na periferia n=1,386
no núcleo n=1,41
média n=1,398
 No entanto, devido à complexidade
de toda a estrutura, o índice de refração médio
uniforme é de 1,42, se o cristalino fosse homogéneo.
DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros.
Fonte imagens: http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/vision/eyescal.html
Cristalino
31
Fonte: http://eprints.ucm.es/14823/1/Puell_%C3%93ptica_Fisiol%C3%B3gica.pdf
32
Cristalino
Potência = 16 a 20 D
r1 (sup. ant.) ≈ 10mm
r2 (sup. post.) ≈ 6mm
D
D 40
,
22
006
,
0
1
01
,
0
1
)
336
,
1
42
,
1
( 









Ar
D
R1>0
R2<0
É mais curva.
DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros.
Vítreo
 Humor Vítreo - Índice de refração = 1,33.
33
Fonte imagem: http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/vision/eyescal.html
34
Refração no globo ocular
1. Lâmina de vidro com densidade óptica
diferente que refrata o raio luminoso;
2. Se o ponto de maior densidade óptica
se localizar no centro da lente de faces
paralelas, ela atua como uma lente
convergente;
3. Se além disso as faces forem curvas, a
influência das superfícies refratoras é
dupla e aumenta o poder de
convergência.
1 2
3
35
Refração no globo ocular
1. Lâmina de vidro com densidade óptica
diferente que refrata o raio luminoso;
2. Se o ponto de maior densidade óptica
se localizar no centro da lente de faces
paralelas, ela atua como uma lente
convergente;
3. Se além disso as faces forem curvas, a
influência das superfícies refratoras é
dupla e aumenta o poder de
convergência.
1 2
3
DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros.
36
Aberrações esféricas e cromáticas
 A estrutura do cristalino diminui os erros ópticos das aberrações
esféricas e cromáticas e reduz a quantidade de luz dispersa no
interior do globo ocular.
 No olho o efeito dos erros ópticos ou
aberrações é reduzido devido ao
diâmetro pupilar e à curvatura do
cristalino mais plana na periferia.
 A aberração cromática também é compensada por diversos
mecanismos de natureza psicofísica.
A luz amarela é direcionada
para a retina. O olho é míope
para o azul e hipermétrope
para o vermelho.
Fonte: http://cepa.if.usp.br/e-fisica/otica/universitario/cap03/cap3_08.php
37
Aberrações ópticas – relembrando…
 Existem dois grupos de aberrações:
cromáticas = consequência de n ser função da frequência ou cor
monocromáticas ou de Seidel = ocorrem com luz monocromática e
podem ser subdivididas:
1. nas que deterioram a imagem tornando-a pouca nítida - aberração
esférica, o coma (a aberração esférica tem uma forma circular ou
com coma, forma de cometa) e o astigmatismo.
2. e nas que deformam a imagem (curvatura de campo e distorção).
Fonte: Hecht, E (2002). Óptica (2ªed.). Lisboa: fundação Calouste Gulbenkian
38
Aberrações ópticas – relembrando…
 Aberração esférica
Raios que incidem na
superfície a maior
distância do eixo
convergem mais perto do vértice.
Reduz-se diminuindo a curvatura do centro para a periferia.
Lente aplanática
Curvatura maior no centro e menor na periferia
http://cepa.if.usp.br/e-fisica/otica/universitario/cap03/cap3_08.php
39
Aberrações ópticas– relembrando…
 Aberração cromática
Os comprimentos de onda curtos ao passar
por um meio de refração, através de uma
lente, são mais acentuadamente inclinados
que os comprimentos de onda longos, pelo
que atingem um foco primeiro.
Raios mais periféricos que atingem a periferia
da lente. Raios azuis convergem mais que os vermelhos.
Para diminuir este efeito combina-se lentes com 2 índices de refração
diferentes - LenteAcromática - Exemplo: lente convexa de 1,5 e lente
concava de 1,7.
Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/telesc/node2.htm
DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros.
A formação de imagens na retina
 A imagem que é rececionada pela retina é invertida e diminuída, de
modo idêntico às imagens formadas por lentes convexas, sendo re-
invertida no córtex cerebral.
40
Fonte imagem: http://blog.clickgratis.com.br/artigosdoutrinarios/407043/O+LIVRO+DOS+M%C9DIUNS+-+Estudo+39.html
DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros.
41
Retina
 A retina é uma membrana fotossensível do olho e contém
fotorreceptores:
Cones
Bastonetes
http://www.encolombia.com/medicina/materialdeconsulta/Tensiometro150/Tensiometro150CLaretina.htm
42
Fotoreceptores
 Cones: concentração
aproximada a 0º (fóvea)
150000 cones/mm2
descendo bruscamente
até 4000 a 5000 cones/mm2
permanecendo assim em
quase toda a superfície da retina.
 Bastonetes: concentração aproximada a 20º fora da fóvea
(150000 bastonetes/mm2) diminuindo para a periferia de uma
forma menos brusca que os cones chegando aos 30000 a 40000
bastonetes/mm2.
Fonte: http://webvision.med.utah.edu/spanish/fotorre.html
43
Fotoreceptores
 Os fotoreceptores têm nos seus segmentos
externos substâncias químicas específicas
que se decompõem quando expostas à luz.
Bastonetes = Rodopsina – 498nm
Cones = Eritrolabo (vermelho) – 564nm
Clorolabo (verde) – 534nm
Cianolabo (azul) – 420 nm
(máxima sensibilidade)
A proporção entre cones é de aproximadamente de 40 vermelhos para 20 verdes e 1
azul (sem confirmação).
Fonte: http://abcine.org.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=179&Itemid=176
44
Dualidade retiniana
 A retina humana é como um recetor duplo com sensibilidade
espectrais distintas consoante seja em condições fotópicas ou
escotópicas.
 Esta dualidade manifesta-se de várias formas, sendo que a variação
do diâmetro pupilar em função da luminância muito importante.
Condições fotópicas – só os cones estão ativos > 102cd/m2.
Condições escotópicas – só bastonetes ativos < 10-3cd/m2.
Condições mesópicas – cones e bastonetes ativos > 10-3cd/m2 e
<102cd/m2.
45
Efeito de Purkinje
 Purkinje, fisiólogo Checo, descobriu em 1825 que duas superfícies, uma vermelha e
outra azul, pareciam ter a mesma claridade durante o dia mas, à noite na
obscuridade a superfície azul parecia mais luminosa que a vermelha.
 A claridade define-se como o atributo da perceção visual que corresponde à
luminosidade de um campo quando comparada com outro.
 A luminosidade define-se como o atributo da perceção visual segundo o qual um
campo parece mostrar mais ou menos quantidade de luz.
 Como nestas condições a sensação de cor desaparecia a superfície azul era
percebida como cinzenta clara e a vermelha como negra.
 Esta observação demonstrava a variação da eficiência luminosa relativa do sistema
visual ao passar-se de condições fotópicas para condições escotópicas.
A esta variação dá-se o nome de
efeito de Purkinje.
46
Efeito de Purkinje
 O efeito de purkinje não se manifesta quando as superfícies não
excedem 1º, uma vez que, só abrangem a área da retina que
apresenta cones.
Fonte: http://www.lip.pt/outreach/oldweb/experiments/e+05+40.gif
47
Efeito de Purkinje
 A perceção visual da luz visível sobre diferentes intensidades de
luz é ilustrada através da curva de sensibilidade espectral.
 Existem uma mudança na sensibilidade
para o azul-violeta quando se está sob
condições escotópicas.
 Em condições fotópicas o olho é
mais sensível a comprimentos de
onda longos (vermelho) e em condições
escotópicas o olho é mais sensível a
comprimentos de onda curtos
(azul/violeta).
Fonte: http://www.palagems.com/gem_lighting1.htm

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AULA 8 - Espetro eletromagnético e meios ópticos atravessados pela luz.pdf

  • 1. 1 ÁREA CIENTÍFICA DE ORTÓPTICA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DE LISBOA Espectro electromagnético e meios ópticos atravessados pela luz Luís Mendanha Carla Lança Wilson Quintino
  • 2. 2 2 Fotometria  A radiação luminosa (parte da energia radiante) emitida por uma fonte luminosa ou refletida por um corpo é projetada na retina, pelo sistema óptico do olho.  A absorção de energia radiante pela retina desencadeia o processo visual.  A energia radiante é constituída por ondas eletromagnéticas com uma gama de frequências ( ) que variam entre 108 e 1024 seg-1.  Cada um dos componentes denomina-se de radiação monocromática e pode definir-se pela sua frequência ou comprimento de onda (λ). Fotometria: é a parte da radiometria que tem por objetivo a medição da energia radiante enquanto ativadora de sensações visuais. Fonte: ARTIGAS, J. M., CAPILLA, P., FELIPE, A., PUJOL, J. (1995). Optica Fisiologica - Psicofísica de la visión. Madrid: Interamericana McGraw-Hill,. 
  • 3. 3 Espetro eletromagnético Fonte: http://www.igeo.pt/gdr/projectos/agro130/s2p2p1.html Fonte: ARTIGAS, J. M., CAPILLA, P., FELIPE, A., PUJOL, J. (1995). Optica Fisiologica - Psicofísica de la visión. Madrid: Interamericana McGraw-Hill,. O Espetro eletromagnético é constituído por raios Gama, raios x, radiação ultravioleta (UV), radiação visível, radiação infravermelha (IV), micro-ondas e ondas rádio.
  • 4. 4 Espetro eletromagnético: luz visível  A luz visível varia entre 380 nm a 780 nm.  Normalmente nos estudos sobre visão utiliza-se o intervalo 400nm- 700nm.  No entanto, o olho humano quando adaptado ao escuro pode ser sensível a comprimentos de onda entre 360 a 830 nm. Cor Comprimento de onda (Å=10-10m) Comprimento de onda (nm=10-9m) Frequência (1012 Hz) violeta 4550 - 3900 455 - 390 769 - 659 azul 4920 - 4550 492 - 455 659 - 610 verde 5770 - 4920 577 - 492 610 - 520 amarelo 5970 - 5770 597 - 577 520 - 503 laranja 6220 - 5970 622 - 597 503 - 482 vermelho 7800 - 6220 780 - 622 482- 384 Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/rad/rad/rad.htm Fonte: ARTIGAS, J. M., CAPILLA, P., FELIPE, A., PUJOL, J. (1995). Optica Fisiologica - Psicofísica de la visión. Madrid: Interamericana McGraw-Hill,.
  • 5. 5 Observador de referência fotométrico  A caracterização do sistema visual como recetor de energia radiante concretiza-se através da determinação da curva de eficácia luminosa relativa espetral ou curva de visibilidade espetral.  Esta curva mostra a sensibilidade relativa do sistema visual para diferentes comprimentos de onda do espetro visível.  A sua determinação experimental é dada por um observador de referência fotométrico standard. Fonte: ARTIGAS, J. M., CAPILLA, P., FELIPE, A., PUJOL, J. (1995). Optica Fisiologica - Psicofísica de la visión. Madrid: Interamericana McGraw-Hill,.
  • 6. 6 Espetro eletromagnético: luz visível  Curva de sensibilidade do olho humano ao espectro luminoso.  Valor máximo da curva = 555nm. Fonte: http://www.energylabs.com.br/el/ver-documento/401
  • 7. 7 Umbral de luminância  Umbral absoluto: é a menor quantidade de luz (limiar) em termos radiométricos (energia) ou fotométricos (luminância) necessários para que um estímulo seja claramente detetado. Os parâmetros que afetam o umbral absoluto estão relacionados com as condições de observação:  Estado de adaptação prévio à realização da medição;  Tamanho do “teste” e sua localização na retina;  Tempo de exposição ao “teste”;  Comprimento de onda ou cromaticidade do “teste”.
  • 8. 8 Aplicação clínica dos limiares Fonte: http://www.cephalon.dk/perimetry.htm Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034- 72802008000400008&script=sci_arttext Fonte: http://www.neec.com/Pages/Services/Other_Specialties/Visual_Electrophysiology.php
  • 9. Grandezas fotométricas  Acordou-se internacionalmente utilizar um emissor de luz padrão e a unidade de intensidade luminosa a candela - unidade fundamental do Sistema Internacional para a fotometria.  É utilizada para fontes pontuais e traduz a medida da capacidade de uma fonte ou uma superfície iluminada para emitir luz numa determinada direção.  Corresponde ao fluxo luminoso emitido por um cone muito estreito que contém determinada direção dividida pelo ângulo sólido do cone. 9 Fonte: ARTIGAS, J. M., CAPILLA, P., FELIPE, A., PUJOL, J. (1995). Optica Fisiologica - Psicofísica de la visión. Madrid: Interamericana McGraw-Hill. Fonte imagens: http://www.prof2000.pt/users/eta/Iluminacao.htm
  • 10. 10 Grandezas fotométricas Intensidade luminosa Exemplos: lâmpada de incandescência de 100 W = 120 cd lâmpada de bicicleta = 1cd lâmpada de bicicleta com refletor = 100 cd Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_f5p0-GTrrFw/S-wVCwQIWRI/AAAAAAAAAIU/AlYRqa0P1eg/s320/tabela.JPG
  • 11. 11 Grandezas fotométricas Fluxo luminoso A quantidade de luz emitida por uma fonte de luz ou recebida por uma superfície é expressa em lumens. Unidade de fluxo luminoso SI = lúmen (lm) 1 lúmen é o fluxo luminoso emitido num esterradiano por uma fonte luminosa pontual uniforme no vértice do ângulo sólido e cuja intensidade luminosa é de 1 candela. str lm cd 1 1  Fonte: http://www.prof2000.pt/users/eta/Iluminacao.htm http://www.profelectro.info/?tag=luminotecnia
  • 12. 12 Grandezas fotométricas Iluminância Quando um raio de luz alcança uma superfície recebe o nome de iluminação. A quantidade de iluminação ou iluminância define-se como o fluxo luminoso que incide numa área de superfície determinada, ou seja, por unidade de área. Unidade de iluminância SI = lux (lx) ou lumens por m2 1 lux é a iluminação de uma superfície quando recebe normalmente e uniformemente distribuído um fluxo luminoso de 1 lm por cada m2. 2 1 1 m lm lux  área oso fluxolu ância Ilu min min  Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_pBvpfvR9hwU/TErVhhaHOwI/AAAAAAAAAxo/TxCEJV53eUA/s1600/Iluminancia.jpg
  • 13. 13 Grandezas fotométricas Iluminância A iluminância é medida por um aparelho chamado luxímetro, que é basicamente constituído por uma célula fotoelétrica. Exemplos: Dia de sol aberto = aprox. 100 000 lx Céu enevoado no verão = aprox. 20 000 lx Boa iluminação de trabalho = aprox. 1000 lx Boa iluminação rodoviária = aprox. 20 lx Noite de lua cheia = aprox. 0,25 lx Rebelo, F. (2004). Ergonomia no dia a dia. Edições Sílabo: Lisboa. http://www.grx.com.br/MaisProduto.asp?Produto=1009
  • 14. Grandezas fotométricas 14 Iluminância Fonte: Pais, A. (2011). Condições de Iluminação em Ambiente de Escritório: Influência no conforto visual. Dissertação de Mestrado em Ergonomia na Segurança no Trabalho. Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana.
  • 15. Baixa visão Níveis de iluminância aconselhados para indivíduos com albinismo e retinopatia diabética:  Para orientação = 1000-1500 lux;  Para o local de trabalho = 600 lux; 15 Grandezas fotométricas – aplicações Bivar et al. (2003) Subvisão: Retalhos de Saberes na Reabilitação Visual. Lusociência: Loures.
  • 16. 16 Grandezas fotométricas luminância É a intensidade de luz emitida ou refletida em uma direção determinada por área projetada de uma superfície luminosa ou reflectante. Quando parte da luz incidente é refletida, olho humano perceciona esta superfície como uma fonte de luz. É a medida do brilho de de uma superfície. Fonte: http://www.wikienergia.pt/~edp/index.php?title=Lumin%C3%A2ncia_(medida) Rebelo, F. (2004). Ergonomia no dia a dia. Edições Sílabo: Lisboa.
  • 17. 17 Grandezas fotométricas luminância A sua unidade no Sistema Internacional expressa-se em candela/m2 (também pode ser convertida para sb - stilb). Exemplos: Sol = aprox. 150 000 sb Lâmpada de incandescência = aprox. 200 sb Lâmpada fluorescente = aprox. 1 sb Lua = aprox. 0,25 sb
  • 18. Testes de acuidade visual e sensibilidade ao contraste É recomendado um nível de luminância ≥ 85 cd/m2 CSV-1000 Equipamento calibra automaticamente para valores de 85 cd/m2. 18 Grandezas fotométricas – aplicações http://www.vectorvision.com/html/educationContrastSensitivityBackground.html
  • 19.  Baixa visão:  Recomenda-se um contraste entre caracteres e o fundo (fundo branco 80-120cd/m2; fundo negro 20-25cd/m2). 19 Grandezas fotométricas – aplicações Bivar et al. (2003) Subvisão: Retalhos de Saberes na Reabilitação Visual. Lusociência: Loures. http://www.afb.org/seniorsite.asp?SectionID=65 http://institutoprovisao.com.br/pam.html http://www.retinaplus.com/?opc=serv&servico=DIABETES%20OCULAR
  • 20. Astenopia e fadiga visual  Luz natural ou artificial direcionada para o ecrã do computador por trás do utilizador leva ao deslumbramento e dificulta a visualização. 20 Alcon. Manual de ergoftalmologia para usuários de computador. [Internet]. [cited 2014 March 21]; Available from: http://www.schaefer.com.br/pub/publicacoes/manual_ergoftalmologia.pdf
  • 21. Deslumbramento 21 Occupational Safety & Health Council. A simple guide to health risk assessment: Office environment series OE 2/2003. (internet) 2003. [cited 2014 March 23]; Available from: http://www.labour.gov.hk/eng/public/oh/OHB50.pdf
  • 22. Acomodação – trabalho de escritório  Com a idade há um declínio natural da acomodação (presbiopia).  Após os 40/45 anos de idade as queixas começam por se manifestar à noite com baixa iluminação devido à dilatação pupilar que aumenta os círculos de difusão.  É por essa razão que os presbíopes gostam de ler com maiores níveis de iluminação – a contração pupilar diminui o circulo de difusão, diminuindo as queixas - as necessidades de iluminação aumentam com a idade (consultar gráfico). 22 Duke-Elder’s (1997). Refracção prática. Rio de Janeiro: Rio Med Livros. Rebelo, F. (2004). Ergonomia no dia a dia. Lisboa: Edições Sílabo Bommel WJM ; Beld GJ (2004). Lighting for work: a review of visual and biological effects. Lighting Res. Technol. 36 (4): 255–269.
  • 23. Necessidades de iluminação  A maior necessidade de iluminação também se relaciona com o cristalino que com a idade se torna amarelado – o nível de transmitância é menor (existe menos luz azul a chegar à retina). 23 Bommel WJM ; Beld GJ (2004). Lighting for work: a review of visual and biological effects. Lighting Res. Technol. 36 (4): 255–269.
  • 24. Necessidades de iluminação  Influência da quantidade de luz na performance visual de acordo com a idade. 24 Bommel WJM ; Beld GJ (2004). Lighting for work: a review of visual and biological effects. Lighting Res. Technol. 36 (4): 255–269. Escritório ou ambiente industrial Tarefas finas como a inspeção de cor - níveis de iluminação requeridos Jovens Indivíduos adultos
  • 25. 25 Estruturas atravessadas pela luz 1. Córnea (superfície anterior e posterior e substância da córnea); 2. Humor aquoso; 3. Cristalino (superfície anterior e posterior e substância do cristalino); 4. Humor vítreo; 5. Retina. 1 2 3 4 5 DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros.
  • 26. 26 Córnea Córnea A luz que penetra no olho é refratada acentuadamente na superfície anterior da córnea por dois motivos: 1. Devido à sua curvatura, a parte central esférica possui um raio de curvatura normalmente inferior a 8mm. 2. Existe uma diferença entre os índices de refração do ar (1) da córnea (1,37).  Poder óptico = 40 a 45 dioptrias, duas vezes maior do que o do cristalino (menos que 20 dioptrias).  Durante o crescimento do olho há uma elevada correlação entre a curvatura da córnea e o comprimento axial (quanto mais longo o último, mais achatada a córnea). DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros. Fonte imagem: http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/vision/eyescal.html
  • 27. 27 Córnea D A S CD 30 , 49 0075 , 0 1 37 , 1 .) . (     N1= 1,00 N3= 1,336 N2 N3 N2= 1,376 R1 R2 R= 0,0075m (<8mm) r n CD 1   Curva dióptrica Para 1 dióptro esférico. Dióptro: superfície que separa 2 meios com índices de refração diferentes.
  • 28. 28 Humor aquoso Humor aquoso  Índice de refração = 1,336 Fonte imagem: http://www.cirurgiadecatarata.com.br/learn-about-cataracts/glaucoma.asp http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/vision/eyescal.html
  • 29. 29 Cristalino  A refração no olho ocorre de forma significativa em duas estruturas: superfície anterior da córnea e cristalino.  Embora o índice de refração da substância do cristalino seja superior ao do aquoso e do vítreo, a diferença não é tão acentuada como a que ocorre entre a córnea e o ar.  Não é uma estrutura homogénea, é composto por diversas camadas, entre elas a central (núcleo) com índice de refração superior do que na periferia o que aumenta o poder de convergência. Fonte imagens: http://www.visionsource-belltown.com/index.cfm?fuseaction=eyecyclopedia.main&Criteria=Results&ID=48
  • 30. 30 Cristalino  O córtex pode ser considerado como dois meniscos encapsulantes.  As camadas não são concêntricas, sendo as mais internas mais curvas o que aumenta o poder de convergência juntamente com o aumento do índice de refração.  A superfície anterior do cristalino é mais plana que a posterior.  Índice de refração na periferia n=1,386 no núcleo n=1,41 média n=1,398  No entanto, devido à complexidade de toda a estrutura, o índice de refração médio uniforme é de 1,42, se o cristalino fosse homogéneo. DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros. Fonte imagens: http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/vision/eyescal.html
  • 32. 32 Cristalino Potência = 16 a 20 D r1 (sup. ant.) ≈ 10mm r2 (sup. post.) ≈ 6mm D D 40 , 22 006 , 0 1 01 , 0 1 ) 336 , 1 42 , 1 (           Ar D R1>0 R2<0 É mais curva. DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros.
  • 33. Vítreo  Humor Vítreo - Índice de refração = 1,33. 33 Fonte imagem: http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/vision/eyescal.html
  • 34. 34 Refração no globo ocular 1. Lâmina de vidro com densidade óptica diferente que refrata o raio luminoso; 2. Se o ponto de maior densidade óptica se localizar no centro da lente de faces paralelas, ela atua como uma lente convergente; 3. Se além disso as faces forem curvas, a influência das superfícies refratoras é dupla e aumenta o poder de convergência. 1 2 3
  • 35. 35 Refração no globo ocular 1. Lâmina de vidro com densidade óptica diferente que refrata o raio luminoso; 2. Se o ponto de maior densidade óptica se localizar no centro da lente de faces paralelas, ela atua como uma lente convergente; 3. Se além disso as faces forem curvas, a influência das superfícies refratoras é dupla e aumenta o poder de convergência. 1 2 3 DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros.
  • 36. 36 Aberrações esféricas e cromáticas  A estrutura do cristalino diminui os erros ópticos das aberrações esféricas e cromáticas e reduz a quantidade de luz dispersa no interior do globo ocular.  No olho o efeito dos erros ópticos ou aberrações é reduzido devido ao diâmetro pupilar e à curvatura do cristalino mais plana na periferia.  A aberração cromática também é compensada por diversos mecanismos de natureza psicofísica. A luz amarela é direcionada para a retina. O olho é míope para o azul e hipermétrope para o vermelho. Fonte: http://cepa.if.usp.br/e-fisica/otica/universitario/cap03/cap3_08.php
  • 37. 37 Aberrações ópticas – relembrando…  Existem dois grupos de aberrações: cromáticas = consequência de n ser função da frequência ou cor monocromáticas ou de Seidel = ocorrem com luz monocromática e podem ser subdivididas: 1. nas que deterioram a imagem tornando-a pouca nítida - aberração esférica, o coma (a aberração esférica tem uma forma circular ou com coma, forma de cometa) e o astigmatismo. 2. e nas que deformam a imagem (curvatura de campo e distorção). Fonte: Hecht, E (2002). Óptica (2ªed.). Lisboa: fundação Calouste Gulbenkian
  • 38. 38 Aberrações ópticas – relembrando…  Aberração esférica Raios que incidem na superfície a maior distância do eixo convergem mais perto do vértice. Reduz-se diminuindo a curvatura do centro para a periferia. Lente aplanática Curvatura maior no centro e menor na periferia http://cepa.if.usp.br/e-fisica/otica/universitario/cap03/cap3_08.php
  • 39. 39 Aberrações ópticas– relembrando…  Aberração cromática Os comprimentos de onda curtos ao passar por um meio de refração, através de uma lente, são mais acentuadamente inclinados que os comprimentos de onda longos, pelo que atingem um foco primeiro. Raios mais periféricos que atingem a periferia da lente. Raios azuis convergem mais que os vermelhos. Para diminuir este efeito combina-se lentes com 2 índices de refração diferentes - LenteAcromática - Exemplo: lente convexa de 1,5 e lente concava de 1,7. Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/telesc/node2.htm DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros.
  • 40. A formação de imagens na retina  A imagem que é rececionada pela retina é invertida e diminuída, de modo idêntico às imagens formadas por lentes convexas, sendo re- invertida no córtex cerebral. 40 Fonte imagem: http://blog.clickgratis.com.br/artigosdoutrinarios/407043/O+LIVRO+DOS+M%C9DIUNS+-+Estudo+39.html DUKE-ELDER’S (1997). Refracção Prática. 10ª ed. Rio Janeiro: Rio Med Livros.
  • 41. 41 Retina  A retina é uma membrana fotossensível do olho e contém fotorreceptores: Cones Bastonetes http://www.encolombia.com/medicina/materialdeconsulta/Tensiometro150/Tensiometro150CLaretina.htm
  • 42. 42 Fotoreceptores  Cones: concentração aproximada a 0º (fóvea) 150000 cones/mm2 descendo bruscamente até 4000 a 5000 cones/mm2 permanecendo assim em quase toda a superfície da retina.  Bastonetes: concentração aproximada a 20º fora da fóvea (150000 bastonetes/mm2) diminuindo para a periferia de uma forma menos brusca que os cones chegando aos 30000 a 40000 bastonetes/mm2. Fonte: http://webvision.med.utah.edu/spanish/fotorre.html
  • 43. 43 Fotoreceptores  Os fotoreceptores têm nos seus segmentos externos substâncias químicas específicas que se decompõem quando expostas à luz. Bastonetes = Rodopsina – 498nm Cones = Eritrolabo (vermelho) – 564nm Clorolabo (verde) – 534nm Cianolabo (azul) – 420 nm (máxima sensibilidade) A proporção entre cones é de aproximadamente de 40 vermelhos para 20 verdes e 1 azul (sem confirmação). Fonte: http://abcine.org.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=179&Itemid=176
  • 44. 44 Dualidade retiniana  A retina humana é como um recetor duplo com sensibilidade espectrais distintas consoante seja em condições fotópicas ou escotópicas.  Esta dualidade manifesta-se de várias formas, sendo que a variação do diâmetro pupilar em função da luminância muito importante. Condições fotópicas – só os cones estão ativos > 102cd/m2. Condições escotópicas – só bastonetes ativos < 10-3cd/m2. Condições mesópicas – cones e bastonetes ativos > 10-3cd/m2 e <102cd/m2.
  • 45. 45 Efeito de Purkinje  Purkinje, fisiólogo Checo, descobriu em 1825 que duas superfícies, uma vermelha e outra azul, pareciam ter a mesma claridade durante o dia mas, à noite na obscuridade a superfície azul parecia mais luminosa que a vermelha.  A claridade define-se como o atributo da perceção visual que corresponde à luminosidade de um campo quando comparada com outro.  A luminosidade define-se como o atributo da perceção visual segundo o qual um campo parece mostrar mais ou menos quantidade de luz.  Como nestas condições a sensação de cor desaparecia a superfície azul era percebida como cinzenta clara e a vermelha como negra.  Esta observação demonstrava a variação da eficiência luminosa relativa do sistema visual ao passar-se de condições fotópicas para condições escotópicas. A esta variação dá-se o nome de efeito de Purkinje.
  • 46. 46 Efeito de Purkinje  O efeito de purkinje não se manifesta quando as superfícies não excedem 1º, uma vez que, só abrangem a área da retina que apresenta cones. Fonte: http://www.lip.pt/outreach/oldweb/experiments/e+05+40.gif
  • 47. 47 Efeito de Purkinje  A perceção visual da luz visível sobre diferentes intensidades de luz é ilustrada através da curva de sensibilidade espectral.  Existem uma mudança na sensibilidade para o azul-violeta quando se está sob condições escotópicas.  Em condições fotópicas o olho é mais sensível a comprimentos de onda longos (vermelho) e em condições escotópicas o olho é mais sensível a comprimentos de onda curtos (azul/violeta). Fonte: http://www.palagems.com/gem_lighting1.htm