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Nós, da GWA, estamos contentes por esta cartilha ter
chegado às suas mãos. Por meio dela, conversaremos com
você sobre assuntos muito importantes e muito atuais. Em
primeiro lugar, gostaríamos de dizer que essa conversa apenas
começa com a leitura da cartilha. Na verdade, esperamos que
você mesmo também converse com outras pessoas da sua fa-
mília, sua escola e seu local de trabalho sobre o que leu aqui.
E que indique a cartilha para outras pessoas lerem.
        Se você é professora ou professor, saiba que pode tra-
duzir e reproduzir esta cartilha em sua língua local. Pode, tam-
bém, utilizar as imagens, sem o texto, para sugerir debates e
estimular a expressão de seus alunos. Procure nosso sítio vir-
tual www.genderandwater.org para obter as imagens que
compõem o conjunto de 4 cartilhas. Pedimos apenas que,
sempre que copiar partes das cartilhas, cite o autor e a GWA.
Para completar, gostaríamos de informar que a Aliança do Gê-
nero e da Água-GWA está à disposição para maiores informa-
ções quando você quiser se aprofundar nos temas
relacionados à perspectiva de gênero na gestão das águas.
        Você vai ver que podemos fazer muito atuando, cada
uma e cada um em sua cidade, na gestão da bacia do rio ou
lagoa que passa em sua cidade e contribuindo para que a
água seja disponível para todos e todas.
        Agora é com você. Boa leitura!
1
Quem costuma encarar uma seca fica pensando...
    “Como seria bom que caísse uma




2
chuva forte, pra variar...”




                              3
Quem enfrenta uma enchente imagina...
    “Como seria bom a chuva parar...”




4
5
E o pior é que as secas e as enchentes se repetem
                 de tempos em tempos.
     Sabendo disso, dá pra evitar o pior. Ou não dá?


       A falta ou excesso de chuva são inevitáveis.

        Precisamos evitar é que
          as pessoas sofram!




6
MAS QUEM É QUE MAIS SOFRE DURANTE A SECA?




                                        7
MAS QUEM É QUE PERDE TUDO NAS ENCHENTES?
QUEM É QUE TEM O TRABALHO DE
RETOMAR A VIDA DEPOIS DA ENCHENTE OU DO
               TEMPORAL?
QUEM É QUE SABE AS NECESSIDADES MAIS
       URGENTES QUANDO ACONTECE UMA
                EMERGÊNCIA?




10
11
QUEM, NESSES MOMENTOS TERRÍVEIS,
         PRECISA IR ATRÁS DE ÁGUA LIMPA
           E ALIMENTO PARA A FAMILIA?


     Principalmente, as mulheres...




12
Aqui vai uma mensagem para todos: mulheres,
           homens, jovens e idosos.
A GENTE QUER CUIDAR DA FAMÍLIA. NÃO QUER
   QUE ELA SOFRA COM SECA, ENCHENTE,
FURACÃO, OU QUALQUER TRAGÉDIA NATURAL.
MAS, PARA ISSO, A GENTE TEM QUE CUIDAR
           DA ÁGUA,
           DO SOLO
     E DE TUDO QUE HÁ NA
            NATUREZA!




                                               13
.




14
Pisamos seu chão, vivemos do seu ar, da sua água e de
  seus alimentos. Também é nela que trabalhamos.
          O que nossas mães sempre dizem?

    TEMOS QUE SEGUIR AS REGRAS DA CASA!




                                                        15
QUAIS SÃO AS REGRAS DA NATUREZA?
     A água está sempre em movimento. Evapora com
       o calor do sol, forma nuvens, chove, molha as
      matas, montanhas, lavouras, aldeias e cidades,
      escoa por todos os caminhos livres, penetra no
      solo, abastecendo rios, lagos e corpos de água
        embaixo da terra. Durante todo o caminho,
         evapora novamente e recomeça a viagem.




16
Isso é que se chama ciclo da água. Para que ele
    funcione perfeitamente, todos os elos dessa
corrente – matas, solo, rios, construções humanas –
            têm que estar em harmonia.

     Quem convive com
 a Natureza e seus ciclos sabe
  como respeitá-la. É preciso
     ouvir essas pessoas.
    Há muito o que fazer!




                                                      17
A cada ano, mais populações se surpreendem com
     temporais e secas inesperadas. Faz frio no verão, faz
     calor no inverno... Os mais velhos dizem que nunca,
     antes, foi assim. Os cientistas confirmam que o clima
     está mudando. E a causa são as atividades humanas,




18
principalmente para produzir energia e mercadorias.
Há muito tempo elas estão interferindo no equilíbrio
da Natureza. Temos que tomar atitudes para recupe-
rar o equilíbrio. Se não fizermos nada, mais e mais
crises vamos atravessar.




  Recuperar o equilíbrio da Natureza é
fundamental para todos, especialmente
para quem mais sofre as consequências.
                                                   19
Agora, vamos observar o rio que inundou tantas
    moradias. O rio sempre teve, na Natureza,
    dois leitos: o leito principal, por onde corre
durante a maior parte do ano, e um leito mais largo,
        que ele ocupa no tempo das cheias.




20
Quem constrói sua moradia muito próxima ao leito
do rio tem que saber disso. Pode ser que sua casa
    esteja invadindo o território da Natureza...
   Isso até pode ser aprovado pela sociedade,
        mas é contra as regras da Natureza.




Quando se está perturbando o ciclo das
águas, isso é assunto de todos. Mas as
 mulheres, especialmente, não podem
      deixar de ser consultadas.
                                                    21
Quem corta e devasta as vegetações ao longo dos
 rios também trabalha contra as leis da Natureza.
 A vegetação é a roupa e o abrigo do rio. Quando
  há vegetação, a água das chuvas fica retida nas
   folhas, vai caindo e entrando devagar na terra,
alimentando as raízes e preenchendo os vazios dos
   solos que depois, nas épocas de secas, podem
    fornecer água às fontes. Mas, quando não há
vegetação, a água das chuvas escoa pela superfície
dos terrenos de forma rápida e direta para os rios e,
             então, os rios transbordam.
Além disso, quando não tem floresta, a chuva lava
as margens, a terra batida torna-se lama e escorre
      para o rio. Com o tempo, a lama entope
o leito do rio e, nas cheias, só resta ao rio um lugar
        por onde correr: por cima das casas.




                                                         23
Por outro lado, se tentarem controlar as cheias
          somente com barragens e canalizações, sem
     respeitar a natural subida e descida do nível de suas
        águas, o rio deixa de cumprir sua parte na lei da
       Natureza. Quando são livres, as águas do rio, nas
       épocas de cheias, podem depositar nutrientes nas
      terras inundáveis. Os nutrientes fertilizam as terras.
            O cultivo dessas terras beneficia a todos,
       especialmente famílias que vivem da agricultura, e
         também à flora e à fauna, que precisam dessas
                 condições para se manterem.




24
Para todos, especialmente para as
mulheres, para a fauna e a flora, é vital
 proteger a fertilidade do solo. E, pra
fazer isso, é preciso cuidar das águas!




                                            25
A seca é de se esperar. Em algumas regiões, as
            chuvas faltam de tempos em tempos.
              Portanto, o melhor é se preparar!
     Como? Depende das possibilidades e dos costumes
     da região. Pode-se, por exemplo, construir cisternas
     – sistemas para guardar a água da chuva nas casas
                     ou na comunidade – ou outros
                     reservatórios que sejam planejados
                          em função do que seja melhor
                                    para todos.




26
Preparar-se também é buscar alternativas para
 poupar água, para gerar energia e para cultivar
 alimentos – redescobrir lavouras que precisam
de menos água. Usar menor quantidade de água
    para produzir mais e melhores produtos.


        FOI MUITO BOA A SUA
         IDÉIA DA CISTERNA!




  Devemos estar preparados para secas, assim
como para cheias e tempestades, com planos de
 emergência baseados na cooperação de todos.
                                                   27
Pra cuidar da água e do solo,
     recuperar o equilíbrio da Natureza
      e ficar preparado para as secas e
     cheias, todos devem participar da
             GESTÃO DA ÁGUA.

          VAMOS MONTAR
             O PLANO
          DE EMERGÊNCIA?




28
Todos têm que pensar, decidir e tomar
as providências juntos: governo, usuários da água
                 e sociedade civil.
      Quem não pode faltar nessa reunião?
 Os maiores interessados, todos os que sofrem as
         consequências dessas medidas.

   Sem dúvida, não podem faltar as mulheres e os
 idosos. Por isso é preciso que mais dessas pessoas
assumam o papel de representar suas comunidades,
       bem como o governo, os usuários de
                 água e a sociedade.




                                                      29
Pra isso, aqueles que, normalmente, não têm poder
       precisam recebê-lo... e se acostumar a exercê-lo.
      Aqueles que nunca são ouvidos precisam ter voz.




30
Os planos de emergência precisam ter a participação
de todos para serem eficientes. Não adianta um plano
que só técnicos conseguem entender. Os interessados,
     mulheres, homens, jovens e idosos, com suas
      experiências, ajudam o plano a ficar melhor.
 Afinal, quando milhares de famílias estão sofrendo,
    são as pessoas que, com sua atuação solidária,
             diminuem o impacto da crise.




                                                   31
Entendendo a Natureza, podemos mudar
        o que está errado e diminuir o sofrimento
       de quem é atingido pelas secas e enchentes.
     Sempre que fazemos alguma coisa para melhorar,
              a Natureza responde rápido.
        A Natureza é uma aliada, não um inimigo.

          Assim é que tem que ser.
         Porque nós, seres humanos,
     fazemos parte da própria Natureza.




32
TRABALHARAM NESTA EDIÇÃO:

                      REDAÇÃO E ARTE
                      Ziraldo Alves Pinto
                               e
                           Megatério
        (Miguel Mendes Reis, Marco Antonio de J. Ferreira,
        Fábio Ferreira, Vanderlei Soares. Colaborou Ferreth)

             PROJETO E SUPERVISÃO
             Instituto Ipanema - Brasil
            www.institutoipanema.net
 ORIENTAÇÃO: Demetrios Christofidis e Ninon Machado

                         REALIZAÇÃO
         Aliança do Gênero e da Água - GWA

             Diretora Executiva: Joke Muylwijk
                  jokemuylwijk@chello.nl
                secretariat@gwalliance.org
                www.genderandwater.org

                 Gender and Water Alliance
       Hogestraat 20, 6953AT Dieren, the Netherlands
        P.O.Box 114, 6950AC Dieren, the Netherlands
                      +31 313 427230

Direitos reservados a Gender and Water Alliance - GWA
leia todas as cartilhas e trabalhe
        como quiser com seus alunos e colegas.
   você pode usar os desenhos das cartilhas sem os
  textos. vá ao sítio virtual da gwa e baixe as imagens
    para seu computador. Depois, você pode usar o
computador para escrever seus próprios textos sobre
   as imagens. pode também apresentá-las em outra
 ordem, para montar suas próprias histórias e aulas.
        mas lembre-se de citar o ziraldo e a GWA
           como autores da cartilha original.




São quatro títulos:
1) Visão de gênero: o que é isso?
2) Gênero, água, saneamento e saúde
3) Gênero, água e eventos climáticos
4) Gênero, água, agricultura e alimento

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Cartilha genero agua_03_cd

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  • 2. Nós, da GWA, estamos contentes por esta cartilha ter chegado às suas mãos. Por meio dela, conversaremos com você sobre assuntos muito importantes e muito atuais. Em primeiro lugar, gostaríamos de dizer que essa conversa apenas começa com a leitura da cartilha. Na verdade, esperamos que você mesmo também converse com outras pessoas da sua fa- mília, sua escola e seu local de trabalho sobre o que leu aqui. E que indique a cartilha para outras pessoas lerem. Se você é professora ou professor, saiba que pode tra- duzir e reproduzir esta cartilha em sua língua local. Pode, tam- bém, utilizar as imagens, sem o texto, para sugerir debates e estimular a expressão de seus alunos. Procure nosso sítio vir- tual www.genderandwater.org para obter as imagens que compõem o conjunto de 4 cartilhas. Pedimos apenas que, sempre que copiar partes das cartilhas, cite o autor e a GWA. Para completar, gostaríamos de informar que a Aliança do Gê- nero e da Água-GWA está à disposição para maiores informa- ções quando você quiser se aprofundar nos temas relacionados à perspectiva de gênero na gestão das águas. Você vai ver que podemos fazer muito atuando, cada uma e cada um em sua cidade, na gestão da bacia do rio ou lagoa que passa em sua cidade e contribuindo para que a água seja disponível para todos e todas. Agora é com você. Boa leitura!
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  • 4. Quem costuma encarar uma seca fica pensando... “Como seria bom que caísse uma 2
  • 5. chuva forte, pra variar...” 3
  • 6. Quem enfrenta uma enchente imagina... “Como seria bom a chuva parar...” 4
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  • 8. E o pior é que as secas e as enchentes se repetem de tempos em tempos. Sabendo disso, dá pra evitar o pior. Ou não dá? A falta ou excesso de chuva são inevitáveis. Precisamos evitar é que as pessoas sofram! 6
  • 9. MAS QUEM É QUE MAIS SOFRE DURANTE A SECA? 7
  • 10. MAS QUEM É QUE PERDE TUDO NAS ENCHENTES?
  • 11. QUEM É QUE TEM O TRABALHO DE RETOMAR A VIDA DEPOIS DA ENCHENTE OU DO TEMPORAL?
  • 12. QUEM É QUE SABE AS NECESSIDADES MAIS URGENTES QUANDO ACONTECE UMA EMERGÊNCIA? 10
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  • 14. QUEM, NESSES MOMENTOS TERRÍVEIS, PRECISA IR ATRÁS DE ÁGUA LIMPA E ALIMENTO PARA A FAMILIA? Principalmente, as mulheres... 12
  • 15. Aqui vai uma mensagem para todos: mulheres, homens, jovens e idosos. A GENTE QUER CUIDAR DA FAMÍLIA. NÃO QUER QUE ELA SOFRA COM SECA, ENCHENTE, FURACÃO, OU QUALQUER TRAGÉDIA NATURAL. MAS, PARA ISSO, A GENTE TEM QUE CUIDAR DA ÁGUA, DO SOLO E DE TUDO QUE HÁ NA NATUREZA! 13
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  • 17. Pisamos seu chão, vivemos do seu ar, da sua água e de seus alimentos. Também é nela que trabalhamos. O que nossas mães sempre dizem? TEMOS QUE SEGUIR AS REGRAS DA CASA! 15
  • 18. QUAIS SÃO AS REGRAS DA NATUREZA? A água está sempre em movimento. Evapora com o calor do sol, forma nuvens, chove, molha as matas, montanhas, lavouras, aldeias e cidades, escoa por todos os caminhos livres, penetra no solo, abastecendo rios, lagos e corpos de água embaixo da terra. Durante todo o caminho, evapora novamente e recomeça a viagem. 16
  • 19. Isso é que se chama ciclo da água. Para que ele funcione perfeitamente, todos os elos dessa corrente – matas, solo, rios, construções humanas – têm que estar em harmonia. Quem convive com a Natureza e seus ciclos sabe como respeitá-la. É preciso ouvir essas pessoas. Há muito o que fazer! 17
  • 20. A cada ano, mais populações se surpreendem com temporais e secas inesperadas. Faz frio no verão, faz calor no inverno... Os mais velhos dizem que nunca, antes, foi assim. Os cientistas confirmam que o clima está mudando. E a causa são as atividades humanas, 18
  • 21. principalmente para produzir energia e mercadorias. Há muito tempo elas estão interferindo no equilíbrio da Natureza. Temos que tomar atitudes para recupe- rar o equilíbrio. Se não fizermos nada, mais e mais crises vamos atravessar. Recuperar o equilíbrio da Natureza é fundamental para todos, especialmente para quem mais sofre as consequências. 19
  • 22. Agora, vamos observar o rio que inundou tantas moradias. O rio sempre teve, na Natureza, dois leitos: o leito principal, por onde corre durante a maior parte do ano, e um leito mais largo, que ele ocupa no tempo das cheias. 20
  • 23. Quem constrói sua moradia muito próxima ao leito do rio tem que saber disso. Pode ser que sua casa esteja invadindo o território da Natureza... Isso até pode ser aprovado pela sociedade, mas é contra as regras da Natureza. Quando se está perturbando o ciclo das águas, isso é assunto de todos. Mas as mulheres, especialmente, não podem deixar de ser consultadas. 21
  • 24. Quem corta e devasta as vegetações ao longo dos rios também trabalha contra as leis da Natureza. A vegetação é a roupa e o abrigo do rio. Quando há vegetação, a água das chuvas fica retida nas folhas, vai caindo e entrando devagar na terra, alimentando as raízes e preenchendo os vazios dos solos que depois, nas épocas de secas, podem fornecer água às fontes. Mas, quando não há vegetação, a água das chuvas escoa pela superfície dos terrenos de forma rápida e direta para os rios e, então, os rios transbordam.
  • 25. Além disso, quando não tem floresta, a chuva lava as margens, a terra batida torna-se lama e escorre para o rio. Com o tempo, a lama entope o leito do rio e, nas cheias, só resta ao rio um lugar por onde correr: por cima das casas. 23
  • 26. Por outro lado, se tentarem controlar as cheias somente com barragens e canalizações, sem respeitar a natural subida e descida do nível de suas águas, o rio deixa de cumprir sua parte na lei da Natureza. Quando são livres, as águas do rio, nas épocas de cheias, podem depositar nutrientes nas terras inundáveis. Os nutrientes fertilizam as terras. O cultivo dessas terras beneficia a todos, especialmente famílias que vivem da agricultura, e também à flora e à fauna, que precisam dessas condições para se manterem. 24
  • 27. Para todos, especialmente para as mulheres, para a fauna e a flora, é vital proteger a fertilidade do solo. E, pra fazer isso, é preciso cuidar das águas! 25
  • 28. A seca é de se esperar. Em algumas regiões, as chuvas faltam de tempos em tempos. Portanto, o melhor é se preparar! Como? Depende das possibilidades e dos costumes da região. Pode-se, por exemplo, construir cisternas – sistemas para guardar a água da chuva nas casas ou na comunidade – ou outros reservatórios que sejam planejados em função do que seja melhor para todos. 26
  • 29. Preparar-se também é buscar alternativas para poupar água, para gerar energia e para cultivar alimentos – redescobrir lavouras que precisam de menos água. Usar menor quantidade de água para produzir mais e melhores produtos. FOI MUITO BOA A SUA IDÉIA DA CISTERNA! Devemos estar preparados para secas, assim como para cheias e tempestades, com planos de emergência baseados na cooperação de todos. 27
  • 30. Pra cuidar da água e do solo, recuperar o equilíbrio da Natureza e ficar preparado para as secas e cheias, todos devem participar da GESTÃO DA ÁGUA. VAMOS MONTAR O PLANO DE EMERGÊNCIA? 28
  • 31. Todos têm que pensar, decidir e tomar as providências juntos: governo, usuários da água e sociedade civil. Quem não pode faltar nessa reunião? Os maiores interessados, todos os que sofrem as consequências dessas medidas. Sem dúvida, não podem faltar as mulheres e os idosos. Por isso é preciso que mais dessas pessoas assumam o papel de representar suas comunidades, bem como o governo, os usuários de água e a sociedade. 29
  • 32. Pra isso, aqueles que, normalmente, não têm poder precisam recebê-lo... e se acostumar a exercê-lo. Aqueles que nunca são ouvidos precisam ter voz. 30
  • 33. Os planos de emergência precisam ter a participação de todos para serem eficientes. Não adianta um plano que só técnicos conseguem entender. Os interessados, mulheres, homens, jovens e idosos, com suas experiências, ajudam o plano a ficar melhor. Afinal, quando milhares de famílias estão sofrendo, são as pessoas que, com sua atuação solidária, diminuem o impacto da crise. 31
  • 34. Entendendo a Natureza, podemos mudar o que está errado e diminuir o sofrimento de quem é atingido pelas secas e enchentes. Sempre que fazemos alguma coisa para melhorar, a Natureza responde rápido. A Natureza é uma aliada, não um inimigo. Assim é que tem que ser. Porque nós, seres humanos, fazemos parte da própria Natureza. 32
  • 35. TRABALHARAM NESTA EDIÇÃO: REDAÇÃO E ARTE Ziraldo Alves Pinto e Megatério (Miguel Mendes Reis, Marco Antonio de J. Ferreira, Fábio Ferreira, Vanderlei Soares. Colaborou Ferreth) PROJETO E SUPERVISÃO Instituto Ipanema - Brasil www.institutoipanema.net ORIENTAÇÃO: Demetrios Christofidis e Ninon Machado REALIZAÇÃO Aliança do Gênero e da Água - GWA Diretora Executiva: Joke Muylwijk jokemuylwijk@chello.nl secretariat@gwalliance.org www.genderandwater.org Gender and Water Alliance Hogestraat 20, 6953AT Dieren, the Netherlands P.O.Box 114, 6950AC Dieren, the Netherlands +31 313 427230 Direitos reservados a Gender and Water Alliance - GWA
  • 36. leia todas as cartilhas e trabalhe como quiser com seus alunos e colegas. você pode usar os desenhos das cartilhas sem os textos. vá ao sítio virtual da gwa e baixe as imagens para seu computador. Depois, você pode usar o computador para escrever seus próprios textos sobre as imagens. pode também apresentá-las em outra ordem, para montar suas próprias histórias e aulas. mas lembre-se de citar o ziraldo e a GWA como autores da cartilha original. São quatro títulos: 1) Visão de gênero: o que é isso? 2) Gênero, água, saneamento e saúde 3) Gênero, água e eventos climáticos 4) Gênero, água, agricultura e alimento