1. Antonieta de Barros: 1ª negra eleita no país deve virar Heroína
da Pátria
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2. Antonieta de Barros (1901-1952), primeira mulher negra eleita deputada no país
Imagem: Udesc/Divulgação
3. A primeira mulher negra eleita no Brasil, Antonieta de Barros, deve ser a próxima
personalidade a entrar para o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria -a Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (7) a inclusão
de seu nome e, agora, a proposta vai para o Senado.
"Antonieta de Barros foi uma personagem de grande importância na história de luta
contra os preconceitos de cor, classe e gênero no Brasil, tendo dedicado sua vida a
combater o analfabetismo de adultos carentes, na crença de que a educação era a única
arma capaz de libertar os desfavorecidos da servidão", falou o deputado Tadeu Alencar
(PSB-PE), relator da proposta, ao defender a indicação de Antonieta.
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4. O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, também conhecido como Livro de Aço, fica no
Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em
Brasília, e reúne cerca de 50 nomes, entre eles Zumbi dos Palmares, Dom Pedro I, Ana
Néri e Luís Gama, além de ex-presidentes, como Getúlio Vargas e Tancredo Neves.
Mas, além de ter sido pioneira ao alcançar o posto de deputada estadual por Santa
Catarina, em 1934, Antonieta de Barros tem outras conquistas tão impressionantes
quanto: abriu um curso popular para alfabetizar adultos, criou o Dia do Professor, é
considerada a primeira mulher negra a trabalhar na imprensa em Santa Catarina, tendo
dirigido um jornal e uma revista, e foi a primeira mulher a assumir a presidência de uma
assembleia no Brasil.
Conheça mais sobre a história dela:
Educação para todos e todas
Antonieta de Barros já era uma mulher adulta quando aprendeu a ler e escrever,
ensinada por estudantes que viviam em sua casa, que sua mãe, uma escrava liberta que
trabalhava como lavadeira, transformou em pensão para completar a renda da família.
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O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília
Imagem: Wikimedia Commons
5. Para Antonieta de Barros, a educação era a ferramenta que poderia reduzir a
desigualdade para mulher e negros no Brasil.
Em defesa desta bandeira, fundou um curso popular para alfabetizar adultos, enquanto
lecionava em escolas de elite de Florianópolis. O Curso Particular Antonieta de Barros
funcionou em sua casa até 1952, quando ela morreu.
Mais tarde, já eleita, foi responsável por criar leis que concediam bolsas de estudos em
cursos superiores para alunos pobres, que não poderiam pagar a mensalidade, e
também que criavam concursos para o magistério, para elevar a qualidade dos
profissionais que ensinavam nas escolas públicas de Santa Catarina.
Foi responsável, também, por criar o Dia do Professor e transformar a data em feriado
escolar em Santa Catarina. Duas décadas mais tarde, a data se tornaria feriado escolar
em todo o país.
Antonieta de Barros foi alfabetizada por estudantes que viviam em sua casa, onde funcionava uma pensão
Imagem: Divulgação/Memorial Antonieta de Barros
Antonieta de Barros foi alfabetizada por estudantes
que viviam em sua casa, onde funcionava uma pensão
- Divulgação/Memorial Antonieta de Barros -
Divulgação/Memorial Antonieta de Barros
6. "Mulheres não devem ser 'virgens de ideias'"
Antonieta foi a primeira mulher negra eleita no país -e foi, também, uma das três
primeiras mulheres a ocupar mandatos populares.
Ela chegou à Assembleia Legislativa de Santa Catarina em 1934, mesmo ano que a
médica Carlota Pereira de Queirós alcançou o posto de deputada federal por São Paulo,
e sete anos depois que Alzira Soriano se tornou prefeita em uma cidadezinha do Rio
Grande do Norte, primeiro estado brasileiro a permitir candidaturas femininas.
Enquanto exercia o mandato de deputada, ela fundou e dirigiu durante alguns anos um
jornal, "A Semana", e uma revista quinzenal, "Vida Ilhoa". Nas duas publicações,
defendia as bandeiras da educação e da participação das mulheres e dos negros na
vida pública.
Em suas colunas, em que criticava colegas parlamentares e respondia a ofensas feitas
em plenário, assinava como Maria da Ilha, mesmo pseudônimo que usou para publicar o
livro "Farrapo de Ideias", em 1937.
Dizia, em seus textos, que as mulheres não deveriam ser "virgens de ideias".
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