Análise da música ferrugem (a rota do individuo), de Djavan

1. Ferrugem (A rota do indivíduo) - Djavan e Orlando Morais
Hoje peço licença ao Mestre Djavan e a seus fãs para fazer estes comentários.
Djavan para mim é um dos maiores compositores do planeta! Sou seu fã
incondicional.
Ele começa narrando o momento em que ele próprio se encontra. A mensagem
está codificada em impressões sentimentais, momentos concretos e abstratos.
O ambiente com pouca luz, folhas ao chão. O autor está num estado tão alheio
a tudo que o frio que devia incomodar é agasalho para o coração que está
gelado. Isto supõe uma certa tristeza. O que sobrou dos sonhos e amores está
num vagão que parti para longe e Djavan não quer perdê-los então, imagina
que a ferrovia está indo, mas o que ele carrega, os vagões, estão ficando.
A ferrovia pode ser vista como a vida, que carrega nossos sonhos, amores,
raivas e etc. ÀS vezes queremos parar nos momentos bons, congelar os maus
momentos!
O mistério da penugem pode se referir a Penugem de dente-de-leão que
sofrendo ação do vento perde toda a sua "penugem" e fica solitária sobre uma
rama.
aquelas "flores" que agente sopra e as pétalas se vão. Quando fala da
penugem, Djavan pode está falando dele mesmo ou do homem que está
inserido na vida e mesmo sendo um ser social pode experimentar a solidão.
Por fim, no trecho: "vê-se a vida correndo parada como se não existisse
chegada", revelá-se um certo desespero frete ao que a vida oferece. O que se
pode esperar, com certeza, é a ferrugem que é o envelhecimento com objetivo
na temida morte.
Fico em dúvida se Djavan (ou orlando Morais) transportou toda sua solidão
para essa música, se era solidão, se era observação de um expectador diante
do destino ou de alguma situação de tristeza. O que tenho certeza é que a
solidão e a tristeza, na música ferrugem, são recursos estilísticos que muito
contribuíram para a beleza da canção.
Não podemos esquecer a melodia. Foi construída para alimentar a letra ou vice-
versa. É cheia de nuances, tercinas e ritmo bem desenhado.
Gosto muito da movimentação rítmica e melódica do último período da parte
"A", quando a melodia num salto de 5º descendente parece dormir e logo
acordar num movimento ascendente para o agudo
"Que dorme olhando os filhos com os olhos na estrada"
Grande abraço a todos!
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