Este documento analisa como as grevistas e o governo de São Paulo são representados nas notícias da Folha.com sobre a greve do metrô em 2012. Ele identifica elementos como a ausência dos grevistas e ênfase nos transtornos, ocultando as responsabilidades de cada parte. A análise busca entender como a diferença é produzida nos discursos midiáticos sobre o evento.

1. Jornalismo e diferença
as representações da diferença nas
notícias sobre a greve no sistema de
transporte sobre trilhos na cidade de
São Paulo
Trabalho apresentado pelo mestrando do PPGCOM-ESPM Guy Pinto de Almeida Jr.
no Grupo de Trabalho 01 Comunicação, Consumo e Diferença, do 2º Encontro de GTs
- Comunicon, realizado em 15 de outubro de 2012

2. • O objetivo deste artigo
é analisar como
grevistas e Governo do
Estado de São Paulo
estão representados
nas notícias da
Folha.com sobre a
greve dos Metrô e da
CPTM na cidade de
São Paulo.

3. Por que?
• Como os “dois lados” Governo e Metroviários estão
representados sob a perspectiva do consumo e da
produção de notícias?
• Identificaremos em quais momentos esses dois
agentes estão visíveis e ocultados e, diante desse
jogo de ocultação e visibilidade quais sentidos são
produzidos.
• É possível identificar elementos de diversidade social
nos discursos produzidos para informar sobre um e
outro lado.

4. Elementos abordados
• Dois grupos: Metroviários e Governo
• Discursos Midiáticos

5. Corpus
• Como corpus para a
análise, notícias sobre a
greve do Metrô e da
CPTM, realizada em 23
de maio de 2012,
publicadas no site
Folha.com.
Analisaremos as
notícias de 21 a 25 de
maio de 2012.

6. Metodologia
• Seleção de 42 notícias a respeito da greve
• Análise de discurso
• Conceituação da diferença no jornalismo. Importância
da questão da diferença para a imparcialidade
jornalística
• Análise de regimes de ocultação e visibilidade
• Discurso institucional como local de fala
• Categorização de procedimentos discursivos

7. Procedimentos
discursivos
• a ausência ou a colocação em segundo plano da
representação dos grevistas;
• condenação legal da greve;
• variações bruscas de sentido dentro do texto;
• ênfase no fato da Linha 4 (amarela) não ter aderido à
greve, por contar com administração privada;
“A greve afeta a maior parte das linhas --exceto a linha 4-
amarela, que é privatizada, e a linha 5-lilás. No início da
madrugada desta quarta-feira, a assessoria do Metrô informou
que a linha 2-verde funcionava parcialmente entre as estações
Ana Rosa e Clínicas, assim como a linha 1-azul, que funcionava
entre as estações Ana Rosa e Luz. Às 6h30, parte da linha 3-
vermelha, entre as estações Bresser e Santa Cecília, também
circulava normalmente.”

8. Procedimentos
discursivos
• em muitos momentos a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET),
autarquia municipal responsável por gerir o trânsito na cidade, e a Polícia
Militar são as representações do lado governamental nas matérias;
• discurso com sentido eleitoral
• relação de causa e consequência da greve com a difícil situação de
mobilidade sofrida pela cidade;
• recorde de congestionamento;
• tumultos
“A fundação do PSTU foi um exemplo de unificação de setores
revolucionários, quando existiam e existem tantas rupturas na
esquerda. Durante dois anos discutimos um programa e um
estatuto para o novo partido. Quando chegamos a elaborar uma
proposta comum, fizemos nosso congresso de unificação em 94.
Hoje o PSTU é uma alternativa revolucionária implantada em
setores fundamentais dos movimentos sindical e estudantil, no
momento em que o reformismo começa a viver uma crise.”

9. Considerações
• Ausência das representações dos diferentes • A greve como negociação “sai de cena” e a
grupos (metroviários e governo) de forma discussão visível é sobre o tumulto e
equivalente ou proporcional transtornos
• Prejuízo de uma visão múltipla do evento e • a produção de sentidos a partir desse tipo de
favorecimento de uma visão unilateral. cobertura e não pela discussão sobre a
• Práticas discursivas que enfatizaram o questão da greve só tende a criminalizar o
Governo e não os metroviários movimento. Tornando visível apenas as
consequências negativas da greve e
ocultando as responsabilidades de cada
parte no todo

10. Bibliografia
• BRUNO, Fernanda. et al. Vigilância e visibilidade: espaço, tecnologia e
identificação. Porto Alegre: Sulina, 2010.
• CANEVACCI, Massimo. A cidade polifônica. São Paulo: Studio Nobel, 2004.
• HOFF, Tânia. Produção simbólica de sentido e publicização do discurso da
diferença na esfera do consumo. Comunicon 2011, São Paulo, 10 e 11
outubros 2011.
• ORLANDI, Eni. P. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. 8ª. ed.
Campinas: Pontes, 2009.
• PEREIRA JUNIOR, Luiz. C. A apuração da notícia. Petrópolis: Vozes, 2006.

11. Obrigado!
Guy Pinto de Almeida Jr.
guyalmeidajr@gmail.com