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HISTÓRICO DOS EDIFÍCIOS ESCOLARES 1
2 		Para se entender os edifícios educacionais, é necessário um estudo dos edifícios escolares. Começando com o final do século XIX e início do século XX, o programa das escolas abrangia salas de aulas, ambientes administrativos e recreio coberto. As construções eram feitas com paredes de tijolos autoportantes, coberturas em telha de barro e platibanda, forro de madeira, janelas estreitas, pisos de madeira (nas áreas secas), além dos grandes pé-direito e dos porões altos. 		Nas décadas de 20, 30 e 40, surge a Escola Nova, um movimento de renovação de ensino que criticava a escola como apenas um local de transmissão de conhecimento e buscava um espaço para maior convivência entre as pessoas.  		Anísio Teixeira (1900-1917), educador e intelectual baiano, buscava uma relação entre a educação e o espaço, e se destacou, principalmente, após o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova em 1932, sendo o pioneiro na implantação da escola pública em todos os níveis. Surge também, um debate criticando as escolas somente como um local de alfabetização, além de propor uma espaço escolar capaz de ensinar os alunos a pensar e ATUAR num mundo que estava em transformação, características de países que passavam por um processo de industrialização.  		Porém, no final dos anos 40, grande parte das escolas paulistas aconteciam em barracões e prédios adaptados, o que culminava em espaços desapropriados para o ensino e desenvolvimento do aluno e também não contavam com os equipamentos mínimos necessários para o funcionamento correto destas escolas.  		Já nas décadas de 50 e 60 surge o Convênio Escolar, que foi uma definição de uma política de arquitetura para o ensino, alterando a paisagem da educação paulistana e também a paisagem urbana da cidade.  		Anísio Teixeira propunha a escola em período integral e batalhava para que o espaço da escola estivesse disponibilizado para a comunidade. O Convênio Escolar utilizava destes ideais de Anísio Teixeira na espacialização dos projetos, tendo como responsáveis a equipe de arquitetos da Comissão Executiva do Convênio, chefiada pelo arquiteto carioca Hélio Duarte. O Governo do Estado ficou responsável por ministrar o ensino e, as prefeituras paulistas, de construir os edifícios.  	Anísio Teixeira 	Final do século XIX e início do século XX – grande escadaria, porões, janelas estreitas, dentre outros. (Fonte: Imagem retirada da apresentação de Power Point exposta na aula de Leituras de Projeto I pela professora Magaly Marques Pulhez no ano de 2009). Fonte: http://peadmatalvoradag3.pbworks.com/f/figuras%20geom%C3%A9tricas.jpg Fonte: http://www.heyokamagazine.com/Rudolf-Steiner.jpg
3 		Esta construção de edifícios escolares do Convênio se torna a primeira manifestação de arquitetura moderna pública em São Paulo.  		Em relação ao programa destas novas construções escolares, observa-se que estas se aproximam da escala da criança. Os espaços são mais generosos e possuem claridade, os jardins passam a incorporar o volume do edifício e a porta de entrada aparece como um espaço convidativo. Analisando a construção destes edifícios, nota-se uma nova linguagem arquitetônica devido às inovações das técnicas. Tem-se os grandes caixilhos de ferro, ventilação cruzada feita através de tubos fixados na alvenaria, elementos cerâmicos vazados, lajes de forro, pisos de cerâmica vermelha, portas de madeira, pérgulas, marquises, pilares em “V”, telhas de fibrocimento e o recreio coberto em arco pré-moldado de cimento.  		Nos anos de 1940 e 1950, Anísio Teixeira projeta escolas-parques.  		Com o Plano de Ação do Governo Carvalho Pinto elaborado em 1959 e com o IPESP, Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, os projetos deixaram de ser concebidos por funcionários públicos e passaram a ser desenvolvidos por escritórios de arquitetura. Além disso, a escola passa a ser concebida como elemento integrador e ativo da comunidade, onde a forma do edifício escolar passava a expandir as áreas de convívio, integrando os espaços, a fim de valorizar o diálogo e a troca de conhecimento. Estas novas concepções apareceram a fim de, criticar a forma de ensinar através de discursos e conhecimentos preestabelecidos, repetitivos e de vocação pedagógica.  		A busca por concepções de espaços que “quebrassem barreiras” entre professores e alunos e entre escola e comunidade, se tornava cada vez maior e ganhava mais força. Com isso, as construções passavam a abrigar corredores mais largos, pátios mais amplos, praças internas e bancos nestes lugares.  		Esta nova disposição e qualificação dos espaços concretizaram a idéia de espaços livres e de fácil circulação, com o intuito de aumentar a cooperação e integração entre as pessoas. Para completar, em relação aos métodos construtivos, o que se buscava era a produção em larga escala, portanto, a utilização do concreto, aparece como avanço no processo construtivo. (Fonte: Apresentação de Power Point exposta na aula de Leituras de Projeto I, pela professora Magaly Marques Pulhez, no primeiro semestre de 2009). Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi Ginásio Estadual de Itanhaém (1959). (Fonte: Imagem retirada da apresentação de Power Point exposta na aula de Leituras de Projeto I pela professora Magaly Marques Pulhez no ano de 2009).
4 Circulação Espaço dos alunos Espaço dos professores Espaço administrativo Espaço de alimentação Espaço de esportes Espaço de lazer / convivência / jardim Espaço de armazenamento Espaço de higiene  Espaço de serviços Espaço comum: professores/alunos Legenda que será utilizada na análise do projeto abaixo
Grupo Escolar de São João da Boa Vista - 1902 Programa 1- 4° ano 2- 1° ano 3-  5° ano 4- depósito 5- professores 6- diretor 7- 2° ano 8- 3° ano 9- sanitários 10- porteiro 11- biblioteca Superior Térreo 		O Grupo Escolar de São João da Boa Vista é um projeto do início do século XX e, como dito na página anterior, o programa destas tipologias de escolas abrange salas de aulas e ambientes administrativos, porém não possui espaço para alimentação e lazer, sendo que, os espaços educacionais, se fecham para dentro do edifício e não se comunicam com o ambiente externo. Com a fachada ornamentada, os espaços são distribuídos a partir de um corredor central utilizado para circulação. Porém, as salas do 1° e 2° são maiores, provavelmente, pelo aumento de alunos após as primeiras séries. Algumas mudanças foram presenciadas nessa tipologia: a inserção dos banheiros na edificação principal (antes eles ficavam no fundo dos lotes) e a inclusão da biblioteca que, anteriormente, não fazia parte do programa dos edifícios construídos para as escolas. Entretanto, pode-se observar que, algumas salas, são desproporcionais em relação ao seu uso, evidenciando uma não correspondência entre os espaços projetados e as necessidades funcionais. Além disso, observa-se a platibanda, janelas estreitas, e grandes pés-direitos. (Fonte do texto, das imagens e dos desenhos: Livro Arquitetura Escolar Paulista – 1890 e 1920). Tipologia

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Histórico da evolução dos edifícios escolares

  • 2. 2 Para se entender os edifícios educacionais, é necessário um estudo dos edifícios escolares. Começando com o final do século XIX e início do século XX, o programa das escolas abrangia salas de aulas, ambientes administrativos e recreio coberto. As construções eram feitas com paredes de tijolos autoportantes, coberturas em telha de barro e platibanda, forro de madeira, janelas estreitas, pisos de madeira (nas áreas secas), além dos grandes pé-direito e dos porões altos. Nas décadas de 20, 30 e 40, surge a Escola Nova, um movimento de renovação de ensino que criticava a escola como apenas um local de transmissão de conhecimento e buscava um espaço para maior convivência entre as pessoas. Anísio Teixeira (1900-1917), educador e intelectual baiano, buscava uma relação entre a educação e o espaço, e se destacou, principalmente, após o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova em 1932, sendo o pioneiro na implantação da escola pública em todos os níveis. Surge também, um debate criticando as escolas somente como um local de alfabetização, além de propor uma espaço escolar capaz de ensinar os alunos a pensar e ATUAR num mundo que estava em transformação, características de países que passavam por um processo de industrialização. Porém, no final dos anos 40, grande parte das escolas paulistas aconteciam em barracões e prédios adaptados, o que culminava em espaços desapropriados para o ensino e desenvolvimento do aluno e também não contavam com os equipamentos mínimos necessários para o funcionamento correto destas escolas. Já nas décadas de 50 e 60 surge o Convênio Escolar, que foi uma definição de uma política de arquitetura para o ensino, alterando a paisagem da educação paulistana e também a paisagem urbana da cidade. Anísio Teixeira propunha a escola em período integral e batalhava para que o espaço da escola estivesse disponibilizado para a comunidade. O Convênio Escolar utilizava destes ideais de Anísio Teixeira na espacialização dos projetos, tendo como responsáveis a equipe de arquitetos da Comissão Executiva do Convênio, chefiada pelo arquiteto carioca Hélio Duarte. O Governo do Estado ficou responsável por ministrar o ensino e, as prefeituras paulistas, de construir os edifícios. Anísio Teixeira Final do século XIX e início do século XX – grande escadaria, porões, janelas estreitas, dentre outros. (Fonte: Imagem retirada da apresentação de Power Point exposta na aula de Leituras de Projeto I pela professora Magaly Marques Pulhez no ano de 2009). Fonte: http://peadmatalvoradag3.pbworks.com/f/figuras%20geom%C3%A9tricas.jpg Fonte: http://www.heyokamagazine.com/Rudolf-Steiner.jpg
  • 3. 3 Esta construção de edifícios escolares do Convênio se torna a primeira manifestação de arquitetura moderna pública em São Paulo. Em relação ao programa destas novas construções escolares, observa-se que estas se aproximam da escala da criança. Os espaços são mais generosos e possuem claridade, os jardins passam a incorporar o volume do edifício e a porta de entrada aparece como um espaço convidativo. Analisando a construção destes edifícios, nota-se uma nova linguagem arquitetônica devido às inovações das técnicas. Tem-se os grandes caixilhos de ferro, ventilação cruzada feita através de tubos fixados na alvenaria, elementos cerâmicos vazados, lajes de forro, pisos de cerâmica vermelha, portas de madeira, pérgulas, marquises, pilares em “V”, telhas de fibrocimento e o recreio coberto em arco pré-moldado de cimento. Nos anos de 1940 e 1950, Anísio Teixeira projeta escolas-parques. Com o Plano de Ação do Governo Carvalho Pinto elaborado em 1959 e com o IPESP, Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, os projetos deixaram de ser concebidos por funcionários públicos e passaram a ser desenvolvidos por escritórios de arquitetura. Além disso, a escola passa a ser concebida como elemento integrador e ativo da comunidade, onde a forma do edifício escolar passava a expandir as áreas de convívio, integrando os espaços, a fim de valorizar o diálogo e a troca de conhecimento. Estas novas concepções apareceram a fim de, criticar a forma de ensinar através de discursos e conhecimentos preestabelecidos, repetitivos e de vocação pedagógica. A busca por concepções de espaços que “quebrassem barreiras” entre professores e alunos e entre escola e comunidade, se tornava cada vez maior e ganhava mais força. Com isso, as construções passavam a abrigar corredores mais largos, pátios mais amplos, praças internas e bancos nestes lugares. Esta nova disposição e qualificação dos espaços concretizaram a idéia de espaços livres e de fácil circulação, com o intuito de aumentar a cooperação e integração entre as pessoas. Para completar, em relação aos métodos construtivos, o que se buscava era a produção em larga escala, portanto, a utilização do concreto, aparece como avanço no processo construtivo. (Fonte: Apresentação de Power Point exposta na aula de Leituras de Projeto I, pela professora Magaly Marques Pulhez, no primeiro semestre de 2009). Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi Ginásio Estadual de Itanhaém (1959). (Fonte: Imagem retirada da apresentação de Power Point exposta na aula de Leituras de Projeto I pela professora Magaly Marques Pulhez no ano de 2009).
  • 4. 4 Circulação Espaço dos alunos Espaço dos professores Espaço administrativo Espaço de alimentação Espaço de esportes Espaço de lazer / convivência / jardim Espaço de armazenamento Espaço de higiene Espaço de serviços Espaço comum: professores/alunos Legenda que será utilizada na análise do projeto abaixo
  • 5. Grupo Escolar de São João da Boa Vista - 1902 Programa 1- 4° ano 2- 1° ano 3- 5° ano 4- depósito 5- professores 6- diretor 7- 2° ano 8- 3° ano 9- sanitários 10- porteiro 11- biblioteca Superior Térreo O Grupo Escolar de São João da Boa Vista é um projeto do início do século XX e, como dito na página anterior, o programa destas tipologias de escolas abrange salas de aulas e ambientes administrativos, porém não possui espaço para alimentação e lazer, sendo que, os espaços educacionais, se fecham para dentro do edifício e não se comunicam com o ambiente externo. Com a fachada ornamentada, os espaços são distribuídos a partir de um corredor central utilizado para circulação. Porém, as salas do 1° e 2° são maiores, provavelmente, pelo aumento de alunos após as primeiras séries. Algumas mudanças foram presenciadas nessa tipologia: a inserção dos banheiros na edificação principal (antes eles ficavam no fundo dos lotes) e a inclusão da biblioteca que, anteriormente, não fazia parte do programa dos edifícios construídos para as escolas. Entretanto, pode-se observar que, algumas salas, são desproporcionais em relação ao seu uso, evidenciando uma não correspondência entre os espaços projetados e as necessidades funcionais. Além disso, observa-se a platibanda, janelas estreitas, e grandes pés-direitos. (Fonte do texto, das imagens e dos desenhos: Livro Arquitetura Escolar Paulista – 1890 e 1920). Tipologia