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ESCOLA ESTADUAL “JOÃO XXIII” 
A Escola que a gente quer é a Escola que a gente faz! 
NATUREZA DA ATIVIDADE: APOSTILA SOBRE CORDADOS 
DISCIPLINA: BIOLOGIA 
ASSUNTO: PEIXES, ANFÍBIOS, AVES, RÉPTEIS E MAMÍFEROS 
PROFESSOR(A): ALTINO, EVERTON, SHEILA 
ALUNO (A): _________________________________________________________________________ 
Peixes 
Educando para a 
Modernidade desde 
1967 
Os peixes representam a maior classe em número de espécies conhecidas entre os vertebrados. Acredita-se que os peixes 
tenham surgido por volta de 45 milhões de anos atrás. 
Mas como eles se distribuem pelo planeta? 
Os peixes ocupam as águas salgadas dos mares e oceanos e as águas doces 
dos rios, lagos e açudes. Nesse grupo, existem cerca de 24 mil espécies, das 
quais mais da metade vive em água salgada. O tamanho médio dos peixes pode 
variar de um centímetro a até cerca de 18 metros. 
Provavelmente, foram os primeiros vertebrados a surgir na Terra, e eram 
pequenos, sem mandíbula, tinham coluna vertebral cartilaginosa e uma carapaça 
revestindo seus corpos. Na evolução, houve uma série de adaptações que 
representaram aos peixes melhores condições de sobrevivência em seu habitat - 
não ter couraça pesada, ser nadadores velozes, ter mandíbulas e poder 
morder. 
Antes limitados à filtração de partículas nutritivas suspensas na água ou depositadas no fundo e sendo presas de alguns 
tipos de invertebrados, os peixes tornaram-se também eficientes predadores. Desde que surgiram, já ocupavam com 
sucesso os ambientes aquáticos salgado e doce, e continuam assim até hoje. 
Características que favorecem a vida na água 
Os peixes apresentam várias características que favorecem o desempenho de suas atividades no ambiente em que vivem. 
Entre elas, destacam-se: 
 corpo com formato, em geral, hidrodinâmico, isto é, achatado lateralmente e alongado, o que favorece seu 
deslocamento na água; 
 presença de nadadeiras, estruturas de locomoção que, quanto à localização, podem ser peitorais, ventrais, dorsais, 
caudais e anais; 
 corpo geralmente recoberto por escamas lisas, cuja organização diminui o atrito com a água enquanto o animal se 
desloca; além disso , a pele é dotada de glândulas produtoras de muco, o que também contribui para diminuir o 
atrito com a água; 
 musculatura do tronco segmentada, o que permite a realização de movimentos ondulatórios.
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A temperatura corporal 
Os peixes são animais pecilotérmicos. Isso significa que a temperatura do seu corpo varia de acordo com a do ambiente. A 
temperatura do corpo dos peixes em geral mantém-se mais ou menos próxima à temperatura ambiental. 
Respiração e circulação de sangue 
A maioria dos peixes respira por meio de brânquias, também conhecidas como guelras. A água entra continuamente pela 
boca do peixe, banha as brânquias e sai pelas aberturas existentes de cada lado da cabeça. 
Nas brânquias, onde existem muitos vasos sanguíneos, o gás oxigênio dissolvido na água passa para o sangue. Ao mesmo 
tempo, o gás carbônico que se forma no organismo do animal e que está no sangue passa para a água, sendo eliminado do 
corpo. 
O coração dos peixes tem duas cavidades um átrio e um ventrículo - e por ele circula apenas sangue não-oxigenado. 
Depois de passar pelo coração, o sangue não oxigenado vai para uma artéria e dai para as brânquias, onde recebe gás 
oxigênio. A seguir, esse sangue, agora oxigenado, é distribuído para todos os órgãos do corpo do animal. 
Alimentação e digestão 
Alguns peixes são herbívoros, alimentando-se principalmente de algas. Outros são carnívoros, e alimentam-se de outros 
peixes e de animais diversos, como moluscos e crustáceos. 
Nas zonas abissais - os grandes abismos oceânicos, destituídos de luz -, onde os seres fotossintetizantes não sobrevivem, 
há muitos peixes detritívoros, que se alimentam de restos orgânicos oriundos da superfície iluminada, e também peixes 
carnívoros. 
O sistema digestório dos peixes é constituído de boca, faringe, esôfago, estômago e intestino, além de glândulas anexas, 
como o fígado e o pâncreas.
3 
Os sentidos 
Os peixes têm vários órgãos dos sentidos 
 Bolsa olfatória - São formadas por células localizadas nas narinas e associadas à percepção de cheiros das 
substâncias dissolvidas na água. O sentido do olfato dos peixes é geralmente muito aguçado. O tubarão, por exemplo, 
pode "farejar" sangue fresco a dezenas de metros de distância. 
 Olhos - Permitem formar imagens nítidas a curta distância. A distâncias maiores, percebem apenas objetos em 
movimento na superfície da água. Alguns peixes têm percepção das cores e outros não. Os tubarões e as raias 
(também conhecidas como arraias), por exemplo, não distinguem cores. Os olhos são geralmente grandes e não 
possuem pálpebras nem glândulas lacrimais. 
 Linha lateral - É formada por uma fileira de poros situada de cada lado do corpo, com ramificações na cabeça. Os 
poros comunicam-se com um canal localizado sob as escamas, no qual existem células sensoriais. Por meio das células 
sensoriais, o peixe percebe as diferenças de pressão da água, que aumenta gradativamente com a profundidade. 
Percebe também correntes e vibrações na água, detectando a presença de uma presa, de um predador ou os 
movimentos de outros peixes que estão nadando ao seu lado, o que é muito importante para as viagens em cardumes. 
Percebe, ainda, a direção dos movimentos da água, o que facilita sua locomoção na escuridão ou em águas turvas. 
Classificação 
Existem duas classes de peixes: a classe dos condrictes (do grego khondros: 'cartilagem'; e ichthyes: 'peixe'), ou peixes 
cartilaginosos, e a classe dos osteíctes (do grego osteon: 'osso'), ou peixes ósseos. 
Os peixes ósseos são os mais abundantes em número de espécies conhecidas, representando cerca de 95% do total dessas 
espécies. Existem várias diferenças entre os peixes cartilaginosos e os ósseos. 
Os peixes cartilaginosos 
Os peixes cartilaginosos, como o tubarão e a raia, vivem principalmente em água salgada. Mas algumas espécies de raia 
vivem em água doce. 
Entre as características dos peixes cartilaginosos, podemos considerar: 
 esqueleto cartilaginoso e relativamente leve; 
 presença de cinco pares de fendas branquiais e um orifício chamado espiráculo, por onde entra a água e banha as 
brânquias; 
 boca localizada ventralmente e intestino terminando em uma espécie de bolsa chamadacloaca - nela, convergem os 
dutos finais do sistema digestório, urinário e genital. 
Tubarão-Frade (Cetorhinus maximus) 
Os peixes ósseos 
Os peixes ósseos são abundantes tanto em água salgada (tainhas, robalos, cavalos-marinhos, pescadas, etc.) como em água 
doce (lambaris, dourados, pintados, pacus, acarás-bandeiras, etc.). 
Vamos considerar algumas características dos peixes ósseos: 
 esqueleto predominantemente ósseo; 
 presença de quatro pares de fendas branquiais e ausência de espiráculo, brânquias protegidas por uma 
estrutura denominada opérculo; 
 boca localizada na região anterior e intestino terminado no ânus, não há cloaca; 
 presença, em muitas espécies, de uma vesícula armazenadora de gases chamada bexiga natatória ou vesícula 
gasosa.
4 
Ausente nos peixes cartilaginosos, a bexiga natatória - que pode aumentar e diminuir de volume de acordo com a 
profundidade em que o peixe se encontra - favorece a flutuação e, com isso, permite ao animal economizar energia, já que 
ele pode permanecer mais ou menos estável numa determinada profundidade sem que para isso necessite de grande 
esforço muscular para a natação. 
Reprodução dos peixes 
A maioria dos peixes ósseos apresentafecundação externa: a fêmea 
e o macho liberam seus gametas na água. Após a fecundação do 
óvulo por um espermatozóide, forma-se o zigoto. Em muitas 
espécies de peixes ósseos, o desenvolvimento é indireto, com 
larvas chamadas alevinos. 
Nos peixes cartilaginosos, a fecundação é geralmente interna: o 
macho introduz seus espermatozóides no corpo da fêmea, onde os 
óvulos são fecundados. O desenvolvimento é direto: os ovos dão 
origem a filhotes que já nascem com o aspecto geral de um adulto, 
apenas menores. 
Ao lado: O peixe Paulistinha na fase larval (acima) e na fase adulta 
(ao lado); espécie é muito usada em pesquisa biomédica
5 
Anfíbios 
Nas proximidades de riachos, lagoas, açudes, banhados e outras áreas alagadas, você pode escutar os sons dos anfíbios - 
sapos, rãs, pererecas. 
O que são anfíbios, afinal? A palavra anfíbio, de origem grega, significa "vida 
dupla", porque esses animais são capazes de viver no ambiente terrestre na fase 
adulta, mas dependem da água para a reprodução. 
Na evolução da vida no nosso planeta, os anfíbios foram os primeiros 
vertebrados a ocupar o ambiente terrestre, embora não efetivamente. Além 
de possuírem uma pele muito fina que não protege da desidratação, eles colocam 
ovos sem casca, que ficam ressecados se permanecerem fora da água ou de 
ambientes úmidos. Assim, esse grupo de animais, não é independente da água, 
já que pelo menos uma fase da vida, da maioria dos anfíbios, acontece na água e 
eles precisam dela para a reprodução. 
Cobertura e temperatura do corpo 
Não possuem pêlos nem escamas externas. São incapazes de manter constante a temperatura de seu corpo, por isso são 
chamados animais de sangue frio (pecilotérmicos). 
A pele fina, rica em vasos sanguíneos e glândulas, através da respiração, permite-lhes, 
a absorção de água, que funciona como defesa orgânica. Quando estão com "sede", os 
anfíbios encostam a região ventral de seu corpo na água e a absorvem pela pele. 
As glândulas em sua pele são de dois tipos: mucosas, que produzem muco, 
e serosas, que produzem veneno. Todo o anfíbio produz substâncias tóxicas. Existem 
espécies mais e menos tóxicas e os acidentes com humanos somente acontecerão se 
essas substâncias entrarem em contato com as mucosas ou sangue. 
Salamandra 
Respiração 
No estágio da vida aquática, quando são larvas, os anfíbios respiram por brânquias, como os peixes. Quando adultos, vivem 
em ambiente terrestre e realizam a respiração pulmonar. Como os seus pulmões são simples e têm pouca superfície de 
contato para as trocas gasosas, a respiração pulmonar é pouco eficiente, sendo importante a respiração cutânea - processo 
de trocas de gases com o meio ambiente através da pele. 
A pele deve, necessariamente, estar úmida, pois os gases não se difundem em superfícies secas. As paredes finas das 
células superficiais da pele permitem a passagem do oxigênio para o sangue. A pele dos anfíbios é bem vascularizada, isto 
é, com muitos vasos sanguíneos. 
Nutrição, digestão e excreção 
Na fase adulta, que ocorre no ambiente terrestre, os anfíbios são carnívoros. Alimentam-se de minhocas, insetos, aranhas, 
e de outros vertebrados. 
A língua, em algumas espécies de anfíbios é uma das suas características 
adaptativas mais importantes. Os sapos caçam insetos em pleno vôo, utilizando a 
língua que é presa na parte da frente da boca e não na parte mais interna. Quando 
esticada para fora da boca, a língua desses animais alcança uma grande distância, 
além de ser pegajosa, outro fator facilitador na captura da presa. 
Possuem estômago bem desenvolvido, intestino que termina em uma cloaca, 
glândulas como fígado e pâncreas. Seu sistema digestório produz substâncias 
capazes de digerir a "casca" de insetos. 
Os anfíbios fazem a sua excreção através dos rins, e sua urina é abundante e bem 
diluída, isto é, há bastante água na urina, em relação às outras substâncias que a 
formam.
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Circulação 
Os anfíbios têm circulação fechada (o sangue circula dentro dos vasos). Como ocorre mistura de sangue venoso (rico em 
gás carbônico) e arterial (rico em oxigênio) a circulação neste grupo de animais é do tipo incompleta. O coração dos 
anfíbios é dividido em três cavidades: dois átrios ou aurículas e um ventrículo. 
Reprodução 
O lugar para a reprodução dos anfíbios varia entre as espécies. Pode ser uma poça transitória formada após uma chuva, um 
rio, lago ou um açude. Há também os que procriam na terra, desde que seja bem úmida. 
O acasalamento da maioria dos anfíbios acontece na água. O coaxar do sapo macho faz parte do ritual "pré-nupcial". A 
fêmea no seu período fértil é atraída pelo parceiro sexual por meio do seu canto e do seu coaxar. 
Esse canto varia de acordo com a espécie. A maioria das espécies 
possuem dois ou três tipos de cantos diferentes. Além do canto nupcial 
(que atrai as parceiras), há os cantos de advertência com os quais o 
macho defende seu território da aproximação de outros machos. 
A fêmea com o corpo cheio de óvulos é agarrada pelo macho com um 
forte "abraço". Esse "abraço" pode levar dias, até que a fêmea lance os 
seus gametas (isto é, os seus óvulos) na água. Então o macho também 
lança os seus espermatozoides, que fecundam os óvulos, cujo 
desenvolvimento ocorre na água. 
O sapo, a rã e a perereca realizam fecundação externa. A salamandra e a 
cobra-cega realizam fecundação interna. 
Nos numerosos ovos protegidos por uma grossa camada de substâncias gelatinosa, que geralmente se prendem às plantas 
aquáticas, as células vão se dividindo e formando embriões. Os ovos fecundados eclodem e as larvas denominadas girinos, 
vivem e crescem na água até realizarem a metamorfose para a vida adulta. 
Metamorfose 
A metamorfose envolve uma série de transformações e é um processo bastante 
lento que transforma o anfíbio jovem (girino) em adulto. Durante esse processo 
desaparecem as brânquias e desenvolvem-se os pulmões. E surgem também as 
patas no corpo do animal. 
Nessa fase, os girinos se alimentam primeiramente da própria gelatina que os 
envolve e depois de algas e plantas aquáticas microscópicas. 
Reproduzem-se através de ovos moles e sem casca, postos na água ou em lugares 
encharcados, dando origem a uma larva e depois a um adulto através do processo 
de metamorfose. Existem exceções a essa regra, alguns deles são vivíparos. 
Em geral, não existe cuidado com a prole dentre os anfíbios. São divididos em três 
grupos: 
 Anura: os sapos, as rãs, as pererecas 
 Caudata: as salamandras 
 Apoda: as cecílias
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Os grupos de anfíbios 
Das cerca de 3.500 espécies de sapos, rãs e pererecas catalogadas no mundo, mais de 600 ocorrem no Brasil. De acordo 
com a forma do corpo, os animais classificados como os anfíbios estão ordenados da seguinte maneira: 
Ápodes 
Cecílias 
As cecílias são anfíbios, vermiformes, que não têm membros e que vivem enterradas. 
Em decorrência, seus olhos são muito pequenos e usam receptores químicos para 
detectar suas presas. Podem ser aquáticas ou terrestres, mas todas respiram 
através de pulmões. 
Alimentam-se de presas alongadas como minhocas, vermes, larvas de insetos e 
provavelmente também de peixes pequenos. As cecílias são encontradas em 
regiões tropicais. No Brasil existem espécies aquáticas na Amazônia e terrestres 
por grande parte do território. São difíceis de encontrar, pois vivem em locais 
úmidos, enterradas no solo. 
Os machos desse grupo possuem um órgão reprodutor chamado de falodeu, 
assim a fecundação nas cecílias é interna. Algumas espécies de cecílias 
são ovíparas e outras vivíparas, no caso das ovíparas as fêmeas cuidam dos ovos 
até o nascimento. 
Anuros 
Sapos 
Os anuros são um grupo de anfíbios que não possuem cauda e possuem estrutura de esqueleto adaptada para locomoção 
aos saltos. A diversidade de anuros é enorme e este grupo está presente em todos os continentes. Existem anuros 
adaptados à vida aquática e terrestre. 
Todos são carnívoros, em geral utilizam a visão para a detecção da presa, portanto é importante que haja movimento. 
Esses animais possuem uma grande variedade de estratégias reprodutivas, que vão desde o desenvolvimento direto dos 
girinos, que nascem após dez dias, e que depois de uma série de metamorfoses transformam-se em sapinhos. 
O sapo captura suas presas com a língua ágil. Ele fecha os olhos para engolir o 
alimento. Atitude que é uma necessidade fisiológica: os grandes olhos são forçados 
para cavidade bucal a assim ajudam a empurrar os alimentos para a garganta 
abaixo. 
Os sapos são muito úteis ao homem porque com seu grande apetite comem muitos 
vermes, lagartas e insetos nocivos de várias espécies. A parte mais fascinante da 
reprodução dos anuros é, entretanto a vocalização do macho para atrair a fêmea. 
Cada espécie produz um som diferente originando grande variedade de sons 
emitidos. São capazes de emitir também sons de agonia e de defesa de território. 
Rãs 
As rãs são popularmente conhecidas como anuros. São bastante ligadas à água e bons 
nadadores. No Brasil, ocorre apenas uma espécie de rã verdadeira que é encontrada na 
Amazônia. Seus membros posteriores são longos e adaptados à natação e aos saltos. 
As rãs "verdadeiras" possuem membranas entre os dedos dos membros 
posteriores (como num pé de pato). 
Alimentam-se de caramujos, lesmas e insetos, apanhando-os com a língua. O acasalamento 
dura 24 horas. A fêmea põe 2.000 ou 3.000 ovos com cerca de 2 mm de diâmetro. 
A carne da rã é bastante apreciada. Existem criadouros para exploração comercial.
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Pererecas 
A perereca pertence à família das Racoforídeas. Existem cerca de 150 espécies. Sua 
pele é mais lisa que as dos sapos. A perereca possui nas extremidades de cada 
dedo pequenas almofadas adesivas que servem para se prender aos 
galhos. Ela é dotada de membranas elásticas estendidas entre os dedos, que 
formam uma espécie de pipa. 
Encurvando o tórax e estendendo as pernas, as pererecas podem realizar vôos de 
quase 2 metros. Quando vão botar seus ovos, escolhem uma árvore pendente 
sobre o pântano, esses ovos depositados nas folhas, são envolvidos por uma 
substância pegajosa, muito parecida com claras batidas em neve. 
Quando nascem os girinos, fabricam uma substância que os livra desta massa 
pegajosa caindo então no pântano e só assim começa sua vida aquática. 
As pererecas são comumente encontradas em banheiros de casas de chácaras e sítios. 
Urodelos 
Salamandras-de-fogo 
As salamandras comuns são chamadas pelo nome científico de Salamandra terrestris. Habitam regiões arborizadas. Vivem 
principalmente na Europa e no norte da África e têm hábitos essencialmente noturnos. Normalmente elas hibernam. 
Elas diferem em tamanho e no jogo de cores das costas. Algumas medem cerca de 14 a 20 centímetros. 
Secretam um veneno que as protege de predadores. Esse veneno é 
produzido por glândulas localizadas na parte de traz da cabeça e é 
muito forte. Um cachorro que tentar comer uma salamandra pode 
morrer. 
Ao contrário de outros anfíbios, a salamandra comum se acasala 
em terra firme. Os machos, que são muito ativos, correm de uma 
fenda a outra à procura de fêmeas. Depois da fecundação, os ovos 
se desenvolvem dentro do órgão genital da fêmea. 
As larvas nascem da fêmea numa corrente de água. Sofrem 
metamorfose, tornam-se adultas e perdem a capacidade de viver 
dentro da água. 
Salamandra terrestres
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Répteis 
Primeiros Vertebrados Bem-Sucedidos no Meio Terrestre 
Os répteis foram os primeiros vertebrados a conquistar, com sucesso e 
definitivamente, o ambiente terrestre. Isto porque desenvolveram algumas 
características adaptativas, tais como: presença de casca calcária 
envolvendo o ovo e pele impermeável, seca, sem glândulas, revestida 
por escamas epidérmicas (nas cobras e lagartos), por placas 
córneas (nos crocodilos e jacarés) ou ainda por placas ósseas (nas 
tartarugas), formando uma carapaça que protege o animal contra a 
desidratação. 
A impermeabilização da pele ocorreu graças à intensa produção de uma 
molécula protéica, a queratina, a grande novidade bioquímica produzida 
em grande quantidade pela epiderme dos répteis, fato que se repetirá 
também nas aves e nos mamíferos. Na verdade, na pele dos anfíbios, essa 
molécula já existe, só que em pequeníssima quantidade, sendo incapaz de 
tornar a pele impermeável à água e aos gases da respiração. 
Essa adaptação permitiu aos répteis a economia de água, possibilitando a 
vida em habitat dos mais diversos, inclusive desérticos. Por outro lado, a 
falta de umidade da pele e a riqueza em queratina impedem as trocas 
gasosas que, assim, passam a ser executadas exclusivamente por pulmões. 
Os pulmões têm maior superfície relativa e são mais eficientes que os 
anfíbios, dispensando a pele da função respiratória. A entrada e saída do ar 
é também mais eficiente, devido ao auxílio dos músculos das costelas. 
Até mesmo a excreção dos répteis está adaptada á mínima perda de água 
possível. O produto de excreção nitrogenado é o ácido úrico, eliminado 
pela cloaca, juntamente com as fezes, na forma de uma pasta semi-sólida. 
Fig. 1, escamas epidérmicas (presente nas cobras e lagartos); 
fig. 2, placas córneas (presente nos crocodilos e jacarés); 
fig.3 placas ósseas (presente nas tartarugas) 
Reprodução 
Outra adaptação importante à vida no ambiente terrestre é fecundação interna, independente da água, na qual os 
gametas (óvulos e espermatozóides) ficam protegidos das influências do meio externo. As fêmeas são 
geralmente ovíparas, isto é, quando fecundadas põem ovos e os embriões se desenvolvem dentro deles, portanto fora do 
corpo materno. 
O desenvolvimento embrionário ocorre inteiramente no interior de um ovo dotado de casca 
protetora calcária porosa, que permite a ocorrência de trocas gasosas. 
Uma bolsa cheia de líquido, a vesícula amniótica, garante o desenvolvimento do embrião em 
meio aquoso. Uma vesícula vitelínicarepleta de reservas alimentares, o vitelo, garante a 
sobrevivência do embrião com alimentos provenientes do óvulo. E, para completar a 
eficiência desse novo método reprodutivo, uma bolsa excretora, o alantóide, recolhe o ácido 
úrico e o imobiliza na forma de cristais que não interferem na vida do embrião. 
Aderido à membrana da casca, encontra-se mais um anexo embrionário, o cório, sob a forma de uma membrana ricamente 
vascularizada, que garante as trocas gasosas respiratórias com o sangue que encaminha o oxigênio para as células 
embrionárias.
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Não há fase larval. Terminando o desenvolvimento, o jovem indivíduo, com mas características do adulto, quebra a casca e 
sai do ovo. 
Alguns lagartos e cobras peçonhentas podem ser ovovivíparos (o ovo é posto pela fêmea depois de permanecer durante 
um certo tempo do desenvolvimento do embrião dentro do corpo da mãe) ouvivíparos (o desenvolvimento do embrião 
ocorre totalmente dentro do organismo da fêmea). 
Esqueleto 
O nome répteis deriva do modo de locomoção: as quatro patas (ausentes nas cobras) situam-se no mesmo plano do corpo, 
determinando o rastejamento do ventre no solo (do latim reptare = rastejar). Para a realização desses movimentos, 
apresentam músculos bem desenvolvidos. O esqueleto dos répteis é totalmente ósseo. A Terra já conheceu formas 
gigantescas desses animais, como os dinossauros, que povoaram e dominaram nosso planeta durante anos, como 
indiscutível superioridade. 
Digestão 
Alguns desses vertebrados apresentam dentes (cobras, crocodilos e jacarés), sendo que certas 
cobras têm presas inoculadoras de veneno. Associadas à presença de glândulas salivares 
modificadas em glândulas de veneno, essas presas caracterizam o que chamamos de cobras 
peçonhentas. Se não possuírem os dentes inoculadores, mesmo tendo glândulas de veneno na 
boca são conhecidas como não-peçonhentas. As cobras são predadoras e ingerem suas presas 
inteiras, sem usar os dentes na mastigação. O aparelho digestivo é completo, terminando em 
cloaca. 
A figura ao lado mostra as glândulas de veneno presentes nas cobras peçonhentas. 
Circulação 
Como nos anfíbios, o coração dos répteis apresenta três cavidades: um átrio ou aurículas e um ventrículo. O coração 
dos répteis crocodilianos apresenta quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos (como o das aves e dos 
mamíferos). No entanto, mesmo nos crocodilianos observa-se mistura dos tipos de sangue (venoso e arterial) que passam 
pelo coração, embora em proporção menor do que nos anfíbios. 
Assim, podemos considerar a circulação dos répteis dupla e incompleta. Em função disso, os animais desse grupo 
são pecilodérmicos, isto é, adaptam a temperatura do corpo a temperatura do ambiente. 
No ambiente terrestre, as variações de temperatura são maiores do que no ambiente aquático. Para manter a temperatura 
do corpo próximo à do ambiente, os répteis costumam recorrer a fontes externas de calor, como o sol ou a superfície 
quente de uma rocha. É comum ver répteis expostos ao sol durante o dia. O termo “lagartear” é aplicado às pessoa que 
preguiçosamente se deitam ao sol, a maneira dos lagartos. 
Quando os répteis sentem-se muito aquecidos, geralmente procuram locais de sombra. Com esse comportamento mantêm 
a temperatura do corpo praticamente constante, em torno dos 37ºC.
11 
Fosseta Loreal - oríficio a frente 
do olho 
Muitas espécies de cobras e lagartos são úteis ao ser humano, pois caçam roedores 
e outros animais que prejudicam a agricultura e causam doenças ao homem. Entre 
as cobras, porém, há espécies cujo veneno pode ser fatal, causando a morte de um 
grande número de pessoas a cada ano. 
No Brasil, as cobras venenosas podem ser reconhecidas, geralmente, pela presença 
de um pequeno orifício situado entre a narina e a boca: a fosseta loreal, um órgão 
sensorial sensível ao calor. Com ele estas cobras detectam a presença de animais de 
“sangue quente” (aves e mamíferos), suas presas preferidas. A fosseta loreal está 
ausente na coral-verdadeira, apesar de ser venenosa. 
Veja na tabela a seguir outras características utilizadas para diferenciar uma cobra venenosa de uma não-venenosa 
Características Não-peçonhenta Peçonhenta 
Cauda Longa (afina lentamente) Curta (afina abruptamente) 
Cabeça Arredondada Triangular achatada 
Olhos Com pupilas arredondadas Com pupilas em fenda vertical 
Escamas da cabeça Grandes Pequenas 
Escamas do corpo Lisas Com nervuras 
Fosseta Loreal Ausente Presente 
Os critérios utilizados para a diferenciação entre os dois tipos de cobras apresentam exceções, por isso não devem ser 
seguidos à risca. Por exemplo: a cobra coral-verdadeira é peçonhenta, no entanto, não apresenta fosseta loreal e tem 
cabeça arredondada. 
Para prevenir acidentes com cobras, é muito importante: 
 Usar botas e perneiras sempre que se estiver caminhando em ambientes propícios à presença desses animais, uma 
vez que a maioria das picadas atinge as pernas, abaixo dos joelhos; 
 Usar luvas de couro ao mexer em montes de lixo, folhas secas, palha ou buracos, para evitar picadas nas mãos e 
antebraços; 
 Ter cuidado ao mexer em pilhas de lenha, milho ou cana e ao revirar cupinzeiros, pois as cobras gostam de se abrigar 
em locais quentes e úmidos; 
 Fique atento ao calçar sapatos e botas, pois animais peçonhentos podem se abrigar dentro deles. 
Em casos de picadas de cobras, procure assistência médica imediata. A pessoa acidentada deve receber a dose adequada 
de soro antiofídico específico, que contém anticorpos (antitoxinas) capazes de neutralizar o efeito tóxico do veneno. O 
membro atingido pela picada deve ser mantido em posição bem elevada e imóvel, pois a locomoção facilita a absorção de 
veneno. Não coloque no ferimento nenhum tipo de material (folhas, pó-de-café, terra, etc), pois estes podem causar 
infecção, agravando a situação. Não corte o local da picada com canivetes ou outros objetos não desinfetados, pois estes 
podem causar infecção ou agravar o efeito hemorrágico de certos venenos. 
Algumas cobras temidas nem sequer são peçonhentas. É o caso da sucuri, que pode atingir até dez metros de comprimento 
e mata suas presas por estrangulamento. A jibóia, que chega a ter até 3 metros, não é peçonhenta e não ataca o homem, 
fugindo quando provocada. A muçurana é uma cobra não venenosa que se alimenta principalmente de cobras venenosas. 
Entra as cobras peçonhentas, podemos citar a jararaca, jararacuçu, jararaca-ilhoa, a urutu, a cascavel, a surucucu, etc. A 
cobra-cipó, a muçurana e a falsa coral apresentam as presas inoculadoras de veneno localizadas na região posterior da 
boca. Esta localização dificulta a inoculação eficiente do veneno. Por isto, estas cobras não representam perigo para o 
homem, se puderem ser reconhecidas. 
Os jacarés e crocodilos, assim como as cobras, têm sua pele utilizada na confecção de bolsas e sapatos. Por isso, no 
pantanal brasileiro, estes animais correm o risco de extinção. O homem vem promovendo uma grande matança e a venda 
ilegal dessas peles pelos contrabandistas e comerciantes estrangeiros. Uma consequência da diminuição do número de 
jacarés no Pantanal já pode ser observada: multiplica-se a quantidade de piranhas, das quais o jacaré é predador. O 
aumento de piranhas constitui um grande problema para as pessoas da região, que desenvolvem suas atividades na água 
(lavar roupa, banhar-se, atravessar o rio com boiadas...). Além dos répteis já citados, são também exemplos de seres desse 
grupo o cágado, o jabuti, o camaleão, a iguana, a cobra de duas cabeças, a cobra de vidro e a lagartixa.
12 
Aves - vertebrados homeotermos com corpo coberto por penas 
As aves (latim científico: Aves) constituem uma classe de animais vertebrados, tetrápodes,endotérmicos, ovíparos, 
caracterizados principalmente por possuírem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas, bico córneo e 
ossos pneumáticos. São reconhecidas aproximadamente 9.000 espécies de aves no mundo. 
As aves conquistaram o meio terrestre de modo muito mais eficiente que os répteis. A 
principal característica que permitiu essa conquista foi, sem dúvida, a homeotermia, a 
capacidade de manter a temperatura corporal relativamente constante à custa de uma alta 
taxa metabólica gerada pela intensa combustão de alimento energético nas células. 
Essa característica permitiu às aves, juntamente com os mamíferos, a invasão de qualquer 
ambiente terrestre, inclusive os permanentemente gelados, até então não ocupados pelos 
outros vertebrados. 
As aves variam muito em seu tamanho, dos minúsculos beija-flores a espécies de grande 
porte como o avestruz e a ema. Note que todos os pássaros são aves, mas nem todas as 
aves são pássaros. 
Avestruz 
Os pássaros estão incluidos na ordem Passeriformes, constituindo a ordem mais rica, ou 
seja, com maior número de espécies dentro do grupo das aves. 
Enquanto a maioria das aves são caracterizadas pelo vôo, as ratitas não podem voar ou 
apresentam vôo limitado, uma característica considerada secundária, ou seja, adquirida 
por espécies "novas" a partir de ancestrais que conseguiam voar. 
Muitas outras espécies, particularmente as insulares, também perderam essa habilidade. 
As espécies não-voadoras incluem o pinguim, avestruz, quivi, e o extinto dodo. Aves não-voadoras 
são especialmente vulneráveis à extinção por conta da ação antrópica direta 
(destruição e fragmentação do habitat, poluição etc.) ou indireta (introdução de 
animais/plantas exóticos, mamíferos em particular). 
Pinguin 
A circulação 
Uma característica que favorece a homeotermia nas aves é a existência de um coração totalmente dividido em quatro 
cavidades: dois átrios e dois ventrículos.
13 
Não ocorre mistura de sangues. A metade direita (átrio e ventrículo direitos) trabalha exclusivamente com sangue pobre 
em oxigênio, encaminhando-o aos pulmões para oxigenação. A metade esquerda trabalha apenas com sangue rico em 
oxigênio. O ventrículo esquerdo, de parede musculosa, bombeia o sangue para a artéria aorta. Assim, a todo o momento, os 
tecidos recebem sangue ricamente oxigenado, o que garante a manutenção constante de altas taxas metabólicas. Esse fato, 
associado aos mecanismos de regulação térmica, favorece a sobrevivência em qualquer tipo de ambiente. A circulação é 
dupla e completa. 
A respiração: pulmões e sacos aéreos 
O sistema respiratório também contribui para a manutenção da homeotermia. Embora os pulmões sejam pequenos, 
existem sacos aéreos, ramificações pulmonares membranosas que penetram por entre algumas vísceras e mesmo no 
interior de cavidades de ossos longos. 
A movimentação constante de ar dos pulmões para os sacos aéreos e destes para os 
pulmões permite um suprimento renovado de oxigênio para os tecidos, o que 
contribui para a manutenção de elevadas taxas metabólicas. 
A pele das aves é seca, não-dotada de glândulas e rica em queratina que, em alguns 
locais do corpo, se organiza na forma de placa, garras, bico córneo e é constituinte 
fundamental das pernas. 
As aves não têm glândulas na pele. No entanto, há uma exceção: a glândula 
uropigial (ou uropigiana), localizada na porção dorsal da cauda e cuja secreção 
oleosa lubrificante é espalhada pela ave, com o bico, nas penas. Essa adaptação 
impede o encharcamento das penas em aves aquáticas e ajuda a entender por que 
as aves não se molham, mesmo que fiquem desprotegidas durante uma chuva. 
Exclusividade das aves: corpo coberto por penas 
Digestão e excreção em aves 
As aves consomem os mais variados tipos de alimentos: frutos, néctar, sementes, 
insetos, vermes, crustáceos, moluscos, peixes e outros pequenos vertebrados. Elas 
possuem um sistema digestivo completo, composto de boca, faringe, esôfago, papo, 
proventrículo, moela, intestino, cloaca e órgãos anexos (fígado e pâncreas). 
Ao serem engolidos os alimentos passam pela faringe, pelo esôfago e vão para 
o papo, cuja função é armazenar e amolecer os alimentos. Daí eles vão para o 
proventrículo, que é o estômago químico das aves, onde sofrem a ação de sucos 
digestivos e começam a ser digeridos. Passam então para a moela (estômago 
mecânico) que tem paredes grossas e musculosas, onde os alimentos são triturados. 
Finalmente atingem o intestino, onde as substâncias nutritivas são absorvidas pelo 
organismo. Os restos não aproveitados transformam-se em fezes. 
As aves possuem uma bolsa única, a cloaca, onde desembocam as partes finais do 
sistema digestivo, urinário e reprodutor e que se abre para o exterior. Por essa bolsa 
eles eliminam as fezes e a urina e também põem os ovos.
14 
Sistema Reprodutor 
Diferentes de seus parentes répteis, que às vezes dão à luz a seus filhotes, todas as espécies de aves põem ovos. Apesar dos 
ovos parecerem bastante frágeis, seu formato oval oferece grande resistência e eles podem suportar grandes pressões sem 
quebrar. Como os ovos são pesados e incômodos de carregar, as fêmeas colocam os ovos assim que são fertilizadas, quase 
sempre em um ninho construído para proteger o ovo contra predadores e para mantê-lo aquecido durante o 
desenvolvimento do embrião. 
Diferentes espécies de aves põem números diferentes de ovos – os pinguins normalmente põem um único ovo, enquanto o 
chapim azul europeu põe entre 18 e 19 ovos. A construção de um ninho é uma das grandes façanhas de design e 
engenharia do reino animal. Espécies diferentes mostram uma diversidade extraordinária na construção de seus ninhos. 
Algumas aves constroem ninhos minúsculos tão bem escondidos, que nem mesmo o caçador mais determinado pode 
encontrá-los, mas outras espécies constroem ninhos enormes, altamente visíveis, que elas defendem corajosamente contra 
qualquer criatura que se aproxime. 
Os cisnes frequentemente constroem ninhos com vários centímetros de 
diâmetro, enquanto que o Scopus umbretta africano constrói ninhos em 
forma de cúpula, que podem pesar até 50 quilos, levando várias semanas 
para serem construídos. Os pássaros usam uma grande variedade de 
materiais para construir seus ninhos. 
Algumas espécies usam apenas galhos e ramos para construir os tipos de 
ninhos normalmente vistos em jardins e cercas vivas. Outras usam um 
pouco de tudo: de folhas a penas, debarro a musgos, e até mesmo objetos 
feitos pelo homem, como papel laminado. 
O Collocalia maxima do sudeste da Ásia faz seus ninhos inteiramente de sua própria saliva, e os constrói nos tetos de 
cavernas. Nem todas as aves constroem ninhos. O cuco, em particular, usa o ninho de outras aves em vez de construir o 
seu. A fêmea voa rapidamente para um ninho apropriado, retirando um dos ovos da “hospedeira” e coloca seu próprio ovo, 
normalmente do mesmo tamanho e forma do que ela retirou. O pinguim imperador sequer usa um ninho: ele coloca seu 
seu único ovo diretamente sobre neve, e o incuba com a temperatura de seu corpo. 
Adaptações ao vôo 
No seu caminho evolutivo, as aves adquiriram várias características essenciais que permitiram o vôo ao animal. Entre 
estas podemos citar: 
1. Endotermia 
2. Desenvolvimento das penas 
3. Aquisição de ossos pneumáticos 
4. Perda, atrofia ou fusão de ossos e órgãos 
5. Aquisição de um sistema de sacos aéreos. 
6. Postura de ovos 
7. Presença de quilha, expansão do osso esterno, na qual se prendem os músculos que movimentam as asas 
8. Ausência de bexiga urinária
15 
As penas, consideradas como diagnóstico das aves atuais, estão 
presentes em outros grupos de dinossauros, entre eles o 
próprioTyrannosaurus rex. Estudos apontam que a origem das 
penas se deu a partir de modificações das escamas dos répteis, 
tornando-se cada vez mais diferenciadas, complexas e, 
posteriormente, vieram a possibilitar os vôos planado e batido. 
Acredita-se que as penas teriam sido preservados na evolução 
por seu valor adaptativo, ao auxiliar no controle térmico dos 
dinossauros – uma hipótese que aponta para o surgimento da 
endotermia já em grupos mais basais de Dinosauria (com 
relação às aves) e paralelamente com a aquisição da mesma 
característica por répteis Sinapsida, que deram origem aos 
mamíferos. 
Os ossos pneumáticos também são encontrados em outros 
grupos de répteis. Apesar de serem ocos (um termo melhor 
seria "não-maciços"), os ossos das aves são muito resistentes, 
pois preservam um sistema de trabéculas ósseas arranjadas 
piramidalmente em seu interior.
16 
Mamíferos 
As aves e os mamíferos são os únicos homeotermos da Terra atual e os únicos a apresentar glândulas mamárias. A 
capacidade de manter a temperatura do corpo elevada e constante foi o principal fator adaptativo dos representantes 
desse grupo à praticamente qualquer ambiente terrestre. 
Muitos mamíferos voltaram para o meio aquático (baleias, foca, golfinho, peixe-boi) e outros adaptaram-se ao vôo 
(morcego) e compartilham o meio aéreo com as aves e os insetos. 
As características dos mamíferos 
Algumas características diferenciam os mamíferos de todos os outros 
vertebrados: 
 glândulas mamárias produtoras de leite com substâncias nutritivas para 
alimentação dos recém-nascidos; 
 corpo coberto por pelos, estruturas de origem epidérmica, ricas em 
queratina, e elaboradas por folículos pilosos; 
 artéria aorta voltada para o lado esquerdo do coração (nas aves, a 
aorta é voltada para o lado direito do coração); 
 pele contendo glândulas sebáceas, cuja secreção oleosa lubrifica os 
pelos e a própria pele, e glândulas sudoríparas, produtoras de suor (na 
verdade, um filtro de água, sais e ureias), recurso de manutenção da homeotermia e via de eliminação de excretas. 
Ambas as glândulas têm origem epidérmica; 
 músculo diafragma, localizado entre o tórax e o abdômen, utilizado na ventilação pulmonar; 
 placenta, órgão que regula as trocas de alimento entre o sangue materno e o sangue fetal, presente na maioria dos 
mamíferos chamados placentários. 
Feto humano e de golfinho envoltos pela placenta 
Respiração, excreção e circulação em mamíferos 
As trocas gasosas respiratórias ocorremexclusivamente nos pulmões, cuja superfície 
é ampliada por alvéolos ricamente vascularizados. Os movimentos respiratórios de 
inspiração e expiração ocorrem graças à ação de músculos localizados entre as costelas 
(musculatura intercostal) e, também, pela ação do diafragma, importante músculo 
estriado que separa o tórax do abdômen. 
Nos mamíferos, o principal produto de excreção nitrogenada é a ureia, substância 
sintetizada no fígado e filtrada no rim. 
O coração dos mamíferos, a exemplo das aves, possui quatro cavidades: dois átrios e 
dois ventrículos. Não há misturas de sangues. A diferença em relação ao coração das 
aves é que a artéria aorta, que encaminha o sangue oxigenado para o corpo, é curvada 
para o lado esquerdo do coração. A circulação é dupla e completa.
17 
Os dentes 
Os mamíferos apresentam uma grande variedade de dentes com funções específicas. Os incisivos são planos e servem para 
cortar; os caninos são pontiagudos e são usados para estraçalhar a carne. Os molares são largos e com protuberâncias e 
servem para mastigar. O número e o tipo de dentes variam de acordo com a alimentação de cada espécie. Os carnívoros 
possuem os caninos e os molares muito desenvolvidos; os herbívoros não têm caninos, já que não precisam deles para 
cortar o pasto. 
Sistema nervoso 
O cérebro dos mamíferos possui muitas circunvoluções ou dobras, que aumentam a superfície do 
órgão e o número de células nervosas. Por esta razão, os mamíferos desenvolveram um 
comportamento complexo, que pode ser percebido em atitudes como as estratégias de caça, o cuidado 
com os filhotes, a adaptação a qualquer ambiente e os diferentes sistemas de comunicação 
estabelecidos entre os indivíduos da mesma espécie. 
A reprodução: surge a placenta 
Os sexos são separados. O dimorfismo sexual é acentuado, isto é, as fêmeas possuem características externas que as 
diferenciam dos machos e vice-versa. A fecundação é interna. Na grande maioria, o desenvolvimento embrionário ocorre 
no interior do corpo materno, em um órgão musculoso chamado útero. Surge um órgão de trocas metabólicas, a placenta 
organizada por tecidos maternos e tecidos do embrião. Alimentos, oxigênio, anticorpos e hormônios são passados do 
sangue materno para o embrionário que, em troca, transfere para a mãe excretas e gás carbônico. 
A vesícula amniótica, muito desenvolvida, desempenha importante papel protetor ao amortecer choques que incidem 
contra a parede abdominal da fêmea e também ao possibilitar um meio aquático para o desenvolvimento embrionário. A 
vesícula vitelínica e alantóide perdem sua função, que passa a ser desempenhada pela placenta. 
Classificação dos mamíferos 
Na Terra atual existem três subclasses de mamíferos: 
 monotremados. São mamíferos primitivos cuja boca possui bico córneo e que se 
reproduzem por meio da postura de ovos. Os representantes atuais, os ornitorrincos 
e as equidnas restringem-se à região australiana (Austrália e Nova Guiné); 
Ornitorrinco 
 marsupiais. Esse grupo inclui representantes da fauna australiana, como os cangurus e 
os coalas, e representantes norte-americanos e sul-americanos, como os nossos gambás 
e cuícas. Após curta fase de desenvolvimento em uma dobra da pele do abdômen da mãe, 
com aspecto de bolsa, o marsúpio; 
Ogato-tigre, Dasyurus maculatus, um dos maiores marsupiais carnívoros da Austrália. 
 placentários. Inclui a maioria dos mamíferos, separados em ordens como a dos carnívoros, roedores, ungulados, 
cetáceos, quirópteros e a dos primatas, à qual pertence a espécie humana. Nesses animais, útero e placenta são bem 
desenvolvidos, o que permite o desenvolvimento no interior do organismo materno.

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Apostila cordados

  • 1. 1 ESCOLA ESTADUAL “JOÃO XXIII” A Escola que a gente quer é a Escola que a gente faz! NATUREZA DA ATIVIDADE: APOSTILA SOBRE CORDADOS DISCIPLINA: BIOLOGIA ASSUNTO: PEIXES, ANFÍBIOS, AVES, RÉPTEIS E MAMÍFEROS PROFESSOR(A): ALTINO, EVERTON, SHEILA ALUNO (A): _________________________________________________________________________ Peixes Educando para a Modernidade desde 1967 Os peixes representam a maior classe em número de espécies conhecidas entre os vertebrados. Acredita-se que os peixes tenham surgido por volta de 45 milhões de anos atrás. Mas como eles se distribuem pelo planeta? Os peixes ocupam as águas salgadas dos mares e oceanos e as águas doces dos rios, lagos e açudes. Nesse grupo, existem cerca de 24 mil espécies, das quais mais da metade vive em água salgada. O tamanho médio dos peixes pode variar de um centímetro a até cerca de 18 metros. Provavelmente, foram os primeiros vertebrados a surgir na Terra, e eram pequenos, sem mandíbula, tinham coluna vertebral cartilaginosa e uma carapaça revestindo seus corpos. Na evolução, houve uma série de adaptações que representaram aos peixes melhores condições de sobrevivência em seu habitat - não ter couraça pesada, ser nadadores velozes, ter mandíbulas e poder morder. Antes limitados à filtração de partículas nutritivas suspensas na água ou depositadas no fundo e sendo presas de alguns tipos de invertebrados, os peixes tornaram-se também eficientes predadores. Desde que surgiram, já ocupavam com sucesso os ambientes aquáticos salgado e doce, e continuam assim até hoje. Características que favorecem a vida na água Os peixes apresentam várias características que favorecem o desempenho de suas atividades no ambiente em que vivem. Entre elas, destacam-se:  corpo com formato, em geral, hidrodinâmico, isto é, achatado lateralmente e alongado, o que favorece seu deslocamento na água;  presença de nadadeiras, estruturas de locomoção que, quanto à localização, podem ser peitorais, ventrais, dorsais, caudais e anais;  corpo geralmente recoberto por escamas lisas, cuja organização diminui o atrito com a água enquanto o animal se desloca; além disso , a pele é dotada de glândulas produtoras de muco, o que também contribui para diminuir o atrito com a água;  musculatura do tronco segmentada, o que permite a realização de movimentos ondulatórios.
  • 2. 2 A temperatura corporal Os peixes são animais pecilotérmicos. Isso significa que a temperatura do seu corpo varia de acordo com a do ambiente. A temperatura do corpo dos peixes em geral mantém-se mais ou menos próxima à temperatura ambiental. Respiração e circulação de sangue A maioria dos peixes respira por meio de brânquias, também conhecidas como guelras. A água entra continuamente pela boca do peixe, banha as brânquias e sai pelas aberturas existentes de cada lado da cabeça. Nas brânquias, onde existem muitos vasos sanguíneos, o gás oxigênio dissolvido na água passa para o sangue. Ao mesmo tempo, o gás carbônico que se forma no organismo do animal e que está no sangue passa para a água, sendo eliminado do corpo. O coração dos peixes tem duas cavidades um átrio e um ventrículo - e por ele circula apenas sangue não-oxigenado. Depois de passar pelo coração, o sangue não oxigenado vai para uma artéria e dai para as brânquias, onde recebe gás oxigênio. A seguir, esse sangue, agora oxigenado, é distribuído para todos os órgãos do corpo do animal. Alimentação e digestão Alguns peixes são herbívoros, alimentando-se principalmente de algas. Outros são carnívoros, e alimentam-se de outros peixes e de animais diversos, como moluscos e crustáceos. Nas zonas abissais - os grandes abismos oceânicos, destituídos de luz -, onde os seres fotossintetizantes não sobrevivem, há muitos peixes detritívoros, que se alimentam de restos orgânicos oriundos da superfície iluminada, e também peixes carnívoros. O sistema digestório dos peixes é constituído de boca, faringe, esôfago, estômago e intestino, além de glândulas anexas, como o fígado e o pâncreas.
  • 3. 3 Os sentidos Os peixes têm vários órgãos dos sentidos  Bolsa olfatória - São formadas por células localizadas nas narinas e associadas à percepção de cheiros das substâncias dissolvidas na água. O sentido do olfato dos peixes é geralmente muito aguçado. O tubarão, por exemplo, pode "farejar" sangue fresco a dezenas de metros de distância.  Olhos - Permitem formar imagens nítidas a curta distância. A distâncias maiores, percebem apenas objetos em movimento na superfície da água. Alguns peixes têm percepção das cores e outros não. Os tubarões e as raias (também conhecidas como arraias), por exemplo, não distinguem cores. Os olhos são geralmente grandes e não possuem pálpebras nem glândulas lacrimais.  Linha lateral - É formada por uma fileira de poros situada de cada lado do corpo, com ramificações na cabeça. Os poros comunicam-se com um canal localizado sob as escamas, no qual existem células sensoriais. Por meio das células sensoriais, o peixe percebe as diferenças de pressão da água, que aumenta gradativamente com a profundidade. Percebe também correntes e vibrações na água, detectando a presença de uma presa, de um predador ou os movimentos de outros peixes que estão nadando ao seu lado, o que é muito importante para as viagens em cardumes. Percebe, ainda, a direção dos movimentos da água, o que facilita sua locomoção na escuridão ou em águas turvas. Classificação Existem duas classes de peixes: a classe dos condrictes (do grego khondros: 'cartilagem'; e ichthyes: 'peixe'), ou peixes cartilaginosos, e a classe dos osteíctes (do grego osteon: 'osso'), ou peixes ósseos. Os peixes ósseos são os mais abundantes em número de espécies conhecidas, representando cerca de 95% do total dessas espécies. Existem várias diferenças entre os peixes cartilaginosos e os ósseos. Os peixes cartilaginosos Os peixes cartilaginosos, como o tubarão e a raia, vivem principalmente em água salgada. Mas algumas espécies de raia vivem em água doce. Entre as características dos peixes cartilaginosos, podemos considerar:  esqueleto cartilaginoso e relativamente leve;  presença de cinco pares de fendas branquiais e um orifício chamado espiráculo, por onde entra a água e banha as brânquias;  boca localizada ventralmente e intestino terminando em uma espécie de bolsa chamadacloaca - nela, convergem os dutos finais do sistema digestório, urinário e genital. Tubarão-Frade (Cetorhinus maximus) Os peixes ósseos Os peixes ósseos são abundantes tanto em água salgada (tainhas, robalos, cavalos-marinhos, pescadas, etc.) como em água doce (lambaris, dourados, pintados, pacus, acarás-bandeiras, etc.). Vamos considerar algumas características dos peixes ósseos:  esqueleto predominantemente ósseo;  presença de quatro pares de fendas branquiais e ausência de espiráculo, brânquias protegidas por uma estrutura denominada opérculo;  boca localizada na região anterior e intestino terminado no ânus, não há cloaca;  presença, em muitas espécies, de uma vesícula armazenadora de gases chamada bexiga natatória ou vesícula gasosa.
  • 4. 4 Ausente nos peixes cartilaginosos, a bexiga natatória - que pode aumentar e diminuir de volume de acordo com a profundidade em que o peixe se encontra - favorece a flutuação e, com isso, permite ao animal economizar energia, já que ele pode permanecer mais ou menos estável numa determinada profundidade sem que para isso necessite de grande esforço muscular para a natação. Reprodução dos peixes A maioria dos peixes ósseos apresentafecundação externa: a fêmea e o macho liberam seus gametas na água. Após a fecundação do óvulo por um espermatozóide, forma-se o zigoto. Em muitas espécies de peixes ósseos, o desenvolvimento é indireto, com larvas chamadas alevinos. Nos peixes cartilaginosos, a fecundação é geralmente interna: o macho introduz seus espermatozóides no corpo da fêmea, onde os óvulos são fecundados. O desenvolvimento é direto: os ovos dão origem a filhotes que já nascem com o aspecto geral de um adulto, apenas menores. Ao lado: O peixe Paulistinha na fase larval (acima) e na fase adulta (ao lado); espécie é muito usada em pesquisa biomédica
  • 5. 5 Anfíbios Nas proximidades de riachos, lagoas, açudes, banhados e outras áreas alagadas, você pode escutar os sons dos anfíbios - sapos, rãs, pererecas. O que são anfíbios, afinal? A palavra anfíbio, de origem grega, significa "vida dupla", porque esses animais são capazes de viver no ambiente terrestre na fase adulta, mas dependem da água para a reprodução. Na evolução da vida no nosso planeta, os anfíbios foram os primeiros vertebrados a ocupar o ambiente terrestre, embora não efetivamente. Além de possuírem uma pele muito fina que não protege da desidratação, eles colocam ovos sem casca, que ficam ressecados se permanecerem fora da água ou de ambientes úmidos. Assim, esse grupo de animais, não é independente da água, já que pelo menos uma fase da vida, da maioria dos anfíbios, acontece na água e eles precisam dela para a reprodução. Cobertura e temperatura do corpo Não possuem pêlos nem escamas externas. São incapazes de manter constante a temperatura de seu corpo, por isso são chamados animais de sangue frio (pecilotérmicos). A pele fina, rica em vasos sanguíneos e glândulas, através da respiração, permite-lhes, a absorção de água, que funciona como defesa orgânica. Quando estão com "sede", os anfíbios encostam a região ventral de seu corpo na água e a absorvem pela pele. As glândulas em sua pele são de dois tipos: mucosas, que produzem muco, e serosas, que produzem veneno. Todo o anfíbio produz substâncias tóxicas. Existem espécies mais e menos tóxicas e os acidentes com humanos somente acontecerão se essas substâncias entrarem em contato com as mucosas ou sangue. Salamandra Respiração No estágio da vida aquática, quando são larvas, os anfíbios respiram por brânquias, como os peixes. Quando adultos, vivem em ambiente terrestre e realizam a respiração pulmonar. Como os seus pulmões são simples e têm pouca superfície de contato para as trocas gasosas, a respiração pulmonar é pouco eficiente, sendo importante a respiração cutânea - processo de trocas de gases com o meio ambiente através da pele. A pele deve, necessariamente, estar úmida, pois os gases não se difundem em superfícies secas. As paredes finas das células superficiais da pele permitem a passagem do oxigênio para o sangue. A pele dos anfíbios é bem vascularizada, isto é, com muitos vasos sanguíneos. Nutrição, digestão e excreção Na fase adulta, que ocorre no ambiente terrestre, os anfíbios são carnívoros. Alimentam-se de minhocas, insetos, aranhas, e de outros vertebrados. A língua, em algumas espécies de anfíbios é uma das suas características adaptativas mais importantes. Os sapos caçam insetos em pleno vôo, utilizando a língua que é presa na parte da frente da boca e não na parte mais interna. Quando esticada para fora da boca, a língua desses animais alcança uma grande distância, além de ser pegajosa, outro fator facilitador na captura da presa. Possuem estômago bem desenvolvido, intestino que termina em uma cloaca, glândulas como fígado e pâncreas. Seu sistema digestório produz substâncias capazes de digerir a "casca" de insetos. Os anfíbios fazem a sua excreção através dos rins, e sua urina é abundante e bem diluída, isto é, há bastante água na urina, em relação às outras substâncias que a formam.
  • 6. 6 Circulação Os anfíbios têm circulação fechada (o sangue circula dentro dos vasos). Como ocorre mistura de sangue venoso (rico em gás carbônico) e arterial (rico em oxigênio) a circulação neste grupo de animais é do tipo incompleta. O coração dos anfíbios é dividido em três cavidades: dois átrios ou aurículas e um ventrículo. Reprodução O lugar para a reprodução dos anfíbios varia entre as espécies. Pode ser uma poça transitória formada após uma chuva, um rio, lago ou um açude. Há também os que procriam na terra, desde que seja bem úmida. O acasalamento da maioria dos anfíbios acontece na água. O coaxar do sapo macho faz parte do ritual "pré-nupcial". A fêmea no seu período fértil é atraída pelo parceiro sexual por meio do seu canto e do seu coaxar. Esse canto varia de acordo com a espécie. A maioria das espécies possuem dois ou três tipos de cantos diferentes. Além do canto nupcial (que atrai as parceiras), há os cantos de advertência com os quais o macho defende seu território da aproximação de outros machos. A fêmea com o corpo cheio de óvulos é agarrada pelo macho com um forte "abraço". Esse "abraço" pode levar dias, até que a fêmea lance os seus gametas (isto é, os seus óvulos) na água. Então o macho também lança os seus espermatozoides, que fecundam os óvulos, cujo desenvolvimento ocorre na água. O sapo, a rã e a perereca realizam fecundação externa. A salamandra e a cobra-cega realizam fecundação interna. Nos numerosos ovos protegidos por uma grossa camada de substâncias gelatinosa, que geralmente se prendem às plantas aquáticas, as células vão se dividindo e formando embriões. Os ovos fecundados eclodem e as larvas denominadas girinos, vivem e crescem na água até realizarem a metamorfose para a vida adulta. Metamorfose A metamorfose envolve uma série de transformações e é um processo bastante lento que transforma o anfíbio jovem (girino) em adulto. Durante esse processo desaparecem as brânquias e desenvolvem-se os pulmões. E surgem também as patas no corpo do animal. Nessa fase, os girinos se alimentam primeiramente da própria gelatina que os envolve e depois de algas e plantas aquáticas microscópicas. Reproduzem-se através de ovos moles e sem casca, postos na água ou em lugares encharcados, dando origem a uma larva e depois a um adulto através do processo de metamorfose. Existem exceções a essa regra, alguns deles são vivíparos. Em geral, não existe cuidado com a prole dentre os anfíbios. São divididos em três grupos:  Anura: os sapos, as rãs, as pererecas  Caudata: as salamandras  Apoda: as cecílias
  • 7. 7 Os grupos de anfíbios Das cerca de 3.500 espécies de sapos, rãs e pererecas catalogadas no mundo, mais de 600 ocorrem no Brasil. De acordo com a forma do corpo, os animais classificados como os anfíbios estão ordenados da seguinte maneira: Ápodes Cecílias As cecílias são anfíbios, vermiformes, que não têm membros e que vivem enterradas. Em decorrência, seus olhos são muito pequenos e usam receptores químicos para detectar suas presas. Podem ser aquáticas ou terrestres, mas todas respiram através de pulmões. Alimentam-se de presas alongadas como minhocas, vermes, larvas de insetos e provavelmente também de peixes pequenos. As cecílias são encontradas em regiões tropicais. No Brasil existem espécies aquáticas na Amazônia e terrestres por grande parte do território. São difíceis de encontrar, pois vivem em locais úmidos, enterradas no solo. Os machos desse grupo possuem um órgão reprodutor chamado de falodeu, assim a fecundação nas cecílias é interna. Algumas espécies de cecílias são ovíparas e outras vivíparas, no caso das ovíparas as fêmeas cuidam dos ovos até o nascimento. Anuros Sapos Os anuros são um grupo de anfíbios que não possuem cauda e possuem estrutura de esqueleto adaptada para locomoção aos saltos. A diversidade de anuros é enorme e este grupo está presente em todos os continentes. Existem anuros adaptados à vida aquática e terrestre. Todos são carnívoros, em geral utilizam a visão para a detecção da presa, portanto é importante que haja movimento. Esses animais possuem uma grande variedade de estratégias reprodutivas, que vão desde o desenvolvimento direto dos girinos, que nascem após dez dias, e que depois de uma série de metamorfoses transformam-se em sapinhos. O sapo captura suas presas com a língua ágil. Ele fecha os olhos para engolir o alimento. Atitude que é uma necessidade fisiológica: os grandes olhos são forçados para cavidade bucal a assim ajudam a empurrar os alimentos para a garganta abaixo. Os sapos são muito úteis ao homem porque com seu grande apetite comem muitos vermes, lagartas e insetos nocivos de várias espécies. A parte mais fascinante da reprodução dos anuros é, entretanto a vocalização do macho para atrair a fêmea. Cada espécie produz um som diferente originando grande variedade de sons emitidos. São capazes de emitir também sons de agonia e de defesa de território. Rãs As rãs são popularmente conhecidas como anuros. São bastante ligadas à água e bons nadadores. No Brasil, ocorre apenas uma espécie de rã verdadeira que é encontrada na Amazônia. Seus membros posteriores são longos e adaptados à natação e aos saltos. As rãs "verdadeiras" possuem membranas entre os dedos dos membros posteriores (como num pé de pato). Alimentam-se de caramujos, lesmas e insetos, apanhando-os com a língua. O acasalamento dura 24 horas. A fêmea põe 2.000 ou 3.000 ovos com cerca de 2 mm de diâmetro. A carne da rã é bastante apreciada. Existem criadouros para exploração comercial.
  • 8. 8 Pererecas A perereca pertence à família das Racoforídeas. Existem cerca de 150 espécies. Sua pele é mais lisa que as dos sapos. A perereca possui nas extremidades de cada dedo pequenas almofadas adesivas que servem para se prender aos galhos. Ela é dotada de membranas elásticas estendidas entre os dedos, que formam uma espécie de pipa. Encurvando o tórax e estendendo as pernas, as pererecas podem realizar vôos de quase 2 metros. Quando vão botar seus ovos, escolhem uma árvore pendente sobre o pântano, esses ovos depositados nas folhas, são envolvidos por uma substância pegajosa, muito parecida com claras batidas em neve. Quando nascem os girinos, fabricam uma substância que os livra desta massa pegajosa caindo então no pântano e só assim começa sua vida aquática. As pererecas são comumente encontradas em banheiros de casas de chácaras e sítios. Urodelos Salamandras-de-fogo As salamandras comuns são chamadas pelo nome científico de Salamandra terrestris. Habitam regiões arborizadas. Vivem principalmente na Europa e no norte da África e têm hábitos essencialmente noturnos. Normalmente elas hibernam. Elas diferem em tamanho e no jogo de cores das costas. Algumas medem cerca de 14 a 20 centímetros. Secretam um veneno que as protege de predadores. Esse veneno é produzido por glândulas localizadas na parte de traz da cabeça e é muito forte. Um cachorro que tentar comer uma salamandra pode morrer. Ao contrário de outros anfíbios, a salamandra comum se acasala em terra firme. Os machos, que são muito ativos, correm de uma fenda a outra à procura de fêmeas. Depois da fecundação, os ovos se desenvolvem dentro do órgão genital da fêmea. As larvas nascem da fêmea numa corrente de água. Sofrem metamorfose, tornam-se adultas e perdem a capacidade de viver dentro da água. Salamandra terrestres
  • 9. 9 Répteis Primeiros Vertebrados Bem-Sucedidos no Meio Terrestre Os répteis foram os primeiros vertebrados a conquistar, com sucesso e definitivamente, o ambiente terrestre. Isto porque desenvolveram algumas características adaptativas, tais como: presença de casca calcária envolvendo o ovo e pele impermeável, seca, sem glândulas, revestida por escamas epidérmicas (nas cobras e lagartos), por placas córneas (nos crocodilos e jacarés) ou ainda por placas ósseas (nas tartarugas), formando uma carapaça que protege o animal contra a desidratação. A impermeabilização da pele ocorreu graças à intensa produção de uma molécula protéica, a queratina, a grande novidade bioquímica produzida em grande quantidade pela epiderme dos répteis, fato que se repetirá também nas aves e nos mamíferos. Na verdade, na pele dos anfíbios, essa molécula já existe, só que em pequeníssima quantidade, sendo incapaz de tornar a pele impermeável à água e aos gases da respiração. Essa adaptação permitiu aos répteis a economia de água, possibilitando a vida em habitat dos mais diversos, inclusive desérticos. Por outro lado, a falta de umidade da pele e a riqueza em queratina impedem as trocas gasosas que, assim, passam a ser executadas exclusivamente por pulmões. Os pulmões têm maior superfície relativa e são mais eficientes que os anfíbios, dispensando a pele da função respiratória. A entrada e saída do ar é também mais eficiente, devido ao auxílio dos músculos das costelas. Até mesmo a excreção dos répteis está adaptada á mínima perda de água possível. O produto de excreção nitrogenado é o ácido úrico, eliminado pela cloaca, juntamente com as fezes, na forma de uma pasta semi-sólida. Fig. 1, escamas epidérmicas (presente nas cobras e lagartos); fig. 2, placas córneas (presente nos crocodilos e jacarés); fig.3 placas ósseas (presente nas tartarugas) Reprodução Outra adaptação importante à vida no ambiente terrestre é fecundação interna, independente da água, na qual os gametas (óvulos e espermatozóides) ficam protegidos das influências do meio externo. As fêmeas são geralmente ovíparas, isto é, quando fecundadas põem ovos e os embriões se desenvolvem dentro deles, portanto fora do corpo materno. O desenvolvimento embrionário ocorre inteiramente no interior de um ovo dotado de casca protetora calcária porosa, que permite a ocorrência de trocas gasosas. Uma bolsa cheia de líquido, a vesícula amniótica, garante o desenvolvimento do embrião em meio aquoso. Uma vesícula vitelínicarepleta de reservas alimentares, o vitelo, garante a sobrevivência do embrião com alimentos provenientes do óvulo. E, para completar a eficiência desse novo método reprodutivo, uma bolsa excretora, o alantóide, recolhe o ácido úrico e o imobiliza na forma de cristais que não interferem na vida do embrião. Aderido à membrana da casca, encontra-se mais um anexo embrionário, o cório, sob a forma de uma membrana ricamente vascularizada, que garante as trocas gasosas respiratórias com o sangue que encaminha o oxigênio para as células embrionárias.
  • 10. 10 Não há fase larval. Terminando o desenvolvimento, o jovem indivíduo, com mas características do adulto, quebra a casca e sai do ovo. Alguns lagartos e cobras peçonhentas podem ser ovovivíparos (o ovo é posto pela fêmea depois de permanecer durante um certo tempo do desenvolvimento do embrião dentro do corpo da mãe) ouvivíparos (o desenvolvimento do embrião ocorre totalmente dentro do organismo da fêmea). Esqueleto O nome répteis deriva do modo de locomoção: as quatro patas (ausentes nas cobras) situam-se no mesmo plano do corpo, determinando o rastejamento do ventre no solo (do latim reptare = rastejar). Para a realização desses movimentos, apresentam músculos bem desenvolvidos. O esqueleto dos répteis é totalmente ósseo. A Terra já conheceu formas gigantescas desses animais, como os dinossauros, que povoaram e dominaram nosso planeta durante anos, como indiscutível superioridade. Digestão Alguns desses vertebrados apresentam dentes (cobras, crocodilos e jacarés), sendo que certas cobras têm presas inoculadoras de veneno. Associadas à presença de glândulas salivares modificadas em glândulas de veneno, essas presas caracterizam o que chamamos de cobras peçonhentas. Se não possuírem os dentes inoculadores, mesmo tendo glândulas de veneno na boca são conhecidas como não-peçonhentas. As cobras são predadoras e ingerem suas presas inteiras, sem usar os dentes na mastigação. O aparelho digestivo é completo, terminando em cloaca. A figura ao lado mostra as glândulas de veneno presentes nas cobras peçonhentas. Circulação Como nos anfíbios, o coração dos répteis apresenta três cavidades: um átrio ou aurículas e um ventrículo. O coração dos répteis crocodilianos apresenta quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos (como o das aves e dos mamíferos). No entanto, mesmo nos crocodilianos observa-se mistura dos tipos de sangue (venoso e arterial) que passam pelo coração, embora em proporção menor do que nos anfíbios. Assim, podemos considerar a circulação dos répteis dupla e incompleta. Em função disso, os animais desse grupo são pecilodérmicos, isto é, adaptam a temperatura do corpo a temperatura do ambiente. No ambiente terrestre, as variações de temperatura são maiores do que no ambiente aquático. Para manter a temperatura do corpo próximo à do ambiente, os répteis costumam recorrer a fontes externas de calor, como o sol ou a superfície quente de uma rocha. É comum ver répteis expostos ao sol durante o dia. O termo “lagartear” é aplicado às pessoa que preguiçosamente se deitam ao sol, a maneira dos lagartos. Quando os répteis sentem-se muito aquecidos, geralmente procuram locais de sombra. Com esse comportamento mantêm a temperatura do corpo praticamente constante, em torno dos 37ºC.
  • 11. 11 Fosseta Loreal - oríficio a frente do olho Muitas espécies de cobras e lagartos são úteis ao ser humano, pois caçam roedores e outros animais que prejudicam a agricultura e causam doenças ao homem. Entre as cobras, porém, há espécies cujo veneno pode ser fatal, causando a morte de um grande número de pessoas a cada ano. No Brasil, as cobras venenosas podem ser reconhecidas, geralmente, pela presença de um pequeno orifício situado entre a narina e a boca: a fosseta loreal, um órgão sensorial sensível ao calor. Com ele estas cobras detectam a presença de animais de “sangue quente” (aves e mamíferos), suas presas preferidas. A fosseta loreal está ausente na coral-verdadeira, apesar de ser venenosa. Veja na tabela a seguir outras características utilizadas para diferenciar uma cobra venenosa de uma não-venenosa Características Não-peçonhenta Peçonhenta Cauda Longa (afina lentamente) Curta (afina abruptamente) Cabeça Arredondada Triangular achatada Olhos Com pupilas arredondadas Com pupilas em fenda vertical Escamas da cabeça Grandes Pequenas Escamas do corpo Lisas Com nervuras Fosseta Loreal Ausente Presente Os critérios utilizados para a diferenciação entre os dois tipos de cobras apresentam exceções, por isso não devem ser seguidos à risca. Por exemplo: a cobra coral-verdadeira é peçonhenta, no entanto, não apresenta fosseta loreal e tem cabeça arredondada. Para prevenir acidentes com cobras, é muito importante:  Usar botas e perneiras sempre que se estiver caminhando em ambientes propícios à presença desses animais, uma vez que a maioria das picadas atinge as pernas, abaixo dos joelhos;  Usar luvas de couro ao mexer em montes de lixo, folhas secas, palha ou buracos, para evitar picadas nas mãos e antebraços;  Ter cuidado ao mexer em pilhas de lenha, milho ou cana e ao revirar cupinzeiros, pois as cobras gostam de se abrigar em locais quentes e úmidos;  Fique atento ao calçar sapatos e botas, pois animais peçonhentos podem se abrigar dentro deles. Em casos de picadas de cobras, procure assistência médica imediata. A pessoa acidentada deve receber a dose adequada de soro antiofídico específico, que contém anticorpos (antitoxinas) capazes de neutralizar o efeito tóxico do veneno. O membro atingido pela picada deve ser mantido em posição bem elevada e imóvel, pois a locomoção facilita a absorção de veneno. Não coloque no ferimento nenhum tipo de material (folhas, pó-de-café, terra, etc), pois estes podem causar infecção, agravando a situação. Não corte o local da picada com canivetes ou outros objetos não desinfetados, pois estes podem causar infecção ou agravar o efeito hemorrágico de certos venenos. Algumas cobras temidas nem sequer são peçonhentas. É o caso da sucuri, que pode atingir até dez metros de comprimento e mata suas presas por estrangulamento. A jibóia, que chega a ter até 3 metros, não é peçonhenta e não ataca o homem, fugindo quando provocada. A muçurana é uma cobra não venenosa que se alimenta principalmente de cobras venenosas. Entra as cobras peçonhentas, podemos citar a jararaca, jararacuçu, jararaca-ilhoa, a urutu, a cascavel, a surucucu, etc. A cobra-cipó, a muçurana e a falsa coral apresentam as presas inoculadoras de veneno localizadas na região posterior da boca. Esta localização dificulta a inoculação eficiente do veneno. Por isto, estas cobras não representam perigo para o homem, se puderem ser reconhecidas. Os jacarés e crocodilos, assim como as cobras, têm sua pele utilizada na confecção de bolsas e sapatos. Por isso, no pantanal brasileiro, estes animais correm o risco de extinção. O homem vem promovendo uma grande matança e a venda ilegal dessas peles pelos contrabandistas e comerciantes estrangeiros. Uma consequência da diminuição do número de jacarés no Pantanal já pode ser observada: multiplica-se a quantidade de piranhas, das quais o jacaré é predador. O aumento de piranhas constitui um grande problema para as pessoas da região, que desenvolvem suas atividades na água (lavar roupa, banhar-se, atravessar o rio com boiadas...). Além dos répteis já citados, são também exemplos de seres desse grupo o cágado, o jabuti, o camaleão, a iguana, a cobra de duas cabeças, a cobra de vidro e a lagartixa.
  • 12. 12 Aves - vertebrados homeotermos com corpo coberto por penas As aves (latim científico: Aves) constituem uma classe de animais vertebrados, tetrápodes,endotérmicos, ovíparos, caracterizados principalmente por possuírem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas, bico córneo e ossos pneumáticos. São reconhecidas aproximadamente 9.000 espécies de aves no mundo. As aves conquistaram o meio terrestre de modo muito mais eficiente que os répteis. A principal característica que permitiu essa conquista foi, sem dúvida, a homeotermia, a capacidade de manter a temperatura corporal relativamente constante à custa de uma alta taxa metabólica gerada pela intensa combustão de alimento energético nas células. Essa característica permitiu às aves, juntamente com os mamíferos, a invasão de qualquer ambiente terrestre, inclusive os permanentemente gelados, até então não ocupados pelos outros vertebrados. As aves variam muito em seu tamanho, dos minúsculos beija-flores a espécies de grande porte como o avestruz e a ema. Note que todos os pássaros são aves, mas nem todas as aves são pássaros. Avestruz Os pássaros estão incluidos na ordem Passeriformes, constituindo a ordem mais rica, ou seja, com maior número de espécies dentro do grupo das aves. Enquanto a maioria das aves são caracterizadas pelo vôo, as ratitas não podem voar ou apresentam vôo limitado, uma característica considerada secundária, ou seja, adquirida por espécies "novas" a partir de ancestrais que conseguiam voar. Muitas outras espécies, particularmente as insulares, também perderam essa habilidade. As espécies não-voadoras incluem o pinguim, avestruz, quivi, e o extinto dodo. Aves não-voadoras são especialmente vulneráveis à extinção por conta da ação antrópica direta (destruição e fragmentação do habitat, poluição etc.) ou indireta (introdução de animais/plantas exóticos, mamíferos em particular). Pinguin A circulação Uma característica que favorece a homeotermia nas aves é a existência de um coração totalmente dividido em quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos.
  • 13. 13 Não ocorre mistura de sangues. A metade direita (átrio e ventrículo direitos) trabalha exclusivamente com sangue pobre em oxigênio, encaminhando-o aos pulmões para oxigenação. A metade esquerda trabalha apenas com sangue rico em oxigênio. O ventrículo esquerdo, de parede musculosa, bombeia o sangue para a artéria aorta. Assim, a todo o momento, os tecidos recebem sangue ricamente oxigenado, o que garante a manutenção constante de altas taxas metabólicas. Esse fato, associado aos mecanismos de regulação térmica, favorece a sobrevivência em qualquer tipo de ambiente. A circulação é dupla e completa. A respiração: pulmões e sacos aéreos O sistema respiratório também contribui para a manutenção da homeotermia. Embora os pulmões sejam pequenos, existem sacos aéreos, ramificações pulmonares membranosas que penetram por entre algumas vísceras e mesmo no interior de cavidades de ossos longos. A movimentação constante de ar dos pulmões para os sacos aéreos e destes para os pulmões permite um suprimento renovado de oxigênio para os tecidos, o que contribui para a manutenção de elevadas taxas metabólicas. A pele das aves é seca, não-dotada de glândulas e rica em queratina que, em alguns locais do corpo, se organiza na forma de placa, garras, bico córneo e é constituinte fundamental das pernas. As aves não têm glândulas na pele. No entanto, há uma exceção: a glândula uropigial (ou uropigiana), localizada na porção dorsal da cauda e cuja secreção oleosa lubrificante é espalhada pela ave, com o bico, nas penas. Essa adaptação impede o encharcamento das penas em aves aquáticas e ajuda a entender por que as aves não se molham, mesmo que fiquem desprotegidas durante uma chuva. Exclusividade das aves: corpo coberto por penas Digestão e excreção em aves As aves consomem os mais variados tipos de alimentos: frutos, néctar, sementes, insetos, vermes, crustáceos, moluscos, peixes e outros pequenos vertebrados. Elas possuem um sistema digestivo completo, composto de boca, faringe, esôfago, papo, proventrículo, moela, intestino, cloaca e órgãos anexos (fígado e pâncreas). Ao serem engolidos os alimentos passam pela faringe, pelo esôfago e vão para o papo, cuja função é armazenar e amolecer os alimentos. Daí eles vão para o proventrículo, que é o estômago químico das aves, onde sofrem a ação de sucos digestivos e começam a ser digeridos. Passam então para a moela (estômago mecânico) que tem paredes grossas e musculosas, onde os alimentos são triturados. Finalmente atingem o intestino, onde as substâncias nutritivas são absorvidas pelo organismo. Os restos não aproveitados transformam-se em fezes. As aves possuem uma bolsa única, a cloaca, onde desembocam as partes finais do sistema digestivo, urinário e reprodutor e que se abre para o exterior. Por essa bolsa eles eliminam as fezes e a urina e também põem os ovos.
  • 14. 14 Sistema Reprodutor Diferentes de seus parentes répteis, que às vezes dão à luz a seus filhotes, todas as espécies de aves põem ovos. Apesar dos ovos parecerem bastante frágeis, seu formato oval oferece grande resistência e eles podem suportar grandes pressões sem quebrar. Como os ovos são pesados e incômodos de carregar, as fêmeas colocam os ovos assim que são fertilizadas, quase sempre em um ninho construído para proteger o ovo contra predadores e para mantê-lo aquecido durante o desenvolvimento do embrião. Diferentes espécies de aves põem números diferentes de ovos – os pinguins normalmente põem um único ovo, enquanto o chapim azul europeu põe entre 18 e 19 ovos. A construção de um ninho é uma das grandes façanhas de design e engenharia do reino animal. Espécies diferentes mostram uma diversidade extraordinária na construção de seus ninhos. Algumas aves constroem ninhos minúsculos tão bem escondidos, que nem mesmo o caçador mais determinado pode encontrá-los, mas outras espécies constroem ninhos enormes, altamente visíveis, que elas defendem corajosamente contra qualquer criatura que se aproxime. Os cisnes frequentemente constroem ninhos com vários centímetros de diâmetro, enquanto que o Scopus umbretta africano constrói ninhos em forma de cúpula, que podem pesar até 50 quilos, levando várias semanas para serem construídos. Os pássaros usam uma grande variedade de materiais para construir seus ninhos. Algumas espécies usam apenas galhos e ramos para construir os tipos de ninhos normalmente vistos em jardins e cercas vivas. Outras usam um pouco de tudo: de folhas a penas, debarro a musgos, e até mesmo objetos feitos pelo homem, como papel laminado. O Collocalia maxima do sudeste da Ásia faz seus ninhos inteiramente de sua própria saliva, e os constrói nos tetos de cavernas. Nem todas as aves constroem ninhos. O cuco, em particular, usa o ninho de outras aves em vez de construir o seu. A fêmea voa rapidamente para um ninho apropriado, retirando um dos ovos da “hospedeira” e coloca seu próprio ovo, normalmente do mesmo tamanho e forma do que ela retirou. O pinguim imperador sequer usa um ninho: ele coloca seu seu único ovo diretamente sobre neve, e o incuba com a temperatura de seu corpo. Adaptações ao vôo No seu caminho evolutivo, as aves adquiriram várias características essenciais que permitiram o vôo ao animal. Entre estas podemos citar: 1. Endotermia 2. Desenvolvimento das penas 3. Aquisição de ossos pneumáticos 4. Perda, atrofia ou fusão de ossos e órgãos 5. Aquisição de um sistema de sacos aéreos. 6. Postura de ovos 7. Presença de quilha, expansão do osso esterno, na qual se prendem os músculos que movimentam as asas 8. Ausência de bexiga urinária
  • 15. 15 As penas, consideradas como diagnóstico das aves atuais, estão presentes em outros grupos de dinossauros, entre eles o próprioTyrannosaurus rex. Estudos apontam que a origem das penas se deu a partir de modificações das escamas dos répteis, tornando-se cada vez mais diferenciadas, complexas e, posteriormente, vieram a possibilitar os vôos planado e batido. Acredita-se que as penas teriam sido preservados na evolução por seu valor adaptativo, ao auxiliar no controle térmico dos dinossauros – uma hipótese que aponta para o surgimento da endotermia já em grupos mais basais de Dinosauria (com relação às aves) e paralelamente com a aquisição da mesma característica por répteis Sinapsida, que deram origem aos mamíferos. Os ossos pneumáticos também são encontrados em outros grupos de répteis. Apesar de serem ocos (um termo melhor seria "não-maciços"), os ossos das aves são muito resistentes, pois preservam um sistema de trabéculas ósseas arranjadas piramidalmente em seu interior.
  • 16. 16 Mamíferos As aves e os mamíferos são os únicos homeotermos da Terra atual e os únicos a apresentar glândulas mamárias. A capacidade de manter a temperatura do corpo elevada e constante foi o principal fator adaptativo dos representantes desse grupo à praticamente qualquer ambiente terrestre. Muitos mamíferos voltaram para o meio aquático (baleias, foca, golfinho, peixe-boi) e outros adaptaram-se ao vôo (morcego) e compartilham o meio aéreo com as aves e os insetos. As características dos mamíferos Algumas características diferenciam os mamíferos de todos os outros vertebrados:  glândulas mamárias produtoras de leite com substâncias nutritivas para alimentação dos recém-nascidos;  corpo coberto por pelos, estruturas de origem epidérmica, ricas em queratina, e elaboradas por folículos pilosos;  artéria aorta voltada para o lado esquerdo do coração (nas aves, a aorta é voltada para o lado direito do coração);  pele contendo glândulas sebáceas, cuja secreção oleosa lubrifica os pelos e a própria pele, e glândulas sudoríparas, produtoras de suor (na verdade, um filtro de água, sais e ureias), recurso de manutenção da homeotermia e via de eliminação de excretas. Ambas as glândulas têm origem epidérmica;  músculo diafragma, localizado entre o tórax e o abdômen, utilizado na ventilação pulmonar;  placenta, órgão que regula as trocas de alimento entre o sangue materno e o sangue fetal, presente na maioria dos mamíferos chamados placentários. Feto humano e de golfinho envoltos pela placenta Respiração, excreção e circulação em mamíferos As trocas gasosas respiratórias ocorremexclusivamente nos pulmões, cuja superfície é ampliada por alvéolos ricamente vascularizados. Os movimentos respiratórios de inspiração e expiração ocorrem graças à ação de músculos localizados entre as costelas (musculatura intercostal) e, também, pela ação do diafragma, importante músculo estriado que separa o tórax do abdômen. Nos mamíferos, o principal produto de excreção nitrogenada é a ureia, substância sintetizada no fígado e filtrada no rim. O coração dos mamíferos, a exemplo das aves, possui quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos. Não há misturas de sangues. A diferença em relação ao coração das aves é que a artéria aorta, que encaminha o sangue oxigenado para o corpo, é curvada para o lado esquerdo do coração. A circulação é dupla e completa.
  • 17. 17 Os dentes Os mamíferos apresentam uma grande variedade de dentes com funções específicas. Os incisivos são planos e servem para cortar; os caninos são pontiagudos e são usados para estraçalhar a carne. Os molares são largos e com protuberâncias e servem para mastigar. O número e o tipo de dentes variam de acordo com a alimentação de cada espécie. Os carnívoros possuem os caninos e os molares muito desenvolvidos; os herbívoros não têm caninos, já que não precisam deles para cortar o pasto. Sistema nervoso O cérebro dos mamíferos possui muitas circunvoluções ou dobras, que aumentam a superfície do órgão e o número de células nervosas. Por esta razão, os mamíferos desenvolveram um comportamento complexo, que pode ser percebido em atitudes como as estratégias de caça, o cuidado com os filhotes, a adaptação a qualquer ambiente e os diferentes sistemas de comunicação estabelecidos entre os indivíduos da mesma espécie. A reprodução: surge a placenta Os sexos são separados. O dimorfismo sexual é acentuado, isto é, as fêmeas possuem características externas que as diferenciam dos machos e vice-versa. A fecundação é interna. Na grande maioria, o desenvolvimento embrionário ocorre no interior do corpo materno, em um órgão musculoso chamado útero. Surge um órgão de trocas metabólicas, a placenta organizada por tecidos maternos e tecidos do embrião. Alimentos, oxigênio, anticorpos e hormônios são passados do sangue materno para o embrionário que, em troca, transfere para a mãe excretas e gás carbônico. A vesícula amniótica, muito desenvolvida, desempenha importante papel protetor ao amortecer choques que incidem contra a parede abdominal da fêmea e também ao possibilitar um meio aquático para o desenvolvimento embrionário. A vesícula vitelínica e alantóide perdem sua função, que passa a ser desempenhada pela placenta. Classificação dos mamíferos Na Terra atual existem três subclasses de mamíferos:  monotremados. São mamíferos primitivos cuja boca possui bico córneo e que se reproduzem por meio da postura de ovos. Os representantes atuais, os ornitorrincos e as equidnas restringem-se à região australiana (Austrália e Nova Guiné); Ornitorrinco  marsupiais. Esse grupo inclui representantes da fauna australiana, como os cangurus e os coalas, e representantes norte-americanos e sul-americanos, como os nossos gambás e cuícas. Após curta fase de desenvolvimento em uma dobra da pele do abdômen da mãe, com aspecto de bolsa, o marsúpio; Ogato-tigre, Dasyurus maculatus, um dos maiores marsupiais carnívoros da Austrália.  placentários. Inclui a maioria dos mamíferos, separados em ordens como a dos carnívoros, roedores, ungulados, cetáceos, quirópteros e a dos primatas, à qual pertence a espécie humana. Nesses animais, útero e placenta são bem desenvolvidos, o que permite o desenvolvimento no interior do organismo materno.