Este drama homoerótico conta a história de dois amigos, Bruno e Cristiano, que acabam de se mudar para um pequeno apartamento juntos para estudarem na faculdade. Bruno tenta convencer Cristiano a ficar mais à vontade com a nudez entre eles, enquanto Cristiano parece hesitante e envergonhado.
O documento apresenta seis esquetes curtas com temas como um passageiro diabético em um avião, a conversa entre um vinho e um leite na geladeira, e um casal revelando em um motel que muitas de suas características são artificiais. Os esquetes usam humor para abordar situações do cotidiano e questões de saúde de forma irreverente.
O documento apresenta um espetáculo teatral satírico e irreverente protagonizado por "bufões". No prólogo, o Arauto apresenta os personagens e o espírito carnavalesco do espetáculo. Na primeira cena, os bufões fazem um banquete bacanal. Na segunda cena, o Falso Profeta prega um sermão hipócrita sobre oferendas. Na terceira cena, um bufão faz uma propaganda ridícula de perfume para peidos. Na quarta cena, os bufões discutem sobre amor e defecação.
Este documento apresenta uma peça teatral cômica sobre dois mendigos que enganam um padeiro e sua esposa para obter comida. Os mendigos ouvem o padeiro dizer para sua esposa entregar um pastelão apenas para quem cantar uma música específica. Um dos mendigos se disfarça e consegue enganar a esposa do padeiro, recebendo o pastelão. Posteriormente, o outro mendigo tenta o mesmo truque, mas é descoberto.
O documento apresenta pequenos trechos de diferentes obras literárias e peças teatrais, unidos em uma colagem de textos. As cenas abordam temas como solidão, dúvidas existenciais, frustrações amorosas e problemas familiares relacionados ao uso de drogas.
O documento é um texto de drama intitulado "Castelos de Areia". Conta a história de um casal que terminou o relacionamento, mas o homem ainda não conseguiu superar o término e tenta convencer a mulher a reatar. Ela diz que não o quer mais, mas ele insiste em saber o motivo do fim do namoro.
A peça de teatro "A Pele do Lobo", de Artur Azevedo, apresenta um subdelegado e sua esposa que estão atrasados para um batizado. Seu tempo é gasto atendendo as reclamações de Apolinário, um homem tagarela que teve galinhas roubadas. Apolinário se recusa a ir embora até que sua queixa seja registrada, para desespero do casal que tenta demitir o subdelegado de seu cargo burocrático.
O documento descreve um encontro no topo de um prédio entre X, um homem em situação de rua pensando em cometer suicídio, e Y, um homem de classe média. Y impede X de pular do prédio e tenta convencê-lo a não desistir da vida, mas X se sente sem esperança. Eles discutem suas diferentes situações de vida e perspectivas.
O documento apresenta um resumo do drama "Cidade dos Urubus" de Julio Carrara. A peça retrata a vida de personagens marginalizados que vivem em um ferro velho na cidade. Kill comemora seu aniversário de 18 anos sozinho até conhecer Malu, que está grávida e abandonada. Os dois desenvolvem uma conexão enquanto lidam com suas próprias lutas e o submundo ao redor.
O documento apresenta seis esquetes curtas com temas como um passageiro diabético em um avião, a conversa entre um vinho e um leite na geladeira, e um casal revelando em um motel que muitas de suas características são artificiais. Os esquetes usam humor para abordar situações do cotidiano e questões de saúde de forma irreverente.
O documento apresenta um espetáculo teatral satírico e irreverente protagonizado por "bufões". No prólogo, o Arauto apresenta os personagens e o espírito carnavalesco do espetáculo. Na primeira cena, os bufões fazem um banquete bacanal. Na segunda cena, o Falso Profeta prega um sermão hipócrita sobre oferendas. Na terceira cena, um bufão faz uma propaganda ridícula de perfume para peidos. Na quarta cena, os bufões discutem sobre amor e defecação.
Este documento apresenta uma peça teatral cômica sobre dois mendigos que enganam um padeiro e sua esposa para obter comida. Os mendigos ouvem o padeiro dizer para sua esposa entregar um pastelão apenas para quem cantar uma música específica. Um dos mendigos se disfarça e consegue enganar a esposa do padeiro, recebendo o pastelão. Posteriormente, o outro mendigo tenta o mesmo truque, mas é descoberto.
O documento apresenta pequenos trechos de diferentes obras literárias e peças teatrais, unidos em uma colagem de textos. As cenas abordam temas como solidão, dúvidas existenciais, frustrações amorosas e problemas familiares relacionados ao uso de drogas.
O documento é um texto de drama intitulado "Castelos de Areia". Conta a história de um casal que terminou o relacionamento, mas o homem ainda não conseguiu superar o término e tenta convencer a mulher a reatar. Ela diz que não o quer mais, mas ele insiste em saber o motivo do fim do namoro.
A peça de teatro "A Pele do Lobo", de Artur Azevedo, apresenta um subdelegado e sua esposa que estão atrasados para um batizado. Seu tempo é gasto atendendo as reclamações de Apolinário, um homem tagarela que teve galinhas roubadas. Apolinário se recusa a ir embora até que sua queixa seja registrada, para desespero do casal que tenta demitir o subdelegado de seu cargo burocrático.
O documento descreve um encontro no topo de um prédio entre X, um homem em situação de rua pensando em cometer suicídio, e Y, um homem de classe média. Y impede X de pular do prédio e tenta convencê-lo a não desistir da vida, mas X se sente sem esperança. Eles discutem suas diferentes situações de vida e perspectivas.
O documento apresenta um resumo do drama "Cidade dos Urubus" de Julio Carrara. A peça retrata a vida de personagens marginalizados que vivem em um ferro velho na cidade. Kill comemora seu aniversário de 18 anos sozinho até conhecer Malu, que está grávida e abandonada. Os dois desenvolvem uma conexão enquanto lidam com suas próprias lutas e o submundo ao redor.
Dois malandros esfomeados, Julião e Chumbinho, dão um golpe para conseguir se alimentar. Tentam para isso artimanhas para afanar um pastelão e uma torta
O documento descreve um roteiro para uma peça teatral sobre crianças brincando de cantigas, adivinhações e lendas populares em uma roda. O roteiro inclui 19 cenas com diversas brincadeiras tradicionais como "Se essa rua fosse minha", "Ciranda, cirandinha" e "Balança caixão".
O documento apresenta três pequenas peças teatrais escritas por Julio Carrara em 2009. A primeira peça, "Grapefruit Moon", trata de uma discussão entre Paulo e Vanessa após ela chegar tarde em casa. Eles discutem sobre confiança e prioridades no relacionamento. A segunda peça, "On the Nickel", apresenta um diálogo entre um garoto e um homem em situação de rua. A terceira peça, "Just a Perfect Day", tem como personagem uma mulher e trata de um dia perfeito.
1. O documento apresenta 60 quadrinhas de humor escritas por diferentes autores.
2. As quadrinhas abordam temas como relacionamentos, família, trabalho e vida cotidiana de forma bem-humorada.
3. O documento foi organizado e distribuído gratuitamente pela Biblioteca Virtual "Cá Estamos Nós" para reprodução e distribuição sem fins lucrativos desde que preservadas as características originais.
Esta peça de teatro absurda e cômica se passa na "Terra do Contrário", onde as coisas funcionam de forma inversa. A história segue Natália e Felipe, que se conheceram em uma danceteria e marcaram um encontro, porém Natália não apareceu. Ela tenta explicar o que aconteceu ao mesmo tempo em que lida com a menstruação da amiga Amanda. Enquanto isso, Felipe fica frustrado com o não comparecimento de Natália.
A peça teatral aborda a situação de uma família nordestina de retirantes que foi obrigada a deixar sua terra devido à seca. Após muitas dificuldades, eles encontram um abrigo temporário em uma oiticica, onde começam a reconstruir suas vidas enfrentando novos desafios em meio à pobreza e incertezas do futuro.
O documento apresenta um esboço de roteiro para uma peça de teatro de Natal intitulada "Natal dos Excluídos". A história se passa em um lixão e apresenta personagens marginalizados da sociedade que trabalham em um telejornal alternativo transmitido do local. O roteiro inclui cenas do telejornal, entrevistas com os personagens e detalhes sobre a reforma de um auditório local.
O documento apresenta informações sobre músicas nordestinas brasileiras, incluindo letras e artistas. Há referências a canções de Jackson do Pandeiro, Alceu Valença, Elba Ramalho e outros expoentes da música popular nordestina.
Este documento fornece informações sobre um boletim informativo virtual chamado Agrissênior Notícias. Ele é editado por Luiz Ferreira da Silva e Jefferson Dias e contém artigos sobre temas variados como ditados populares, rios subterrâneos, as mulheres de 30 anos e dicas para ter idade mas não ser velho.
Fabio cavalcante flocloresantarenolivro1melodiasAbia Reis
Este documento apresenta 46 partituras de músicas folclóricas da região de Santarém no Pará, coletadas pelo autor Fábio Gonçalves Cavalcante. O livro inclui introduções, agradecimentos e notas sobre as músicas, que variam entre cordões, brincadeiras de roda e cantigas de ninar. As partituras estão disponíveis online sob uma licença Creative Commons que permite uso não-comercial com atribuição.
O documento conta a história de um menino pobre chamado Pedro que trabalha como "espantador de pardais" no campo, impedindo-o de frequentar a escola. Quando a professora descobre, convence o patrão do menino, o Tio Bento, a deixá-lo ir à escola em troca de não aplicar uma multa. Pedro fica feliz por poder finalmente aprender.
Dois homens famintos, Chumbinho e Julião, elaboram um plano para enganar a esposa de um fazendeiro, Dona Maria, e conseguir o pastelão que ela havia preparado. Chumbinho finge ser o mensageiro enviado pelo marido dela para buscar o pastelão. A estratagema funciona e ele consegue o pastelão, para deleite dele e de Julião. Porém, o marido chega em casa mais cedo e descobre o engano.
1. O programa de TV Pânico na TV submeteu seus humoristas a uma "brincadeira" cruel que os fez passar por horas de privação de sono e fome, sendo deixados em um espaço apertado sem poder descansar ou atender às necessidades básicas.
2. A equipe protestou a falta de respeito com seu trabalho árduo, mas foi ameaçada pelos diretores a continuar participando sob más condições.
3. Apesar do sofrimento, a "piada" continuou no ar em busca de audi
O documento apresenta diálogos cômicos entre um professor e seus alunos, onde estes demonstram criatividade ao responder perguntas de forma inusitada e sem relação com o assunto, gerando notas baixas. A intenção é proporcionar risos através de respostas espontâneas e descontraídas.
O documento apresenta o primeiro ato da peça de teatro "O Badejo" de Artur Azevedo. A cena se passa na casa de João Ramos, que convidou dois pretendentes de sua filha Ambrosina, César Santos e Benjamin Ferraz, para um almoço na esperança de que ela escolha entre eles um marido. Ambrosina, no entanto, não sente preferência por nenhum dos dois.
Perfeição , capítulo 30 - Audiência da guarda de Pedro Junior acontecelucas_vinicius2012
O capítulo começa com Jeca explicando seu plano para Raquel em um local abandonado. Em seguida, Leninha faz compras no supermercado e discute com Fátima sobre Geovane. Marizete demonstra preocupação com Pedro Júnior e discute com Cláudio sobre a audiência. Por fim, no caixa do supermercado, Leninha tenta convencer o caixa a deixar fiado, mas não consegue.
Este documento descreve como Adolfo Santos Turbay, um cozinheiro negro, criou o prato Churrasco para alimentar seu restaurante durante um cerco à cidade de Curitiba. Sem os ingredientes habituais devido aos saques, Adolfo teve a ideia de assar pedaços de carne bovina em brasas, agradando tanto seu patrão quanto soldados invasores. O novo prato se tornou um sucesso e ajudou o restaurante a prosperar.
O documento apresenta a peça teatral "Catedral" de Julio Carrara. A peça conta a história de Letícia, que decide sair de casa para morar com seu namorado Adriano depois de anos de conflitos com seu pai rigoroso. No entanto, quando chega ao apartamento de Adriano, ela encontra o irmão dele, Alex, que acabou de chegar para tentar a vida em São Paulo.
O documento apresenta o início de uma peça teatral chamada "Sombras do Passado". A primeira cena descreve Viviane procurando abrigo da chuva no casarão de Lucas, onde acabam conversando e se conhecendo melhor. Na segunda cena, as amigas de Viviane visitam o casarão e revelam detalhes dolorosos do passado dela, tentando alertá-la sobre Lucas.
Dois malandros esfomeados, Julião e Chumbinho, dão um golpe para conseguir se alimentar. Tentam para isso artimanhas para afanar um pastelão e uma torta
O documento descreve um roteiro para uma peça teatral sobre crianças brincando de cantigas, adivinhações e lendas populares em uma roda. O roteiro inclui 19 cenas com diversas brincadeiras tradicionais como "Se essa rua fosse minha", "Ciranda, cirandinha" e "Balança caixão".
O documento apresenta três pequenas peças teatrais escritas por Julio Carrara em 2009. A primeira peça, "Grapefruit Moon", trata de uma discussão entre Paulo e Vanessa após ela chegar tarde em casa. Eles discutem sobre confiança e prioridades no relacionamento. A segunda peça, "On the Nickel", apresenta um diálogo entre um garoto e um homem em situação de rua. A terceira peça, "Just a Perfect Day", tem como personagem uma mulher e trata de um dia perfeito.
1. O documento apresenta 60 quadrinhas de humor escritas por diferentes autores.
2. As quadrinhas abordam temas como relacionamentos, família, trabalho e vida cotidiana de forma bem-humorada.
3. O documento foi organizado e distribuído gratuitamente pela Biblioteca Virtual "Cá Estamos Nós" para reprodução e distribuição sem fins lucrativos desde que preservadas as características originais.
Esta peça de teatro absurda e cômica se passa na "Terra do Contrário", onde as coisas funcionam de forma inversa. A história segue Natália e Felipe, que se conheceram em uma danceteria e marcaram um encontro, porém Natália não apareceu. Ela tenta explicar o que aconteceu ao mesmo tempo em que lida com a menstruação da amiga Amanda. Enquanto isso, Felipe fica frustrado com o não comparecimento de Natália.
A peça teatral aborda a situação de uma família nordestina de retirantes que foi obrigada a deixar sua terra devido à seca. Após muitas dificuldades, eles encontram um abrigo temporário em uma oiticica, onde começam a reconstruir suas vidas enfrentando novos desafios em meio à pobreza e incertezas do futuro.
O documento apresenta um esboço de roteiro para uma peça de teatro de Natal intitulada "Natal dos Excluídos". A história se passa em um lixão e apresenta personagens marginalizados da sociedade que trabalham em um telejornal alternativo transmitido do local. O roteiro inclui cenas do telejornal, entrevistas com os personagens e detalhes sobre a reforma de um auditório local.
O documento apresenta informações sobre músicas nordestinas brasileiras, incluindo letras e artistas. Há referências a canções de Jackson do Pandeiro, Alceu Valença, Elba Ramalho e outros expoentes da música popular nordestina.
Este documento fornece informações sobre um boletim informativo virtual chamado Agrissênior Notícias. Ele é editado por Luiz Ferreira da Silva e Jefferson Dias e contém artigos sobre temas variados como ditados populares, rios subterrâneos, as mulheres de 30 anos e dicas para ter idade mas não ser velho.
Fabio cavalcante flocloresantarenolivro1melodiasAbia Reis
Este documento apresenta 46 partituras de músicas folclóricas da região de Santarém no Pará, coletadas pelo autor Fábio Gonçalves Cavalcante. O livro inclui introduções, agradecimentos e notas sobre as músicas, que variam entre cordões, brincadeiras de roda e cantigas de ninar. As partituras estão disponíveis online sob uma licença Creative Commons que permite uso não-comercial com atribuição.
O documento conta a história de um menino pobre chamado Pedro que trabalha como "espantador de pardais" no campo, impedindo-o de frequentar a escola. Quando a professora descobre, convence o patrão do menino, o Tio Bento, a deixá-lo ir à escola em troca de não aplicar uma multa. Pedro fica feliz por poder finalmente aprender.
Dois homens famintos, Chumbinho e Julião, elaboram um plano para enganar a esposa de um fazendeiro, Dona Maria, e conseguir o pastelão que ela havia preparado. Chumbinho finge ser o mensageiro enviado pelo marido dela para buscar o pastelão. A estratagema funciona e ele consegue o pastelão, para deleite dele e de Julião. Porém, o marido chega em casa mais cedo e descobre o engano.
1. O programa de TV Pânico na TV submeteu seus humoristas a uma "brincadeira" cruel que os fez passar por horas de privação de sono e fome, sendo deixados em um espaço apertado sem poder descansar ou atender às necessidades básicas.
2. A equipe protestou a falta de respeito com seu trabalho árduo, mas foi ameaçada pelos diretores a continuar participando sob más condições.
3. Apesar do sofrimento, a "piada" continuou no ar em busca de audi
O documento apresenta diálogos cômicos entre um professor e seus alunos, onde estes demonstram criatividade ao responder perguntas de forma inusitada e sem relação com o assunto, gerando notas baixas. A intenção é proporcionar risos através de respostas espontâneas e descontraídas.
O documento apresenta o primeiro ato da peça de teatro "O Badejo" de Artur Azevedo. A cena se passa na casa de João Ramos, que convidou dois pretendentes de sua filha Ambrosina, César Santos e Benjamin Ferraz, para um almoço na esperança de que ela escolha entre eles um marido. Ambrosina, no entanto, não sente preferência por nenhum dos dois.
Perfeição , capítulo 30 - Audiência da guarda de Pedro Junior acontecelucas_vinicius2012
O capítulo começa com Jeca explicando seu plano para Raquel em um local abandonado. Em seguida, Leninha faz compras no supermercado e discute com Fátima sobre Geovane. Marizete demonstra preocupação com Pedro Júnior e discute com Cláudio sobre a audiência. Por fim, no caixa do supermercado, Leninha tenta convencer o caixa a deixar fiado, mas não consegue.
Este documento descreve como Adolfo Santos Turbay, um cozinheiro negro, criou o prato Churrasco para alimentar seu restaurante durante um cerco à cidade de Curitiba. Sem os ingredientes habituais devido aos saques, Adolfo teve a ideia de assar pedaços de carne bovina em brasas, agradando tanto seu patrão quanto soldados invasores. O novo prato se tornou um sucesso e ajudou o restaurante a prosperar.
O documento apresenta a peça teatral "Catedral" de Julio Carrara. A peça conta a história de Letícia, que decide sair de casa para morar com seu namorado Adriano depois de anos de conflitos com seu pai rigoroso. No entanto, quando chega ao apartamento de Adriano, ela encontra o irmão dele, Alex, que acabou de chegar para tentar a vida em São Paulo.
O documento apresenta o início de uma peça teatral chamada "Sombras do Passado". A primeira cena descreve Viviane procurando abrigo da chuva no casarão de Lucas, onde acabam conversando e se conhecendo melhor. Na segunda cena, as amigas de Viviane visitam o casarão e revelam detalhes dolorosos do passado dela, tentando alertá-la sobre Lucas.
O documento apresenta um resumo da peça teatral "O Beco", que descreve cenas da vida de jovens em situação de rua que vivem em um beco sujo. A peça mostra suas lutas diárias para sobreviver, incluindo violência, prostituição e uso de drogas. A peça também retrata a amizade e apoio entre os jovens no beco.
Os amigos Artur e Bruno discutem a teoria de Jon Negroni sobre os filmes da Pixar estarem conectados e se passarem no mesmo universo. Bruno explica como "Valente" inicia a evolução dos animais que leva a uma guerra contra humanos e máquinas, e como os demais filmes como "Ratatouille", "Up", "Procurando Nemo" e "Toy Story" se encaixam nessa teoria. No fim, Artur duvida que a Bruxa de "Valente" seja na verdade a Boo de "Monstros SA", e ao
Como seria a história da chapeuzinho vermelho nas manchetes das principaisProfessora Vilma Zili
A história da Chapeuzinho Vermelho seria relatada de forma sensacionalista e midiática pelos principais veículos de comunicação brasileiros, que explorariam o caso de diferentes ângulos, como violência, sexualização e política.
Este podcast discute temas como a Quaresma, vídeos engraçados da internet, e músicas no iPod da apresentadora Cindy Reinig. Ela fala sobre tradições e lendas da Quaresma, compartilha vídeos de gafes e erros de apresentadores de TV, e lista algumas músicas em seu iPod, comentando cada uma delas.
O documento é um texto de teatro intitulado "Doce Ilusão" que descreve uma conversa entre dois amigos, Bill e Pardal, na véspera do ano novo. Eles discutem seus planos para a noite e lembranças do passado, tentando superar momentos difíceis.
O documento é uma coleção de poemas que exploram temas como amor, perda, solidão, finitude e introspeção. Os poemas descrevem experiências como o término de um relacionamento, a passagem do tempo, a busca por significado e a condição humana.
O documento descreve os exercícios realizados por atores durante os ensaios para a peça teatral "Oh, Dúvida Cruel!". Os exercícios incluem relaxamento, alongamento, aquecimento vocal e jogos teatrais para ajudar na preparação dos atores e na criação dos personagens. A peça aborda a dúvida de três crianças sobre como os bebês nascem.
O documento descreve o roteiro de um espetáculo teatral chamado "Baile de Formatura". A história se passa em um luxuoso salão de baile e apresenta vários personagens, incluindo uma moça solitária chamada Moça, um rapaz popular chamado Rapaz e seu par Irmã da Moça. A trama gira em torno do triângulo amoroso entre esses personagens e suas interações durante a festa.
Os jovens ficam perdidos na Serra do Mar após sofrerem um acidente de carro. Eles tentam montar acampamento, mas se desentendem. Fred fica irritado com as brincadeiras sobre Ana Telma e sai correndo na mata. Marília defende Ana Telma das gozações.
O documento é um texto de teatro intitulado "A Moléstia Azul" escrito em 1996 por Julio Carrara. A peça conta a história de Pedro, um homem desiludido com a vida, que conhece uma velha japonesa em um parque. Ela o leva a um misterioso Palácio Oriental onde ele conhece Yukio, um menino doente, e Kimitake, o Mestre do palácio.
O drama existencialista retrata a história de Uriel, uma mulher misteriosa que se torna paciente de David, um psiquiatra. Ela questiona as noções de normalidade de David e o leva a questionar a si mesmo. David se apaixona por Uriel e sua relação o perturba profundamente, levando-o a duvidar de sua própria sanidade. Uriel desaparece, mas retorna para dizer a David que ele deve aproveitar o tempo de vida que lhe resta sem medo ou cobranças.
Este drama conta a história de Dora e seus três filhos, Guto, Paloma e Nando, que tem paralisia cerebral. A peça explora as dificuldades da família e as tensões entre os irmãos, especialmente o desprezo inicial de Guto por Nando. No entanto, Paloma ajuda Guto a ver que deve aceitar e cuidar de seu irmão.
O documento apresenta o monólogo de um personagem chamado "Anjo Maldito", um jovem de 17 anos que trabalha como prostituto. Ele narra fatos traumáticos de sua infância, como ter presenciado a mãe ser morta pelo pai alcoólatra, e como isso o levou a viver nas ruas e se prostituir. Ele também descreve um episódio de abuso sexual sofrido por um cliente.
Este documento apresenta uma lenda indígena sobre a Caverna dos Suspiros. A história introduz personagens como Vovô, Lucinha e Juninho, que buscam um tesouro enterrado na caverna. Eles encontram uma Velha das Cavernas que os protege de dois índios canibais. Vovô conta a origem da lenda, sobre um pirata que escondeu seu tesouro na caverna para escapar de navios de guerra.
Este conto de comédia romântica se passa durante um feriado de verão na praia de São Vicente. Um grupo de amigos tem problemas com o carro quebrado no caminho e consegue carona em um caminhão de galinhas. Na praia, eles montam acampamento e conhecem uma garota bonita que pede ajuda para passar bronzeador, despertando a atenção dos rapazes.
O documento apresenta o roteiro de um espetáculo teatral que mostra as diferentes etapas da vida de uma mulher chamada Clarinha, desde a infância até a velhice, quando ela é esquecida em um asilo. A peça utiliza cores para representar cada fase da vida de Clarinha e mostra momentos como seu aniversário de 5 anos, primeira comunhão, amor na adolescência, formatura, casamento, nascimento do filho e morte do marido.
O documento é uma adaptação da tragédia Hamlet de Shakespeare e Heiner Müller que se passa em uma Dinamarca pós-apocalíptica. A peça apresenta diálogos entre Hamlet, um robô chamado Hamlet-Máquina e o fantasma do pai de Hamlet, que ordena que Hamlet vingue seu assassinato. Também apresenta cenas com Ophelia Puta e discursos sobre a corrupção e degradação da sociedade.
Este documento apresenta um resumo de cinco cenas de um drama libertino do século XVIII que retrata relações sexuais entre membros do clero e noviças em uma abadia na França. A peça explora temas como luxúria, hipocrisia e abuso sexual sob a aparência de exercícios espirituais.
A peça de teatro "Estrela de Bastidor" retrata o dia a dia de funcionárias de um call center e mostra a rotina de atendimentos, as tensões com os clientes e a pausa para o almoço, onde Norma conta sobre seu romance com Valdir, um técnico de manutenção. À noite, Norma liga para o programa de rádio "Túnel do Tempo" para dedicar a música "Emoções", de Roberto Carlos, a Valdir, marcando um encontro no parque no fim de semana.
A história conta a jornada de uma velhinha para fazer uma torta de maçã. Ela troca suas ameixas por penas de ganso, flores e conselhos, ajudando outras pessoas no caminho. No final, apesar de não ter conseguido as maçãs, fica satisfeita por ter levado alegria aos outros.
2. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 1111
PERSONAGENS:
CRISTIANO
BRUNO
MULHER (OFF)
PASTOR (OFF)
ÉPOCA: Atual.
CENÁRIO: Um minúsculo apartamento, muito simples. Dois colchões, um
puff, um rack onde estão o som, a TV, diversos CDs e livros de Direito como o
Código Penal, por exemplo. No proscênio, uma sacada. Porta de entrada de
um lado e do outro uma minúscula cozinha que conduz ao banheiro.
3. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 2222
CENA 1
(Luz em resistência revelando a sala vazia do apartamento. Ouvem-se ruídos de
trânsito. A porta se abre e entram Bruno e Cristiano carregados de embrulhos.)
BRUNO
É aqui. Que tal, hein?
CRISTIANO
(Olhando pela janela.) A vista não é das melhores, mas até que dá pra
encarar. Morar no edifício São Benedito, do lado do cinema pornô, na frente
do Minhocão e em cima do Ponto G?! Ninguém merece...
BRUNO
Mas daqui até o Mackenzie é um pulinho. O foda é esse barulho infernal
aí fora. E depois, quando a gente voltar da facul, vamos estar tão cansados que
nem vamos ouvir nada. E com o tempo a gente se acostuma.
CRISTIANO
Puta sorte ter te encontrado pra dividirmos o apê. Eu tava vendo umas
pensões pra morar, mas quando via aqueles seres bizarros aparecendo, picava
a mula. Eu tava desesperado atrás de alguém pra dividir o aluguel e o
condomínio. Meu pai tinha pensado na hipótese de ficar lá em casa, mas eu
não aguentaria ir e vir de Atibaia todos os dias. Não iria render nada no curso.
BRUNO
É, o curso de Direito é foda. Não quero nem pensar como é que vai ser.
CRISTIANO
Nem eu. Mas a gente tá junto nessa, véio. Um vai cuidar do outro. Ainda
mais agora que não temos mais mamãe e papai por perto pra ficar pegando no
4. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 3333
nosso pé... Esse é o preço da tão sonhada liberdade. (Cristiano sobe no parapeito
da sacada.)
BRUNO
Sai daí, seu louco. Quer se esborrachar lá embaixo?
CRISTIANO
(Abre os braços.) “Minhas asas estão prontas para voar. Eu gostaria de
voltar no tempo. Ficaria mais tempo vivo se tivesse menos liberdade”.
BRUNO
Credo, voltar no tempo e ter menos liberdade. Estou contente com o
aqui e agora.
CRISTIANO
(Saindo da sacada.) Eu também tô. Falei por falar. Tô adorando esse
gostinho de liberdade, cara. A gente vai ser muito feliz aqui, Bruno.
BRUNO
Disso eu tenho certeza...
(Ambos se abraçam afetuosamente.)
CRISTIANO
Bem, ao trabalho...
BRUNO
Ao trabalho.
(Começam a arrumar o ambiente alegremente. Bruno coloca um CD no som num
volume ensurdecedor. Depois de um tempo, ouvem-se batidas na parede.)
5. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 4444
MULHER
(Off, gritando.) Abaixa esse rádio...
(Cristiano e Bruno, sem se importar, vão até a sacada e gritam para fora.)
AMBOS
Hein?
MULHER
(Off, gritando.) Abaixa o diabo desse rádio...
BRUNO
Ih... ser vizinho de velha é foda.
CRISTIANO
(Alto.)Fala mais alto!!!!
MULHER
(Off.) Eu vou falar com a síndica e ela vai dar uma multa pra vocês, seus
malcriados. Não conhecem as regras de condomínio, não?
AMBOS
Nããããoooo!
MULHER
(Off.) Vocês vão ver... Eu sou a primeira moradora deste edifício e vou
tomar providências contra vocês...
BRUNO
Vai correndo, velha do caralho!...
6. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 5555
MULHER
(Off.) Vocês não perdem por esperar, moleques...
(Ambos riem e voltam para dentro.)
CRISTIANO
Será que ela vai mesmo falar com a síndica?
BRUNO
Se falar, falou... Olha só a minha cara de preocupado... Qualquer coisa, a
gente arrebenta ela e a síndica de porrada... (Riem.)
CRISTIANO
Cara, você é muito louco...
BRUNO
Por que acha que escolhi essa profissão? Existe alguém mais louco do
que um advogado?
CRISTIANO
Ah, existe sim...
BRUNO
Quem?
CRISTIANO
Limpador de janela.
BRUNO
Porteiro de cinema pornô.
7. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 6666
CRISTIANO
Maquiador de defunto.
BRUNO
Puta!
CRISTIANO
Padre!
BRUNO
Ah, padre não é profissão!
CRISTIANO
E puta também não é!
(Ambos caem na gargalhada e começam uma guerra de travesseiros.)
CENA 2
(Bruno e Cristiano sentados no puff, comendo pizza e tomando Coca-Cola.)
BRUNO
Tô vendo que essa será a nossa refeição diária: pizza com Coca-Cola.
Desse jeito vou virar um hipopótamo.
CRISTIANO
O único jeito é aprender a cozinhar...
BRUNO
Eu não sei nem fritar ovo. O que sei é ferver o leite e fazer miojo. Mais
nada.
8. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 7777
CRISTIANO
Eu até que sei fazer alguma coisa. Mas sou preguiçoso. Não tenho saco
pra cozinha. E depois da comida pronta ainda tem que lavar as panelas, os
pratos e os talheres. É muito trampo.
BRUNO
Uma empregada seria o ideal, hein? O que acha?
CRISTIANO
É uma ideia...
BRUNO
Só não pode ser baranga. Porque o que mais existe nesse meio é mulher
bagaceira.
CRISTIANO
Pô Brunão, você foi cruel!
BRUNO
E não é verdade? Fala aí! As empregadas bonitinhas estão em extinção...
E se conseguirmos arrumar uma gostosona pra trabalhar aqui, podemos
aliviar nossas tensões sexuais de vez em quando.
CRISTIANO
Você quer uma empregada ou uma puta?
BRUNO
Se for as duas coisas, melhor ainda. (Riem. Em seguida, arrota.)
CRISTIANO
Suspende a feijoada que o porco tá vivo!
9. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 8888
BRUNO
Coca-Cola é foda...
CRISTIANO
Foda é galo: trepa com o cu, dorme no pau, tem uma mulher galinha e
um filho que é pinto... (Ri.)
BRUNO
(Sem achar graça.) Que babaca, cara.
CRISTIANO
Você não captou a minha piada...
BRUNO
(Depois de um tempo.) Nossa, faz duas semanas que eu não dou uma. E
você, Cris, há quanto tempo não trepa?
CRISTIANO
Desde que nasci.
BRUNO
Ah, brincou... Você ainda é virgem?
CRISTIANO
Sou.
BRUNO
Caralho! Como consegue? Mas nem uma chupadinha nos peitinhos,
nem um dedinho na xoxotinha? Nenhuma menina te punhetou ou te chupou?
CRISTIANO
Não...
10. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 9999
BRUNO
E nunca teve vontade? Curiosidade? Nunca teve desejo? Nunca ficou de
pau duro ao ver uma gostosa de minissaia passando rebolando perto de você?
Nunca viu revistas de sacanagem, filmes pornôs?
CRISTIANO
Já, claro. Como todo mundo. Mas eu...
BRUNO
Você é tímido, né? Mas não tem problema. Amanhã eu vou te apresentar
umas gatinhas lá do curso. Aí eu xaveco elas pra você e você arrasta alguma
pra cá e faz a festa. Esse apê vai ser um verdadeiro puteiro, maluco. Mas como
só tem um cômodo aqui, vamos usar o velho truque da toalha vermelha.
Quando eu ou você estivermos na ativa com alguma gata, vamos colocar a
toalha na janela pra evitar constrangimentos... Né?
CRISTIANO
(Com um sorriso amarelo.) É.
(Cristiano com um controle remoto muda os canais da TV.)
CRISTIANO
Merda. Não tem nada que preste este horário.
BRUNO
TV aberta é um lixo. Essa hora só tem programa de igreja... (Tirando
sarro.) Corre lá pegar um copo d’água pro pastor abençoar!
(Cristiano coloca num programa de igreja. Ouve-se em off a voz de um pastor.)
11. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 10101010
PASTOR
“...liguem para o telefone que está aparecendo no seu vídeo e
respondam a pergunta da nossa enquete de hoje: a homossexualidade é uma
doença ou sem-vergonhice?”
CRISTIANO
Vai se foder, pastor de merda. (Vai mudar de canal.)
BRUNO
Não muda, não, Cris. Vamos ver esse circo.
PASTOR
“... Deus criou o Homem e a Mulher. Se continuar como está, homem
com homem e mulher com mulher, não haverá dentro em breve mais seres
humanos neste Planeta. Você, amigo telespectador, que tem um filho
homossexual, fique tranqüilo. Não o leve para um psiquiatra que não resolve
nada. Esse desvio é espiritual. É coisa do tinhoso. Traga ele até aqui na nossa
igreja, que irei resolver esse problema. Irei tirar o diabo que se apossou do
corpo dele e faz com que ele só lhe traga desgostos...”
CRISTIANO
(Desliga a TV.) Vai se tratar, animal de bosta.
(Cristiano desliga a TV. Está visivelmente nervoso.)
BRUNO
O que foi cara?
CRISTIANO
Eu fico puto quando escuto uma coisa dessas. Essa falsa moral me irrita.
E esse cara é homofóbico.
12. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 11111111
BRUNO
Calma cara. Relaxa. Da maneira que você reagiu, parecia até que ele
estava se referindo a você.
CRISTIANO
E se estivesse, Buba? E se eu fosse um homossexual? Como acha que eu
me sentiria?
BRUNO
Você tá muito abalado, Cris. Mas eu te entendo. Você acabou de sair de
casa e agora é que tá percebendo a barra que vamos enfrentar daqui pra frente.
Vem cá... (Abraça o amigo.) Pensar muito no futuro estraga o presente.
(Cristiano tem o olhar perdido. Luz cai em resistência.)
CENA 3
(Luz sobe lentamente. Cristiano acorda, levanta-se e vai até o banheiro. Lava o rosto,
enxuga-o com uma toalha e vem para a cozinha, pega um copo de água e bebe. Volta
pra sala e fica olhando para Bruno, que aos poucos, vai despertando.)
CRISTIANO
Boa tarde!!!!
BRUNO
(Boceja.) Que horas são?
CRISTIANO
Duas horas.
BRUNO
Putz, por que não me acordou antes?
13. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 12121212
CRISTIANO
Porque também acabei de acordar.
BRUNO
E aí, melhorou?
CRISTIANO
De quê? Ah, claro. Nem me lembrava mais. Foi bobagem minha... Às
vezes eu dou umas dessas. Vai se acostumando...
BRUNO
(Mexendo no pau.) Mijar com o pau duro é foda!
(Levanta-se e vai até o banheiro. Vira-se de costas e mija. Dá a descarga e volta para a
cama.)
BRUNO
Já tomou banho?
CRISTIANO
Ainda não. Vou tomar mais tarde.
BRUNO
Então vou eu.
(Tira toda a roupa. Cristiano vira-se de costas para ele, envergonhado.)
BRUNO
Por que ficou de costas, Cris?... Vai me dizer que nunca viu outro
homem pelado?
14. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 13131313
CRISTIANO
Já, mas...
BRUNO
Mas o quê? Pode se virar, cara. O que eu tenho entre as pernas você
também tem... E você, por que não fica pelado também? É muito bom, mano.
O legal é criar o “bicho” solto. E se estamos sozinhos, porque não ficar mais à
vontade? Maldita a hora que inventaram peças de roupa. Se dependesse de
mim, todo mundo andava pelado. E você? Vai ter vergonha de tirar a roupa na
minha frente?
CRISTIANO
É que eu não me sinto à vontade. Sei lá. Acho estranho... Eu não queria
que achasse que eu estivesse me insinuando pra você.
BRUNO
Ah, para meu. E eu, por acaso, tô me insinuando pra você?
CRISTIANO
Não. Claro que não.
BRUNO
Então não tem grilo... Não quero te ver constrangido, belê?
CRISTIANO
Beleza, Buba. Vai pro seu banho.
(Bruno entra no banheiro e abre o chuveiro.)
BRUNO
Vou aproveitar pra tocar uma punheta. Vamos fazer um campeonato de
punheta?
15. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 14141414
CRISTIANO
Não tô a fim agora... Quem sabe, mais tarde. Vai fundo...
BRUNO
Quando era moleque vivia com medo de bater punheta. Diziam que
dava espinha, pêlo na palma da mão, que o pau ia cair. Mas que é bom é. Qual
foi o seu recorde?
CRISTIANO
Recorde de quê?
BRUNO
De punheta. Quantas você conseguiu bater num dia?
CRISTIANO
Duas.
BRUNO
Só duas? O máximo que eu consegui num dia foram nove.
CRISTIANO
Porra... Poderoso o rapaz!!!
BRUNO
Mas no outro dia, nem conseguia andar direito. Acho que a minha mão
tem a alma feminina. Quando vê meu pau, já quer grudar. Ela até hoje foi a
minha namorada mais fiel... Bem, vou nessa. Tô com um tesão danado.
(Bruno vai para o banheiro.)
CRISTIANO
Oferece essa punheta pra velha aqui do lado...
16. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 15151515
BRUNO
(Volta, cabisbaixo.) Porra, cara. Brochei.
(Luz cai em resistência.)
CENA 4
(Cristiano e Bruno entram carregados de materiais. Exaustos, jogam os materiais num
canto e deitam-se na cama.)
CRISTIANO
Ufff, tô o pó da rabiola!
BRUNO
O professor pegou pesado mesmo. Logo no primeiro dia de aula. Vai se
foder.
CRISTIANO
Tem um “beck” aí?
BRUNO
Tem.
(Bruno tira um papelzinho do bolso da calça, abre-o, prepara uma seda e começa a
dichavar a maconha.)
CRISTIANO
Nunca tive saco pra dichavar maconha, preparar o cigarro de baseado.
O “beck” já deveria vir pronto.
BRUNO
Aí não teria graça nenhuma. O barato é o ritual de preparação da erva.
17. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 16161616
CRISTIANO
Nunca consegui enrolar direito. Como consegue?
BRUNO
Anos de prática... Maconheiro profissional.
(Bruno acende o baseado, dá um tapinha e passa para Cristiano.)
BRUNO
Esse fumo é do bom...
CRISTIANO
De quem você comprou?
BRUNO
Do Dani Maluco, do quarto semestre...
CRISTIANO
Esse curso tá começando bem...
BRUNO
E o que você esperava? A gente só faz duas coisas numa faculdade:
fuma maconha e trepa... Ah, seguinte: sabe a Paulinha?
CRISTIANO
Que Paulinha?
BRUNO
Aquela loirinha tesuda da nossa sala que eu tava azarando, saca?
Aquela com cara de puta da Augusta!!!!
18. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 17171717
CRISTIANO
Hum, sei... O que é que tem?
BRUNO
Então, eu chamei ela pra ver um filme aqui amanhã depois da aula.
CRISTIANO
E ela vem?
BRUNO
Topou na hora.
CRISTIANO
Essa eu pago pra ver... Mas a gente não tem DVD aqui... Ah, não, não
me diga que você vai assistir ao Corujão.
BRUNO
Não... nada disso. Não existe filme nenhum, meu amigo. É uma jogada.
Ela vem aqui, eu procuro o DVD e aí eu me lembro que esqueci de trazer o
aparelho lá de casa, entendeu? Captou o meu raciocínio? Aí a gente ouve uma
musiquinha romântica, toma vinho à luz de velas. O clima vai esquentando,
eu faço ela beber bastante vinho... e parto pro ataque. Aí ela vai tá tão chapada
que nem vai se lembrar do que aconteceu. (Esfrega as mãos.) Nem acredito que
isso tá acontecendo... É bom demais pra ser verdade.
CRISTIANO
É. Mas não precisa se preocupar, viu? Eu não vou atrapalhar vocês. Eu
passo a noite naquele hotelzinho da esquina. É um pulgueiro, mas dá pra
encarar por uma noite...
BRUNO
Deixa disso, Cris.
19. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 18181818
CRISTIANO
Eu não vou me sentir à vontade com vocês aqui. Era só o que me faltava.
Ficar de voyeur vendo você comer a mina.
BRUNO
Você não vai ficar de voyeur porque ela vai trazer uma amiga com ela.
(Cristiano se afoga com o beck.) Desta vez você não escapa. Vai perder o
cabacinho e vai gozar muuuuuuuuito nos peitos da cachorra.
CRISTIANO
Mas eu nem sei quem é a garota!
BRUNO
Na hora você conhece.
CRISTIANO
Do jeito que sou sortudo, imagino o “dragão” que vai aparecer aí...
BRUNO
Deixa de ser pessimista. E mesmo que seja um jaburu, ela tem buceta,
não tem? Tapa a cara dela com um travesseiro e manda ver. (Ri.)
CRISTIANO
Ria, seu bosta, ria da minha desgraça. Queria ver se fosse contigo.
BRUNO
Ih, eu já comi tanta baranga que uma a mais, uma a menos não iria fazer
diferença. O que vier, eu traço mesmo...
CRISTIANO
Até viado?
20. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 19191919
BRUNO
Pô, não precisa apelar, né? Não sou chegado em viado, não. Credo! Meu
negócio é buceta. Só buceta. Nem cu de mulher eu curto. Muito menos um cu
peludo de uma bicha filha da puta...
(Cristiano levanta-se furioso e dá um soco na parede.)
BRUNO
O que foi Cris?
CRISTIANO
Eu nunca imaginei que você fosse preconceituoso.
BRUNO
Mas eu não sou preconceituoso. Foi só uma maneira de falar.
CRISTIANO
Maneira de falar! Jamais esperava ouvir isso de você. Justo de você, o
meu melhor amigo.
BRUNO
Por que isso agora? Não existe nenhuma razão pra se comportar assim.
Você tomou as dores que não são suas. Você nem é gay...
CRISTIANO
Mas tenho um primo que é. E eu sei o quanto ele sofre com isso. Quando
meu tio pegou ele trepando no banheiro com o outro moleque, bateu tanto
nele, até sangrar. Chamou-o de lixo dos lixos e o internou numa clínica
psiquiátrica, porque achava que ele estava louco e que precisava de um
tratamento. Na clínica, enfiaram um cabo no cu dele e deram tanto choque,
mas tanto choque que o coitado acabou pirando... Eu tenho vergonha de ser
um ser humano. Vergonha de pertencer a esse mundo desordenado,
21. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 20202020
preconceituoso. Eu tenho medo do futuro. Pior ainda, eu tenho pânico quando
sinto o desprezo das pessoas. Porque poderia ser comigo. Poderia ser com
você, Buba. Às vezes eu fico com vontade de acabar com tudo. É tão simples.
Pular desta janela, tomar veneno, ter uma overdose, cortar os pulsos, dar um
tiro na cabeça, sei lá... Só precisa um pouco de coragem. Um pouco de
coragem pra gente acabar com todo esse inferno. Não pode haver um lugar
pior do que essa merda de cidade, essa merda de estado, essa merda de
planeta... O inferno é aqui, o inferno são as pessoas que vivem aqui...
BRUNO
Desculpa Cris.
CRISTIANO
Nunca mais fale dessa maneira. Nunca mais. Entende agora o motivo
da minha raiva por aquele pastor de merda? E depois quando você falou
daquela maneira... É como se tivesse me dado uma punhalada pelas costas.
BRUNO
Desculpa pela minha falta de tato.
CRISTIANO
Eu precisava falar isso, senão eu iria explodir...
BRUNO
Claro. E pode contar sempre comigo. Pra tudo...
(Bruno coloca a cabeça de Cristiano em seu colo.)
BRUNO
Tá mais calmo agora?
22. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 21212121
CRISTIANO
Buba...
BRUNO
Hum?!
CRISTIANO
Eu amo você.
BRUNO
(Sorri.) Eu também amo você.
(Luz cai em resistência.)
CENA 5
(Uma forte chuva cai lá fora. Somente relâmpagos e trovões clareiam a cena. A porta se
abre e entram os garotos ensopados. Bruno tem um litro de vinho nas mãos.)
CRISTIANO
Que dilúvio!
BRUNO
(Ligando e desligando o interruptor de luz.) Pra ajudar acabou a energia...
CRISTIANO
Vamos tirar essas roupas antes que a gente fique doente.
(Bruno coloca o vinho no chão e ambos tiram as roupas ficando de cueca.)
CRISTIANO
Não se enxerga nada aqui dentro.
23. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 22222222
BRUNO
Vou ver se acho as velas. (Iluminando a cena com um isqueiro.) Achei!
(Acende as velas. Cristiano pega uma toalha e entrega para Bruno.)
CRISTIANO
A toalha... (Pega outra e ambos se enxugam.)
BRUNO
Cara, sacanagem da Paulinha, né? Preferir a carona do Caio do que vir
aqui. Eu tava certo. Ela é mesmo mó putona.
CRISTIANO
Pelo menos eu me livrei da amiga dela. Eu tinha certeza que ela era
monstruosa. Toda gatinha anda com um dragão do lado... Obrigado, meu São
Sinfrônio por atender as minhas preces...
BRUNO
Que porra de santo é esse?
CRISTIANO
Sei lá.
BRUNO
Por que as mulheres são interesseiras, né? Bastam ver um carro ou
dinheiro que tão logo abrindo as pernas. Aquela frase está mesmo correta:
Quem gosta de homem é viado. Mulher gosta de dinheiro... (Percebe a gafe.) Ah,
desculpa, cara.
CRISTIANO
Tudo bem, fica frio.
24. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 23232323
BRUNO
E nem um banho quente vai dar pra gente tomar... (Grita.) Merda de luz!
CRISTIANO
Mas tem vinho.
BRUNO
(Abrindo o vinho.) Este vinho tá longe de ser o do Porto. Mas vamos
encarar, né? Se a gente tivesse grana pra comprar um melhor.
CRISTIANO
E isso embebeda rapidinho...
BRUNO
Eu sou péssimo pra beber. Bastam três tacinhas e já tô capotando...
CRISTIANO
Ah, foda-se. Vamos chapar mesmo.
(Bruno coloca o vinho nas taças.)
BRUNO
(Levantando um brinde.) Um brinde à nossa amizade.
(Brindam. Bebem.)
BRUNO
Como esquenta...
CRISTIANO
Vamos virar tudo de uma vez?
25. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 24242424
BRUNO
Ah, não. Eu sou fraco.
CRISTIANO
Relaxa... Vamos curtir. Não vamos fazer isso todo o dia...
(Viram a taça e enchem novamente as taças de vinho.)
CRISTIANO
De novo.
(Viram a taça novamente.)
BRUNO
(Bêbado.) Ah, Cris. Não aguento mais... Parei. (Ri.)
CRISTIANO
Mas e esse restinho?
BRUNO
Guarda pra temperar a salada... Ai, cara. Já tô doidão... Vou capotar. Boa
noite.
(Deita-se na cama e adormece imediatamente. Cristiano termina de beber mais um
cálice de vinho, fecha a garrafa, senta-se ao lado de Bruno e observa o rapaz. Passa as
mãos nos cabelos do amigo, em seguida acaricia o seu rosto e sua boca. Tomado por um
súbito desejo, Cristiano beija-lhe a boca. É um beijo suave, que se prolonga por um
tempo. Cristiano afasta sua boca da do amigo, em seguida beija o peito, desce pro
abdômen e transa com Bruno. Black-out.)
26. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 25252525
CENA 6
(Amanhece aos poucos. A luz ainda não voltou. Bruno continua dormindo. Cristiano,
na sacada, sente a chuva fina molhar seu rosto.)
BRUNO
(Deitado, resmungando.) Ai que dor de cabeça... Maldito vinho... Que
horas são, Cris?
CRISTIANO
Tá amanhecendo.
BRUNO
A luz já voltou?
CRISTIANO
Já... Vem aqui na janela sentir os pingos da chuva na cara. (Bruno levanta-
se e vai até a janela.)
CRISTIANO
Que tal?
BRUNO
Ótimo pra curar a ressaca.
CRISTIANO
Vem comigo até a sacada?
BRUNO
É perigoso, cara. E eu morro de medo de altura. Eu sempre tenho a
impressão de que alguém vai chegar e me empurrar...
(Cristiano estende a mão e lentamente conduz Bruno até a sacada.)
27. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 26262626
BRUNO
(Aproxima-se, temeroso.) Que cagaço.
(Cristiano olha abobalhado para Bruno.)
BRUNO
Que cara é essa, Cris?... Você tá me olhando de uma forma... Até parece
que...
CRISTIANO
...Que o quê?
BRUNO
Nada, não. Bobagem... coisa de bêbado.
CRISTIANO
Bruno, eu preciso te contar uma coisa...
BRUNO
Conta aí...
CRISTIANO
É um segredo que eu guardo comigo por um bom tempo. Tinha medo,
vergonha de contar pra alguém, mas eu não consigo guardar isso por mais
tempo. E eu preciso me abrir com você.
(A chuva para e o sol começa a nascer.)
BRUNO
Não me assuste, cara. Fala de uma vez.
28. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 27272727
CRISTIANO
Vamos sair daqui... (Saem da janela e sentam-se no colchão no chão.)
Bruno...Não fala nada, só me escuta, por favor... Me escuta e tenta me
entender... Desde pequeno, eu minto pra mim mesmo. Até ontem eu fingi ser
uma pessoa que não era, uma pessoa que fui educada para ser. E quanto mais
o tempo passava, mais forte essa coisa se manifestava em mim. Até o dia em
que resolvi arrumar uma namorada pra provar pra todo mundo, inclusive
para mim, que eu era um garoto como outro qualquer e não um alienígena que
todo mundo achava que eu fosse. Foi uma catástrofe a relação com essa
menina. Não durou duas semanas. Terminei com ela e sequer disse o motivo
pelo qual tava terminando. Eu não sentia tesão por ela. Ela podia ficar pelada
na minha frente que eu não ia ligar. E não só ela. Qualquer menina poderia
ficar pelada na minha frente que não ia ligar, porque nunca senti tesão por
garotas... Apenas por um garoto. Um garoto que a cada olhar, a cada toque, a
cada gesto me fez sentir vivo e amado. Como nunca ninguém me amou. Só
que esse garoto nunca vai me olhar como eu queria que olhasse.
BRUNO
E quem é esse garoto? Eu conheço?
CRISTIANO
Você é tão ingênuo a ponto de não perceber de quem eu tô falando?
BRUNO
Juro que não faço ideia de quem seja.
CRISTIANO
É você, Buba! Eu sei que é difícil pra você entender, mas, por favor, não
me queira mal... Quando eu vim morar pra cá e a nossa relação se tornou mais
estreita, aí eu tive certeza daquilo que queria. Eu te dei várias indiretas que
você nem percebeu. Quando eu disse que te amava, você levou pra outro lado:
29. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 28282828
amor de amigo, amor de irmão... Eu também te amo como amigo, como
irmão... Mas, o que eu sinto por você é... amor de homem.
BRUNO
(Sem palavras.) Francamente, não sei o que dizer...
CRISTIANO
Não, não diga nada, deixe eu terminar... E ontem à noite, depois que
você caiu bêbado na cama, eu fiquei te observando por um tempo. E ao te ver
ali, dormindo, não pude segurar o meu desejo. Experimentei um prazer que
nunca havia experimentado antes: o de sentir o teu pau dentro de mim...
(Bruno está perplexo. Levanta-se e não tem coragem de olhar para Cristiano. Fica de
costas para ele.)
BRUNO
(Meio tom.) Eu tenho... nojo de você... (Furioso.) Por que você fez isso
comigo? Nunca me senti tão sujo! Nenhum banho, água nenhuma vai limpar a
sujeira que você deixou em mim. Essa sujeira não tá no corpo, não. Tá na alma.
Minha alma tá imunda!
CRISTIANO
E a minha tá mais pura do que a alma de um bebê recém-nascido
porque fui honesto com você.
BRUNO
Não, não foi. Você se aproveitou de um momento de fraqueza que eu
tive pra me usar.
CRISTIANO
Eu não te usei...
30. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 29292929
BRUNO
Ah, não? E o que fez, então? E eu que achava que você fosse o meu
melhor amigo. Que a gente iria construir algo junto, e você pegou tudo isso e
jogou pela janela... Sai daqui, cara. Sai daqui antes que eu faça uma besteira.
Mesmo você sendo o asqueroso que é eu não quero te fazer mal.
CRISTIANO
E existe mal maior que me odiar?
BRUNO
Você é um traidor da pior espécie.
CRISTIANO
Se eu fosse um traidor você nunca saberia o que tinha acontecido entre a
gente. Eu guardaria isso só pra mim. Seria um segredo só meu.
BRUNO
Que também trancaria a sete chaves como fez com a sua
homossexualidade... Não confiou nem na sua própria família.
CRISTIANO
Pra quê? Pra eles me apedrejarem como o meu tio fez com o meu primo?
Pra eles me levarem ao psiquiatra, me tratarem como doente mental? Eu me
abri com você porque tinha a certeza de que me entenderia... Só que você me
apedreja e ainda é capaz de ir correndo contar esse segredo para os meus pais.
BRUNO
Não vou fazer isso.
(Cristiano tenta abraçar Bruno que o repele.)
31. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 30303030
BRUNO
Tire suas mãos nojentas de cima de mim. Eu não quero mais olhar pra
tua cara. Eu quero que você se mude daqui o quanto antes. E por favor, não
piore as coisas.
CRISTIANO
Você fala como se estivesse disposto a não ceder e a não acreditar?
BRUNO
É a minha última palavra. Procure outro lugar para morar porque aqui,
não dá mais. Acabou... (Pega uma toalha.) E agora dá licença que eu preciso
muito de um banho. Vou tentar me livrar dessa nhaca que você me deixou.
Que nojo! (Vai para o banheiro.)
CRISTIANO
Nenhuma mulher vai te dar o amor e o carinho que lhe dei e ainda
tenho pra dar. Pensa nisso. Se conseguir provar que tudo o que eu fiz foi com
má-intenção, aí sim, pode me chamar de traidor.
(Abre a porta e sai.)
CENA 7
(Bruno está deitado no puff, perturbado. Ouve-se uma chave girando no tambor. A
porta se abre e por ela entra Cristiano, abatido. Fica parado à porta esperando alguma
reação de Bruno, que permanece indiferente o tempo todo.)
CRISTIANO
Posso entrar?
BRUNO
Já entrou...
32. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 31313131
CRISTIANO
Cara, a gente precisa conversar.
BRUNO
Não tenho mais nada pra falar com você.
CRISTIANO
E o que você vai fazer?
BRUNO
Esperar que você tome vergonha nesta cara imunda e se mande daqui...
CRISTIANO
Eu preciso de um tempo. Não é fácil alugar um apê. E como eu vou
explicar pro meu pai o motivo pelo qual tô saindo daqui? Ele vai querer saber.
E se descobrir o verdadeiro motivo, nem sei o que ele seria capaz de fazer...
Acho que seria capaz até de me matar.
BRUNO
Eu teria feito o mesmo se eu tivesse um filho como você. Coitado do seu
pai!!! Que humilhação pra ele...
CRISTIANO
Eu cometi algum crime? Porra, cara. Pensa que é fácil pra mim? Você
acha que eu tô feliz com essa situação?
BRUNO
E eu, Cristiano? Como acha que eu tô me sentindo? Você conseguiu
quebrar todos os laços de carinho que eu tinha por você.
33. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 32323232
CRISTIANO
E é em nome desse carinho que eu te peço: tenta, ao menos, entender o
porquê “daquilo”.
BRUNO
Para de ser ridículo! Você destruiu a minha vida. Será que isso já não foi
o suficiente? Por favor, não fale mais comigo e me deixe ver a TV.
CRISTIANO
(Fica na frente da TV.) Não. A gente precisa conversar nem que seja pela
última vez.
BRUNO
Sai da frente...
CRISTIANO
De jeito nenhum.
BRUNO
Se você não sair da frente da porra desta TV, eu não respondo por mim.
CRISTIANO
Vai fazer o quê?
BRUNO
Não me provoca...
CRISTIANO
Vai fazer o quê? (Desliga a TV.)
34. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 33333333
BRUNO
(Empurra Cristiano violentamente.) Sai daí... Me deixa em paz... Seu, seu...
sua, sua...
CRISTIANO
Diga... O que eu sou? Diga! Ficou mudo por quê? Vai fugir mais uma
vez? Mais uma vez vai se comportar como um covarde?
BRUNO
(Explode.) Covardia foi o que você fez comigo. Quando eu olho pra sua
cara eu tenho vontade de vomitar. Eu devo ser muito burro mesmo. Como não
fui perceber isso antes? Mas tem uma coisa que não nega: a tua cara. É só
olhar com mais atenção pra você que logo a gente percebe o que tá por trás
desta sua máscara.
(Bruno coloca uma bermuda e uma camiseta e faz menção de sair.)
CRISTIANO
Onde você vai?
BRUNO
Não é da sua conta.
CRISTIANO
Vai fugir mais uma vez?
BRUNO
Entenda como quiser.
(Bruno sai. Cristiano corre até a porta e grita para fora.)
35. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 34343434
CRISTIANO
Vai... foge... vai pro inferno!
BRUNO
(Off.) Vai se foder.
(Cristiano bate a porta. Ao voltar para dentro, chuta o puff com muita raiva. Em
seguida começa a colocar suas roupas numa mala com muita rapidez. Depois de um
tempo, Bruno volta.)
BRUNO
Por que você tá arrumando a mala?
CRISTIANO
Não era isso que você queria? Que eu sumisse daqui? Muito bem. Seja
feita a sua vontade.
BRUNO
Peraí, cara. Não é assim. Vamos conversar.
CRISTIANO
Não temos mais nada pra conversar. Você já disse tudo o que tinha pra
me dizer.
BRUNO
Pra onde você vai?
CRISTIANO
Que importância tem isso agora?
BRUNO
Mas e a facul?
36. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 35353535
CRISTIANO
Antes de cair na estrada eu passo lá pra trancar a matrícula.
BRUNO
Não faz isso, cara.
CRISTIANO
Não tava curtindo o curso. E também porque não vou conseguir ficar
perto de você depois de tudo o que aconteceu entre a gente. Tô tirando meu
time de campo. (Vai saindo.)
(Bruno segura Cristiano pelo braço e num impulso, beija-o. Quando percebe o que fez,
empurra Cristiano.)
BRUNO
Vá embora, cara. Vai embora.
(Bruno não consegue encarar Cristiano.)
CRISTIANO
(Ao chegar à porta, para e vira-se para Bruno.) Até quando vai continuar
mentindo pra si mesmo, Bruno? Até quando vai fingir ser uma pessoa que não
é? Até quando vai conviver com esse medo? Eu não queria estar no seu lugar,
porque viver com medo, Bruno, é viver pela metade.
(Cristiano sai. Bruno mantém-se indiferente. Cristiano bate a porta. Nesse momento,
Bruno deixa aflorar todos os seus sentimentos e fica olhando para o vazio enquanto
uma lágrima escorre pelo seu rosto. Em seguida caminha lentamente até a sacada. Luz
cai em resistência até o black-out final.)
FIM
37. Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Depois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da ChuvaDepois da Chuva............ 36363636
(...) “Sejamos mais precisos: melhor que de homossexualidade, deveríamos falar de
relações entre pessoas do mesmo sexo. Deveríamos, então, empregar o termo
homofilia”.
Jean-Philippe Catonné
Novembro/2005