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A PROCURA DE JANE ROMANCE DE GIZELDA MORAIS ANÁLISE PELO PROFESSOR ALEXANDRE SANTOS
GIZELDA, MAIS POETA DO QUE ROMANCISTA ,[object Object]
ROSA NO TEMPO Pela rua   Gizelda Morais   Caminho pela rua...  quantos destinos cruzam-se comigo,  quantas vidas diferentes de outras vidas,  quantas faces diferentes de outras faces...  Vou passando por muitos  (enquanto eles também passam por mim)  e perscruto seus gestos, seus modos, seus olhares.
Vejo gente sorrindo,  vejo gente cansada,  gente altiva, gente humilde, gente triste...  não vejo alguém chorando,  mas, quanta gente choraria o pranto  guardado, se não fosse a vergonha  de chorar pela rua.
[object Object]
A ESTRUTURA DO ENREDO
DOM QUIXOTE DE LA MANCHA ,[object Object]
A AMBIGUIDADE DO TÍTULO ,[object Object]
A DIVISÃO DA NARRATIVA POR PARTES ,[object Object]
A narrativa se inicia com a personagem central retornando de uma viagem que fizera aos Estados Unidos, talvez a última, depois de já ter feito várias outras e conhecido várias parte do mundo. Nessa viagem, um rapaz que embarca em Miami chama a sua atenção e acaba se tornando amigos.
Professora de filosofia, aposentada, Jane Brasil, cinqüenta anos, vendeu o apartamento, onde morava em Belo Horizonte, e um fusca velho, e com o dinheiro patrocinou mais uma vez uma viagem para o exterior, sendo que desta feita, para os Estados Unidos.
Percebe-se que a intenção da protagonista nessas viagens é conhecer culturas diferentes e compará-las com o Brasil. Faz constantemente reflexões sobre os costumes dos lugares e dialoga com diversos textos da literatura brasileira e internacional.
[object Object],[object Object]
JANE BRASIL, A PROFESSORA APOSENTADA ,[object Object]
Nesta primeira parte, a personagem protagonista procura a partir de lembranças provocadas pelos diversos acontecimentos ao seu redor refletir sobre sua origem, seu estado atual e principalmente sobre seus conflitos interiores.
[object Object],REFLEXÃO SOBRE SUA ORIGEM BIOLÓGICA GENÉTICA
OS PAIS BIOLÓGICOS ,[object Object],[object Object]
OS PAIS BIOLÓGICOS ,[object Object],[object Object]
QUESTIONAMENTOS EXISTENCIAIS ,[object Object]
QUESTIONAMENTOS EXISTENCIAIS ,[object Object]
PRESENTE E PASSADO SE FUNDEM  ,[object Object]
A OBSESSSÃO DE JANE BRASIL ,[object Object]
O SENTIMENTO DE CULPA ,[object Object]
A ORIGEM BIOLÓGICA DA PERSONAGEM ,[object Object]
Na segunda parte, denominada  A chegada , a personagem protagonista se depara com uma série de nuances, como, por exemplo, a ordem judicial para desocupar o apartamento e a solução encontrada que foi morar num abrigo.
[object Object]
A DURA REALIDADE  ,[object Object]
REFLEXÕES SOBRE O MAGISTÉRIO ,[object Object]
Na terceira parte, chamada de  Busca,  Jane Brasil empreende uma procura de sua origem familiar, tendo que se deslocar de Minas Gerais à Bahia, numa espécie de prestação de contas com o seu passado.
A BUSCA DA PSICÓLOGA ,[object Object]
A EPIFANIA ,[object Object]
A VERSÃO DA PSICÓLOGA ,[object Object]
UMA NOVA BUSCA ,[object Object]
O ENCONTRO: MÃE E FILHA  ,[object Object]
[object Object],[object Object]
SONHO E REALIDADE ,[object Object]
NO DESFECHO DA HISTÓRIA ,[object Object]
CONCLUSÕES As origens familiares de Jane Brasil se resumem numa tentativa de reconstruir sua identidade a partir de sua família biológica e de sua família adotiva, com a qual ela conviveu grande parte de sua adolescência.
[object Object]
Os aspectos sociais de sua existência giram em torno de sua formação profissional, visto que, no momento da narrativa, ela assume a postura de professora aposentada de filosofia, na plenitude de sua vida intelectual, mas situada numa condição de indigência pelas péssimas condições salariais e de moradia.
As reflexões culturais giram em torno das análises que ela faz em torno da prática de ensino que norteou sua condição profissional de professora e de intelectual.
Ganha corpo na narrativa a procura obstinada que Jane faz em busca de uma chamada “prestação de contas” com uma psicóloga, que, segundo ela, apropriou-se de alguns de seus escritos e publicou em forma de livro autobiográfico com outro título.
[object Object]
No desfecho, sabe-se que o encontro entre Jane Brasil e a psicóloga não passa de um truque narrativo, visto que a psicóloga não é nada mais, nada menos que a própria Gizelda, chamada de G.M., portanto criadora da personagem-protagonista.  ( ... ) Não irá disputar com G.M. a autoria do livro Jane Brasil. ( ... )
A busca de suas origens termina com esta reflexão:  “ De qualquer forma, a pessoa que se tornou a partir de seu nascimento, fruto de desejos carnais ou de anseios da mente, é temporária e impermanente, como todo mundo. Por isso ela resiste, vai continuar a sua vida e ninguém vai saber o seu final.”
ASPECTOS ESTRUTURAIS DA NARRATIVA
O FOCO NARRATIVO   ,[object Object]
A trajetória da protagonista é praticamente apresentada ao leitor pelo narrador que, às vezes, em discurso indireto livre parece querer se tornar cúmplice das “náuseas” da personagem.
A ESTRUTURA DO ENREDO   ,[object Object]
Na primeira parte do romance, denominada  A VIAGEM , o narrador acompanha a trajetória da protagonista numa viagem que faz dos USA ao Brasil, mais precisamente um retorno a Belo Horizonte. Não se limita apenas a narrar as peripécias, mas, principalmente, refletir sobre as lembranças da personagem protagonista.
Na segunda parte, denominada de  A CHEGADA , o narrador se concentra em refletir as peripécias da protagonista envolvida na necessidade premente em entregar seu apartamento vendido, mas não desocupado dentro do prazo previsto.
Na terceira e última parte,  A BUSCA , a protagonista empreende uma viagem em busca de suas origens familiares e, ao mesmo tempo, de um acerto de contas com uma psicóloga que, segundo ela, teria publicado relatos de sua juventude sem sua permissão.
Percebe-se que nas três partes predomina uma busca à origem de acontecimentos que, de uma forma ou de outra, interferiram na estruturação da personalidade da protagonista, além de ser a essência de seus conflitos, temática que já tinha aparecido em romances como Jane Brasil, Ibiradiô e Preparem os agogôs.
O TEMPO   ,[object Object]
O tempo cronológico coincide com o tempo histórico, iniciando-se com a partida da protagonista do aeroporto de Seatle City, nos Estados Unidos, e terminando com uma viagem de retorno a Belo horizonte, na rodoviária de Salvador, no estado da Bahia. Não é possível precisar a duração do tempo entre a partida e o retorno.
O tempo psicológico é predominante na narrativa, ocorrendo, principalmente, porque o narrador centra insistentemente o seu relato nas reflexões sobre os pensamentos, sensações e conflitos da protagonista, e, por isso, a seqüência cronológica dos fatos não é o aspecto mais pertinente.
A quebra da estrutura linear não violentamente quebrada, mas a narrativa é permeada de retornos ao passado que servem para a compreensão e explicação dos conflitos interiores de Jane Brasil.
O ESPAÇO/OAMBIENTE   ,[object Object]
Em A procura de Jane, contudo, determinados espaços provocarão na personagem impactos importantes para a sua compreensão dos problemas que a afligem. Os Estados Unidos, por exemplo, são importantes para que Jane faça analogia das relações culturais, sociais e políticas com o Brasil.
Em São Paulo, Jane Brasil passou grande parte de sua adolescência, tendo, inclusive, sendo internada para tratamento de saúde e psicológico. É um espaço onde reside a origem de alguns de seus conflitos.
Minas Gerais é o estado onde mora a protagonista, sendo que o apartamento vendido para que a viagem ao exterior se tornasse viável, o Abrigo Santa Rita, onde vai morar depois que chega de viagem e Poços de Caldas, onde mora a autora que publicou seus conflitos autobiográficos, são ambientes reveladores das aflições da protagonista.
Na Bahia, o destaque fica por conta da cidade de Irecê, onde moram os componentes da família adotiva, inclusive sua mãe, e Salvador, em que adquire um bilhete da Caixa Econômica em que imagina ganhadora.
A INTERTEXTUALIDADE   ,[object Object]
EM  JANE BRASIL ,[object Object]
EM IBIRADIÔ ,[object Object]
EM PREPAREM OS AGOGÔS ,[object Object]
[object Object]
É também um romance que estabelece diálogo com a vertente introspectiva, psicológica da Literatura brasileira que teve como embrião Machado de Assis e atingiu o auge com Clarice Lispector. Essa temática tem como seguidoras escritoras do mais alto nível como Helena Parente, Sônia Coutinho e Ligia Fagundes Telles.
O DIÁLOGO COM OUTRAS OBRAS ,[object Object],[object Object]
NOITES DE CABÍRIA
MIGUEL DE CERVANTES ,[object Object],[object Object]
A LINGUAGEM   ,[object Object],[object Object],[object Object]
PERSONAGENS   PRINCIPAIS ,[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
O QUE OBSERVAR NO ROMANCE   ,[object Object],[object Object],[object Object]
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A procura de jane roteiro crítico

  • 1. A PROCURA DE JANE ROMANCE DE GIZELDA MORAIS ANÁLISE PELO PROFESSOR ALEXANDRE SANTOS
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  • 3. ROSA NO TEMPO Pela rua Gizelda Morais Caminho pela rua... quantos destinos cruzam-se comigo, quantas vidas diferentes de outras vidas, quantas faces diferentes de outras faces... Vou passando por muitos (enquanto eles também passam por mim) e perscruto seus gestos, seus modos, seus olhares.
  • 4. Vejo gente sorrindo, vejo gente cansada, gente altiva, gente humilde, gente triste... não vejo alguém chorando, mas, quanta gente choraria o pranto guardado, se não fosse a vergonha de chorar pela rua.
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  • 6. A ESTRUTURA DO ENREDO
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  • 10. A narrativa se inicia com a personagem central retornando de uma viagem que fizera aos Estados Unidos, talvez a última, depois de já ter feito várias outras e conhecido várias parte do mundo. Nessa viagem, um rapaz que embarca em Miami chama a sua atenção e acaba se tornando amigos.
  • 11. Professora de filosofia, aposentada, Jane Brasil, cinqüenta anos, vendeu o apartamento, onde morava em Belo Horizonte, e um fusca velho, e com o dinheiro patrocinou mais uma vez uma viagem para o exterior, sendo que desta feita, para os Estados Unidos.
  • 12. Percebe-se que a intenção da protagonista nessas viagens é conhecer culturas diferentes e compará-las com o Brasil. Faz constantemente reflexões sobre os costumes dos lugares e dialoga com diversos textos da literatura brasileira e internacional.
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  • 15. Nesta primeira parte, a personagem protagonista procura a partir de lembranças provocadas pelos diversos acontecimentos ao seu redor refletir sobre sua origem, seu estado atual e principalmente sobre seus conflitos interiores.
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  • 25. Na segunda parte, denominada A chegada , a personagem protagonista se depara com uma série de nuances, como, por exemplo, a ordem judicial para desocupar o apartamento e a solução encontrada que foi morar num abrigo.
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  • 29. Na terceira parte, chamada de Busca, Jane Brasil empreende uma procura de sua origem familiar, tendo que se deslocar de Minas Gerais à Bahia, numa espécie de prestação de contas com o seu passado.
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  • 38. CONCLUSÕES As origens familiares de Jane Brasil se resumem numa tentativa de reconstruir sua identidade a partir de sua família biológica e de sua família adotiva, com a qual ela conviveu grande parte de sua adolescência.
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  • 40. Os aspectos sociais de sua existência giram em torno de sua formação profissional, visto que, no momento da narrativa, ela assume a postura de professora aposentada de filosofia, na plenitude de sua vida intelectual, mas situada numa condição de indigência pelas péssimas condições salariais e de moradia.
  • 41. As reflexões culturais giram em torno das análises que ela faz em torno da prática de ensino que norteou sua condição profissional de professora e de intelectual.
  • 42. Ganha corpo na narrativa a procura obstinada que Jane faz em busca de uma chamada “prestação de contas” com uma psicóloga, que, segundo ela, apropriou-se de alguns de seus escritos e publicou em forma de livro autobiográfico com outro título.
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  • 44. No desfecho, sabe-se que o encontro entre Jane Brasil e a psicóloga não passa de um truque narrativo, visto que a psicóloga não é nada mais, nada menos que a própria Gizelda, chamada de G.M., portanto criadora da personagem-protagonista. ( ... ) Não irá disputar com G.M. a autoria do livro Jane Brasil. ( ... )
  • 45. A busca de suas origens termina com esta reflexão: “ De qualquer forma, a pessoa que se tornou a partir de seu nascimento, fruto de desejos carnais ou de anseios da mente, é temporária e impermanente, como todo mundo. Por isso ela resiste, vai continuar a sua vida e ninguém vai saber o seu final.”
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  • 48. A trajetória da protagonista é praticamente apresentada ao leitor pelo narrador que, às vezes, em discurso indireto livre parece querer se tornar cúmplice das “náuseas” da personagem.
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  • 50. Na primeira parte do romance, denominada A VIAGEM , o narrador acompanha a trajetória da protagonista numa viagem que faz dos USA ao Brasil, mais precisamente um retorno a Belo Horizonte. Não se limita apenas a narrar as peripécias, mas, principalmente, refletir sobre as lembranças da personagem protagonista.
  • 51. Na segunda parte, denominada de A CHEGADA , o narrador se concentra em refletir as peripécias da protagonista envolvida na necessidade premente em entregar seu apartamento vendido, mas não desocupado dentro do prazo previsto.
  • 52. Na terceira e última parte, A BUSCA , a protagonista empreende uma viagem em busca de suas origens familiares e, ao mesmo tempo, de um acerto de contas com uma psicóloga que, segundo ela, teria publicado relatos de sua juventude sem sua permissão.
  • 53. Percebe-se que nas três partes predomina uma busca à origem de acontecimentos que, de uma forma ou de outra, interferiram na estruturação da personalidade da protagonista, além de ser a essência de seus conflitos, temática que já tinha aparecido em romances como Jane Brasil, Ibiradiô e Preparem os agogôs.
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  • 55. O tempo cronológico coincide com o tempo histórico, iniciando-se com a partida da protagonista do aeroporto de Seatle City, nos Estados Unidos, e terminando com uma viagem de retorno a Belo horizonte, na rodoviária de Salvador, no estado da Bahia. Não é possível precisar a duração do tempo entre a partida e o retorno.
  • 56. O tempo psicológico é predominante na narrativa, ocorrendo, principalmente, porque o narrador centra insistentemente o seu relato nas reflexões sobre os pensamentos, sensações e conflitos da protagonista, e, por isso, a seqüência cronológica dos fatos não é o aspecto mais pertinente.
  • 57. A quebra da estrutura linear não violentamente quebrada, mas a narrativa é permeada de retornos ao passado que servem para a compreensão e explicação dos conflitos interiores de Jane Brasil.
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  • 59. Em A procura de Jane, contudo, determinados espaços provocarão na personagem impactos importantes para a sua compreensão dos problemas que a afligem. Os Estados Unidos, por exemplo, são importantes para que Jane faça analogia das relações culturais, sociais e políticas com o Brasil.
  • 60. Em São Paulo, Jane Brasil passou grande parte de sua adolescência, tendo, inclusive, sendo internada para tratamento de saúde e psicológico. É um espaço onde reside a origem de alguns de seus conflitos.
  • 61. Minas Gerais é o estado onde mora a protagonista, sendo que o apartamento vendido para que a viagem ao exterior se tornasse viável, o Abrigo Santa Rita, onde vai morar depois que chega de viagem e Poços de Caldas, onde mora a autora que publicou seus conflitos autobiográficos, são ambientes reveladores das aflições da protagonista.
  • 62. Na Bahia, o destaque fica por conta da cidade de Irecê, onde moram os componentes da família adotiva, inclusive sua mãe, e Salvador, em que adquire um bilhete da Caixa Econômica em que imagina ganhadora.
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  • 68. É também um romance que estabelece diálogo com a vertente introspectiva, psicológica da Literatura brasileira que teve como embrião Machado de Assis e atingiu o auge com Clarice Lispector. Essa temática tem como seguidoras escritoras do mais alto nível como Helena Parente, Sônia Coutinho e Ligia Fagundes Telles.
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