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V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento.
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        ECO ALDEIAS OU COMUNIDADES AUTO SUFICIENTES E SOLUÇÕES
                     ENERGÉTICAS RENOVÁVEIS (SSC).
           *Angeles López Agüera (PQ) 1,2,6, *João Domingues Azevedo (PQ) 1,6, *Daniel
            Rey Rey(PQ)1,2,8, Iago Rodríguez Cabo (PQ) 1,2, Vicente Gándara Villadoniga
             (PQ)1, Esteban Vieites Montes (PQ)1, Juan Peralta(PQ)1,3 , Ian Sosa (PQ)1,5,
                                                Jose Guerra (PQ)6, Maria Alguacil (PQ)7,

                               Department of Particle Physics & Galician Institute of High Energy Physics.
                                  1 Sustentable Energetic Applications Group. 2 Astroparticle Group.
                                                      Physics Faculty, Santiago of Compostela University
                               Rúa Xosé María Suárez Núñez. s/n 15782. Santiago of Compostela (Spain)
                                                Phone/Fax number: 0034 981563100 ext.. 14000, e-mail:
                               (daniel.rey.rey@gmail.com,a.lopez.aguera@gmail.com, patico@iol.pt )
 3
     Escuela Superior Politecnica del Litoral Centro de Desarrollo Tecnologico SustentableVia Perimetral
                    30.5 Km, Guayaquil Ecuador Phone/Fax number: 00530042269359 cdts@espol.edu.ec
        4
          Universidad Nacional de Colombia. Facultad de Arquitectura.Carrera 45 N° 26-85 - Edificio Uriel
                                                                                                Gutiérrez
                                                                                  Bogotá D.C. – Colômbia
          5
            Instituto Tecnológico de Sonora. 5 de Febrero 818 Sur, Col. Centro, Ciudad Obregón, Sonora,
                                                                                                  México.
                              6
                                Escuela de Arquitectura, Universidad Católica del Norte Antofagasta, Chile
     7
       Universidad Nacional de Cuyo. Instituto de la Energía. Centro Universitario .M5502JMA. Mendoza,
                                                                                                Argentina
                                                8
                                                 Universidade Federal de Bahia. Salvador de Bahía, Brasil



Palavras-chave: Eco aldeias, renováveis, necessidades


     INTRODUÇÃO

          Um projeto multidisciplinar focada no desenvolvimento de comunidades auto-
suficientes é apresentado. O objetivo final é implementar um protocolo de ações
inter-relacionadas capazes de provar que soluções integrais comuns com base em
energias renováveis e desenvolvimento sustentável, podem satisfazer as exigências
de comunidades e aumentar a sua resiliência. Além disso, será reproduzido em
outras comunidades com diferentes condições geográficas, sociais e econômicas,
tornando-as tão auto-suficientes e resilientes quanto possível de forma a melhorar a
sua qualidade de vida. As hipóteses iniciais, os parâmetros de analise dominantes, o
desenvolvimento           do     protocolo,    as     soluções    técnicas     e   experiências      são
apresentados.

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   DESENVOLVIMENTO


        Em 2009, uma equipe multidisciplinar de especialistas de Universidades
Ibero-americanas começou uma nova iniciativa com um objetivo claro: demonstrar a
viabilidade de um novo modelo de desenvolvimento sustentável em que uma
comunidade pode ser auto-suficiente e resiliente, independentemente da sua
idiossincrasia (geografia, economia ,          desenvolvimento social e outros). A auto-
suficiencia precisa ser entendida em um sentido global, integrando a exploração dos
recursos energéticos, auto-produção de alimentos, gestão da água, planejamento
urbano, arquitetura eficiente, bem como o desenvolvimento social, educacional e
econômico baseado em atividades produtividade autóctones.
Todas as ações propostas estão planejadas para promover um desenvolvimento
social e econômico extra para as comunidades. Os impactos sociais do projeto são
matematicamente quantificados usando inquéritos anuais pessoais durante os
primeiros 3-5 anos.


O projeto é realizado como uma estrutura horizontal e cooperativa, de forma que as
prioridades de cada parceiro são incluídas no projeto com o acordo de todos os
parceiros. Uma vez que a comunidade alvo é identificada, definimos as principais
tarefas a executar como:


A. Observação e delimitação de cenários de ação no ambiente de cada grupo.


1 População
2) contexto rural-urbana
3) Climatologia
4) Características económicas e sociais
5) Avaliação das necessidades e recursos
6) Características especiais




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B. Análise e avaliação de recursos energéticos, a disponibilidade de água, fertilidade
do solo, resíduos, etc...


C. Identificação dos agentes participantes do processo e detalhes do projeto em
foco.


1) A riqueza de geração de agentes
2) Agentes Tecnológicos
3) Agentes governamentais
4) Os agentes económicos
5) Os agentes sociais


C. Estudo dos Mercados de Energia


1) Planeamento de análise de políticas e cenários
2) Análise de Mercado
3) Regulamentos de Energia
4) Energia como fonte de desenvolvimento e competitividade das regiões


D. Proposta de conceitos de concepção do projeto com base em soluções de auto-
gestão da energia.


E. Definição da cadeia logística e seleção de ações prioritárias.


F. Adaptação e implementação de tecnologias para cada cenário


1) Descrição do processo para se desenvolver.
2) Implementação do processo selecionado.
3) Sensibilização e educação social.


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G. Observação e avaliação da iniciativa como uma fonte de desenvolvimento.


1) Retorno social
2) Retorno econômico
3) Benefício Ambiental
4) Reprodutibilidade da Iniciativa
5) Nível de Resiliência

No presente momento, estamos desenvolvendo intervenções em comunidades do
Chile [1], Equador [2], México [3], Colômbia [4], Bolívia, Argentina, Brasil e Espanha.




                 Figura 1 Metodologia cíclica usada no projeto. (Fonte própria).



  CASOS DE ESTUDO

Cerrito de los Morreños (Ecuador)


População: De acordo com a “Direccion Provincial de Salud del Guayas” em Junho
de 2010 a população de “Cerrito de los Morreños” era de 720 habitantes, onde 50%
das famílias são pelo menos de 5 membros.
A principal atividade econômica é a pesca e a captura de caranguejos, produtos que
são vendidos em mercados regionais.


As principais necessidades detectadas na região são: agua potável, eletricidade, um
confiável sistema de transporte para o continente, cuidados de saúde, plano de
manejo e agricultura sustentável.


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                   Figura 2 Comunidade “ Cerrito Morreños” (Fonte própria).


Irradiação Solar: Não há estações meteorológicas que meçam a radiação solar no
Golfo de Guayaquil , neste caso, os estudos de radiação solar foram feitos utilizando
imagens satélites dadas pelo “Surface meteorology and Solar Energy” da NASA.




                                     Figura 3 Irradiação media solar


Vento: Os maiores valores de velocidade do vento são encontrados entre os meses
de agosto e Dezembro com cerca de 3,6 m / s. A direção predominante do vento é
do Sul - Oeste.




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Precipitação: De acordo com INOCAR em média a precipitação anual para esta
região é 680L/m2.




                         Figura 4 Velocidade media mensal do vento


Houve várias intervenções na região por parte de ONGs e pelo setor público, a fim
de cobrir a demanda de energia. No ano de 2005, o Departamento de Eletricidade e
Energia Renovável instalou 3 sistemas de energia solar fotovoltaica na escola
primária da ilha principal. Em 2009 houve uma outra intervenção pela Associação
Eurosolar a fim de fornecer energia a um centro de informática destinado a
comunidade.


Em 2010, foi instalado um gerador de energia diesel de 145 kWh de capacidade,
que está atualmente fora de serviço. No final do mesmo ano, o governo, através do
“Fondo de Electrificacion Urbano del Marginal Equador” , implementou sistemas
fotovoltaicos em 99 casas da ilha. A ajuda das ONGs tem tido um papel importante
no    desenvolvimento         das    ilhas,    principalmente   nos   aspectos    de   saúde,
infraestructuras e educação.



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                Figura 5 Sistemas fotovoltaicos ds terceira implementação.


No presente momento, as atividades do grupo concentram-se na avaliação do
rendimento dos sistemas fotovoltaicos, na caracterização de microalgas existentes,
auditorias energéticas, analise de necessidades e agricultura sustentável.


Mexico (South Sonora Region)


A agricultura é a atividade econômica mais importante na região, principalmente com
a produção de grãos.
No entanto a agricultura intensiva nesta área tão árida teve um impacto negativo
significativo no abastecimento de água.


O estado tem uma pecuária tradicional, com uma reputação de qualidade. Na região
sul, bovinos de corte e porco são os mais importantes. Através da linha costeira,
pesca e aquicultura são realmente importantes para a região.
Esta é um das principais regiões produtoras de peixe do país. Grande parte da
pesca comercial e esportiva é essencialmente não regulamentada e tem tido um
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impacto muito pronunciado no Golfo da Califórnia, com espécies comercialmente
importantes, tais como camarão que foram colhidas bem acima da sustentabilidade.
No zona de pré-montanha, a mineração é uma atividade importante, que vem sendo
explorada ao longo dos anos. Existem algumas minas abandonadas através da
região.·.
População
De acordo com o SEDESOL dois municípios do sul de Sonora são classificados
como                                            de                                alta
marginalização e quatro deles são considerados marginalizados. A densidade
populacional é de 14 habitantes por metro quadrado, que contém 38% dos
habitantes do estado.


Recursos
A região Sul de Sonora tem uma rede de 28 estações meteorológicas dispersas em
torno de seu território desde 1997.




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                        Figura 5. Rede meteorológica na região de Sonora.


Esta rede meteorológica irá ajudar a identificar potencialidades da região. Sendo
alguns dos resultados obtidos mapas de alta radiação solar. Além disso, os resíduos
animais são já utilizados nas maiores fazendas de suínos da região para produzir
biogás. As explorações de suínos pequenos precisam ser alertados sobre as
emissões                  evitadas                através              deste          método.
O sul de Sonora tem uma chuva de 363 milímetros por ano.


  CONSIDERAÇÕES FINAIS


        Desde o início do projeto SSC, o número de governos locais envolvidos têm
aumentado substancialmente. O uso de soluções baseadas em energias renováveis
para comunidades pequenas tem sido aceite como uma alternativa confiável aos
métodos tradicionais de gestão de energia, água, geração e utilização de resíduos.
Algumas soluções já foram implementadas com feedback positivo.
        O principal constrangimento que temos enfrentado é o financiamento de
equipamentos de energias renováveis para projetos de maior escala. A criação de
acordos com agências e departamentos de energia nacionais tem sido um dos
nossos principais alvos durante todo o processo.
O principal objetivo para o período seguinte é conseguir que todas as comunidades
envolvidas possam depender o menos possível de fontes de fornecimento externo
de energia, alimentos e água.



  AGRADECIMENTOS

        Um especial agradecimento a todos os elementos das 16 Universidades que
colaboram       neste     projeto    multidisciplinar.   Outro   aos    governos   locais   das
comunidades em questão que nos apoiam cada vez mais e sobretudo a todos os
elementos das comunidades envolvidas no projeto , sem os quais seria impossível
executar qualquer das intervenções realizadas.

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  REFERÊNCIAS

1.- Ecoaldeas or Self-Sustainable Communities and renewable energy
solutions (SSC). Potential in the II Region of Chile (Atacama Desert). AZEVEDO J.
DOMINGUES, GUERRA J. , CABO I. RODRÍGUEZ 1, REY D. REY, MONTES E.
VIEITES, AGÜERA A.LÓPEZ. ICREPQ12

2.- Feasibility study for sustainable development in the island cerrito de los
morreños (ecuador). PERALTA JUAN J , AZEVEDO J. DOMINGUES , AGÜERA
A.LÓPEZ, BARRIGA ALFREDO R , DELGADO EMÉRITA , ARBOLEDA IVAN , D.
REY REY. ICREPQ12

3.- Ecoaldeas or Self-Sustainable communities and renewable energy solutions
(SSC). Potential in the South of Sonora, México . SOSA I., AGÜERA A.LÓPEZ.
ICREPQ12

4.- Experience of bioclimatic architecture integrated with a photovoltaic system
for an isolated community in Colombia (La Primavera, Vichada) ALDANA P. A.
GÓMEZ, CASTELLANOS A. P. PARRA, RICO G. E. RODRÍGUEZ , DE LOS RÍOS
AND O. PÉREZ. ICREPQ12




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     TRILHANDO AÇÕES SUSTENTÁVEIS NO INSTITUTO FEDERAL DE
 EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA (IFBA): FOCO NO CAMPUS
                         SANTO AMARO.
                                      1                 2
                         Adriana Vieira , Angelo Alerson , Almir Vinícius, Kênnya Rosa, Luis Gustavo,
                                                                                                   *
                                                                Moisés Almeida, Victor Hugo Araújo .



   *Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) campus Santo Amaro.
                                                                        1-adrianavieira@ifba.edu.br
                                                                       2-angelo.sousa@ifba.edu.br




  RESUMO

O artigo avalia ações sustentáveis a serem realizadas no Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) com foco no consumo de água do instituto localizado
no município de Santo Amaro. As ações sustentáveis objetivam a redução e o consumo
consciente da água e de outros recursos naturais e para isso foi proposto a formação de um
ecotime. Um levantamento sobre ações sustentáveis realizadas em outros institutos federais
foi feito e está aqui apresentado.

Palavras-chave: sustentabilidade, ecotime, instituto federal




  INTRODUÇÃO

        O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia campus
Santo Amaro, tem um terreno de área de 50.700 m², sendo 2.306 m² de área
construída, È constituido de 1 pavilhão administrativo (onde situa-se o setor de
manutenção e a cantina), 1 pavilhão de aulas e 1 prédio onde se localiza o
laboratório de mecânica e uma área no 1° andar destinada a empresa tercerizada , e
uma guarita .
        A água proveniente do centro de distribuição da empresa de águas da Bahia
(Embasa), no município de Santo Amaro, passa pelo hidrômetro, localizado na
entrada do campus , indo para um tanque onde através de bombeamento se desloca
a um reservatório principal onde é distribuído para os tanques no pavilhão
administrativo e um outro reservatório que abastece o setor de manutenção e
cantina. A água encanada,das torneiras e também das bacias sanitárias, tem sua

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utilidade na limpeza do campus e na ingestão para saciar sede dos servidores,
prestadores de serviços, alunos e visitantes.
        Em relação às áreas de consumo de água nas instalações do campus, tem-se
5 banheiros coletivos (3 no pavilhão administrativo e 2 no pavilhão de aulas), 4
banheiros para pessoas com necessidades especiais ( 2 no pavilhão administrativo
e 2 no pavilhão de aulas), 4 laboratórios (de biologia, química, física e hidráulica), 1
cantina e 4 bebedouros de pressão.
        O ecotime monitorará as atividades de consumo consciente da água no IFBA
Campus Santo Amaro tornando o seu aproveitamento necessário o quanto for
possível, fiscalizando e indo de encontro às ações tomadas que contornam o
caminho da sustentabilidade, colaborando na tarefa de conscientização na utilização
adequada dos recursos naturais.


  PROJETOS E AÇÕES SUSTENTÁVEIS NOS INSTITUTOS FEDERAIS.

        Uma parceria entre o Instituto Federal do Acre (IFAC campus Xapuri) e o
Governo do Acre possibilitará que, no segundo semestre de 2012, o IFAC
desenvolva atividades sustentáveis no município de Xapuri, com o objetivo de
reforçar os propósitos de defesa da Floresta Amazônica. O projeto denomina-se
“Sustentabilidade na Amazônia: a trajetória dos povos da Floresta”. Os alunos do
Instituto Federal do Pará (IFPA campus Ananindeua) juntamente com os moradores
de Ananindeua fundaram o dia de monitoramento da qualidade da água da bacia do
rio Maguari - Açu. A atividade consiste em analisar a água do rio, e tem objetivo de
conscientizar sobre a importância da preservação dos recursos naturais do rio
Maguari – Açu. No IFPA (campus Belém) está em desenvolvimento o projeto
Reciclar que tem como objetivo informar a comunidade sobre a importância da
coleta seletiva e implantar um conjunto de atitudes que eliminem os impactos
ambientais associados à produção e a destinação do lixo, é a chamada gestão de
resíduos sólidos. No Instituto Federal de Amazonas (IFAM campus Coari), o projeto
de extensão estimula a criação peixes em tanques de pequenos portes, em parceria
com a Universidade Federal do Amazonas, e tem o objetivo de recordar os pratos
tradicionais da comunidade de São José do Saúba; discutindo os valores da higiene
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e incentivando uma prática alimentar saudável, interagindo ainda com a piscicultura
como uma atividade econômica sustentável.

        No Instituto Federal de São Paulo (IFSP), campus Cubatão, os alunos
plantaram um pomar.            As espécies plantadas são grumixama, goiaba vermelha,
limão, mexerica, acerola, jambo-rosa, flor de merenda e jasmim branco. O plantio
teve a preocupação de considerar o melhor ponto de incidência do sol, os
espaçamentos entre as árvores para não haver invasão e a distribuição de água. As
frutas cítricas, que precisam de muita água para se desenvolver, foram plantadas
em uma região do terreno que acumula mais água da chuva.
        No Instituto Federal do Maranhão (IFMA campus Caxias), alunos e
professores do curso de Meio Ambiente do campus Caxias, realizaram um ato
simbólico sobre o rio Itapecuru como forma de demonstrar o compromisso por um
futuro sustentável. Dentre as atividades, foi realizada a operação "pente fino" para
limpeza do parque. Pensando também em aspectos da sustentabilidade, o Instituto
Federal de Alagoas (IFAL) campus Maceió criou um comitê que possui como
principais objetivos elaborar e implantar o Plano de Gestão Ambiental ( é um sistema
de administração empresarial que realça a sustentabilidade) do instituto, ao lado de
projetos que visem à redução dos impactos ambientais negativos das atividades
desta instituição. Os membros do comitê estabeleceram como metas a serem
alcançadas, a implantação da coleta seletiva no campus Maceió e um Projeto de
compras Sustentáveis para este ano de 2012, além de outras ações. A instituição
demonstra, portanto, o interesse em modernizar-se para contribuir na busca da
sustentabilidade ambiental. No Instituto Federal do Rio Grande do Norte, campus
João Camâra, já está fabricando sabão sustentável a partir do óleo residual de
cozinha. O objetivo do projeto foi, primeiramente, orientar e conscientizar os alunos
e comunidades locais quanto aos malefícios que esse óleo causa à natureza quando
descartados indevidamente nas pias ou no solo. Depois pesquisaram, avaliando o
nível de conhecimentos da sociedade, o local quanto à destinação que ela estava
dando ao óleo que utilizava em suas residências ou comércios e se estava disposta
a contribuir com a preservação da natureza, doando esse óleo com a finalidade


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social de ajudar as lavadeiras carentes da cidade, através da transformação do
produto em sabão, atividade essa de sustentabilidade.
        Destaque para os projetos desenvolvidos no Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). O projeto “Regional e sustentável dos
produtores de farinha de mandioca do município de Lafaiete Coutinho-BA: Uma
intervenção do IFBA campus Jequié” tem como objetivo analisar o processo da
produção da farinha de mandioca do Município de Lafaiete Coutinho e ao mesmo
tempo possibilitar uma melhoria da situação social e econômica dos produtores.



 PROPOSTAS SUSTENTÁVEIS NO IFBA

        Diante do processo de degradação pelo qual o planeta terra está passando, é
essencial que pequenas atitudes comecem a ser tomadas por cada cidadão que no
somatório possa render grandes resultados em prol de retardar o esgotamento de
recursos indispensáveis para a sobrevivência humana.
        Por esse motivo e muitos outros, o projeto de inserção da sustentabilidade
nas escolas tem uma grande importância de despertar nos jovens a consciência da
verdadeira situação do meio no qual estão inseridos. O mesmo tem o objetivo de
fazer valer a ideia de sustentabilidade no Instituto, aumentar o grau de conhecimento
dos alunos a respeito do tema, agir de forma consciente com o meio no qual estão
inseridos e reduzir os gastos, reutilizar alguns recursos além de aproveitar a
estrutura ociosa do campus para fins de realização de algumas atividades.
        A primeira proposta é a captação de água da chuva através de calhas e
tubulações de baixo custo (PVC) ligadas a uns tanques reservatórios instalados ao
lado dos pavilhões de aula e administrativo. O objetivo é de utilizar essa água
captada para lavagem de salas, e outras instalações, além de utilizar na irrigação
das plantas.
        A segunda proposta é da fabricação de sabão junto a uma cooperativa de
mães carentes a partir do óleo que é descartado na cantina do colégio, essa
proposta que em longo prazo irá atuar como uma forma de geração de renda para
essas mães. A terceira proposta é de painéis solares de baixo custo feitos apenas

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com o interior de caixas de leite líquido, onde serão instaladas no telhado,
possibilitando a redução da incidência dos raios solares nos pavilhões, dando uma
sensação de climatização maior. A quarta proposta é a instalação das lixeiras
coletoras seletivas do lixo para que possam ser reaproveitados alguns materiais
descartados e estes sejam trabalhados também pela cooperativa de mães citado na
segunda proposta.
        Uma proposta que pode ser implementada, em curto prazo, pelo acesso a
internet e pela disponibilidade do curso de Tecnologia da Informação que temos no
instituto é a utilização das redes sociais para discussões e ações em prol de um
futuro sustentável. É interessante, especialmente para os jovens, o acesso a redes
sociais para tratar de determinando assunto tendo em vista a rapidez na
comunicação. Ações como estas já foram iniciadas no IFBA campus Santo Amaro
através do blog praxisifba1 que divulga projetos com a temática sustentabilidade.
        Por último, a ideia do inspetor voluntário, que no caso atuaria no sentido de
procurar pelo campus irregularidades e poder consertá-las ou contatar a
manutenção para fazer determinado serviço, a exemplo, vazamento de água,
ventiladores e ar condicionados ligados sem pessoas no local, luz acesa, entre
outras situações.



   AÇÕES NO CAMPUS SANTO AMARO


        No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA)
campus Santo Amaro foi planejado e montado um grupo, denominado ecotime,
formado inicialmente por docentes, discentes e pessoas que realizam serviço
terceirizado na instituição. O ecotime é formado por sujeitos com a finalidade de
monitorar as atividades, fiscalizando e indo de encontro às ações tomadas que
contornam o caminho da sustentabilidade, colaborando na tarefa de conscientização
da utilização adequada dos recursos naturais com objetivo de salvaguardar as
gerações futuras.



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        O ecotime foi organizado para avaliar quantitativamente o consumo de água
no IFBA campus Santo Amaro identificando se há consumo excessivo de acordo
com as atividades realizadas, e/ou deficiências de distribuição de água dentro do
próprio campus (tubulação avariada) ou externo, caracterizando furto ou falta de
manutenção da tubulação; juntamente com a produção de estatísticas por meio dos
dados coletados, possibilitando o conhecimento dos períodos onde mais se
consome e o “porquê” deste, propondo ações sustentáveis de consumo consciente e
redução. Para que se alcancem os objetivos propostos, no dia 05 de março de 2012
foram iniciadas as medições no hidrômetro do campus em 08 horários diferentes,
num processo semelhante ao realizado pela Empresa Baiana de Águas e
Saneamento Ltda. (EMBASA) responsável pelo fornecimento de água. Nessas
medições são coletados os dados de consumo em m³ para posterior avaliação e
produção de estatísticas.
        As medições foram realizadas pelo ecotime formado pelo projeto que visa a
sustentabilidade. A formação do ecotime é uma inovação dentro da rede federal em
nosso estado, onde alunos e professores juntos buscam soluções para instalar um
sistema de Produção Mais Limpa (PmaisL), onde a redução pode gerar ganhos não
só econômicos mas socioambientais.
        A economia no uso da água é importante em sentidos ambientais, pois a água
doce e potável é pouca comparada ao tamanho da nossa população atual e/ou
futura. No sentido de organização do ensino federal é importante que o IFBA
campus Santo Amaro economize água, numa ideia de ganho ou retorno, onde o
recurso que se deixa de gastar com o uso exagerado de água pode ser utilizado em
outras ações importantes dentro da receita da unidade de ensino e que em algumas
vezes deixam de serem realizadas. Além disso, é importante que se realizem ações
como estas para que sirvam de exemplo às outras unidades e para que formemos
um IFBA mais sustentável a cada dia.
        Em longo prazo, as ações do ecotime visam a reutilização da água da chuva,
além de reutilizar a gordura, proveniente das refeições da “cantina” que antes eram
descartados incorretamente no solo, na fabricação de sabão, criando uma
cooperativa de mães vendedoras, onde este sabão poderá complementar a renda
familiar, além de ser mais uma ação sustentável dentro do campus e por meio da
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cooperativa        trazer      a     comunidade       santoamarense       conceitos   como
empreendedorismo, cooperativismo, reutilização e sustentabilidade.


  CONSIDERAÇÕES FINAIS


        A sustentabilidade abrange vários níveis de organização e através da
formação de ecotimes e a partir da adoção dessa estratégia é possível que a rede
federal interaja com a comunidade ao seu redor preservando o meio ambiente para
não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. A iniciativa para a
formação do ecotime pretende ser divulgada para outros institutos federais já que as
ações apresentadas ainda estão sendo desenvolvidas, mas já permitiram perceber
que é necessário que o IFBA trilhe ações sustentáveis


1-http://www.praxisifba.blogspot.com.br/p/pesquisa.html




 REFERÊNCIAS

ANASTAS, P.T.; WARNER, J.C. Green Chemistry. Theory and Practice. New
York: Oxford University Press Inc., 2000, 135 p.

COMISSÃO BRUNDTLAND. Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento. Nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Getúlio
Vargas, 1991.

OLIVEIRA, Gilson Batista de; SOUZA-LIMA, José Edmilson (Orgs.). O
desenvolvimento sustentável em foco: uma contribuição multidisciplinar, Annablume,
2006.




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    DA INSTRUMENTALIZAÇÃO À CONSTRUÇÃO DE REDES FORMATIVAS:
      Reflexões sobre a formação de professores e as novas tecnologias

                                          Cristiane da Conceição Gomes de Almeida*1
                                                       Verônica Domingues Almeida*2
 *Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) campus Santo Amaro.
                                                                     1- cris_ufba@hotmail.com
                                                              2-vedominguesues@hotmail.com

Resumo

Este artigo objetiva promover discussões a respeito da formação de professores de
Computação na atualidade. Considerando a larga escala de acesso das tecnologias da
informação e comunicação (TIC) no contexto educacional, discutimos como esses recursos
podem marcar uma nova forma de compreender a formação de professores e como
os educadores podem, continuamente, se apropriar desse movimento em sua formação.
Levantamos, também, questionamentos sobre a necessidade da atuação de um professor
de Computação nas escolas básicas, que possua formação multidisciplinar em
conhecimentos pedagógicos e técnico-computacionais, para instituir possibilidades de
intercâmbios formativos mais significativos, quanto ao uso da informática na educação
formal. Fazemos uma discussão a respeito das políticas públicas de inserção das TIC nas
escolas a partir de um breve histórico da inserção da formação de professores nesse
campo. Em seguida, propomos algumas reflexões sobre a possibilidade de troca de
conhecimentos entre os professores regentes da educação básica e os professores de
Computação, que possibilite uma formação para além da instrumentalização, visando a
construção de redes formativas de conhecimentos no espaço educacional. Para finalizar
pontuamos que se faz necessária a compreensão da formação de professores enquanto
processo contínuo no espaço escolar e da inserção das Tecnologias da Informação e
Comunicação como propulsoras dessa formação, fazendo uso da internet para preparação
dos educadores para a rede, na rede e em rede, instituindo posturas mais cooperativas e
colaborativas.

Palavras-chave: Formação de professores, computação, redes, tecnologias da informação
e comunicação.



        A formação de professores é um tema que gera inúmeras discussões e
questionamentos na atualidade e, quando se trata de formação de professores e o
campo das novas tecnologias, o assunto toma uma dimensão ainda mais ampla e
complexa. Muitos educadores, ao longo das últimas décadas, vêm buscando
formação apropriada para utilizarem a informática de modo significativo na escola,
todavia, muitos destes cursos e atividades indicam apenas uma proposta
instrumental, o que limita a atuação docente. Isso ocorre, pois os educadores
possuem formação pedagógica, mas, na maioria das vezes, não dominam a parte
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técnica destes recursos, o que torna a atuação dos mesmos, restrita a instrução de
comandos ou repetição de conteúdos com o uso de um aparato tecnológico
diferente.
        A tecnologia na escola precisa ser percebida, não como um instrumento à
parte da atividade educacional, e sim, como a própria atividade na/em atividade. Os
atores/autores dos processos educativos necessitam reconhecer as possibilidades
trazidas pelas tecnologias da informação e comunicação (TIC) e aproveitá-las como
estimuladoras de processos colaborativos de construção de conhecimentos, ou seja,
como propulsoras da criação de redes formativas. Mas, como conceber a educação
no seio das novas tecnologias, em uma proposta de construção de redes de
formação de conhecimentos, sem possuir a formação apropriada? Para responder a
esta pergunta, podemos recorrer a formação de professores de Computação, que
vem surgindo no cenário nacional como uma possibilidade concreta de aliar, em um
só profissional, o conhecimento técnico e o conhecimento pedagógico necessários
para ampliar compreensão e utilização das TIC nas escolas.
        Os cursos de Licenciatura em Computação instituem-se a partir de políticas
públicas que refletem a necessidade de compreensão do amplo uso das TIC na
sociedade, em particular nas escolas de educação básica. Esta demanda faz a
indicação de um intercâmbio na formação acadêmica, dentro dos campos das TIC e
da Pedagogia, ou seja, a instituição de tal curso é uma possibilidade de revisita a
posicionamentos teóricos que predominam nas práticas de cada uma destas áreas,
mas que não se sustentam quando distintamente aplicados. Esta formação implica,
portanto, na contextualização da informática na educação, a partir da prática de um
profissional multidisciplinar que alia as demandas técnicas e pedagógicas em seu
trabalho. É de conhecimento comum que as TIC transformam as relações entre os
sujeitos, bem como seus processos cognitivos, o que não se compreendia era como
aliar as competências tecnológicas e as pedagógicas na prática docente, o professor
de computação surge, portanto, para atuar de modo multidisciplinar, aliando
conhecimentos teóricos, práticos, pedagógicos e técnicos nos processos formativos
de pessoas.
        Diante desta perspectiva, é preciso voltar o olhar para a formação destes
profissionais, buscando compreendê-la como um processo que pressupõe uma
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estrutura curricular específica, voltada para o conhecimento pedagógico e técnico,
com atualizações1 constantes, levando em conta que o educador na atualidade
necessita ser “[...] um incansável pesquisador; um profissional que se reinventa a
cada dia, que aceita os desafios e a imprevisibilidade da época para se aprimorar
cada vez mais”. (KENSKI, 2003, p. 90). Nesse parâmetro os professores que atuam
com computação são, também, instituídos e instituíntes de seus processos de
formação e aliam as influências externas às suas subjetividades, estabelecendo um
diálogo entre as políticas institucionais e o seu percurso formativo; a utilização mais
intencional e significativa das TIC abre possibilidades para que essa relação ocorra
de maneira contínua e mais colaborativa.


  FORMAÇÃO DE PROFESSORES: PANORAMA ATUAL E AS POLÍTICAS
  PÚBLICAS

        As últimas décadas do século XX foram marcadas por debates sistematizados
sobre a necessidade de adequar a atividade docente às mudanças acontecidas na
sociedade. No Brasil, a partir dos anos 1990, com a Conferência Mundial de
Educação para Todos, realizada na Tailândia, e com a aprovação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº. 9394/96, as discussões se
intensificaram e ocorreram algumas (re)formulações legais no escopo educativo,
inclusive o surgimento do Pacto pela Valorização do Magistério e Qualidade da
Educação. Apesar do Governo da época, descumprir acordos firmados e, assim, não
desencadear muitas das ações previstas, não podemos, como nos afirma Mello
(1999), negar a contribuição ao debate e a problematização apontada para a
formação dos professores advindas desses documentos.
        Em relação à formação do professor para o campo da computação, desde a
década de 1970, que universidades brasileiras, como exemplo, a UFRJ, UFRGS e a
UNICAMP, buscam debater esta demanda. A culminância destes debates se deu na
década de 1980, com a ampliação dos investimentos em atividades de pesquisa e

1 Aqui vale uma reflexão a respeito da compreensão do termo atualização. Neste artigo o termo não se trata da
atualização volátil que percebe o conhecimento como capital descartável, e sim, da concepção de atualização
formativa que possibilita a ampliação da esfera do ser em sua existência no mundo. Autores como Heidegger,
Gadamer, Roseli de Sá e Teixeira Coelho trabalham com essas disposições.

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extensão e a criação do projeto EDUCOM que foi pioneiro em contemplar
abordagens técnicas e pedagógicas na prática educativa, com o trabalho de
desenvolvimento de softwares educativos e com o uso do computador como recurso
para resolução de problemas no campo educacional. Ao longo dos anos, assim
como o EDUCOM, outros projetos de outras universidades foram instituídos e
tiveram seu valor formativo local. Em nível nacional, outra política que obteve uma
amplitude válida foi o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO),
criado em 1997, que, popularizou o acesso do computador nas escolas púbicas,
assim como se voltou para a problemática da formação de professores e o campo
da computação na escola.
       Iniciativas como estas foram precursoras do processo atual de expansão de
licenciaturas técnicas e tecnológicas que vem acontecendo, mais precisamente, no
escopo das escolas superiores federais e estaduais de todo o país. Um dos
resultados desta expansão é a criação de cursos de Licenciatura da Computação,
que, segundo o censo de 2006, realizado pelo INEP, já estão em número de 70
cursos, assim distribuídos nas regiões do país: Centro-Oeste (12), Nordeste (24),
Norte (3), Sudeste (22) e Sul (9)2. A implantação dos cursos de licenciatura técnica
e tecnológica, em especial Licenciatura em Computação, atende aos princípios da
lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ao Decreto nº 3276, de 06 de
dezembro de 1999, que dispõe sobre formação em nível superior de professores
para atuar na Educação Básica, e ao Decreto 3554 de 07 de agosto de 2000, que dá
nova redação ao §2º do art. 3º do Decreto 3276/99. Além disso, os recentes
processos de reformulação de matrizes curriculares das escolas de educação
básica, vêm, mesmo que forma tímida, inserindo a disciplina de Informática em seus
currículos.
       Tais iniciativas de formação de professores vêm provocando uma expansão
dos debates em torno da qualidade da educação e propiciaram a reorganização do
poderio público em termos do cumprimento de metas educacionais estabelecidas
pelas agências financiadoras internacionais como o Banco Mundial (BIRD) e o
Fundo Monetário Internacional (FMI). Porém, vale alertar, que diante dos parâmetros


2 Dados retirados do Projeto Pedagógico do Curso Superior de Licenciatura Plena em Informática, na
modalidade presencial do Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Norte, 2009.
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dessas agências que determinam as metas para a educação, eqüidade e qualidade
se confundem com quantidade, e o acesso à escola sem condições adequadas é
considerado suficiente para atender às suas demandas.
        Diante deste fato, muitas discussões se originaram no contexto político-legal
da formação de educadores, desde a desarticulação das políticas públicas com as
universidades e as escolas em geral, até a implantação de legislações sobrepostas
que não são tratadas e nem sequer compreendidas pelo professorado. Orientações
aligeiradas para a conclusão dos cursos superiores, implantação de licenciaturas
tecnológicas sem a estruturação e dimensão curricular apropriada, incoerências
sobre os espaços de formação e a desvalorização do magistério, configuram-se
como contradições profundas nos parâmetros legais que tratam sobre a formação
inicial e continuada dos educadores.
        Essa     realidade      é    traduzida      através     de     pacotes      de    formação       de
professores estabelecidos pelo MEC e distribuídos para as unidades escolares3.
Esses e outros empreendimentos são definidos para a demanda formativa de
educadores, e os estados, os municípios e as escolas organizam espaços de
formação, para atender tais exigências do Ministério. Em se tratando de informática,
muitas unidades educativas estão sendo equipadas com computadores ligados a
web e cursos vêm sendo oferecidos aos professores, mas a dimensão técnico-
pedagógica é limitada aos aspectos instrucionais, ou seja, acontece apenas um
treinamento para uso das TIC e não uma formação que contemple de modo
multidisciplinar as amplitudes técnica e pedagógica do uso das novas tecnologias na
escola. Assim, os órgãos centrais posicionam-se para atender as demandas das
agências financiadoras e os sistemas de ensino organizam-se precariamente,
restringindo a inserção das tecnologias na escola a uma instrumentalização infértil
de comandos limitados, tornando-se cada vez mais longe de configurarem-se como
redes de construção formativas. Com isso, fica evidenciada, portanto, uma carência
de profissionais de educação em computação, privando as escolas de introduzirem a
informática nos currículos regulares; de promoverem projetos multidisciplinares e
transversais com a intervenção efetiva das TIC; da criação de softwares


3 Alguns deles são: Rede Nacional de Formação Continuada de Professores, o Pró-letramento, Pró-licenciatura e
o Programa de Incentivo à Formação Continuada de Professores do Ensino Médio. Vide: www.mec.gov.br
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educacionais, objetos e ambientes virtuais de aprendizagem de qualidade, dentre
muitas outras ações pedagógicas.
        Diante desta vertente, as políticas públicas de formação de professores
apresentam-se dicotômicas. De um lado, os programas do governo são implantados
sem a devida orientação e sem o necessário sentimento de pertença da comunidade
escolar sobre os projetos, ou seja, os sistemas federal, estadual e municipal
indicam, os caminhos e finalidades de cada pacote de formação e arriscam,
inclusive, definir resultados diante dessa atuação, sempre visando à manutenção
das metas e fins das agências financiadoras; do outro lado, a carência e a atuação
instrumental dos professores da educação básica em relação a computação que
deflagra uma batalha pedagógica nos espaços educacionais. Os professores
clamam por formação apropriada e pela inserção de um profissional qualificado no
espaço educativo, não só como um suporte técnico, mas como um construtor de
redes formativas na escola, um educador na área tecnológica com conhecimentos
pedagógicos e técnicos em sua práxis educacional.
        Diante dessa realidade percebe-se uma tensão entre os sistemas de
formação organizados e definidos pelos veículos legais e as redes formativas,
criadas e alimentadas por educadores em seus percursos. O MEC e as secretarias
de educação dispõem os caminhos formativos dos educadores de forma
desarticulada, defendendo metas e alimentando índices estatísticos e os
educadores, mesmo que inseridos nesse escopo, tentam tecer alternativas que
priorizem os caminhos formativos em condições favoráveis a profissionalização
docente, buscando outras possibilidades práticas e agregando valor a inserção de
um professor da área de computação nas escolas.
        A conquista da integração de políticas públicas aliadas à formação de
qualidade que respeitem os a-con-teceres e as dimensões de cada sujeito parece
distante. Nelson Pretto no artigo “Formação de professores exige rede”, expressa a
necessidade de uma política educacional que considere os educadores em suas
singularidades. Para ele, isso só poderá acontecer através da atualização de
projetos e políticas que fortaleçam os locais, as regiões, e não de “projetos que
sejam elaborados por iluminados especialistas e distribuídos em broadcasting para o
conjunto de brasileiros que está na escola e fora dela.” PRETTO (2001,
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p.125). Pretto reafirma a necessidade da existência de uma relação interativa entre
as políticas públicas de formação e a formação dos professores em seus processos,
nas suas diferenças e relações com o outro. O que vem ocorrendo é uma
disparidade entre esses processos que aponta distorções quanto à percepção da
formação do educador e a ausência de convocação formal do professor de
computação para agregar valor a práxis pedagógica nas escolas.
        Nos parece que as políticas públicas não entendem o processo formativo dos
educadores em sua dimensão singular e trazem as propostas de formação como
pacotes comuns que podem ser traduzidos homogeneamente por todos, de maneira
indiscriminada. As condições de trabalho e particularidades de cada realidade
escolar e de cada pessoa em formação são negadas e o processo de inserção das
TIC pode tornar-se limitado e obsoleto. A cada dia se faz mais necessária a
introdução de um profissional qualificado para atuar com as TIC na escola de modo
mais significativo e abrangente. O que se discute não é a alienação do professor
regente quanto ao uso das novas tecnologias no espaço escolar, e sim, a agregação
de valor as práticas docentes, a partir do intercâmbio de conhecimentos entre estes
profissionais para a construção de redes formativas, que podem englobar não só os
alunos, mas a formação continuada de todos os educadores no espaço educacional.


 REDES DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: POTENCIALIDADES.



        A inserção das tecnologias da informação e da comunicação no cenário
educativo é ampla, todavia, complexa e difusa. De acordo com as concepções que
se firmam no ideário educacional sobre a formação dos educadores e do uso das
TIC nas escolas, é possível traçar dois perfis de inclusão de práticas para as
mesmas. Um dos perfis, e talvez o mais difundido, é a limitação das tecnologias a
máquinas, ou seja, é a utilização das TIC como meras substitutas dos instrumentos
que auxiliam os professores em suas aulas. Este uso das tecnologias, que é o mais
comum devido a formação estrita dos educadores da escola básica, não possibilita a
criação de redes de formação, apenas as configura como instrumentos, alimentando
dessa maneira a ideologia famigerada dos bancos investidores. Já o outro perfil de
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utilização das TIC, as percebe como movimento e concebe a web como uma grande
teia de inter-conexões, sendo compreendida como propulsora de redes de
construção formativas.
        Para criar redes de formação no espaço escolar é preciso que os profissionais
envolvidos construam modos de colaboração participativa e instituam comunidades
interativas nas quais a formação a-con-tece4, sendo promotora inclusive de
possíveis transformações sociais. A construção de uma rede formativa complexa nas
escolas demanda conhecimento específico e ação intencional dos educadores, além
de necessitar da atuação de um profissional multidisciplinar, que compreenda a
interação entre as demandas técnicas e pedagógicas: o professor de computação;
este, aliando-se aos demais educadores da unidade escolar, poderá instituir uma
cultura tecnológica mais significativa nas escolas, ampliando, inclusive, o seu
escopo formativo e colaborando com o de seus colegas.
        A ideia de rede compreendida enquanto entrelaçamento e malha nos remete
a reflexões mais amplas em torno da formação do educador e nos leva a entender
esse processo a partir de uma dinâmica de compartilhamento e não mais como uma
formação solitária e estática. Tal concepção propõe uma formação construída nos
grupos aos quais os sujeitos pertencem, em conjunto com seus pares, seus alunos e
colegas.     As redes são então compreendidas como comunidades, virtual ou
presencialmente constituídas, que possibilitam uma reunião mais abrangente e
democrática de indivíduos e instituições, em torno de objetivos comuns. Para Silva
(2008) a percepção dessa identidade comunitária da rede é muito importante para a
compreensão conceitual. Ele expõe que “[...] as definições de rede falam de células,
nós, conexões orgânicas, sistemas... tudo isso é essencial e até mesmo
historicamente correto para a conceituação, mas é a ideia de comunidade que
permite a problematização do tema e, conseqüentemente, o seu entendimento”
(SILVA, 2008).        Segundo o referido autor, as redes são estruturas flexíveis e
cadenciadas que se estabelecem por relações horizontais, interconexas e em
dinâmicas que supõem o trabalho colaborativo e participativo. Elas se sustentam

4 Termo cunhado pela Profª Drª Maria Inêz Carvalho no artigo: O a-con-tecer de uma formação.
Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade. Salvador, v. 17, n. 29, jan./jun. 2008, p.
159 -168.

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pela perspectiva comunitária pautada na vontade e afinidade de seus integrantes,
caracterizando-se como um significativo recurso organizacional, tanto para as
relações pessoais quanto para a estruturação social, pois são formadas pela
cooperação e colaboração.
        É nesse âmbito que o alicerce das TIC pode ser inserido na atividade
formativa, a partir da atuação de um profissional qualificado, promovendo a
organização pedagógica do espaço escolar em uma dinâmica de rede, com
conhecimentos técnicos suficientes para entremear possibilidades formativas e
promover aprendizagens diversificadas, buscando esgotar os potenciais existentes e
criar novas demandas de formação. O papel de um “educador de redes” volta-se
para construir redes presenciais ou à distância, formais ou livres e ainda outras que
se configuram como espectro do desejo de cada um, contemplando espaços
comunitários e configurando redes de formação comuns, que abarcam as
subjetividades e as coletividades simultaneamente.
        Redes são de fato possibilidades de formação em potência. Os limites de
tempo e espaço são superados e as buscas pelas atualizações podem surgir pela
necessidade de comunicação e, sobretudo, pelo desejo. As novas tecnologias
aparecem apontando um referencial estruturante que potencializa as redes de
formação - formais ou informais - tanto presenciais, quanto eletrônicas. As TIC
necessitam ser percebidas, trabalhadas e compreendidas nessa dimensão ampla e
dinâmica para que se configurem como potências de formações nas infinitudes dos
processos de cada sujeito no mundo.




 CONSIDERAÇÕES FINAIS


        Perceber a formação de educadores como um processo contínuo da
formação do ser é de grande valia na compreensão das demandas de formação de
cada pessoa. Sendo a formação processo, as relações que se estabelecem na
trajetória de cada indivíduo formam uma trama de associações e ligações que não
acontecem de maneira estanque e dissociada do contexto da vivência de cada um.

V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012         107
V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento.
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Estas malhas de relações e referências múltiplas ligam-se ao conhecimento que o
educador constrói em seu percurso profissional e pessoal, o professor de
computação, em particular, possui, portanto, uma rede de conhecimentos
encadeados, não de forma hierárquica, mas de maneira integrada, pois sendo ele
um educador multidisciplinar, ou seja, um profissional que abarque em seu repertório
formativo, conhecimentos técnicos e pedagógicos, a sua formação configura-se
numa complexa rede de atualizações.
        O que se faz necessário é discutir as concepções de formação presentes nos
cursos de Licenciatura da Computação, para que a formação pedagógica inicial se
configure em um contínuo. Desse modo, é importante também, salientar que os
currículos de tais cursos precisam pensar o preparo do professor, para além da
dimensão estritamente técnica ou puramente pedagógica, mas habilitar tais
profissionais para contribuírem com o trabalho educativo em uma dimensão de rede,
aliando a formação técnico-pedagógica a sua metodologia de trabalho.
        Formar-se para a rede pressupõe esforço crítico-reflexivo, autoria, desejo e
postura investigativa. O educador que forma-se para a rede compreende que a
“pesca” na internet não se limita ao copiar e colar. Ele entende a internet como
espaço de colaboração na composição das informações que geram conhecimentos
e na difusão dos conhecimentos de sua autoria. Formar-se para a rede, portanto, vai
além da dimensão técnica do manuseio da máquina, pois é a retomada da rede web
como uma retroalimentadora do percurso pessoal e profissional dos educadores de
forma contínua, utilizando, inclusive a rede web como propulsora destas demandas.
        Preparado para a rede e na rede, o educador poderá vivenciar plenamente a
formação em rede. Em uma perspectiva que vai além da colaboração, os
educadores se encontram em um estágio de cooperação, em um ambiente coletivo.
Neste parâmetro a formação é contínua e livre, não há limite de tempo ou espaço, o
que rege é o desejo de construir conhecimentos, difundi-los, utilizá-los, o interesse é
em formar-se escolhendo os trajetos virtuais/reais na complexidade, em rede.
        A formação para a rede, na rede e em rede não pode ser considerada em
etapas organizadas hierarquicamente. Ela é fruto de reflexões coletivas e da
utilização das ferramentas de maneira mais cooperativa, pois acontece respeitando
os percursos de cada sujeito, no acontecer de cada processo formativo.
V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012         108
V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento.
                                        Santo Amaro – Bahia, 2012




        A rede web pode contribuir para a formação colaborativa de educadores que
montam suas próprias redes formativas nesta rede, mas para isso é preciso ter
conhecimento adequado destes suportes construtivos de conhecimentos. A rede é
uma dimensão dialógica que pode provocar grandes alterações no processo
formativo e descosturar as amarras da formação sistematizada percebida enquanto
meta. Em conjunto com o educador regente, o professor de computação poderá,
trabalhando para a rede, na rede e em rede, promover alterações no escopo
educativo atual e na sociedade contemporânea que privilegia a informação veloz.
Diante dessa perspectiva, acredita-se que os percursos formativos do ser tendem a
promover o alicerce da postura investigativa e aprendente do educador, visando à
configuração de uma sociedade voltada para a aprendizagem colaborativa, na qual o
foco esteja para além da informação e do conhecimento e volte-se para as
aprendências dos sujeitos no mundo com o outro.




  REFERÊNCIAS



CALLONI, Humberto. Educação e crise de fundamento: contribuições ao estudo
do sentido da educação numa perspectiva hermenêutica. Trabalho apresentado
na 23a Reunião Anual da ANPED: “Educação não é Privilégio”. Caxambu, 24 a
28/09/2000. (Digitado).

CARVALHO, Maria Inez. O a-con-tecer de uma formação. Revista da FAEEBA -
Educação e Contemporaneidade. Salvador, v. 17, n. 29, jan./jun. 2008, p. 159 -
168.

HALMANN, Adriane Lizbehd. Reflexões de professores em blogs: aspectos e
     possibilidades Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação da
     Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, 2006, 138 fls.
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE. Projeto
Pedagógico do Curso Superior de Licenciatura Plena em Informática. Natal,
RN, 2009.

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DA BAHIA. Projeto Pedagógico do Curso
em Licenciatura da Computação. Santo Amaro da Purificação, 2010.
KENSKI, Vani. Reflexões e indagações sobre a sociedade digital e a formação de
    um novo profissional/professor. In: RELATEC: Revista Latinoamericana de
V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012         109
V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento.
                                        Santo Amaro – Bahia, 2012




     Tecnología Educativa, Vol. 3, Nº. 2, 2004, pp. 1-9. Disponível em:
     http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=1212850. Acesso      em:
     15/05/2008 às 10h.
____________. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, SP:
     Papirus, 2003 – (Série Prática Pedagógica).
MELLO, Maria Tereza Leitão de. Programas Oficiais para a formação de professores
da Educação Básica. In: Educação e Sociedade. Dec. 1999, Vol. 20, nº. 68, p. 45-
60. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
73301999000300003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 20/05/2008 às 12h.

PRETTO, Nelson de Luca. Formação de professores exige rede. In: Revista
Brasileira    de    Educação,        ANPED,    RJ:  2001.   Disponível em:
http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE20/RBDE20_11_ESPACO_ABERTO_-
_NELSON_DE_LUCA_PRETTO.pdf. Acesso em: 01/05/2008 às 23h15min.


SÁ, M. R. G. B.. O sentido da formação no currículo: atualizações e
possibilidades de construção de existências singulares. Anais do XVII Encontro
de Pesquisa Educacional do Nordeste. 2005.

SILVA,     Carlos      Antônio.    O    que     são  redes? Disponível em:
http://www.rits.org.br/redes_teste/rd_oqredes.cfm. Acesso em: 12/06/08 as
21h45minh.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, Projeto Pedagógico do
Curso de Licenciatura em Computação. Angicos, RN, 2009.




V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012         110

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Soluções renováveis para comunidades sustentáveis

  • 1. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 ECO ALDEIAS OU COMUNIDADES AUTO SUFICIENTES E SOLUÇÕES ENERGÉTICAS RENOVÁVEIS (SSC). *Angeles López Agüera (PQ) 1,2,6, *João Domingues Azevedo (PQ) 1,6, *Daniel Rey Rey(PQ)1,2,8, Iago Rodríguez Cabo (PQ) 1,2, Vicente Gándara Villadoniga (PQ)1, Esteban Vieites Montes (PQ)1, Juan Peralta(PQ)1,3 , Ian Sosa (PQ)1,5, Jose Guerra (PQ)6, Maria Alguacil (PQ)7, Department of Particle Physics & Galician Institute of High Energy Physics. 1 Sustentable Energetic Applications Group. 2 Astroparticle Group. Physics Faculty, Santiago of Compostela University Rúa Xosé María Suárez Núñez. s/n 15782. Santiago of Compostela (Spain) Phone/Fax number: 0034 981563100 ext.. 14000, e-mail: (daniel.rey.rey@gmail.com,a.lopez.aguera@gmail.com, patico@iol.pt ) 3 Escuela Superior Politecnica del Litoral Centro de Desarrollo Tecnologico SustentableVia Perimetral 30.5 Km, Guayaquil Ecuador Phone/Fax number: 00530042269359 cdts@espol.edu.ec 4 Universidad Nacional de Colombia. Facultad de Arquitectura.Carrera 45 N° 26-85 - Edificio Uriel Gutiérrez Bogotá D.C. – Colômbia 5 Instituto Tecnológico de Sonora. 5 de Febrero 818 Sur, Col. Centro, Ciudad Obregón, Sonora, México. 6 Escuela de Arquitectura, Universidad Católica del Norte Antofagasta, Chile 7 Universidad Nacional de Cuyo. Instituto de la Energía. Centro Universitario .M5502JMA. Mendoza, Argentina 8 Universidade Federal de Bahia. Salvador de Bahía, Brasil Palavras-chave: Eco aldeias, renováveis, necessidades INTRODUÇÃO Um projeto multidisciplinar focada no desenvolvimento de comunidades auto- suficientes é apresentado. O objetivo final é implementar um protocolo de ações inter-relacionadas capazes de provar que soluções integrais comuns com base em energias renováveis e desenvolvimento sustentável, podem satisfazer as exigências de comunidades e aumentar a sua resiliência. Além disso, será reproduzido em outras comunidades com diferentes condições geográficas, sociais e econômicas, tornando-as tão auto-suficientes e resilientes quanto possível de forma a melhorar a sua qualidade de vida. As hipóteses iniciais, os parâmetros de analise dominantes, o desenvolvimento do protocolo, as soluções técnicas e experiências são apresentados. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 82
  • 2. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 DESENVOLVIMENTO Em 2009, uma equipe multidisciplinar de especialistas de Universidades Ibero-americanas começou uma nova iniciativa com um objetivo claro: demonstrar a viabilidade de um novo modelo de desenvolvimento sustentável em que uma comunidade pode ser auto-suficiente e resiliente, independentemente da sua idiossincrasia (geografia, economia , desenvolvimento social e outros). A auto- suficiencia precisa ser entendida em um sentido global, integrando a exploração dos recursos energéticos, auto-produção de alimentos, gestão da água, planejamento urbano, arquitetura eficiente, bem como o desenvolvimento social, educacional e econômico baseado em atividades produtividade autóctones. Todas as ações propostas estão planejadas para promover um desenvolvimento social e econômico extra para as comunidades. Os impactos sociais do projeto são matematicamente quantificados usando inquéritos anuais pessoais durante os primeiros 3-5 anos. O projeto é realizado como uma estrutura horizontal e cooperativa, de forma que as prioridades de cada parceiro são incluídas no projeto com o acordo de todos os parceiros. Uma vez que a comunidade alvo é identificada, definimos as principais tarefas a executar como: A. Observação e delimitação de cenários de ação no ambiente de cada grupo. 1 População 2) contexto rural-urbana 3) Climatologia 4) Características económicas e sociais 5) Avaliação das necessidades e recursos 6) Características especiais V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 83
  • 3. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 B. Análise e avaliação de recursos energéticos, a disponibilidade de água, fertilidade do solo, resíduos, etc... C. Identificação dos agentes participantes do processo e detalhes do projeto em foco. 1) A riqueza de geração de agentes 2) Agentes Tecnológicos 3) Agentes governamentais 4) Os agentes económicos 5) Os agentes sociais C. Estudo dos Mercados de Energia 1) Planeamento de análise de políticas e cenários 2) Análise de Mercado 3) Regulamentos de Energia 4) Energia como fonte de desenvolvimento e competitividade das regiões D. Proposta de conceitos de concepção do projeto com base em soluções de auto- gestão da energia. E. Definição da cadeia logística e seleção de ações prioritárias. F. Adaptação e implementação de tecnologias para cada cenário 1) Descrição do processo para se desenvolver. 2) Implementação do processo selecionado. 3) Sensibilização e educação social. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 84
  • 4. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 G. Observação e avaliação da iniciativa como uma fonte de desenvolvimento. 1) Retorno social 2) Retorno econômico 3) Benefício Ambiental 4) Reprodutibilidade da Iniciativa 5) Nível de Resiliência No presente momento, estamos desenvolvendo intervenções em comunidades do Chile [1], Equador [2], México [3], Colômbia [4], Bolívia, Argentina, Brasil e Espanha. Figura 1 Metodologia cíclica usada no projeto. (Fonte própria). CASOS DE ESTUDO Cerrito de los Morreños (Ecuador) População: De acordo com a “Direccion Provincial de Salud del Guayas” em Junho de 2010 a população de “Cerrito de los Morreños” era de 720 habitantes, onde 50% das famílias são pelo menos de 5 membros. A principal atividade econômica é a pesca e a captura de caranguejos, produtos que são vendidos em mercados regionais. As principais necessidades detectadas na região são: agua potável, eletricidade, um confiável sistema de transporte para o continente, cuidados de saúde, plano de manejo e agricultura sustentável. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 85
  • 5. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 Figura 2 Comunidade “ Cerrito Morreños” (Fonte própria). Irradiação Solar: Não há estações meteorológicas que meçam a radiação solar no Golfo de Guayaquil , neste caso, os estudos de radiação solar foram feitos utilizando imagens satélites dadas pelo “Surface meteorology and Solar Energy” da NASA. Figura 3 Irradiação media solar Vento: Os maiores valores de velocidade do vento são encontrados entre os meses de agosto e Dezembro com cerca de 3,6 m / s. A direção predominante do vento é do Sul - Oeste. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 86
  • 6. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 Precipitação: De acordo com INOCAR em média a precipitação anual para esta região é 680L/m2. Figura 4 Velocidade media mensal do vento Houve várias intervenções na região por parte de ONGs e pelo setor público, a fim de cobrir a demanda de energia. No ano de 2005, o Departamento de Eletricidade e Energia Renovável instalou 3 sistemas de energia solar fotovoltaica na escola primária da ilha principal. Em 2009 houve uma outra intervenção pela Associação Eurosolar a fim de fornecer energia a um centro de informática destinado a comunidade. Em 2010, foi instalado um gerador de energia diesel de 145 kWh de capacidade, que está atualmente fora de serviço. No final do mesmo ano, o governo, através do “Fondo de Electrificacion Urbano del Marginal Equador” , implementou sistemas fotovoltaicos em 99 casas da ilha. A ajuda das ONGs tem tido um papel importante no desenvolvimento das ilhas, principalmente nos aspectos de saúde, infraestructuras e educação. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 87
  • 7. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 Figura 5 Sistemas fotovoltaicos ds terceira implementação. No presente momento, as atividades do grupo concentram-se na avaliação do rendimento dos sistemas fotovoltaicos, na caracterização de microalgas existentes, auditorias energéticas, analise de necessidades e agricultura sustentável. Mexico (South Sonora Region) A agricultura é a atividade econômica mais importante na região, principalmente com a produção de grãos. No entanto a agricultura intensiva nesta área tão árida teve um impacto negativo significativo no abastecimento de água. O estado tem uma pecuária tradicional, com uma reputação de qualidade. Na região sul, bovinos de corte e porco são os mais importantes. Através da linha costeira, pesca e aquicultura são realmente importantes para a região. Esta é um das principais regiões produtoras de peixe do país. Grande parte da pesca comercial e esportiva é essencialmente não regulamentada e tem tido um V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 88
  • 8. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 impacto muito pronunciado no Golfo da Califórnia, com espécies comercialmente importantes, tais como camarão que foram colhidas bem acima da sustentabilidade. No zona de pré-montanha, a mineração é uma atividade importante, que vem sendo explorada ao longo dos anos. Existem algumas minas abandonadas através da região.·. População De acordo com o SEDESOL dois municípios do sul de Sonora são classificados como de alta marginalização e quatro deles são considerados marginalizados. A densidade populacional é de 14 habitantes por metro quadrado, que contém 38% dos habitantes do estado. Recursos A região Sul de Sonora tem uma rede de 28 estações meteorológicas dispersas em torno de seu território desde 1997. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 89
  • 9. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 Figura 5. Rede meteorológica na região de Sonora. Esta rede meteorológica irá ajudar a identificar potencialidades da região. Sendo alguns dos resultados obtidos mapas de alta radiação solar. Além disso, os resíduos animais são já utilizados nas maiores fazendas de suínos da região para produzir biogás. As explorações de suínos pequenos precisam ser alertados sobre as emissões evitadas através deste método. O sul de Sonora tem uma chuva de 363 milímetros por ano. CONSIDERAÇÕES FINAIS Desde o início do projeto SSC, o número de governos locais envolvidos têm aumentado substancialmente. O uso de soluções baseadas em energias renováveis para comunidades pequenas tem sido aceite como uma alternativa confiável aos métodos tradicionais de gestão de energia, água, geração e utilização de resíduos. Algumas soluções já foram implementadas com feedback positivo. O principal constrangimento que temos enfrentado é o financiamento de equipamentos de energias renováveis para projetos de maior escala. A criação de acordos com agências e departamentos de energia nacionais tem sido um dos nossos principais alvos durante todo o processo. O principal objetivo para o período seguinte é conseguir que todas as comunidades envolvidas possam depender o menos possível de fontes de fornecimento externo de energia, alimentos e água. AGRADECIMENTOS Um especial agradecimento a todos os elementos das 16 Universidades que colaboram neste projeto multidisciplinar. Outro aos governos locais das comunidades em questão que nos apoiam cada vez mais e sobretudo a todos os elementos das comunidades envolvidas no projeto , sem os quais seria impossível executar qualquer das intervenções realizadas. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 90
  • 10. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 REFERÊNCIAS 1.- Ecoaldeas or Self-Sustainable Communities and renewable energy solutions (SSC). Potential in the II Region of Chile (Atacama Desert). AZEVEDO J. DOMINGUES, GUERRA J. , CABO I. RODRÍGUEZ 1, REY D. REY, MONTES E. VIEITES, AGÜERA A.LÓPEZ. ICREPQ12 2.- Feasibility study for sustainable development in the island cerrito de los morreños (ecuador). PERALTA JUAN J , AZEVEDO J. DOMINGUES , AGÜERA A.LÓPEZ, BARRIGA ALFREDO R , DELGADO EMÉRITA , ARBOLEDA IVAN , D. REY REY. ICREPQ12 3.- Ecoaldeas or Self-Sustainable communities and renewable energy solutions (SSC). Potential in the South of Sonora, México . SOSA I., AGÜERA A.LÓPEZ. ICREPQ12 4.- Experience of bioclimatic architecture integrated with a photovoltaic system for an isolated community in Colombia (La Primavera, Vichada) ALDANA P. A. GÓMEZ, CASTELLANOS A. P. PARRA, RICO G. E. RODRÍGUEZ , DE LOS RÍOS AND O. PÉREZ. ICREPQ12 V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 91
  • 11. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 TRILHANDO AÇÕES SUSTENTÁVEIS NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA (IFBA): FOCO NO CAMPUS SANTO AMARO. 1 2 Adriana Vieira , Angelo Alerson , Almir Vinícius, Kênnya Rosa, Luis Gustavo, * Moisés Almeida, Victor Hugo Araújo . *Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) campus Santo Amaro. 1-adrianavieira@ifba.edu.br 2-angelo.sousa@ifba.edu.br RESUMO O artigo avalia ações sustentáveis a serem realizadas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) com foco no consumo de água do instituto localizado no município de Santo Amaro. As ações sustentáveis objetivam a redução e o consumo consciente da água e de outros recursos naturais e para isso foi proposto a formação de um ecotime. Um levantamento sobre ações sustentáveis realizadas em outros institutos federais foi feito e está aqui apresentado. Palavras-chave: sustentabilidade, ecotime, instituto federal INTRODUÇÃO O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia campus Santo Amaro, tem um terreno de área de 50.700 m², sendo 2.306 m² de área construída, È constituido de 1 pavilhão administrativo (onde situa-se o setor de manutenção e a cantina), 1 pavilhão de aulas e 1 prédio onde se localiza o laboratório de mecânica e uma área no 1° andar destinada a empresa tercerizada , e uma guarita . A água proveniente do centro de distribuição da empresa de águas da Bahia (Embasa), no município de Santo Amaro, passa pelo hidrômetro, localizado na entrada do campus , indo para um tanque onde através de bombeamento se desloca a um reservatório principal onde é distribuído para os tanques no pavilhão administrativo e um outro reservatório que abastece o setor de manutenção e cantina. A água encanada,das torneiras e também das bacias sanitárias, tem sua V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 92
  • 12. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 utilidade na limpeza do campus e na ingestão para saciar sede dos servidores, prestadores de serviços, alunos e visitantes. Em relação às áreas de consumo de água nas instalações do campus, tem-se 5 banheiros coletivos (3 no pavilhão administrativo e 2 no pavilhão de aulas), 4 banheiros para pessoas com necessidades especiais ( 2 no pavilhão administrativo e 2 no pavilhão de aulas), 4 laboratórios (de biologia, química, física e hidráulica), 1 cantina e 4 bebedouros de pressão. O ecotime monitorará as atividades de consumo consciente da água no IFBA Campus Santo Amaro tornando o seu aproveitamento necessário o quanto for possível, fiscalizando e indo de encontro às ações tomadas que contornam o caminho da sustentabilidade, colaborando na tarefa de conscientização na utilização adequada dos recursos naturais. PROJETOS E AÇÕES SUSTENTÁVEIS NOS INSTITUTOS FEDERAIS. Uma parceria entre o Instituto Federal do Acre (IFAC campus Xapuri) e o Governo do Acre possibilitará que, no segundo semestre de 2012, o IFAC desenvolva atividades sustentáveis no município de Xapuri, com o objetivo de reforçar os propósitos de defesa da Floresta Amazônica. O projeto denomina-se “Sustentabilidade na Amazônia: a trajetória dos povos da Floresta”. Os alunos do Instituto Federal do Pará (IFPA campus Ananindeua) juntamente com os moradores de Ananindeua fundaram o dia de monitoramento da qualidade da água da bacia do rio Maguari - Açu. A atividade consiste em analisar a água do rio, e tem objetivo de conscientizar sobre a importância da preservação dos recursos naturais do rio Maguari – Açu. No IFPA (campus Belém) está em desenvolvimento o projeto Reciclar que tem como objetivo informar a comunidade sobre a importância da coleta seletiva e implantar um conjunto de atitudes que eliminem os impactos ambientais associados à produção e a destinação do lixo, é a chamada gestão de resíduos sólidos. No Instituto Federal de Amazonas (IFAM campus Coari), o projeto de extensão estimula a criação peixes em tanques de pequenos portes, em parceria com a Universidade Federal do Amazonas, e tem o objetivo de recordar os pratos tradicionais da comunidade de São José do Saúba; discutindo os valores da higiene V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 93
  • 13. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 e incentivando uma prática alimentar saudável, interagindo ainda com a piscicultura como uma atividade econômica sustentável. No Instituto Federal de São Paulo (IFSP), campus Cubatão, os alunos plantaram um pomar. As espécies plantadas são grumixama, goiaba vermelha, limão, mexerica, acerola, jambo-rosa, flor de merenda e jasmim branco. O plantio teve a preocupação de considerar o melhor ponto de incidência do sol, os espaçamentos entre as árvores para não haver invasão e a distribuição de água. As frutas cítricas, que precisam de muita água para se desenvolver, foram plantadas em uma região do terreno que acumula mais água da chuva. No Instituto Federal do Maranhão (IFMA campus Caxias), alunos e professores do curso de Meio Ambiente do campus Caxias, realizaram um ato simbólico sobre o rio Itapecuru como forma de demonstrar o compromisso por um futuro sustentável. Dentre as atividades, foi realizada a operação "pente fino" para limpeza do parque. Pensando também em aspectos da sustentabilidade, o Instituto Federal de Alagoas (IFAL) campus Maceió criou um comitê que possui como principais objetivos elaborar e implantar o Plano de Gestão Ambiental ( é um sistema de administração empresarial que realça a sustentabilidade) do instituto, ao lado de projetos que visem à redução dos impactos ambientais negativos das atividades desta instituição. Os membros do comitê estabeleceram como metas a serem alcançadas, a implantação da coleta seletiva no campus Maceió e um Projeto de compras Sustentáveis para este ano de 2012, além de outras ações. A instituição demonstra, portanto, o interesse em modernizar-se para contribuir na busca da sustentabilidade ambiental. No Instituto Federal do Rio Grande do Norte, campus João Camâra, já está fabricando sabão sustentável a partir do óleo residual de cozinha. O objetivo do projeto foi, primeiramente, orientar e conscientizar os alunos e comunidades locais quanto aos malefícios que esse óleo causa à natureza quando descartados indevidamente nas pias ou no solo. Depois pesquisaram, avaliando o nível de conhecimentos da sociedade, o local quanto à destinação que ela estava dando ao óleo que utilizava em suas residências ou comércios e se estava disposta a contribuir com a preservação da natureza, doando esse óleo com a finalidade V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 94
  • 14. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 social de ajudar as lavadeiras carentes da cidade, através da transformação do produto em sabão, atividade essa de sustentabilidade. Destaque para os projetos desenvolvidos no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). O projeto “Regional e sustentável dos produtores de farinha de mandioca do município de Lafaiete Coutinho-BA: Uma intervenção do IFBA campus Jequié” tem como objetivo analisar o processo da produção da farinha de mandioca do Município de Lafaiete Coutinho e ao mesmo tempo possibilitar uma melhoria da situação social e econômica dos produtores. PROPOSTAS SUSTENTÁVEIS NO IFBA Diante do processo de degradação pelo qual o planeta terra está passando, é essencial que pequenas atitudes comecem a ser tomadas por cada cidadão que no somatório possa render grandes resultados em prol de retardar o esgotamento de recursos indispensáveis para a sobrevivência humana. Por esse motivo e muitos outros, o projeto de inserção da sustentabilidade nas escolas tem uma grande importância de despertar nos jovens a consciência da verdadeira situação do meio no qual estão inseridos. O mesmo tem o objetivo de fazer valer a ideia de sustentabilidade no Instituto, aumentar o grau de conhecimento dos alunos a respeito do tema, agir de forma consciente com o meio no qual estão inseridos e reduzir os gastos, reutilizar alguns recursos além de aproveitar a estrutura ociosa do campus para fins de realização de algumas atividades. A primeira proposta é a captação de água da chuva através de calhas e tubulações de baixo custo (PVC) ligadas a uns tanques reservatórios instalados ao lado dos pavilhões de aula e administrativo. O objetivo é de utilizar essa água captada para lavagem de salas, e outras instalações, além de utilizar na irrigação das plantas. A segunda proposta é da fabricação de sabão junto a uma cooperativa de mães carentes a partir do óleo que é descartado na cantina do colégio, essa proposta que em longo prazo irá atuar como uma forma de geração de renda para essas mães. A terceira proposta é de painéis solares de baixo custo feitos apenas V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 95
  • 15. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 com o interior de caixas de leite líquido, onde serão instaladas no telhado, possibilitando a redução da incidência dos raios solares nos pavilhões, dando uma sensação de climatização maior. A quarta proposta é a instalação das lixeiras coletoras seletivas do lixo para que possam ser reaproveitados alguns materiais descartados e estes sejam trabalhados também pela cooperativa de mães citado na segunda proposta. Uma proposta que pode ser implementada, em curto prazo, pelo acesso a internet e pela disponibilidade do curso de Tecnologia da Informação que temos no instituto é a utilização das redes sociais para discussões e ações em prol de um futuro sustentável. É interessante, especialmente para os jovens, o acesso a redes sociais para tratar de determinando assunto tendo em vista a rapidez na comunicação. Ações como estas já foram iniciadas no IFBA campus Santo Amaro através do blog praxisifba1 que divulga projetos com a temática sustentabilidade. Por último, a ideia do inspetor voluntário, que no caso atuaria no sentido de procurar pelo campus irregularidades e poder consertá-las ou contatar a manutenção para fazer determinado serviço, a exemplo, vazamento de água, ventiladores e ar condicionados ligados sem pessoas no local, luz acesa, entre outras situações. AÇÕES NO CAMPUS SANTO AMARO No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) campus Santo Amaro foi planejado e montado um grupo, denominado ecotime, formado inicialmente por docentes, discentes e pessoas que realizam serviço terceirizado na instituição. O ecotime é formado por sujeitos com a finalidade de monitorar as atividades, fiscalizando e indo de encontro às ações tomadas que contornam o caminho da sustentabilidade, colaborando na tarefa de conscientização da utilização adequada dos recursos naturais com objetivo de salvaguardar as gerações futuras. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 96
  • 16. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 O ecotime foi organizado para avaliar quantitativamente o consumo de água no IFBA campus Santo Amaro identificando se há consumo excessivo de acordo com as atividades realizadas, e/ou deficiências de distribuição de água dentro do próprio campus (tubulação avariada) ou externo, caracterizando furto ou falta de manutenção da tubulação; juntamente com a produção de estatísticas por meio dos dados coletados, possibilitando o conhecimento dos períodos onde mais se consome e o “porquê” deste, propondo ações sustentáveis de consumo consciente e redução. Para que se alcancem os objetivos propostos, no dia 05 de março de 2012 foram iniciadas as medições no hidrômetro do campus em 08 horários diferentes, num processo semelhante ao realizado pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento Ltda. (EMBASA) responsável pelo fornecimento de água. Nessas medições são coletados os dados de consumo em m³ para posterior avaliação e produção de estatísticas. As medições foram realizadas pelo ecotime formado pelo projeto que visa a sustentabilidade. A formação do ecotime é uma inovação dentro da rede federal em nosso estado, onde alunos e professores juntos buscam soluções para instalar um sistema de Produção Mais Limpa (PmaisL), onde a redução pode gerar ganhos não só econômicos mas socioambientais. A economia no uso da água é importante em sentidos ambientais, pois a água doce e potável é pouca comparada ao tamanho da nossa população atual e/ou futura. No sentido de organização do ensino federal é importante que o IFBA campus Santo Amaro economize água, numa ideia de ganho ou retorno, onde o recurso que se deixa de gastar com o uso exagerado de água pode ser utilizado em outras ações importantes dentro da receita da unidade de ensino e que em algumas vezes deixam de serem realizadas. Além disso, é importante que se realizem ações como estas para que sirvam de exemplo às outras unidades e para que formemos um IFBA mais sustentável a cada dia. Em longo prazo, as ações do ecotime visam a reutilização da água da chuva, além de reutilizar a gordura, proveniente das refeições da “cantina” que antes eram descartados incorretamente no solo, na fabricação de sabão, criando uma cooperativa de mães vendedoras, onde este sabão poderá complementar a renda familiar, além de ser mais uma ação sustentável dentro do campus e por meio da V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 97
  • 17. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 cooperativa trazer a comunidade santoamarense conceitos como empreendedorismo, cooperativismo, reutilização e sustentabilidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS A sustentabilidade abrange vários níveis de organização e através da formação de ecotimes e a partir da adoção dessa estratégia é possível que a rede federal interaja com a comunidade ao seu redor preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. A iniciativa para a formação do ecotime pretende ser divulgada para outros institutos federais já que as ações apresentadas ainda estão sendo desenvolvidas, mas já permitiram perceber que é necessário que o IFBA trilhe ações sustentáveis 1-http://www.praxisifba.blogspot.com.br/p/pesquisa.html REFERÊNCIAS ANASTAS, P.T.; WARNER, J.C. Green Chemistry. Theory and Practice. New York: Oxford University Press Inc., 2000, 135 p. COMISSÃO BRUNDTLAND. Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Getúlio Vargas, 1991. OLIVEIRA, Gilson Batista de; SOUZA-LIMA, José Edmilson (Orgs.). O desenvolvimento sustentável em foco: uma contribuição multidisciplinar, Annablume, 2006. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 98
  • 18. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 DA INSTRUMENTALIZAÇÃO À CONSTRUÇÃO DE REDES FORMATIVAS: Reflexões sobre a formação de professores e as novas tecnologias Cristiane da Conceição Gomes de Almeida*1 Verônica Domingues Almeida*2 *Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) campus Santo Amaro. 1- cris_ufba@hotmail.com 2-vedominguesues@hotmail.com Resumo Este artigo objetiva promover discussões a respeito da formação de professores de Computação na atualidade. Considerando a larga escala de acesso das tecnologias da informação e comunicação (TIC) no contexto educacional, discutimos como esses recursos podem marcar uma nova forma de compreender a formação de professores e como os educadores podem, continuamente, se apropriar desse movimento em sua formação. Levantamos, também, questionamentos sobre a necessidade da atuação de um professor de Computação nas escolas básicas, que possua formação multidisciplinar em conhecimentos pedagógicos e técnico-computacionais, para instituir possibilidades de intercâmbios formativos mais significativos, quanto ao uso da informática na educação formal. Fazemos uma discussão a respeito das políticas públicas de inserção das TIC nas escolas a partir de um breve histórico da inserção da formação de professores nesse campo. Em seguida, propomos algumas reflexões sobre a possibilidade de troca de conhecimentos entre os professores regentes da educação básica e os professores de Computação, que possibilite uma formação para além da instrumentalização, visando a construção de redes formativas de conhecimentos no espaço educacional. Para finalizar pontuamos que se faz necessária a compreensão da formação de professores enquanto processo contínuo no espaço escolar e da inserção das Tecnologias da Informação e Comunicação como propulsoras dessa formação, fazendo uso da internet para preparação dos educadores para a rede, na rede e em rede, instituindo posturas mais cooperativas e colaborativas. Palavras-chave: Formação de professores, computação, redes, tecnologias da informação e comunicação. A formação de professores é um tema que gera inúmeras discussões e questionamentos na atualidade e, quando se trata de formação de professores e o campo das novas tecnologias, o assunto toma uma dimensão ainda mais ampla e complexa. Muitos educadores, ao longo das últimas décadas, vêm buscando formação apropriada para utilizarem a informática de modo significativo na escola, todavia, muitos destes cursos e atividades indicam apenas uma proposta instrumental, o que limita a atuação docente. Isso ocorre, pois os educadores possuem formação pedagógica, mas, na maioria das vezes, não dominam a parte V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 99
  • 19. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 técnica destes recursos, o que torna a atuação dos mesmos, restrita a instrução de comandos ou repetição de conteúdos com o uso de um aparato tecnológico diferente. A tecnologia na escola precisa ser percebida, não como um instrumento à parte da atividade educacional, e sim, como a própria atividade na/em atividade. Os atores/autores dos processos educativos necessitam reconhecer as possibilidades trazidas pelas tecnologias da informação e comunicação (TIC) e aproveitá-las como estimuladoras de processos colaborativos de construção de conhecimentos, ou seja, como propulsoras da criação de redes formativas. Mas, como conceber a educação no seio das novas tecnologias, em uma proposta de construção de redes de formação de conhecimentos, sem possuir a formação apropriada? Para responder a esta pergunta, podemos recorrer a formação de professores de Computação, que vem surgindo no cenário nacional como uma possibilidade concreta de aliar, em um só profissional, o conhecimento técnico e o conhecimento pedagógico necessários para ampliar compreensão e utilização das TIC nas escolas. Os cursos de Licenciatura em Computação instituem-se a partir de políticas públicas que refletem a necessidade de compreensão do amplo uso das TIC na sociedade, em particular nas escolas de educação básica. Esta demanda faz a indicação de um intercâmbio na formação acadêmica, dentro dos campos das TIC e da Pedagogia, ou seja, a instituição de tal curso é uma possibilidade de revisita a posicionamentos teóricos que predominam nas práticas de cada uma destas áreas, mas que não se sustentam quando distintamente aplicados. Esta formação implica, portanto, na contextualização da informática na educação, a partir da prática de um profissional multidisciplinar que alia as demandas técnicas e pedagógicas em seu trabalho. É de conhecimento comum que as TIC transformam as relações entre os sujeitos, bem como seus processos cognitivos, o que não se compreendia era como aliar as competências tecnológicas e as pedagógicas na prática docente, o professor de computação surge, portanto, para atuar de modo multidisciplinar, aliando conhecimentos teóricos, práticos, pedagógicos e técnicos nos processos formativos de pessoas. Diante desta perspectiva, é preciso voltar o olhar para a formação destes profissionais, buscando compreendê-la como um processo que pressupõe uma V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 100
  • 20. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 estrutura curricular específica, voltada para o conhecimento pedagógico e técnico, com atualizações1 constantes, levando em conta que o educador na atualidade necessita ser “[...] um incansável pesquisador; um profissional que se reinventa a cada dia, que aceita os desafios e a imprevisibilidade da época para se aprimorar cada vez mais”. (KENSKI, 2003, p. 90). Nesse parâmetro os professores que atuam com computação são, também, instituídos e instituíntes de seus processos de formação e aliam as influências externas às suas subjetividades, estabelecendo um diálogo entre as políticas institucionais e o seu percurso formativo; a utilização mais intencional e significativa das TIC abre possibilidades para que essa relação ocorra de maneira contínua e mais colaborativa. FORMAÇÃO DE PROFESSORES: PANORAMA ATUAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS As últimas décadas do século XX foram marcadas por debates sistematizados sobre a necessidade de adequar a atividade docente às mudanças acontecidas na sociedade. No Brasil, a partir dos anos 1990, com a Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada na Tailândia, e com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº. 9394/96, as discussões se intensificaram e ocorreram algumas (re)formulações legais no escopo educativo, inclusive o surgimento do Pacto pela Valorização do Magistério e Qualidade da Educação. Apesar do Governo da época, descumprir acordos firmados e, assim, não desencadear muitas das ações previstas, não podemos, como nos afirma Mello (1999), negar a contribuição ao debate e a problematização apontada para a formação dos professores advindas desses documentos. Em relação à formação do professor para o campo da computação, desde a década de 1970, que universidades brasileiras, como exemplo, a UFRJ, UFRGS e a UNICAMP, buscam debater esta demanda. A culminância destes debates se deu na década de 1980, com a ampliação dos investimentos em atividades de pesquisa e 1 Aqui vale uma reflexão a respeito da compreensão do termo atualização. Neste artigo o termo não se trata da atualização volátil que percebe o conhecimento como capital descartável, e sim, da concepção de atualização formativa que possibilita a ampliação da esfera do ser em sua existência no mundo. Autores como Heidegger, Gadamer, Roseli de Sá e Teixeira Coelho trabalham com essas disposições. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 101
  • 21. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 extensão e a criação do projeto EDUCOM que foi pioneiro em contemplar abordagens técnicas e pedagógicas na prática educativa, com o trabalho de desenvolvimento de softwares educativos e com o uso do computador como recurso para resolução de problemas no campo educacional. Ao longo dos anos, assim como o EDUCOM, outros projetos de outras universidades foram instituídos e tiveram seu valor formativo local. Em nível nacional, outra política que obteve uma amplitude válida foi o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO), criado em 1997, que, popularizou o acesso do computador nas escolas púbicas, assim como se voltou para a problemática da formação de professores e o campo da computação na escola. Iniciativas como estas foram precursoras do processo atual de expansão de licenciaturas técnicas e tecnológicas que vem acontecendo, mais precisamente, no escopo das escolas superiores federais e estaduais de todo o país. Um dos resultados desta expansão é a criação de cursos de Licenciatura da Computação, que, segundo o censo de 2006, realizado pelo INEP, já estão em número de 70 cursos, assim distribuídos nas regiões do país: Centro-Oeste (12), Nordeste (24), Norte (3), Sudeste (22) e Sul (9)2. A implantação dos cursos de licenciatura técnica e tecnológica, em especial Licenciatura em Computação, atende aos princípios da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ao Decreto nº 3276, de 06 de dezembro de 1999, que dispõe sobre formação em nível superior de professores para atuar na Educação Básica, e ao Decreto 3554 de 07 de agosto de 2000, que dá nova redação ao §2º do art. 3º do Decreto 3276/99. Além disso, os recentes processos de reformulação de matrizes curriculares das escolas de educação básica, vêm, mesmo que forma tímida, inserindo a disciplina de Informática em seus currículos. Tais iniciativas de formação de professores vêm provocando uma expansão dos debates em torno da qualidade da educação e propiciaram a reorganização do poderio público em termos do cumprimento de metas educacionais estabelecidas pelas agências financiadoras internacionais como o Banco Mundial (BIRD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Porém, vale alertar, que diante dos parâmetros 2 Dados retirados do Projeto Pedagógico do Curso Superior de Licenciatura Plena em Informática, na modalidade presencial do Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Norte, 2009. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 102
  • 22. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 dessas agências que determinam as metas para a educação, eqüidade e qualidade se confundem com quantidade, e o acesso à escola sem condições adequadas é considerado suficiente para atender às suas demandas. Diante deste fato, muitas discussões se originaram no contexto político-legal da formação de educadores, desde a desarticulação das políticas públicas com as universidades e as escolas em geral, até a implantação de legislações sobrepostas que não são tratadas e nem sequer compreendidas pelo professorado. Orientações aligeiradas para a conclusão dos cursos superiores, implantação de licenciaturas tecnológicas sem a estruturação e dimensão curricular apropriada, incoerências sobre os espaços de formação e a desvalorização do magistério, configuram-se como contradições profundas nos parâmetros legais que tratam sobre a formação inicial e continuada dos educadores. Essa realidade é traduzida através de pacotes de formação de professores estabelecidos pelo MEC e distribuídos para as unidades escolares3. Esses e outros empreendimentos são definidos para a demanda formativa de educadores, e os estados, os municípios e as escolas organizam espaços de formação, para atender tais exigências do Ministério. Em se tratando de informática, muitas unidades educativas estão sendo equipadas com computadores ligados a web e cursos vêm sendo oferecidos aos professores, mas a dimensão técnico- pedagógica é limitada aos aspectos instrucionais, ou seja, acontece apenas um treinamento para uso das TIC e não uma formação que contemple de modo multidisciplinar as amplitudes técnica e pedagógica do uso das novas tecnologias na escola. Assim, os órgãos centrais posicionam-se para atender as demandas das agências financiadoras e os sistemas de ensino organizam-se precariamente, restringindo a inserção das tecnologias na escola a uma instrumentalização infértil de comandos limitados, tornando-se cada vez mais longe de configurarem-se como redes de construção formativas. Com isso, fica evidenciada, portanto, uma carência de profissionais de educação em computação, privando as escolas de introduzirem a informática nos currículos regulares; de promoverem projetos multidisciplinares e transversais com a intervenção efetiva das TIC; da criação de softwares 3 Alguns deles são: Rede Nacional de Formação Continuada de Professores, o Pró-letramento, Pró-licenciatura e o Programa de Incentivo à Formação Continuada de Professores do Ensino Médio. Vide: www.mec.gov.br V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 103
  • 23. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 educacionais, objetos e ambientes virtuais de aprendizagem de qualidade, dentre muitas outras ações pedagógicas. Diante desta vertente, as políticas públicas de formação de professores apresentam-se dicotômicas. De um lado, os programas do governo são implantados sem a devida orientação e sem o necessário sentimento de pertença da comunidade escolar sobre os projetos, ou seja, os sistemas federal, estadual e municipal indicam, os caminhos e finalidades de cada pacote de formação e arriscam, inclusive, definir resultados diante dessa atuação, sempre visando à manutenção das metas e fins das agências financiadoras; do outro lado, a carência e a atuação instrumental dos professores da educação básica em relação a computação que deflagra uma batalha pedagógica nos espaços educacionais. Os professores clamam por formação apropriada e pela inserção de um profissional qualificado no espaço educativo, não só como um suporte técnico, mas como um construtor de redes formativas na escola, um educador na área tecnológica com conhecimentos pedagógicos e técnicos em sua práxis educacional. Diante dessa realidade percebe-se uma tensão entre os sistemas de formação organizados e definidos pelos veículos legais e as redes formativas, criadas e alimentadas por educadores em seus percursos. O MEC e as secretarias de educação dispõem os caminhos formativos dos educadores de forma desarticulada, defendendo metas e alimentando índices estatísticos e os educadores, mesmo que inseridos nesse escopo, tentam tecer alternativas que priorizem os caminhos formativos em condições favoráveis a profissionalização docente, buscando outras possibilidades práticas e agregando valor a inserção de um professor da área de computação nas escolas. A conquista da integração de políticas públicas aliadas à formação de qualidade que respeitem os a-con-teceres e as dimensões de cada sujeito parece distante. Nelson Pretto no artigo “Formação de professores exige rede”, expressa a necessidade de uma política educacional que considere os educadores em suas singularidades. Para ele, isso só poderá acontecer através da atualização de projetos e políticas que fortaleçam os locais, as regiões, e não de “projetos que sejam elaborados por iluminados especialistas e distribuídos em broadcasting para o conjunto de brasileiros que está na escola e fora dela.” PRETTO (2001, V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 104
  • 24. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 p.125). Pretto reafirma a necessidade da existência de uma relação interativa entre as políticas públicas de formação e a formação dos professores em seus processos, nas suas diferenças e relações com o outro. O que vem ocorrendo é uma disparidade entre esses processos que aponta distorções quanto à percepção da formação do educador e a ausência de convocação formal do professor de computação para agregar valor a práxis pedagógica nas escolas. Nos parece que as políticas públicas não entendem o processo formativo dos educadores em sua dimensão singular e trazem as propostas de formação como pacotes comuns que podem ser traduzidos homogeneamente por todos, de maneira indiscriminada. As condições de trabalho e particularidades de cada realidade escolar e de cada pessoa em formação são negadas e o processo de inserção das TIC pode tornar-se limitado e obsoleto. A cada dia se faz mais necessária a introdução de um profissional qualificado para atuar com as TIC na escola de modo mais significativo e abrangente. O que se discute não é a alienação do professor regente quanto ao uso das novas tecnologias no espaço escolar, e sim, a agregação de valor as práticas docentes, a partir do intercâmbio de conhecimentos entre estes profissionais para a construção de redes formativas, que podem englobar não só os alunos, mas a formação continuada de todos os educadores no espaço educacional. REDES DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: POTENCIALIDADES. A inserção das tecnologias da informação e da comunicação no cenário educativo é ampla, todavia, complexa e difusa. De acordo com as concepções que se firmam no ideário educacional sobre a formação dos educadores e do uso das TIC nas escolas, é possível traçar dois perfis de inclusão de práticas para as mesmas. Um dos perfis, e talvez o mais difundido, é a limitação das tecnologias a máquinas, ou seja, é a utilização das TIC como meras substitutas dos instrumentos que auxiliam os professores em suas aulas. Este uso das tecnologias, que é o mais comum devido a formação estrita dos educadores da escola básica, não possibilita a criação de redes de formação, apenas as configura como instrumentos, alimentando dessa maneira a ideologia famigerada dos bancos investidores. Já o outro perfil de V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 105
  • 25. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 utilização das TIC, as percebe como movimento e concebe a web como uma grande teia de inter-conexões, sendo compreendida como propulsora de redes de construção formativas. Para criar redes de formação no espaço escolar é preciso que os profissionais envolvidos construam modos de colaboração participativa e instituam comunidades interativas nas quais a formação a-con-tece4, sendo promotora inclusive de possíveis transformações sociais. A construção de uma rede formativa complexa nas escolas demanda conhecimento específico e ação intencional dos educadores, além de necessitar da atuação de um profissional multidisciplinar, que compreenda a interação entre as demandas técnicas e pedagógicas: o professor de computação; este, aliando-se aos demais educadores da unidade escolar, poderá instituir uma cultura tecnológica mais significativa nas escolas, ampliando, inclusive, o seu escopo formativo e colaborando com o de seus colegas. A ideia de rede compreendida enquanto entrelaçamento e malha nos remete a reflexões mais amplas em torno da formação do educador e nos leva a entender esse processo a partir de uma dinâmica de compartilhamento e não mais como uma formação solitária e estática. Tal concepção propõe uma formação construída nos grupos aos quais os sujeitos pertencem, em conjunto com seus pares, seus alunos e colegas. As redes são então compreendidas como comunidades, virtual ou presencialmente constituídas, que possibilitam uma reunião mais abrangente e democrática de indivíduos e instituições, em torno de objetivos comuns. Para Silva (2008) a percepção dessa identidade comunitária da rede é muito importante para a compreensão conceitual. Ele expõe que “[...] as definições de rede falam de células, nós, conexões orgânicas, sistemas... tudo isso é essencial e até mesmo historicamente correto para a conceituação, mas é a ideia de comunidade que permite a problematização do tema e, conseqüentemente, o seu entendimento” (SILVA, 2008). Segundo o referido autor, as redes são estruturas flexíveis e cadenciadas que se estabelecem por relações horizontais, interconexas e em dinâmicas que supõem o trabalho colaborativo e participativo. Elas se sustentam 4 Termo cunhado pela Profª Drª Maria Inêz Carvalho no artigo: O a-con-tecer de uma formação. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade. Salvador, v. 17, n. 29, jan./jun. 2008, p. 159 -168. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 106
  • 26. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 pela perspectiva comunitária pautada na vontade e afinidade de seus integrantes, caracterizando-se como um significativo recurso organizacional, tanto para as relações pessoais quanto para a estruturação social, pois são formadas pela cooperação e colaboração. É nesse âmbito que o alicerce das TIC pode ser inserido na atividade formativa, a partir da atuação de um profissional qualificado, promovendo a organização pedagógica do espaço escolar em uma dinâmica de rede, com conhecimentos técnicos suficientes para entremear possibilidades formativas e promover aprendizagens diversificadas, buscando esgotar os potenciais existentes e criar novas demandas de formação. O papel de um “educador de redes” volta-se para construir redes presenciais ou à distância, formais ou livres e ainda outras que se configuram como espectro do desejo de cada um, contemplando espaços comunitários e configurando redes de formação comuns, que abarcam as subjetividades e as coletividades simultaneamente. Redes são de fato possibilidades de formação em potência. Os limites de tempo e espaço são superados e as buscas pelas atualizações podem surgir pela necessidade de comunicação e, sobretudo, pelo desejo. As novas tecnologias aparecem apontando um referencial estruturante que potencializa as redes de formação - formais ou informais - tanto presenciais, quanto eletrônicas. As TIC necessitam ser percebidas, trabalhadas e compreendidas nessa dimensão ampla e dinâmica para que se configurem como potências de formações nas infinitudes dos processos de cada sujeito no mundo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Perceber a formação de educadores como um processo contínuo da formação do ser é de grande valia na compreensão das demandas de formação de cada pessoa. Sendo a formação processo, as relações que se estabelecem na trajetória de cada indivíduo formam uma trama de associações e ligações que não acontecem de maneira estanque e dissociada do contexto da vivência de cada um. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 107
  • 27. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 Estas malhas de relações e referências múltiplas ligam-se ao conhecimento que o educador constrói em seu percurso profissional e pessoal, o professor de computação, em particular, possui, portanto, uma rede de conhecimentos encadeados, não de forma hierárquica, mas de maneira integrada, pois sendo ele um educador multidisciplinar, ou seja, um profissional que abarque em seu repertório formativo, conhecimentos técnicos e pedagógicos, a sua formação configura-se numa complexa rede de atualizações. O que se faz necessário é discutir as concepções de formação presentes nos cursos de Licenciatura da Computação, para que a formação pedagógica inicial se configure em um contínuo. Desse modo, é importante também, salientar que os currículos de tais cursos precisam pensar o preparo do professor, para além da dimensão estritamente técnica ou puramente pedagógica, mas habilitar tais profissionais para contribuírem com o trabalho educativo em uma dimensão de rede, aliando a formação técnico-pedagógica a sua metodologia de trabalho. Formar-se para a rede pressupõe esforço crítico-reflexivo, autoria, desejo e postura investigativa. O educador que forma-se para a rede compreende que a “pesca” na internet não se limita ao copiar e colar. Ele entende a internet como espaço de colaboração na composição das informações que geram conhecimentos e na difusão dos conhecimentos de sua autoria. Formar-se para a rede, portanto, vai além da dimensão técnica do manuseio da máquina, pois é a retomada da rede web como uma retroalimentadora do percurso pessoal e profissional dos educadores de forma contínua, utilizando, inclusive a rede web como propulsora destas demandas. Preparado para a rede e na rede, o educador poderá vivenciar plenamente a formação em rede. Em uma perspectiva que vai além da colaboração, os educadores se encontram em um estágio de cooperação, em um ambiente coletivo. Neste parâmetro a formação é contínua e livre, não há limite de tempo ou espaço, o que rege é o desejo de construir conhecimentos, difundi-los, utilizá-los, o interesse é em formar-se escolhendo os trajetos virtuais/reais na complexidade, em rede. A formação para a rede, na rede e em rede não pode ser considerada em etapas organizadas hierarquicamente. Ela é fruto de reflexões coletivas e da utilização das ferramentas de maneira mais cooperativa, pois acontece respeitando os percursos de cada sujeito, no acontecer de cada processo formativo. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 108
  • 28. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 A rede web pode contribuir para a formação colaborativa de educadores que montam suas próprias redes formativas nesta rede, mas para isso é preciso ter conhecimento adequado destes suportes construtivos de conhecimentos. A rede é uma dimensão dialógica que pode provocar grandes alterações no processo formativo e descosturar as amarras da formação sistematizada percebida enquanto meta. Em conjunto com o educador regente, o professor de computação poderá, trabalhando para a rede, na rede e em rede, promover alterações no escopo educativo atual e na sociedade contemporânea que privilegia a informação veloz. Diante dessa perspectiva, acredita-se que os percursos formativos do ser tendem a promover o alicerce da postura investigativa e aprendente do educador, visando à configuração de uma sociedade voltada para a aprendizagem colaborativa, na qual o foco esteja para além da informação e do conhecimento e volte-se para as aprendências dos sujeitos no mundo com o outro. REFERÊNCIAS CALLONI, Humberto. Educação e crise de fundamento: contribuições ao estudo do sentido da educação numa perspectiva hermenêutica. Trabalho apresentado na 23a Reunião Anual da ANPED: “Educação não é Privilégio”. Caxambu, 24 a 28/09/2000. (Digitado). CARVALHO, Maria Inez. O a-con-tecer de uma formação. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade. Salvador, v. 17, n. 29, jan./jun. 2008, p. 159 - 168. HALMANN, Adriane Lizbehd. Reflexões de professores em blogs: aspectos e possibilidades Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, 2006, 138 fls. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE. Projeto Pedagógico do Curso Superior de Licenciatura Plena em Informática. Natal, RN, 2009. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DA BAHIA. Projeto Pedagógico do Curso em Licenciatura da Computação. Santo Amaro da Purificação, 2010. KENSKI, Vani. Reflexões e indagações sobre a sociedade digital e a formação de um novo profissional/professor. In: RELATEC: Revista Latinoamericana de V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 109
  • 29. V Seminário de Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Santo Amaro – Bahia, 2012 Tecnología Educativa, Vol. 3, Nº. 2, 2004, pp. 1-9. Disponível em: http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=1212850. Acesso em: 15/05/2008 às 10h. ____________. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, SP: Papirus, 2003 – (Série Prática Pedagógica). MELLO, Maria Tereza Leitão de. Programas Oficiais para a formação de professores da Educação Básica. In: Educação e Sociedade. Dec. 1999, Vol. 20, nº. 68, p. 45- 60. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101- 73301999000300003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 20/05/2008 às 12h. PRETTO, Nelson de Luca. Formação de professores exige rede. In: Revista Brasileira de Educação, ANPED, RJ: 2001. Disponível em: http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE20/RBDE20_11_ESPACO_ABERTO_- _NELSON_DE_LUCA_PRETTO.pdf. Acesso em: 01/05/2008 às 23h15min. SÁ, M. R. G. B.. O sentido da formação no currículo: atualizações e possibilidades de construção de existências singulares. Anais do XVII Encontro de Pesquisa Educacional do Nordeste. 2005. SILVA, Carlos Antônio. O que são redes? Disponível em: http://www.rits.org.br/redes_teste/rd_oqredes.cfm. Acesso em: 12/06/08 as 21h45minh. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Computação. Angicos, RN, 2009. V SEMAD – 04 a 06 de Junho de 2012 110