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ACIDENTES COM TRATORES E MAQUINAS AGRÍCOLAS
Sandro Henrique Moreno Neves
Orientadora: Rogene Ferreira Neves
RESUMO
Em despeito à sua importância, poucas pesquisas vêm sendo executadas com o
intuito de caracterizar os acidentes de trabalho com tratores e maquinas agrícolas,
identificando sua natureza (tipo) bem como suas causas. Os acidentes graves tiveram
causas diferentes comparativamente aos leves. Operadores sem treinamento adequado, a
não observação de regras básicas de segurança e a longa jornada de trabalho são
tendências observadas neste trabalho que ampliam os riscos de ocorrência de acidentes. A
inclusão de dispositivos que tornem a máquina mais segura e confortável, bem como o
treinamento dos operadores de tratores agrícolas são práticas de importância fundamental
para a prevenção dos acidentes com tratores agrícolas.
Palavras-chave: tipos de acidentes, causas dos acidentes, prevenção.
SUMMARY
In spite of its importance, few studies have been performed in order to characterize the
accidents with tractors and agricultural machinery, identifying its nature (type) as well as
its causes. Major accidents have various causes and slight. Operators without adequate
training, failure to observe basic safety rules and long working hours are reported in this
work we extend the risk of accidents. The inclusion of provisions that make the machine
safer and more comfortable, as well as training of operators of agricultural tractors
practices are fundamental to the prevention of accidents with tractors importance.
Key words: kind of accidents, causes of accidents, prevention.
INTRODUÇÃO
O trator agrícola é a fonte de potência mais importante do meio rural, contribuindo
para o desenvolvimento e avanço tecnológico dos Sistemas agrícolas de produção de
alimentos e também de fontes alternativas de energias renováveis, tais como o álcool e o
biodiesel.
Estudos recentes realizados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT),
mostraram que as atividades agrícolas, em especial a utilização de máquinas agrícolas,
estão entre as três atividades mais perigosas para os trabalhadores, sendo que para cada três
acidentes ocorrido no meio rural, um ocasionou a incapacidade permanente do
trabalhador. A operação com tratores e equipamentos agrícolas são as que oferecem os
maiores riscos de acidentes. Os acidentes de trabalho representam enorme importância
social e econômica, estudos estatísticos têm demonstrado a gravidade deste problema, seja
pela incidência de acidentes, seja pela idade dos acidentados, seja pelas suas consequências.
O artigo 131 do Decreto no 2.172, de 05 de março de 1997, acidente de trabalho no
meio rural é o que ocorre na realização do trabalho rural, a serviço do empregador,
provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte ou redução
permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. De uma maneira geral, conforme
expõem ZÓCCHIO (1971), o acidente de trabalho no meio rural pode ser considerado como
sendo todo o acontecimento que não esteja programado e que interrompa, por pouco ou
muito tempo, a realização de um serviço, provocando perda de tempo, danos materiais
e/ou lesão corporal. Neste sentido, o acidente é considerado grave quando resulta no
afastamento do trabalhador rural da sua atividade produtiva por um período igual ou
superior a 15 dias (UNESP, 1994).
A utilização intensa de máquinas agrícolas ampliou consideravelmente os riscos a
que estão sujeitos os trabalhadores rurais, e mais de 60% das mortes ocorridas em
acidentes de trabalho no setor agrário são consequências da mecanização agrícola. Furlani
(1999).
Quanto à idade, refere-se o autor que 40% das mortes em crianças na zona rural são
consequências de acidentes com máquinas agrícolas. Informações e p e s q u i s a s
afirmam que acidentes com tratores, têm sido identificados como a principal causa de
morte ou lesão incapacitante em trabalhadores rurais. Os autores ressaltam inclusive o modo
de ocorrência das lesões, isto é, um grande número de acidentes acontece quando o
trabalhador sobe ou desce da máquina.
No Brasil as principais causas de acidentes com tratores agrícolas são, falta de
atenção durante a operação, treinamento e capacitação dos operadores e conscientização
dos mesmos na operação da máquina. Os prejuízos econômicos e sociais advindos dos
acidentes com tratores agrícolas também são bastante elevados. Estes ocorrem tanto em
termos de danos físicos ao operador como em termos financeiros, para o Estado, sociedade
em geral e para o próprio acidentado.
Hoje em dia existe uma grande variedade de modelos de tratores com diferentes
sistemas de rodados, diversos órgãos com funções bastante específicas, além de
acessórios para fornecer maior conforto para o operador, que pode usufruir de banco
com assento estofado e amortecedores pneumáticos, cabines com ar condicionado, som
ambiente e computadores de bordo e, mais importante que isso, dispondo de sistemas de
segurança tais como: estrutura de proteção contra o capotamento (EPCC), cinto de
segurança, proteção das partes móveis, alarmes, bloqueadores eletrônicos, dispositivos de
segurança para partida do motor, sinalizadores de direção e de emergência.
Emborahaja pouca informação e raros trabalhos de pesquisa nesta área, não é difícil se
verificar na prática a importância dos acidentes de trabalho envolvendo tratores agrícolas,
o que pode ser comprovado pela elevada frequência e gravidade dos mesmos.
Uma das principais consequências da modernização da agricultura brasileira foi a
substituição progressiva do trabalho manual pelo trabalho mecanizado. A introdução de
instrumentos e insumos modernos nas tarefas agrícolas ampliou significativamente os tipos
de acidentes de trabalho a que estão sujeitos os trabalhadores rurais (RODRIGUES DA
SILVA, 1986). Se antes os acidentes de trabalho no meio rural estavam restritos
basicamente a quedas, ferimentos com ferramentas de trabalho (enxada, facão) e
envenenamentos causados por animais peçonhentos, a manipulação de agrotóxicos e a
utilização intensa de máquinas agrícolas ampliou consideravelmente os riscos a que estão
sujeitos os trabalhadores rurais em seu trabalho diário.
Assim, o objetivo deste trabalho foi caracterizar os acidentes envolvendo tratores e
maquinas agrícolas através da determinação de seus tipos e causas predominantes, a fim de
se obter estratégias eficientes na sua prevenção.
1. SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE TRATORES AGRÍCOLAS
A Norma Regulamentadora De Segurança E Saúde No Trabalho Na Agricultura,
Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal E Aqüicultura – NR 31 (Portaria N.º 86, DE
03/03/05 - DOU DE 04/03/05), no parágrafo 31.12, que trata das máquinas e
equipamentos agrícolas, determina que todos os tratores agrícolas devem ser equipados
com diversos dispositivos de segurança que garantem a integridade física do operador
desde que usados de maneira correta, dentre estes equipamentos podemos citar as
estruturas de proteção ao capotamento (EPC), (Figura 1) que usadas em conjunto com o
cinto de segurança, (Figura 2), protegem o operador de ser esmagado pelo trator quando
este vier a tombar.
Figura 1 –Estruturas de Proteção ao Capotamento (EPC)
Figura 2 – Cinto de segurança
A ausência destes dispositivos de segurança aumenta significativamente os percentuais
de morte por esmagamento do operador, (Figura 3).
Figura 3 – A u s ê n c i a d e E s t r u t u r a s d e P r o t e ç ã o a o C a p o t a m e n t o ,
r i s c o i m i n e n t e d e esmagamento do Operador.
No Brasil, estudos sobre acidentes rurais ainda são bastante limitados, existem poucos
trabalhos sobre acidentes com conjuntos tratorizados, dificultando o estudo das causas
específicas do acidente e, restringindo as bases de dados que poderiam auxiliar no controle da
frequência e gravidade dos acidentes.
Além do tombamento da máquina, outro mecanismo que tem causado grande número de
acidentes fatais ou ocasionado lesões graves e irreversíveis, são a utilização de equipamentos
acionados pela tomada de potência do trator, conhecida pela sigla TDP ou TDF, este eixo
cardãn, transmite a potência do motor do trator para acionamento de equipamentos a ele
acoplado, quase que a totalidade dos acidentes ocorridos com este mecanismo poderiam ser
evitados se os operadores tivessem mais conhecimento e consciência no momento da utilização
do mesmo. Vários mecanismos de proteção para estes tipos de eixo estão disponíveis no
mercado, muitos inclusive já acompanham o equipamento no momento de sua aquisição, porém
durante a operação estão sujeitos a quebras e jamais são substituídos, (Figura 4).
Figura 4 – Proteções para Tomada de Potência
Outro ponto importante quando se fala em tomada de potência, são as improvisações,
conhecidas como gambiarras é comum a utilização de vergalhões, pregos, arames de cerca entre
outros, em substituição aos pinos de união das extremidades dos eixos, (Figura 5), soldas entre
outros, transformam estes equipamentos em verdadeiras máquinas de arrancar braços e pernas
ou causar a morte do operador.
2. ERGONOMIA APLICADA EM TRATORES AGRÍCOLAS
A ergonomia é definida como sendo a ciência que estuda as relações existentes
entre o homem, o trabalho e o ambiente que os circunda, onde se busca adaptar o segundo
em relação ao primeiro (DEBIASI et al., 2004).
Deve-se levar em consideração que esta adaptação envolve os vários locais, máquinas,
ferramentas, materiais e métodos onde o homem esteja exercendo sua atividade laborativa.
Devido ao fato dos trabalhadoresrurais terempouco poderde organização e reivindicação,
a ergonomia, não é tão frequente na agricultura. Os tratores tem sido o principal objeto de
estudo e pesquisa por empresas que produzem máquinasagrícolasdevido a sualargautilização.
Representação tridimensional do posto de trabalho do tratorista seguindo metodologia
adotada por Silva (2005).
FIGURA 1 – Acomodação do assento do operador, vista lateral
Fonte: NBR/MN/ISO 5353
FIGURA 2 – Acomodação do assento do operador, vista superior
Fonte: NBR/MN/ISSO 5353
FIGURA 3 – Design do assento do trator Ford 6610
Fonte: Própria
Portanto, a questão ergonômica relacionada à operação de tratores agrícolas pode ser
entendida por meio da análise do conjunto homem – máquina - ambiente, estando a eficiência
deste conjunto ao executar suas funções, dependente de diversos fatores, tendo a ergonomia
que agir sobre estes, buscando otimizá-los com o objetivo de aumentar a eficiência do
conjunto de forma a oferecer ao homem as condições ideais para o trabalho (SANTOS et al.
2004).
3. ACIDENTES DE TRABALHO COM TRATORES E MÁQUINAS AGRÍCOLAS
O acidente de trabalho é definido pelo Regulamento dos Benefícios da Previdência
Social, no artigo 131, do Decreto n0 2.172, de 05 de março de 1997 como sendo o evento
que acontece de maneira não programada, fortuita ou casual que modifica a rotina de
trabalho, podendo resultar em perda de tempo, danos materiais de toda espécie, mutilações,
perdas diversas e, principalmente, da vida, independente da verificação de lesões no
trabalhador (BRASIL, 1997).
A partir do momento em que a agricultura evoluiu rapidamente com a introdução
do trator agrícola como ferramenta de trabalho, tem sido percebido aumento considerável
no índice de acidentes de trabalho no meio rural, com consequências mais graves para
operadores, ajudantes e terceiros, envolvendo estas máquinas.
Segundo Schlosser et al. (2004) este aumento é decorrente da mecanização agrícola a
partir do momento em que vem ocorrendo bruscamente a substituição do trabalho manual pelo
trabalho mecanizado.
Para Lima et al. (2005), máquinas são colocadas no mercado sem qualquer preocupação
aparente por parte de seus fabricantes com relação a determinados parâmetros indispensáveis
para a realização de trabalhos com conforto e segurança.
Outra situação preocupante, segundo o pesquisador, é o despreparo dos operadores
de máquinas que não possuem treinamento adequado e se propõem a operar máquinas
sofisticadas podendo contribuir para a ocorrência de acidentes de trabalhos graves.
Concluímos que devido a esse despreparo por parte do operador que utiliza o trator em
local impróprio para trabalhar, aproximação excessiva de pessoas ou a permissão de transporte
irregular de pessoas junto ao posto do operador ou nos implementos, se constituem nas
causas que motivam este tipo de acidente.
4. PRINCIPAIS CAUSAS E RISCOS DE ACIDENTES COM TRATORES
AGRÍCOLAS
Embora as estatísticas sobre acidentes com tratores agrícolas sejam muito raras no
Brasil, sabe-se que essas máquinas são responsáveis por cerca de 20% dos acidentes de
trabalho na agricultura. Além de serem raras, estas estatísticas são desprovidas de
representatividade e, consequentemente, de credibilidade (Monteiro et al. (2010).
4.1.1 Causas Humanas Nos Acidentes Com Tratores Agrícolas
Segundo Iida (2003) muitos acidentes costumam ser atribuídos ao erro humano ou
ao fator humano, isto é, na maioria das ocorrências o acidente é a evidência do erro humano.
Entretanto, quando se fala em erro humano geralmente se refere a uma desatenção ou
negligência do trabalhador.
Quase sempre o erro humano resulta em custosos danos ao equipamento e na perda
de tempo para os reparos, além da perda da vida do envolvido em casos mais graves. Uma
máquina pode ser reparada ou substituída o que nem sempre é possível quando o erro causa
um dano ao corpo humano (TEIXEIRA, 2003).
As limitações físicas humanas são reconhecidas e se trabalha dentro delas, têm-se
menos acidentes do que alguém que tenta trabalhar além dos seus. Assim pode-se ter melhor
controle do ambiente e da máquina que se opera sendo capaz de evitar acidentes mais
facilmente. Como limitações físicas citam-se a força, tempo de reação, idade, peso e visão.
De acordo com Iida (2005), para trabalhar com segurança e evitar a fadiga muscular
deve-se:
o - Trabalhar em posição confortável. Quando o assento está alto, a pressão nos músculos
da coxa pode provocar câimbras.
o - Operar dentro das limitações humanas particulares. Não exigir demais dos músculos.
As máquinas simples, como as alavancas e chaves diversas, foram criadas justamente
para multiplicar a força do homem.
o - Manter-se em movimento constante. O movimento do corpo no trabalho dinâmico ajuda
a circulação sanguínea, exercita uma grande variedade de músculos e é mais indicado do
que o trabalho parado ou com menos movimento.
o - Fazer pausas frequentes e curtas. Elas são mais eficazes na recuperação das energias,
do que as longas e raras.
Em relação às características fisiológicas, pode-se dizer que o corpo humano possui
certas limitações neste aspecto. Algumas delas são: tono muscular e força; eficiência
metabólica (quanto de alimento é usado para fazê-lo funcionar); resistência a certas doenças;
e as horas de sono e de descanso que são exigidos pelo corpo (VILELA et al., 2004).
Limitações fisiológicas como essas são comparáveis ao desempenho de uma máquina:
quanto de combustível é consumido, a temperatura de operação, as ligações do sistema
elétrico, etc. Estas limitações variam muito entre os diferentes indivíduos e podem variar,
na mesma pessoa, de dia para dia (IIDA, 2005).
Os limites fisiológicos são afetados por:
o Fadiga;
o Drogas, álcool e fumo;
o Produtos químicos (agrotóxicos);
o Doenças; e
o Condições ambientais: temperatura, umidade, vibração, ruído, poeira, etc.
Relativo às características psicológicas pode-se dizer que a segurança e o desempenho
pessoal dependem grandemente destes. Neste aspecto, os indivíduos são muito diferentes
das máquinas. Diferentemente dos homens, as máquinas não tem sentimento (MATOS,
2007).
De acordo com o mesmo autor os problemas psicológicos resultam de uma série de
situações:
o Conflitos pessoais – confusão e incerteza na mente do indivíduo;
o Tragédia pessoal – a perda de um amigo ou parente;
o Problemas interpessoais – problemas em casa, atrito entre pessoas;
o Problemas profissionais – dificuldades no trabalho;
o Dificuldades financeiras; e
o Insegurança (ou introversão) --- impede o indivíduo de solicitar informações que seriam
úteis à prevenção de acidentes.
5. PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM TRATORES AGRÍCOLAS
Corrêa et al. (2005) e Monteiro et al., (2010) afirmam que deve ser dada atenção ao
capital humano por ser a base de qualquer organização.
O trabalho educativo de conscientização seria uma alternativa para a redução de perdas,
danos à saúde do trabalhador e danos materiais ao empregador.
Cabe à empresa responsável pelo trabalho que está sendo executado tomar
providências quanto à implantação de condições de segurança que visem minimizar, ou
mesmo, erradicar as situações de risco de acidentes de trabalho, permitindo, desta forma,
que o trabalhador possa exercer sua atividade laborativa com o mínimo de ocorrências
É do conhecimento de todos que o modelo agrícola brasileiro é gerador de doenças
ocupacionais e acidentes de trabalho e, enquanto não houver uma força política capaz de
alterá-lo e resolver os seus problemas estruturais, devem ser conhecidas e utilizadas as
técnicas existentes, fazendo com que elas produzam o melhor efeito possível (GOSLING,
2008).
Entre as práticas a serem adotadas na prevenção de acidentes com tratores agrícolas,
podem ser destacadas três (Monteiro et al., 2010).
1 – Obediência às Normas: NR-31 e Lei do Trânsito.
2 – Dispositivos para tornar o trator mais seguro: cinto de segurança, EPC e outros.
3 – Treinamento dos operadores de tratores agrícolas.
A Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,
Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura – NR31, do Ministério do Trabalho
e Emprego, traz várias recomendações aplicáveis aos tratores agrícolas, inclusive a
proibição de conduzir pessoas junto ao posto do operador ou no implemento. A Lei do
Trânsito se aplica apenas quando o trator é obrigado a trafegar por estradas.
O trator proporciona grandes benefícios ao homem, mas pode causar grandes perdas
materiais e pessoais quando acontecem acidentes. Visando minimizar estes acidentes e suas
consequências, Monteiro et al. (2010) apresentaram algumas orientações práticas na sua
utilização.
o Ler e seguir as recomendações do manual do operador, visando familiarizar-se
com os diversos comandos presentes no trator, além de observar e entender os
diversos adesivos orientadores afixados em várias partes da máquina,
principalmente, as indicações de perigo, aviso e cuidado.
o Antes de trabalhar com equipamentos agrícolas, ler o manual do operador que
acompanha tal equipamento, pois, às vezes este requer técnicas especiais de
operação.
o Verificar o estado da EPC e do cinto de segurança, optando por utilizar o cinto
apenas no caso de existir EPC em perfeito estado de conservação.
o Em serviços de manutenção da EPC, utilizar peças originais e jamais fazer
furos na sua estrutura o que pode reduzir sua resistência a impactos e causar perda
da eficiência.
o Retirar a chave da ignição quando o trator não estiver em uso.
CONCLUSÃO
O tipo mais frequente é o capotamento, sendo causados normalmente pela falta de
conhecimento em relação às regras de segurança e pela falta de atenção na tarefa que está
sendo executada. Para os acidentes leves, o tipo mais comum foram os escorregões, sendo
causados na maioria das vezes por limitações inerentes ao equipamento, já lesões que atingem
as costas e a coluna do operador e as dores mais intensas ocorrem no pescoço e se referem a
ergonomia do trator em uso, os antigos com assentos mais rígidos provocam muito desconforto
para os trabalhadores com longas jornadas de trabalho.
A maioria dos acidentes ocorrem na colheita, no m anej o de produtos agrícolas e
na limpeza de áreas e terrenos andes do plantio.
A maioria dos operadores não utiliza EPI e não faz uso do manual de instruções
dos tratores.
A inclusão de dispositivos que tornem o trator mais confortável e seguro, o treinamento
dos operadores e a redução da jornada de trabalho são estratégias necessárias à redução da
incidência de acidentes com este tipo de máquina.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, A.L. A utilização do sistema CAD na análise ergonômica do posto de trabalho
do tratorista. 4º Congresso Temático de Dinâmica, Controle e Aplicações. Bauru, 2005.
MATOS, P. P. Higiene e segurança no trabalho. Disponível em:
http://www.maisunespsaude.com.br/menus/artigos. UNESP, Botucatu, SP. 2007. Acessado
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MONTEIRO et al., L. A. Prevenção de Acidentes com Tratores Agrícolas e Florestais. 1ª
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IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. 614p.
TEIXEIRA, M. L. P.; FREITAS, R. M. V. Acidentes do trabalho rural no interior paulista.
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Verificação de requisitos de segurança de tratores agrícolas em alguns municípios
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DEBIASI, H.; SCHLOSSER, J. F.; PINHEIRO, E. D. Características ergonômicas
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WITNEY, B. Choosing and using farm machines. Harlow : Longman Scientific and
technical, 1998. p.28-94. [ Links ]
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Acidentes com tratores agrícolas 2

  • 1. ACIDENTES COM TRATORES E MAQUINAS AGRÍCOLAS Sandro Henrique Moreno Neves Orientadora: Rogene Ferreira Neves RESUMO Em despeito à sua importância, poucas pesquisas vêm sendo executadas com o intuito de caracterizar os acidentes de trabalho com tratores e maquinas agrícolas, identificando sua natureza (tipo) bem como suas causas. Os acidentes graves tiveram causas diferentes comparativamente aos leves. Operadores sem treinamento adequado, a não observação de regras básicas de segurança e a longa jornada de trabalho são tendências observadas neste trabalho que ampliam os riscos de ocorrência de acidentes. A inclusão de dispositivos que tornem a máquina mais segura e confortável, bem como o treinamento dos operadores de tratores agrícolas são práticas de importância fundamental para a prevenção dos acidentes com tratores agrícolas. Palavras-chave: tipos de acidentes, causas dos acidentes, prevenção. SUMMARY In spite of its importance, few studies have been performed in order to characterize the accidents with tractors and agricultural machinery, identifying its nature (type) as well as its causes. Major accidents have various causes and slight. Operators without adequate training, failure to observe basic safety rules and long working hours are reported in this work we extend the risk of accidents. The inclusion of provisions that make the machine safer and more comfortable, as well as training of operators of agricultural tractors practices are fundamental to the prevention of accidents with tractors importance. Key words: kind of accidents, causes of accidents, prevention.
  • 2. INTRODUÇÃO O trator agrícola é a fonte de potência mais importante do meio rural, contribuindo para o desenvolvimento e avanço tecnológico dos Sistemas agrícolas de produção de alimentos e também de fontes alternativas de energias renováveis, tais como o álcool e o biodiesel. Estudos recentes realizados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), mostraram que as atividades agrícolas, em especial a utilização de máquinas agrícolas, estão entre as três atividades mais perigosas para os trabalhadores, sendo que para cada três acidentes ocorrido no meio rural, um ocasionou a incapacidade permanente do trabalhador. A operação com tratores e equipamentos agrícolas são as que oferecem os maiores riscos de acidentes. Os acidentes de trabalho representam enorme importância social e econômica, estudos estatísticos têm demonstrado a gravidade deste problema, seja pela incidência de acidentes, seja pela idade dos acidentados, seja pelas suas consequências. O artigo 131 do Decreto no 2.172, de 05 de março de 1997, acidente de trabalho no meio rural é o que ocorre na realização do trabalho rural, a serviço do empregador, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. De uma maneira geral, conforme expõem ZÓCCHIO (1971), o acidente de trabalho no meio rural pode ser considerado como sendo todo o acontecimento que não esteja programado e que interrompa, por pouco ou muito tempo, a realização de um serviço, provocando perda de tempo, danos materiais e/ou lesão corporal. Neste sentido, o acidente é considerado grave quando resulta no afastamento do trabalhador rural da sua atividade produtiva por um período igual ou superior a 15 dias (UNESP, 1994). A utilização intensa de máquinas agrícolas ampliou consideravelmente os riscos a que estão sujeitos os trabalhadores rurais, e mais de 60% das mortes ocorridas em acidentes de trabalho no setor agrário são consequências da mecanização agrícola. Furlani (1999). Quanto à idade, refere-se o autor que 40% das mortes em crianças na zona rural são consequências de acidentes com máquinas agrícolas. Informações e p e s q u i s a s afirmam que acidentes com tratores, têm sido identificados como a principal causa de morte ou lesão incapacitante em trabalhadores rurais. Os autores ressaltam inclusive o modo de ocorrência das lesões, isto é, um grande número de acidentes acontece quando o trabalhador sobe ou desce da máquina.
  • 3. No Brasil as principais causas de acidentes com tratores agrícolas são, falta de atenção durante a operação, treinamento e capacitação dos operadores e conscientização dos mesmos na operação da máquina. Os prejuízos econômicos e sociais advindos dos acidentes com tratores agrícolas também são bastante elevados. Estes ocorrem tanto em termos de danos físicos ao operador como em termos financeiros, para o Estado, sociedade em geral e para o próprio acidentado. Hoje em dia existe uma grande variedade de modelos de tratores com diferentes sistemas de rodados, diversos órgãos com funções bastante específicas, além de acessórios para fornecer maior conforto para o operador, que pode usufruir de banco com assento estofado e amortecedores pneumáticos, cabines com ar condicionado, som ambiente e computadores de bordo e, mais importante que isso, dispondo de sistemas de segurança tais como: estrutura de proteção contra o capotamento (EPCC), cinto de segurança, proteção das partes móveis, alarmes, bloqueadores eletrônicos, dispositivos de segurança para partida do motor, sinalizadores de direção e de emergência. Emborahaja pouca informação e raros trabalhos de pesquisa nesta área, não é difícil se verificar na prática a importância dos acidentes de trabalho envolvendo tratores agrícolas, o que pode ser comprovado pela elevada frequência e gravidade dos mesmos. Uma das principais consequências da modernização da agricultura brasileira foi a substituição progressiva do trabalho manual pelo trabalho mecanizado. A introdução de instrumentos e insumos modernos nas tarefas agrícolas ampliou significativamente os tipos de acidentes de trabalho a que estão sujeitos os trabalhadores rurais (RODRIGUES DA SILVA, 1986). Se antes os acidentes de trabalho no meio rural estavam restritos basicamente a quedas, ferimentos com ferramentas de trabalho (enxada, facão) e envenenamentos causados por animais peçonhentos, a manipulação de agrotóxicos e a utilização intensa de máquinas agrícolas ampliou consideravelmente os riscos a que estão sujeitos os trabalhadores rurais em seu trabalho diário. Assim, o objetivo deste trabalho foi caracterizar os acidentes envolvendo tratores e maquinas agrícolas através da determinação de seus tipos e causas predominantes, a fim de se obter estratégias eficientes na sua prevenção.
  • 4. 1. SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE TRATORES AGRÍCOLAS A Norma Regulamentadora De Segurança E Saúde No Trabalho Na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal E Aqüicultura – NR 31 (Portaria N.º 86, DE 03/03/05 - DOU DE 04/03/05), no parágrafo 31.12, que trata das máquinas e equipamentos agrícolas, determina que todos os tratores agrícolas devem ser equipados com diversos dispositivos de segurança que garantem a integridade física do operador desde que usados de maneira correta, dentre estes equipamentos podemos citar as estruturas de proteção ao capotamento (EPC), (Figura 1) que usadas em conjunto com o cinto de segurança, (Figura 2), protegem o operador de ser esmagado pelo trator quando este vier a tombar. Figura 1 –Estruturas de Proteção ao Capotamento (EPC) Figura 2 – Cinto de segurança A ausência destes dispositivos de segurança aumenta significativamente os percentuais de morte por esmagamento do operador, (Figura 3).
  • 5. Figura 3 – A u s ê n c i a d e E s t r u t u r a s d e P r o t e ç ã o a o C a p o t a m e n t o , r i s c o i m i n e n t e d e esmagamento do Operador. No Brasil, estudos sobre acidentes rurais ainda são bastante limitados, existem poucos trabalhos sobre acidentes com conjuntos tratorizados, dificultando o estudo das causas específicas do acidente e, restringindo as bases de dados que poderiam auxiliar no controle da frequência e gravidade dos acidentes. Além do tombamento da máquina, outro mecanismo que tem causado grande número de acidentes fatais ou ocasionado lesões graves e irreversíveis, são a utilização de equipamentos acionados pela tomada de potência do trator, conhecida pela sigla TDP ou TDF, este eixo cardãn, transmite a potência do motor do trator para acionamento de equipamentos a ele acoplado, quase que a totalidade dos acidentes ocorridos com este mecanismo poderiam ser evitados se os operadores tivessem mais conhecimento e consciência no momento da utilização do mesmo. Vários mecanismos de proteção para estes tipos de eixo estão disponíveis no mercado, muitos inclusive já acompanham o equipamento no momento de sua aquisição, porém durante a operação estão sujeitos a quebras e jamais são substituídos, (Figura 4). Figura 4 – Proteções para Tomada de Potência
  • 6. Outro ponto importante quando se fala em tomada de potência, são as improvisações, conhecidas como gambiarras é comum a utilização de vergalhões, pregos, arames de cerca entre outros, em substituição aos pinos de união das extremidades dos eixos, (Figura 5), soldas entre outros, transformam estes equipamentos em verdadeiras máquinas de arrancar braços e pernas ou causar a morte do operador. 2. ERGONOMIA APLICADA EM TRATORES AGRÍCOLAS A ergonomia é definida como sendo a ciência que estuda as relações existentes entre o homem, o trabalho e o ambiente que os circunda, onde se busca adaptar o segundo em relação ao primeiro (DEBIASI et al., 2004). Deve-se levar em consideração que esta adaptação envolve os vários locais, máquinas, ferramentas, materiais e métodos onde o homem esteja exercendo sua atividade laborativa. Devido ao fato dos trabalhadoresrurais terempouco poderde organização e reivindicação, a ergonomia, não é tão frequente na agricultura. Os tratores tem sido o principal objeto de estudo e pesquisa por empresas que produzem máquinasagrícolasdevido a sualargautilização. Representação tridimensional do posto de trabalho do tratorista seguindo metodologia adotada por Silva (2005). FIGURA 1 – Acomodação do assento do operador, vista lateral
  • 7. Fonte: NBR/MN/ISO 5353 FIGURA 2 – Acomodação do assento do operador, vista superior Fonte: NBR/MN/ISSO 5353 FIGURA 3 – Design do assento do trator Ford 6610 Fonte: Própria Portanto, a questão ergonômica relacionada à operação de tratores agrícolas pode ser entendida por meio da análise do conjunto homem – máquina - ambiente, estando a eficiência deste conjunto ao executar suas funções, dependente de diversos fatores, tendo a ergonomia que agir sobre estes, buscando otimizá-los com o objetivo de aumentar a eficiência do conjunto de forma a oferecer ao homem as condições ideais para o trabalho (SANTOS et al. 2004). 3. ACIDENTES DE TRABALHO COM TRATORES E MÁQUINAS AGRÍCOLAS O acidente de trabalho é definido pelo Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, no artigo 131, do Decreto n0 2.172, de 05 de março de 1997 como sendo o evento que acontece de maneira não programada, fortuita ou casual que modifica a rotina de
  • 8. trabalho, podendo resultar em perda de tempo, danos materiais de toda espécie, mutilações, perdas diversas e, principalmente, da vida, independente da verificação de lesões no trabalhador (BRASIL, 1997). A partir do momento em que a agricultura evoluiu rapidamente com a introdução do trator agrícola como ferramenta de trabalho, tem sido percebido aumento considerável no índice de acidentes de trabalho no meio rural, com consequências mais graves para operadores, ajudantes e terceiros, envolvendo estas máquinas. Segundo Schlosser et al. (2004) este aumento é decorrente da mecanização agrícola a partir do momento em que vem ocorrendo bruscamente a substituição do trabalho manual pelo trabalho mecanizado. Para Lima et al. (2005), máquinas são colocadas no mercado sem qualquer preocupação aparente por parte de seus fabricantes com relação a determinados parâmetros indispensáveis para a realização de trabalhos com conforto e segurança. Outra situação preocupante, segundo o pesquisador, é o despreparo dos operadores de máquinas que não possuem treinamento adequado e se propõem a operar máquinas sofisticadas podendo contribuir para a ocorrência de acidentes de trabalhos graves. Concluímos que devido a esse despreparo por parte do operador que utiliza o trator em local impróprio para trabalhar, aproximação excessiva de pessoas ou a permissão de transporte irregular de pessoas junto ao posto do operador ou nos implementos, se constituem nas causas que motivam este tipo de acidente. 4. PRINCIPAIS CAUSAS E RISCOS DE ACIDENTES COM TRATORES AGRÍCOLAS Embora as estatísticas sobre acidentes com tratores agrícolas sejam muito raras no Brasil, sabe-se que essas máquinas são responsáveis por cerca de 20% dos acidentes de trabalho na agricultura. Além de serem raras, estas estatísticas são desprovidas de representatividade e, consequentemente, de credibilidade (Monteiro et al. (2010). 4.1.1 Causas Humanas Nos Acidentes Com Tratores Agrícolas Segundo Iida (2003) muitos acidentes costumam ser atribuídos ao erro humano ou ao fator humano, isto é, na maioria das ocorrências o acidente é a evidência do erro humano. Entretanto, quando se fala em erro humano geralmente se refere a uma desatenção ou negligência do trabalhador.
  • 9. Quase sempre o erro humano resulta em custosos danos ao equipamento e na perda de tempo para os reparos, além da perda da vida do envolvido em casos mais graves. Uma máquina pode ser reparada ou substituída o que nem sempre é possível quando o erro causa um dano ao corpo humano (TEIXEIRA, 2003). As limitações físicas humanas são reconhecidas e se trabalha dentro delas, têm-se menos acidentes do que alguém que tenta trabalhar além dos seus. Assim pode-se ter melhor controle do ambiente e da máquina que se opera sendo capaz de evitar acidentes mais facilmente. Como limitações físicas citam-se a força, tempo de reação, idade, peso e visão. De acordo com Iida (2005), para trabalhar com segurança e evitar a fadiga muscular deve-se: o - Trabalhar em posição confortável. Quando o assento está alto, a pressão nos músculos da coxa pode provocar câimbras. o - Operar dentro das limitações humanas particulares. Não exigir demais dos músculos. As máquinas simples, como as alavancas e chaves diversas, foram criadas justamente para multiplicar a força do homem. o - Manter-se em movimento constante. O movimento do corpo no trabalho dinâmico ajuda a circulação sanguínea, exercita uma grande variedade de músculos e é mais indicado do que o trabalho parado ou com menos movimento. o - Fazer pausas frequentes e curtas. Elas são mais eficazes na recuperação das energias, do que as longas e raras. Em relação às características fisiológicas, pode-se dizer que o corpo humano possui certas limitações neste aspecto. Algumas delas são: tono muscular e força; eficiência metabólica (quanto de alimento é usado para fazê-lo funcionar); resistência a certas doenças; e as horas de sono e de descanso que são exigidos pelo corpo (VILELA et al., 2004). Limitações fisiológicas como essas são comparáveis ao desempenho de uma máquina: quanto de combustível é consumido, a temperatura de operação, as ligações do sistema elétrico, etc. Estas limitações variam muito entre os diferentes indivíduos e podem variar, na mesma pessoa, de dia para dia (IIDA, 2005).
  • 10. Os limites fisiológicos são afetados por: o Fadiga; o Drogas, álcool e fumo; o Produtos químicos (agrotóxicos); o Doenças; e o Condições ambientais: temperatura, umidade, vibração, ruído, poeira, etc. Relativo às características psicológicas pode-se dizer que a segurança e o desempenho pessoal dependem grandemente destes. Neste aspecto, os indivíduos são muito diferentes das máquinas. Diferentemente dos homens, as máquinas não tem sentimento (MATOS, 2007). De acordo com o mesmo autor os problemas psicológicos resultam de uma série de situações: o Conflitos pessoais – confusão e incerteza na mente do indivíduo; o Tragédia pessoal – a perda de um amigo ou parente; o Problemas interpessoais – problemas em casa, atrito entre pessoas; o Problemas profissionais – dificuldades no trabalho; o Dificuldades financeiras; e o Insegurança (ou introversão) --- impede o indivíduo de solicitar informações que seriam úteis à prevenção de acidentes. 5. PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM TRATORES AGRÍCOLAS Corrêa et al. (2005) e Monteiro et al., (2010) afirmam que deve ser dada atenção ao capital humano por ser a base de qualquer organização. O trabalho educativo de conscientização seria uma alternativa para a redução de perdas, danos à saúde do trabalhador e danos materiais ao empregador. Cabe à empresa responsável pelo trabalho que está sendo executado tomar
  • 11. providências quanto à implantação de condições de segurança que visem minimizar, ou mesmo, erradicar as situações de risco de acidentes de trabalho, permitindo, desta forma, que o trabalhador possa exercer sua atividade laborativa com o mínimo de ocorrências É do conhecimento de todos que o modelo agrícola brasileiro é gerador de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho e, enquanto não houver uma força política capaz de alterá-lo e resolver os seus problemas estruturais, devem ser conhecidas e utilizadas as técnicas existentes, fazendo com que elas produzam o melhor efeito possível (GOSLING, 2008). Entre as práticas a serem adotadas na prevenção de acidentes com tratores agrícolas, podem ser destacadas três (Monteiro et al., 2010). 1 – Obediência às Normas: NR-31 e Lei do Trânsito. 2 – Dispositivos para tornar o trator mais seguro: cinto de segurança, EPC e outros. 3 – Treinamento dos operadores de tratores agrícolas. A Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura – NR31, do Ministério do Trabalho e Emprego, traz várias recomendações aplicáveis aos tratores agrícolas, inclusive a proibição de conduzir pessoas junto ao posto do operador ou no implemento. A Lei do Trânsito se aplica apenas quando o trator é obrigado a trafegar por estradas. O trator proporciona grandes benefícios ao homem, mas pode causar grandes perdas materiais e pessoais quando acontecem acidentes. Visando minimizar estes acidentes e suas consequências, Monteiro et al. (2010) apresentaram algumas orientações práticas na sua utilização. o Ler e seguir as recomendações do manual do operador, visando familiarizar-se com os diversos comandos presentes no trator, além de observar e entender os diversos adesivos orientadores afixados em várias partes da máquina, principalmente, as indicações de perigo, aviso e cuidado. o Antes de trabalhar com equipamentos agrícolas, ler o manual do operador que acompanha tal equipamento, pois, às vezes este requer técnicas especiais de operação. o Verificar o estado da EPC e do cinto de segurança, optando por utilizar o cinto
  • 12. apenas no caso de existir EPC em perfeito estado de conservação. o Em serviços de manutenção da EPC, utilizar peças originais e jamais fazer furos na sua estrutura o que pode reduzir sua resistência a impactos e causar perda da eficiência. o Retirar a chave da ignição quando o trator não estiver em uso.
  • 13. CONCLUSÃO O tipo mais frequente é o capotamento, sendo causados normalmente pela falta de conhecimento em relação às regras de segurança e pela falta de atenção na tarefa que está sendo executada. Para os acidentes leves, o tipo mais comum foram os escorregões, sendo causados na maioria das vezes por limitações inerentes ao equipamento, já lesões que atingem as costas e a coluna do operador e as dores mais intensas ocorrem no pescoço e se referem a ergonomia do trator em uso, os antigos com assentos mais rígidos provocam muito desconforto para os trabalhadores com longas jornadas de trabalho. A maioria dos acidentes ocorrem na colheita, no m anej o de produtos agrícolas e na limpeza de áreas e terrenos andes do plantio. A maioria dos operadores não utiliza EPI e não faz uso do manual de instruções dos tratores. A inclusão de dispositivos que tornem o trator mais confortável e seguro, o treinamento dos operadores e a redução da jornada de trabalho são estratégias necessárias à redução da incidência de acidentes com este tipo de máquina.
  • 14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SILVA, A.L. A utilização do sistema CAD na análise ergonômica do posto de trabalho do tratorista. 4º Congresso Temático de Dinâmica, Controle e Aplicações. Bauru, 2005. MATOS, P. P. Higiene e segurança no trabalho. Disponível em: http://www.maisunespsaude.com.br/menus/artigos. UNESP, Botucatu, SP. 2007. Acessado em: 10/05/2010. MONTEIRO et al., L. A. Prevenção de Acidentes com Tratores Agrícolas e Florestais. 1ª Ed, 105p, UNESP – BOTUCATU – SP, 2010. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. 614p. TEIXEIRA, M. L. P.; FREITAS, R. M. V. Acidentes do trabalho rural no interior paulista. São Paulo Perspec., São Paulo, v. 17, n. 2, June 2003 . Available from <http://www.scielo.br/scielo. acessado em 16 Maio 2010. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 9. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2003. 465p. GOSLING. M.; ARAÚJO. G. C. D. O Mundo da Saúde São Paulo: 2008: jul/set 32(3):275- 286 CORRÊA, I. M.; YAMASHITA, R. Y.; FRANCO, A. V. F.; RAMOS, H. H. Verificação de requisitos de segurança de tratores agrícolas em alguns municípios do estado de São Paulo. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 30, p. 25-33, 2005.
  • 15. DEBIASI, H.; SCHLOSSER, J. F.; PINHEIRO, E. D. Características ergonômicas dos tratores agrícolas utilizados na região central do Rio Grande do Sul. Ciência Rural, Santa Maria, v. 34, n. 6, 2004. DEBIASI, H.; SCHLOSSER, J. F.; WILLES, J. A. Acidentes de trabalho envolvendo conjuntos tratorizados em propriedades rurais do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Rural, v. 34, n: 3, p. 779-784, 2004. ALONÇO, A. dos S. Noções de segurança e operação de tratores. In: REIS, A.V. dos, MACHADO, A.L.T., TILLMANN, C.A. da C., et al. Motores, tratores, combustíveis e lubrificantes. Pelotas : Universitária, 1999. Cap.4, p.221-230. [ Links ] CARDELLA, B. Segurança no trabalho e prevenção de acidentes: uma abordagem holística: segurança integrada à missão organizacional com produtividade, qualidade, preservação ambiental e desenvolvimento de pessoas. São Paulo : Atlas, 1999. 254p. [ Links ] FIELD, B. Safety with farm tractors. Indiana : Cooperative Extension Service, Purdue University, 2000. 10p. (Bulletin S-56). [ Links ] MÁRQUEZ, L. Maquinaria agrícola y seguridad vial. Boletim Salud y Trabajo, Madrid, n.56, 6p. 1986. [ Links ] MÁRQUEZ, L. Solo tractor’90. Madrid: Laboreo, 1990. Cap.4: Ergonomía y seguridad en los tractores agrícolas: p.146-207. [ Links ] MONK, A.S., MORGAN, D.D.V., MORRIS, J., et al. The cost of accidents in agriculture. Journal of Agricultural Engeneering Research, Silsoe, v.33, p.245-257, 1986. [ Links ] RODRIGUES, V.L.G.S., DA SILVA, J.G. Acidentes de trabalho e modernização da agricultura brasileira. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v.14, n.56, p.28-39, 1986. [ Links ] SCHEAFFER, R.L., MENDENHALL III, W., Ott, L. Elementary survey sampling. 5. ed. USA : IPT, 1996. p.126-195. [ Links ] SILVA, J.R., FURLANI NETO, V.L. Acidentes graves no trabalho rural: II – Caracterização. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 28, 1999, Pelotas, RS. Anais.... Pelotas : Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola, 1999. CD-Room. [ Links ]
  • 16. STORCK, L.; LOPES, S.J.; LÚCIO, A.D. Introdução à experimentação. Santa Maria : UFSM, 2000. 49p. [ Links ] UNESP. Prevenção e controle de riscos em máquinas. Bauru: Faculdade de Engenharia e Tecnologia, 1994. 165p. Apostila. [ Links ] ZÓCCHIO, A. Prática da prevenção de acidentes: ABC da segurança do trabalho. 2. ed. São Paulo : Atlas, 1971. 173p. [ Links ] WITNEY, B. Choosing and using farm machines. Harlow : Longman Scientific and technical, 1998. p.28-94. [ Links ]