1. Aluno sob anonimato
Ao Amor e ao Destino
Há tanto tempo Te conheço, há tanto tempo Te sinto, Te quero, mas apesar
disso Tu não me conheces, não me sentes, não me queres.
Já perdi a conta ao tempo, àquelas que tomaram a Tua forma. Tu não tens
conta a fazer pois eu nunca assumi o Teu lugar.
Já esperei, já desesperei, voltei a esperar, voltei a desesperar.
Dizem que a esperança é a última a morrer, mas se assim fosse eu já não cá
estaria.
Talvez seja por Ti que espero, talvez seja por Ti que sigo, Destino.
Com o tempo acabei por não Te querer, por não Te sentir, pois amargas eram
as horas em que Te sentia e sabia que não me sentias, em que Te queria e
sabia que não me querias.
Mesmo assim, mesmo tendo desistido, doía-me não Te sentir, pois não
consegui deixar de Te querer.
Agora, finalmente entendo, espero-Te a Ti, Amor, mas também a Ti, Destino, e
consigo, finalmente, deixar de Te querer, tanto, e de Te sentir, de todo, pois sei
que apenas tenho de esperar, de Te deixar fluir, Destino, pois há de chegar a
altura, o tempo, em que eu Te conhecerei a Ti, Amor, e sentir-te-ei e querer-te-
ei, e Tu conhecer-me-ás e sentir-me-ás e querer-me-ás, Amor, pois o Destino,
esse que eu não conheço por completo, mas conhece-me a mim, encontrar-me-
á na devida altura e actuará como está traçado nas estrelas que, tal como os
olhos do meu Amor brilham, brilham luminosas.
Espero, tal como a pétala de uma rosa vermelha, arrancada pelo vento, como o
meu coração foi por Ti arrebatado, Amor, por cair nalgum poiso, o Destino,
onde Nos conheceremos, Tu e Eu, Nós, Amor.
Afinal Há Esperança