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Curso Técnico em Eletromecânica
Manutenção Elétrica e Automação
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria
José Manuel de Aguiar Marins
Diretor do Departamento Nacional do SENAI
Regina Maria de Fáima Torres
Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI
Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
Sérgio Roberto Arruda
Diretor Regional do SENAI/SC
Antônio José Carradore
Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC
Marco Antônio Dociai
Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
Confederação Nacional das Indústrias
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Curso Técnico em Eletromecânica
Manutenção Elétrica e Automação
Frederico Samuel de Oliveira Vaz
Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consenimento do editor. Material em conformidade com a nova ortograia da língua portuguesa.
Equipe técnica que paricipou da elaboração desta obra
Coordenação de Educação a Distância
Beth Schirmer
Revisão Ortográica e Normaização
FabriCO
Coordenação Projetos EaD
Maristela de Lourdes Alves
Design Educacional, Ilustração,
Projeto Gráico Editorial, Diagramação
Equipe de Recursos Didáicos
SENAI/SC em Florianópolis
Autor
Frederico Samuel de Oliveira Vaz
80 p. : il. color ; 28 cm.
Ficha catalográfica elaborada por Kátia Regina Bento dos Santos - CRB 14/693 - Biblioteca do SENAI/SC
Florianópolis.
V393m
Vaz, Frederico Samuel de Oliveira
Manutenção elétrica e automação / Frederico Samuel de Oliveira Vaz. –
Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
Inclui bibliografias.
1. Manutenção - Normas. 2. Ferramentas e equipamentos. 3.
Manutenção industrial. 4. Automação – Componentes elétricos. I. SENAI.
Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título.
CDU 62-7
SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC
CEP: 88034-001
Fone: (48) 0800 48 12 12
www.sc.senai.br
Prefácio
Você faz parte da maior instituição de educação proissional do estado.
Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta-
das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina.
No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as
necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas
teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação
por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de-
senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho.
Com acesso livre a uma eiciente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro proissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.
Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de
ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movi-
mento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos
de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces-
sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional,
oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu-
cação por Competências, em todos os seus cursos.
É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualiicados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.
Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte
deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria
do Conhecimento.
Sumário
ConteúdoFormaivo 9
Apresentação 11
12 Unidade de estudo 1
Normas Aplicáveis à
Manutenção
Seção 1 - NR 6 – Equipamen-
to de Proteção Individual –
EPI (206.000-0/I0)
Seção 2 - NR 10 – Segurança
em instalações e serviços em
eletricidade
Seção 3 - NR 17 – Ergonomia
Seção 4 - NR 33 – Segurança
e saúde nos trabalhos em
espaços coninados
24 Unidade de estudo 2
Custos de
Manutenção
Seção 1 - Custo e manuten-
ção
28 Unidade de estudo 3
Ferramentas Manuais
e Equipamentos uili-
zados na Manutenção
Seção 1 - Ferramentas ma-
nuais
Seção 2 - Ferramentas elé-
tricas
Seção 3 - Instrumentos de
medição
Seção 4 - Instrumentos
digitais
13
13
22
22
36 Unidade de estudo 4
Componentes Elétri-
cos de um Sistema de
Automação
Seção 1 - Elementos de
entrada de sinais
Seção 2 - Elementos de pro-
cessamento de sinais
Seção 3 - Elementos de saída
de sinais
44 Unidade de estudo 5
Manutenção de
Equipamentos e
Disposiivos
Industriais e Prediais
Seção 1 - Manutenção em
fusíveis
Seção 2 - Manutenção em
contatores
Seção 3 - Manutenção em
relés de sobrecarga e de
tempo
58 Unidade de estudo 6
Manutenção de
Transformadores e
Motores Elétricos
Seção 1 - Instalação e manu-
tenção de transformadores
Seção 2 - Manutenção de
motores elétricos
Finalizando 77
Referências 79
25
37
40
41
29
31
31
32
45
47
52
59
66
8 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo
9
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Carga horária da dedicação
Carga horária: 60 horas
Competências
Interpretar projetos elétricos e de automação para a montagem e a manutenção
de máquinas e equipamentos.
Planejar, executar e controlar montagem e manutenção de máquinas e equipa-
mentos elétricos e de automação para garanir o funcionamento do processo.
Conhecimentos
▪ Leitura e interpretação de manuais de equipamentos e catálogos;
▪ Normas aplicáveis na manutenção elétrica;
▪ Custos de manutenção elétrica (equipamentos, insumos, mão de obra);
▪ Manutenção de equipamentos e disposiivos de automação (equipamentos de
automação industrial, predial e gerenciamento de energia elétrica);
▪ Normas técnicas de ensaios elétricos;
▪ Manutenção de máquinas e disposiivos SEP (transformadores, geradores e
linhas de transmissão);
▪ Manutenção de componentes elétricos;
▪ Instrumentos de medição;
▪ Técnicas de manutenção elétrica;
▪ Sistemas de automação.
Habilidades
▪ Interpretar e aplicar normas técnicas, regulamentadoras e de preservação am-
biental;
▪ Interpretar catálogos, manuais e tabelas técnicas;
▪ Ideniicar os disposiivos de sistemas elétricos e automação;
▪ Ideniicar e relacionar materiais, disposiivos e máquinas inerentes ao projeto;
▪ Aplicar sotwares especíicos;
▪ Selecionar e aplicar instrumentos de medição e ferramentas necessárias ao
processo;
▪ Ideniicar e prospectar melhorias nas instalações de sistemas elétricos e de
automação industrial;
10 CURSOS TÉCNICOS SENAI
▪ Elaborar e acompanhar cronograma de etapas para execução do projeto elétri-
co;
▪ Diagnosicar problemas relacionados ao funcionamento de sistemas elétricos e
de automação;
▪ Executar desmontagem e/ou montagem e testes nos sistemas elétricos e de
automação;
▪ Avaliar a relação custo/beneício das aividades da manutenção;
▪ Emiir ordem de serviço;
▪ Coletar dados especíicos para avaliação e planejamento da manutenção de
sistemas elétricos, mecânicos e de automação;
▪ Uilizar ferramentas de controle e planejamento da manutenção.
Aitudes
▪ Zelo no manuseio dos equipamentos e instrumentos de medição;
▪ Uso racional de insumos e tratamentos de resíduos;
▪ Adoção de normas de segurança do trabalho;
▪ Pró-aividade;
▪ Organização e conservação do laboratório e equipamentos.
Apresentação
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Neste material serão apresentadas deinições, ferramentas e conceitos
que nortearão o seu trabalho enquanto técnico em eletromecânica nas
atividades de manutenção e automação, tanto do ponto de vista técnico-
operacional como do planejamento.
Será apresentada a fundamentação teórica sobre os principais compo-
nentes elétricos de um sistema de automação, visando possibilitar a im-
plementação e sua manutenção, de forma que no inal do curso você
esteja apto a atuar nos setores de manutenção, instalação e operação de
sistemas de automação.
A manutenção deve ser encarada como função estratégica na obtenção
dos resultados da organização e deve estar direcionada ao suporte do
gerenciamento e à solução de problemas apresentados na produção, lan-
çando a empresa a patamares competitivos de qualidade e produtividade
(Kardec & Nascif, 2001).
Muitas são as descobertas que reservamos para você. Vamos! O que está
esperando para começar?
Bons estudos!
Professor Frederico
Samuel de Oliveira Vaz
Graduado em Engenharia Elé-
trica pela Universidade Estadual
de Santa Catarina (UDESC) em
2005 e pós-graduado em Proje-
to e Análise de Máquinas Elétri-
cas Girantes pelo Centro Univer-
sitário de Jaraguá do Sul/UNERJ
em 2009. Atuou na área de fa-
bricação de motores elétricos
na WEG Equipamentos Elétricos
S.A. (2002-2009). Deste 2008 é
professor dos cursos técnicos e
tecnológicos do SENAI – Jaraguá
do Sul.
11
Unidade de
estudo 1
Seçõesdeestudo
Seção 1 - NR 6 – Equipamento de Proteção
Individual – EPI (206.000-0/I0)
Seção 2 - NR 10 – Segurança em instalações
e serviços em eletricidade
Seção 3 - NR 17 – Ergonomia
Seção 4 - NR 33 – Segurança e saúde nos
trabalhos em espaços coninados
13
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Normas Aplicáveis à Manutenção
Diversas são as normas regula-
mentadores, as NRs, aplicadas à
manutenção. Neste livro serão
apresentadas as principais, de for-
ma objetiva, simpliicada e com
foco na instalação e manutenção
elétrica, para análise detalhada de
cada uma das normas citadas a se-
guir. Recomenda-se uma consulta
direta à norma em questão. As
normas apresentadas serão:
SEção 1
NR6–Equipamentode
ProteçãoIndividual–
EPI(206.000-0/I0)
A Norma Regulamentadora – NR
6 considera “Equipamento de
Proteção Individual – EPI todo
disposiivo ou produto, de uso
individual uilizado pelo traba-
lhador, desinado à proteção de
riscos susceíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho
(BRASIL, 2001, p. 1).”
Entende-se como Equipamento
Conjugado de Proteção Indivi-
dual todo aquele composto por
vários disposiivos que o fabri-
cante tenha associado contra
um ou mais riscos que possam
ocorrer simultaneamente e que
sejam susceíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho
(BRASIL, 2001, p. 1).
É de competência do Serviço
Especializado em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Tra-
balho (SESMT) ou da Comissão
Interna de Prevenção de Aciden-
tes (CIPA), nas empresas deso-
brigadas de manter o SESMT, re-
comendar ao empregador o EPI
adequado ao risco existente em
determinada atividade.
A seguir será apresentada uma
relação de alguns equipamentos
de proteção individual, associa-
dos as suas respectivas funções
(BRASIL, 2001, p. 6):
▪ A – EPI para proteção
da cabeça – A.1 capacete de
segurança para proteção contra
choques elétricos e A.2 capuz de
segurança para proteção do crâ-
nio em trabalhos onde haja risco
de contato com partes giratórias
ou móveis de máquinas;
▪ B – EPI para proteção dos
olhos e da face – B.1 óculos
de segurança para proteção dos
olhos contra impacto de partícu-
las volantes;
▪ F – EPI para proteção dos
membros superiores – F.1 luva
de segurança para proteção das
mãos contra choques elétricos
e F.3 manga de segurança para
proteção do braço e do antebra-
ço contra choques elétricos;
▪ G – EPI para proteção dos
membros inferiores – G.1 cal-
çado de segurança para proteção
dos pés contra choques elétricos;
▪ I – EPI para proteção
contra quedas com diferença
de nível – I.1 dispositivo trava-
queda de segurança para prote-
ção do usuário contra cinturão de
segurança para proteção contra
quedas, I.2 – cinturão de segu-
rança para proteção do usuário
contra riscos de queda em traba-
lhos em altura;
SEção 2
NR10–Segurançaem
instalaçõeseserviços
emeletricidade
Introdução
Dispõe sobre as diretrizes bá-
sicas para a implementação de
medidas de controle e siste-
mas prevenivos, desinados a
garanir a segurança e a saúde
dos trabalhadores que direta
ou indiretamente interajam em
instalações elétricas e serviços
com eletricidade nas fases de
geração, transmissão, distribui-
ção e consumo, incluindo as
etapas de projeto, construção,
montagem, operação, manu-
tenção das instalações elétricas
e quaisquer trabalhos realizados
nas suas proximidades (BRASIL,
2004, p. 1).
Medidas de proteção
coleiva
Em todos os serviços executados
em instalações elétricas devem
ser previstas e adotadas, priori-
tariamente, medidas de proteção
coletiva aplicáveis, mediante pro-
cedimentos às atividades a serem
desenvolvidas, de forma a garantir
a segurança e a saúde dos traba-
lhadores.
14 CURSOS TÉCNICOS SENAI
As medidas de proteção coletiva
compreendem, prioritariamente,
a desenergização elétrica e, na sua
impossibilidade, o emprego de
tensão de segurança e, na impos-
sibilidade de aplicação de tensão
de segurança, devem ser utilizadas
outras medidas de proteção cole-
tiva, tais como: isolação das partes
vivas, obstáculos, barreiras, sinali-
zação, sistema de secionamento
automático de alimentação, blo-
queio do religamento automático.
Obs.: São considerados ten-
são de segurança os níveis de
tensão inferiores a 50 Vac e
120 Vcc. Em ambientes úmi-
dos este nível de tensão de-
verá ser a metade deste po-
tencial.
Exemplo de aplicação de
tensão de segurança:
▪ os 24 Vcc que são fornecidos
pela fonte interna de CLPs, os
quais são aplicados em botoeiras
e seus sensores de entrada.
Exemplo de uilização de
proteção coleiva:
▪ isolação das partes vivas;
▪ obstáculos;
▪ barreiras;
▪ sistema de secionamento auto-
mático de alimentação;
▪ sinalização;
▪ bloqueio do religamento auto-
mático (desenergização);
▪ aterramento das instalações
elétricas.
Medidas de proteção
individual
Nos trabalhos em instalações
elétricas, quando as medidas de
proteção coletiva forem tecnica-
mente inviáveis ou insuicientes
para controlar os riscos, devem
ser adotados equipamentos de
proteção individuais especíicos
e adequados às atividades desen-
volvidas.
As vestimentas de trabalho de-
vem ser adequadas às atividades,
devendo contemplar a condutibi-
lidade, inlamabilidade e inluên-
cias eletromagnéticas.
É vedado o uso de adornos pes-
soais nos trabalhos com instala-
ções elétricas ou em suas proxi-
midades.
Segurança na constru-
ção, montagem, operação
e manutenção
“Nos trabalhos e nas aividades
referidas devem ser adotadas
medidas prevenivas desinadas
ao controle dos riscos adicio-
nais, especialmente quanto à
altura, coninamento, campos
elétricos e magnéicos, explo-
sividade, umidade, poeira, fau-
na e lora e outras agravantes,
adotando-se a sinalização de
segurança.” (BRASIL, 2004, p. 3)
Nos locais de trabalho só podem
ser utilizados equipamentos, dis-
positivos e ferramentas elétricas
compatíveis com a instalação elé-
trica existente, preservando-se as
características de proteção como,
por exemplo, a categoria do equi-
pamento de medição que deverá
ser compatível com o nível de
potência a ser trabalhado, con-
forme quadro 1 (mais adiante).
Compaível com o nível de
potência a ser trabalhado:
respeitadas as recomenda-
ções do fabricante e as in-
luências externas, os equi-
pamentos, disposiivos e
ferramentas que possuam
isolamento elétrico devem
estar adequados às tensões
envolvidas.
15
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Os ensaios e testes elétricos labo-
ratoriais e de campo só podem ser
realizados por trabalhadores que
atendam às condições de quali-
icação, habilitação, capacitação
e autorização estabelecidas nesta
NR, que são (BRASIL, 2004, p.
5):
Trabalhador qualiicado é aque-
le que comprovar conclusão de
curso especíico na área elétrica
reconhecido pelo Sistema Oicial
de Ensino.
Proissional legalmente habili-
tado é o trabalhador previamen-
te qualiicado e com registro no
competente conselho de classe.
Trabalhador capacitado é aque-
le que atende às seguintes condi-
ções, simultaneamente:
a. recebe capacitação sob orien-
tação e responsabilidade de
proissional habilitado e auto-
rizado; e
b. trabalha sob a responsabilidade
de proissional habilitado e au-
torizado.
A capacitação só terá validade
para a empresa que o capacitou e
nas condições estabelecidas pelo
proissional habilitado e autoriza-
do responsável pela capacitação.
São considerados autorizados os
trabalhadores qualiicados ou ca-
pacitados e os proissionais habi-
litados, com anuência formal da
empresa.
Os trabalhadores autorizados a
intervir em instalações elétricas
devem possuir treinamento espe-
cíico sobre os riscos decorrentes
do emprego da energia elétrica e
as principais medidas de preven-
ção de acidentes em instalações
elétricas, de acordo com o estabe-
lecido nesta NR.
Deve ser realizado um treinamen-
to de reciclagem bienal e sempre
que ocorrer alguma das situações
a seguir:
a. troca de função ou mudança de
empresa;
b. retorno de afastamento do tra-
balho ou inatividade, por perí-
odo superior a três meses;
c. modiicações signiicativas nas
instalações elétricas ou troca
de métodos, processos e orga-
nização do trabalho.
Segurança em instala-
ções elétricas desenergiza-
das
Somente serão consideradas dese-
nergizadas as instalações elétricas
liberadas para trabalho, mediante
os procedimentos apropriados,
obedecida a sequência abaixo
(BRASIL, 2004, p. 5):
a. secionamento;
b. impedimento de reenergiza-
ção;
c. constatação da ausência de ten-
são;
d. instalação de aterramento tem-
porário com equipotencializa-
ção dos condutores dos circui-
tos;
e. proteção dos elementos ener-
gizados existentes na zona
controlada;
f. instalação da sinalização de im-
pedimento de reenergização.
O estado de instalação desenergi-
zada deve ser mantido até a auto-
rização para reenergização, deven-
do ser reenergizada respeitando
a sequência de procedimentos a
seguir:
a. retirada das ferramentas, uten-
sílios e equipamentos;
b. retirada da zona controlada
de todos os trabalhadores não
envolvidos no processo de re-
energização;
c. remoção do aterramento tem-
porário, da equipotencialização
e das proteções adicionais;
d. remoção da sinalização de im-
pedimento de reenergização;
e. destravamento, se houver, e
religação dos dispositivos de
secionamento.
A seguir é apresentado um proce-
dimento para desenergização elé-
trica, que deve ser utilizado como
referência. Observe atentamente.
16 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Título: Procedimento de desenergização elétrica.
Elaborador: Nome do proissional habilitado.
Data: DD/MM/AAAA.
Revisão: 00
Item
Descrição da
Aividade
Responsável /
Executante
Risco / Perigo Efeito
Modo de
Detecção
Meio de Controle
01
Receber ordem
de serviço.
Encarregado. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
02
Separar material
e ferramentas
necessários para
o serviço.
Eletricista.
Materiais com
pontas e farpas
ou pesados.
Corte e
esmagamento.
Visual e tato. Luva de couro.
03
Instalar
sinalização de
serviço.
Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
04
Isolar a área
de trabalho,
para criar
distanciamento
da zona
controlada.
Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
05
Veriicar qual
o circuito a ser
desenergizado e
secioná-lo.
Eletricista.
Choque
elétrico e arco
voltaico.
Parada
cardiorrespiratória e
queimaduras.
Visual.
Luvas de couro e isolante
elétrico para tensão
apropriada; sapato com
solado isolante elétrico;
vesimenta anichama
de classe apropriada;
óculos de segurança com
abas laterais; capacete de
segurança.
06
Bloquear o
circuito.
Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
07
Veriicar
ausência de
tensão no
circuito.
Eletricista.
Choque
elétrico e arco
voltaico.
Parada
cardiorrespiratória e
queimaduras.
Visual, por
meio de
equipamento
de medidas
elétricas.
Equipamento de medidas
elétricas de categoria de
segurança apropriado;
luvas de couro e isolante
elétrico para tensão
apropriada; sapato com
solado isolante elétrico;
vesimenta anichama
de classe apropriada;
óculos de segurança com
abas laterais; capacete de
segurança.
08
Instalar
aterramento
temporário.
Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
09
Segregar
os demais
circuitos que
se encontrem
energizados.
Eletricista.
Choque
elétrico e arco
voltaico.
Parada
cardiorrespiratória e
queimaduras.
Visual.
Luvas de couro e isolante
elétrico para tensão
apropriada; sapato com
solado isolante elétrico;
vesimenta anichama
de classe apropriada;
óculos de segurança com
abas laterais; capacete de
segurança.
17
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
10
Executar o
serviço de
instalação ou
manutenção
aplicando
as melhores
técnicas de
trabalho.
Proissionais
necessários
para a
execução do
serviço.
Veriicar
demais
procedimentos
perinentes.
Veriicar demais
procedimentos
perinentes.
Veriicar
demais
procedimentos
perinentes.
Veriicar demais
procedimentos perinentes.
11
Reirar as
ferramentas e os
equipamentos
da área de
trabalho.
Eletricista.
Veriicar
demais
procedimentos
perinentes.
Veriicar demais
procedimentos
perinentes.
Veriicar
demais
procedimentos
perinentes.
Veriicar demais
procedimentos perinentes.
12
Permanecer
dentro da zona
controlada
somente os
necessários para
a reenergização
do circuito.
Eletricista.
Falhas
operacionais.
Em caso de acidente
muitas pessoas
podem serem
aingidas.
Visual. Seguir o procedimento.
13
Remoção da
segregação dos
demais circuitos.
Eletricista.
Choque
elétrico e arco
voltaico
Parada
cardiorrespiratória e
queimaduras.
Visual.
Luvas de couro e isolante
elétrico para tensão
apropriada; sapato com
solado isolante elétrico;
vesimenta anichama de
classe apropriada; óculos
de segurança com abas
laterais, Capacete de
segurança.
14
Remoção do
aterramento
temporário.
Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
15
Reirar o
bloqueio do
sistema de
secionamento do
circuito.
Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
16 Religar o circuito. Eletricista.
Choque
elétrico e arco
voltaico
Parada
cardiorrespiratória e
queimaduras.
Visual.
Luvas de couro e isolante
elétrico para tensão
apropriada; sapato com
solado isolante elétrico;
vesimenta anichama
de classe apropriada;
óculos de segurança com
abas laterais; capacete de
segurança.
17
Veriicar tensão
e funcionamento
do equipamento.
Eletricista.
Choque
elétrico e arco
voltaico.
Parada
cardiorrespiratória e
queimaduras.
Visual, por
meio de
equipamento
de medidas
elétricas.
Equipamento de medidas
elétricas de categoria de
segurança apropriado;
luvas de couro e isolante
elétrico para tensão
apropriada; sapato com
solado isolante elétrico;
vesimenta anichama
de classe apropriada;
óculos de segurança com
abas laterais; capacete de
segurança.
18 CURSOS TÉCNICOS SENAI
18
Remoção do
isolamento da
zona controlada.
Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
19
Remoção da
sinalização.
Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
20
Liberação do
serviço.
Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum.
Quadro 1 - Procedimento de Desenergização Elétrica
Proteção contra incêndio e explosão
As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser
dotadas de proteção contra incêndio e explosão. Os materiais, peças,
disposiivos, equipamentos e sistemas desinados à aplicação em insta-
lações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explo-
sivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do
Sistema Brasileiro de Ceriicação. (BRASIL, 2004, p. 6)
Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular ele-
tricidade estática devem dispor de proteção especíica e dispositivos de
descarga elétrica.
Nas instalações elétricas de áreas classiicadas ou sujeitas a risco acen-
tuado de incêndio ou explosões devem ser adotados disposiivos de
proteção, como alarme e secionamento automáico para prevenir so-
bretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou
outras condições anormais de operação (BRASIL, 2004, p. 6).
Sinalização de segurança
Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização
adequada de segurança, destinada à advertência e à identiicação, obe-
decendo ao disposto na NR-26 – sinalização de segurança, de forma a
atender, dentre outras, as situações a seguir (BRASIL, 2004, p. 6):
a. identiicação de circuitos elétricos;
b. travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e co-
mandos;
c. restrições e impedimentos de acesso;
d. delimitações de áreas;
e. sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de
movimentação de cargas;
f. sinalização de impedimento de energização;
g. identiicação de equipamento ou circuito impedido.
19
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Procedimentos de trabalho
Os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de ordens
de serviço especíicas aprovadas por trabalhador autorizado, contendo,
no mínimo, o tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de
trabalho a serem adotados.
Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo, cam-
po de aplicação, base técnica, competências e responsabilidades, dispo-
sições gerais, medidas de controle e orientações inais (BRASIL, 2004,
p. 6).
Situação de emergência
As ações de emergência que envolvam as instalações ou serviços com
eletricidade devem constar do plano de emergência da empresa.
Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o resgate e
prestar primeiros socorros a acidentados, especialmente por meio de
reanimação cardiorrespiratória.
Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e a operar
equipamentos de prevenção e combate a incêndios existentes nas ins-
talações elétricas. Observe a seguir e, atentamente, o signiicado de ter-
mos usuais de trabalhadores habilitados para os serviços de instalações
elétricas em situações de combate a incêndios (BRASIL, 2004, p. 8 e 9).
1. Alta Tensão (AT): tensão superior a 1.000 volts em corrente alter-
nada ou 1.500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e
terra.
2. Área Classiicada: local com potencialidade de ocorrência de at-
mosfera explosiva.
3. Aterramento Elétrico Temporário: ligação elétrica efetiva coniável
e adequada intencional à terra, destinada a garantir a equipotencial
idade e mantida continuamente durante a intervenção na instalação
elétrica.
4. Atmosfera Explosiva: mistura com o ar, sob condições atmosféri-
cas, de substâncias inlamáveis na forma de gás, vapor, névoa, poeira
ou ibras, na qual após a ignição a combustão se propaga.
5. Baixa Tensão (BT): tensão superior a 50 volts em corrente alterna-
da ou 120 volts em corrente contínua e igual ou inferior a 1.000 volts
em corrente alternada ou 1.500 volts em corrente contínua, entre
fases ou entre fase e terra.
6. Barreira: dispositivo que impede qualquer contato com partes ener-
gizadas das instalações elétricas.
7. Direito de Recusa: instrumento que assegura ao trabalhador a inter-
rupção de uma atividade de trabalho por considerar que ela envolve
grave e iminente risco para sua segurança e saúde ou de outras pesso-
as.
20 CURSOS TÉCNICOS SENAI
8. Equipamento de Proteção Coletiva (EPC): dispositivo, sistema ou
meio, ixo ou móvel, de abrangência coletiva, destinado a preservar a
integridade física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros.
9. Equipamento Segregado: equipamento tornado inacessível por
meio de invólucro ou barreira.
10.Extrabaixa Tensão (EBT): tensão não superior a 50 volts em cor-
rente alternada ou 120 volts em corrente contínua, entre fases ou
entre fase e terra.
11.Inluências Externas: variáveis que devem ser consideradas na dei-
nição e seleção de medidas de proteção para a segurança das pessoas
e o desempenho dos componentes da instalação.
12.Instalação Elétrica: conjunto das partes elétricas e não elétricas as-
sociadas e com características coordenadas entre si, necessárias ao
funcionamento de determinada parte de um sistema elétrico.
13.Instalação Liberada para Serviços (BT/AT): aquela que garanta
as condições de segurança ao trabalhador por meio de procedimen-
tos e equipamentos adequados desde o início até o inal dos trabalhos
e liberação para uso.
14.Impedimento de Reenergização: condição que garante a não ener-
gização do circuito através de recursos e procedimentos apropriados,
sob controle dos trabalhadores envolvidos nos serviços.
15.Invólucro: envoltório de partes energizadas destinado a impedir
qualquer contato com partes internas.
16.Isolamento Elétrico: processo destinado a impedir a passagem de
corrente elétrica, por interposição de materiais isolantes.
17.Obstáculo: elemento que impede o contato acidental, mas não im-
pede o contato direto por ação deliberada.
18.Perigo: situação ou condição de risco com probabilidade de causar
lesão física ou dano à saúde das pessoas por ausência de medidas de
controle.
19.Pessoa Advertida: pessoa informada ou com conhecimento sui-
ciente para evitar os perigos da eletricidade.
20.Procedimento: sequência de operações a serem desenvolvidas para
a realização de determinado trabalho, com a inclusão dos meios ma-
teriais e humanos, medidas de segurança e circunstâncias que impos-
sibilitem sua realização.
21
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
21.Prontuário: sistema organizado de forma a conter uma memória di-
nâmica de informações pertinentes às instalações e aos trabalhadores.
22.Risco: capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões
ou danos à saúde das pessoas.
23.Riscos Adicionais: todos os demais grupos ou fatores de risco, além
dos elétricos, especíicos de cada ambiente ou processo de trabalho
que, direta ou indiretamente, possam afetar a segurança e a saúde no
trabalho.
24.Sinalização: procedimento padronizado destinado a orientar, aler-
tar, avisar e advertir.
25.Sistema Elétrico: circuito ou circuitos elétricos interrelacionados
destinados a atingir um determinado objetivo.
26.Sistema Elétrico de Potência (SEP): conjunto das instalações e
equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica até a medição, inclusive.
27.Tensão de Segurança: extrabaixa tensão originada em uma fonte
de segurança.
28.Trabalho em Proximidade: trabalho durante o qual o trabalhador
pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma parte do
corpo ou com extensões condutoras, representadas por materiais,
ferramentas ou equipamentos que manipule.
29.Travamento: ação destinada a manter, por meios mecânicos, um
dispositivo de manobra ixo numa determinada posição, de forma a
impedir uma operação não autorizada.
30.Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não segre-
gada, acessível inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas
de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a
proissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos
apropriados de trabalho.
31.Zona Controlada: entorno de parte condutora energizada, não se-
gregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível
de tensão, cuja aproximação só é permitida a proissionais autoriza-
dos.
22 CURSOS TÉCNICOS SENAI
SEção 3
NR17–Ergonomia
Esta norma regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permi-
tam a adaptação das condições de trabalho às características psicoisio-
lógicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de con-
forto, segurança e desempenho eiciente (BRASIL, 2002, p. 1).
As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamen-
to, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos
e às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização
do trabalho.
Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as ban-
cadas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa
postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisi-
tos mínimos:
a. ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com
o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de
trabalho e com a altura do assento (BRASIL, 2002, p. 2);
b. ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
c. ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e
movimentação adequados dos segmentos corporais.
Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, na-
tural ou ariicial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da aivi-
dade. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de
forma a evitar ofuscamento, relexos incômodos, sombras e contrastes
excessivos (BRASIL, 2002, p. 4).
Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de
trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, nor-
ma brasileira registrada no INMETRO.
A medição dos níveis de iluminamento deve ser feita no campo de tra-
balho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se um luxímetro com
fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função
do ângulo de incidência.
SEção 4
NR33–Segurançaesaúdenostrabalhosemespa-
çosconinados
Esta norma tem como objeivo estabelecer os requisitos mínimos para
ideniicação de espaços coninados e o reconhecimento, avaliação,
monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garanir
permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que intera-
gem direta ou indiretamente nestes espaços (BRASIL, 2006, p. 1).
Espaços coninados: Espa-
ço coninado é qualquer
área ou ambiente não proje-
tado para ocupação humana
conínua, que possua meios li-
mitados de entrada e saída, cuja
venilação existente seja insui-
ciente para remover contami-
nantes ou onde possa exisir a
deiciência ou enriquecimento
de oxigênio.
23
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Medidas técnicas de prevenção (BRASIL, 2006, p. 2):
a. identiicar, isolar e sinalizar os espaços coninados para evitar a entra-
da de pessoas não autorizadas;
b. antecipar e reconhecer os riscos nos espaços coninados;
c. proceder à avaliação e ao controle dos riscos físicos, químicos, bioló-
gicos, ergonômicos e mecânicos;
d. prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;
e. implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos ris-
cos atmosféricos em espaços coninados;
f. avaliar a atmosfera nos espaços coninados, antes da entrada de traba-
lhadores, para veriicar se o seu interior é seguro;
g. manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a
realização dos trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavan-
do ou tornando inerte o espaço coninado;
h. monitorar continuamente a atmosfera nos espaços coninados nas
áreas onde os trabalhadores autorizados estiverem desempenhando
as suas tarefas, para veriicar se as condições de acesso e permanência
são seguras;
i. proibir a ventilação com oxigênio puro;
j. testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; e,
k. utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provi-
do de alarme, calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas
ou interferências de radiofrequência.
Os equipamentos ixos e portáteis, inclusive os de comunicação e de
movimentação vertical e horizontal, devem ser adequados aos riscos dos
espaços coninados.
Em áreas classiicadas os equipamentos devem estar ceriicados ou
possuir documento contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de
Avaliação da Conformidade – INMETRO.
Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de inundação, so-
terramento, engolfamento, incêndio, choques elétricos, eletricidade está-
tica, queimaduras, quedas, escorregamentos, impactos, esmagamentos,
amputações e outros que possam afetar a segurança e a saúde dos tra-
balhadores.
Nesta primeira unidade de estu-
dos, você teve a oportunidade de
conhecer as normas que regula-
mentam a atividade de instalação
e manutenção elétrica transitando
por conceitos e noções essenciais
ao desenvolvimento do seu traba-
lho enquanto técnico em eletro-
mecânica.
Na unidade que segue você es-
tudará sobre os custos de manu-
tenção, um dos fatores mais im-
portantes a ser considerado na
tomada de decisões mediante a
escolha de um programa de ma-
nutenção.
Fique antenado!
Unidade de
estudo 2
Seçõesdeestudo
Seção 1 - Custos de manutenção
25
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Custos de Manutenção
SEção 1
Custosdemanutenção
Nenhum estudo de implantação de programas de manutenção, em em-
presa alguma, pode ser devidamente efetuado sem se considerarem os
custos envolvidos. Eles são, na verdade, os fatores mais importantes a
serem examinados para se decidir entre diferentes programas de manu-
tenção.
O custo é um fator crítico de competitividade e deve merecer foco total
na gestão da manutenção.
Um exemplo da composição dos custos de manutenção é apresentado
no gráico a seguir.
Figura 1 - Composição de Custo
Fonte: Pinto e Nascif (2001, p. 58).
É importante salientar que a
classiicação de estudos de
melhorias como custo indire-
to é feita considerando esse
estudo de forma global, ou
seja, com caráter geral. Caso
ele seja realizado especiica-
mente sobre um equipamen-
to, deverá ser considerado
custo direto.
O custo direto de manutenção
pode ser dividido nos seguintes
componentes:
▪ mão de obra própria direta
– O custo de mão de obra pró-
pria é gerado pelas demandas de
serviços a executar, previstos nos
planos de manutenção preventiva
estabelecidos no sistema de ma-
nutenção, nas demandas de servi-
ços identiicadas pelas equipes de
inspeção de área e nas chamadas
solicitações de serviços avulsas
advindas das áreas de produção
(SENAI, 2004b, p. 55).
Para cada ordem de serviço existe
um número de horas alocadas que
é multiplicado pelo salário médio
mensal (incluindo encargos so-
ciais) para a geração do custo da
ordem de serviço.
Uma parcela das atividades rela-
cionada à manutenção pode ser
terceirizada, passando então a fa-
zer parte do custo de serviços de
terceiros.
Para ins de controle, os custos de
manutenção podem ser classiica-
dos em três grupos:
custos diretos – São todos os
custos necessários para manter o
equipamento funcionando, sendo
eles: inspeções regulares e manu-
tenção preventiva, manutenção
preditiva, manutenção detectiva,
manutenções corretivas, custos de
reparo ou revisões.
custos de perda de produção
– São decorrentes da perda de
produção, gerados por: falhas em
máquina/equipamento principal
sem a possibilidade de utilização
de um equipamento reserva, seja
pela inexistência desse equipa-
mento seja por sua indisponibi-
lidade e falha do equipamento,
decorrente de ação imprópria de
manutenção (PINTO e NASCIF,
2001).
custos indiretos – São custos
relacionados estrutura adminis-
trativa, composta por: engenharia
de supervisão e manutenção, pla-
nejamento e estudo de melhorias,
supervisão entre outros. Nesse
grupo devem ser considerados
ainda: aquisição de equipamentos
e ferramentas para a manutenção,
custos de amortização, deprecia-
ção, consumo de energia e demais
utilidades (PINTO e NASCIF,
2001).
26 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Deve-se sempre procurar alcançar
altos padrões de coniabilidade,
pois dessa forma a carga de tra-
balho relativa a ações corretivas é
reduzida, e o quadro de mão de
obra própria tem seu custo otimi-
zado (SENAI, 2004b).
Nos planos preventivos, as infor-
mações da carga de trabalho em
horas homem e a frequência com
que ocorrem as intervenções em
cada ordem de serviço devem ser
coniáveis, alinhadas a uma busca
constante de produtividade atra-
vés de um planejamento/progra-
mação com padrões eicientes de
execução. SENAI (2004b, p. 55)
▪ custo de serviços de tercei-
ros – Podem ser divididos em:
serviços executados externamen-
te, por exemplo, balanceamen-
to, usinagens especiais e testes
especíicos, e serviços executados
internamente. Um bom planeja-
mento deve ser realizado previa-
mente à contratação de terceiros
e os serviços a serem realizados
devem estar bem deinidos visan-
do à redução de custo.
▪ custos com materiais de
manutenção – Os custos com
materiais também dependem de
um bom planejamento e sistema
de manutenção, onde as trocas
sistemáticas e por condição sejam
feitas no momento certo, com
garantia de qualidade do material
adquirido, com garantia de qua-
lidade na execução dos serviços
e uma boa política de aquisição
material para estoques (SENAI,
2004b, p. 57).
Os custos com materiais de ma-
nutenção podem ser separados
em: custo de sobressalentes, que
é o custo do componente de um
equipamento e é dado pelo valor
da nota iscal, se a aplicação for
imediata, ou pelo valor reajusta-
do, se o componente já estava no
estoque tendo sido comprado há
mais tempo, e custo de materiais
de insumo, tais como: óleo, gra-
xa, lixas e similares. Em algumas
empresas esse custo é considera-
do indireto e é rateado entre os
equipamentos que utilizaram o in-
sumo em determinado momento.
Um dos itens de controle de ma-
nutenção é o acompanhamento
de custos que deve ser colocado
na forma gráica visando a faci-
litar a visualização. Os seguintes
itens devem ser apresentados:
▪ previsão de custo mês a mês;
▪ realização – quanto foi efetiva-
mente gasto no mês;
▪ realizado em anos anteriores;
▪ benchmark – índice de uma em-
presa que seja referência, ou seja,
que apresente menor custo na
área de manutenção e que possua
as mesmas características na área
de manutenção.
É importante que cada espe-
cialidade da manutenção faça
o controle individual de custos
de modo que a estrutura orga-
nizacional possa agrupá-los ou
dividi-los conforme a necessida-
de. Como exemplo pode-se citar
uma empresa na área de lami-
nação de iras a quente de uma
siderúrgica em que é importan-
te saber diferenciar os custos de
manutenção mecânica, elétrica
e automação/instrumentação
(PINTO e NASCIF, 2001, p. 60).
Um exemplo de gráico para o
acompanhamento de custos é
apresentado na igura que segue,
no qual as letras j, f, a, m, n e d
representam especialidades de
manutenção, cada qual com seu
custo individual. Veja!
27
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Figura 2 - Custo Total da Manutenção
Fonte: Pinto e Nascif (2001, p. 60).
Prepare-se para conhecer, a partir de agora, algumas ferramentas manu-
ais e equipamentos importantes empregados na atividade de manuten-
ção elétrica. Há muito ainda para se descobrir sobre a manutenção de
equipamentos e dispositivos de automação. Vamos juntos!
Unidade de
estudo 3
Seçõesdeestudo
Seção 1 - Ferramentas manuais
Seção 2 - Ferramentas elétricas
Seção 3 - Instrumentos de medição
Seção 4 - Instrumentos digitais
29
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Ferramentas Manuais e Equipamentos
Utilizados na Manutenção
SEção 1
Ferramentasmanuais
É de grande importância o papel
desempenhado pelas ferramen-
tas, nos diversos setores de áreas
técnicas. Seu rendimento está di-
retamente relacionado à qualidade
do trabalho que se pretende exe-
cutar. Sendo assim, é fundamen-
tal que se saiba a maneira correta
de manuseá-las e guardá-las, além
de saber quais utilizar, de acordo
com a necessidade.
A utilização da ferramenta ade-
quada, da maneira adequada, faz
com que ganhemos tempo na
realização da tarefa solicitada e
permite que ela seja concluída em
segurança.
Armazenamento e
transporte
As ferramentas devem sempre es-
tar armazenadas de forma a tor-
nar prático o acesso e, da mesma
forma, evitar a colisão ou o atrito
com outras durante seu transpor-
te. O ideal é que estejam, quando
numa oicina, de preferência em
painéis ou armários e, quando
transportadas, em caixa apropria-
da ou cinta de ferramentas, evi-
tando o transporte nas mãos ou
bolsos.
Conservação da ferra-
menta
Para que as ferramentas possam
manter-se íntegras em sua fun-
cionalidade e segurança, o usuá-
rio deve procurar protegê-las de
pó, umidade, oxidação, vibração
e quedas, bem como lubriicá-las
corretamente toda vez após o uso,
guardando-as em local apropria-
do.
Alicate de Bico Redon-
do
É indicado para o manuseio de
ios rígidos. Por causa de seu
bico cônico, é utilizado para fazer
olhais de vários diâmetros com
rapidez e bom acabamento. De-
verá possuir cabo isolado.
Alicate de Bico Meia-
Cana
É indicado para o manuseio de
terminais, ios e cabos elétricos.
Pode também ser utilizado para
dobrar, torcer ou endireitar su-
portes, linguetas, condutores e
terminais. Pode-se utilizá-lo para
segurar porcas com até 4 mm, mas
não se deve utilizá-lo para girar a
peça pois pode daniicar as suas
bordas. Esse alicate pode estar
provido de dispositivo para corte,
que deverá ser usado apenas para
condutores de cobre ou alumínio
de pequena bitola. Deverá possuir
cabo isolado.
Alicate de corte diago-
nal ou lateral
Esse alicate é utilizado para o cor-
te de condutores de metal brando
e de pequenas peças plásticas ou
de metal.
Pode ser utilizado também para
remover a capa plástica isolante
dos condutores.
Metal: Terminais de compo-
nentes eletrônicos.
30 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Alicate universal
Trata-se de um alicate mais robus-
to, usado para segurar, torcer e
cortar ios rígidos de maior bitola,
se comparado ao alicate de bico
meia-cana. Pode ser utilizado para
segurar um dos extremos de um
parafuso enquanto no outro utili-
za uma ferramenta adequada para
soltar a porca, porém não deverá
ser utilizado para o giro, pois pro-
vocará a deformação da cabeça
do parafuso ou da porca (pouca
pressão).
Chave de fenda
Ferramenta utilizada para aper-
tar e soltar parafusos de fenda.
Formada por uma haste cujo ex-
tremo tem forma de cunha, com
seu comprimento revestido por
material isolante, ixa em um cabo
de material isolante e anatômico.
Não deve em hipótese alguma ser
utilizada como talhadeira, pois ha-
veria danos à ferramenta e com-
prometeria a sua isolação elétrica
com issuras no material isolante.
Além disso, a chave de fenda dani-
icada, ao ser utilizada e havendo
cantos arredondados em sua pon-
ta, poderá daniicar o parafuso.
Chave Phillips
A chave Phillips é uma variante
da chave de fenda. Seu diferencial
está na extremidade no formato
de cruz, conforme apresentado
no quadro que segue.
Chave ipo canhão
A chave tipo canhão é utilizada
para a colocação e a retirada de
porcas. Em sua extremidade a
haste possui um desenho equiva-
lente ao desenho externo de uma
porca.
Alicate de bico redondo
Alicate de corte
Alicate universal
Chave de fenda
Chave Phillips
Chave ipo canhão
Quadro 2 - Ferramentas Manuais
Fonte: SENAI (2009, p. 2 e 4).
31
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
SEção 2
Ferramentaselétricas
A furadeira e a parafusadeira são
máquinas-ferramentas. A furadei-
ra é utilizada para abrir furos em
materiais sólidos com a utilização
de brocas especíicas para o ma-
terial a ser perfurado. A parafusa-
deira serve para apertar ou afrou-
xar parafusos. São equipamentos
elétricos, que podem ser alimenta-
dos se conectados à rede elétrica
ou por meio de bateria.
É preciso ter alguns cuidados para
o manuseio dessas ferramentas:
▪ manter a furadeira em um úni-
co alinhamento durante a furação
a im de preservar a broca;
▪ manter as brocas sempre
limpas;
▪ certiicar-se de que a tensão da
fonte é a correta para o uso;
▪ ter cuidado na colocação e
aperto da broca no mandril;
▪ evitar quedas, batidas, umida-
de etc.
SEção 3
Instrumentosdemedição
Introdução
Os primeiros instrumentos de medição utilizados para grandezas elé-
tricas se baseiam na delexão de um ponteiro, ixo a uma bobina móvel
submetida a um campo magnético. Quando uma corrente é aplicada a
uma bobina, esta gera seu deslocamento e o mecanismo de contrarrea-
ção, geralmente uma mola, produz uma força contrária de modo que a
delexão do ponteiro seja proporcional à corrente da bobina.
Os instrumentos digitais são baseados em conversores analógicos digi-
tais e apresentam maior coniabilidade. Não possuem partes móveis e
são adaptáveis a leituras automatizadas.
Para medir a tensão e a corrente elétrica utilizam-se instrumentos de
medição especíicos para essa tarefa, tais como: voltímetro, amperíme-
tro, ohmímetro, alicate volt-amperímetro e multímetro. Conheça cada
um deles.
Volímetro
Instrumento utilizado para a medição da diferença de potencial entre
dois pontos de um circuito. Deve ser conectado em paralelo aos pontos
a serem medidos.
Possui como características básicas: alta impedância de entrada e como
consequência baixa corrente de entrada.
Figura 9 - Ligação do Volímetro
Fonte: SENAI (2002, p. 28).
32 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Amperímetro
Instrumento utilizado para a medição da intensidade de corrente que
circula em uma malha do circuito. Deve ser inserido em série no circuito.
Possui como características: baixa impedância de entrada e como conse-
quência baixa queda de tensão interna (SENAI, 2002).
Figura 10 - Ligação do Amperímetro
Fonte: SENAI (2002, p. 28).
SEção 4
Instrumentosdigitais
Esses instrumentos têm possibili-
dade de realizar medidas de várias
grandezas de natureza elétrica, ou
seja, são instrumentos múltiplos.
O mulímetro digital, por exem-
plo, oferece praicamente as
mesmas possibilidades de me-
dição do mulímetro analógico,
além de outras vantagens, como
melhor precisão na leitura e im-
pedância de entrada muito alta.
A seguir serão apresentados
mais especiicamente o mulí-
metro digital, próxima igura e o
alicate volt-amperímetro, igura
posterior (SENAI, 2009).
Figura 12 - Mulímetro Digital
Fonte: (SENAI (2009, p. 5).
Ohmímetro
Quando se quer medir a resistência de componentes em algum circuito,
a condição básica é que esteja desenergizado e com uma das extremida-
des desligadas. Nestas condições, o ohmímetro deve ser colocado pa-
ralelo ao componente a ser medido, conforme igura 5 (SENAI, 2002).
Figura 11 - Ligação do Amperímetro
Fonte: SENAI (2002, p. 29).
33
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Figura 13 - Alicate Volt-Amperímetro
Fonte: SENAI (2009, p. 5).
Mulímetro digital
Nos mulímetros digitais os valo-
res das medidas obidas podem
ser visualizados diretamente no
visor digital, não necessitando
de interpretação, como ocorre
nos instrumentos analógicos
(SENAI, 2009).
Antes da utilização do instrumen-
to, a função a ser executada deve
ser selecionada de acordo com a
grandeza a se medir: resistência,
tensão ou corrente, e se faz ne-
cessária a determinação da escala
de trabalho. Quando não se tem
noção da ordem de grandeza a ser
medida, colocar o equipamento
no maior valor de escala e, se ne-
cessário, corrigi-la.
Figura 14 - Partes de um Mulímetro
Digital
Fonte: SENAI (2009, p. 6).
Obs. – Nunca se deve mudar
de escala ou função quando o
instrumento de medição esi-
ver conectado a um circuito
ligado, porque isso poderá
causar a queima do instru-
mento (SENAI, 2009, p. 6).
Para a realização de medição de
tensão, assim como apresenta-
do anteriormente, o equipamento
deve estar paralelo aos pontos a se-
rem medidos. Observe na imagem.
Figura 15 - Ligação para a Medição de
Tensão
Fonte: SENAI (2009, p. 6).
Em medições da corrente elétrica,
o equipamento deverá ser inter-
rompido e deverá estar ligado em
série no circuito, conforme apre-
sentado na igura seguinte.
Figura 16 - Ligação para Medição de
Corrente
Fonte: SENAI (2009, p. 7).
Para a medição de resistência
elétrica, o resistor desconhecido
deve estar desconectado do cir-
cuito, caso contrário o valor me-
dido estará considerando outros
componentes do circuito.
Figura 17 - Ligação para Medição de
Resistência Elétrica
Fonte: SENAI (2009, p. 8).
34 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Alicate volt-amperímetro
Os procedimentos de medição a serem uilizados para o alicate volt-
amperímetro são os mesmos apresentados anteriormente para o mul-
ímetro, no entanto, o alicate volt-amperímetro apresenta a vantagem
de eliminar a necessidade de interrupção do circuito para a medição de
corrente elétrica, necessitando apenas que envolva o circuito (condu-
tor), conforme apresentado na igura (SENAI, 2009, p. 6).
Figura 18 - Posicionamento do Alicate Volt-Amperímetro
Fonte: SENAI (2009, p. 6).
Este equipamento é fundamental em aplicações industriais, principal-
mente para as medições de correntes em motores, transformadores e
cabos de alimentação de painéis.
Obs. – Antes de uilizar qualquer instrumento de medição, é
necessário que se consulte o manual do instrumento, no qual
são descritas paricularidades e maneiras de uilização, pois de
um instrumento para outro ocorrem diferenças signiicaivas
(SENAI, 2009 p. 9).
Cuidados
Para realizar a conexão do instrumento de medição ao circuito, a fonte
de alimentação deve ser desligada e a polaridade de ligação deve ser ob-
servada cuidadosamente. O instrumento deve ser conectado de modo
que a corrente entre através do borne positivo, ou seja, pelo sentido
convencional da corrente elétrica.
A medição da intensidade de corrente contínua com o multímetro digital
com chave rotativa é análoga à medição realizada com multímetro analó-
gico. Se o multímetro digital for dotado de chave tipo push/pull, deve-se
adotar o seguinte procedimento:
35
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Bornes: “Peça metálica
que se liga ao quadro de
eletricidade, e em cuja parte su-
perior há um parafuso desina-
do a ixar o io que a atravessa
(FERREIRA, 2010).”
a. ligue o multímetro (on/off).
b. selecione o modo AC/DC para DC.
c. selecione a função V/A/Ω para corrente.
d. selecione a escala de grandeza adequada.
e. conecte as pontas de prova nos bornes adequados (comum e cor-
rente).
f. abra o circuito e insira as pontas de prova.
g. efetue a leitura.
Os multímetros manuais deverão sempre ser manuseados respeitando-
se alguns cuidados básicos:
▪ conferir se o aparelho não está com falta de bateria, pois, se for o
caso, a medição apresentada pode não ser a correta;
▪ antes de conectá-lo a qualquer circuito, selecionar a grandeza elétrica
que se deseja medir;
▪ certiicar-se de que os cabos de medição estão nos bornes corretos
para o uso;
▪ evitar quedas, batidas, umidade etc.
Para medições de corrente elétrica em barramentos de painéis elétricos,
utilizando alicate amperímetro, deve-se estar atento para não encostar a
proteção plástica no barramento. Mesmo que esta seja feita de material
isolante apropriado para não permitir a passagem de corrente elétrica
do painel para o equipamento, o barramento ao qual se deseja medir a
corrente que o percorre pode estar quente e acabar daniicando o alicate
amperímetro, derretendo-o quando em contato.
Estamos chegando à quarta unidade de estudos desta unidade curricular.
Podemos dizer que ultrapassamos metade do curso. Vamos! Ainda há
muitas descobertas pela frente.
Unidade de
estudo 4
Seçõesdeestudo
Seção 1 - Componentes de entrada de sinais
Seção 2 - Componentes de processamento
de sinais
Seção 3 - Componentes de saída de sinais
37
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Componentes Elétricos de
um Sistema de Automação
Basicamente um sistema de auto-
mação é composto de três catego-
rias de componentes, que são:
▪ componentes de entrada de
sinais elétricos;
▪ componentes de processa-
mento de sinais;
▪ componentes de saída de
sinais elétricos.
SEção 1
Componentesdeen-
tradadesinais
Os componentes de entrada de
sinais elétricos são responsáveis
pela geração de informações,
dados de entrada, que che-
gam ao circuito através de uma
ação, mecânica, elétrica, eletrô-
nica ou combinação entre elas
(PARKER..., 2001, p. 10).
Todos os elementos que realizam
a energização ou desenergização
do circuito podem ser considera-
dos componentes de entrada de
sinais, tais como botoeiras e cha-
ves de im de curso.
Botoeiras
As botoeiras são chaves elé-
tricas que, quando acionadas,
invertem seus contatos, geran-
do informações digitais. São
acionadas manualmente e ge-
ralmente apresentam um con-
tato normalmente aberto e um
contato normalmente fechado e
podem ser divididas em botoei-
ras pulsadoras e botoeiras com
trava (PARKER..., 2001, p. 10).
Figura 19 – Botão Tipo Cogumelo
Fonte: Parker... (2001, p. 10).
Figura 20 – Botoeiras
Fonte: WEG ([200-]c, p. 2).
Para o esquema apresentado na igura 19, quando ocorre o acionamento
do botão, os contatos 13 e 14 se fecham e os contatos 11 e 12 se abrem
interrompendo a passagem de corrente. Quando o botão não está sendo
acionado, a mola de retorno faz com que os contatos voltem à posição
inicial, isto é, contatos 11 e 12 fechados permitindo a passagem da cor-
rente elétrica.
As botoeiras com trava podem ser divididas basicamente em botoeira
acionada por um botão giratório (igura 21) e botoeira acionada por bo-
tão do tipo cogumelo (igura 20), em ambos os modelos. Elas continuam
sendo acionadas mesmo depois da parada do acionamento. Construtiva-
mente essas botoeiras possuem as mesmas características apresentadas
anteriormente.
38 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Figura 21 – Botoeiras com Trava
Fonte: WEG ([200-]c, p. 2).
A botoeira com trava, tipo cogu-
melo, é muito aplicada como bo-
tão de emergência e seu retorno à
posição inicial ocorre com o giro
da botoeira no sentido horário.
Figura 22 – Botoeiras
Fonte: WEG ([200-]c, p. 2).
Chaves im de curso
As chaves im de curso, igura 23,
também chamadas de interrup-
tores de posição, são comutado-
res elétricos de entrada de sinais,
acionadas mecanicamente. São
utilizadas em aplicações como,
por exemplo, hastes de cilindros
hidráulicos e/ou pneumáticos e
ao longo do percurso de cabeço-
tes móveis de máquinas e equipa-
mentos industriais.
Figura 23 – Chaves de Fim de Curso
Fonte: WEG ([200-]c, p. 2).
A habilitação ou desabilitação de uma chave de im de curso ocorre com
o deslocamento de um rolete mecânico ou de um rolete escamoteável,
também conhecido como gatilho.
Figura 24 – Chaves de Fim de Curso
Fonte: Brusamarello, Fagundes e Rech (2003, p. 10).
Podemos observar na igura 24, uma chave de im de curso acionada
por um rolete mecânico que possui um contato comutador formado
por um borne comum 11, um contato fechado 12 e um aberto 14 (PA-
RKER..., 2001, p. 12).
Enquanto o rolete não for acionado, a corrente elétrica pode passar
pelos contatos 11 e 12 e está interrompida entre os contatos 11 e 14.
Quando o rolete é acionado, a corrente passa pelos contatos 11 e 14 e é
bloqueada entre os contatos 11 e 12. Uma vez cessado o acionamento,
os contatos retornam à posição inicial, ou seja, 11 interligado com 12 e
14 desligado (PARKER..., 2001, p. 12).
39
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Sensores
Os sensores são elementos emis-
sores de sinais elétricos projeta-
dos para detectar a presença ou a
movimentação de materiais metá-
licos ou não metálicos, por pro-
ximidade ou aproximação, sem
contato físico.
A determinação do tipo de sen-
sor a ser utilizado deve ocorrer a
partir da aplicação e do material
a ser detectado. Os sensores mais
utilizados em aplicações indus-
triais são: sensores capacitivos,
indutivos, ópticos, magnéticos, ul-
trassônicos, de pressão, volume e
temperatura.
Geralmente os sensores apresen-
tam características similares de
operação, apresentado dois cabos
de alimentação e um cabo de saí-
da de sinal.
Em funcionamento a parir da
detecção do material é emiido
um sinal de baixa corrente, que
por essa razão não poderá ser
uilizado para energizar direta-
mente os demais componentes
elétricos uilizados, tal como um
solenóide, por exemplo, sendo
necessária a uilização de relés
auxiliares com o objeivo da
ampliação do sinal (PARKER...,
2001).
Os sensores capacitivos, igura 25,
detectam a presença de qualquer
tipo de material, como metal, ma-
deira, plástico, vidro, granulado,
pó mineral, tipo cimento, líquido
em geral etc.
A distância de detecção varia, de-
pendendo da massa do material a
ser detectado e das especiicações
impostas/projetadas pelo fabri-
cante.
Figura 25 – Sensor Capaciivo
Fonte: Adaptado de Brusamarello,
Fagundes e Rech (2003, p. 6).
Figura 26 – Sensor Induivo
Fonte: Adaptado de Brusamarello,
Fagundes e
Rech (2003, p. 6)
Os sensores indutivos, igura 26,
atuam especiicamente na detec-
ção de material metálico e a dis-
tância de atuação varia de acordo
com as especiicações impostas/
projetadas pelo fabricante e da di-
mensão do objeto a ser detectado.
Os sensores ópicos, igura 27,
atuam pelo princípio da emissão
e recepção de feixes de luz e de-
tectam a aproximação de qual-
quer ipo de objeto, desde que
este não seja transparente. Os
sensores ópicos por barreira fo-
toelétrica trabalham aos pares
sendo um emissor de luz e outro
receptor (PARKER..., 2001).
Com o posicionamento de algum
material que ocasione a interrup-
ção do feixe de luz, a comutação
elétrica ocorre, enviando um sinal
elétrico ao circuito de comando.
Figura 27 – Sensor Ópico por Barreira
Fotoelétrica
Fonte: Brusamarello, Fagundes e Rech
(2003, p. 8).
emissor receptor
símbolo
Outro modelo de sensor ópico
é o do ipo relexivo, igura 28,
no qual emissor e receptor de
luz são montados num único
corpo. Nesse ipo de sensor, os
feixes de luz são emiidos e re-
cebidos simultaneamente pelo
sensor e, em seguida, releidos
pelo alvo o que reduz espaço e
facilita sua montagem entre as
partes móveis dos equipamen-
tos industriais (PARKER..., 2001).
Figura 28 – Sensor Ópico Relexivo
Fonte: Brusamarello, Fagundes e Rech
(2003, p. 6).
símbolo
receptor
emissor
led indicador
Os sensores de pressão, também
conhecidos como pressostatos, i-
gura 29, são chaves elétricas acio-
nadas por um piloto hidráulico
ou pneumático. Têm por função
controlar uma pressão num cir-
cuito hidráulico ou pneumático
e transformam uma mudança de
pressão em sinal elétrico digital,
quando a referência ixada for
atingida.
40 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Figura 29 – Pressostato Pneumáicos (Captador de Pressão)
Fonte: Lima, Gilmário ([200-], p. 39).
SEção 2
Componentesdeprocessamentodesinais
Os componentes de processamento de sinais elétricos são responsáveis
pela análise dos sinais recebidos dos componentes de entrada, realizan-
do a combinação e a ordenação de modo que o comportamento/ação
dos componentes de comando elétrico seja o desejado.
Como principais elementos de processamento de sinais podem-se citar
os relés auxiliares, os contatores de potência, os relés temporizadores
e os contadores, ambos com a função de energização e desenergização
dos elementos de saída (PARKER..., 2001).
Relés auxiliares
Os relés auxiliares, igura a seguir, são chaves elétricas de quatro ou mais
contatos, acionadas por bobinas eletromagnéticas.
Figura 30 – Relé Auxiliar com dois Contatos Abertos e dois Fechados
Fonte: WEG ([200-]c, p. 248).
O relé da igura anterior apresen-
ta dois contatos abertos (13/14
e 43/44) e dois fechados (21/22
e 31/32), acionados por uma bo-
bina eletromagnéica de 24 Vcc.
Com a energização da bobina
ocorre o fechamento dos conta-
tos abertos, possibilitando a pas-
sagem de corrente elétrica entre
eles e, simultaneamente, a cor-
rente é interrompida no contato
fechado com a sua abertura (PA-
RKER..., 2001, p. 16).
A partir da desenergização da bo-
bina ocorre o reposicionamento
dos contatos por meio da ação de
uma mola.
Figura 31 – Relé Auxiliar com Três
Contatos NA e 1F
Além de relés auxiliares de dois
contatos abertos (NA) e dois
contatos fechados (NF), existem
outros que apresentam o mesmo
funcionamento, mas com três
contatos NA e um NF, igura aci-
ma.
Contatores de potên-
cia
Os contatores são dispositivos de
manobra mecânica, não manual,
eletromagnética, que têm uma
única posição de repouso. Cons-
truídos para elevada frequência de
manobras, capazes de estabelecer,
conduzir e interromper correntes
em condições normais do circui-
to, inclusive suportar sobrecargas
no funcionamento, apresentam as
mesmas características construti-
vas dos relés auxiliares.
41
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Relés temporizadores
Os relés temporizadores, igu-
ra que segue, são dispositivos de
controle de tempos de curta du-
ração que têm por inalidade for-
necer um sinal de saída conforme
sua função e o tempo ajustado.
São utilizados na automação de
máquinas, processos industriais,
especialmente em sequenciamen-
to, interrupções de comandos e
chaves de partida.
O relé temporizador tem um
contato comutador e uma bo-
bina com retardo na ligação,
cujo tempo é ajustado por meio
de potenciômetro. A parir da
energização da bobina, após um
tempo determinado, ocorre o
acionamento do contato comu-
tador. Caso, por exemplo, o ajus-
te de tempo seja 5 segundos, o
temporizador irá aguardar 5 se-
gundos após a energização da
bobina para a inversão dos con-
tatos, abrindo 11 e 12 e fechan-
do 11 e 14 (PARKER..., 2001, p.
17).
Figura 32 – Relé Temporizador, Dial de
Ajuste de Temporização
Fonte: WEG (1999, p. 7).
Outro ipo de relé temporiza-
dor apresenta retardo no des-
ligamento, igura que segue.
Quando a bobina é energizada,
o contato comutador é imedia-
tamente inverido. A parir do
momento em que a bobina é
desligada, o período de tempo
ajustado no potenciômetro é
respeitado e somente então o
contato comutador retorna à
posição inicial (PARKER..., 2001,
p. 17).
Figura 33 – Relé Temporizador com
Retardo no Desligamento
SEção 3
Componentesdesaída
desinais
Os componentes de saída de si-
nais elétricos são responsáveis
pela indicação ou atuação inal do
circuito, que é executada a partir
das ordens processadas e recebi-
das dos comandos elétricos.
Entre os diversos componentes
de saída de sinais, podemos
destacar os indicadores lumi-
nosos e sonoros, bem como os
solenoides aplicados no aciona-
mento eletromagnéico de vál-
vulas hidráulicas e pneumáicas
(PARKER..., 2001, p. 18).
Indicadores Luminosos
Os indicadores luminosos, igu-
ra a seguir, são lâmpadas incan-
descentes ou LEDs, uilizados
na sinalização visual de eventos
ocorridos ou prestes a ocorrer.
São empregados, geralmente,
em locais de boa visibilidade
que facilitem a visualização do
sinalizador (PARKER..., 2001, p.
18).
Figura 34 – Indicador Luminoso
Fonte: WEG ([200-]c, p. 3).
Indicadores sonoros
Os indicadores sonoros, igura
próxima, são campainhas, sire-
nes, cigarras ou buzinas e são
uilizados na sinalização acús-
ica de eventos ocorridos ou
prestes a ocorrer. Geralmente
é empregado em locais onde a
visualização de indicadores lu-
minosos é limitada (PARKER...,
2001, p. 18).
Figura 35 – Sinalizador Sonoro
Fonte: Logismarket (2001).
42 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Solenóides
Os solenóides, próxima igura, são bobinas eletromagnéticas que geram
um campo magnético e, a partir de sua energização, atraem elementos
compostos de materiais ferrosos, apresentando comportamento equiva-
lente ao ímã permanente.
Figura 36 – Bobinas Eletromagnéicas
Fonte: Parker... (2001).
Numa eletroválvula, hidráulica ou pneumáica, a bobina do solenóide
é enrolada em torno de um magneto ixo, preso à carcaça da válvula,
enquanto que o magneto móvel é ixado diretamente na extremidade
do carretel da válvula. Quando uma corrente elétrica percorre a bobina,
um campo magnéico é gerado e atrai os magnetos, o que empurra o
carretel da válvula na direção oposta à do solenoide que foi energizado.
Dessa forma, é possível mudar a posição do carretel no interior da vál-
vula por meio de um pulso elétrico (PARKER..., 2001, p. 19).
Em eletroválvulas pneumáticas de pequeno porte, igura seguinte, do
tipo assento, o êmbolo da válvula é o próprio magneto móvel do sole-
noide. Quando o campo magnético é gerado, em consequência da ener-
gização da bobina, o êmbolo da válvula é atraído, abrindo ou fechando
diretamente as passagens do ar comprimido no interior da carcaça da
válvula.
Figura 37 – Eletroválvula Pneumáica de Pequeno Porte (Esquemáico)
43
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Figura 38 – Eletroválvula Pneumáica de Pequeno Porte (Esquemáico)
Estamos chegando à penúltima unidade de estudos desta unidade cur-
ricular. Prepare-se para estudar agora a manutenção de equipamentos e
dispositivos industriais e prediais.
Bons estudos!
Unidade de
estudo 5
Seçõesdeestudo
Seção 1 - Manutenção em fusíveis
Seção 2 - Manutenção em contatores
seção 3 - Manutenção em relés de
sobrecarga e de tempo
45
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Manutenção de Equipamentos e
Dispositivos Industriais e Prediais
A instalação elétrica deve ser ve-
riicada periodicamente por pro-
issionais qualiicados, e quan-
to mais crítica é a aplicação ou
maior a importância da instalação
para uma atividade industrial,
por exemplo, menor deverá ser
o intervalo entre as veriicações.
Como ação preventiva, os seguin-
tes pontos deverão ser veriicados
(WEG, [200-]):
▪ condições de ixação dos
eletrodutos em painéis, pois
possuem a função de proteção
mecânica dos cabos;
▪ observar se as partes vivas
permanecem fora do alcance;
▪ dispositivos de proteção de
equipamentos móveis assim
como as condições de seus cabos
lexíveis;
▪ o estado dos condutores e
suas ligações, principalmente os
de proteção;
▪ veriicar se entrada e saída
de cabos estão fechadas, com
relação à passagem de pequenos
animais;
▪ medir os valores da resistência
de isolamento em relação à terra
e a resistência dos eletrodos de
aterramento;
▪ não lixar ou limar contatos;
▪ desenergizar a instalação caso
seja veriicada a necessidade de
algum reparo.
SEção 1
Manutençãoem
fusíveis
Os fusíveis são os dispositivos
de proteção mais tradicionais na
alimentação de diversas cargas,
tendo como principal função a
proteção contra curto-circuito de
sistemas elétricos e atuando tam-
bém como limitadores das cor-
rentes de curto-circuito.
A operação dos fusíveis é dada
através da fusão do elemento fusível,
contido em seu interior. O ele-
mento fusível é um condutor de
seção transversal dimensionado
para que sofra com a passagem de
corrente elétrica um aquecimento
maior que o dos outros conduto-
res, devido a sua alta resistência.
O elemento fusível é geralmente
de cobre, prata, estanho, chumbo
ou liga. Já o corpo do fusível, em
geral, é de porcelana ou esteatita,
hermeticamente fechado. Os fusí-
veis têm ainda um elemento indi-
cador de operação, possibilitando
ao proissional da área observar
seu estado de funcionamento.
Em circuitos de potência são uti-
lizados fusíveis D ou NH, com
o objetivo de proteger a carga
alimentada contra correntes de
curto-circuito e, de forma sele-
tiva, contra sobrecargas de longa
duração.
Seleiva: em combinação
com relés.
46 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Na proteção de circuitos de comando, geralmente são utilizados fusíveis
tipo D com características de interrupção retardada (WEG, [200-]).
Os fusíveis tipo D, diametral, têm sua aplicação voltada para a proteção
contra curto-circuito em instalações residenciais, comerciais e indus-
triais. Estão disponíveis em diversas correntes normalizadas (dependen-
do do fabricante), com capacidade de ruptura de acordo com a corrente
do fusível de 100kA, 70kA e 50kA e tensão máxima de 500V. Na igura
a seguir, podemos ver a estrutura detalhada dos fusíveis tipo D. Observe.
Fusível D
Figura 39 - Componentes do Fusível D
Fonte: Adaptado de WEG ([200-]g, p. 05).
Caracterísicas e instalação
(Comandos Elétricos, SENAI-
MG, 2004)
As principais características dos
fusíveis NH são:
▪ corrente nominal: corrente
máxima que o fusível suporta
continuamente sem interromper
o funcionamento do circuito.
Esse valor é marcado no corpo
de porcelana do fusível.
▪ corrente de curto-circuito:
corrente máxima que deve cir-
cular no circuito e que deve ser
interrompida instantaneamente.
▪ capacidade de ruptura (kA):
valor de corrente que o fusível
é capaz de interromper com se-
gurança. Não depende da tensão
nominal da instalação.
▪ tensão nominal: tensão para
a qual o fusível foi construído.
Os fusíveis normais para baixa
tensão são indicados para tensões
de serviço de até 500V em CA e
600V em CC.
▪ resistência elétrica (ou
resistência ôhmica): grandeza
elétrica que depende do material
e da pressão exercida. A resistên-
cia de contato entre a base e o
fusível é a responsável por even-
tuais aquecimentos que podem
provocar a queima do fusível.
▪ curva de relação tempo de
fusão x corrente: curvas que in-
dicam o tempo que o fusível leva
para desligar o circuito. Elas são
variáveis de acordo com o tempo,
a corrente, o tipo de fusível e
são fornecidas pelo fabricante.
Nessas curvas, quanto maior for
a corrente circulante, menor será
o tempo em que o fusível terá
que desligar. Veja a seguir a curva
típica na igura curva de relação
de tempo de fusão x corrente.
Os fusíveis do tipo NH, igura
seguinte, deverão ser manuseados
apenas por pessoal qualiicado
para a intervenção e substituição
deste elemento em circuitos de
potência. Os fusíveis NH supor-
tam elevações de corrente durante
certo tempo sem que ocorra fu-
são e são empregados em circui-
tos sujeitos a picos de corrente e
onde existem cargas indutivas e
capacitivas.
Também estão disponíveis em
diversos valores de correntes nor-
malizadas (dependendo do fabri-
cante), com capacidade de ruptu-
ra de 120kA e tensão máxima de
500V.
Fusível NH
Figura 40 - Componentes do Fusível NH
Fonte: Adaptado de WEG ([200-]g, p.
02).
47
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Figura 41 - Curva de Relação Tempo de Fusão x Corrente
Fonte: SENAI (2004a, p. 22).
Os fusíveis devem ser instalados
no ponto inicial do circuito a ser
protegido e em locais arejados
para que não ocorra aquecimento
excessivo.
O local de instalação deve ser
de fácil acesso para que inspe-
ções e manutenções possam
facilitadas. A instalação deve ser
realizada de tal modo que per-
mita seu manejo sem perigo de
choque para o operador (SENAI,
2004a, p. 23).
Quando ocorre a atuação (quei-
ma) de um dos fusíveis de uma
das fases, os demais fusíveis são
afetados em decorrência da cor-
rente de curto. O ideal é que se-
jam trocados os três fusíveis para
que seja garantida a integridade da
instalação. As mesmas ações são
indicadas para fusíveis de coman-
do.
SEção 2
Manutençãoemcontatores
Contatores são dispositivos de manobra mecânica, não manual, eletro-
magnética, que possui única posição de repouso, construídos para ele-
vada frequência de manobras, capazes de estabelecer, conduzir e inter-
romper correntes em condições normais do circuito, inclusive suportar
sobrecargas no funcionamento. De acordo com a aplicação, o contator
poder ser utilizado individualmente ou acoplado a relés de sobrecarga.
Existem contatores de potência e contatores auxiliares.
Os principais elementos construtivos de um contator são os contatos
(principais e auxiliares), sistema de acionamento (bobina), carcaça e
acessórios. Na igura a seguir você poderá visualizar um contator em
vista explodida.
48 CURSOS TÉCNICOS SENAI
1 – Carcaça inferior
2 – Núcleo ixo
3 – Anel de curto-circuito
4 – Bobina
5 – Mola de curso
6 – Núcleo móvel
7 – Cabeçote móvel
8 – Contatos móveis principais
9 – Contatos móveis auxiliares
10 – Molas de contato
11 – Contatos ixos principais
12 – Contatos ixos auxiliares
13 – Parafusos com arruelas
14 – Carcaça superior
15 – Capa
Figura 42 - Elementos Construivos
Fonte: WEG ([200-]h, p. 02).
Contatos principais
Os contatos principais em estado fechado desempenham a função de
ligação entre a rede e a carga, conduzindo corrente ao circuito principal.
Esses contatos são projetados para que tenham capacidade de estabele-
cer e interromper correntes de cargas resistivas, capacitivas e indutivas.
O proissional da área deverá sempre observar a categoria de emprego
do contator.
Obs. – Os contatos principais
nos contatores geralmente
serão em número de três,
quatro, eventualmente, e em
casos especíicos, dois e até
um.
Contatos auxiliares
Os contatos auxiliares são dimen-
sionados para a função de comu-
tação de circuitos auxiliares de
comando, sinalização e intertrava-
mento, entre outras aplicações.
Esses contatos podem ser do tipo
NA (normalmente aberto) ou NF
(normalmente fechado), e ainda
adiantados ou retardados, depen-
dendo das características do con-
tato.
Segundo a norma IEC 947-4, a
identiicação de contatores e de-
mais dispositivos de manobra de
baixa tensão é utilizada para for-
necer informações a respeito da
função de cada terminal e sua
localização em relação a outros
terminais e ainda facilitar e uni-
formizar a execução de projetos e
a montagem de painéis.
As bobinas são identiicadas de
forma alfanumérica, com A1 e
A2. Os terminais do circuito prin-
cipal são identiicados por núme-
ros unitários e por sistema alfanu-
mérico como na igura a seguir.
49
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Figura 43 - Ideniicação de Terminais de Potência
Fonte: WEG ([200-]c, p. 247).
Os terminais 1L1, 3L2 e 5L3
geralmente são conectados aos
dispositivos de secionamento ou
proteção, sendo que esses termi-
nais do contator icam voltados
para a rede (fonte de alimentação)
e os terminais 2T1, 4T2 e 6T3 são
conectados aos relés de sobrecar-
ga ou diretamente à carga.
Os terminais dos contatos auxilia-
res são identiicados ou marcados
nos diagramas através de igura
com dois números. A unidade re-
presenta a função do contato e a
dezena representa a sequência de
numeração, como você poderá
observar na igura a seguir.
Figura 44 - Ideniicação de Terminais dos Contatos Auxiliares
Fonte: WEG ([200-]c, p. 247).
Os números de função 1, 2 são
utilizados para designação de
contatos normalmente fechados,
já os números de função 3, 4 são
utilizados para designação de con-
tatos normalmente abertos.
Os traços que antecedem os núme-
ros de função indicam a sequência.
Seguindo a norma, os terminais
pertencentes a um mesmo ele-
mento de contato devem receber o
mesmo número de sequência. No
entanto contatos com o mesmo
número de função devem receber
números de sequência diferentes.
Na igura a seguir você poderá ob-
servar como é essa identiicação.
Os números de função 5-6 são
designações de contatos NF re-
tardados na abertura, enquanto
os números de função 7-8 são
utilizados para designar a função
de contatos NA adiantados no fe-
chamento.
Vida Úil dos
Contatores
Vida úil mecânica
A vida útil mecânica é obtida por
meio da realização de ensaios,
quando se determina o número
de manobras sem carga que o
contator pode realizar sem apre-
sentar defeitos mecânicos. Esse
ensaio é realizado com o contator
instalado sob condições usuais de
serviço, com classe de funciona-
mento intermitente.
Vida úil elétrica
Já a vida útil elétrica é determi-
nada por meio de ensaios com o
contator sob carga, sendo obtido
assim o número de manobras que
os contatos dos polos podem efe-
tuar sem apresentar defeitos ne-
cessitando de manutenção, fator
que estará ligado diretamente à
50 CURSOS TÉCNICOS SENAI
categoria de emprego, da corrente
e da tensão nominal de serviço.
Os ensaios para determinar a vida
útil elétrica são realizados nos re-
gimes de emprego AC3 e AC4.
Podendo variar, dependendo do
tipo e do fabricante, a vida útil
elétrica dos contatos situa-se na
faixa de 1 milhão de manobras em
regime AC3. Já a vida útil mecâni-
ca situa-se na faixa de 10 milhões
de manobras, o que garante o per-
feito funcionamento do contator
durante toda a sua vida útil elétri-
ca. WEG ([200-]c)
É importante ressaltar que
a elevada vida úil mecânica
não garante a você efetuar
diversas subsituições dos
contatos. A subsituição dos
contatos é uma opção válida
e muito empregada, porém,
a cada manobra do contator
ocorre o faiscamento, em es-
pecial na abertura, provocan-
do a carbonização das partes
internas e o depósito de ma-
terial condutor nas câmaras
do contator, fator determi-
nante a sua vida úil elétrica.
Sempre ao subsituir apenas
os contatos, deverão ser ob-
servados os aspectos relata-
dos anteriormente e deve-se
veriicar junto ao fabricante a
disponibilidade de venda de
contatos avulsos.
Posição de montagem
Preferencialmente, os contatores
devem ser montados na vertical
em local que não esteja sujeito a
trepidação, sendo permitida uma
inclinação, em relação ao plano de
montagem, de aproximadamente
30o
.
Principais defeitos e respecivas causas em contatores
Estudaremos, agora, os defeitos mais comuns nos contatores e os pro-
blemas causados nos circuitos elétricos por eles comandados. WEG
([200-]c)
Defeito Prováveis Causas
Contator não liga
Fusível de comando queimado
Relé térmico desarmado
Comando interrompido
Bobina queimada
Bobina queimada por sobretensão
Bobina queimada por ligação em tensão errada
Bobina queimada por queda de tensão
(principalmente CC)
Bobina queimada por corpo estranho no entreferro
Contator não desliga
Linhas de comando longas (efeito de “colamento”
capaciivo)
Contatos soldados
Correntes de ligação elevadas (por exemplo,
comutação de transformadores a vazio)
Comando oscilante;
Ligação em curto-circuito;
Comutação Y∆ defeituosa.
Contator desliga
involuntariamente
Quedas de tensão fortes por oscilações da rede ou
devido à operação de religadores.
Faiscamento excessivo
Instabilidade da tensão de comando
Regulação pobre da fonte;
Linhas extensas e de pequena seção;
Correntes de parida muito altas;
Subdimensionamento do transformador de
comando com diversos contatores operando
simultaneamente
Contator apresenta
ruído
Corpo estranho no entreferro;
Anel de curto-circuito quebrado;
Bobina com tensão ou frequência errada;
Superície dos núcleos, móvel e ixo, suja ou
oxidada, especialmente após longas paradas;
Oscilação de tensão ou frequência no circuito de
comando;
Quedas de tensão durante a parida de motores.
51
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Relé térmico atua e
o motor não ainge
a rotação normal
(contator com relé)
Relé inadequado ou mal regulado.
Tempo de parida muito longo.
Frequência muito alta de ligações.
Sobrecarga no eixo.
Bobina magnéica se
aquece
Localização inadequada da bobina.
Núcleo móvel preso às guias.
Curto-circuito entre as espiras por deslocamento ou
remoção da capa isolante (em CA).
Curto-circuito entre a bobina e o núcleo e por
deslocamento da camada isolante.
Saturação do núcleo, cujo calor se transmite à
bobina
Bobina se queima
Sobretensão.
Ligação em tensão errada.
Subtensão (principalmente em CC).
Corpo estranho no entreferro.
Contatos
sobreaquecem
Carga excessiva.
Pressão inadequada entre contatos.
Dimensões inadequadas dos contatos
Sujeira na superície dos contatos.
Superície insuiciente para a troca de calor com o
meio ambiente.
Oxidação (contatos de cobre).
Acabamento e formato inadequados das superícies
de contato
Contatos se fundem
Correntes de ligação elevadas (como na comutação
de transformadores a vazio).
Comandos oscilantes.
Ligação em curto-circuito.
Comutação estrela-triângulo defeituosa
Contatos se desgastam
excessivamente
Arco voltaico.
Sistema de desligamento por deslizamento (remove
certa quanidade de material a cada manobra).
Isolação é defeituosa
Excessiva umidade do ar.
Dielétrico recoberto ou perfurado por insetos,
poeira e outros corpos.
Presença de óxidos externos provenientes de
material de solda.
Quadro 3 - Principais Defeitos e Respecivas Causas em Contatores
Fonte: SENAI (2004a).
52 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Defeitos mecânicos
Os defeitos mecânicos são provenientes da própria construção do dis-
positivo, das condições de serviço e do envelhecimento do material (SE-
NAI, 2004a, p. 84). Salientam-se em particular:
▪ lubriicação deiciente;
▪ formação de ferrugem;
▪ temperaturas muito elevadas;
▪ molas inadequadas;
▪ trepidação do local da montagem.
Ricochete entre contatos
Ricochete é a abertura ou o afastamento entre contatos após o choque
no momento da ligação. Isso é consequência da energia cinética presente
em um dos contatos.
O ricochete reduz sensivelmente a vida útil das peças de contato, espe-
cialmente no caso de cargas com altas correntes de partida. Isso acon-
tece porque o arco que se estabelece a cada separação sucessiva dos
contatos vaporiza o material das pastilhas.
Visando à redução de custos, o tempo de ricochete deve ser reduzido
para 0,5ms. Baixa velocidade de manobra, reduzidas massas de contato
móveis e forte pressão nas molas são algumas condições que diminuem
o tempo do ricochete. Os contatores modernos são praicamente livres
de ricochete. Na ligação, eles acusam um desgaste de material de con-
tato equivalente a 1/10 do desgaste para desligamento sob corrente
nominal. Assim, a corrente de parida de motores não tem inluência na
durabilidade dos contatos (SENAI-MG, 2004a).
SEção 3
Manutençãoemrelés
desobrecargaede
tempo
Relés de sobrecarga
Relés de sobrecarga, conforme a
igura, são dispositivos constituí-
dos de um par de lâminas metá-
licas (um par por fase), com prin-
cípio de funcionamento baseado
nas diferentes dilatações térmicas
que os metais apresentam quan-
do submetidos a uma variação de
temperatura, e constituídos, ain-
da, por um mecanismo de disparo
contido num invólucro isolante e
com alta resistência térmica.
Relés de sobrecarga são aplicados
na proteção de um possível supe-
raquecimento de equipamentos
elétricos, como transformadores
e principalmente motores.
Figura 45 - Relé de Sobrecarga
Fonte: Adaptado de WEG ([200-]c, p.
247).
53
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Na igura, a seguir, podemos observar as partes que compõem o relé de sobrecarga. Veja!
1 – Botão de rearme;
2 – Contatos auxiliares;
3 – Botão de teste;
4 – Lâmina bimetálica auxiliar;
5 – Cursor de arraste;
6 – Lâmina bimetálica principal;
7 – Ajuste de corrente.
Figura 46 - Representação Esquemáica de um Relé Térmico de Sobrecarga
Fonte: WEG ([200-]c, p. 271).
54 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Circuito principal ou de
potência
O circuito principal é constituído
de três pares de lâminas bimetá-
licas de aquecimento, alavanca
de desarme, terminais de entrada
(1L1, 3L2 e 5L3) e terminais de
saída (2T1, 4T2 e 6T3).
Circuito auxiliar ou de
comando
O circuito auxiliar e constituído
basicamente dos contatos auxi-
liares (NA – normalmente aberto
– e NF – normalmente fechado)
pelos quais deverá circular toda
a corrente de comando, botão
de regulagem, botão de rearme
(reset), botão de seleção (manual
e automático) e bimetal de com-
pensação da temperatura (possibi-
litado que o relé tenha condições
de operação na faixa de 20o
a 50o
C sem alterações na curva de de-
sarme).
Posição de montagem
A posição de montagem dos relés
deve seguir sempre as orientações
fornecidas pelo fabricante, mas,
em geral, possível airmar que os
relés podem ser ixados em pare-
des verticais. Inclinações de até
30 o
na vertical e 90 o
na horizon-
tal são admissíveis para todos os
lados.
Corrente nominal do
motor
A corrente nominal do motor
é utilizado para o ajuste do relé,
através do botão de regulagem. É,
ainda, característica fundamental
na sua seleção, pois é a corrente
do motor que deinirá a faixa de
corrente do relé de sobrecarga.
Número de manobras
A proteção de um motor com relé
de sobrecarga tem seu desempe-
nho garantido nos casos de ope-
ração contínua ou respeitado o
limite de frequência de manobras
do fabricante, que na maioria dos
casos é de 15 manobras/hora.
Instalação de relés tri-
polares para serviços
mono e bifásico
Caso os relés tripolares sejam uti-
lizados na alimentação de cargas
monofásicas ou bifásicas, a co-
nexão desse dispositivo deve ser
efetuada conforme a igura a se-
guir, ou seja, dessa forma o relé
comporta-se como se estivesse
carregado para serviço trifásico.
Figura 47 - Relé Térmico de Sobrecarga
Tripolar para Serviço Monofásico (a)
ou Bifásico (b)
Fonte: WEG ([200-]c, p. 277).
Nomenclatura de con-
tatos em relés de sobre-
carga
A nomenclatura utilizada para
fornecer informações a respeito
da numeração de sequência e de
função de cada terminal, ou sua
localização em relação a outros
terminais, deve estar de acordo
com a norma IEC 947.
Seguindo a norma, os terminais
do circuito principal dos relés de
sobrecarga deverão ser marcados
da mesma forma que os terminais
de potência dos contatores.
Figura 48 - Ideniicação dos Terminais
de Potência do Relé de Sobrecarga
Fonte: WEG ([200-]c, p. 277).
55
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Tecla mulifunção – Programação
Figura 49 - Tecla Mulifunção em Relé de Sobrecarga
Fonte: WEG ([200-]c, p. 279).













rmÈd
mmÈd
ce
m
N
a
C
C
J
J
n
2π
t
Onde:
ta
– tempo de aceleração (segun-
dos);
Jm
– momento de inércia do mo-
tor (kgm2);
Jce
– momento de inércia da carga
referida ao eixo do motor (kgm2);
nN
– rotação nominal (rps);
Cmméd
– conjugado médio de ace-
leração do motor (Nm);
Crméd
– conjugado médio de acele-
ração da carga (Nm).
Existem diversas maneiras de de-
terminar o tempo para se alcançar
90% da rotação síncrona. A pri-
meira delas é com a utilização do
alicate amperímetro em conjunto
com um cronômetro. Quando
a corrente atingir um valor em
torno do valor nominal o motor
estará apto a comutar. A segunda
maneira é medindo o tempo ne-
cessário para que o motor atinja
90% da rotação síncrona, instante
ideal para a comutação, com um
tacômetro.
Relés de tempo com
retardo na energização
(RE)
Os relés de tempo com retardo na
energização (RE) são dispositivos
aplicados no sequenciamento de
comandos e interrupções, painéis
de comando, chaves compensa-
doras.
Podemos encontrar esses relés
nas conigurações com uma ou
duas saídas NA/NF.
Funcionamento
Com a energização dos terminais
de alimentação A1-A2/A3-A2,
inicia-se a contagem do tempo (t)
ajustado no dial. Depois de trans-
corrido esse tempo, ocorrerá a
comutação dos contatos de saída,
permanecendo nessa posição até
que a alimentação seja interrom-
pida.
a – Instante da comutação dos con-
tatos
b – Retorno a posição de repouso
T – Temporização ajustada no dial
Figura 50 - Diagrama Temporal
Fonte: WEG ([200-]c, p. 280).
Para que o relé de sobrecarga atue
com eiciência contra a falta de
fase, embora não seja um compo-
nente especíico de proteção con-
tra falta de fase se ajustado para
a corrente de trabalho poderá de-
tectar a falta de fase, para tanto,
é necessário medir a grandeza da
corrente não utilizando a corren-
te nominal informada na placa do
motor (WEG, [200-]c).
Relés de tempo
Temporizadores são dispositivos
de controle de tempos de curta
duração que têm por inalidade
fornecer um sinal de saída, con-
forme sua função e o tempo ajus-
tado. São utilizados na automação
de máquinas, em processos indus-
triais, especialmente em sequen-
ciamento, nas interrupções de
comandos e em chaves de partida.
O ajuste do relé de tempo deve
ser realizado para um tempo de
partida equivalente ao tempo para
o motor atingir no mínimo 90%
da rotação síncrona, que teorica-
mente obedece à seguinte função
(WEG, [200-]c):
56 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Relés de tempo
estrela-triângulo (RT Y-∆)
Os relés de tempo estrela-triân-
gulo (Y-∆) são dispositivos fa-
bricados especialmente para a
utilização em chaves de partida
estrela-triângulo. Nesse relé va-
mos encontrar dois circuitos de
temporização, sendo possível
ajustar apenas o controle de tem-
po que executa a conexão estrela.
O segundo, com tempo preesta-
belecido e ixo (100ms) para o
controle do intervalo entre a troca
das conexões estrela e triângulo.
Funcionamento
Com a energização dos terminais
de alimentação A1-A2/A3-A2, o
contato de saída estrela (15–18)
comuta instantaneamente, perma-
necendo acionado durante todo o
tempo (t1) ajustado no dial. De-
pois de transcorrida a tempori-
zação ajustada, o contato estrela
retorna ao repouso (15–16), ini-
ciando a contagem do tempo (t2)
ixo de 100ms, ocorrido do tempo
(t2), os contatos de saída triângulo
(25–28) serão acionados e perma-
necerão acionados até que a ali-
mentação seja interrompida.
Figura 51 - Diagrama Temporal
Fonte: WEG ([200-]c, p. 283).
a – Instante da comutação dos contatos
b – Retorno à posição de repouso
T1 – Tempo ajustável para conexão estrela
T2 – Tempo ixo para conexão triângulo (100ms)
Ajuste da temporização no relé
A temporização desejada deve ser ajustada através de seu dial de ajuste
frontal, cuja escala geralmente apresenta-se em segundos. Você poderá
encontrar, no entanto, temporizadores com escala de minutos.
Figura 52 - Dial Ajuste de Temporização
Fonte: WEG ([200-]i, p. 07).
1 3
1
0
3
0
0
,
1
57
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Principais defeitos e respecivas causas em relés
(WEG, [200-]c)
Defeito – relé atuou
Provável causa
▪ Relé inadequado ou mal regulado;
▪ Tempo de partida muito longo;
▪ Frequência de ligações muito alta;
▪ Sobrecarga no eixo;
▪ Falta de fase;
▪ Rotor bloqueado/travado.
Finalmente, estamos chegando no inal desta unidade curricular. Mante-
nha-se irme porque ainda há muita novidade pela frente. Vamos juntos!
Unidade de
estudo 6
Seçõesdeestudo
Seção 1 - Instalação e manutenção de
transformadores
Seção 2 - Manutenção de motores
elétricos
59
MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO
Manutenção de Transformadores
e Motores Elétricos
SEção 1
Instalaçãoemanutençãodetransformadores
Transformadores de distribuição e força imersos em
óleo isolante
Os procedimentos relacionados ao recebimento, instalação e manu-
tenção de transformadores imersos em líquido isolante, de distribuição
e de potência, estão detalhados, respecivamente, na NBR 7036 e na
NBR 7037, e servirão como base para as etapas descritas a seguir (WEG,
[200-] e).
Recebimento e instalação
Deve haver um espaçamento mínimo de 0,5 m entre transformadores
e entre estes e paredes ou muros, proporcionando facilidade de acesso
para inspeção e ventilação, dependendo, entretanto, das dimensões de
projeto e tensão.
Transformadores a serem instalados em postes devem ter seu sistema
de ixação e montagem em conformidade com a Norma ABNT e, em
caso de instalações abrigadas, o recinto no qual será colocado o trans-
formador deve ser bem ventilado de maneira que o ar aquecido possa
sair livremente.
Deverá ser realizada inspeção visual, principalmente nas buchas, conec-
tores e acessórios, para constatar a ausência de eventuais danos ou va-
zamentos que poderiam ocorrer devido ao manuseio e ao transporte do
transformador.
É necessária a conirmação de que os dados de placa estão compaí-
veis com a especiicação técnica do equipamento e que os dados cons-
tantes na placa de ideniicação estão coerentes com o sistema em que
o transformador será instalado (WEG, [200-] e, p. 4).
Para transformadores religáveis, deve ocorrer a constatação de que a
ligação de despacho (expedição) atende ao especiicado.
Veriicar as conexões de aterramento do transformador e atentar para as
ligações do primário e secundário.
Grande parte dos transformado-
res é projetada para operação
até 1.000 m acima do nível do
mar. Para condições em que a al-
itude é superior a 1.000 m acima
do nível do mar, o equipamento
tem sua capacidade reduzida ou
deverá uilizar um sistema de re-
frigeração mais eiciente (WEG,
[200-] e, p. 5).
A tabela a seguir apresenta os
valores de limite de temperatura
para os transformadores imersos
em óleo. Analise-a atentamente.
60 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Tipos
de
Transformadores
Limites de elevação de temperatura (°C)(A)
Dos enrolamentos
Do
óleo
Das partes metálicas
Método da variação
da resistência
Do
Ponto
Mais
Quente
Em contato
com a
isolação
sólida ou
adjacente a
ela
Não em
contato com
a isolação
sólida e não
adjacente a
ela
Circulação
do óleo
natural ou
forçada
sem luxo
de óleo
dirigido
Circulação
forçada
de óleo
com luxo
dirigido
Em
Óleo
Sem
conservador
ou sem gás
inerte acima
do óleo
55 60 65 50
Não devem
aingir
temperaturas
superiores
à máxima
especiicada
para o ponto
mais quente
da isolação
adjacente ou
em contato
com esta
A temperatura
não deve
aingir, em
nenhum
caso, valores
que venham
daniicar
essas partes,
outras partes
ou materiais
adjacentes
Com
conservador
ou com gás
inerte acima
do óleo
55
65(A)
60
70(A)
65
80(A)
55
65(A)
Tabela 1 – Limites de Elevação de Temperatura
Fonte: WEG ([200-]e, p. 05).
(A) Quando é uilizada isolação de papel, este deve ser termoestabilizado.
Ligações
Como comentado anteriormente, é fundamental que se veriique se os
dados da placa de identiicação estão coerentes com o sistema ao qual o
transformador vai ser instalado.
Deverá ser realizado o aperto adequado à ligação das buchas cuidando
para que nenhum esforço seja transmiido aos terminais, o que viria a
ocasionar afrouxamento das ligações, mau contato e posteriores vaza-
mentos por sobreaquecimento no sistema de vedação. Alguns ipos de
buchas permitem a conexão direta dos cabos ou barramentos. Outros
necessitam de conectores apropriados, que podem ou não ser forneci-
dos com o transformador. (WEG, [200-], p. 5).
Apostila Manutencao Eletrica para todos.
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Apostila Manutencao Eletrica para todos.

  • 1. Curso Técnico em Eletromecânica Manutenção Elétrica e Automação
  • 2. Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente da Confederação Nacional da Indústria José Manuel de Aguiar Marins Diretor do Departamento Nacional do SENAI Regina Maria de Fáima Torres Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI Alcantaro Corrêa Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina Sérgio Roberto Arruda Diretor Regional do SENAI/SC Antônio José Carradore Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC Marco Antônio Dociai Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
  • 3. Confederação Nacional das Indústrias Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Curso Técnico em Eletromecânica Manutenção Elétrica e Automação Frederico Samuel de Oliveira Vaz Florianópolis/SC 2010
  • 4. É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio consenimento do editor. Material em conformidade com a nova ortograia da língua portuguesa. Equipe técnica que paricipou da elaboração desta obra Coordenação de Educação a Distância Beth Schirmer Revisão Ortográica e Normaização FabriCO Coordenação Projetos EaD Maristela de Lourdes Alves Design Educacional, Ilustração, Projeto Gráico Editorial, Diagramação Equipe de Recursos Didáicos SENAI/SC em Florianópolis Autor Frederico Samuel de Oliveira Vaz 80 p. : il. color ; 28 cm. Ficha catalográfica elaborada por Kátia Regina Bento dos Santos - CRB 14/693 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis. V393m Vaz, Frederico Samuel de Oliveira Manutenção elétrica e automação / Frederico Samuel de Oliveira Vaz. – Florianópolis : SENAI/SC, 2010. Inclui bibliografias. 1. Manutenção - Normas. 2. Ferramentas e equipamentos. 3. Manutenção industrial. 4. Automação – Componentes elétricos. I. SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. CDU 62-7 SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC CEP: 88034-001 Fone: (48) 0800 48 12 12 www.sc.senai.br
  • 5. Prefácio Você faz parte da maior instituição de educação proissional do estado. Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta- das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina. No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de- senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho. Com acesso livre a uma eiciente estrutura laboratorial, com o que existe de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu futuro proissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em oferecer um modelo de educação atual e de qualidade. Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movi- mento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces- sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional, oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu- cação por Competências, em todos os seus cursos. É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos. Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções colaborativas dos professores mais qualiicados e experientes, e contam com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima- ções, tornando a aula mais interativa e atraente. Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria do Conhecimento.
  • 6.
  • 7. Sumário ConteúdoFormaivo 9 Apresentação 11 12 Unidade de estudo 1 Normas Aplicáveis à Manutenção Seção 1 - NR 6 – Equipamen- to de Proteção Individual – EPI (206.000-0/I0) Seção 2 - NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade Seção 3 - NR 17 – Ergonomia Seção 4 - NR 33 – Segurança e saúde nos trabalhos em espaços coninados 24 Unidade de estudo 2 Custos de Manutenção Seção 1 - Custo e manuten- ção 28 Unidade de estudo 3 Ferramentas Manuais e Equipamentos uili- zados na Manutenção Seção 1 - Ferramentas ma- nuais Seção 2 - Ferramentas elé- tricas Seção 3 - Instrumentos de medição Seção 4 - Instrumentos digitais 13 13 22 22 36 Unidade de estudo 4 Componentes Elétri- cos de um Sistema de Automação Seção 1 - Elementos de entrada de sinais Seção 2 - Elementos de pro- cessamento de sinais Seção 3 - Elementos de saída de sinais 44 Unidade de estudo 5 Manutenção de Equipamentos e Disposiivos Industriais e Prediais Seção 1 - Manutenção em fusíveis Seção 2 - Manutenção em contatores Seção 3 - Manutenção em relés de sobrecarga e de tempo 58 Unidade de estudo 6 Manutenção de Transformadores e Motores Elétricos Seção 1 - Instalação e manu- tenção de transformadores Seção 2 - Manutenção de motores elétricos Finalizando 77 Referências 79 25 37 40 41 29 31 31 32 45 47 52 59 66
  • 9. Conteúdo Formativo 9 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Carga horária da dedicação Carga horária: 60 horas Competências Interpretar projetos elétricos e de automação para a montagem e a manutenção de máquinas e equipamentos. Planejar, executar e controlar montagem e manutenção de máquinas e equipa- mentos elétricos e de automação para garanir o funcionamento do processo. Conhecimentos ▪ Leitura e interpretação de manuais de equipamentos e catálogos; ▪ Normas aplicáveis na manutenção elétrica; ▪ Custos de manutenção elétrica (equipamentos, insumos, mão de obra); ▪ Manutenção de equipamentos e disposiivos de automação (equipamentos de automação industrial, predial e gerenciamento de energia elétrica); ▪ Normas técnicas de ensaios elétricos; ▪ Manutenção de máquinas e disposiivos SEP (transformadores, geradores e linhas de transmissão); ▪ Manutenção de componentes elétricos; ▪ Instrumentos de medição; ▪ Técnicas de manutenção elétrica; ▪ Sistemas de automação. Habilidades ▪ Interpretar e aplicar normas técnicas, regulamentadoras e de preservação am- biental; ▪ Interpretar catálogos, manuais e tabelas técnicas; ▪ Ideniicar os disposiivos de sistemas elétricos e automação; ▪ Ideniicar e relacionar materiais, disposiivos e máquinas inerentes ao projeto; ▪ Aplicar sotwares especíicos; ▪ Selecionar e aplicar instrumentos de medição e ferramentas necessárias ao processo; ▪ Ideniicar e prospectar melhorias nas instalações de sistemas elétricos e de automação industrial;
  • 10. 10 CURSOS TÉCNICOS SENAI ▪ Elaborar e acompanhar cronograma de etapas para execução do projeto elétri- co; ▪ Diagnosicar problemas relacionados ao funcionamento de sistemas elétricos e de automação; ▪ Executar desmontagem e/ou montagem e testes nos sistemas elétricos e de automação; ▪ Avaliar a relação custo/beneício das aividades da manutenção; ▪ Emiir ordem de serviço; ▪ Coletar dados especíicos para avaliação e planejamento da manutenção de sistemas elétricos, mecânicos e de automação; ▪ Uilizar ferramentas de controle e planejamento da manutenção. Aitudes ▪ Zelo no manuseio dos equipamentos e instrumentos de medição; ▪ Uso racional de insumos e tratamentos de resíduos; ▪ Adoção de normas de segurança do trabalho; ▪ Pró-aividade; ▪ Organização e conservação do laboratório e equipamentos.
  • 11. Apresentação MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Neste material serão apresentadas deinições, ferramentas e conceitos que nortearão o seu trabalho enquanto técnico em eletromecânica nas atividades de manutenção e automação, tanto do ponto de vista técnico- operacional como do planejamento. Será apresentada a fundamentação teórica sobre os principais compo- nentes elétricos de um sistema de automação, visando possibilitar a im- plementação e sua manutenção, de forma que no inal do curso você esteja apto a atuar nos setores de manutenção, instalação e operação de sistemas de automação. A manutenção deve ser encarada como função estratégica na obtenção dos resultados da organização e deve estar direcionada ao suporte do gerenciamento e à solução de problemas apresentados na produção, lan- çando a empresa a patamares competitivos de qualidade e produtividade (Kardec & Nascif, 2001). Muitas são as descobertas que reservamos para você. Vamos! O que está esperando para começar? Bons estudos! Professor Frederico Samuel de Oliveira Vaz Graduado em Engenharia Elé- trica pela Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC) em 2005 e pós-graduado em Proje- to e Análise de Máquinas Elétri- cas Girantes pelo Centro Univer- sitário de Jaraguá do Sul/UNERJ em 2009. Atuou na área de fa- bricação de motores elétricos na WEG Equipamentos Elétricos S.A. (2002-2009). Deste 2008 é professor dos cursos técnicos e tecnológicos do SENAI – Jaraguá do Sul. 11
  • 12. Unidade de estudo 1 Seçõesdeestudo Seção 1 - NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI (206.000-0/I0) Seção 2 - NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade Seção 3 - NR 17 – Ergonomia Seção 4 - NR 33 – Segurança e saúde nos trabalhos em espaços coninados
  • 13. 13 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Normas Aplicáveis à Manutenção Diversas são as normas regula- mentadores, as NRs, aplicadas à manutenção. Neste livro serão apresentadas as principais, de for- ma objetiva, simpliicada e com foco na instalação e manutenção elétrica, para análise detalhada de cada uma das normas citadas a se- guir. Recomenda-se uma consulta direta à norma em questão. As normas apresentadas serão: SEção 1 NR6–Equipamentode ProteçãoIndividual– EPI(206.000-0/I0) A Norma Regulamentadora – NR 6 considera “Equipamento de Proteção Individual – EPI todo disposiivo ou produto, de uso individual uilizado pelo traba- lhador, desinado à proteção de riscos susceíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (BRASIL, 2001, p. 1).” Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Indivi- dual todo aquele composto por vários disposiivos que o fabri- cante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam susceíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (BRASIL, 2001, p. 1). É de competência do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Tra- balho (SESMT) ou da Comissão Interna de Prevenção de Aciden- tes (CIPA), nas empresas deso- brigadas de manter o SESMT, re- comendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade. A seguir será apresentada uma relação de alguns equipamentos de proteção individual, associa- dos as suas respectivas funções (BRASIL, 2001, p. 6): ▪ A – EPI para proteção da cabeça – A.1 capacete de segurança para proteção contra choques elétricos e A.2 capuz de segurança para proteção do crâ- nio em trabalhos onde haja risco de contato com partes giratórias ou móveis de máquinas; ▪ B – EPI para proteção dos olhos e da face – B.1 óculos de segurança para proteção dos olhos contra impacto de partícu- las volantes; ▪ F – EPI para proteção dos membros superiores – F.1 luva de segurança para proteção das mãos contra choques elétricos e F.3 manga de segurança para proteção do braço e do antebra- ço contra choques elétricos; ▪ G – EPI para proteção dos membros inferiores – G.1 cal- çado de segurança para proteção dos pés contra choques elétricos; ▪ I – EPI para proteção contra quedas com diferença de nível – I.1 dispositivo trava- queda de segurança para prote- ção do usuário contra cinturão de segurança para proteção contra quedas, I.2 – cinturão de segu- rança para proteção do usuário contra riscos de queda em traba- lhos em altura; SEção 2 NR10–Segurançaem instalaçõeseserviços emeletricidade Introdução Dispõe sobre as diretrizes bá- sicas para a implementação de medidas de controle e siste- mas prevenivos, desinados a garanir a segurança e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade nas fases de geração, transmissão, distribui- ção e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manu- tenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades (BRASIL, 2004, p. 1). Medidas de proteção coleiva Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e adotadas, priori- tariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante pro- cedimentos às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos traba- lhadores.
  • 14. 14 CURSOS TÉCNICOS SENAI As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a desenergização elétrica e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança e, na impos- sibilidade de aplicação de tensão de segurança, devem ser utilizadas outras medidas de proteção cole- tiva, tais como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinali- zação, sistema de secionamento automático de alimentação, blo- queio do religamento automático. Obs.: São considerados ten- são de segurança os níveis de tensão inferiores a 50 Vac e 120 Vcc. Em ambientes úmi- dos este nível de tensão de- verá ser a metade deste po- tencial. Exemplo de aplicação de tensão de segurança: ▪ os 24 Vcc que são fornecidos pela fonte interna de CLPs, os quais são aplicados em botoeiras e seus sensores de entrada. Exemplo de uilização de proteção coleiva: ▪ isolação das partes vivas; ▪ obstáculos; ▪ barreiras; ▪ sistema de secionamento auto- mático de alimentação; ▪ sinalização; ▪ bloqueio do religamento auto- mático (desenergização); ▪ aterramento das instalações elétricas. Medidas de proteção individual Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem tecnica- mente inviáveis ou insuicientes para controlar os riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individuais especíicos e adequados às atividades desen- volvidas. As vestimentas de trabalho de- vem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibi- lidade, inlamabilidade e inluên- cias eletromagnéticas. É vedado o uso de adornos pes- soais nos trabalhos com instala- ções elétricas ou em suas proxi- midades. Segurança na constru- ção, montagem, operação e manutenção “Nos trabalhos e nas aividades referidas devem ser adotadas medidas prevenivas desinadas ao controle dos riscos adicio- nais, especialmente quanto à altura, coninamento, campos elétricos e magnéicos, explo- sividade, umidade, poeira, fau- na e lora e outras agravantes, adotando-se a sinalização de segurança.” (BRASIL, 2004, p. 3) Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dis- positivos e ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elé- trica existente, preservando-se as características de proteção como, por exemplo, a categoria do equi- pamento de medição que deverá ser compatível com o nível de potência a ser trabalhado, con- forme quadro 1 (mais adiante). Compaível com o nível de potência a ser trabalhado: respeitadas as recomenda- ções do fabricante e as in- luências externas, os equi- pamentos, disposiivos e ferramentas que possuam isolamento elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas.
  • 15. 15 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Os ensaios e testes elétricos labo- ratoriais e de campo só podem ser realizados por trabalhadores que atendam às condições de quali- icação, habilitação, capacitação e autorização estabelecidas nesta NR, que são (BRASIL, 2004, p. 5): Trabalhador qualiicado é aque- le que comprovar conclusão de curso especíico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oicial de Ensino. Proissional legalmente habili- tado é o trabalhador previamen- te qualiicado e com registro no competente conselho de classe. Trabalhador capacitado é aque- le que atende às seguintes condi- ções, simultaneamente: a. recebe capacitação sob orien- tação e responsabilidade de proissional habilitado e auto- rizado; e b. trabalha sob a responsabilidade de proissional habilitado e au- torizado. A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e nas condições estabelecidas pelo proissional habilitado e autoriza- do responsável pela capacitação. São considerados autorizados os trabalhadores qualiicados ou ca- pacitados e os proissionais habi- litados, com anuência formal da empresa. Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem possuir treinamento espe- cíico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e as principais medidas de preven- ção de acidentes em instalações elétricas, de acordo com o estabe- lecido nesta NR. Deve ser realizado um treinamen- to de reciclagem bienal e sempre que ocorrer alguma das situações a seguir: a. troca de função ou mudança de empresa; b. retorno de afastamento do tra- balho ou inatividade, por perí- odo superior a três meses; c. modiicações signiicativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e orga- nização do trabalho. Segurança em instala- ções elétricas desenergiza- das Somente serão consideradas dese- nergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecida a sequência abaixo (BRASIL, 2004, p. 5): a. secionamento; b. impedimento de reenergiza- ção; c. constatação da ausência de ten- são; d. instalação de aterramento tem- porário com equipotencializa- ção dos condutores dos circui- tos; e. proteção dos elementos ener- gizados existentes na zona controlada; f. instalação da sinalização de im- pedimento de reenergização. O estado de instalação desenergi- zada deve ser mantido até a auto- rização para reenergização, deven- do ser reenergizada respeitando a sequência de procedimentos a seguir: a. retirada das ferramentas, uten- sílios e equipamentos; b. retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de re- energização; c. remoção do aterramento tem- porário, da equipotencialização e das proteções adicionais; d. remoção da sinalização de im- pedimento de reenergização; e. destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de secionamento. A seguir é apresentado um proce- dimento para desenergização elé- trica, que deve ser utilizado como referência. Observe atentamente.
  • 16. 16 CURSOS TÉCNICOS SENAI Título: Procedimento de desenergização elétrica. Elaborador: Nome do proissional habilitado. Data: DD/MM/AAAA. Revisão: 00 Item Descrição da Aividade Responsável / Executante Risco / Perigo Efeito Modo de Detecção Meio de Controle 01 Receber ordem de serviço. Encarregado. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum. 02 Separar material e ferramentas necessários para o serviço. Eletricista. Materiais com pontas e farpas ou pesados. Corte e esmagamento. Visual e tato. Luva de couro. 03 Instalar sinalização de serviço. Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum. 04 Isolar a área de trabalho, para criar distanciamento da zona controlada. Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum. 05 Veriicar qual o circuito a ser desenergizado e secioná-lo. Eletricista. Choque elétrico e arco voltaico. Parada cardiorrespiratória e queimaduras. Visual. Luvas de couro e isolante elétrico para tensão apropriada; sapato com solado isolante elétrico; vesimenta anichama de classe apropriada; óculos de segurança com abas laterais; capacete de segurança. 06 Bloquear o circuito. Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum. 07 Veriicar ausência de tensão no circuito. Eletricista. Choque elétrico e arco voltaico. Parada cardiorrespiratória e queimaduras. Visual, por meio de equipamento de medidas elétricas. Equipamento de medidas elétricas de categoria de segurança apropriado; luvas de couro e isolante elétrico para tensão apropriada; sapato com solado isolante elétrico; vesimenta anichama de classe apropriada; óculos de segurança com abas laterais; capacete de segurança. 08 Instalar aterramento temporário. Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum. 09 Segregar os demais circuitos que se encontrem energizados. Eletricista. Choque elétrico e arco voltaico. Parada cardiorrespiratória e queimaduras. Visual. Luvas de couro e isolante elétrico para tensão apropriada; sapato com solado isolante elétrico; vesimenta anichama de classe apropriada; óculos de segurança com abas laterais; capacete de segurança.
  • 17. 17 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO 10 Executar o serviço de instalação ou manutenção aplicando as melhores técnicas de trabalho. Proissionais necessários para a execução do serviço. Veriicar demais procedimentos perinentes. Veriicar demais procedimentos perinentes. Veriicar demais procedimentos perinentes. Veriicar demais procedimentos perinentes. 11 Reirar as ferramentas e os equipamentos da área de trabalho. Eletricista. Veriicar demais procedimentos perinentes. Veriicar demais procedimentos perinentes. Veriicar demais procedimentos perinentes. Veriicar demais procedimentos perinentes. 12 Permanecer dentro da zona controlada somente os necessários para a reenergização do circuito. Eletricista. Falhas operacionais. Em caso de acidente muitas pessoas podem serem aingidas. Visual. Seguir o procedimento. 13 Remoção da segregação dos demais circuitos. Eletricista. Choque elétrico e arco voltaico Parada cardiorrespiratória e queimaduras. Visual. Luvas de couro e isolante elétrico para tensão apropriada; sapato com solado isolante elétrico; vesimenta anichama de classe apropriada; óculos de segurança com abas laterais, Capacete de segurança. 14 Remoção do aterramento temporário. Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum. 15 Reirar o bloqueio do sistema de secionamento do circuito. Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum. 16 Religar o circuito. Eletricista. Choque elétrico e arco voltaico Parada cardiorrespiratória e queimaduras. Visual. Luvas de couro e isolante elétrico para tensão apropriada; sapato com solado isolante elétrico; vesimenta anichama de classe apropriada; óculos de segurança com abas laterais; capacete de segurança. 17 Veriicar tensão e funcionamento do equipamento. Eletricista. Choque elétrico e arco voltaico. Parada cardiorrespiratória e queimaduras. Visual, por meio de equipamento de medidas elétricas. Equipamento de medidas elétricas de categoria de segurança apropriado; luvas de couro e isolante elétrico para tensão apropriada; sapato com solado isolante elétrico; vesimenta anichama de classe apropriada; óculos de segurança com abas laterais; capacete de segurança.
  • 18. 18 CURSOS TÉCNICOS SENAI 18 Remoção do isolamento da zona controlada. Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum. 19 Remoção da sinalização. Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum. 20 Liberação do serviço. Eletricista. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Nenhum. Quadro 1 - Procedimento de Desenergização Elétrica Proteção contra incêndio e explosão As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser dotadas de proteção contra incêndio e explosão. Os materiais, peças, disposiivos, equipamentos e sistemas desinados à aplicação em insta- lações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explo- sivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Ceriicação. (BRASIL, 2004, p. 6) Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular ele- tricidade estática devem dispor de proteção especíica e dispositivos de descarga elétrica. Nas instalações elétricas de áreas classiicadas ou sujeitas a risco acen- tuado de incêndio ou explosões devem ser adotados disposiivos de proteção, como alarme e secionamento automáico para prevenir so- bretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação (BRASIL, 2004, p. 6). Sinalização de segurança Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identiicação, obe- decendo ao disposto na NR-26 – sinalização de segurança, de forma a atender, dentre outras, as situações a seguir (BRASIL, 2004, p. 6): a. identiicação de circuitos elétricos; b. travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e co- mandos; c. restrições e impedimentos de acesso; d. delimitações de áreas; e. sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de cargas; f. sinalização de impedimento de energização; g. identiicação de equipamento ou circuito impedido.
  • 19. 19 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Procedimentos de trabalho Os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de ordens de serviço especíicas aprovadas por trabalhador autorizado, contendo, no mínimo, o tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho a serem adotados. Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo, cam- po de aplicação, base técnica, competências e responsabilidades, dispo- sições gerais, medidas de controle e orientações inais (BRASIL, 2004, p. 6). Situação de emergência As ações de emergência que envolvam as instalações ou serviços com eletricidade devem constar do plano de emergência da empresa. Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o resgate e prestar primeiros socorros a acidentados, especialmente por meio de reanimação cardiorrespiratória. Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e a operar equipamentos de prevenção e combate a incêndios existentes nas ins- talações elétricas. Observe a seguir e, atentamente, o signiicado de ter- mos usuais de trabalhadores habilitados para os serviços de instalações elétricas em situações de combate a incêndios (BRASIL, 2004, p. 8 e 9). 1. Alta Tensão (AT): tensão superior a 1.000 volts em corrente alter- nada ou 1.500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. 2. Área Classiicada: local com potencialidade de ocorrência de at- mosfera explosiva. 3. Aterramento Elétrico Temporário: ligação elétrica efetiva coniável e adequada intencional à terra, destinada a garantir a equipotencial idade e mantida continuamente durante a intervenção na instalação elétrica. 4. Atmosfera Explosiva: mistura com o ar, sob condições atmosféri- cas, de substâncias inlamáveis na forma de gás, vapor, névoa, poeira ou ibras, na qual após a ignição a combustão se propaga. 5. Baixa Tensão (BT): tensão superior a 50 volts em corrente alterna- da ou 120 volts em corrente contínua e igual ou inferior a 1.000 volts em corrente alternada ou 1.500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. 6. Barreira: dispositivo que impede qualquer contato com partes ener- gizadas das instalações elétricas. 7. Direito de Recusa: instrumento que assegura ao trabalhador a inter- rupção de uma atividade de trabalho por considerar que ela envolve grave e iminente risco para sua segurança e saúde ou de outras pesso- as.
  • 20. 20 CURSOS TÉCNICOS SENAI 8. Equipamento de Proteção Coletiva (EPC): dispositivo, sistema ou meio, ixo ou móvel, de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros. 9. Equipamento Segregado: equipamento tornado inacessível por meio de invólucro ou barreira. 10.Extrabaixa Tensão (EBT): tensão não superior a 50 volts em cor- rente alternada ou 120 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. 11.Inluências Externas: variáveis que devem ser consideradas na dei- nição e seleção de medidas de proteção para a segurança das pessoas e o desempenho dos componentes da instalação. 12.Instalação Elétrica: conjunto das partes elétricas e não elétricas as- sociadas e com características coordenadas entre si, necessárias ao funcionamento de determinada parte de um sistema elétrico. 13.Instalação Liberada para Serviços (BT/AT): aquela que garanta as condições de segurança ao trabalhador por meio de procedimen- tos e equipamentos adequados desde o início até o inal dos trabalhos e liberação para uso. 14.Impedimento de Reenergização: condição que garante a não ener- gização do circuito através de recursos e procedimentos apropriados, sob controle dos trabalhadores envolvidos nos serviços. 15.Invólucro: envoltório de partes energizadas destinado a impedir qualquer contato com partes internas. 16.Isolamento Elétrico: processo destinado a impedir a passagem de corrente elétrica, por interposição de materiais isolantes. 17.Obstáculo: elemento que impede o contato acidental, mas não im- pede o contato direto por ação deliberada. 18.Perigo: situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou dano à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle. 19.Pessoa Advertida: pessoa informada ou com conhecimento sui- ciente para evitar os perigos da eletricidade. 20.Procedimento: sequência de operações a serem desenvolvidas para a realização de determinado trabalho, com a inclusão dos meios ma- teriais e humanos, medidas de segurança e circunstâncias que impos- sibilitem sua realização.
  • 21. 21 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO 21.Prontuário: sistema organizado de forma a conter uma memória di- nâmica de informações pertinentes às instalações e aos trabalhadores. 22.Risco: capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à saúde das pessoas. 23.Riscos Adicionais: todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos elétricos, especíicos de cada ambiente ou processo de trabalho que, direta ou indiretamente, possam afetar a segurança e a saúde no trabalho. 24.Sinalização: procedimento padronizado destinado a orientar, aler- tar, avisar e advertir. 25.Sistema Elétrico: circuito ou circuitos elétricos interrelacionados destinados a atingir um determinado objetivo. 26.Sistema Elétrico de Potência (SEP): conjunto das instalações e equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica até a medição, inclusive. 27.Tensão de Segurança: extrabaixa tensão originada em uma fonte de segurança. 28.Trabalho em Proximidade: trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma parte do corpo ou com extensões condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou equipamentos que manipule. 29.Travamento: ação destinada a manter, por meios mecânicos, um dispositivo de manobra ixo numa determinada posição, de forma a impedir uma operação não autorizada. 30.Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não segre- gada, acessível inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a proissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho. 31.Zona Controlada: entorno de parte condutora energizada, não se- gregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a proissionais autoriza- dos.
  • 22. 22 CURSOS TÉCNICOS SENAI SEção 3 NR17–Ergonomia Esta norma regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permi- tam a adaptação das condições de trabalho às características psicoisio- lógicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de con- forto, segurança e desempenho eiciente (BRASIL, 2002, p. 1). As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamen- to, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do trabalho. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as ban- cadas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisi- tos mínimos: a. ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento (BRASIL, 2002, p. 2); b. ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; c. ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, na- tural ou ariicial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da aivi- dade. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, relexos incômodos, sombras e contrastes excessivos (BRASIL, 2002, p. 4). Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, nor- ma brasileira registrada no INMETRO. A medição dos níveis de iluminamento deve ser feita no campo de tra- balho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se um luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência. SEção 4 NR33–Segurançaesaúdenostrabalhosemespa- çosconinados Esta norma tem como objeivo estabelecer os requisitos mínimos para ideniicação de espaços coninados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garanir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que intera- gem direta ou indiretamente nestes espaços (BRASIL, 2006, p. 1). Espaços coninados: Espa- ço coninado é qualquer área ou ambiente não proje- tado para ocupação humana conínua, que possua meios li- mitados de entrada e saída, cuja venilação existente seja insui- ciente para remover contami- nantes ou onde possa exisir a deiciência ou enriquecimento de oxigênio.
  • 23. 23 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Medidas técnicas de prevenção (BRASIL, 2006, p. 2): a. identiicar, isolar e sinalizar os espaços coninados para evitar a entra- da de pessoas não autorizadas; b. antecipar e reconhecer os riscos nos espaços coninados; c. proceder à avaliação e ao controle dos riscos físicos, químicos, bioló- gicos, ergonômicos e mecânicos; d. prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem; e. implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos ris- cos atmosféricos em espaços coninados; f. avaliar a atmosfera nos espaços coninados, antes da entrada de traba- lhadores, para veriicar se o seu interior é seguro; g. manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavan- do ou tornando inerte o espaço coninado; h. monitorar continuamente a atmosfera nos espaços coninados nas áreas onde os trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para veriicar se as condições de acesso e permanência são seguras; i. proibir a ventilação com oxigênio puro; j. testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; e, k. utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provi- do de alarme, calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofrequência. Os equipamentos ixos e portáteis, inclusive os de comunicação e de movimentação vertical e horizontal, devem ser adequados aos riscos dos espaços coninados. Em áreas classiicadas os equipamentos devem estar ceriicados ou possuir documento contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade – INMETRO. Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de inundação, so- terramento, engolfamento, incêndio, choques elétricos, eletricidade está- tica, queimaduras, quedas, escorregamentos, impactos, esmagamentos, amputações e outros que possam afetar a segurança e a saúde dos tra- balhadores. Nesta primeira unidade de estu- dos, você teve a oportunidade de conhecer as normas que regula- mentam a atividade de instalação e manutenção elétrica transitando por conceitos e noções essenciais ao desenvolvimento do seu traba- lho enquanto técnico em eletro- mecânica. Na unidade que segue você es- tudará sobre os custos de manu- tenção, um dos fatores mais im- portantes a ser considerado na tomada de decisões mediante a escolha de um programa de ma- nutenção. Fique antenado!
  • 24. Unidade de estudo 2 Seçõesdeestudo Seção 1 - Custos de manutenção
  • 25. 25 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Custos de Manutenção SEção 1 Custosdemanutenção Nenhum estudo de implantação de programas de manutenção, em em- presa alguma, pode ser devidamente efetuado sem se considerarem os custos envolvidos. Eles são, na verdade, os fatores mais importantes a serem examinados para se decidir entre diferentes programas de manu- tenção. O custo é um fator crítico de competitividade e deve merecer foco total na gestão da manutenção. Um exemplo da composição dos custos de manutenção é apresentado no gráico a seguir. Figura 1 - Composição de Custo Fonte: Pinto e Nascif (2001, p. 58). É importante salientar que a classiicação de estudos de melhorias como custo indire- to é feita considerando esse estudo de forma global, ou seja, com caráter geral. Caso ele seja realizado especiica- mente sobre um equipamen- to, deverá ser considerado custo direto. O custo direto de manutenção pode ser dividido nos seguintes componentes: ▪ mão de obra própria direta – O custo de mão de obra pró- pria é gerado pelas demandas de serviços a executar, previstos nos planos de manutenção preventiva estabelecidos no sistema de ma- nutenção, nas demandas de servi- ços identiicadas pelas equipes de inspeção de área e nas chamadas solicitações de serviços avulsas advindas das áreas de produção (SENAI, 2004b, p. 55). Para cada ordem de serviço existe um número de horas alocadas que é multiplicado pelo salário médio mensal (incluindo encargos so- ciais) para a geração do custo da ordem de serviço. Uma parcela das atividades rela- cionada à manutenção pode ser terceirizada, passando então a fa- zer parte do custo de serviços de terceiros. Para ins de controle, os custos de manutenção podem ser classiica- dos em três grupos: custos diretos – São todos os custos necessários para manter o equipamento funcionando, sendo eles: inspeções regulares e manu- tenção preventiva, manutenção preditiva, manutenção detectiva, manutenções corretivas, custos de reparo ou revisões. custos de perda de produção – São decorrentes da perda de produção, gerados por: falhas em máquina/equipamento principal sem a possibilidade de utilização de um equipamento reserva, seja pela inexistência desse equipa- mento seja por sua indisponibi- lidade e falha do equipamento, decorrente de ação imprópria de manutenção (PINTO e NASCIF, 2001). custos indiretos – São custos relacionados estrutura adminis- trativa, composta por: engenharia de supervisão e manutenção, pla- nejamento e estudo de melhorias, supervisão entre outros. Nesse grupo devem ser considerados ainda: aquisição de equipamentos e ferramentas para a manutenção, custos de amortização, deprecia- ção, consumo de energia e demais utilidades (PINTO e NASCIF, 2001).
  • 26. 26 CURSOS TÉCNICOS SENAI Deve-se sempre procurar alcançar altos padrões de coniabilidade, pois dessa forma a carga de tra- balho relativa a ações corretivas é reduzida, e o quadro de mão de obra própria tem seu custo otimi- zado (SENAI, 2004b). Nos planos preventivos, as infor- mações da carga de trabalho em horas homem e a frequência com que ocorrem as intervenções em cada ordem de serviço devem ser coniáveis, alinhadas a uma busca constante de produtividade atra- vés de um planejamento/progra- mação com padrões eicientes de execução. SENAI (2004b, p. 55) ▪ custo de serviços de tercei- ros – Podem ser divididos em: serviços executados externamen- te, por exemplo, balanceamen- to, usinagens especiais e testes especíicos, e serviços executados internamente. Um bom planeja- mento deve ser realizado previa- mente à contratação de terceiros e os serviços a serem realizados devem estar bem deinidos visan- do à redução de custo. ▪ custos com materiais de manutenção – Os custos com materiais também dependem de um bom planejamento e sistema de manutenção, onde as trocas sistemáticas e por condição sejam feitas no momento certo, com garantia de qualidade do material adquirido, com garantia de qua- lidade na execução dos serviços e uma boa política de aquisição material para estoques (SENAI, 2004b, p. 57). Os custos com materiais de ma- nutenção podem ser separados em: custo de sobressalentes, que é o custo do componente de um equipamento e é dado pelo valor da nota iscal, se a aplicação for imediata, ou pelo valor reajusta- do, se o componente já estava no estoque tendo sido comprado há mais tempo, e custo de materiais de insumo, tais como: óleo, gra- xa, lixas e similares. Em algumas empresas esse custo é considera- do indireto e é rateado entre os equipamentos que utilizaram o in- sumo em determinado momento. Um dos itens de controle de ma- nutenção é o acompanhamento de custos que deve ser colocado na forma gráica visando a faci- litar a visualização. Os seguintes itens devem ser apresentados: ▪ previsão de custo mês a mês; ▪ realização – quanto foi efetiva- mente gasto no mês; ▪ realizado em anos anteriores; ▪ benchmark – índice de uma em- presa que seja referência, ou seja, que apresente menor custo na área de manutenção e que possua as mesmas características na área de manutenção. É importante que cada espe- cialidade da manutenção faça o controle individual de custos de modo que a estrutura orga- nizacional possa agrupá-los ou dividi-los conforme a necessida- de. Como exemplo pode-se citar uma empresa na área de lami- nação de iras a quente de uma siderúrgica em que é importan- te saber diferenciar os custos de manutenção mecânica, elétrica e automação/instrumentação (PINTO e NASCIF, 2001, p. 60). Um exemplo de gráico para o acompanhamento de custos é apresentado na igura que segue, no qual as letras j, f, a, m, n e d representam especialidades de manutenção, cada qual com seu custo individual. Veja!
  • 27. 27 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Figura 2 - Custo Total da Manutenção Fonte: Pinto e Nascif (2001, p. 60). Prepare-se para conhecer, a partir de agora, algumas ferramentas manu- ais e equipamentos importantes empregados na atividade de manuten- ção elétrica. Há muito ainda para se descobrir sobre a manutenção de equipamentos e dispositivos de automação. Vamos juntos!
  • 28. Unidade de estudo 3 Seçõesdeestudo Seção 1 - Ferramentas manuais Seção 2 - Ferramentas elétricas Seção 3 - Instrumentos de medição Seção 4 - Instrumentos digitais
  • 29. 29 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Ferramentas Manuais e Equipamentos Utilizados na Manutenção SEção 1 Ferramentasmanuais É de grande importância o papel desempenhado pelas ferramen- tas, nos diversos setores de áreas técnicas. Seu rendimento está di- retamente relacionado à qualidade do trabalho que se pretende exe- cutar. Sendo assim, é fundamen- tal que se saiba a maneira correta de manuseá-las e guardá-las, além de saber quais utilizar, de acordo com a necessidade. A utilização da ferramenta ade- quada, da maneira adequada, faz com que ganhemos tempo na realização da tarefa solicitada e permite que ela seja concluída em segurança. Armazenamento e transporte As ferramentas devem sempre es- tar armazenadas de forma a tor- nar prático o acesso e, da mesma forma, evitar a colisão ou o atrito com outras durante seu transpor- te. O ideal é que estejam, quando numa oicina, de preferência em painéis ou armários e, quando transportadas, em caixa apropria- da ou cinta de ferramentas, evi- tando o transporte nas mãos ou bolsos. Conservação da ferra- menta Para que as ferramentas possam manter-se íntegras em sua fun- cionalidade e segurança, o usuá- rio deve procurar protegê-las de pó, umidade, oxidação, vibração e quedas, bem como lubriicá-las corretamente toda vez após o uso, guardando-as em local apropria- do. Alicate de Bico Redon- do É indicado para o manuseio de ios rígidos. Por causa de seu bico cônico, é utilizado para fazer olhais de vários diâmetros com rapidez e bom acabamento. De- verá possuir cabo isolado. Alicate de Bico Meia- Cana É indicado para o manuseio de terminais, ios e cabos elétricos. Pode também ser utilizado para dobrar, torcer ou endireitar su- portes, linguetas, condutores e terminais. Pode-se utilizá-lo para segurar porcas com até 4 mm, mas não se deve utilizá-lo para girar a peça pois pode daniicar as suas bordas. Esse alicate pode estar provido de dispositivo para corte, que deverá ser usado apenas para condutores de cobre ou alumínio de pequena bitola. Deverá possuir cabo isolado. Alicate de corte diago- nal ou lateral Esse alicate é utilizado para o cor- te de condutores de metal brando e de pequenas peças plásticas ou de metal. Pode ser utilizado também para remover a capa plástica isolante dos condutores. Metal: Terminais de compo- nentes eletrônicos.
  • 30. 30 CURSOS TÉCNICOS SENAI Alicate universal Trata-se de um alicate mais robus- to, usado para segurar, torcer e cortar ios rígidos de maior bitola, se comparado ao alicate de bico meia-cana. Pode ser utilizado para segurar um dos extremos de um parafuso enquanto no outro utili- za uma ferramenta adequada para soltar a porca, porém não deverá ser utilizado para o giro, pois pro- vocará a deformação da cabeça do parafuso ou da porca (pouca pressão). Chave de fenda Ferramenta utilizada para aper- tar e soltar parafusos de fenda. Formada por uma haste cujo ex- tremo tem forma de cunha, com seu comprimento revestido por material isolante, ixa em um cabo de material isolante e anatômico. Não deve em hipótese alguma ser utilizada como talhadeira, pois ha- veria danos à ferramenta e com- prometeria a sua isolação elétrica com issuras no material isolante. Além disso, a chave de fenda dani- icada, ao ser utilizada e havendo cantos arredondados em sua pon- ta, poderá daniicar o parafuso. Chave Phillips A chave Phillips é uma variante da chave de fenda. Seu diferencial está na extremidade no formato de cruz, conforme apresentado no quadro que segue. Chave ipo canhão A chave tipo canhão é utilizada para a colocação e a retirada de porcas. Em sua extremidade a haste possui um desenho equiva- lente ao desenho externo de uma porca. Alicate de bico redondo Alicate de corte Alicate universal Chave de fenda Chave Phillips Chave ipo canhão Quadro 2 - Ferramentas Manuais Fonte: SENAI (2009, p. 2 e 4).
  • 31. 31 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO SEção 2 Ferramentaselétricas A furadeira e a parafusadeira são máquinas-ferramentas. A furadei- ra é utilizada para abrir furos em materiais sólidos com a utilização de brocas especíicas para o ma- terial a ser perfurado. A parafusa- deira serve para apertar ou afrou- xar parafusos. São equipamentos elétricos, que podem ser alimenta- dos se conectados à rede elétrica ou por meio de bateria. É preciso ter alguns cuidados para o manuseio dessas ferramentas: ▪ manter a furadeira em um úni- co alinhamento durante a furação a im de preservar a broca; ▪ manter as brocas sempre limpas; ▪ certiicar-se de que a tensão da fonte é a correta para o uso; ▪ ter cuidado na colocação e aperto da broca no mandril; ▪ evitar quedas, batidas, umida- de etc. SEção 3 Instrumentosdemedição Introdução Os primeiros instrumentos de medição utilizados para grandezas elé- tricas se baseiam na delexão de um ponteiro, ixo a uma bobina móvel submetida a um campo magnético. Quando uma corrente é aplicada a uma bobina, esta gera seu deslocamento e o mecanismo de contrarrea- ção, geralmente uma mola, produz uma força contrária de modo que a delexão do ponteiro seja proporcional à corrente da bobina. Os instrumentos digitais são baseados em conversores analógicos digi- tais e apresentam maior coniabilidade. Não possuem partes móveis e são adaptáveis a leituras automatizadas. Para medir a tensão e a corrente elétrica utilizam-se instrumentos de medição especíicos para essa tarefa, tais como: voltímetro, amperíme- tro, ohmímetro, alicate volt-amperímetro e multímetro. Conheça cada um deles. Volímetro Instrumento utilizado para a medição da diferença de potencial entre dois pontos de um circuito. Deve ser conectado em paralelo aos pontos a serem medidos. Possui como características básicas: alta impedância de entrada e como consequência baixa corrente de entrada. Figura 9 - Ligação do Volímetro Fonte: SENAI (2002, p. 28).
  • 32. 32 CURSOS TÉCNICOS SENAI Amperímetro Instrumento utilizado para a medição da intensidade de corrente que circula em uma malha do circuito. Deve ser inserido em série no circuito. Possui como características: baixa impedância de entrada e como conse- quência baixa queda de tensão interna (SENAI, 2002). Figura 10 - Ligação do Amperímetro Fonte: SENAI (2002, p. 28). SEção 4 Instrumentosdigitais Esses instrumentos têm possibili- dade de realizar medidas de várias grandezas de natureza elétrica, ou seja, são instrumentos múltiplos. O mulímetro digital, por exem- plo, oferece praicamente as mesmas possibilidades de me- dição do mulímetro analógico, além de outras vantagens, como melhor precisão na leitura e im- pedância de entrada muito alta. A seguir serão apresentados mais especiicamente o mulí- metro digital, próxima igura e o alicate volt-amperímetro, igura posterior (SENAI, 2009). Figura 12 - Mulímetro Digital Fonte: (SENAI (2009, p. 5). Ohmímetro Quando se quer medir a resistência de componentes em algum circuito, a condição básica é que esteja desenergizado e com uma das extremida- des desligadas. Nestas condições, o ohmímetro deve ser colocado pa- ralelo ao componente a ser medido, conforme igura 5 (SENAI, 2002). Figura 11 - Ligação do Amperímetro Fonte: SENAI (2002, p. 29).
  • 33. 33 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Figura 13 - Alicate Volt-Amperímetro Fonte: SENAI (2009, p. 5). Mulímetro digital Nos mulímetros digitais os valo- res das medidas obidas podem ser visualizados diretamente no visor digital, não necessitando de interpretação, como ocorre nos instrumentos analógicos (SENAI, 2009). Antes da utilização do instrumen- to, a função a ser executada deve ser selecionada de acordo com a grandeza a se medir: resistência, tensão ou corrente, e se faz ne- cessária a determinação da escala de trabalho. Quando não se tem noção da ordem de grandeza a ser medida, colocar o equipamento no maior valor de escala e, se ne- cessário, corrigi-la. Figura 14 - Partes de um Mulímetro Digital Fonte: SENAI (2009, p. 6). Obs. – Nunca se deve mudar de escala ou função quando o instrumento de medição esi- ver conectado a um circuito ligado, porque isso poderá causar a queima do instru- mento (SENAI, 2009, p. 6). Para a realização de medição de tensão, assim como apresenta- do anteriormente, o equipamento deve estar paralelo aos pontos a se- rem medidos. Observe na imagem. Figura 15 - Ligação para a Medição de Tensão Fonte: SENAI (2009, p. 6). Em medições da corrente elétrica, o equipamento deverá ser inter- rompido e deverá estar ligado em série no circuito, conforme apre- sentado na igura seguinte. Figura 16 - Ligação para Medição de Corrente Fonte: SENAI (2009, p. 7). Para a medição de resistência elétrica, o resistor desconhecido deve estar desconectado do cir- cuito, caso contrário o valor me- dido estará considerando outros componentes do circuito. Figura 17 - Ligação para Medição de Resistência Elétrica Fonte: SENAI (2009, p. 8).
  • 34. 34 CURSOS TÉCNICOS SENAI Alicate volt-amperímetro Os procedimentos de medição a serem uilizados para o alicate volt- amperímetro são os mesmos apresentados anteriormente para o mul- ímetro, no entanto, o alicate volt-amperímetro apresenta a vantagem de eliminar a necessidade de interrupção do circuito para a medição de corrente elétrica, necessitando apenas que envolva o circuito (condu- tor), conforme apresentado na igura (SENAI, 2009, p. 6). Figura 18 - Posicionamento do Alicate Volt-Amperímetro Fonte: SENAI (2009, p. 6). Este equipamento é fundamental em aplicações industriais, principal- mente para as medições de correntes em motores, transformadores e cabos de alimentação de painéis. Obs. – Antes de uilizar qualquer instrumento de medição, é necessário que se consulte o manual do instrumento, no qual são descritas paricularidades e maneiras de uilização, pois de um instrumento para outro ocorrem diferenças signiicaivas (SENAI, 2009 p. 9). Cuidados Para realizar a conexão do instrumento de medição ao circuito, a fonte de alimentação deve ser desligada e a polaridade de ligação deve ser ob- servada cuidadosamente. O instrumento deve ser conectado de modo que a corrente entre através do borne positivo, ou seja, pelo sentido convencional da corrente elétrica. A medição da intensidade de corrente contínua com o multímetro digital com chave rotativa é análoga à medição realizada com multímetro analó- gico. Se o multímetro digital for dotado de chave tipo push/pull, deve-se adotar o seguinte procedimento:
  • 35. 35 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Bornes: “Peça metálica que se liga ao quadro de eletricidade, e em cuja parte su- perior há um parafuso desina- do a ixar o io que a atravessa (FERREIRA, 2010).” a. ligue o multímetro (on/off). b. selecione o modo AC/DC para DC. c. selecione a função V/A/Ω para corrente. d. selecione a escala de grandeza adequada. e. conecte as pontas de prova nos bornes adequados (comum e cor- rente). f. abra o circuito e insira as pontas de prova. g. efetue a leitura. Os multímetros manuais deverão sempre ser manuseados respeitando- se alguns cuidados básicos: ▪ conferir se o aparelho não está com falta de bateria, pois, se for o caso, a medição apresentada pode não ser a correta; ▪ antes de conectá-lo a qualquer circuito, selecionar a grandeza elétrica que se deseja medir; ▪ certiicar-se de que os cabos de medição estão nos bornes corretos para o uso; ▪ evitar quedas, batidas, umidade etc. Para medições de corrente elétrica em barramentos de painéis elétricos, utilizando alicate amperímetro, deve-se estar atento para não encostar a proteção plástica no barramento. Mesmo que esta seja feita de material isolante apropriado para não permitir a passagem de corrente elétrica do painel para o equipamento, o barramento ao qual se deseja medir a corrente que o percorre pode estar quente e acabar daniicando o alicate amperímetro, derretendo-o quando em contato. Estamos chegando à quarta unidade de estudos desta unidade curricular. Podemos dizer que ultrapassamos metade do curso. Vamos! Ainda há muitas descobertas pela frente.
  • 36. Unidade de estudo 4 Seçõesdeestudo Seção 1 - Componentes de entrada de sinais Seção 2 - Componentes de processamento de sinais Seção 3 - Componentes de saída de sinais
  • 37. 37 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Componentes Elétricos de um Sistema de Automação Basicamente um sistema de auto- mação é composto de três catego- rias de componentes, que são: ▪ componentes de entrada de sinais elétricos; ▪ componentes de processa- mento de sinais; ▪ componentes de saída de sinais elétricos. SEção 1 Componentesdeen- tradadesinais Os componentes de entrada de sinais elétricos são responsáveis pela geração de informações, dados de entrada, que che- gam ao circuito através de uma ação, mecânica, elétrica, eletrô- nica ou combinação entre elas (PARKER..., 2001, p. 10). Todos os elementos que realizam a energização ou desenergização do circuito podem ser considera- dos componentes de entrada de sinais, tais como botoeiras e cha- ves de im de curso. Botoeiras As botoeiras são chaves elé- tricas que, quando acionadas, invertem seus contatos, geran- do informações digitais. São acionadas manualmente e ge- ralmente apresentam um con- tato normalmente aberto e um contato normalmente fechado e podem ser divididas em botoei- ras pulsadoras e botoeiras com trava (PARKER..., 2001, p. 10). Figura 19 – Botão Tipo Cogumelo Fonte: Parker... (2001, p. 10). Figura 20 – Botoeiras Fonte: WEG ([200-]c, p. 2). Para o esquema apresentado na igura 19, quando ocorre o acionamento do botão, os contatos 13 e 14 se fecham e os contatos 11 e 12 se abrem interrompendo a passagem de corrente. Quando o botão não está sendo acionado, a mola de retorno faz com que os contatos voltem à posição inicial, isto é, contatos 11 e 12 fechados permitindo a passagem da cor- rente elétrica. As botoeiras com trava podem ser divididas basicamente em botoeira acionada por um botão giratório (igura 21) e botoeira acionada por bo- tão do tipo cogumelo (igura 20), em ambos os modelos. Elas continuam sendo acionadas mesmo depois da parada do acionamento. Construtiva- mente essas botoeiras possuem as mesmas características apresentadas anteriormente.
  • 38. 38 CURSOS TÉCNICOS SENAI Figura 21 – Botoeiras com Trava Fonte: WEG ([200-]c, p. 2). A botoeira com trava, tipo cogu- melo, é muito aplicada como bo- tão de emergência e seu retorno à posição inicial ocorre com o giro da botoeira no sentido horário. Figura 22 – Botoeiras Fonte: WEG ([200-]c, p. 2). Chaves im de curso As chaves im de curso, igura 23, também chamadas de interrup- tores de posição, são comutado- res elétricos de entrada de sinais, acionadas mecanicamente. São utilizadas em aplicações como, por exemplo, hastes de cilindros hidráulicos e/ou pneumáticos e ao longo do percurso de cabeço- tes móveis de máquinas e equipa- mentos industriais. Figura 23 – Chaves de Fim de Curso Fonte: WEG ([200-]c, p. 2). A habilitação ou desabilitação de uma chave de im de curso ocorre com o deslocamento de um rolete mecânico ou de um rolete escamoteável, também conhecido como gatilho. Figura 24 – Chaves de Fim de Curso Fonte: Brusamarello, Fagundes e Rech (2003, p. 10). Podemos observar na igura 24, uma chave de im de curso acionada por um rolete mecânico que possui um contato comutador formado por um borne comum 11, um contato fechado 12 e um aberto 14 (PA- RKER..., 2001, p. 12). Enquanto o rolete não for acionado, a corrente elétrica pode passar pelos contatos 11 e 12 e está interrompida entre os contatos 11 e 14. Quando o rolete é acionado, a corrente passa pelos contatos 11 e 14 e é bloqueada entre os contatos 11 e 12. Uma vez cessado o acionamento, os contatos retornam à posição inicial, ou seja, 11 interligado com 12 e 14 desligado (PARKER..., 2001, p. 12).
  • 39. 39 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Sensores Os sensores são elementos emis- sores de sinais elétricos projeta- dos para detectar a presença ou a movimentação de materiais metá- licos ou não metálicos, por pro- ximidade ou aproximação, sem contato físico. A determinação do tipo de sen- sor a ser utilizado deve ocorrer a partir da aplicação e do material a ser detectado. Os sensores mais utilizados em aplicações indus- triais são: sensores capacitivos, indutivos, ópticos, magnéticos, ul- trassônicos, de pressão, volume e temperatura. Geralmente os sensores apresen- tam características similares de operação, apresentado dois cabos de alimentação e um cabo de saí- da de sinal. Em funcionamento a parir da detecção do material é emiido um sinal de baixa corrente, que por essa razão não poderá ser uilizado para energizar direta- mente os demais componentes elétricos uilizados, tal como um solenóide, por exemplo, sendo necessária a uilização de relés auxiliares com o objeivo da ampliação do sinal (PARKER..., 2001). Os sensores capacitivos, igura 25, detectam a presença de qualquer tipo de material, como metal, ma- deira, plástico, vidro, granulado, pó mineral, tipo cimento, líquido em geral etc. A distância de detecção varia, de- pendendo da massa do material a ser detectado e das especiicações impostas/projetadas pelo fabri- cante. Figura 25 – Sensor Capaciivo Fonte: Adaptado de Brusamarello, Fagundes e Rech (2003, p. 6). Figura 26 – Sensor Induivo Fonte: Adaptado de Brusamarello, Fagundes e Rech (2003, p. 6) Os sensores indutivos, igura 26, atuam especiicamente na detec- ção de material metálico e a dis- tância de atuação varia de acordo com as especiicações impostas/ projetadas pelo fabricante e da di- mensão do objeto a ser detectado. Os sensores ópicos, igura 27, atuam pelo princípio da emissão e recepção de feixes de luz e de- tectam a aproximação de qual- quer ipo de objeto, desde que este não seja transparente. Os sensores ópicos por barreira fo- toelétrica trabalham aos pares sendo um emissor de luz e outro receptor (PARKER..., 2001). Com o posicionamento de algum material que ocasione a interrup- ção do feixe de luz, a comutação elétrica ocorre, enviando um sinal elétrico ao circuito de comando. Figura 27 – Sensor Ópico por Barreira Fotoelétrica Fonte: Brusamarello, Fagundes e Rech (2003, p. 8). emissor receptor símbolo Outro modelo de sensor ópico é o do ipo relexivo, igura 28, no qual emissor e receptor de luz são montados num único corpo. Nesse ipo de sensor, os feixes de luz são emiidos e re- cebidos simultaneamente pelo sensor e, em seguida, releidos pelo alvo o que reduz espaço e facilita sua montagem entre as partes móveis dos equipamen- tos industriais (PARKER..., 2001). Figura 28 – Sensor Ópico Relexivo Fonte: Brusamarello, Fagundes e Rech (2003, p. 6). símbolo receptor emissor led indicador Os sensores de pressão, também conhecidos como pressostatos, i- gura 29, são chaves elétricas acio- nadas por um piloto hidráulico ou pneumático. Têm por função controlar uma pressão num cir- cuito hidráulico ou pneumático e transformam uma mudança de pressão em sinal elétrico digital, quando a referência ixada for atingida.
  • 40. 40 CURSOS TÉCNICOS SENAI Figura 29 – Pressostato Pneumáicos (Captador de Pressão) Fonte: Lima, Gilmário ([200-], p. 39). SEção 2 Componentesdeprocessamentodesinais Os componentes de processamento de sinais elétricos são responsáveis pela análise dos sinais recebidos dos componentes de entrada, realizan- do a combinação e a ordenação de modo que o comportamento/ação dos componentes de comando elétrico seja o desejado. Como principais elementos de processamento de sinais podem-se citar os relés auxiliares, os contatores de potência, os relés temporizadores e os contadores, ambos com a função de energização e desenergização dos elementos de saída (PARKER..., 2001). Relés auxiliares Os relés auxiliares, igura a seguir, são chaves elétricas de quatro ou mais contatos, acionadas por bobinas eletromagnéticas. Figura 30 – Relé Auxiliar com dois Contatos Abertos e dois Fechados Fonte: WEG ([200-]c, p. 248). O relé da igura anterior apresen- ta dois contatos abertos (13/14 e 43/44) e dois fechados (21/22 e 31/32), acionados por uma bo- bina eletromagnéica de 24 Vcc. Com a energização da bobina ocorre o fechamento dos conta- tos abertos, possibilitando a pas- sagem de corrente elétrica entre eles e, simultaneamente, a cor- rente é interrompida no contato fechado com a sua abertura (PA- RKER..., 2001, p. 16). A partir da desenergização da bo- bina ocorre o reposicionamento dos contatos por meio da ação de uma mola. Figura 31 – Relé Auxiliar com Três Contatos NA e 1F Além de relés auxiliares de dois contatos abertos (NA) e dois contatos fechados (NF), existem outros que apresentam o mesmo funcionamento, mas com três contatos NA e um NF, igura aci- ma. Contatores de potên- cia Os contatores são dispositivos de manobra mecânica, não manual, eletromagnética, que têm uma única posição de repouso. Cons- truídos para elevada frequência de manobras, capazes de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais do circui- to, inclusive suportar sobrecargas no funcionamento, apresentam as mesmas características construti- vas dos relés auxiliares.
  • 41. 41 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Relés temporizadores Os relés temporizadores, igu- ra que segue, são dispositivos de controle de tempos de curta du- ração que têm por inalidade for- necer um sinal de saída conforme sua função e o tempo ajustado. São utilizados na automação de máquinas, processos industriais, especialmente em sequenciamen- to, interrupções de comandos e chaves de partida. O relé temporizador tem um contato comutador e uma bo- bina com retardo na ligação, cujo tempo é ajustado por meio de potenciômetro. A parir da energização da bobina, após um tempo determinado, ocorre o acionamento do contato comu- tador. Caso, por exemplo, o ajus- te de tempo seja 5 segundos, o temporizador irá aguardar 5 se- gundos após a energização da bobina para a inversão dos con- tatos, abrindo 11 e 12 e fechan- do 11 e 14 (PARKER..., 2001, p. 17). Figura 32 – Relé Temporizador, Dial de Ajuste de Temporização Fonte: WEG (1999, p. 7). Outro ipo de relé temporiza- dor apresenta retardo no des- ligamento, igura que segue. Quando a bobina é energizada, o contato comutador é imedia- tamente inverido. A parir do momento em que a bobina é desligada, o período de tempo ajustado no potenciômetro é respeitado e somente então o contato comutador retorna à posição inicial (PARKER..., 2001, p. 17). Figura 33 – Relé Temporizador com Retardo no Desligamento SEção 3 Componentesdesaída desinais Os componentes de saída de si- nais elétricos são responsáveis pela indicação ou atuação inal do circuito, que é executada a partir das ordens processadas e recebi- das dos comandos elétricos. Entre os diversos componentes de saída de sinais, podemos destacar os indicadores lumi- nosos e sonoros, bem como os solenoides aplicados no aciona- mento eletromagnéico de vál- vulas hidráulicas e pneumáicas (PARKER..., 2001, p. 18). Indicadores Luminosos Os indicadores luminosos, igu- ra a seguir, são lâmpadas incan- descentes ou LEDs, uilizados na sinalização visual de eventos ocorridos ou prestes a ocorrer. São empregados, geralmente, em locais de boa visibilidade que facilitem a visualização do sinalizador (PARKER..., 2001, p. 18). Figura 34 – Indicador Luminoso Fonte: WEG ([200-]c, p. 3). Indicadores sonoros Os indicadores sonoros, igura próxima, são campainhas, sire- nes, cigarras ou buzinas e são uilizados na sinalização acús- ica de eventos ocorridos ou prestes a ocorrer. Geralmente é empregado em locais onde a visualização de indicadores lu- minosos é limitada (PARKER..., 2001, p. 18). Figura 35 – Sinalizador Sonoro Fonte: Logismarket (2001).
  • 42. 42 CURSOS TÉCNICOS SENAI Solenóides Os solenóides, próxima igura, são bobinas eletromagnéticas que geram um campo magnético e, a partir de sua energização, atraem elementos compostos de materiais ferrosos, apresentando comportamento equiva- lente ao ímã permanente. Figura 36 – Bobinas Eletromagnéicas Fonte: Parker... (2001). Numa eletroválvula, hidráulica ou pneumáica, a bobina do solenóide é enrolada em torno de um magneto ixo, preso à carcaça da válvula, enquanto que o magneto móvel é ixado diretamente na extremidade do carretel da válvula. Quando uma corrente elétrica percorre a bobina, um campo magnéico é gerado e atrai os magnetos, o que empurra o carretel da válvula na direção oposta à do solenoide que foi energizado. Dessa forma, é possível mudar a posição do carretel no interior da vál- vula por meio de um pulso elétrico (PARKER..., 2001, p. 19). Em eletroválvulas pneumáticas de pequeno porte, igura seguinte, do tipo assento, o êmbolo da válvula é o próprio magneto móvel do sole- noide. Quando o campo magnético é gerado, em consequência da ener- gização da bobina, o êmbolo da válvula é atraído, abrindo ou fechando diretamente as passagens do ar comprimido no interior da carcaça da válvula. Figura 37 – Eletroválvula Pneumáica de Pequeno Porte (Esquemáico)
  • 43. 43 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Figura 38 – Eletroválvula Pneumáica de Pequeno Porte (Esquemáico) Estamos chegando à penúltima unidade de estudos desta unidade cur- ricular. Prepare-se para estudar agora a manutenção de equipamentos e dispositivos industriais e prediais. Bons estudos!
  • 44. Unidade de estudo 5 Seçõesdeestudo Seção 1 - Manutenção em fusíveis Seção 2 - Manutenção em contatores seção 3 - Manutenção em relés de sobrecarga e de tempo
  • 45. 45 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Manutenção de Equipamentos e Dispositivos Industriais e Prediais A instalação elétrica deve ser ve- riicada periodicamente por pro- issionais qualiicados, e quan- to mais crítica é a aplicação ou maior a importância da instalação para uma atividade industrial, por exemplo, menor deverá ser o intervalo entre as veriicações. Como ação preventiva, os seguin- tes pontos deverão ser veriicados (WEG, [200-]): ▪ condições de ixação dos eletrodutos em painéis, pois possuem a função de proteção mecânica dos cabos; ▪ observar se as partes vivas permanecem fora do alcance; ▪ dispositivos de proteção de equipamentos móveis assim como as condições de seus cabos lexíveis; ▪ o estado dos condutores e suas ligações, principalmente os de proteção; ▪ veriicar se entrada e saída de cabos estão fechadas, com relação à passagem de pequenos animais; ▪ medir os valores da resistência de isolamento em relação à terra e a resistência dos eletrodos de aterramento; ▪ não lixar ou limar contatos; ▪ desenergizar a instalação caso seja veriicada a necessidade de algum reparo. SEção 1 Manutençãoem fusíveis Os fusíveis são os dispositivos de proteção mais tradicionais na alimentação de diversas cargas, tendo como principal função a proteção contra curto-circuito de sistemas elétricos e atuando tam- bém como limitadores das cor- rentes de curto-circuito. A operação dos fusíveis é dada através da fusão do elemento fusível, contido em seu interior. O ele- mento fusível é um condutor de seção transversal dimensionado para que sofra com a passagem de corrente elétrica um aquecimento maior que o dos outros conduto- res, devido a sua alta resistência. O elemento fusível é geralmente de cobre, prata, estanho, chumbo ou liga. Já o corpo do fusível, em geral, é de porcelana ou esteatita, hermeticamente fechado. Os fusí- veis têm ainda um elemento indi- cador de operação, possibilitando ao proissional da área observar seu estado de funcionamento. Em circuitos de potência são uti- lizados fusíveis D ou NH, com o objetivo de proteger a carga alimentada contra correntes de curto-circuito e, de forma sele- tiva, contra sobrecargas de longa duração. Seleiva: em combinação com relés.
  • 46. 46 CURSOS TÉCNICOS SENAI Na proteção de circuitos de comando, geralmente são utilizados fusíveis tipo D com características de interrupção retardada (WEG, [200-]). Os fusíveis tipo D, diametral, têm sua aplicação voltada para a proteção contra curto-circuito em instalações residenciais, comerciais e indus- triais. Estão disponíveis em diversas correntes normalizadas (dependen- do do fabricante), com capacidade de ruptura de acordo com a corrente do fusível de 100kA, 70kA e 50kA e tensão máxima de 500V. Na igura a seguir, podemos ver a estrutura detalhada dos fusíveis tipo D. Observe. Fusível D Figura 39 - Componentes do Fusível D Fonte: Adaptado de WEG ([200-]g, p. 05). Caracterísicas e instalação (Comandos Elétricos, SENAI- MG, 2004) As principais características dos fusíveis NH são: ▪ corrente nominal: corrente máxima que o fusível suporta continuamente sem interromper o funcionamento do circuito. Esse valor é marcado no corpo de porcelana do fusível. ▪ corrente de curto-circuito: corrente máxima que deve cir- cular no circuito e que deve ser interrompida instantaneamente. ▪ capacidade de ruptura (kA): valor de corrente que o fusível é capaz de interromper com se- gurança. Não depende da tensão nominal da instalação. ▪ tensão nominal: tensão para a qual o fusível foi construído. Os fusíveis normais para baixa tensão são indicados para tensões de serviço de até 500V em CA e 600V em CC. ▪ resistência elétrica (ou resistência ôhmica): grandeza elétrica que depende do material e da pressão exercida. A resistên- cia de contato entre a base e o fusível é a responsável por even- tuais aquecimentos que podem provocar a queima do fusível. ▪ curva de relação tempo de fusão x corrente: curvas que in- dicam o tempo que o fusível leva para desligar o circuito. Elas são variáveis de acordo com o tempo, a corrente, o tipo de fusível e são fornecidas pelo fabricante. Nessas curvas, quanto maior for a corrente circulante, menor será o tempo em que o fusível terá que desligar. Veja a seguir a curva típica na igura curva de relação de tempo de fusão x corrente. Os fusíveis do tipo NH, igura seguinte, deverão ser manuseados apenas por pessoal qualiicado para a intervenção e substituição deste elemento em circuitos de potência. Os fusíveis NH supor- tam elevações de corrente durante certo tempo sem que ocorra fu- são e são empregados em circui- tos sujeitos a picos de corrente e onde existem cargas indutivas e capacitivas. Também estão disponíveis em diversos valores de correntes nor- malizadas (dependendo do fabri- cante), com capacidade de ruptu- ra de 120kA e tensão máxima de 500V. Fusível NH Figura 40 - Componentes do Fusível NH Fonte: Adaptado de WEG ([200-]g, p. 02).
  • 47. 47 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Figura 41 - Curva de Relação Tempo de Fusão x Corrente Fonte: SENAI (2004a, p. 22). Os fusíveis devem ser instalados no ponto inicial do circuito a ser protegido e em locais arejados para que não ocorra aquecimento excessivo. O local de instalação deve ser de fácil acesso para que inspe- ções e manutenções possam facilitadas. A instalação deve ser realizada de tal modo que per- mita seu manejo sem perigo de choque para o operador (SENAI, 2004a, p. 23). Quando ocorre a atuação (quei- ma) de um dos fusíveis de uma das fases, os demais fusíveis são afetados em decorrência da cor- rente de curto. O ideal é que se- jam trocados os três fusíveis para que seja garantida a integridade da instalação. As mesmas ações são indicadas para fusíveis de coman- do. SEção 2 Manutençãoemcontatores Contatores são dispositivos de manobra mecânica, não manual, eletro- magnética, que possui única posição de repouso, construídos para ele- vada frequência de manobras, capazes de estabelecer, conduzir e inter- romper correntes em condições normais do circuito, inclusive suportar sobrecargas no funcionamento. De acordo com a aplicação, o contator poder ser utilizado individualmente ou acoplado a relés de sobrecarga. Existem contatores de potência e contatores auxiliares. Os principais elementos construtivos de um contator são os contatos (principais e auxiliares), sistema de acionamento (bobina), carcaça e acessórios. Na igura a seguir você poderá visualizar um contator em vista explodida.
  • 48. 48 CURSOS TÉCNICOS SENAI 1 – Carcaça inferior 2 – Núcleo ixo 3 – Anel de curto-circuito 4 – Bobina 5 – Mola de curso 6 – Núcleo móvel 7 – Cabeçote móvel 8 – Contatos móveis principais 9 – Contatos móveis auxiliares 10 – Molas de contato 11 – Contatos ixos principais 12 – Contatos ixos auxiliares 13 – Parafusos com arruelas 14 – Carcaça superior 15 – Capa Figura 42 - Elementos Construivos Fonte: WEG ([200-]h, p. 02). Contatos principais Os contatos principais em estado fechado desempenham a função de ligação entre a rede e a carga, conduzindo corrente ao circuito principal. Esses contatos são projetados para que tenham capacidade de estabele- cer e interromper correntes de cargas resistivas, capacitivas e indutivas. O proissional da área deverá sempre observar a categoria de emprego do contator. Obs. – Os contatos principais nos contatores geralmente serão em número de três, quatro, eventualmente, e em casos especíicos, dois e até um. Contatos auxiliares Os contatos auxiliares são dimen- sionados para a função de comu- tação de circuitos auxiliares de comando, sinalização e intertrava- mento, entre outras aplicações. Esses contatos podem ser do tipo NA (normalmente aberto) ou NF (normalmente fechado), e ainda adiantados ou retardados, depen- dendo das características do con- tato. Segundo a norma IEC 947-4, a identiicação de contatores e de- mais dispositivos de manobra de baixa tensão é utilizada para for- necer informações a respeito da função de cada terminal e sua localização em relação a outros terminais e ainda facilitar e uni- formizar a execução de projetos e a montagem de painéis. As bobinas são identiicadas de forma alfanumérica, com A1 e A2. Os terminais do circuito prin- cipal são identiicados por núme- ros unitários e por sistema alfanu- mérico como na igura a seguir.
  • 49. 49 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Figura 43 - Ideniicação de Terminais de Potência Fonte: WEG ([200-]c, p. 247). Os terminais 1L1, 3L2 e 5L3 geralmente são conectados aos dispositivos de secionamento ou proteção, sendo que esses termi- nais do contator icam voltados para a rede (fonte de alimentação) e os terminais 2T1, 4T2 e 6T3 são conectados aos relés de sobrecar- ga ou diretamente à carga. Os terminais dos contatos auxilia- res são identiicados ou marcados nos diagramas através de igura com dois números. A unidade re- presenta a função do contato e a dezena representa a sequência de numeração, como você poderá observar na igura a seguir. Figura 44 - Ideniicação de Terminais dos Contatos Auxiliares Fonte: WEG ([200-]c, p. 247). Os números de função 1, 2 são utilizados para designação de contatos normalmente fechados, já os números de função 3, 4 são utilizados para designação de con- tatos normalmente abertos. Os traços que antecedem os núme- ros de função indicam a sequência. Seguindo a norma, os terminais pertencentes a um mesmo ele- mento de contato devem receber o mesmo número de sequência. No entanto contatos com o mesmo número de função devem receber números de sequência diferentes. Na igura a seguir você poderá ob- servar como é essa identiicação. Os números de função 5-6 são designações de contatos NF re- tardados na abertura, enquanto os números de função 7-8 são utilizados para designar a função de contatos NA adiantados no fe- chamento. Vida Úil dos Contatores Vida úil mecânica A vida útil mecânica é obtida por meio da realização de ensaios, quando se determina o número de manobras sem carga que o contator pode realizar sem apre- sentar defeitos mecânicos. Esse ensaio é realizado com o contator instalado sob condições usuais de serviço, com classe de funciona- mento intermitente. Vida úil elétrica Já a vida útil elétrica é determi- nada por meio de ensaios com o contator sob carga, sendo obtido assim o número de manobras que os contatos dos polos podem efe- tuar sem apresentar defeitos ne- cessitando de manutenção, fator que estará ligado diretamente à
  • 50. 50 CURSOS TÉCNICOS SENAI categoria de emprego, da corrente e da tensão nominal de serviço. Os ensaios para determinar a vida útil elétrica são realizados nos re- gimes de emprego AC3 e AC4. Podendo variar, dependendo do tipo e do fabricante, a vida útil elétrica dos contatos situa-se na faixa de 1 milhão de manobras em regime AC3. Já a vida útil mecâni- ca situa-se na faixa de 10 milhões de manobras, o que garante o per- feito funcionamento do contator durante toda a sua vida útil elétri- ca. WEG ([200-]c) É importante ressaltar que a elevada vida úil mecânica não garante a você efetuar diversas subsituições dos contatos. A subsituição dos contatos é uma opção válida e muito empregada, porém, a cada manobra do contator ocorre o faiscamento, em es- pecial na abertura, provocan- do a carbonização das partes internas e o depósito de ma- terial condutor nas câmaras do contator, fator determi- nante a sua vida úil elétrica. Sempre ao subsituir apenas os contatos, deverão ser ob- servados os aspectos relata- dos anteriormente e deve-se veriicar junto ao fabricante a disponibilidade de venda de contatos avulsos. Posição de montagem Preferencialmente, os contatores devem ser montados na vertical em local que não esteja sujeito a trepidação, sendo permitida uma inclinação, em relação ao plano de montagem, de aproximadamente 30o . Principais defeitos e respecivas causas em contatores Estudaremos, agora, os defeitos mais comuns nos contatores e os pro- blemas causados nos circuitos elétricos por eles comandados. WEG ([200-]c) Defeito Prováveis Causas Contator não liga Fusível de comando queimado Relé térmico desarmado Comando interrompido Bobina queimada Bobina queimada por sobretensão Bobina queimada por ligação em tensão errada Bobina queimada por queda de tensão (principalmente CC) Bobina queimada por corpo estranho no entreferro Contator não desliga Linhas de comando longas (efeito de “colamento” capaciivo) Contatos soldados Correntes de ligação elevadas (por exemplo, comutação de transformadores a vazio) Comando oscilante; Ligação em curto-circuito; Comutação Y∆ defeituosa. Contator desliga involuntariamente Quedas de tensão fortes por oscilações da rede ou devido à operação de religadores. Faiscamento excessivo Instabilidade da tensão de comando Regulação pobre da fonte; Linhas extensas e de pequena seção; Correntes de parida muito altas; Subdimensionamento do transformador de comando com diversos contatores operando simultaneamente Contator apresenta ruído Corpo estranho no entreferro; Anel de curto-circuito quebrado; Bobina com tensão ou frequência errada; Superície dos núcleos, móvel e ixo, suja ou oxidada, especialmente após longas paradas; Oscilação de tensão ou frequência no circuito de comando; Quedas de tensão durante a parida de motores.
  • 51. 51 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Relé térmico atua e o motor não ainge a rotação normal (contator com relé) Relé inadequado ou mal regulado. Tempo de parida muito longo. Frequência muito alta de ligações. Sobrecarga no eixo. Bobina magnéica se aquece Localização inadequada da bobina. Núcleo móvel preso às guias. Curto-circuito entre as espiras por deslocamento ou remoção da capa isolante (em CA). Curto-circuito entre a bobina e o núcleo e por deslocamento da camada isolante. Saturação do núcleo, cujo calor se transmite à bobina Bobina se queima Sobretensão. Ligação em tensão errada. Subtensão (principalmente em CC). Corpo estranho no entreferro. Contatos sobreaquecem Carga excessiva. Pressão inadequada entre contatos. Dimensões inadequadas dos contatos Sujeira na superície dos contatos. Superície insuiciente para a troca de calor com o meio ambiente. Oxidação (contatos de cobre). Acabamento e formato inadequados das superícies de contato Contatos se fundem Correntes de ligação elevadas (como na comutação de transformadores a vazio). Comandos oscilantes. Ligação em curto-circuito. Comutação estrela-triângulo defeituosa Contatos se desgastam excessivamente Arco voltaico. Sistema de desligamento por deslizamento (remove certa quanidade de material a cada manobra). Isolação é defeituosa Excessiva umidade do ar. Dielétrico recoberto ou perfurado por insetos, poeira e outros corpos. Presença de óxidos externos provenientes de material de solda. Quadro 3 - Principais Defeitos e Respecivas Causas em Contatores Fonte: SENAI (2004a).
  • 52. 52 CURSOS TÉCNICOS SENAI Defeitos mecânicos Os defeitos mecânicos são provenientes da própria construção do dis- positivo, das condições de serviço e do envelhecimento do material (SE- NAI, 2004a, p. 84). Salientam-se em particular: ▪ lubriicação deiciente; ▪ formação de ferrugem; ▪ temperaturas muito elevadas; ▪ molas inadequadas; ▪ trepidação do local da montagem. Ricochete entre contatos Ricochete é a abertura ou o afastamento entre contatos após o choque no momento da ligação. Isso é consequência da energia cinética presente em um dos contatos. O ricochete reduz sensivelmente a vida útil das peças de contato, espe- cialmente no caso de cargas com altas correntes de partida. Isso acon- tece porque o arco que se estabelece a cada separação sucessiva dos contatos vaporiza o material das pastilhas. Visando à redução de custos, o tempo de ricochete deve ser reduzido para 0,5ms. Baixa velocidade de manobra, reduzidas massas de contato móveis e forte pressão nas molas são algumas condições que diminuem o tempo do ricochete. Os contatores modernos são praicamente livres de ricochete. Na ligação, eles acusam um desgaste de material de con- tato equivalente a 1/10 do desgaste para desligamento sob corrente nominal. Assim, a corrente de parida de motores não tem inluência na durabilidade dos contatos (SENAI-MG, 2004a). SEção 3 Manutençãoemrelés desobrecargaede tempo Relés de sobrecarga Relés de sobrecarga, conforme a igura, são dispositivos constituí- dos de um par de lâminas metá- licas (um par por fase), com prin- cípio de funcionamento baseado nas diferentes dilatações térmicas que os metais apresentam quan- do submetidos a uma variação de temperatura, e constituídos, ain- da, por um mecanismo de disparo contido num invólucro isolante e com alta resistência térmica. Relés de sobrecarga são aplicados na proteção de um possível supe- raquecimento de equipamentos elétricos, como transformadores e principalmente motores. Figura 45 - Relé de Sobrecarga Fonte: Adaptado de WEG ([200-]c, p. 247).
  • 53. 53 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Na igura, a seguir, podemos observar as partes que compõem o relé de sobrecarga. Veja! 1 – Botão de rearme; 2 – Contatos auxiliares; 3 – Botão de teste; 4 – Lâmina bimetálica auxiliar; 5 – Cursor de arraste; 6 – Lâmina bimetálica principal; 7 – Ajuste de corrente. Figura 46 - Representação Esquemáica de um Relé Térmico de Sobrecarga Fonte: WEG ([200-]c, p. 271).
  • 54. 54 CURSOS TÉCNICOS SENAI Circuito principal ou de potência O circuito principal é constituído de três pares de lâminas bimetá- licas de aquecimento, alavanca de desarme, terminais de entrada (1L1, 3L2 e 5L3) e terminais de saída (2T1, 4T2 e 6T3). Circuito auxiliar ou de comando O circuito auxiliar e constituído basicamente dos contatos auxi- liares (NA – normalmente aberto – e NF – normalmente fechado) pelos quais deverá circular toda a corrente de comando, botão de regulagem, botão de rearme (reset), botão de seleção (manual e automático) e bimetal de com- pensação da temperatura (possibi- litado que o relé tenha condições de operação na faixa de 20o a 50o C sem alterações na curva de de- sarme). Posição de montagem A posição de montagem dos relés deve seguir sempre as orientações fornecidas pelo fabricante, mas, em geral, possível airmar que os relés podem ser ixados em pare- des verticais. Inclinações de até 30 o na vertical e 90 o na horizon- tal são admissíveis para todos os lados. Corrente nominal do motor A corrente nominal do motor é utilizado para o ajuste do relé, através do botão de regulagem. É, ainda, característica fundamental na sua seleção, pois é a corrente do motor que deinirá a faixa de corrente do relé de sobrecarga. Número de manobras A proteção de um motor com relé de sobrecarga tem seu desempe- nho garantido nos casos de ope- ração contínua ou respeitado o limite de frequência de manobras do fabricante, que na maioria dos casos é de 15 manobras/hora. Instalação de relés tri- polares para serviços mono e bifásico Caso os relés tripolares sejam uti- lizados na alimentação de cargas monofásicas ou bifásicas, a co- nexão desse dispositivo deve ser efetuada conforme a igura a se- guir, ou seja, dessa forma o relé comporta-se como se estivesse carregado para serviço trifásico. Figura 47 - Relé Térmico de Sobrecarga Tripolar para Serviço Monofásico (a) ou Bifásico (b) Fonte: WEG ([200-]c, p. 277). Nomenclatura de con- tatos em relés de sobre- carga A nomenclatura utilizada para fornecer informações a respeito da numeração de sequência e de função de cada terminal, ou sua localização em relação a outros terminais, deve estar de acordo com a norma IEC 947. Seguindo a norma, os terminais do circuito principal dos relés de sobrecarga deverão ser marcados da mesma forma que os terminais de potência dos contatores. Figura 48 - Ideniicação dos Terminais de Potência do Relé de Sobrecarga Fonte: WEG ([200-]c, p. 277).
  • 55. 55 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Tecla mulifunção – Programação Figura 49 - Tecla Mulifunção em Relé de Sobrecarga Fonte: WEG ([200-]c, p. 279).              rmÈd mmÈd ce m N a C C J J n 2π t Onde: ta – tempo de aceleração (segun- dos); Jm – momento de inércia do mo- tor (kgm2); Jce – momento de inércia da carga referida ao eixo do motor (kgm2); nN – rotação nominal (rps); Cmméd – conjugado médio de ace- leração do motor (Nm); Crméd – conjugado médio de acele- ração da carga (Nm). Existem diversas maneiras de de- terminar o tempo para se alcançar 90% da rotação síncrona. A pri- meira delas é com a utilização do alicate amperímetro em conjunto com um cronômetro. Quando a corrente atingir um valor em torno do valor nominal o motor estará apto a comutar. A segunda maneira é medindo o tempo ne- cessário para que o motor atinja 90% da rotação síncrona, instante ideal para a comutação, com um tacômetro. Relés de tempo com retardo na energização (RE) Os relés de tempo com retardo na energização (RE) são dispositivos aplicados no sequenciamento de comandos e interrupções, painéis de comando, chaves compensa- doras. Podemos encontrar esses relés nas conigurações com uma ou duas saídas NA/NF. Funcionamento Com a energização dos terminais de alimentação A1-A2/A3-A2, inicia-se a contagem do tempo (t) ajustado no dial. Depois de trans- corrido esse tempo, ocorrerá a comutação dos contatos de saída, permanecendo nessa posição até que a alimentação seja interrom- pida. a – Instante da comutação dos con- tatos b – Retorno a posição de repouso T – Temporização ajustada no dial Figura 50 - Diagrama Temporal Fonte: WEG ([200-]c, p. 280). Para que o relé de sobrecarga atue com eiciência contra a falta de fase, embora não seja um compo- nente especíico de proteção con- tra falta de fase se ajustado para a corrente de trabalho poderá de- tectar a falta de fase, para tanto, é necessário medir a grandeza da corrente não utilizando a corren- te nominal informada na placa do motor (WEG, [200-]c). Relés de tempo Temporizadores são dispositivos de controle de tempos de curta duração que têm por inalidade fornecer um sinal de saída, con- forme sua função e o tempo ajus- tado. São utilizados na automação de máquinas, em processos indus- triais, especialmente em sequen- ciamento, nas interrupções de comandos e em chaves de partida. O ajuste do relé de tempo deve ser realizado para um tempo de partida equivalente ao tempo para o motor atingir no mínimo 90% da rotação síncrona, que teorica- mente obedece à seguinte função (WEG, [200-]c):
  • 56. 56 CURSOS TÉCNICOS SENAI Relés de tempo estrela-triângulo (RT Y-∆) Os relés de tempo estrela-triân- gulo (Y-∆) são dispositivos fa- bricados especialmente para a utilização em chaves de partida estrela-triângulo. Nesse relé va- mos encontrar dois circuitos de temporização, sendo possível ajustar apenas o controle de tem- po que executa a conexão estrela. O segundo, com tempo preesta- belecido e ixo (100ms) para o controle do intervalo entre a troca das conexões estrela e triângulo. Funcionamento Com a energização dos terminais de alimentação A1-A2/A3-A2, o contato de saída estrela (15–18) comuta instantaneamente, perma- necendo acionado durante todo o tempo (t1) ajustado no dial. De- pois de transcorrida a tempori- zação ajustada, o contato estrela retorna ao repouso (15–16), ini- ciando a contagem do tempo (t2) ixo de 100ms, ocorrido do tempo (t2), os contatos de saída triângulo (25–28) serão acionados e perma- necerão acionados até que a ali- mentação seja interrompida. Figura 51 - Diagrama Temporal Fonte: WEG ([200-]c, p. 283). a – Instante da comutação dos contatos b – Retorno à posição de repouso T1 – Tempo ajustável para conexão estrela T2 – Tempo ixo para conexão triângulo (100ms) Ajuste da temporização no relé A temporização desejada deve ser ajustada através de seu dial de ajuste frontal, cuja escala geralmente apresenta-se em segundos. Você poderá encontrar, no entanto, temporizadores com escala de minutos. Figura 52 - Dial Ajuste de Temporização Fonte: WEG ([200-]i, p. 07). 1 3 1 0 3 0 0 , 1
  • 57. 57 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Principais defeitos e respecivas causas em relés (WEG, [200-]c) Defeito – relé atuou Provável causa ▪ Relé inadequado ou mal regulado; ▪ Tempo de partida muito longo; ▪ Frequência de ligações muito alta; ▪ Sobrecarga no eixo; ▪ Falta de fase; ▪ Rotor bloqueado/travado. Finalmente, estamos chegando no inal desta unidade curricular. Mante- nha-se irme porque ainda há muita novidade pela frente. Vamos juntos!
  • 58. Unidade de estudo 6 Seçõesdeestudo Seção 1 - Instalação e manutenção de transformadores Seção 2 - Manutenção de motores elétricos
  • 59. 59 MANUTENÇÃO ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO Manutenção de Transformadores e Motores Elétricos SEção 1 Instalaçãoemanutençãodetransformadores Transformadores de distribuição e força imersos em óleo isolante Os procedimentos relacionados ao recebimento, instalação e manu- tenção de transformadores imersos em líquido isolante, de distribuição e de potência, estão detalhados, respecivamente, na NBR 7036 e na NBR 7037, e servirão como base para as etapas descritas a seguir (WEG, [200-] e). Recebimento e instalação Deve haver um espaçamento mínimo de 0,5 m entre transformadores e entre estes e paredes ou muros, proporcionando facilidade de acesso para inspeção e ventilação, dependendo, entretanto, das dimensões de projeto e tensão. Transformadores a serem instalados em postes devem ter seu sistema de ixação e montagem em conformidade com a Norma ABNT e, em caso de instalações abrigadas, o recinto no qual será colocado o trans- formador deve ser bem ventilado de maneira que o ar aquecido possa sair livremente. Deverá ser realizada inspeção visual, principalmente nas buchas, conec- tores e acessórios, para constatar a ausência de eventuais danos ou va- zamentos que poderiam ocorrer devido ao manuseio e ao transporte do transformador. É necessária a conirmação de que os dados de placa estão compaí- veis com a especiicação técnica do equipamento e que os dados cons- tantes na placa de ideniicação estão coerentes com o sistema em que o transformador será instalado (WEG, [200-] e, p. 4). Para transformadores religáveis, deve ocorrer a constatação de que a ligação de despacho (expedição) atende ao especiicado. Veriicar as conexões de aterramento do transformador e atentar para as ligações do primário e secundário. Grande parte dos transformado- res é projetada para operação até 1.000 m acima do nível do mar. Para condições em que a al- itude é superior a 1.000 m acima do nível do mar, o equipamento tem sua capacidade reduzida ou deverá uilizar um sistema de re- frigeração mais eiciente (WEG, [200-] e, p. 5). A tabela a seguir apresenta os valores de limite de temperatura para os transformadores imersos em óleo. Analise-a atentamente.
  • 60. 60 CURSOS TÉCNICOS SENAI Tipos de Transformadores Limites de elevação de temperatura (°C)(A) Dos enrolamentos Do óleo Das partes metálicas Método da variação da resistência Do Ponto Mais Quente Em contato com a isolação sólida ou adjacente a ela Não em contato com a isolação sólida e não adjacente a ela Circulação do óleo natural ou forçada sem luxo de óleo dirigido Circulação forçada de óleo com luxo dirigido Em Óleo Sem conservador ou sem gás inerte acima do óleo 55 60 65 50 Não devem aingir temperaturas superiores à máxima especiicada para o ponto mais quente da isolação adjacente ou em contato com esta A temperatura não deve aingir, em nenhum caso, valores que venham daniicar essas partes, outras partes ou materiais adjacentes Com conservador ou com gás inerte acima do óleo 55 65(A) 60 70(A) 65 80(A) 55 65(A) Tabela 1 – Limites de Elevação de Temperatura Fonte: WEG ([200-]e, p. 05). (A) Quando é uilizada isolação de papel, este deve ser termoestabilizado. Ligações Como comentado anteriormente, é fundamental que se veriique se os dados da placa de identiicação estão coerentes com o sistema ao qual o transformador vai ser instalado. Deverá ser realizado o aperto adequado à ligação das buchas cuidando para que nenhum esforço seja transmiido aos terminais, o que viria a ocasionar afrouxamento das ligações, mau contato e posteriores vaza- mentos por sobreaquecimento no sistema de vedação. Alguns ipos de buchas permitem a conexão direta dos cabos ou barramentos. Outros necessitam de conectores apropriados, que podem ou não ser forneci- dos com o transformador. (WEG, [200-], p. 5).