Comissão da Verdade do Estado de SP "Rubens Paiva"
Nome: Maria Lucia Petit da Silva
Data de nascimento: 20 de março de 1950
Local de nascimento: Agudos (SP) - Brasil
Organização Política: Partido Comunista do Brasil
(PC do B)
Comissão da Verdade de SP investiga desaparecimento de militante do PCdoB em 1972
1. Assembleia Legislativa de São Paulo
Comissão da Verdade
do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”
Presidente: Adriano Diogo (PT)
Relator: André Soares (DEM)
Membros Titulares: Ed Thomas (PSB), Marco Zerbini (PSDB) e
Ulysses Tassinari (PV)
Suplentes: Estevam Galvão (DEM), João Paulo Rillo (PT), Mauro
Bragato (PSDB), Orlando Bolçone (PSB) e Regina Gonçalves (PV)
Assessoria Técnica da Comissão da Verdade: Ivan Seixas
(Coordenador), Amelinha Teles, Tatiana Merlino, Thais Barreto, Vivian
Mendes, Renan Quinalha e Ricardo Kobayaski
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Maria Lucia Petit da Silva
(Desaparecida em 16 de junho de 1972)
Dados Pessoais
Nome: Maria Lucia Petit da Silva
Data de nascimento: 20 de março de 1950
Local de nascimento: Agudos (SP) - Brasil
Organização Política: Partido Comunista do Brasil
(PC do B)
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Dados biográficos
Era filha de José Bernardino da Silva Júnior e de Julieta Petit da Silva. Era irmã de Jaime
Petit da Silva e Lucio Petit da Silva, ambos são guerrilheiros desaparecidos do Araguaia.
Cursou o primário, o ginasial e os dois primeiros anos do curso Normal em Duartina (SP),
vindo a concluí-lo em São Paulo, no Instituto de Educação Fernão Dias, no bairro de
Pinheiros, em 1968, quando participou do movimento estudantil secundarista.Em 1969,
prestou concurso público para o magistério e passou a lecionar na EMPG Tenente Aviador
Frederico Gustavo dos Santos, na Vila Cachoeirinha, na capital paulista.
No início de 1970, como militante do PC do B, foi para o interior de Goiás e, logo após para
o sudeste do Pará. Maria Lucia se dedicou ao magistério e ao trabalho na roça,
conquistando grande simpatia dos moradores da redondeza.
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Dados sobre sua prisão e desaparecimento
Em 1972, o Exército
brasileiro cercou a região de atuação dos
guerrilheiros, com o emprego de forte aparato militar, onde se
encontrava Maria Lucia.
Segundo o depoimento de alguns sobreviventes, em 16 de junho de
1972, ao se aproximar da casa de um camponês, Maria Lucia foi fuzilada
por tropas do Exército sob o comando do General Antonio Bandeira, da
3ª Brigada de Infantaria.
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Dos documentos que relatam o fato
O Relatório Arroyo, escrito por Ângelo Arroyo, dirigente do PCdoB que
conseguiu escapar do cerco militar à região, em 1974, descreveu sua
morte:
Em meados de junho, três companheiros dirigidos por Mundico
(Rosalindo Souza) procuraram um elemento de massa, João Coioió,
para pedir-lhe que fizesse uma pequena compra em São Geraldo.
Ficou acertado o dia que voltaria de São Geraldo para entregar as
encomendas. À noitinha desse dia aproximaram da casa Mundico,
Cazuza (Antonio Miguel Pereira) e Maria (Maria Lucia Petit), mas
perceberam que não havia ninguém. Cazuza afirmou que ouvira
alguém dizendo baixinho: “pega, pega”. Mas os outros dois nada
tinham ouvido. Acamparam a uns 200 metros. Durante a noite
ouviram barulho que parecia de tropa de burro chegando na casa.
De manhã cedo, ouviram barulho de pilão batendo.
Informações tiradas do Dossiê Ditadura: Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil 1964-1985.
(IEVE- Instituto de Estudos Sobre Violência do Estado e Imprensa Oficial, São Paulo, 2009)
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Homenagens
Maria Lucia Petit da Silva foi
homenageada na 1º edição do
Prêmio Beth Lobo de Direitos
Humanos
das
Mulheres,
promovido pela Assembleia
Legislativa de São Paulo, no ano
de 2012.