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EQUIPAMENTOS
PARA PRATICAR ARTES
MARCIAIS COM SEGURANÇA
C A M P E O N A T O
B R A S I L E I R O
D E M U A Y T H A I
MUAY THAI 2018
EDITORIAL
Neste ano de Copa do Mundo de Futebol o nosso trabalho não
para nesta edição estamos trazendo Comparação entre vários
estilos de arte marciais.
Nesta edição, abordamos a importância dos protetores na pra-
tica das artes maciais.
Sucesso nos volumes anteriores, os cadernos de notícias sobre
MMA, Muaythai, Karate e Judô, encerram a temporada de 2017
com chave de ouro.
Em nome de toda a equipe, agradeço por ter nos acompanhado
durante todo esse tempo, com elogios, críticas e sugestões.
Que o novo ano seja de transformações, crescimento e de mui-
to sucesso para todos nós.
Supervisão Geral:
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Fale com a gente:
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REVISTA DA LUTA é uma publicação semestral da Editora lutas
Ltda e a marca registrada Revista da Luta é propriedade da
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EQUIPAMENTOS PA-
RA PRATICAR AR-
TES MARCIAIS COM
SEGURANÇA
CAMPEOANTO BRA-
SILEIRO DE MU-
AYTHAI 2018
O maior evento de Muaythai
Amador do Brasil
COTOVELADAS
NO MMA: UM
PONTO DE VISTA
MÉDICO
CONFRONTODEESTILOS
NOME: CARLÃO BARRETO
ALTURA: 1,94
PESO: 104 KG
LUTAS: 23
VITORIAS: 14
DERROTAS: 9
TITULOS:
VENCEU JUNGLE FIGHT 2
VENCEU HEAT FC 1
VENCEU MECA WORLD VALE TUDO 6
VENCEU RINGS: KING OF KINGS 2000 BLOCK B
VENCEU PRIDE 9 - NEW BLOOD
VENCEU IVC 12
VENCEU IVC 10
VENCEU IVC 8
VENCEU BRASIL OPEN '97
VENCEU UNIVERSAL VALE TUDO FIGHTING 6
VENCEU MARTIAL ARTS REALITY SUPERFIGH-
TING
VENCEU UNIVERSAL VALE TUDO FIGHTING 2
VENCEU UNIVERSAL VALE TUDO FIGHTING 1
WORLD CLASS CHAMPIONS
VENCEU IVC 9: THE REVENGE
VENCEU IVC 6: THE CHALLENGE
VENCEU IVC 2: A QUESTION OF PRIDE
VENCEU BRAZILIAN VALE TUDO 10
VENCEU BRAZILIAN VALE TUDO 6
DAMBE
ARTES MARCIAIS PRATICADAS MUNDO AFORA
Brasil ganhará Federação
de Muay Boran
Responsável pela entidade no país é o mestre
Fabiano Moreira Cosme Krushevsky
Por José Augusto Maciel Torres
Antes de 2006, poucos sabiam o que era o Muay Boran, a arte
marcial que uniu o estilo esportivo ao tradicional.
Se por um lado, o Muay Thai Tradicional utiliza regras para compe-
tições, do outro, o Boran se classifica em sua forma de divisão. De
comum entre os dois somente o país de origem: a Tailândia.
O brasileiro Fabiano Moreira Cosme Krushevsky é um dos poucos
a deter a chancela de mestre na modalidade. Começou a estudar
o Muay Boran na Europa, com o tailandês Grand Master Narong.
Moreira reside no exterior desde os 18 anos, tendo passagens
pela Holanda e Portugal, onde fixou residência e abriu uma acade-
mia de Muay Thai Tradicional.
O estabelecimento foi fechado em 2004, ano em que decidiu viajar
para a Tailândia com o objetivo de treinar.
Em seguida, fez o curso da World Muay Thai Federation (WMF)
para ser treinador. Dos 40 países representados, se destacou com
a melhor nota e passou a ser Coach Trainer nível B, chamando a
atenção do diretor técnico da WMF, Chinawut Sirosupan, que lhe
propôs se dedicar ao estudo do Muay Boran.
Em 2006, foi examinado pela Comissão Técnica, graduado Kru
Muay Boran e apresentado aos maiores mestres das escolas tradi-
cionais. Após 38 combates, expandiu os conhecimentos de Krabi
Krabong, Thai Massage,
Thai Rusie Datton, Yoga e Thai Vipassana, formando-se kru
(professor) em todas essas áreas.
Quando regressou a Portugal, em 2010, reabriu a academia, mas
com um novo nome: Muay Thai Boran Portugal, voltada a ensinar
exclusivamente a arte e a cultura tradicional tailandesa. Em três
anos e meio, a academia teve sete campeões nacionais e um
campeão ibérico. Soma ainda quatro medalhas de ouro, cinco de
prata e cinco de bronze em Campeonatos Mundiais de Muay Thai
e Kickboxing.
Sucesso em Portugal, o mestre que também é faixa preta de Kara-
te Kyokushin, quer agora abrir a Federação Muay Thai Boran no
Brasil, baseado em sua experiência de mais de uma década na
Tailândia.
fabianomoreira36@hotmail.com
Origem: África do Sul, Nigéria
D
entro da arena, os opo-
nentes andam em círcu-
los, encarando e anali-
sando o adversário. Ao
redor, o público vibra ao som dos
tambores, que ditam o ritmo dos mo-
vimentos. É assim que tem início
uma luta de dambe, forma tradicional
de boxe praticada em países do con-
tinente africano. Nessa luta de três
rounds não há luvas encobrindo as
mãos – apenas um dos braços, cha-
mado de “lança”, é envolvido por pe-
daços de corda. A mão livre é chama-
da de “escudo”, e (como o nome diz)
deve ser usada para bloquear as in-
vestidas do adversário, que tem o ob-
jetivo de derrubar o oponente. Hoje
os torneios estão ligados aos festi-
vais de colheita, que recebem os
combates como uma de suas atra-
ções. Mas antes, a luta já serviu até
como preparação para a guerra. En-
tão, o risco era bem maior: além do
braço, era costume também que uma
das pernas fosse envolvida por uma
pesada corrente, que ajudava a defe-
rir golpes ainda mais potentes. Você
encararia?
DICAS DE ADMINISTRAÇÃO / MANAGING TIP
Quebrando o gelo
Palestras em escolas plantam a semente
para o crescimento do Jiu-Jitsu
Por Aparecido Bill*
AGENDA
S
ou faixa-preta e vivo o Jiu-Jitsu há
mais de 25 anos. Neste ínterim,
conquistei dois títulos mundiais,
em 1997 e 1998, aprendi muito e
ensinei também.
Fui recebido na família Gracie Barra e co-
mo muitos contemporâneos enxerguei um
grande potencial de expansão para o Jiu-
Jitsu nos Estados Unidos. Após estudar
diversas propostas de parcerias comerci-
ais,
acabei escolhendo vir para Rohnert Park,
na Califórnia, onde montei uma filial da
Gracie Barra há pouco menos de seis me-
ses.
Apesar da marca forte que é a Gracie
Barra e de haver um faixa-preta à frente,
toda academia tem problemas para con-
seguir os primeiros alunos. Desde a fun-
dação até agora consegui em torno de 50
estudantes, um
bom começo.
Pensando nisso, desenvolvi uma ativida-
de de divulgação e esclarecimento do Jiu-
Jitsu para leigos. No dia 9 de abril de
2008, eu e meu aluno Michael Stratton,
que ganhou a faixa-azul após ser campe-
ão na branca no último Pan-Americano,
comparecemos
à Rancho Cotati High School. Fomos con-
vidados de última hora e falamos por cer-
ca de três horas para mais ou menos 700
pessoas, entre alunos, professores e fun-
cionários da escola.
Posso dizer que o grau de interesse foi
tamanho que faltou tempo para responder
a todas as perguntas.
Na palestra, falo da história do Jiu-Jitsu, a
sua origem e a sua filosofia. Então, com
meu aluno, faço uma demonstração bem
leve de treino com sparring.
Nessa parte, procuro mostrar a grande
variedade de movimentos e posições da
arte. Completo a parte prática com uma
demonstração sem kimono.
Termino com os rolamentos, que sei que
agrada aos leigos. Tenho orgulho de dizer
que, mesmo aos 33 anos, ainda tenho
agilidade suficiente para tirar uns
“Ohhhs!” da platéia. Então, para terminar,
abro para perguntas, que são sempre
muitas.
O grau de interesse que o Jiu-Jitsu cria
nos leigos me faz ter a certeza de que es-
tou plantando centenas de sementes a
cada vez que me apresento.
Com certeza, algumas irão brotar e o es-
porte vai crescer cada vez mais. Faço por
amor e pelo prazer de repassar os ensi-
namentos que aprendi e de apresentar às
pessoas os benefícios que o Jiu-Jitsu
traz, além
de saber que esse trabalho pode aumen-
tar o número de alunos na minha acade-
mia
A
s artes marciais acompanham a humanidade há muito tem-
po, e possuem o poder de trazer todos os benefícios à saúde
que exercícios físicos podem trazer para os nossos corpos.
Além dos benefícios físicos, as artes marciais são conheci-
das pelo aumento da confiança e autoestima.
Como todo esporte de contato, as artes marciais podem apresentar ris-
cos ao físico dos praticantes menos preparados. É fundamental que as
pessoas com interesse em praticar uma arte marcial tenham proteção
de qualidade, minimizando os riscos e aumentando ainda mais os be-
nefícios que ocorrem com a prática destas atividades
Saiba escolher os equipamentos
corretos
Os preços e a qualidade em equipamentos
de luta podem variar muito. E como em mui-
tas coisas da vida, a qualidade dos equipa-
mentos é diretamente proporcional ao preço
que você paga.
Se você está procurando equipamentos para
você ou para seus filhos, dê prioridade à se-
gurança. Quem está comprando este tipo de
equipamento deve ter em mente que os gas-
tos neste caso, são puramente investimentos
em segurança.
Acredite, você não vai querer ouvir que “o
barato sai caro” enquanto se preocupa com
a dor – tanto sua quanto dos pequeninos.
Proteja as áreas de maior impacto
Existem equipamentos destinados a proteger
praticamente cada centímetro quadrado do
seu corpo durante a prática de artes marci-
ais.
Durante as sessões de sparring, frequente
na maior parte das artes marciais, algumas
batalhas vão ser doloridas, independente da
arte marcial praticada e do nível dos lutado-
res.
A melhor forma de evitar estas dores é estar
sempre prevenido e utilizar os equipamentos
recomendados pelo treinador.
A utilização de equipamentos de proteção é
essencial não somente pela proteção ao lu-
tador que os utiliza, mas também aos opo-
nentes. Locais desprotegidos apresentam
grandes chances de causar golpes perigo-
sos aos oponentes mais desprotegidos.
Para que a segurança e a saúde dos lutado-
res sejam mantidas, é crucial que todos os
praticantes de artes marciais sejam orienta-
dos e utilizem os equipamentos de proteção
corretos.
Lembre-se de que a sua segurança e a se-
gurança dos seus parceiros de treinos não
tem preço. Para garantir sua integridade an-
tes de treinar ou competir, certifique-se de
que você está em boas condições físicas e
conte sempre com a supervisão de especia-
listas.
Todo grande lutador
u&liza equipamento de
proteção, pois ter o
corpo bem protegido é
sinônimo de uma
carreira duradoura
CONFRONTO DE ESTILOS
Comparamos quatro artes marciais, apresentando a história, os principais golpes e os bene cios sicos de cada luta. Esco-
lha a melhor para você
Por Pi& Vieira / Ilustrações André Tomá
AIKIDO
Arte marcial japonesa que propicia a seu pra&cante a possibilidade de
um caminho ao autoconhecimento
Desenvolvido por Morihei Ueshiba (1883-1969) na primeira metade do
século XX. No ideograma de aikido o “ai” significa união, o “ki”, energia,
e o “dô”, o caminho para se alcançar a harmonia. Não à toa, é uma mo-
dalidade de luta na qual só há um &po de ação: a defesa. Mesmo quan-
do os treinamentos envolvem armas como o bastão (jo) e a espada de
madeira (boken), a técnica visa o desarme do oponente, e não atacá-lo
com esses objetos. “No aikido pra&camos para derrotar o medo, a inse-
gurança, a raiva e o ego. São esses os verdadeiros inimigos que nos
impedem de a&ngir a nossa evolução natural”, diz o sensei Severino
Sales, criador da Federação Brasileira de Aikido (Febrai). Na prá&ca de-
senvolve-se o relaxamento, a concentração, a não resistência, a ausên-
cia de espírito de compe&ção e do conceito de adversário, a respiração
abdominal, a consciência do parceiro, buscando-se formar a ideia de
complementaridade, sempre aumentando o uso do ki. “Um pra&cante só evolui suas técnicas a par&r do momento em que
desenvolve essa sensibilidade, e vice-versa”, explica Wagner Bull, presidente da Confederação Brasileira de Aikido e professor
faixa-preta 6o dan.
TREINO Os treinos são suaves e os movimentos, firmes e seguros. Você aprende a cair sem se machucar, a se movimentar
naturalmente e a não usar a força Xsica. U&lizam-se técnicas corpo a corpo em pé e sentado, boken (sabre de madeira) e jo
(bastão de madeira de cerca de 1,20 m).
SEM MEDO A prá&ca faz com que as pessoas aprendam a controlar o medo, inevitável em uma situação de ameaça. O temor
descontrolado pode levá-lo a cometer atos falhos, e essa luta trabalha com o corpo e a mente exatamente para evitar que isso
aconteça.
TÉCNICA Consiste em desenvolver a sensibilidade para discernir a intenção do oponente, iden&ficar quais são seus pontos de
ar&culação vulneráveis e então redirecionar essa força de ataque contra o próprio adversário, que irá perder o equilíbrio e cair
no chão.
SAMURAI No aikido, cul&va-se as sete virtudes do guerreiro conforme o Bushido (código dos samurais): jus&ça, valor heroico,
compaixão, cortesia, honra, sinceridade e o sen&do de dever e lealdade.
O importante não é compe.r
Uma das diferenças da técnica para outras artes marciais é a ausência total de compe&&vidade. Esse é um dos fatores que
fazem com que o aikido venha conquistando a adesão de um público bem eclé&co. Segundo o sensei (“aquele que chegou
antes” ou, para o ocidental, o professor) Nereu Peplow, do Fudoshin Dojo, uma das academias mais respeitadas de Curi&ba, a
intenção das pessoas que frequentam os dojos é encontrar uma a&vidade que trabalhe o corpo e traga ao mesmo tempo au-
toconfiança e segurança.
Ves.menta
O quimono deve ser branco. O hakama (calça que parece uma saia e é colocada por cima da calça), que possui sete pregas,
simbolizando as sete virtudes dos samurais. É aceito nas cores azulou preta, e só é usado apar&r do nível de Shodan (1o dan).
Faixas
É internacionalmente u&lizada uma ordem de graduação que, normalmente, começa em 5o kyu e segue até o 1o kyu (classe ou
grau). Daí em diante vêm os “dans” (degraus). As graduações são concedidas avaliando-se as qualidades técnicas, o grau de
afinco aos treinos e o perfil moral do pra&cante. O tempo mínimo necessário para realizar os exames de kyu não é menor do
que um ano.
CARATE
A arte marcial se baseia em socos, chutes, cotoveladas, joelhadas e golpes com a palma da mão aberta
O caratê, que em japonês significa “mãos vazias”, nasceu na ilha japonesa de Okinawa, no século XVIII. Proibidos de usar armas
no local, os habitantes criaram a arte marcial como forma de defesa contra o ataque de possíveis inimigos. Como a invenção
funcionou, ela começou a ser pra&cada constantemente na região, mesmo sem a necessidade de seu uso. A expansão da mo-
dalidade começou a acontecer no início do século XX, mais precisamente em 1922, quando o mestre Gichin Funakoshi foi con-
vidado pelo Ministério dos Esportes do Japão a conduzir apresentações de caratê na capital Tóquio. A prá&ca agradou a muita
gente e a modalidade passou a ser pra&cada em escolas e universidades.
No ataque
Autocontrole e Agilidade
SOKUTO KEAGE
O segredo é ser muito rápido para emplacar um chute direto no rosto antes que o opositor se defenda.
CHUDAN ZUKI
Golpe mais comum feito com as mãos. Desestabiliza o adversário e
serve como movimento inicial de uma sequência.
SOKUTO KEKOMI
Série de golpes em alta velocidade com chute, seguido de rasteira e
soco com o adversário no chão.
Na defesa
Bloqueios Eficientes
SHUTO UKE
Desvia o rosto para, então, segurar o braço es&cado do oponente. A
intenção é baixar a guarda do rival.
GEDAN BARAI
Para escapar de socos baixos, o antebraço pode servir para desviar a
rota.
GEDAN SHOTEI UKE
Defesa coordenada com a proteção das pernas para desviar um chute.
AS REGRAS
O caratê compe&&vo é dividido em duas modalidades: kumitê e kata.
O primeiro é a luta propriamente dita, na qual dois atletas se enfren-
tam em combates de três minutos (para homens) ou dois minutos (para mulheres). Já o kata é o exercício de ataque e defesa
feito contra um adversário imaginário.
Ves.menta
Até o século XX, os japoneses treinavam com roupas comuns. De lá para cá, o quimono branco virou obrigatório, acompanha-
do por uma faixa que indica o nível do lutador. Nas compe&ções oficiais, os pra&cantes devem usar luvas de borracha para
evitar que os golpes causem lesões. Faixas Até a faixa verde o aluno estará construindo sua base técnica e teórica. Daí até a
faixa marrom o aluno deverá se preparar para receber o grau de shodan. Um úl&mo teste avaliará suas habilidades e conheci-
mentos específicos para receber o grau Shodan e alcançar a sonhada faixa preta.
FÍSICO É bom para o coração, fortalece ossos e músculos, cria resistência, desenvolve coordenação motora e visual, e torna o
organismo menos susce^vel a ferimentos e doença.
MENTE Ajuda a desenvolver paciência, disciplina, perseverança e compreensão, bem como a concentração e foco.
ESPÍRITO Constrói confiança, desenvolve e aumenta o autocontrole, a serenidade e a paz.
FÍSICO É bom para o coração, fortalece ossos e músculos, cria resistência, desenvolve coordenação motora e visual, e torna o
organismo menos susce^vel a ferimentos e doença.
MENTE Ajuda a desenvolver paciência, disciplina, perseverança e compreensão, bem como a concentração e foco.
ESPÍRITO Constrói confiança, desenvolve e aumenta o autocontrole, a serenidade e a paz.
JIU JITSU
Eficiente para barrar socos e chutes, é fundamental no es.lo MMA
O jiu-jítsu ou “arte suave” u&liza técnicas como golpes de alavancas, torções e pressões para derrubar e dominar um adversá-
rio, sempre com base em princípios de equilíbrio e ar&culação do
corpo, tornando desnecessário o uso excessivo da força e de armas.
Segundo historiadores, o es&lo teria nascido na Índia, onde era pra&-
cado por monges budistas preocupados com a autodefesa. Com a
expansão do budismo, chegou ao Japão, onde se popularizou. De-
sembarcou no Brasil em 1915, com o japonês Conde Koma, como era
conhecido o lutador Mitsuyo Maeda, que se fixou em Belém do Pará.
Lá conheceu Gastão Gracie, que levou o filho mais velho, Carlos, en-
tão com 15 anos, para aprender a lutar com o mestre japonês.
No ataque
Além de derrubar, é importante imobilizar o oponente
CHAVE DE BRAÇO VOADORA
Ideal para um lutador menor e mais fraco que o oponente. Permite
usar a força do rival para imobilizá-lo, travando os braços dele.
TESOURA
O kanibasam i é conhecido nas academias, mas proibido em compe&-
ções pelo risco de machucar seriamente o joelho do oponente.
MATA-LEÃO
Original do jiu- jítsu japonês, mas muito usado no es&lo brasileiro, o
estrangulamento, quando bem aplicado, pode decidir uma luta.
Na defesa
Escapar de uma imobilização é crucial
ESCAPE
O primeiro passo é girar o quadril para &rar as costas do chão e ficar de lado.
DOMINE
Os braços s ão usados para deslocar o rival e tentar dominá-lo. As pernas travam o tronco e uma das pernas do oponente.
FINALIZE
Para funcion ar, a sequência precisa ser ligeira.
A REGRA É CLARA
A luta, que dura de cinco a dez minutos, é conduzida por um único juiz, que fica dentro do tablado, acompanhando os lutado-
res. Ele é auxiliado por um cronometrista, que se posiciona em uma mesa ao fundo, e por um mesário, que atualiza o placar. A
luta pode até ser vencida por quem está atrás no placar. Basta um golpe doloroso que faça o lutador bater três vezes no tata-
me ou no corpo do rival. “A finalidade do jiu-jítsu é fazer o adversário se render”, diz Moisés Muradi, presidente da Confedera-
ção Brasileira de Jiu-Jítsu Espor&vo.
Faixas
Da branca à marrom são 5 níveis de graduação: faixa lisa e mais 4 graus, sendo de responsabilidade do professor conceder es-
ses graus em cada uma dessas faixas. A faixa preta se subdivide em sete diferentes níveis de graduação: faixa preta lisa e mais
6 graus que serão concedidos exclusivamente pela IBJJF (Federação Internacional de Jiu-Jítsu Brasileiro). A faixa vermelha déci-
mo grau é conferida apenas aos pioneiros: Carlos, Oswaldo, George, Gastão e Hélio, conhecidos como irmãos Gracie.
LUTA COM INTELIGÊNCIA
No jiu-jítsu, explorar erros do oponente conta mais do que usar força e velocidade
TAE KWON DO
A luta coreana valoriza a defesa pessoal e o equilíbrio entre corpo, mente e é.ca
A origem desse esporte milenar está ligada à história da Coreia. No século I a.C., a península coreana era ocupada por três rei-
nos rivais: Goguryeo, ao norte, Silla, no sudeste, e Baekje, a oeste. Para ensinar os jovens de Goguryeo a lutar sem armas, fo-
ram criadas técnicas como o taekkyeon.
Além de usar os pés com rapidez e precisão, os alunos eram
instruídos em história, filosofia e esportes a cavalo. Ao longo do
processo de fusão dos três reinos, finalizado no século VII, os
moradores de Silla acrescentaram à arte marcial o uso das mãos
como defesa. Surgia assim o tae kwon do, que significa
“caminho dos pés e das mãos”. Com o início da Guerra da Co-
reia, nos anos 1950, o governo do sul reorganizou a luta e deu a
ela sua versão moderna, que seria transformada em esporte
olímpico nos Jogos de Sydney, em 2000.
No ataque
Mais fortes e longas que os braços, as pernas são fundamentais
para a&ngir o oponente
AP CHAGI
Um dos prim eiros movimentos ensinados aos iniciantes. É usa-
do para afastar o rival quando aplicado no abdômen ou derrubá
-lo acertando o
queixo.
HURYEO CHAGI
Giro com o pé muito violento. O golpe, pouco usado pelos mais
tradicionalistas, termina com o arco dorsal (parte de cima do pé)
acertando o rosto do adversário.
Na defesa
Para não apanhar, é importante dominar as técnicas de blo-
queio, baseadas no uso das mãos
WAE SUN PALMOK
Muito eficiente para blo quear chutes rápidos e outros ataques contra o torso. A vantagem do movimento é que ele devolve
parte da força aplicada pelo rival.
NAJUNDI MAKGI
A maioria dos movim entos de defesa começa com as mãos na altura dos quadris. Isto é fundamental para impedir chutes e
socos contra abdômen e pernas.
BENEFÍCIOS
Melhora o desempenho cardiovascular, aumentando a resistência Xsica e ainda es&mula o ganho de massa magra. Outra van-
tagem é que os treinos investem em exercícios de alongamentos, aumentando a flexibilidade do corpo.
Ves.menta
São três &pos de uniforme ou dobok. O mais tradicional parece um quimono. Uma jaqueta em V é adotada pela Federação
Mundial. Já os adeptos da Federação Internacional usam uma jaqueta com corte ver&cal no centro.
Faixas
Os graus são divididos em geups e dans. Cada geup corresponde a uma faixa colorida que é amarrada na cintura. Cada dan
corresponde à graduação de faixa preta que são divididas em 10, em ordem crescente. A trajetória da branca até a preta dura
no mínimo quatro anos.
Na cara
O tae kw on do valoriza os chutes altos, no rosto do oponente. A posição da perna e, principalmente, dos pés muda a intensi-
dade do impacto
OLIMPÍADA
A disciplina é u ma das duas artes marciais asiá&cas presentes no programa olímpico – a outra é o judô. A estreia oficial foi na
edição de Sydney, em 2000.
COMPETIÇÃO
As disputas acontecem em um tatame sinté&co, em combates com três rounds de dois minutos cada um, com um minuto de
descanso entre os rounds. Além do uniforme branco, os par&cipantes usam protetores de cabeça e tronco, um de cada cor:
vermelho e azul.
PROIBIDO
Não é permi&do agarrar, socar no rosto, a&ngir abaixo da linha da cintura ou empurrar adversário (estas prá&cas fazem o luta-
dor perder pontos).
SE FOR POTENCIA QUE VOCÊ DESEJA, A FLEXÃO EXPLOSIVA COM MEDICINE BALL
O AJUDARA A ADQUIRI UMA BOA DEFESA CONTRA QUEDA COM O TREINO DO
SPRAWL, MELHORA A SUA POTENCIA DO SEU SOCO E MELHORA A SUA CAPACIDA-
DE DE EMPURRA OS OPONENTES.
DICAS DE TREINAMENTO
1. Mantenha a mão afastada na largura de um ombro, se jogue em direção do chão, as-
sim que tocar no chão, faça um apoio. Como você quisesse volta a ficar em pé.
2. Use Medicine Ball de tamanhos diferentes, dependendo da sua disponibilidade de
equipamento;
3. Ficar na posição de pé não e obrigatório só depende da sua vontade.
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Autor: Boxing AIBA
O
boxe, também apelidado de pugilismo, é um desporto de contacto e de
combate onde os praticantes usam os
punhos para se defender e atacar os re-
spetivos adversários. À semelhança de
outros desportos de contacto, como o Vale Tudo e o
Savate/boxe francês, entre outros, o boxe exige uma
grande resistência física e mental por parte dos seus
atletas e, como tal, tem regras específicas para os
ajudar a combater. Conheça 10 regras para ser um
grande lutador de boxe e mantenha-se sempre em
forma. Só assim é que conseguirá ir longe na modali-
dade e, claro, conquistar títulos.
Treine ao máximo os golpes e os movimentos principais do boxe
O boxe possui vários golpes característicos que devem ser treinados de forma
isolada para melhorar a técnica do respetivo boxeur, como: o jab ou golpe frontal; o
direto, conhecido como golpe frontal com o punho atrás; o gancho que é feito com o
movimento curvo do punho; o cruzado onde o alvo é a parte lateral da cabeça do ad-
versário; o jab direto realizado com as duas mãos e o upercut realizado de baixo para
cima, entre muitos outros. Para ser um grande lutador na história do boxe, deverá trei-
nar todos os dias (com um saco de areia por exemplo), dominar todos os golpes na
perfeição e realizar sequências específicas para deixar os adversários fora de com-
bate.
Aceite as ordens do seu mestre e treinador
Acatar as ordens do seu mestre e treinador vai ajudá-lo a ser um melhor lutador de
boxe. O seu treinador, mais do que ninguém, sabe as suas falhas e fraquezas, assim
como os seus pontos fortes. Dessa forma, é a pessoa indicada para lhe traçar um pla-
no de treino eficaz para melhorar a sua forma de combater. Oiça-o sempre com muita
atenção, pois as suas dicas costumam valer ouro nos momentos de decisão.
Faça desportos complementares
Um desporto de contacto exige sempre uma grande preparação física que, muitas
vezes, não é exclusiva à prática da modalidade. O boxe, por exemplo, é um desporto
que precisa que os músculos dos seus praticantes estejam bem trabalhados e aí não
há nada melhor que o trabalho que é desenvolvido nos ginásios. Por outro lado, é pre-
ciso ter uma grande resistência para aguentar todos os rounds de um combate e os ex-
ercícios de corrida são fundamentais para o conseguir.
10 REGRAS PARA SER UM GRANDE LUTADOR DE BOXE10 REGRAS PARA SER UM GRANDE LUTADOR DE BOXE
Trabalhe a mente
O poder da mente durante um combate de boxe é extremamente importante e poderá
fazer a diferença entre ganhar ou perder. Invista em exercícios de meditação e de auto-
controlo para conseguir estar calmo e focado durante os combates.
Seja persistente
Não se fazem grandes lutadores de boxe em dois dias e a persistência é, sem dúvida,
uma das chaves do sucesso de qualquer desportista. Cabe-lhe a si insistir e ser persis-
tente nos treinos e treinar as suas falhas vezes sem conta para que elas desapareçam
ou não sejam notadas. Além disso, persistir onde se é mais fraco vai ajudá-lo a ser
mais determinado e confiante.
Trace objetivos e cumpra-os
Procure ser metódico no seu treino diário e nas suas tarefas normais do dia-a-dia, pois
assim irá cumprir uma rotina específica que o vai ajudar a melhorar o seu desempenho
enquanto lutador. Trace objetivos e cumpra-os e, no final, não se esqueça de fazer uma
avaliação dos resultados para ver se há espaço a melhorar.
Dê importância ao descanso
O corpo e a mente precisam de recuperar do esforço despendido nos treinos e nos
combates, logo, é de suma importância dar prioridade às horas de descanso e de lazer
para o restabelecimento do equilíbrio e das forças. Um corpo descansado e equilibrado
farão de si um melhor e mais ativo lutador.
Recorra aos serviços de um massagista
Os bons ginásios já oferecem este tipo de serviço. Assim sendo, recorrer a massagens
desportivas ou até mesmo de relaxamento promovem a boa saúde dos seus músculos
e podem ajudar no tratamento de lesões associadas a este desporto.
Trate bem das lesões
Sempre que tiver o infortúnio de sofrer uma lesão, adapte o seu treino e o seu modo de
vida a essa mesma circunstância para que a lesão não evolua mais. Não ignore as
dores por mais insignificantes que elas sejam, uma vez que essa pode ser a diferença
entre combater melhor ou acabar a carreira mais cedo.
Seja resiliente e resista ao stress
Na maior parte das vezes, o mais importante não é a força devastadora dos seus so-
cos, mas sim a resistência e a capacidade em receber os socos dos adversários. É im-
portante manter o foco e, mesmo em situações controversas, estar concentrado no
cumprimento dos seus objetivos.
O M u a y T h a i n o B r a s i l
e s t á d e l u t o . N o d i a
1 2 / 0 7 / 2 0 1 8 , o c o r p o d o
g r ã o m e s t r e N é l i o N a j a ’ ,
i n t r o d u t o r d o M u a y T h a i
e m t e r r a s b r a s i l e i r a s ,
f o i e n c o n t r a d o m o r t o e m
s u a ‘ c a s a ’ n o m u n i c í p i o
d e A l m i r a n t e T a m a n d a -
r é , r e g i ã o m e t r o p o l i t a n a
d e C u r i t i b a , n o E s t a d o
d o P a r a n á .
A i n d a d e a c o r d o c o m o
C o r p o D e B o m b e i r o s d o
P a r a n á , N é l i o N a j a ,
n a s c i d o n o R i o d e J a -
n e i r o e e x - p a r a q u e d i s t a
d a A e r o n á u t i c a m o r r e u
p o r c a u s a s n a t u r a i s .
N é l i o N a j a i s o l o u - s e p o r
c o n t a d e d e c e p ç õ e s e
f a l t a d e v a l o r i z a ç ã o à
s e u t r a b a l h o c o m o p r o -
f e s s o r d e a r t e s m a r c i -
a i s , m o r a v a s o z i n h o e m
u m a c a s a s i m p l e s c o n s -
t r u í d a p o r e l e m e s m o
e m A l m i r a n t e T a m a n d a -
r é .
RECEBERÁ PEDIDOS DE PROMOÇÃO DE GRAU
O Conselho Nacional de Graduação da Confedera-
ção Brasileira de Judô receberá a partir do mês de
agosto novos pedidos de promoção de grau que se-
rão avaliados ao longo dos meses de agosto, se-
tembro, outubro e novembro deste ano.
Entre as primeiras promoções outorgadas pelo no-
vo Conselho destacam-se as graduações de dois,
dos três vice-presidentes da CBJ - Danys Queiroz,
promovido ao 7º Dan e José Nilson Gama, promovi-
do ao 6º Dan - e de quatro, dos 27 presidentes de
Federações Estaduais: Luiz Gonzaga Filho
(Femeju), promovido a 8º Dan; Alessandro Puglia
(FPJudo), promovido a 7º Dan; Georgton Pacheco
(Fejet), promovido a 6º Dan; e César Paschoal
(FJMS), promovido ao 5º Dan. Todas essas promo-
ções seguiram os critérios estabelecidos no Regu-
lamento de Outorga.
"Eu não esperava. Quero agradecer ao Silvio pela
promoção. Sei da responsabilidade que é essa gra-
duação. Tenho uma vida dentro do judô, de 53
anos, não só dentro da gestão da Federação, mas
como atleta, como professor. Cada vez que você
vive um momento como esse, de receber o 7º Dan,
você sabe da responsabilidade e da cobrança que
vêm graduação. Queria também agradecer ao meu
professor Sadao Fleming Mulero e à Confederação
pela confiança também", concluiu Puglia.
O novo Conselho de Graduação da CBJ tomou pos-
se em novembro de 2017 e reuniu-se pela primeira
vez em fevereiro de 2018, em São Paulo, para es-
tudar e propor atualização do Regulamento Nacio-
nal Para Exame e Outorga de Faixas e Graus. O
grupo é presidido pelo professor Icracir Rosa e tem
outros cinco membros: Denis Lima (PE), Aloísio
Short Sobrinho (BA), Takeshi Miura (DF), Michiharu
Sogabe (SP) e José Emílio Moreira (MA).
Foto: Lara Monsores/CBJ
WORLD TAEKWONDO FEDERATION
REALIZA DEMONSTRAÇÃO PARA O PAPA
O P a p a F r a n c i s c o r e c e b e u h o -
j e n o V a t i c a n o u m g r u p o d e
a t l e t a s d e T a e k w o n d o , d a s d u -
a s C o r e i a s , q u e d e i x a r a m u m a
m e n s a g e m e m f a v o r d a p a z .
“ A g r a d e ç o a o s a t l e t a s c o r e a -
n o s p e l a s u a e x i b i ç ã o , q u e f o i
u m a m a n i f e s t a ç ã o d e v o n t a d e
d e p a z , a s d u a s C o r e i a s j u n -
t a s . F o i u m a m e n s a g e m d e
p a z p a r a t o d a a h u m a n i d a d e ,
o b r i g a d o ” , d i s s e o p o n t í f i c e ,
n a P r a ç a d e S ã o P e d r o .
A h i s t ó r i c a m a n i f e s t a ç ã o n a
C i d a d e d o V a t i c a n o , n a p r e -
s e n ç a d e S u a S a n t i d a d e o P a -
p a F r a n c i s c o , d e m o n s t r o u a i n -
d a m a i s o c o m p r o m i s s o c o m a
p a z a t r a v é s d o t a e k w o n d o . E m
m a i o d e 2 0 1 7 , o p a p a f o i
a g r a c i a d o c o m o t í t u l o h o n o -
r á r i o d e 1 0 º d a n p e l o p r e s i -
d e n t e d o W o r l d T a e k w o n d o ,
C h u n g w o n C h o u e , o P a p a t a m -
b é m e x p r e s s o u s e u i n t e r e s s e
n a s a t i v i d a d e s h u m a n i t á r i a s
d o T H F .
FONTE: BANG
Paranaense, Fabio Alberto, medalha de
prata no Mundial WAKO em Budapeste
2017, venceu por KO aos 2.50 do primeiro
round ao russo Aleksandr Stankov, no Tri-
este Fight Night em Trieste, Itália.
Anderson Buzika da Inside Gym venceu
Marco Antonio da Academia Omnoi por
Nocaute. E conquistou o Cinturão Nacio-
nal do WBC Muaythai Brasil
Tuniko Feteira Jr, Anderson Buzika, Marcos Camilo,
Munil Adriano
Floyd Mayweather venceu japonês por
nocaute em luta de exibição no Rizin 14
(Foto Getty Images)
COTOVELADAS NO MMA: UM PONTO DE VISTA MÉDICO
Por Rickson Moraes
A
liberação ou não do uso de cotoveladas no MMA tem sido um tema bastante re-
corrente desde que estas se tornaram a principal arma utilizada pelo campeão
dos meio-pesados do UFC, Jon Jones. Para responder a este questionamento,
temos que analisar tanto os aspectos médicos envolvidos como o aspecto técni-
co.
O objetivo de qualquer atleta de MMA, à semelhança de outros esportes de combate como
Jiu-Jítsu, Boxe, Muay Thai, Taekwondo e etc., é conseguir demonstrar sua superioridade
técnica e física em relação ao seu adversário. Dependendo das características de cada atle-
ta, esta superioridade pode ser alcançada através de técnicas de submissão, nocaute, no-
caute técnico, interrupção médica ou decisão por pontos. No início do então chamado Vale
Tudo, poucas eram as regras vigentes durante os combates, o que expunha os lutadores a
lesões e riscos bastante consideráveis. Com a profissionalização alcançada pelo esporte,
chegou-se à conclusão que a preservação da integridade física dos lutadores é tão impor-
tante quanto o objetivo final de vencer uma luta, o que fez com que novas regras fossem ne-
cessárias para esta finalidade. A partir daí, chegou-se à conclusão de que o nome Vale Tu-
do não traduzia mais a essência deste esporte, sendo criado o termo MMA.
Em relação às cotoveladas, o que evidenciamos é que elas causam muito frequentemente
lesões corto-contusas na face e no couro cabeludo. Estas lesões ocorrem principalmente
porque o cotovelo é uma região em que o osso se encontra muito superficial, sem a prote-
ção de partes moles como muscúlos ou uma camada de gordura mais espessa. A face e o
couro cabeludo, da mesma forma, possuem uma pequena proteção por esses tecidos, sen-
do sua pele mais frágil do que aquela que recobre o cotovelo. Sendo assim, no contato dire-
to entre os dois, geralmente a lesão de pele se dá não no cotovelo, mas sim na face e no
couro cabeludo.
Por serem a face e o couro cabeludo áreas muito vascularizadas, pequenos cortes têm o po-
tencial de causar sangramentos maiores do que em outras partes do corpo.
Pela proximidade com os olhos, estes sangramentos facilmente prejudicam a capacidade do
atleta de enxergar seu oponente e os golpes por ele desferidos, o que acaba por prejudicar
sua capacidade de resposta e defesa. Isto, por si só, já nivelaria “por baixo” as lutas, propici-
ando que atletas menos técnicos pudessem vencer por conta de um corte em seu oponente.
Já em relação ao volume de sangue, sabemos que a perda de até 10% do volume total de
sangue corporal dificilmente levará a complicações mais graves em jovens saudáveis.
Estas hemorragias decorrentes das lesōes corto-contusas nem de perto atingem este volu-
me. Sendo assim, causar estes sangramentos representa pouco risco.
Porém a proximidade com os olhos é que acaba por ser pre-
judicial.
Seria então o cotovelo o único vilão? À sua semelhança,
a parte anterior do joelho também tem um grande po-
tencial de causar estas lesōes, porém, ao se encaixar
uma joelhada de baixo para cima (por exemplo, no
clinch de muay thai), a velocidade do golpe vai diminuin-
do até o ponto em que o joelho encosta na face – além de
haver o próprio efeito da gravidade desacelerando o membro infe-
rior. No caso de golpes desferidos de cima para baixo, o efeito da gravida-
de tende a aumentar a velocidade do golpe, causando um impacto consideravelmente mais
intenso, aumentando os riscos destas lesōes.
Outro fator importante é que o cotovelo possui proeminências ósseas mais agudas do que o
joelho (que é mais plano), oferecendo assim um maior potencial de risco para lesões ocula-
res e fraturas de face, que tendem a ser mais graves e devem ser evitadas a qualquer custo.
Quando consideramos golpes desferidos pelas mãos, por exemplo, as luvas têm a função
de protegê-las e proteger também a face destes atletas, diminuindo as chances de cortes. O
mesmo se aplica aos chutes altos, já que a parte dorsal (peito) do pé é mais plana e mais
revestida por partes moles.
A última alteração, realizada em 2009 pela Comissão Atlética de Nevada, nas Regras Unifi-
cadas de Conduta do MMA (NAC-467), reforçou a consideração como ato faltoso o golpe
desferido de cima para baixo com a ponta do cotovelo (seção 10, NAC 467.7962), o que rea-
firma esta posição.
Finalizando, portanto, penso que os eventos de MMA que permitam cotoveladas, principal-
mente de cima para baixo, deveriam ter suas regras revistas, já que o objetivo de qualquer
esporte competitivo é a vitória de um oponente ou equipe sobre seu adversário, minimizando
sempre as chances de lesões e preservando a integridade física dos atletas. Este é o cami-
nho natural da profissionalização do esporte no Brasil e no mundo.
Nota do Editor: a parte médica deste artigo foi utilizada numa matéria para o site da Discovery
Channel Brasil, que também contou com o ponto de vista de um lutador (Antonio Pezão), treina-
dor (Andre Benkei), promotor (Wallid Ismail) e comentarista (Luciano Andrade). Confira o debate
completo em http://esportes.discoverybrasil.uol.com.br/cotoveladas-no-mma-perigosa-ou-
apenas-efeito-visual-nas-lutas.
Rickson Moraes é ortopedista (CRM-RJ 71152.7) pós-graduado em traumatologia desportiva do
Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), médico do Jungle Fight Championship e
faixa preta de jiu-jítsu.

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  • 1. EQUIPAMENTOS PARA PRATICAR ARTES MARCIAIS COM SEGURANÇA C A M P E O N A T O B R A S I L E I R O D E M U A Y T H A I MUAY THAI 2018
  • 2. EDITORIAL Neste ano de Copa do Mundo de Futebol o nosso trabalho não para nesta edição estamos trazendo Comparação entre vários estilos de arte marciais. Nesta edição, abordamos a importância dos protetores na pra- tica das artes maciais. Sucesso nos volumes anteriores, os cadernos de notícias sobre MMA, Muaythai, Karate e Judô, encerram a temporada de 2017 com chave de ouro. Em nome de toda a equipe, agradeço por ter nos acompanhado durante todo esse tempo, com elogios, críticas e sugestões. Que o novo ano seja de transformações, crescimento e de mui- to sucesso para todos nós. Supervisão Geral: Designer Gráfico: VT Desig Fale com a gente: vtmmaff@gmail.com REVISTA DA LUTA é uma publicação semestral da Editora lutas Ltda e a marca registrada Revista da Luta é propriedade da mesma. As opiniões emi&das em ar&gos assinados não são necessariamente as mesmas da publicação. A u&lização, repro- dução, apropriação, armazenamento em banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista da Luta são terminantemente livre sem autorização dos &tulares dos direitos autorais. Printed in the BRASIL Copyright © 2004 Editora Luta Ltda. All rights reserved. Reproduc&on in whole or in part without permission is free. Magazine of Lutas is a registered trademark of Editora luta Ltda, Rua da Moca, 277 São Paulo Brasil 232 pág.04 EQUIPAMENTOS PA- RA PRATICAR AR- TES MARCIAIS COM SEGURANÇA CAMPEOANTO BRA- SILEIRO DE MU- AYTHAI 2018 O maior evento de Muaythai Amador do Brasil COTOVELADAS NO MMA: UM PONTO DE VISTA MÉDICO CONFRONTODEESTILOS
  • 3. NOME: CARLÃO BARRETO ALTURA: 1,94 PESO: 104 KG LUTAS: 23 VITORIAS: 14 DERROTAS: 9 TITULOS: VENCEU JUNGLE FIGHT 2 VENCEU HEAT FC 1 VENCEU MECA WORLD VALE TUDO 6 VENCEU RINGS: KING OF KINGS 2000 BLOCK B VENCEU PRIDE 9 - NEW BLOOD VENCEU IVC 12 VENCEU IVC 10 VENCEU IVC 8 VENCEU BRASIL OPEN '97 VENCEU UNIVERSAL VALE TUDO FIGHTING 6 VENCEU MARTIAL ARTS REALITY SUPERFIGH- TING VENCEU UNIVERSAL VALE TUDO FIGHTING 2 VENCEU UNIVERSAL VALE TUDO FIGHTING 1 WORLD CLASS CHAMPIONS VENCEU IVC 9: THE REVENGE VENCEU IVC 6: THE CHALLENGE VENCEU IVC 2: A QUESTION OF PRIDE VENCEU BRAZILIAN VALE TUDO 10 VENCEU BRAZILIAN VALE TUDO 6
  • 4. DAMBE ARTES MARCIAIS PRATICADAS MUNDO AFORA Brasil ganhará Federação de Muay Boran Responsável pela entidade no país é o mestre Fabiano Moreira Cosme Krushevsky Por José Augusto Maciel Torres Antes de 2006, poucos sabiam o que era o Muay Boran, a arte marcial que uniu o estilo esportivo ao tradicional. Se por um lado, o Muay Thai Tradicional utiliza regras para compe- tições, do outro, o Boran se classifica em sua forma de divisão. De comum entre os dois somente o país de origem: a Tailândia. O brasileiro Fabiano Moreira Cosme Krushevsky é um dos poucos a deter a chancela de mestre na modalidade. Começou a estudar o Muay Boran na Europa, com o tailandês Grand Master Narong. Moreira reside no exterior desde os 18 anos, tendo passagens pela Holanda e Portugal, onde fixou residência e abriu uma acade- mia de Muay Thai Tradicional. O estabelecimento foi fechado em 2004, ano em que decidiu viajar para a Tailândia com o objetivo de treinar. Em seguida, fez o curso da World Muay Thai Federation (WMF) para ser treinador. Dos 40 países representados, se destacou com a melhor nota e passou a ser Coach Trainer nível B, chamando a atenção do diretor técnico da WMF, Chinawut Sirosupan, que lhe propôs se dedicar ao estudo do Muay Boran. Em 2006, foi examinado pela Comissão Técnica, graduado Kru Muay Boran e apresentado aos maiores mestres das escolas tradi- cionais. Após 38 combates, expandiu os conhecimentos de Krabi Krabong, Thai Massage, Thai Rusie Datton, Yoga e Thai Vipassana, formando-se kru (professor) em todas essas áreas. Quando regressou a Portugal, em 2010, reabriu a academia, mas com um novo nome: Muay Thai Boran Portugal, voltada a ensinar exclusivamente a arte e a cultura tradicional tailandesa. Em três anos e meio, a academia teve sete campeões nacionais e um campeão ibérico. Soma ainda quatro medalhas de ouro, cinco de prata e cinco de bronze em Campeonatos Mundiais de Muay Thai e Kickboxing. Sucesso em Portugal, o mestre que também é faixa preta de Kara- te Kyokushin, quer agora abrir a Federação Muay Thai Boran no Brasil, baseado em sua experiência de mais de uma década na Tailândia. fabianomoreira36@hotmail.com Origem: África do Sul, Nigéria D entro da arena, os opo- nentes andam em círcu- los, encarando e anali- sando o adversário. Ao redor, o público vibra ao som dos tambores, que ditam o ritmo dos mo- vimentos. É assim que tem início uma luta de dambe, forma tradicional de boxe praticada em países do con- tinente africano. Nessa luta de três rounds não há luvas encobrindo as mãos – apenas um dos braços, cha- mado de “lança”, é envolvido por pe- daços de corda. A mão livre é chama- da de “escudo”, e (como o nome diz) deve ser usada para bloquear as in- vestidas do adversário, que tem o ob- jetivo de derrubar o oponente. Hoje os torneios estão ligados aos festi- vais de colheita, que recebem os combates como uma de suas atra- ções. Mas antes, a luta já serviu até como preparação para a guerra. En- tão, o risco era bem maior: além do braço, era costume também que uma das pernas fosse envolvida por uma pesada corrente, que ajudava a defe- rir golpes ainda mais potentes. Você encararia?
  • 5. DICAS DE ADMINISTRAÇÃO / MANAGING TIP Quebrando o gelo Palestras em escolas plantam a semente para o crescimento do Jiu-Jitsu Por Aparecido Bill* AGENDA S ou faixa-preta e vivo o Jiu-Jitsu há mais de 25 anos. Neste ínterim, conquistei dois títulos mundiais, em 1997 e 1998, aprendi muito e ensinei também. Fui recebido na família Gracie Barra e co- mo muitos contemporâneos enxerguei um grande potencial de expansão para o Jiu- Jitsu nos Estados Unidos. Após estudar diversas propostas de parcerias comerci- ais, acabei escolhendo vir para Rohnert Park, na Califórnia, onde montei uma filial da Gracie Barra há pouco menos de seis me- ses. Apesar da marca forte que é a Gracie Barra e de haver um faixa-preta à frente, toda academia tem problemas para con- seguir os primeiros alunos. Desde a fun- dação até agora consegui em torno de 50 estudantes, um bom começo. Pensando nisso, desenvolvi uma ativida- de de divulgação e esclarecimento do Jiu- Jitsu para leigos. No dia 9 de abril de 2008, eu e meu aluno Michael Stratton, que ganhou a faixa-azul após ser campe- ão na branca no último Pan-Americano, comparecemos à Rancho Cotati High School. Fomos con- vidados de última hora e falamos por cer- ca de três horas para mais ou menos 700 pessoas, entre alunos, professores e fun- cionários da escola. Posso dizer que o grau de interesse foi tamanho que faltou tempo para responder a todas as perguntas. Na palestra, falo da história do Jiu-Jitsu, a sua origem e a sua filosofia. Então, com meu aluno, faço uma demonstração bem leve de treino com sparring. Nessa parte, procuro mostrar a grande variedade de movimentos e posições da arte. Completo a parte prática com uma demonstração sem kimono. Termino com os rolamentos, que sei que agrada aos leigos. Tenho orgulho de dizer que, mesmo aos 33 anos, ainda tenho agilidade suficiente para tirar uns “Ohhhs!” da platéia. Então, para terminar, abro para perguntas, que são sempre muitas. O grau de interesse que o Jiu-Jitsu cria nos leigos me faz ter a certeza de que es- tou plantando centenas de sementes a cada vez que me apresento. Com certeza, algumas irão brotar e o es- porte vai crescer cada vez mais. Faço por amor e pelo prazer de repassar os ensi- namentos que aprendi e de apresentar às pessoas os benefícios que o Jiu-Jitsu traz, além de saber que esse trabalho pode aumen- tar o número de alunos na minha acade- mia
  • 6. A s artes marciais acompanham a humanidade há muito tem- po, e possuem o poder de trazer todos os benefícios à saúde que exercícios físicos podem trazer para os nossos corpos. Além dos benefícios físicos, as artes marciais são conheci- das pelo aumento da confiança e autoestima. Como todo esporte de contato, as artes marciais podem apresentar ris- cos ao físico dos praticantes menos preparados. É fundamental que as pessoas com interesse em praticar uma arte marcial tenham proteção de qualidade, minimizando os riscos e aumentando ainda mais os be- nefícios que ocorrem com a prática destas atividades Saiba escolher os equipamentos corretos Os preços e a qualidade em equipamentos de luta podem variar muito. E como em mui- tas coisas da vida, a qualidade dos equipa- mentos é diretamente proporcional ao preço que você paga. Se você está procurando equipamentos para você ou para seus filhos, dê prioridade à se- gurança. Quem está comprando este tipo de equipamento deve ter em mente que os gas- tos neste caso, são puramente investimentos em segurança. Acredite, você não vai querer ouvir que “o barato sai caro” enquanto se preocupa com a dor – tanto sua quanto dos pequeninos. Proteja as áreas de maior impacto Existem equipamentos destinados a proteger praticamente cada centímetro quadrado do seu corpo durante a prática de artes marci- ais. Durante as sessões de sparring, frequente na maior parte das artes marciais, algumas batalhas vão ser doloridas, independente da arte marcial praticada e do nível dos lutado- res. A melhor forma de evitar estas dores é estar sempre prevenido e utilizar os equipamentos recomendados pelo treinador. A utilização de equipamentos de proteção é essencial não somente pela proteção ao lu- tador que os utiliza, mas também aos opo- nentes. Locais desprotegidos apresentam grandes chances de causar golpes perigo- sos aos oponentes mais desprotegidos. Para que a segurança e a saúde dos lutado- res sejam mantidas, é crucial que todos os praticantes de artes marciais sejam orienta- dos e utilizem os equipamentos de proteção corretos. Lembre-se de que a sua segurança e a se- gurança dos seus parceiros de treinos não tem preço. Para garantir sua integridade an- tes de treinar ou competir, certifique-se de que você está em boas condições físicas e conte sempre com a supervisão de especia- listas.
  • 7. Todo grande lutador u&liza equipamento de proteção, pois ter o corpo bem protegido é sinônimo de uma carreira duradoura
  • 8.
  • 9.
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  • 11. CONFRONTO DE ESTILOS Comparamos quatro artes marciais, apresentando a história, os principais golpes e os bene cios sicos de cada luta. Esco- lha a melhor para você Por Pi& Vieira / Ilustrações André Tomá AIKIDO Arte marcial japonesa que propicia a seu pra&cante a possibilidade de um caminho ao autoconhecimento Desenvolvido por Morihei Ueshiba (1883-1969) na primeira metade do século XX. No ideograma de aikido o “ai” significa união, o “ki”, energia, e o “dô”, o caminho para se alcançar a harmonia. Não à toa, é uma mo- dalidade de luta na qual só há um &po de ação: a defesa. Mesmo quan- do os treinamentos envolvem armas como o bastão (jo) e a espada de madeira (boken), a técnica visa o desarme do oponente, e não atacá-lo com esses objetos. “No aikido pra&camos para derrotar o medo, a inse- gurança, a raiva e o ego. São esses os verdadeiros inimigos que nos impedem de a&ngir a nossa evolução natural”, diz o sensei Severino Sales, criador da Federação Brasileira de Aikido (Febrai). Na prá&ca de- senvolve-se o relaxamento, a concentração, a não resistência, a ausên- cia de espírito de compe&ção e do conceito de adversário, a respiração abdominal, a consciência do parceiro, buscando-se formar a ideia de complementaridade, sempre aumentando o uso do ki. “Um pra&cante só evolui suas técnicas a par&r do momento em que desenvolve essa sensibilidade, e vice-versa”, explica Wagner Bull, presidente da Confederação Brasileira de Aikido e professor faixa-preta 6o dan. TREINO Os treinos são suaves e os movimentos, firmes e seguros. Você aprende a cair sem se machucar, a se movimentar naturalmente e a não usar a força Xsica. U&lizam-se técnicas corpo a corpo em pé e sentado, boken (sabre de madeira) e jo (bastão de madeira de cerca de 1,20 m). SEM MEDO A prá&ca faz com que as pessoas aprendam a controlar o medo, inevitável em uma situação de ameaça. O temor descontrolado pode levá-lo a cometer atos falhos, e essa luta trabalha com o corpo e a mente exatamente para evitar que isso aconteça. TÉCNICA Consiste em desenvolver a sensibilidade para discernir a intenção do oponente, iden&ficar quais são seus pontos de ar&culação vulneráveis e então redirecionar essa força de ataque contra o próprio adversário, que irá perder o equilíbrio e cair no chão. SAMURAI No aikido, cul&va-se as sete virtudes do guerreiro conforme o Bushido (código dos samurais): jus&ça, valor heroico, compaixão, cortesia, honra, sinceridade e o sen&do de dever e lealdade. O importante não é compe.r Uma das diferenças da técnica para outras artes marciais é a ausência total de compe&&vidade. Esse é um dos fatores que fazem com que o aikido venha conquistando a adesão de um público bem eclé&co. Segundo o sensei (“aquele que chegou antes” ou, para o ocidental, o professor) Nereu Peplow, do Fudoshin Dojo, uma das academias mais respeitadas de Curi&ba, a intenção das pessoas que frequentam os dojos é encontrar uma a&vidade que trabalhe o corpo e traga ao mesmo tempo au- toconfiança e segurança.
  • 12. Ves.menta O quimono deve ser branco. O hakama (calça que parece uma saia e é colocada por cima da calça), que possui sete pregas, simbolizando as sete virtudes dos samurais. É aceito nas cores azulou preta, e só é usado apar&r do nível de Shodan (1o dan). Faixas É internacionalmente u&lizada uma ordem de graduação que, normalmente, começa em 5o kyu e segue até o 1o kyu (classe ou grau). Daí em diante vêm os “dans” (degraus). As graduações são concedidas avaliando-se as qualidades técnicas, o grau de afinco aos treinos e o perfil moral do pra&cante. O tempo mínimo necessário para realizar os exames de kyu não é menor do que um ano. CARATE A arte marcial se baseia em socos, chutes, cotoveladas, joelhadas e golpes com a palma da mão aberta O caratê, que em japonês significa “mãos vazias”, nasceu na ilha japonesa de Okinawa, no século XVIII. Proibidos de usar armas no local, os habitantes criaram a arte marcial como forma de defesa contra o ataque de possíveis inimigos. Como a invenção funcionou, ela começou a ser pra&cada constantemente na região, mesmo sem a necessidade de seu uso. A expansão da mo- dalidade começou a acontecer no início do século XX, mais precisamente em 1922, quando o mestre Gichin Funakoshi foi con- vidado pelo Ministério dos Esportes do Japão a conduzir apresentações de caratê na capital Tóquio. A prá&ca agradou a muita gente e a modalidade passou a ser pra&cada em escolas e universidades.
  • 13. No ataque Autocontrole e Agilidade SOKUTO KEAGE O segredo é ser muito rápido para emplacar um chute direto no rosto antes que o opositor se defenda. CHUDAN ZUKI Golpe mais comum feito com as mãos. Desestabiliza o adversário e serve como movimento inicial de uma sequência. SOKUTO KEKOMI Série de golpes em alta velocidade com chute, seguido de rasteira e soco com o adversário no chão. Na defesa Bloqueios Eficientes SHUTO UKE Desvia o rosto para, então, segurar o braço es&cado do oponente. A intenção é baixar a guarda do rival. GEDAN BARAI Para escapar de socos baixos, o antebraço pode servir para desviar a rota. GEDAN SHOTEI UKE Defesa coordenada com a proteção das pernas para desviar um chute. AS REGRAS O caratê compe&&vo é dividido em duas modalidades: kumitê e kata. O primeiro é a luta propriamente dita, na qual dois atletas se enfren- tam em combates de três minutos (para homens) ou dois minutos (para mulheres). Já o kata é o exercício de ataque e defesa feito contra um adversário imaginário. Ves.menta Até o século XX, os japoneses treinavam com roupas comuns. De lá para cá, o quimono branco virou obrigatório, acompanha- do por uma faixa que indica o nível do lutador. Nas compe&ções oficiais, os pra&cantes devem usar luvas de borracha para evitar que os golpes causem lesões. Faixas Até a faixa verde o aluno estará construindo sua base técnica e teórica. Daí até a faixa marrom o aluno deverá se preparar para receber o grau de shodan. Um úl&mo teste avaliará suas habilidades e conheci- mentos específicos para receber o grau Shodan e alcançar a sonhada faixa preta.
  • 14. FÍSICO É bom para o coração, fortalece ossos e músculos, cria resistência, desenvolve coordenação motora e visual, e torna o organismo menos susce^vel a ferimentos e doença. MENTE Ajuda a desenvolver paciência, disciplina, perseverança e compreensão, bem como a concentração e foco. ESPÍRITO Constrói confiança, desenvolve e aumenta o autocontrole, a serenidade e a paz. FÍSICO É bom para o coração, fortalece ossos e músculos, cria resistência, desenvolve coordenação motora e visual, e torna o organismo menos susce^vel a ferimentos e doença. MENTE Ajuda a desenvolver paciência, disciplina, perseverança e compreensão, bem como a concentração e foco. ESPÍRITO Constrói confiança, desenvolve e aumenta o autocontrole, a serenidade e a paz. JIU JITSU Eficiente para barrar socos e chutes, é fundamental no es.lo MMA O jiu-jítsu ou “arte suave” u&liza técnicas como golpes de alavancas, torções e pressões para derrubar e dominar um adversá- rio, sempre com base em princípios de equilíbrio e ar&culação do corpo, tornando desnecessário o uso excessivo da força e de armas. Segundo historiadores, o es&lo teria nascido na Índia, onde era pra&- cado por monges budistas preocupados com a autodefesa. Com a expansão do budismo, chegou ao Japão, onde se popularizou. De- sembarcou no Brasil em 1915, com o japonês Conde Koma, como era conhecido o lutador Mitsuyo Maeda, que se fixou em Belém do Pará. Lá conheceu Gastão Gracie, que levou o filho mais velho, Carlos, en- tão com 15 anos, para aprender a lutar com o mestre japonês. No ataque Além de derrubar, é importante imobilizar o oponente CHAVE DE BRAÇO VOADORA Ideal para um lutador menor e mais fraco que o oponente. Permite usar a força do rival para imobilizá-lo, travando os braços dele. TESOURA O kanibasam i é conhecido nas academias, mas proibido em compe&- ções pelo risco de machucar seriamente o joelho do oponente. MATA-LEÃO Original do jiu- jítsu japonês, mas muito usado no es&lo brasileiro, o estrangulamento, quando bem aplicado, pode decidir uma luta. Na defesa Escapar de uma imobilização é crucial ESCAPE O primeiro passo é girar o quadril para &rar as costas do chão e ficar de lado. DOMINE Os braços s ão usados para deslocar o rival e tentar dominá-lo. As pernas travam o tronco e uma das pernas do oponente.
  • 15. FINALIZE Para funcion ar, a sequência precisa ser ligeira. A REGRA É CLARA A luta, que dura de cinco a dez minutos, é conduzida por um único juiz, que fica dentro do tablado, acompanhando os lutado- res. Ele é auxiliado por um cronometrista, que se posiciona em uma mesa ao fundo, e por um mesário, que atualiza o placar. A luta pode até ser vencida por quem está atrás no placar. Basta um golpe doloroso que faça o lutador bater três vezes no tata- me ou no corpo do rival. “A finalidade do jiu-jítsu é fazer o adversário se render”, diz Moisés Muradi, presidente da Confedera- ção Brasileira de Jiu-Jítsu Espor&vo. Faixas Da branca à marrom são 5 níveis de graduação: faixa lisa e mais 4 graus, sendo de responsabilidade do professor conceder es- ses graus em cada uma dessas faixas. A faixa preta se subdivide em sete diferentes níveis de graduação: faixa preta lisa e mais 6 graus que serão concedidos exclusivamente pela IBJJF (Federação Internacional de Jiu-Jítsu Brasileiro). A faixa vermelha déci- mo grau é conferida apenas aos pioneiros: Carlos, Oswaldo, George, Gastão e Hélio, conhecidos como irmãos Gracie. LUTA COM INTELIGÊNCIA No jiu-jítsu, explorar erros do oponente conta mais do que usar força e velocidade
  • 16. TAE KWON DO A luta coreana valoriza a defesa pessoal e o equilíbrio entre corpo, mente e é.ca A origem desse esporte milenar está ligada à história da Coreia. No século I a.C., a península coreana era ocupada por três rei- nos rivais: Goguryeo, ao norte, Silla, no sudeste, e Baekje, a oeste. Para ensinar os jovens de Goguryeo a lutar sem armas, fo- ram criadas técnicas como o taekkyeon. Além de usar os pés com rapidez e precisão, os alunos eram instruídos em história, filosofia e esportes a cavalo. Ao longo do processo de fusão dos três reinos, finalizado no século VII, os moradores de Silla acrescentaram à arte marcial o uso das mãos como defesa. Surgia assim o tae kwon do, que significa “caminho dos pés e das mãos”. Com o início da Guerra da Co- reia, nos anos 1950, o governo do sul reorganizou a luta e deu a ela sua versão moderna, que seria transformada em esporte olímpico nos Jogos de Sydney, em 2000. No ataque Mais fortes e longas que os braços, as pernas são fundamentais para a&ngir o oponente AP CHAGI Um dos prim eiros movimentos ensinados aos iniciantes. É usa- do para afastar o rival quando aplicado no abdômen ou derrubá -lo acertando o queixo. HURYEO CHAGI Giro com o pé muito violento. O golpe, pouco usado pelos mais tradicionalistas, termina com o arco dorsal (parte de cima do pé) acertando o rosto do adversário. Na defesa Para não apanhar, é importante dominar as técnicas de blo- queio, baseadas no uso das mãos WAE SUN PALMOK Muito eficiente para blo quear chutes rápidos e outros ataques contra o torso. A vantagem do movimento é que ele devolve parte da força aplicada pelo rival. NAJUNDI MAKGI A maioria dos movim entos de defesa começa com as mãos na altura dos quadris. Isto é fundamental para impedir chutes e socos contra abdômen e pernas. BENEFÍCIOS Melhora o desempenho cardiovascular, aumentando a resistência Xsica e ainda es&mula o ganho de massa magra. Outra van- tagem é que os treinos investem em exercícios de alongamentos, aumentando a flexibilidade do corpo. Ves.menta São três &pos de uniforme ou dobok. O mais tradicional parece um quimono. Uma jaqueta em V é adotada pela Federação Mundial. Já os adeptos da Federação Internacional usam uma jaqueta com corte ver&cal no centro.
  • 17. Faixas Os graus são divididos em geups e dans. Cada geup corresponde a uma faixa colorida que é amarrada na cintura. Cada dan corresponde à graduação de faixa preta que são divididas em 10, em ordem crescente. A trajetória da branca até a preta dura no mínimo quatro anos. Na cara O tae kw on do valoriza os chutes altos, no rosto do oponente. A posição da perna e, principalmente, dos pés muda a intensi- dade do impacto OLIMPÍADA A disciplina é u ma das duas artes marciais asiá&cas presentes no programa olímpico – a outra é o judô. A estreia oficial foi na edição de Sydney, em 2000. COMPETIÇÃO As disputas acontecem em um tatame sinté&co, em combates com três rounds de dois minutos cada um, com um minuto de descanso entre os rounds. Além do uniforme branco, os par&cipantes usam protetores de cabeça e tronco, um de cada cor: vermelho e azul. PROIBIDO Não é permi&do agarrar, socar no rosto, a&ngir abaixo da linha da cintura ou empurrar adversário (estas prá&cas fazem o luta- dor perder pontos).
  • 18.
  • 19. SE FOR POTENCIA QUE VOCÊ DESEJA, A FLEXÃO EXPLOSIVA COM MEDICINE BALL O AJUDARA A ADQUIRI UMA BOA DEFESA CONTRA QUEDA COM O TREINO DO SPRAWL, MELHORA A SUA POTENCIA DO SEU SOCO E MELHORA A SUA CAPACIDA- DE DE EMPURRA OS OPONENTES. DICAS DE TREINAMENTO 1. Mantenha a mão afastada na largura de um ombro, se jogue em direção do chão, as- sim que tocar no chão, faça um apoio. Como você quisesse volta a ficar em pé. 2. Use Medicine Ball de tamanhos diferentes, dependendo da sua disponibilidade de equipamento; 3. Ficar na posição de pé não e obrigatório só depende da sua vontade.
  • 20. Information Technology Solutions Licença: CC Attribution-NonCommercial 2.0 Autor: Boxing AIBA O boxe, também apelidado de pugilismo, é um desporto de contacto e de combate onde os praticantes usam os punhos para se defender e atacar os re- spetivos adversários. À semelhança de outros desportos de contacto, como o Vale Tudo e o Savate/boxe francês, entre outros, o boxe exige uma grande resistência física e mental por parte dos seus atletas e, como tal, tem regras específicas para os ajudar a combater. Conheça 10 regras para ser um grande lutador de boxe e mantenha-se sempre em forma. Só assim é que conseguirá ir longe na modali- dade e, claro, conquistar títulos. Treine ao máximo os golpes e os movimentos principais do boxe O boxe possui vários golpes característicos que devem ser treinados de forma isolada para melhorar a técnica do respetivo boxeur, como: o jab ou golpe frontal; o direto, conhecido como golpe frontal com o punho atrás; o gancho que é feito com o movimento curvo do punho; o cruzado onde o alvo é a parte lateral da cabeça do ad- versário; o jab direto realizado com as duas mãos e o upercut realizado de baixo para cima, entre muitos outros. Para ser um grande lutador na história do boxe, deverá trei- nar todos os dias (com um saco de areia por exemplo), dominar todos os golpes na perfeição e realizar sequências específicas para deixar os adversários fora de com- bate. Aceite as ordens do seu mestre e treinador Acatar as ordens do seu mestre e treinador vai ajudá-lo a ser um melhor lutador de boxe. O seu treinador, mais do que ninguém, sabe as suas falhas e fraquezas, assim como os seus pontos fortes. Dessa forma, é a pessoa indicada para lhe traçar um pla- no de treino eficaz para melhorar a sua forma de combater. Oiça-o sempre com muita atenção, pois as suas dicas costumam valer ouro nos momentos de decisão. Faça desportos complementares Um desporto de contacto exige sempre uma grande preparação física que, muitas vezes, não é exclusiva à prática da modalidade. O boxe, por exemplo, é um desporto que precisa que os músculos dos seus praticantes estejam bem trabalhados e aí não há nada melhor que o trabalho que é desenvolvido nos ginásios. Por outro lado, é pre- ciso ter uma grande resistência para aguentar todos os rounds de um combate e os ex- ercícios de corrida são fundamentais para o conseguir. 10 REGRAS PARA SER UM GRANDE LUTADOR DE BOXE10 REGRAS PARA SER UM GRANDE LUTADOR DE BOXE
  • 21. Trabalhe a mente O poder da mente durante um combate de boxe é extremamente importante e poderá fazer a diferença entre ganhar ou perder. Invista em exercícios de meditação e de auto- controlo para conseguir estar calmo e focado durante os combates. Seja persistente Não se fazem grandes lutadores de boxe em dois dias e a persistência é, sem dúvida, uma das chaves do sucesso de qualquer desportista. Cabe-lhe a si insistir e ser persis- tente nos treinos e treinar as suas falhas vezes sem conta para que elas desapareçam ou não sejam notadas. Além disso, persistir onde se é mais fraco vai ajudá-lo a ser mais determinado e confiante. Trace objetivos e cumpra-os Procure ser metódico no seu treino diário e nas suas tarefas normais do dia-a-dia, pois assim irá cumprir uma rotina específica que o vai ajudar a melhorar o seu desempenho enquanto lutador. Trace objetivos e cumpra-os e, no final, não se esqueça de fazer uma avaliação dos resultados para ver se há espaço a melhorar. Dê importância ao descanso O corpo e a mente precisam de recuperar do esforço despendido nos treinos e nos combates, logo, é de suma importância dar prioridade às horas de descanso e de lazer para o restabelecimento do equilíbrio e das forças. Um corpo descansado e equilibrado farão de si um melhor e mais ativo lutador. Recorra aos serviços de um massagista Os bons ginásios já oferecem este tipo de serviço. Assim sendo, recorrer a massagens desportivas ou até mesmo de relaxamento promovem a boa saúde dos seus músculos e podem ajudar no tratamento de lesões associadas a este desporto. Trate bem das lesões Sempre que tiver o infortúnio de sofrer uma lesão, adapte o seu treino e o seu modo de vida a essa mesma circunstância para que a lesão não evolua mais. Não ignore as dores por mais insignificantes que elas sejam, uma vez que essa pode ser a diferença entre combater melhor ou acabar a carreira mais cedo. Seja resiliente e resista ao stress Na maior parte das vezes, o mais importante não é a força devastadora dos seus so- cos, mas sim a resistência e a capacidade em receber os socos dos adversários. É im- portante manter o foco e, mesmo em situações controversas, estar concentrado no cumprimento dos seus objetivos.
  • 22. O M u a y T h a i n o B r a s i l e s t á d e l u t o . N o d i a 1 2 / 0 7 / 2 0 1 8 , o c o r p o d o g r ã o m e s t r e N é l i o N a j a ’ , i n t r o d u t o r d o M u a y T h a i e m t e r r a s b r a s i l e i r a s , f o i e n c o n t r a d o m o r t o e m s u a ‘ c a s a ’ n o m u n i c í p i o d e A l m i r a n t e T a m a n d a - r é , r e g i ã o m e t r o p o l i t a n a d e C u r i t i b a , n o E s t a d o d o P a r a n á . A i n d a d e a c o r d o c o m o C o r p o D e B o m b e i r o s d o P a r a n á , N é l i o N a j a , n a s c i d o n o R i o d e J a - n e i r o e e x - p a r a q u e d i s t a d a A e r o n á u t i c a m o r r e u p o r c a u s a s n a t u r a i s . N é l i o N a j a i s o l o u - s e p o r c o n t a d e d e c e p ç õ e s e f a l t a d e v a l o r i z a ç ã o à s e u t r a b a l h o c o m o p r o - f e s s o r d e a r t e s m a r c i - a i s , m o r a v a s o z i n h o e m u m a c a s a s i m p l e s c o n s - t r u í d a p o r e l e m e s m o e m A l m i r a n t e T a m a n d a - r é . RECEBERÁ PEDIDOS DE PROMOÇÃO DE GRAU O Conselho Nacional de Graduação da Confedera- ção Brasileira de Judô receberá a partir do mês de agosto novos pedidos de promoção de grau que se- rão avaliados ao longo dos meses de agosto, se- tembro, outubro e novembro deste ano. Entre as primeiras promoções outorgadas pelo no- vo Conselho destacam-se as graduações de dois, dos três vice-presidentes da CBJ - Danys Queiroz, promovido ao 7º Dan e José Nilson Gama, promovi- do ao 6º Dan - e de quatro, dos 27 presidentes de Federações Estaduais: Luiz Gonzaga Filho (Femeju), promovido a 8º Dan; Alessandro Puglia (FPJudo), promovido a 7º Dan; Georgton Pacheco (Fejet), promovido a 6º Dan; e César Paschoal (FJMS), promovido ao 5º Dan. Todas essas promo- ções seguiram os critérios estabelecidos no Regu- lamento de Outorga. "Eu não esperava. Quero agradecer ao Silvio pela promoção. Sei da responsabilidade que é essa gra- duação. Tenho uma vida dentro do judô, de 53 anos, não só dentro da gestão da Federação, mas como atleta, como professor. Cada vez que você vive um momento como esse, de receber o 7º Dan, você sabe da responsabilidade e da cobrança que vêm graduação. Queria também agradecer ao meu professor Sadao Fleming Mulero e à Confederação pela confiança também", concluiu Puglia. O novo Conselho de Graduação da CBJ tomou pos- se em novembro de 2017 e reuniu-se pela primeira vez em fevereiro de 2018, em São Paulo, para es- tudar e propor atualização do Regulamento Nacio- nal Para Exame e Outorga de Faixas e Graus. O grupo é presidido pelo professor Icracir Rosa e tem outros cinco membros: Denis Lima (PE), Aloísio Short Sobrinho (BA), Takeshi Miura (DF), Michiharu Sogabe (SP) e José Emílio Moreira (MA). Foto: Lara Monsores/CBJ
  • 23. WORLD TAEKWONDO FEDERATION REALIZA DEMONSTRAÇÃO PARA O PAPA O P a p a F r a n c i s c o r e c e b e u h o - j e n o V a t i c a n o u m g r u p o d e a t l e t a s d e T a e k w o n d o , d a s d u - a s C o r e i a s , q u e d e i x a r a m u m a m e n s a g e m e m f a v o r d a p a z . “ A g r a d e ç o a o s a t l e t a s c o r e a - n o s p e l a s u a e x i b i ç ã o , q u e f o i u m a m a n i f e s t a ç ã o d e v o n t a d e d e p a z , a s d u a s C o r e i a s j u n - t a s . F o i u m a m e n s a g e m d e p a z p a r a t o d a a h u m a n i d a d e , o b r i g a d o ” , d i s s e o p o n t í f i c e , n a P r a ç a d e S ã o P e d r o . A h i s t ó r i c a m a n i f e s t a ç ã o n a C i d a d e d o V a t i c a n o , n a p r e - s e n ç a d e S u a S a n t i d a d e o P a - p a F r a n c i s c o , d e m o n s t r o u a i n - d a m a i s o c o m p r o m i s s o c o m a p a z a t r a v é s d o t a e k w o n d o . E m m a i o d e 2 0 1 7 , o p a p a f o i a g r a c i a d o c o m o t í t u l o h o n o - r á r i o d e 1 0 º d a n p e l o p r e s i - d e n t e d o W o r l d T a e k w o n d o , C h u n g w o n C h o u e , o P a p a t a m - b é m e x p r e s s o u s e u i n t e r e s s e n a s a t i v i d a d e s h u m a n i t á r i a s d o T H F . FONTE: BANG Paranaense, Fabio Alberto, medalha de prata no Mundial WAKO em Budapeste 2017, venceu por KO aos 2.50 do primeiro round ao russo Aleksandr Stankov, no Tri- este Fight Night em Trieste, Itália. Anderson Buzika da Inside Gym venceu Marco Antonio da Academia Omnoi por Nocaute. E conquistou o Cinturão Nacio- nal do WBC Muaythai Brasil Tuniko Feteira Jr, Anderson Buzika, Marcos Camilo, Munil Adriano Floyd Mayweather venceu japonês por nocaute em luta de exibição no Rizin 14 (Foto Getty Images)
  • 24. COTOVELADAS NO MMA: UM PONTO DE VISTA MÉDICO Por Rickson Moraes A liberação ou não do uso de cotoveladas no MMA tem sido um tema bastante re- corrente desde que estas se tornaram a principal arma utilizada pelo campeão dos meio-pesados do UFC, Jon Jones. Para responder a este questionamento, temos que analisar tanto os aspectos médicos envolvidos como o aspecto técni- co. O objetivo de qualquer atleta de MMA, à semelhança de outros esportes de combate como Jiu-Jítsu, Boxe, Muay Thai, Taekwondo e etc., é conseguir demonstrar sua superioridade técnica e física em relação ao seu adversário. Dependendo das características de cada atle- ta, esta superioridade pode ser alcançada através de técnicas de submissão, nocaute, no- caute técnico, interrupção médica ou decisão por pontos. No início do então chamado Vale Tudo, poucas eram as regras vigentes durante os combates, o que expunha os lutadores a lesões e riscos bastante consideráveis. Com a profissionalização alcançada pelo esporte, chegou-se à conclusão que a preservação da integridade física dos lutadores é tão impor- tante quanto o objetivo final de vencer uma luta, o que fez com que novas regras fossem ne- cessárias para esta finalidade. A partir daí, chegou-se à conclusão de que o nome Vale Tu- do não traduzia mais a essência deste esporte, sendo criado o termo MMA. Em relação às cotoveladas, o que evidenciamos é que elas causam muito frequentemente lesões corto-contusas na face e no couro cabeludo. Estas lesões ocorrem principalmente porque o cotovelo é uma região em que o osso se encontra muito superficial, sem a prote- ção de partes moles como muscúlos ou uma camada de gordura mais espessa. A face e o couro cabeludo, da mesma forma, possuem uma pequena proteção por esses tecidos, sen- do sua pele mais frágil do que aquela que recobre o cotovelo. Sendo assim, no contato dire- to entre os dois, geralmente a lesão de pele se dá não no cotovelo, mas sim na face e no couro cabeludo. Por serem a face e o couro cabeludo áreas muito vascularizadas, pequenos cortes têm o po- tencial de causar sangramentos maiores do que em outras partes do corpo. Pela proximidade com os olhos, estes sangramentos facilmente prejudicam a capacidade do atleta de enxergar seu oponente e os golpes por ele desferidos, o que acaba por prejudicar
  • 25. sua capacidade de resposta e defesa. Isto, por si só, já nivelaria “por baixo” as lutas, propici- ando que atletas menos técnicos pudessem vencer por conta de um corte em seu oponente. Já em relação ao volume de sangue, sabemos que a perda de até 10% do volume total de sangue corporal dificilmente levará a complicações mais graves em jovens saudáveis. Estas hemorragias decorrentes das lesōes corto-contusas nem de perto atingem este volu- me. Sendo assim, causar estes sangramentos representa pouco risco. Porém a proximidade com os olhos é que acaba por ser pre- judicial. Seria então o cotovelo o único vilão? À sua semelhança, a parte anterior do joelho também tem um grande po- tencial de causar estas lesōes, porém, ao se encaixar uma joelhada de baixo para cima (por exemplo, no clinch de muay thai), a velocidade do golpe vai diminuin- do até o ponto em que o joelho encosta na face – além de haver o próprio efeito da gravidade desacelerando o membro infe- rior. No caso de golpes desferidos de cima para baixo, o efeito da gravida- de tende a aumentar a velocidade do golpe, causando um impacto consideravelmente mais intenso, aumentando os riscos destas lesōes. Outro fator importante é que o cotovelo possui proeminências ósseas mais agudas do que o joelho (que é mais plano), oferecendo assim um maior potencial de risco para lesões ocula- res e fraturas de face, que tendem a ser mais graves e devem ser evitadas a qualquer custo. Quando consideramos golpes desferidos pelas mãos, por exemplo, as luvas têm a função de protegê-las e proteger também a face destes atletas, diminuindo as chances de cortes. O mesmo se aplica aos chutes altos, já que a parte dorsal (peito) do pé é mais plana e mais revestida por partes moles. A última alteração, realizada em 2009 pela Comissão Atlética de Nevada, nas Regras Unifi- cadas de Conduta do MMA (NAC-467), reforçou a consideração como ato faltoso o golpe desferido de cima para baixo com a ponta do cotovelo (seção 10, NAC 467.7962), o que rea- firma esta posição. Finalizando, portanto, penso que os eventos de MMA que permitam cotoveladas, principal- mente de cima para baixo, deveriam ter suas regras revistas, já que o objetivo de qualquer esporte competitivo é a vitória de um oponente ou equipe sobre seu adversário, minimizando sempre as chances de lesões e preservando a integridade física dos atletas. Este é o cami- nho natural da profissionalização do esporte no Brasil e no mundo. Nota do Editor: a parte médica deste artigo foi utilizada numa matéria para o site da Discovery Channel Brasil, que também contou com o ponto de vista de um lutador (Antonio Pezão), treina- dor (Andre Benkei), promotor (Wallid Ismail) e comentarista (Luciano Andrade). Confira o debate completo em http://esportes.discoverybrasil.uol.com.br/cotoveladas-no-mma-perigosa-ou- apenas-efeito-visual-nas-lutas. Rickson Moraes é ortopedista (CRM-RJ 71152.7) pós-graduado em traumatologia desportiva do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), médico do Jungle Fight Championship e faixa preta de jiu-jítsu.