2. O QUE É ARTE:
• Arte é a expressão de um ideal estético (ou
seja, de um ideal de beleza) através de uma
atividade criadora. É uma manifestação
humana universal (existe em todas as
culturas) que produz coisas reconhecidas
como belas pela sociedade. Uma obra de
arte transmite uma ideia, um sentimento,
uma crença ou uma emoção.
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7. O QUE É ARTE:
• Mas a arte também pode ter finalidade
transgressora, expondo ao mundo uma visão
crítica e nem sempre agradável da realidade.
16. MAIS SOBRE A ARTE
• A arte está ligada à estética, porque é
considerada uma faculdade ou ato pelo
qual, trabalhando uma matéria, a imagem
ou o som, o homem cria beleza ao se
esforçar por dar expressão ao mundo
material ou imaterial que o inspira. O termo
arte vem da palavra latina ars, que significa
"talento", "saber fazer".
17. MAIS SOBRE A ARTE
• Existem muitas definições de arte e seu
significado varia de acordo com a época e a
cultura. Atualmente, a palavra arte é usada
para designar a atividade artística ou o
produto da atividade artística. Enquanto
atividade, a arte é uma criação humana com
valores estéticos conquistados a partir de
um conjunto de técnicas.
18. MAIS SOBRE A ARTE
Para o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), a arte imita a
natureza (mímesis), mas também, por vezes, a completa. Segundo
Aristóteles, está na origem da atividade artística a propensão
natural do homem a imitar.
Para o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), a arte
diferencia-se da natureza por ser uma atividade racional e livre.
Assim, uma teia de aranha, embora possa parecer bela, não é uma
obra de arte, já que se trata de uma tarefa mecânica e natural.
19. MAIS SOBRE A ARTE
• Para Kant, a arte também se diferencia
da ciência, já que para se produzir uma
obra de arte não basta ter
conhecimento sobre um determinado
assunto - é preciso ter habilidade para
fazer. Kant define a arte estética como
aquela cuja finalidade imediata é o
sentimento do prazer, não apenas o
prazer ligado às sensações, mas
também o prazer da reflexão.
22. A ARTE ESTA EM TUDO, ENTÃO?
A dificuldade de definir arte está na sua direta relação e dependência com a
conjuntura histórica e cultural que a fazem surgir. Isso acontece porque quando um
estilo é criado e estabilizado, ele quebra com os sistemas e códigos estabelecidos.
Para os povos primitivos, a arte, a religião e a ciência andavam juntas na figura e,
originalmente, a arte poderia ser entendida como o produto ou processo em que o
conhecimento é usado para realizar determinadas habilidades.
A arte é um reflexo do ser humano e muitas vezes representa a sua condição social e
essência de ser pensante.
23. TIPO DE
ARTES
• A arte apresenta-se através de diversas formas
como, a plástica, música, escultura, cinema,
teatro, dança, arquitetura etc. Existem várias
expressões que servem para descrever diferentes
manifestações de arte, por exemplo: artes
plásticas, artes cênicas, arte gráfica, artes visuais,
etc.
• Alguns autores (como Hegel e Ricciotto Canudo)
e pensadores organizaram as diferentes artes em
uma lista numerada. A inclusão de algumas
formas de arte não foi muito consensual, mas
com a evolução da tecnologia...
24. ESTA É A LISTA MAIS COMUM NOS
DIAS DE HOJE:
• 1ª Arte - Música;
• 2ª Arte - Dança / Coreografia;
• 3ª Arte - Pintura;
• 4ª Arte - Escultura / Arquitetura;
• 5ª Arte - Teatro;
• 6ª Arte - Literatura;
• 7ª Arte - Cinema;
• 8ª Arte - Fotografia;
• 9ª Arte - Histórias em Quadrinhos;
• 10ª Arte - Jogos de Computador e de Vídeo;
• 11ª Arte - Arte digital.
25. HISTÓRIA DA ARTE
• A história da arte consiste em uma ciência que
estuda os movimentos artísticos, as
modificações na valorização estética, as obras
de arte e os artistas. Esta análise é feita de
acordo com a vertente social, política e
religiosa da época que é estudada. Várias
outras ciências servem de auxílio para a
história da arte, como a numismática,
paleografia, história, arqueologia, etc.
• Através da história da arte é possível aprender
um pouco sobre o ser humano através a
evolução das diversas expressões e
manifestações artísticas.
26. ONDE TUDO COMEÇOU?
• A resposta à questão onde surgiu a arte está intimamente
relacionada com a própria origem da humanidade.
• Durante muito tempo, pensou-se que seriam as pinturas nas
grutas de Lascaux na França – que datam de há cerca de 35,000
anos atrás e foram descobertas por acidente no século XIX – as
mais antigas do mundo. Recentes avanços científicos mostram
que a humanidade, bem como a arte, surgiram há muito mais
tempo e noutras paragens.
27. A ARTE
RUPESTRE
• Há centenas de milhares de anos no
continente Africano, os nossos
ancestrais mais remotos começaram
a registar nas rochas e pedras, por
meio de pinturas (pictogramas) e
gravuras (petróglifos), a sua história,
o seu dia-a-dia, o mundo que os
rodeava e a sua espiritualidade.
Desde o século XIX, a pintura
rupestre tem sido essencial na
reconstrução do cenário das origens
da humanidade. Tenta-se desde
então perceber onde surgiu a arte e
quais as suas primeiras
manifestações.
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29. Durante muito tempo, pensou-se que seriam as pinturas nas grutas de Lascaux na França
– que datam de há cerca de 35,000 anos atrás e foram descobertas por acidente no século
XIX – as mais antigas do mundo. Tal como se pensou um dia que a evolução humana
tivesse origens multirregionais, ou seja, que as migrações para fora do continente Africano
tivessem ocorrido muito anteriormente ao desenvolvimento do Homo Sapiens pelo que
em cada continente a humanidade tivesse evoluído em isolamento dos outros.
Mas nas últimas décadas, avanços científicos nas áreas da paleoantropologia, da genética
e da arqueologia não só colocam na África a origem da humanidade, como a origem da
própria arte, revelando ainda que tanto a humanidade como a arte podem ter uma
longevidade maior do que se pensava anteriormente.
30. QUANDO SURGIU A HUMANIDADE
• Resumidamente, até muito recentemente, as investigações científicas
colocavam o aparecimento do humano moderno no Vale da Grande
Fenda na África Oriental, atuais Quénia e Tanzânia, há cerca de 200,000
anos atrás. Antes de prosseguir, é necessário frisar a cautela necessária
a ter com estas datas. São estimativas médias que variam em dezenas
de milhar de anos para mais e para menos, pelo que encontramos
autores que colocam este acontecimento em 150,000 anos atrás por
exemplo. Porém, estas datas estão em constante revisão, e a
descoberta em 2017 de vestígios de Homo Sapiens numa gruta da
costa atlântica marroquina, que os paleo-antropólogos dataram de há
300,000 anos atrás, veio agora pôr em cheque o consenso científico
estabelecido.
31. AS MIGRAÇÕES HUMANAS
• Quanto às migrações humanas que espalharam os nossos
antepassados mais longínquos, numa primeira fase por toda a
extensão do continente Africano, e depois para fora de África, foi
o campo da genética que proporcionou o atual consenso entre
cientistas, a chamada hipótese da origem única. A humanidade
descende inteiramente de um único e reduzido grupo de Homo
Sapiens que há cerca de 70,000 anos atrás se aventurou pelo
“Portão das Lágrimas” (Bab-el-Mandeb em Árabe) aproveitando
um período de redução extrema do nível do mar na foz do Mar
Vermelho, que une os atuais estados da Eritreia e do Iémen. A
partir desse ponto, a humanidade espalhar-se-ia pelo mundo.
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33. ONDE SURGIU A ARTE | ÁFRICA
• Esta interdisciplinaridade tem permitido reconstruir a
história da antiguidade Africana, que é como dizer a
história da antiguidade humana. Por todo o tempo, e foram
várias dezenas de milhar de anos, que o Homo Sapiens
habitou apenas na África, a humanidade desenvolveu todas
as habilidades e capacidades que nos caracterizam
enquanto humanos hoje. Desenvolveu ferramentas
utilitárias, constituiu sociedades, desenvolveu capacidades
cognitivas de interação, interpretação e expressão
simbólica, e assim inventou a arte.
34. ONDE SURGIU A ARTE | GRUTA DE
BLOMBOS
• A África possui centenas de tradições em arte rupestre
espalhadas por todo o continente. É uma tradição que foi, e
surpreendentemente ainda é, praticada não apenas por
grupos de caçadores-coletores, mas também por grupos
semi-sedentarizados de pastores e agricultores. E pelo que
revelam as últimas descobertas arqueológicas, tudo teve
origem na África do Sul, entre 70,000 e 100,000 anos atrás,
numa gruta voltada para o Oceano Índico, a leste do que
muitos séculos mais tarde ficaria conhecido como Cabo da
Boa Esperança.
35. ARTE INDÍGENA
BRASILEIRA
• A arte indígena está presente na essência do
povo brasileiro, sendo um dos pilares para a
cultura do país. Cultura que é resultado da
mistura de vários grupos, dentre eles os
povos indígenas - os primeiros habitantes
do território nacional.
• Atualmente, existem cerca de 300 etnias
indígenas no Brasil, cada uma com
comportamentos e costumes diferentes.
Entretanto, existem várias características
comuns encontradas em diversas tribos.
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37. • Desta forma, cerâmica, máscaras, pintura
corporal, cestaria e plumagem resultam em uma
arte tradicional compartilhada: a arte indígena.
• Vale lembrar que a utilização de partes de
animais no artesanato é exclusiva dos povos das
florestas, mas sua comercialização é proibida.
• Além disso, é preocupante constatar que as
expressões artísticas dos povos indígenas vem
sendo destruídas rapidamente, assim como sua
própria população.
38. CERÂMICA INDÍGENA
• A cerâmica é um exemplo de arte que não está presente em
todas as tribos, sendo ausente entre os Xavantes, por
exemplo.
• Importante destacar que os índios não utilizam a roda do
oleiro e, ainda assim, conseguem desenvolver
impressionantes peças.
• A cerâmica é produzida principalmente pelas mulheres, que
criam recipientes, bem como esculturas. Para torná-las mais
bonitas, costumam usar a pintura com padrões gráficos
próprios.
• A cerâmica do povo Marajoara, cujo nome advém do local
onde ela teve origem (a Ilha de Marajó) é conhecida no
exterior e foi a primeira arte de cerâmica brasileira.
39. MÁSCARAS INDÍGENAS
• As máscaras indígenas apresentam um simbolismo sobrenatural.
Elas são feitas de cascas de árvores ou outros materiais como
palha e cabaças e podem ser enfeitadas com plumagem.
• Normalmente, são utilizadas em ritos cerimoniais. Um exemplo é
a tribo dos Karajá, que usa máscaras na dança do Aruanã para
representar heróis que conservam a ordem mundial.
• Diz a lenda que as máscaras indígenas geralmente representam
entidades que conflitavam com os índios no passado. Deste
modo, as festas e danças são feitas para alegrar e acalmar essas
entidades.
• Há máscaras grandes, feitas com palhas compridas, que chegam a
cobrir o corpo todo. A máscara de cerâmica é exclusiva dos índios
da etnia Mati.
40. PINTURA
CORPORAL
INDÍGENA
A pintura corporal é usada em certos rituais e de acordo com o gênero e a
Indicam os grupos sociais ou a função de cada indivíduo na tribo. Muitas
estão associadas a rituais onde ocorrem danças indígenas.
As tintas usadas são naturais, ou seja, são feitas de plantas e frutos. O
fruto mais usado. Os indigenas o utilizam para escurecer a pele, enquanto o
urucum dá o tom vermelho. Já o branco é conseguido através da tabatinga.
São as mulheres que pintam os corpos e os desenhos têm valor simbólico,
retratando um momento ou um sentimento.
Os padrões gráficos mais elaborados são da cultura Kadiwéu. Já em 1560, essa
pintura impactou os colonizadores, que ficaram deslumbrados com tamanha
técnica e beleza.
Infelizmente, hoje em dia essa tribo não realiza mais essa pintura corporal,
empregando os padrões em peças de cerâmicas para vender aos turistas.
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43. CESTARIA INDÍGENA
• Os cestos são utilizados para uso doméstico, na
manutenção e transporte de alimentos. É produzido
normalmente pelas mulheres, com variadas formas
de trançados em diferentes formatos.
• Os tipos mais comuns de utensílios são:
• Cestos-coadores - para coar líquidos;
• Cestos-tamises - para peneirar farinha;
• Cestos-recipientes - para guardar diferentes
materiais;
• Cestos-cargueiros - para transportar cargas.
44. ARTE PLUMÁRIA
INDÍGENA
• As plumas são usadas em rituais e coladas diretamente
no próprio corpo. Servem também para ornamentar
máscaras, colares, braçadeiras, brincos, pulseiras e cocares,
que são feitos de penas e de caudas de aves.
• Assim como a pintura corporal, a arte plumária serve
também para indicar os grupos sociais.
• Na maior parte são os homens que desenvolvem a arte
plumária. Essa arte passa por um ritual: primeiro a caça,
passando pelo tingimento (a chamada tapiragem), pelo
corte nas formas desejadas, e por fim, a amarração.
• Há tribos que destinam as pinturas ao uso cotidiano,
deixando as plumas para as comemorações e rituais
indígenas, inclusive funerais.
45. MIÇANGAS
• Artesãs e artistas indígenas utilizam matérias-primas
diversas, seja de origem animal ou vegetal, para a
confecção de seus artefatos e utensílios. Entre todas,
uma desperta especial interesse e curiosidade, por sua
origem manufaturada e poder de sedução: as
preciosas miçangas.
• As miçangas são tão contemporâneas quanto antigas.
Incorporadas nas principais manifestações estéticas e
rituais de vários grupos indígenas, as miçangas são
apreciadas por sua diversidade de cores, tamanho,
formas, qualidades de brilho e durabilidade. Assim
como a pintura corporal e a ornamentação com dentes,
conchas, penas e sementes, o uso da miçanga está
essencialmente ligado à corporalidade, aspecto central
na constituição da identidade entre esses e outros
povos tradicionais.
46. OS CAMINHOS DA MIÇANGA
• A história das miçangas nos remete a tempos e lugares longínquos. Elas teriam
aparecido na Ásia Ocidental, na região do Cáucaso, na Mesopotâmia e no Egito, em
torno de 2340 A.C. Foi no Egito, em torno de 1350 A.C., onde funcionou a primeira
fábrica, patrocinada pelos faraós. Assim, as contas de vidro se tornaram
rapidamente acessíveis à população com certo poder aquisitivo.
• Os romanos também passaram a produzi-las e as usavam no escambo em regiões
por eles conquistadas, como valiosa moeda de troca. Enquanto a elite do império
usava jóias de materiais preciosos, as contas de vidro eram usadas pelo povo
comum, nativos e imigrantes.
47. OS CAMINHOS DA MIÇANGA
• Entre 330 e 1400 D.C, existiam diversos centros de produção de miçangas no Norte
da Europa. Na Idade Média, entretanto, a Igreja Católica começou a desestimular a
produção de bijuterias feitas de contas, condenando-as como costume pagão. A
retomada das voltas de contas pela Igreja se dá através do uso do rosário, costume
de origem hindu, que ocupa um lugar central nas religiões orientais, assim como no
Islã, tendo sido também rapidamente incorporado na cristianização do Novo
Mundo.
• É na Renascença que acontece o revival das contas de vidro, uma produção voltada
para a exportação. As contas de vidro caíram no gosto dos povos recém-contatados
das Américas, enquanto a corte europeia usava pedras e materiais
48. OS
CAMINHOS
DA MIÇANGA
preciosos vindos de suas colônias. A técnica de
de vidro era desconhecida e, se as miçangas não
de quinquilharias para os europeus, por outro lado,
vistas como preciosidades exóticas pelos diferentes
indígenas, verdadeiras “pérolas de vidro”. Isso ocorreu
também na África, como podemos ver entre os adornos
típicos de tantas tribos, como no caso abaixo, de etnias
semi-nômades do norte do Quênia.
Atualmente, as miçangas mais cobiçadas são
na República Tcheca, as famosas jablonex, feitas de
de qualidade superior às chinesas. Este processo de
transformação de algo exterior em algo interior, com
ritual e uma lógica local e particular, estilisticamente
controlada, que produz uma diversidade de
estéticas as sociedades. Uma multiplicidade de formas,
desenhos e técnicas, apropriando-se de uma matéria-
prima estrangeira no fazer tradicional.
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50.
51. • Se as miçangas foram
apropriadas pelos povos
indígenas desde os
primeiros contatos com os
viajantes, vemos que hoje
ela retorna para o mundo,
na moda e no design. As
miçangas tecem caminhos
entre mundos e através
delas podemos pensar a
relação entre os mais
diferentes povos.