O documento discute a educação em Portugal, questionando se ela é uma base para o futuro ou caminho para o abismo. Apresenta estatísticas que mostram que portugueses deixam a escola cedo, a frequência pré-escolar é baixa e o Estado suporta a maioria dos custos com educação, sugerindo que esses fatores contribuem para problemas no sistema educacional.
16. “A avaliação deve ser rigorosa…” “Portefólios à venda na internet Quatrocentos euros. Valor pedido por Paula Duarte, num curto contacto telefónico, por um Portefólio Reflexivo de Aprendizagem que dará acesso ao 12º ano. "Mas tudo é negociável", garante ao jornalista do i - que se identificou como possível comprador - e acrescenta, "no ano passado, pedia 500 euros, mas agora com a crise...". Paula Duarte, à semelhança de várias dezenas de pessoas, pôs na internet um anúncio de venda de portefólios para as Novas Oportunidades. Estes serviços, a que Luís Capucha não hesita chamar "fraudulentos", também foram detectados pela ANQ. "Durante o processo de acompanhamento foram identificados, quer pelas equipas técnico-pedagógicas dos Centos Novas Oportunidades, quer pela própria ANQ, práticas de prestação de serviços comercializadas através da internet para a elaboração de portefólios fraudulentos", explica o responsável. Porém, afirma, "nunca foi identificado um candidato certificado através da apresentação de um portefólio fraudulento". Perante os casos detectados, revela Luís Capucha, "a ANQ recolheu os dados necessários à instrução de um processo de averiguações por fraude junto do Ministério Público", que está em curso. Quando o programa Novas Oportunidades surgiu, o objectivo passava pela certificação de um milhão de pessoas em cinco anos. Este número não será alcançado, tendo sido, até ao momento, atribuídos cerca de 400 mil diplomas. O número de inscritos desde 2006 ascende a um milhão e 200 mil pessoas.” Fonte: Jornal i - Publicado em 19 de Agosto de 2010
Notas do Editor
Apesar desta realidade a frequência do ensino pré-primário de crianças de 4 anos é relativamente elevada, cerca de 80%, havendo contudo uma dispersão muito grande de dados entre os vários países analisados, facto que coloca Portugal em linha com a média das observações.
Também no que respeita ao compromisso do Estado para tornar a Educação acessível a todos, independentemente das posibilidades económicos do agregado familiar, Portugal aparece-nos como sendo o quarto país da zona euro (15 países) que afecta uma menor percentagem da despesa pública total à ajuda financeira aos alunos, considerando o conjunto de todos os escalões.
Existirão concerteza um conjunto de razões que concorrem para a ineficiência do Sistema Educativo, nomeadamente a falta de rigor, de disciplina, o facilitismo, a inexistência de um processo justo de avaliação de performance de todos os intervenientes, entre muitas outras.Estas são por isso apenas algumas das questões que ficam em aberto para a altura em que for feita uma análise mais aprofundada deste tema.