Aristóteles encontra um homem tentando colocar o oceano em um buraco na praia usando apenas uma colher. Aristóteles zomba da ideia do homem, dizendo que é impossível. O homem responde que seu trabalho está feito e que a tolice de Aristóteles é ainda maior por não enxergar a harmonia oculta por trás de pequenos atos.
1. A Colher e o Oceano
Conta-se que um dia Aristóteles caminhava pela praia, perto do mar,
quando viu um homem trazendo água do mar numa colher e jogando-a num
pequeno buraco que havia cavado na areia. Aristóteles estava às voltas com
seus próprios problemas. Não deu muita importância ao fato - uma vez,
duas, chegou mais perto e ficou olhando para o homem, mas este estava
tão absorto que Aristóteles ficou curioso: "O que está fazendo?" Era difícil
acreditar, o homem estava completamente absorto. Ia até o mar, enchia a
colher, trazia água, colocava-a no buraco, voltava para o mar...
Por fim, Aristóteles disse: "Espere! Não quero perturbá-lo, mas o que você
está fazendo? Está me deixando tremendamente curioso."
O homem disse: "Vou colocar todo o oceano neste buraco."
Aristóteles, até mesmo ele, riu. Disse: "Você é um tolo! Isso não vai
acontecer. Você é simplesmente louco e está perdendo sua vida! Olhe a
vastidão do oceano e a pequenez do seu buraco - e com uma colherinha
você pretende trazer o oceano para este buraco? Está simplesmente louco!
Vá para casa e descanse um pouco."
O homem riu ainda mais alto que Aristóteles e disse: "Sim, irei, pois meu
trabalho está feito".
Aristóteles disse: "O que você quer dizer com isso?"
Ele respondeu: "O mesmo que você - só que sua tolice é ainda maior. Olhe
para sua cabeça ela é menor que o meu buraco. E olhe para o Divino, para a
Existência: é muito mais vasta do que o oceano. E sua lógica, será que é
maior que minha colher?"
E o homem se foi, às gargalhadas.
A Harmonia Oculta
(Osho)