2. “A fé em algo sobre-humano não cai nos
corações dos homens como chovido do céu,
mas aprende-se no e através de um contexto
social concreto e está marcada, durante toda
a vida, pelas influências meio-ambientais.”
Bernard Grom
3. “A religiosidade está condicionada
pela cultura e pela socialização e
marcada pelas relações em que o
crente se situa frente a outros -
indivíduos, grupos e instituições -
que são importantes para ele.”
Bernard Grom
4. O mundo difícil que o adolescente
vive e o mundo no qual se
encontra submerso, têm fortes
ressonâncias na sua experiência
religiosa.
5. O adolescente está situado entre um mundo
estável e feliz que ainda o atrai - a realidade
da sua infância - e um mundo incerto,
inseguro, bastante desconcertante - o dos
adultos - onde não sabe como se situar.
6. CARACTERÍSTICAS
DA RELIGIOSIDADE DO ADOLESCENTE
Situação de ambivalência;
de incerteza;
de incipientes dúvidas religiosas;
desconfiança face às pessoas
religiosas.
7. Rejeição de uma certa
religiosidade tradicional,
considerada não genuína.
8. restos de egoísmo
infantil,
imaturidade,
hedonismo
12. Esta ansiedade leva-o a acudir a Deus
como único amparo seguro nas
dificuldades da vida.
A religiosidade pode aparecer como
um factor redutor das suas tensões
emotivas ou como um factor de
instabilidade emotiva.
13. Nascimento da vida interior e o narcisismo
idealista
Ao nascimento da vida interior une-se a
experiência da solidão.
Ajuda-o a descobrir a amizade.
Procura outro que o complete.
Vê em Deus o confidente dos seus monólogos
interiores, o amigo compreensivo e único
apoio na dor.
14. Torna o adolescente mais sensível
aos valores religiosos e torna mais
íntimo, interiorizado e pessoal, o
sentimento religioso.
Este despertar religioso está tingido
de idealismo narcisista, factor
poderoso de desenvolvimento
psicológico.
15. O eticismo
Com o adolescente começa um período
de imensa conotação ética.
O ressurgir da religiosidade está
relacionado com esta orientação ética da
idade.
A religião confere motivos para a sua
busca de uma perfeição moral.
O adolescente coloca Deus ao serviço da
realização do seu EU ideal.
19. PARA O ADOLESCENTE DEUS É:
Poder - aparece mais como força do que
como uma pessoa. Deus é bom. Reza-lhe
perante as dificuldades e nos momentos de
entusiasmo.
Apoio - é Aquele em quem se descansa.
Voltamo-nos para Ele para lhe implorar ou lhe
dar graças quando nos ajuda a superar a
dificuldade.
20. O objectivo último seria viver e superar as
dificuldades.
Diante da descoberta do fracasso, Deus vai
ser posto à prova ao aparecer silencioso.
Tentação de o considerar menos necessário.
Ruptura com a imagem de Deus da sua
infância.
21. Progressiva espiritualização da imagem de
Deus, isto é, abandona a concepção
antropomórfica de Deus.
Interiorização da noção de Deus - participa na
sua vida espiritual com o perigo de cair num
subjectivismo emocional que reduz Deus às
suas próprias necessidades.
22. Passar de uma relação de dependência perante
Deus a uma relação mais madura, de igualdade e
mútua colaboração.
Amigo e confidente
Pai misericordioso
Modelo ideal
Deus da Lei
DEUS
23. DISTINTA CONCEPÇÃO DE DEUS ENTRE
RAPAZES E RAPARIGAS
Raparigas – tendem a acentuar a dependência
no que respeita a Deus, assim como a
intimidade e a confiança face a Ele.
Rapazes – sentem mais a necessidade de um
Deus misericordioso, forte e poderoso.
24. FIGURA DE CRISTO
A figura de Jesus Cristo pode ir unida à de Deus
e participa praticamente das mesmas
características apontadas para Ele.
Para muitos adolescentes, a figura de Deus-Pai
começa a ceder o seu lugar à figura de Jesus.
25. AS PRÁTICAS RELIGIOSAS
Como definir a vivência religiosa
do adolescente?
Vivência incómoda, conflituosa de
encarar a Deus.
Que fazer?
A progressiva mudança do
adolescente não quer dizer que
rompa radicalmente com o seu
mundo vivencial anterior.
26. Frequência nas
práticas religiosas -
falar com Deus das
suas coisas.
Direcção das práticas
religiosas - oração
mais pessoal do que
fórmulas.
Progressivo abandono
das práticas religiosas
- para quê comungar?
Para quê confessar?
Reage contra o
ritualismo.
Ruptura com a infância
= ruptura com as
práticas religiosas
27. Abandono das práticas religiosas:
Razões de ambiente familiar
Razões sexuais
Razões sociais: imitar o adulto
“Catequese formalista”
28. O ADOLESCENTE E A IGREJA
Identificação bastante positiva com
a Igreja - “os homens que a dirigem
dedicam-se aos outros”.
Decaimento progressivo do
sentimento de pertença à Igreja -
sente-se estranho na Igreja.
29. SÍNTESE
A evolução do adolescente e do
mundo em que se encontra inserido
tem fortes ressonâncias na sua
experiência religiosa.
Está capacitado para o encontro
com Deus e para o viver de forma
pessoal.
Conflito face a Deus
Necessita de um Deus amigo, que
lhe é familiar.