1) A conservação no Brasil é dominada por práticas pouco democráticas e participativas, distantes das comunidades locais. 2) Movimentos sociais como povos indígenas propuseram modelos alternativos como reservas extrativistas que combinam proteção integral e uso sustentável. 3) Conceitos ocidentais de conservação como "ecossistemas" não fazem sentido para cosmologias indígenas que veem natureza e cultura ligadas.
Este documento descreve um estudo etnoictiológico realizado com pescadores artesanais de comunidades caiçaras no litoral de São Paulo para documentar seu conhecimento sobre a ictiofauna marinha local. Os pesquisadores compararam o etnoconhecimento dos pescadores sobre aspectos morfológicos, ecológicos e comportamentais de peixes com a literatura científica e encontraram alta concordância entre os dois.
Biodiversidade e comunidades tradicionais no brasilKatia Kopp
Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os saberes tradicionais e uso da biodiversidade por populações indígenas e não-indígenas no Brasil. A pesquisa analisou cerca de 900 publicações sobre o tema e discute conceitos como biodiversidade e modelos de conservação. A biodiversidade é apresentada como uma construção cultural influenciada pelas sociedades humanas, não apenas um produto da natureza.
Este documento resume um estudo sobre a percepção de estudantes de ensino médio de uma escola pública sobre serpentes. Um questionário foi aplicado antes e depois de uma palestra sobre a importância biológica, medicinal e social das serpentes. Os resultados mostraram que a maioria dos alunos nunca teve contato com serpentes, mas possuíam bom conhecimento sobre sua importância. No entanto, algumas pessoas continuaram com atitudes iniciais negativas ou positivas, possivelmente influenciadas pela cultura.
Biodiversidade e conhecimentos tradicionaisFranco Nassaro
Biodiversidade e conhecimentos das comunidades tradicionais são temas conjugados quando se relacionam às possibilidades de exploração dos recursos naturais. Acompanham o dueto candentes questões quanto à preservação ou o aproveitamento do patrimônio material e imaterial. A utilização ou não desses recursos reflete um aparente antagonismo em função da burocracia imposta por legislação restritiva à bioprospecção que busca impedir indevidas apropriações em defesa do potencial desenvolvimento do Brasil, o que também inibe o avanço das pesquisas de iniciativa nacional. Enquanto não se resolve o impasse estabelecido, outros fatores de impacto sobre o meio natural provocam extinção de espécies antes do seu idealizado aproveitamento.
1. O documento descreve um estudo etnobotânico realizado em uma comunidade ribeirinha no Rio Mequéns, Rondônia, para catalogar as plantas medicinais utilizadas localmente.
2. Foram identificadas 35 espécies de plantas medicinais, sendo as mais citadas Boldo, Crajiru e Hortelã.
3. Os moradores acreditam que o conhecimento sobre as plantas medicinais deve ser preservado por suas propriedades naturais e serem mais saudáveis do que remédios.
Mini curso linguagens da conservação as reservas extrativistas enquanto instr...ajr_tyler
O documento descreve um mini curso sobre linguagens da conservação e reservas extrativistas. O curso ocorrerá de 23 a 26 de novembro de 2010 e abordará a apresentação do GEDMMA, povos e populações tradicionais, o SNUC, e um estudo de caso sobre a RESEX de Tauá Mirim no Maranhão.
Este artigo analisa o uso dos termos "populações" e "comunidades" tradicionais para descrever grupos na Amazônia. Discute que os autores usam esses termos como preferência semântica, não epistemológica. Leis brasileiras usam ambos os termos sem distinção clara. Na Amazônia, esses termos ajudam a entender categorias sociais que lutam por reconhecimento e modo de vida.
Este documento descreve um estudo etnoictiológico realizado com pescadores artesanais de comunidades caiçaras no litoral de São Paulo para documentar seu conhecimento sobre a ictiofauna marinha local. Os pesquisadores compararam o etnoconhecimento dos pescadores sobre aspectos morfológicos, ecológicos e comportamentais de peixes com a literatura científica e encontraram alta concordância entre os dois.
Biodiversidade e comunidades tradicionais no brasilKatia Kopp
Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os saberes tradicionais e uso da biodiversidade por populações indígenas e não-indígenas no Brasil. A pesquisa analisou cerca de 900 publicações sobre o tema e discute conceitos como biodiversidade e modelos de conservação. A biodiversidade é apresentada como uma construção cultural influenciada pelas sociedades humanas, não apenas um produto da natureza.
Este documento resume um estudo sobre a percepção de estudantes de ensino médio de uma escola pública sobre serpentes. Um questionário foi aplicado antes e depois de uma palestra sobre a importância biológica, medicinal e social das serpentes. Os resultados mostraram que a maioria dos alunos nunca teve contato com serpentes, mas possuíam bom conhecimento sobre sua importância. No entanto, algumas pessoas continuaram com atitudes iniciais negativas ou positivas, possivelmente influenciadas pela cultura.
Biodiversidade e conhecimentos tradicionaisFranco Nassaro
Biodiversidade e conhecimentos das comunidades tradicionais são temas conjugados quando se relacionam às possibilidades de exploração dos recursos naturais. Acompanham o dueto candentes questões quanto à preservação ou o aproveitamento do patrimônio material e imaterial. A utilização ou não desses recursos reflete um aparente antagonismo em função da burocracia imposta por legislação restritiva à bioprospecção que busca impedir indevidas apropriações em defesa do potencial desenvolvimento do Brasil, o que também inibe o avanço das pesquisas de iniciativa nacional. Enquanto não se resolve o impasse estabelecido, outros fatores de impacto sobre o meio natural provocam extinção de espécies antes do seu idealizado aproveitamento.
1. O documento descreve um estudo etnobotânico realizado em uma comunidade ribeirinha no Rio Mequéns, Rondônia, para catalogar as plantas medicinais utilizadas localmente.
2. Foram identificadas 35 espécies de plantas medicinais, sendo as mais citadas Boldo, Crajiru e Hortelã.
3. Os moradores acreditam que o conhecimento sobre as plantas medicinais deve ser preservado por suas propriedades naturais e serem mais saudáveis do que remédios.
Mini curso linguagens da conservação as reservas extrativistas enquanto instr...ajr_tyler
O documento descreve um mini curso sobre linguagens da conservação e reservas extrativistas. O curso ocorrerá de 23 a 26 de novembro de 2010 e abordará a apresentação do GEDMMA, povos e populações tradicionais, o SNUC, e um estudo de caso sobre a RESEX de Tauá Mirim no Maranhão.
Este artigo analisa o uso dos termos "populações" e "comunidades" tradicionais para descrever grupos na Amazônia. Discute que os autores usam esses termos como preferência semântica, não epistemológica. Leis brasileiras usam ambos os termos sem distinção clara. Na Amazônia, esses termos ajudam a entender categorias sociais que lutam por reconhecimento e modo de vida.
Este documento apresenta as seguintes informações essenciais:
1) Apresenta o editorial do jornal BioLetter, que discute o ano internacional da biodiversidade e o objetivo do jornal em divulgar esta preocupação.
2) Descreve um workshop sobre cogumelos silvestres realizado no Ecocentro de Compostagem Caseira com o objetivo de identificar fungos.
3) Comenta sobre as pesquisas do cientista Craig Venter, que está dando a volta ao mundo para sequenciar genomas de microrganismos e buscar uma bact
1. O documento discute as questões éticas envolvidas na manutenção de animais em cativeiro em zoológicos.
2. Apesar de zoológicos terem objetivos de conservação e educação, manter animais em cativeiro levanta problemas éticos devido à privação da liberdade dos animais.
3. É necessário considerar o bem-estar dos animais e respeitar suas diferenças através do princípio da alteridade para balizar decisões sobre a prática de manter animais em cativeiro.
O documento discute os recursos naturais, dividindo-os em recursos biológicos, hídricos, minerais e realizando uma pesquisa que mostra que a maioria dos alunos não sabe sobre esses recursos ou sua importância.
O documento descreve os Campos Sulinos como ecossistemas naturais com alta diversidade de espécies no sul do Brasil que oferecem benefícios ambientais e são fonte de forragem para a pecuária. O livro apresenta o conhecimento científico sobre os Campos Sulinos, sua importância biológica, cultural e econômica, bem como as ameaças à sua integridade. Os capítulos abordam a história ambiental dos Campos, suas características ecológicas, boas práticas de mane
A Sala Verde Inhotim é um espaço de destaque para a biodiversidade e cultura, promovendo a difusão de informações ambientais. O documento descreve projetos de pesquisa, educação e conservação relacionados à flora e fauna do local, além de anunciar eventos da Semana do Meio Ambiente.
O documento discute a Medida Provisória 2186-16, que regula o acesso ao patrimônio genético brasileiro. Uma pesquisadora critica que a MP aumentou a burocracia para coletas e trocas de materiais, atrasando o crescimento de coleções zoológicas. Apesar de boas intenções, a MP trouxe problemas para a ciência da biodiversidade no Brasil ao não distinguir trabalho científico de biopirataria. A comunidade científica trabalha para que as coleções sejam valorizadas
Esta tese analisa a conservação das populações de bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans) no entorno do Parque Estadual de Itapuã, no sul do Brasil. O estudo encontrou que o bugio-ruivo ainda ocorre em 96,4% da área amostrada e que a cobertura florestal é fundamental para sua ocorrência. Apesar disso, conflitos com humanos como eletrocussão, ataques de cães e atropelamentos afetam a conservação da espécie. A comunidade local tem uma
Este documento descreve um projeto de divulgação científica sobre insetos aquáticos realizado em escolas de ensino médio em Caxias, Maranhão. O projeto utilizou painéis, vídeos, exposições de insetos vivos e oficinas para ensinar estudantes sobre a importância dos insetos aquáticos para os ecossistemas e a necessidade de preservação ambiental. O projeto teve como objetivo principal transmitir informações científicas sobre insetos aquáticos de forma acessível aos estudantes.
Attitudes and local ecological knowledge of experts fishermen in relation to ...Heitor de Oliveira Braga
Este documento resume uma dissertação de mestrado sobre as atitudes e o conhecimento ecológico tradicional de pescadores especialistas em relação à conservação e captura acidental de tartarugas marinhas na região de Ilhéus, sul da Bahia, Brasil. O estudo envolveu entrevistas com 30 pescadores especialistas para avaliar seu conhecimento sobre tartarugas marinhas e atitudes em relação à conservação. Os resultados indicaram que os pescadores tinham um bom nível de conhecimento ecológico tradicional sobre
Trata do surgimento do conceito de biodiversidade e do processo de emergência da biologia da conservação como uma subdisciplina da biologia. Mostra as relações entre a biologia da conservação e o ativismo que se desenvolve com o objetivo de promover a conservação da biodiversidade. Discute como, ao longo do tempo, no campo das preocupações com a proteção do patrimônio natural, houve um deslocamento da noção de preservação da wilderness para a de conservação da biodiversidade.
Bacias hidrográficas são ambientes que fornecem recursos hídricos essenciais para diversos usos como abastecimento, irrigação e indústria. No entanto, o uso excessivo e inadequado da água, principalmente na irrigação e indústria, tem levado à degradação dos recursos hídricos e comprometido a qualidade da água. Estudar bacias hidrográficas é importante para ent
This document discusses monitoring and management of aquatic macrophytes in tropical Brazilian reservoirs. It introduces aquatic macrophytes and their importance in ecosystems. It emphasizes the need for continuous monitoring to properly manage macrophyte growth, which can impact water quality and uses of reservoirs. The document then analyzes causes of excessive macrophyte proliferation in Brazilian reservoirs and measures taken to mitigate impacts. It also addresses disposal and potential uses of removed macrophyte biomass, eutrophication issues, and a proposal to establish monitoring and management centers.
Este documento discute a importância da preservação da fauna do Paraná e os desafios atuais. A biodiversidade do estado é rica, mas está ameaçada pelo desmatamento, introdução de espécies exóticas e fragmentação dos habitats. A publicação visa ensinar os estudantes paranaenses sobre as espécies locais e incentivar a conservação da natureza, essencial para o equilíbrio dos ecossistemas e qualidade de vida humana.
Este documento discute a exploração dos recursos florestais da Mata Atlântica no Brasil. Ele apresenta estudos de caso sobre espécies como erva-mate, plantas medicinais, caju, araucária e palmito, analisando sua exploração, manejo e potencial socioeconômico. O documento também aborda aspectos sociais, econômicos, ecológicos e legais do manejo sustentável desses recursos e defende novas políticas públicas para melhor explorá-los de forma sustentável.
Livro principios de ecologia aplicados a agroecologia 2013Alexandre Panerai
O documento discute os principais conceitos de ecologia aplicados à agroecologia, abordando tópicos como níveis de organização ecológica, biomas brasileiros, teoria de Gaia, ecossistemas, agroecossistemas, relações ecológicas e sucessão vegetal. O objetivo é estimular o debate sobre processos naturais que influenciam a construção de agroecossistemas menos impactantes.
1) O documento discute o conceito de biodiversidade e sua importância, definindo-a como a variedade de vida no planeta Terra, incluindo ecossistemas terrestres, marinhos e organismos.
2) Apresenta os principais biomas brasileiros e destaca a redução da Mata Atlântica, analisando imagens do INPE.
3) Discutirá os tópicos de preservação, marco legal, ameaças e estratégias de proteção da biodiversidade.
O termo sustentabilidade refere-se a um conceito mais amplo que envolve três dimensões inter-relacionadas: a ambiental, a social e a econômica. A sustentabilidade propõe que devemos satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de também satisfazerem as suas.
Novas perspectivas na reconstituição do modo de vida dos sambaquieiros: uma...Edevard Junior
1) O documento apresenta novas perspectivas sobre o modo de vida dos povos sambaquieiros a partir de uma abordagem multidisciplinar, incluindo análises antracológicas, paleopatológicas e líticas.
2) Essas análises fornecem evidências de que os sambaquieiros tinham uma economia mais diversificada do que se pensava, com maior importância da caça, pesca e cultivo/uso de plantas.
3) As análises também revelaram detalhes sobre a dieta, saúde e relação com o
Biodiversidade e comunidades tradicionais no brasilLilian Gomes
Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os saberes tradicionais e uso da biodiversidade por populações indígenas e não-indígenas no Brasil. A pesquisa analisou cerca de 900 publicações sobre o tema e discute conceitos como biodiversidade e modelos de conservação. A biodiversidade é apresentada como uma construção cultural influenciada pelas sociedades humanas, não apenas um produto da natureza.
O documento descreve uma experiência de ensino de biologia em um curso pré-universitário popular chamado Ousadia em São José do Norte, RS. O curso abordou questões locais como pesca e agricultura de forma a tornar o aprendizado significativo. Os alunos discutiram temas geradores como degradação ambiental, desfragmentação de habitats e sobrepesca na Lagoa dos Patos. O ensino se baseou em diálogos e construção coletiva de conhecimento, evitando uma abordagem bancária de educação.
Este documento apresenta as seguintes informações essenciais:
1) Apresenta o editorial do jornal BioLetter, que discute o ano internacional da biodiversidade e o objetivo do jornal em divulgar esta preocupação.
2) Descreve um workshop sobre cogumelos silvestres realizado no Ecocentro de Compostagem Caseira com o objetivo de identificar fungos.
3) Comenta sobre as pesquisas do cientista Craig Venter, que está dando a volta ao mundo para sequenciar genomas de microrganismos e buscar uma bact
1. O documento discute as questões éticas envolvidas na manutenção de animais em cativeiro em zoológicos.
2. Apesar de zoológicos terem objetivos de conservação e educação, manter animais em cativeiro levanta problemas éticos devido à privação da liberdade dos animais.
3. É necessário considerar o bem-estar dos animais e respeitar suas diferenças através do princípio da alteridade para balizar decisões sobre a prática de manter animais em cativeiro.
O documento discute os recursos naturais, dividindo-os em recursos biológicos, hídricos, minerais e realizando uma pesquisa que mostra que a maioria dos alunos não sabe sobre esses recursos ou sua importância.
O documento descreve os Campos Sulinos como ecossistemas naturais com alta diversidade de espécies no sul do Brasil que oferecem benefícios ambientais e são fonte de forragem para a pecuária. O livro apresenta o conhecimento científico sobre os Campos Sulinos, sua importância biológica, cultural e econômica, bem como as ameaças à sua integridade. Os capítulos abordam a história ambiental dos Campos, suas características ecológicas, boas práticas de mane
A Sala Verde Inhotim é um espaço de destaque para a biodiversidade e cultura, promovendo a difusão de informações ambientais. O documento descreve projetos de pesquisa, educação e conservação relacionados à flora e fauna do local, além de anunciar eventos da Semana do Meio Ambiente.
O documento discute a Medida Provisória 2186-16, que regula o acesso ao patrimônio genético brasileiro. Uma pesquisadora critica que a MP aumentou a burocracia para coletas e trocas de materiais, atrasando o crescimento de coleções zoológicas. Apesar de boas intenções, a MP trouxe problemas para a ciência da biodiversidade no Brasil ao não distinguir trabalho científico de biopirataria. A comunidade científica trabalha para que as coleções sejam valorizadas
Esta tese analisa a conservação das populações de bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans) no entorno do Parque Estadual de Itapuã, no sul do Brasil. O estudo encontrou que o bugio-ruivo ainda ocorre em 96,4% da área amostrada e que a cobertura florestal é fundamental para sua ocorrência. Apesar disso, conflitos com humanos como eletrocussão, ataques de cães e atropelamentos afetam a conservação da espécie. A comunidade local tem uma
Este documento descreve um projeto de divulgação científica sobre insetos aquáticos realizado em escolas de ensino médio em Caxias, Maranhão. O projeto utilizou painéis, vídeos, exposições de insetos vivos e oficinas para ensinar estudantes sobre a importância dos insetos aquáticos para os ecossistemas e a necessidade de preservação ambiental. O projeto teve como objetivo principal transmitir informações científicas sobre insetos aquáticos de forma acessível aos estudantes.
Attitudes and local ecological knowledge of experts fishermen in relation to ...Heitor de Oliveira Braga
Este documento resume uma dissertação de mestrado sobre as atitudes e o conhecimento ecológico tradicional de pescadores especialistas em relação à conservação e captura acidental de tartarugas marinhas na região de Ilhéus, sul da Bahia, Brasil. O estudo envolveu entrevistas com 30 pescadores especialistas para avaliar seu conhecimento sobre tartarugas marinhas e atitudes em relação à conservação. Os resultados indicaram que os pescadores tinham um bom nível de conhecimento ecológico tradicional sobre
Trata do surgimento do conceito de biodiversidade e do processo de emergência da biologia da conservação como uma subdisciplina da biologia. Mostra as relações entre a biologia da conservação e o ativismo que se desenvolve com o objetivo de promover a conservação da biodiversidade. Discute como, ao longo do tempo, no campo das preocupações com a proteção do patrimônio natural, houve um deslocamento da noção de preservação da wilderness para a de conservação da biodiversidade.
Bacias hidrográficas são ambientes que fornecem recursos hídricos essenciais para diversos usos como abastecimento, irrigação e indústria. No entanto, o uso excessivo e inadequado da água, principalmente na irrigação e indústria, tem levado à degradação dos recursos hídricos e comprometido a qualidade da água. Estudar bacias hidrográficas é importante para ent
This document discusses monitoring and management of aquatic macrophytes in tropical Brazilian reservoirs. It introduces aquatic macrophytes and their importance in ecosystems. It emphasizes the need for continuous monitoring to properly manage macrophyte growth, which can impact water quality and uses of reservoirs. The document then analyzes causes of excessive macrophyte proliferation in Brazilian reservoirs and measures taken to mitigate impacts. It also addresses disposal and potential uses of removed macrophyte biomass, eutrophication issues, and a proposal to establish monitoring and management centers.
Este documento discute a importância da preservação da fauna do Paraná e os desafios atuais. A biodiversidade do estado é rica, mas está ameaçada pelo desmatamento, introdução de espécies exóticas e fragmentação dos habitats. A publicação visa ensinar os estudantes paranaenses sobre as espécies locais e incentivar a conservação da natureza, essencial para o equilíbrio dos ecossistemas e qualidade de vida humana.
Este documento discute a exploração dos recursos florestais da Mata Atlântica no Brasil. Ele apresenta estudos de caso sobre espécies como erva-mate, plantas medicinais, caju, araucária e palmito, analisando sua exploração, manejo e potencial socioeconômico. O documento também aborda aspectos sociais, econômicos, ecológicos e legais do manejo sustentável desses recursos e defende novas políticas públicas para melhor explorá-los de forma sustentável.
Livro principios de ecologia aplicados a agroecologia 2013Alexandre Panerai
O documento discute os principais conceitos de ecologia aplicados à agroecologia, abordando tópicos como níveis de organização ecológica, biomas brasileiros, teoria de Gaia, ecossistemas, agroecossistemas, relações ecológicas e sucessão vegetal. O objetivo é estimular o debate sobre processos naturais que influenciam a construção de agroecossistemas menos impactantes.
1) O documento discute o conceito de biodiversidade e sua importância, definindo-a como a variedade de vida no planeta Terra, incluindo ecossistemas terrestres, marinhos e organismos.
2) Apresenta os principais biomas brasileiros e destaca a redução da Mata Atlântica, analisando imagens do INPE.
3) Discutirá os tópicos de preservação, marco legal, ameaças e estratégias de proteção da biodiversidade.
O termo sustentabilidade refere-se a um conceito mais amplo que envolve três dimensões inter-relacionadas: a ambiental, a social e a econômica. A sustentabilidade propõe que devemos satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de também satisfazerem as suas.
Novas perspectivas na reconstituição do modo de vida dos sambaquieiros: uma...Edevard Junior
1) O documento apresenta novas perspectivas sobre o modo de vida dos povos sambaquieiros a partir de uma abordagem multidisciplinar, incluindo análises antracológicas, paleopatológicas e líticas.
2) Essas análises fornecem evidências de que os sambaquieiros tinham uma economia mais diversificada do que se pensava, com maior importância da caça, pesca e cultivo/uso de plantas.
3) As análises também revelaram detalhes sobre a dieta, saúde e relação com o
Biodiversidade e comunidades tradicionais no brasilLilian Gomes
Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os saberes tradicionais e uso da biodiversidade por populações indígenas e não-indígenas no Brasil. A pesquisa analisou cerca de 900 publicações sobre o tema e discute conceitos como biodiversidade e modelos de conservação. A biodiversidade é apresentada como uma construção cultural influenciada pelas sociedades humanas, não apenas um produto da natureza.
O documento descreve uma experiência de ensino de biologia em um curso pré-universitário popular chamado Ousadia em São José do Norte, RS. O curso abordou questões locais como pesca e agricultura de forma a tornar o aprendizado significativo. Os alunos discutiram temas geradores como degradação ambiental, desfragmentação de habitats e sobrepesca na Lagoa dos Patos. O ensino se baseou em diálogos e construção coletiva de conhecimento, evitando uma abordagem bancária de educação.
O documento discute o potencial dos jardins botânicos como instrumentos didáticos para pesquisa e prática de educação ambiental. Apresenta os jardins botânicos como espaços importantes para a conservação ex situ de plantas e reflexão sobre educação ambiental, estimulando o uso destes locais para atividades educacionais diversificadas relacionadas à sensibilização sobre conservação de plantas e recursos naturais. Também discute a importância da educação ambiental para promover mudanças de consciência necessárias à proteção do meio ambiente.
Proposta de redação seminário Biodiversidade ecologiaProfFernandaBraga
O documento propõe um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema da biodiversidade, exploração e avanço científico respeitando os direitos humanos. Apresenta três textos motivadores que discutem: 1) o que é biodiversidade e suas ameaças, 2) uma proposta de novo marco regulatório para acesso a patrimônio genético que desburocratiza a pesquisa e 3) o dever de selecionar argumentos de forma coerente para defender uma proposta de intervenção sobre o tema.
Este documento apresenta um estudo sobre a percepção ambiental da comunidade escolar sobre a Reserva Ecológica do Taim no Rio Grande do Sul. O estudo analisa as representações sociais dos moradores locais sobre o meio ambiente através de entrevistas e questionários aplicados. A pesquisa busca entender como a comunidade enxerga a relação entre o homem e a natureza na região da Reserva.
EEH-aula 04-2016 - Revisao Ecologia e Evolucao.pptLucas Lopes
Este documento resume conceitos e processos ecológicos básicos e evolução. Aborda tópicos como população, comunidade, ecossistema, nicho ecológico, hábitat, sucessão ecológica, cadeia alimentar, fluxo de energia, espécie, adaptação e evolução. Explica os conceitos de seleção natural e variabilidade genética como mecanismos que levam à evolução das espécies ao longo do tempo.
1. Biodiversidade refere-se à variedade de vida na Terra, incluindo espécies de plantas, animais e microrganismos, bem como seus genótipos.
2. Uma espécie é um conjunto de indivíduos semelhantes que se reproduzem entre si, enquanto a biodiversidade inclui a variedade dentro de espécies e entre elas, formando ecossistemas únicos.
3. A biodiversidade é essencial para o funcionamento dos ecossistemas e é ameaçada por atividades humanas como desmat
Mestrado design ecológico - projetando e construindo com a natureza - versã...Evandro Sanguinetto
Este documento descreve uma dissertação de mestrado sobre o uso de tecnologias vivas para tratamento de esgotos domésticos e reúso da água na comunidade Gaia Terranova. As tecnologias vivas instaladas, como lagoas e banhados, trataram as águas cinzas e pretas de forma eficaz e sustentável. Os resultados mostraram que o sistema atende aos padrões legais e é viável ambiental e economicamente ao longo de 25 anos. A dissertação avalia como o design ecológico pode promover
e-informativo da Uninilton Lins que traz textos selecionados sobre temas de Formação Geral, como ecologia, meio ambiente, direitos humanos, entre outros.
Revisao Ecologia e Evolucao 2014 - aula1.pptElienaiGomes4
O documento apresenta conceitos-chave de ecologia e evolução, incluindo: (1) definições de população, comunidade, ecossistema e outros termos; (2) processos ecológicos como cadeia alimentar, fluxo de energia e sucessão ecológica; (3) conceitos de evolução como variação, seleção natural e adaptação.
Fortalecer a atuação dos profissionais de sustentabilidade
é fortalecer o desenvolvimento sustentável do Brasil artigo de Daniella Mac Dowell é representante da ABRAPS - Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade,
Grupo Sul e vice-coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) de Expansão da ABRAPS.
Apresentação de Juliana Bussolotti durante a mesa Fronteiras abertas do Painel Ciência Aberta, durante o Tropixel Ciência Aberta, realizado em 03/06/2015 em Ubatuba/SP.
A Importância das Ecoaldeias para o Futuro do Planeta - Jorge Moreira, Revist...Jorge Moreira
As ecoaldeias são excelentes exemplos de vida sustentáveis e inspiradores de como o mundo deveria ser – pacífico, saudável e ecológico. São locais especiais para aprender o significado e o propósito da vida, para descobrir a capacidade criativa e espiritual que existe em cada um de nós. A sua missão principal é explorar novas ideias e experimentar soluções concretas para a sustentabilidade. A educação e a investigação transdisciplinar e holística é uma realidade que perfuma estes locais. Nesta busca constante entre sabedoria tradicional e ciência de ponta, elas constroem modelos tecnológicos alternativos, que incluem a ética ecocêntrica, a arte, o cuidado, o respeito e o ativismo não--violento. As ecoaldeias são locais efetivos que combatem a degradação social e ecológica e restabelecem a conexão entre todos os seres.
e a natureza.
1. O documento introduz o tema da agricultura sustentável, descrevendo brevemente a evolução histórica da agricultura desde os primeiros cultivos no período Neolítico há cerca de 10 mil anos.
2. A seção aborda as primeiras formas de agricultura que surgiram há cerca de 10 mil anos e a domesticação inicial de espécies vegetais e animais para produção de alimentos. Também descreve de forma geral o desenvolvimento diferenciado da agricultura em diversas regiões do mundo entre 8 e 6 mil a.C.
O ensino de ciências naturais em espaços não formaisHebert Balieiro
[1] O documento discute a importância do ensino de ciências em espaços não formais, como parques. [2] Ele descreve uma pesquisa realizada no Parque Municipal do Mindu em Manaus, Brasil, que explorou o uso desse espaço para educação científica. [3] Os resultados mostraram que o parque oferece oportunidades para os estudantes observarem relações ecológicas como predação, mutualismo e competição entre espécies na natureza.
O documento apresenta um módulo sobre iniciação à conservação ambiental. Ele discute os objetivos da biologia e da conservação ambiental, os principais problemas enfrentados na conservação da natureza e medidas para combater a destruição da natureza.
Este documento discute novas abordagens para medir a diversidade em ecologia de comunidades, especificamente diversidade filogenética e funcional. Essas medidas levam em conta relações evolutivas entre espécies e traços funcionais, respectivamente, ao invés apenas do número de espécies. Isso fornece informações mais precisas sobre estrutura e funcionamento da comunidade em resposta a mudanças ambientais.
1) O documento discute a questão ambiental e reconhece a existência de uma crise ambiental causada pelo modelo de desenvolvimento atual.
2) É necessária uma mudança de atitudes e valores na relação entre sociedade e natureza para garantir o futuro da humanidade.
3) A educação ambiental nas escolas é fundamental para promover a conscientização sobre as consequências das ações humanas no meio ambiente.
1) O documento discute a questão ambiental e reconhece a existência de uma crise ambiental causada pelo modelo de desenvolvimento atual.
2) É necessária uma mudança de atitudes e valores na relação entre sociedade e natureza para garantir o futuro da humanidade.
3) A educação ambiental nas escolas é fundamental para promover a compreensão das consequências das ações humanas no meio ambiente.
1) O documento discute a questão ambiental e reconhece a existência de uma crise ambiental causada pelo modelo de desenvolvimento atual.
2) É necessária uma mudança de atitudes e valores na relação entre sociedade e natureza para garantir o futuro da humanidade.
3) A educação ambiental nas escolas é fundamental para promover a conscientização sobre as consequências das ações humanas no meio ambiente.
Semelhante a A Construção da etnoconservação no Brasil (20)
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
A Construção da etnoconservação no Brasil
1. 1
A CONSTRUÇÃO DA ETNO-CONSERVAÇÃO NO BRASIL: O DESAFIO DE
NOVOS CONHECIMENTOS E NOVAS PRÁTICAS PARA A CONSERVAÇÃO
Prof. Antonio Carlos Diegues
Diretor Científico do NUPAUB- USP
Procam:Programa de pós-graduação em Ciência Ambiental-USP
Introdução
A conservação da natureza coloca, hoje, grandes desafios aos conservacionistas, às
universidades de pesquisa e às comunidades locais. A conservação praticada no Brasil, em
grande parte dirigida a gestão de áreas de proteção integral é, na maioria das vezes, dominada
por práticas pouco democráticas e participativas, distante das paisagens locais, das
necessidades e dos saberes das populações, sobretudo as tradicionais, pouco inovadora em
práticas científicas adaptadas aos ambientes tropicais. Nesse sentido, as instituições de
pesquisa e de gestão desses ambientes se defrontam com o grande desafio de fazer uma
análise critica dos modelos de conhecimento e gestão ainda hoje utilizados e propor novas
alternativas de conservação que sejam mais democráticas e participativas, que beneficiem a
conservação da biodiversidade e da diversidade cultural, mais interdisciplinares e intensivas
em ciência e conhecimentos tradicionais, resultando numa proteção mais eficaz dos habitats e
numa melhoria de vida das comunidades humanas que vivem na floresta, na zona costeira, às
margens de rios e lagos brasileiros.
O ponto de partida para experiências de outros modelos de conservação no Brasil foi
dado, não por instituições governamentais ou universitárias, mas pelos movimentos sociais,
em particular, dos povos indígenas, dos seringueiros amazônicos, dos pescadores artesanais e
outros povos tradicionais, propondo alternativas práticas à conservação excludente tais como
as reservas extrativistas florestais e marinhas, as reservas de desenvolvimento sustentável, as
experiências de manejo sustentável nos lagos da Amazônia, entre outras. Essas práticas
podem e devem combinar unidades de proteção integral como parques nacionais em áreas
desabitadas, com unidades de proteção de uso sustentável, , formando mosaicos que possam
ser apropriados ecológica, cultural e socialmente pelas populações tradicionais. Essa
estratégia é distinta dos “corredores biológicos” que, apesar do que dizem seus idealizadores,
destinam-se, quase que exclusivamente, à proteção da fauna e da flora.
A própria Reserva de Desenvolvimento de Desenvolvimento Sustentável (RDS)
requer áreas de não-uso e proteção integral, designadas e protegidas pelas comunidades
locais, aumentando assim sua participação na própria proteção integral. Além disso, não se
pode esperar que toda a conservação possa ser realizada somente por áreas protegidas e deve
ser estendida a espaços territoriais fora delas como já se tenta fazer na própria Amazônia,
envolvendo as populações caboclas/ribeirinhas (Fabré e Ribeiro, 2003 ). Essas iniciativas são
verdadeiros laboratórios de onde podem surgir novas práticas de conhecimento e manejo fora
das unidades de conservação onde ainda está a maior parte da biodiversidade no mundo..
A ciência aplicada, hoje utilizada para a conservação vem, em grande parte, de
modelos inadaptados à nossa realidade ecológica e social, em escalas que não podem levar em
conta a contribuição local, tais como as chamadas eco-regiões, áreas críticas ( hot spots),
2. 2
enfoques ecossistêmicos, os ditames da biologia da conservação. Esses modelos chamados de
“grande escala” construídos e divulgados, sobretudo pelas ONGs multinacionais da
conservação que exercem uma influencia desmesurada nas políticas ambientais brasileiras
parecem responder mais às demandas das instituições bi/ multilaterais (Gef , Banco Mundial)
e corporativas que às demandas reais da conservação que, de uma ou outra forma se faz
localmente. O resultado dessas práticas tem resultado, muito frequentemente em conservação
insuficiente da nossa fauna e flora e num número elevado de “refugiados da conservação”,
obrigados a abandonar seus territórios tradicionais pelas restrições que sofrem em seu modo
de vida. (Mac Chapin, 2004)
Isso não quer dizer que os modelos novos, como a etno-conservação não deva ser
denso em novos conhecimentos científicos e saberes tradicionais e aí reside o grande desafio
para nossas instituições de pesquisas e ambientais.Por outro lado, apesar da importância que a
ciência( e os cientistas) tem na conservação, algumas práticas hoje recomendadas por vários
organismos internacionais tem mais a ver com valores éticos e a precaução que com a própria
ciência que encontra dificuldades na aplicação de modelos num mundo de incertezas
crescente, em que as mudanças ambientais e sociais são tão rápidas. Daí a recomendação da
adoção de práticas como o manejo adaptativo, a pesca responsável que insistem,
corretamente, em práticas ambientalmente mais respeitosas quando não se tem dados
científicos sobre o comportamento das espécies da flora e fauna e das mudanças a que estão
sujeitas pela ação humana( o que é o caso na maioria dos países do Terceiro Mundo, mas não
só neles).Essas recomendações somente podem ser postas em prática quando as populações
tradicionais usuárias dos recursos naturais renováveis estiverem envolvidas tanto no manejo
adaptativo quando na pesca responsável.
Rever conceitos e práticas conservacionistas. Sócio-diversidade e conhecimento
tradicional.
A biodiversidade tornou-se um tema de interesse internacional, sendo, principalmente,
objeto de estudo dos cientistas naturais, mas que começa a ganhar espaço também nas
ciências sociais, onde conceitos como os de etno-ciência, florestas culturais, sócio-
biodiversidade, de conhecimento e manejo tradicional começam a ser desenvolvidos.
Conhecimento tradicional pode ser definido como o saber e o saber-fazer, a respeito
do mundo natural, sobrenatural, gerados no âmbito da sociedade não-urbano/industrial,
transmitidos oralmente de geração em geração. Para muitas dessas sociedades, sobretudo as
indígenas, existe uma interligação orgânica entre o mundo natural, o sobrenatural e a
organização social. Nesse sentido, para estas últimas, não existe uma classificação dualista,
uma linha divisória rígida entre o "natural" e o "social", mas sim um continuum entre ambos.
Assim, Descola, (1997) sugere que para os Achuar da Amazônia, a floresta e as roças, longe
de se reduzirem a um lugar de onde se retiram os meios de subsistência, constituem o palco de
sociabilidades diversas onde convivem seres humanos, a flora e a fauna. Para eles, o que
consideramos natureza são alguns seres cuja existência é tida como maquinal e genérica. Mais
ainda, para muitos grupos indígenas, os humanos podem tomar-se animais e estes converter-
se em humanos. Nesse sentido, ainda segundo Descola, as cosmologias indígenas amazônicas
não fazem distinções ontológicas entre humanos, de um lado, e um grande número de animais
e humanos de outro. O autor enfatiza a idéia de interligação entre essas espécies, ligadas umas
às outras por um vasto continuum, governando pelo princípio da sociabilidade, onde a
identidade dos humanos, vivos ou mortos, das plantas, dos animais e dos espíritos é
3. 3
completamente relacional e, portanto sujeita as mutações.
É, portanto, essencial se ter em conta que conceitos como os de "natureza
selvagem","ecossistema",” eco-regioes”, promovidos pelas ONGs multinacionais da
conservação pertencem à ciência ocidental e são símbolos claros da separação entre cultura e
natureza que não faz sentido nas cosmologias das populações tradicionais.
Lévi-Strauss, em O Pensamento Selvagem enfatiza a atitude de espírito científico das
populações indígenas ao afirmar que para elaborar técnicas muitas vezes longas e complexas,
que permitem cultivar sem terra ou sem água; transformar grãos ou raízes tóxicas em
alimentos, há uma atitude científica, uma curiosidade assídua e alerta, uma vontade de
conhecer pelo prazer de conhecer, pois apenas uma fração das observações e experiências
podia fornecer resultados práticos e imediatamente utilizáveis (1989:30). Lévi-Strauss afirma,
portanto que existem dois modos diferentes de pensamento científico, não em função de
estágios desiguais de desenvolvimento do espírito humano, mais dois níveis estratégicos em
que a natureza se deixa abordar pelo conhecimento científico: um aproximadamente ajustado
ao da percepção e ao da imaginação e outro deslocado: como se as relações necessárias,
objeto de toda ciência pudessem ser atingidas por dois caminhos diferentes: um próximo da
intuição sensível e outro mais deslocado (1989:30). Em suma, pode-se dizer que para Lévi-
Strauss a forma do espírito das populações tradicionais é constante entre as culturas, diferindo
somente o conteúdo. Michael Balick e Paul Cox (1996) em Plants, People and Culture - The
Science of Ethnobotany, tem posição semelhante ao afirmar que o conhecimento tradicional
indígena e o científico ocidental estão epistemologicamente próximos, uma vez que ambos
baseiam-se numa constatação empírica.
William Balée, em Fooprints of the Forest (1993) enfatiza também uma outra
diferença relevante entre o pensamento científico moderno e o tradicional. Enquanto o
primeiro é comunicado através da escrita, o segundo utiliza a oralidade. Nesse sentido, o
conhecimento tradicional somente pode ser interpretado dentro do contexto da cultura em que
ele é gerado. Para Balée, é a escrita e os mecanismos a ela associados que explicam porque a
botânica lineense permite a identificação de mais de 30.000 espécies de plantas na Amazônia,
enquanto que dificilmente um grupo indígena emprega mais de 1000 nomes diferentes para
essa flora.
A biodiversidade vista pela ciência e pelos povos tradicionais
A partir do exposto acima, fica evidente que existem diferenças entre as formas pelas
quais as populações tradicionais produzem e expressam seu conhecimento sobre o mundo
natural e aquelas que foram desenvolvidas pela ciência moderna. Essas diferentes visões se
refletem no uso de conceitos desenvolvidos e aceitos por esta última, como o de recursos
naturais, biodiversidade e manejo.
Para “a ciência moderna, a biodiversidade pode ser definida como a” variabilidade
entre seres vivos de todas as origens, inter alia, a terrestre, a marinha e outros ecossistemas
aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte: isso inclui a diversidade no
interior das espécies, entre as espécies e entre espécies e ecossistemas.” (artigo 2 da
Convenção). Na concepção clássica, a biodiversidade é uma característica do mundo chamado
natural, produzida exclusivamente por este e analisada segundo as categorias classificatórias
propostas pelas ciências ou disciplinas científicas, como a botânica, genética, a biologia etc.
As populações tradicionais também não só convivem com a biodiversidade, mas
nomeiam e classificam as espécies vivas segundo suas próprias categorias e nomes. Uma
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importante diferença, no entanto é que essa natureza diversa não é vista necessariamente
como selvagem em sua totalidade; ela foi e é domesticada, manipulada. Uma outra diferença é
que essa diversidade da vida não é vista como "recurso natural", mas sim como um conjunto
de seres vivos que tem um valor de uso e um valor simbólico, integrado numa complexa
cosmologia.
Nesse sentido, pode-se falar numa etno-bio-diversidade, isto é, a riqueza da natureza
da qual participam os humanos, nomeando-a, classificando-a, domesticando-a, mas de
nenhuma maneira, selvagem e intocada.
Pode-se concluir que a biodiversidade pertence tanto ao domínio do natural e do
cultural, mas é a cultura enquanto conhecimento que permite as populações tradicionais
entendê-la, representá-la mentalmente, manuseá-la, retirar espécies, colocar outras e
freqüentemente enriquecendo-a como se viu anteriormente.
Nesse sentido os seres vivos, em sua diversidade participam, de uma ou outra forma
do espaço domesticado ou pelo menos identificado, seja como domesticado, seja como não-
domesticado, mas conhecido. Eles pertencem a um lugar, um território enquanto lócus em
que se produzem as relações sociais e simbólicas.
A biodiversidade usualmente definida pelos cientistas é fruto exclusivo da natureza,
não pertencem a lugar nenhum senão a uma teórica teia de inter-relações e funções, como
pretende a teoria dos ecossistemas. No fundo, o conhecimento da biodiversidade deve ser
domínio exclusivo da ciência, e aí reside um dos graves problemas no mundo moderno em
que parcela importante das descobertas científicas é feita em laboratórios de empresas
multinacionais. Para que esse conhecimento se produza sem interferência dos outros homens,
o cientista necessita, usualmente de um não-lugar, um parque nacional ou uma outra área de
proteção que não permite a presença humana, incluindo a presença daquelas populações
tradicionais que colaboraram para que aquele pedaço de seu território se mantivesse
preservado. O parque nacional acaba representando um hipotético mundo natural primitivo,
intocado, mesmo que grande parte dele já tenha sido manipulada por populações tradicionais
durante gerações, criando paisagens mistas de florestas já transformadas e outras que
raramente sofreram intervenções por partes dessas mesmas populações tradicionais. Esses
espaços florestados assim constituídos são paisagens, em grande parte resultante da ação
humana. Uma política conservacionista equivocada que transforma esses lugares em não-
lugares, com a expulsão das populações tradicionais pode estar abrindo espaço para que esses
não-lugares se tornem o domínio de pesquisa das multinacionais ou de convênios entre
entidades de pesquisa nacionais e internacionais, e ao final, "privatizados", como manda o
manual neoliberal. Talvez seja por isso, que as grandes entidades conservacionistas
internacionais e governos associem de forma tão íntima a conservação da biodiversidade e as
áreas protegidas vazias de seus habitantes tradicionais e de sua cultura.
Novos critérios para seleção de áreas críticas para a conservação
Finalmente, um outro aspecto que mostra a divergência dos enfoques sobre as
estratégias de conservação da biodiversidade diz respeito aos critérios usualmente utilizados
para se definir "hot spots" para a conservação: esses critérios são quase que totalmente de
ordem biológica. Dentro de possíveis novos parâmetros de uma etnoconservação poderiam se
pensar em critérios decorrentes das paisagens criadas pelas populações tradicionais, como
foram descritas anteriormente. Um dos critérios a ser incorporado é o da existência de áreas
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de alta biodiversidade decorrente do conhecimento e do manejo tradicional ou etno-manejo
realizado pelas populações tradicionais indígenas e não-indígenas. Essas populações
tradicionais, ao invés de serem expulsas de suas terras para a criação de um parque nacional,
passariam a serem valorizadas e recompensadas pelo seu conhecimento e manejo que deram
origem a esses mosaicos de paisagens que incluem um gradiente de florestas pouco ou nada
tocadas por elas até aquelas manejadas. Ter-se-ia, sem dúvida, mapas de áreas críticas para a
diversidade, diferentes daqueles gerados em workshops financiados por instituições
ambientalistas internacionais. Evidentemente, esses mapas somente poderiam ser realizados
com a utilização de indicadores de biodiversidade que não são somente de ordem biológica,
mas provenientes de uma nova etnociência da conservação. No entanto, o que ocorre é que
nos “ workshops” promovidos, em grande parte , por grandes ONGs internacionais da
conservação somente são usados critérios biológicos, cabendo às ciências sociais indicar
somente “as ameaças antrópicas” à conservação, incluindo aí, muitas vezes, a própria
presença da populações tradicionais. Quando, nesses workshops, isso é criticado pelos raros
cientistas sociais convidados a resposta é que o modelo não comporta esses dados sócio-
culturais. É necessário se desenvolver metodologias através das quais as áreas críticas de
conservação sejam selecionadas porque nelas existem práticas tradicionais que,de uma forma
ou outra, são igualmente responsáveis pelo estado de conservação da área. A partir daí
teríamos outros “mapas de áreas criticas da conservação” que exigem outras práticas
conservacionistas mais eficientes e democráticas.
Essa nova alternativa poderia ser realizada por inventários da etno-biodiversidade
realmente participativos, com plena anuência e cooperação das populações tradicionais,
manejadoras da biodiversidade.
Manejo científico e manejo tradicional.
O conceito de manejo das ciências naturais também é distinto do etno-manejo, do
manejo realizado pelas tradições tradicionais. A definição apresentada do manejo cientifico,
dos ecossistemas que se encontra no Glossário de Ecologia, da ACIESP (1987) é sintomática
nesse sentido:
“Aplicação de programas de utilização dos ecossistemas, naturais
ou artificiais, baseada em teorias ecológicas sólidas, de modo que mantenha,
da melhor forma possível as comunidades vegetais e/ou animais como fontes
úteis de produtos biológicos para o homem, e também como fontes de
conhecimento científico e de lazer. A orientação de tais programas deve
garantir que os valores intrínsecos das áreas naturais não fiquem alterados,
para o desfrute das gerações futuras.
Fica claro nessa definição que existe somente o manejo chamado "científico", dentro
dos parâmetros da ciência cartesiana e reducionadas, baseado em “teorias ecológicas sólidas”.
Seria importante que se definisse o que são teorias ecológicas sólidas num domínio científico
em que as teorias da conservação mudam rapidamente. Veja-se, por exemplo, a teoria dos
refúgios, que serviu de base, na década de 70-80 para o estabelecimento de parques nacionais
na Amazônia, que se transformaram, elas mesmas em verdadeiras ilhas de conservação e que
depois passou ao desuso. Hoje se fala em corredor ecológico como forma de se resolver a
fragmentação da mata e a insularização das unidades de conservação, esta resultante, em
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parte, da aplicação da teoria dos refúgios. Os programas de “corredores “ecológicos”, um dos
financeiramente mais bem dotados do Brasil e aplicados em outras partes do mundo pelos
mesmos atores antes mencionados, não tem sido devidamente avaliados pela sociedade
brasileira em sua complexidade ecológica, mas sobretudo social e política.
Para esse manejo científico, exige-se, por exemplo, o "conhecimento profundo do
ecossistema", mesmo quando se sabe que as informações científicas necessárias não são
facilmente disponíveis e que os limites dos ecossistemas variam segundo a formação de cada
cientista, seja ele biólogo, pedólogo, botânico, etc.
Para a etno-ciência, o manejo é realizado também pelas populações tradicionais
indígenas e não-indígenas. Para Balée (1993) esse manejo implica na manipulação de
componentes inorgânicos ou orgânicos do meio-ambiente, que traz uma diversidade ambiental
líquida maior que a existente nas chamadas condições naturais primitivas onde não existe
presença humana.
Para esse autor, a questão transcende a distinção habitual entre preservação e
degradação, na medida em que ao contrário da preservação, o manejo implica em
interferência humana. Num ecossistema manejado, algumas espécies podem se extinguir
como resultado dessa ação, ainda que o efeito total dessa interferência possa resultar num
aumento real da diversidade ecológica e biológica de um lugar específico ou região. Balée
mostrou como no caso dos Ka'apor, existe um manejo tradicional indígena que resulta num
aumento de espécies de determinados habitats, ainda que esse resultado não tenha sido
buscado intencionalmente. Esse autor, assim como outros (Gomez-Pompa, 1992), indica que
os índios não só tem um conhecimento aprofundado dos diversos habitats e solos em que
ocorrem as espécies, como também os classificam com nomes distintos. Eles também
manipulam esses ambientes e sua flora e fauna, através inclusive de práticas agrícolas, como a
do pousio, que acabam resultando numa maior diversidade de espécies nesses habitats
manipulados que nas florestas consideradas nativas.
Conclusões
O que se propõe, para a criação de uma nova ciência da conservação é uma síntese
entre o conhecimento científico e o tradicional. Para tanto, é preciso, antes de tudo se
reconhecer a existência, nas sociedades tradicionais, de outras formas, igualmente válidas de
se perceber, representada e manejar a biodiversidade, além daquelas oferecidas por uma
ciência biologizante e reducionista.
Romper com os padrões clássicos dessa ciência reducionista não é tarefa fácil, pois
nossas próprias instituições de pesquisa e ensino são, em geral, uni-disciplinares,
discriminadoras dos saberes tradicionais, marcadas por “correias de transmissão” que nos
ligam aos grandes centros, dentro e fora do país, onde são gerados modelos científicos
reducionistas que transformados em práticas (ou ideologias) levam a uma conservação
hegemônica, autoritária e pouco eficaz.
A superação desses modelos e práticas constitui, a meu ver, o grande desafio que se
coloca às instituições brasileiras de pesquisa, de ensino, às Ongs, órgãos ambientais e
organizações dos povos tradicionais. A construção social de um modelo que chamamos de
etno-conservacionista poderá resultar numa conservação ambientalmente mais eficaz e numa
melhoria das condições sociais e econômicas, sobretudo para as populações que vivem
diretamente dos benefícios da biodiversidade que ajudam a manter.
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BIBLIOGRAFIA
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ecology of plant utilization by an Amazonian People. Columbia Univ. Press, New
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DESCOLLA, Philippe, 1997 Ecologia e Cosmologia, In Edna Castro e Florence Pinton.,
Faces do Trópico Úmido, Edit. Cejup, Belem
DIEGUES, A. C., 1993a. “Traditional sea tenure and coastal fisheries resources management
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RIBEIRO, M e FABRÉ, N. Sistemas abertos sustentáveis-SAS, uma alternativa de gestão
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