SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 52
Baixar para ler offline
Ano 08 • Nº 81 • Julho/Agosto 2012 • Mensal • Preço de Capa: €10 (Portugal)                     A REVISTA DO GESTOR HOTELEIRO




                                                                      +
                                                                                                                                                _
                                                Entrevista                                                                                      DOSSIER
                                                Primo Muñoz,                                                                                    Banca e Hotelaria
                                                director-geral da Hilton                                                                        Fundos de
                                                para a Península Ibérica                                                                        Investimento
                                                                                                                                                em análise




                            Julho/Agosto 2012
                                                                                                                                                                              81



                                                  Hoteleiros
                                                  sem fronteiras
                                                                                                                          Cinco gestores hoteleiros portugueses contam as
                                                                                                                          suas experiências em mercados como Nova Iorque,
                                                                                                                          Abu Dhabi, Brasil, México e Marraquexe.
                            81




01-02 e 51-52 Capa.indd 1                                                                                                                                                   12-07-2012 18:15:07
01-02 e 51-52 Capa.indd 2   12-07-2012 18:15:14
editorial .




                 Cinco histórias,
                 cinco vidas.
                 Desde que assumi a direcção editorial da Pu-                   sil. Estes profissionais honram não só a sua
                 blituris e da Hotelaria tenho tido o previlégio                classe como Portugal. Em todos estes destinos
                 de viajar pelo mundo. Na grande maioria das                    há não só um português como uma inspiração
                 vezes visitei locais aos quais de outra forma                  lusa no local onde trabalham.
                 nunca iria. Ou porque não estavam no meu                       Também nesta Hotelaria poderá encontrar um
                 Top-de-destinos-a-visitar-antes-de-morrer ou                   Dossier dedicado à Banca e aos Fundos. Todos
                 simplesmente não teria capacidade económica                    conhecemos as dificuldades que atravessam
                 para os suportar. Há no entanto um ponto em                    muitos dos hotéis em Portugal e sabemos em
                 comum: em quase todos os locais que visitei       RUBEN        surdina das dezenas de insolvências em curso.
                 havia um hoteleiro português. Do mais óbvio       OBADIA       Infelizmente não houve uma única instituição
                 Brasil ao Dubai, de Marrocos ao México, pas-      / director   bancária que se tenha dignado a responder ás
                 sando por Nova Iorque. Em quase todos os                       perguntas colocadas pela Jornalista. É certo que
                 encontros fortuitos tive oportunidade de jantar                são negócios de muitos milhões e os problemas
                 com estes verdadeiros embaixadores de Portu-                   são muitos e delicados. Mas quando tudo se
                 gal. Falamos da vida que deixaram, da família                  sabe em surdina, porquê manter o silêncio?
                 que trouxeram, da adaptação, das diferenças
                 culturais, dos desafios que se colocam na ges-
                 tão e no destino.
                 Nesta edição da Hotelaria revelamos-lhe cin-
                 co destas histórias.”Viajámos” a Marrocos, ao
                 México, Brasil, Estados Unidos, Dubai e Bra-                                        robadia@publituris.workmedia.pt




                                                                                                    Julho/Agosto 2012   hotelaria   03




03 Editorial.indd 3                                                                                                           12-07-2012 18:37:01
sumário.
                                                                                  _
          Propriedade
          Publiotel – Empresa de Publicações
                                                                                  Actualidade
          Turísticas e Hoteleiras, Lda.                                      10 › Distribuição
          NIPC 500224609                                                          Paridade de preço é o desafio

          Conselho de Gerência                                               12 › Aumentar reservas directas
          Pedro Corrêa Mendes, Hélia Milheiro
                                                                                  O que pode fazer?
          Director
          Ruben Obadia, robadia@publituris.workmedia.pt                      13 › China
                                                                                  Mercado de viagens vai duplicar entre 2008 e 2013
          Editora
          Carina Monteiro, cmonteiro@publituris.workmedia.pt

          Grafismo                                                           16 › SWOT
          Rui Camacho, rcamacho@workmedia.pt                                      Rodrigo Machaz é o convidado da nova rúbrica
                                                                                  da Publituris Hoteleria
          Projecto Gráfico
          João Artur Peral, www.joaoperal.com
                                                                             18 › Hilton
          Fotografia                                                              Entrevista a Primo Muñoz, director de Área da Hilton
          João Reis, Hugo Gamboa                                                  para a Península Ibérica

          Departamento Comercial
          Paula Noronha (Directora),
          pnoronha@publituris.workmedia.pt;
          Paula Jesus,                                                            management.
          pjesus@publituris.workmedia.pt                                     22 › Hoteleiros pelo mundo
          Helena Umbelino                                                         As histórias de cinco gestores hoteleiros espalhados
          humbelino@publituris.workmedia.pt                                       pelo mundo

          Assinaturas                                                             	
          Carmo David, cdavid@publituris.workmedia.pt                             Dossier.
          Assinatura anual 60€, assinatura mensal 6€                         37 › Banca e a Hotelaria
                                                                                  Os Fundos em análise
          Publicidade e Administração –
          Direcção e Redacção
          Rua Latino Coelho, nº 87, 1º Piso, Sala 32,
          1050-134 Lisboa                                                         Especial.
          E-mail geral@publituris.workmedia.pt                               42 › Sustentabilidade
          Telefone 210 992 813                                                    Hidrion propõe solução económica para manutenção de
          Pedido Registo no INPI 365355
                                                                                  piscinas
          Registo no ICS 125023

          Impressão Peres-Soctip, SA - Estrada Nacional 10,
          Km 108.3, 2135-114 Samora Correia - Porto Alto
                                                                                  Equipamentos.
          Tiragem 3000 Exemplares
                                                                             46 › Nonius
                                               Reservados os direitos de          António Silva em entrevista
                                               reprodução, distribuição ou
                                               disponibilização
                                               a terceiros dos conteúdos
                                               publicados.




          04   hotelaria   Julho/Agosto 2012




04-05 Sumario.indd 4                                                                                                                  12-07-2012 18:16:20
04-05 Sumario.indd 5   12-07-2012 18:16:24
. figuras




           FIGURAS
           Casa da Calçada
           tem novo director geral
                                                                                                       Miguel Afonso
                                                                                                       Santos vai dirigir
                                                                                                       Polana Serena Hotel
                                                Oriol Juve é o novo                                   Miguel Afonso Santos, até aqui direc-
                                                director geral da Casa                                tor geral do Grande Real Villa Itália
                                                da Calçada Relais &                                   Hotel & Spa, vai dirigir, a partir de dia
                                                Chateaux localizada                                   1 de Agosto, o Polana Serena Hotel,
                                                em Amarante.                                          em Maputo. “Em 2003 apaixonei-me
                                                Oriol Juve já desem-     por um projecto chamado Hotéis Real, durante 9 anos dediquei-me
                                                penhou vários cargos     com paixão e tudo fiz para acrescentar valor, diferenciar e contri-
                                                como sales manager,      buir para o seu desenvolvimento. É hora de continuar a crescer e
                                                incluindo o de senior    aprender, para isso decidi abraçar um novo desafio”, refere Miguel
                                                sales manager no         Afonso Santos. O Polana Serena Hotel, de cinco estrelas, reabriu em
                                                resort Praia D’El Rey,   2010 após um investimento de 25 milhões de dólares e 21 meses
                                                cargo que desempe-       de obras profundas. Construído em 1922, o Polana Serena Hotel é
                                                nhou até à data.         considerado um dos mais requintados hotéis de África, sendo des-
                                                Antes assumiu funções    de há muito conhecido como a “Grande Dama de Maputo”.
                                                no Westin CampoReal
                                                Golf Resort & Spa e
                                                no Sheraton Algarve         Starwood distingue director de
                                                at Pine Cliffs Resort,      Vendas e Marketing do Sheraton Algarve
           no Algarve.
                                                                            Jorge Lopes, director de Vendas e Marketing do Sheraton Al-
           Oriol Juve tem o bacharelato em International Hospi-
                                                                            garve Hotel, recebeu o prémio “Starwood President’s Award”,
           tality Management pela École Hôtelière de Lausanne,
                                                                            a distinção mais importante de carreira atribuída pelo grupo.
           na Suíça.                                                        O prémio “Starwood President’s Award” é anual e representa
                                                                            “o mérito e excelência do trabalho desenvolvido nas unida-
                                                                            des hoteleiras do grupo, tendo como objectivo reconhecer o
           Sofia Brandão embaixadora                                        extraordinário desempenho de um colaborador Starwood”.
                                                                            Segundo o premiado, Jorge Lopes, “é uma verdadeira hon-
           da SLH em Portugal                                               ra receber tão prestigiada distinção em apenas dois anos
                                                                            como colaborador Starwood”. Acrescenta ainda que “este
           O Aquapura Douro Valley foi nomeado pela Small Luxury            prémio representa o esforço de uma equipa, da qual me
           Hotels of the World (SLH) embaixador de Relações Públicas,       orgulho muito, e que tem contribuído para a qualidade dos
           da marca em Portugal, na pessoa de Sofia Brandão (soman-                                            resultados que temos
           do assim este cargo ao embaixador de vendas). A directora                                           alcançado”.
           de Vendas e Marketing do Aquapura assume “a função de                                               Este prémio foi entre-
           divulgar, criar awareness e ser o ponto de contacto da im-                                          gue a Jorge Lopes pelo
           prensa em Portugal para a SLH”, segundo nota de imprensa                                            director-geral do She-
           do Aquapura. A SLH elege um embaixador para cada país                                               raton Algarve Hotel, a
           em que quer ter presença. É o caso de Espanha, França,                                              Luxury Collection Hotel,
           Alemanha, EUA, Reino Unido, entre outros.                                                           James Munro, em repre-
           A marca está presente em mais de 500 hotéis, em cerca de                                            sentação de Roland Vos,
           70 países por todo o mundo. Em Portugal, existem 8 hotéis                                           Presidente da Starwood
           que integram a marca: Aquapura Douro Valley, Blue & Green                                           Hotels & Resorts EMEA
           Vilalara Thalassa Resort, Carmo’s Boutique Hotel, Hotel da                                          (Europa, Médio Oriente e
           Estrela, Hotel Infante Sagres, Internacional Design Hotel,                                          África).
           L’AND Vineyards Resort e Palácio Estoril Hotel, Golf & Spa.

           06   hotelaria   Julho/Agosto 2012




06-07 Figuras.indd 6                                                                                                                         12-07-2012 16:49:53
figuras .




                                                                                                                  Rita Alves Martins
                   Cristina Freixa dirige                                                                         é a nova responsável
                   Hotel São Domingos                                                                             do Vila Bicuda
                   O quatro estrelas Hotel São Domingos, em Mértola, é agora
                                                                                                                  Rita Alves Martins, directora ope-
                   dirigido por Cristina Freixa, profissional com experiência em
                                                                                                                  racional do Vila Bicuda, em Cascais,
                   unidades de alojamento no Alentejo e enquanto formadora
                   em Hotelaria e Turismo.                                                                        desde 2003, é agora a responsável
                   Com esta aposta a administração deste hotel de quatro es-                                      do hotel. Rita Alves Martins tem o
                   trelas pretende dar “um novo impulso à forma como este                                         curso de Gestão Hoteleira da Esco-
                   se posiciona no mercado, tanto a nível comercial como de                                       la de Hotelaria e Turismo do Porto.
                   relacionamento com parceiros/ fornecedores, e também na                                        Começou o seu percurso profissional
                   implementação de renovados conceitos de gestão”, informa                                       na Quinta do Lago, tendo passado
                   o hotel em comunicado.                                            posteriormente pelo Holiday Inn Lisboa. Antes de iniciar actividade
                   Cristina Freixa é licenciada em Gestão Hoteleira na Escola        como directora operacional da Vila Bicuda, foi directora de aloja-
                   Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo em Faro e tem uma         mentos do Lapa Palace.
                   pós-graduação em Direcção Hoteleira na Escola de Turis-
                   mo e Hotelaria de Portalegre. A sua experiência profissio-
                   nal passou pelo desenvolvimento de diversos projectos na
                   Full Services Group, pela Direcção das unidades Hotel Rural
                   Monte do Carmo e Quinta da Tapada de São Pedro e pela             Miguel Júdice coordena
                   coordenação e formação em hotelaria e turismo na Escola
                   Profissional de Odemira. Segundo a própria, “o Hotel São          áreas de Hotelaria e Turismo
                   Domingos tem todas as condições para quem procura a tran-
                   quilidade do Alentejo, sendo também um espaço seguro e            do ISLA Campus Lisboa
                   com vários motivos históricos e astronómicos para que uma
                   família relaxe e tenha o seu momento – algo difícil de obter      O ISLA Campus
                                                              com a azáfama do       Lisboa que, desde
                                                              dia-a-dia.
                                                                                     o passado dia 1
                                                              Além disso, o hotel
                                                                                     de Abril de 2011,
                                                              tem também exce-
                                                              lentes infra-estru-    passou a integrar a
                                                              turas para acolher     Laureate International
                                                              grupos de trabalho     Universities, o maior
                                                              ou reuniões de em-     grupo mundial de
                                                              presas e negócios,     Ensino Superior, que
                                                              como por exemplo       inclui as escolas de
                                                              um auditório total-    excelência da área de
                                                              mente      equipado,   Hospitality: Glion e
                                                              com luz natural e      Les Roches (Escolas
                                                              lotação para 100
                                                                                     Suíças), Kendall
                                                              pessoas.”
                                                                                     College (Chicago,
                                                                                     Estados Unidos
                                                                                     da América), Blue

                Delta Hotels and Resorts
                                                                                     Mountain (Austrália),
                                                                                     acaba de nomear Miguel Júdice como Coordenador

                nomeia novo presidente e CEO                                         Executivo das suas Licenciaturas, Mestrados e
                                                                                     Doutoramentos na área do Turismo.
                                                                                     Miguel Júdice é CEO do grupo Lágrimas Hotels &
               Kenneth M. Greene assumirá, em Setembro, as funções
                                                                                     Emotions, uma empresa que gere hotéis de charme
               de presidente e CEO da Delta Hotels and Resorts, um das
                                                                                     e restaurantes de Norte a Sul de Portugal. Além
               principais cadeias hoteleiras do Canadá.
               Greene foi, mais recentemente, presidente e director ad-              das funções executivas que desempenha no Grupo
               ministrativo para a região da Ásia-Pacífico do Grupo Wyn-             Lágrimas, Miguel Júdice é, desde 2010, Presidente
               dham Hotels. Desde 2001, Ken Greene ocupou sucessivos                 da Associação da Hotelaria de Portugal, participando
               cargos de chefia na cadeia.                                           activamente em inúmeros fóruns ligados à actividade
               Antes de ingressar na Wyndham, Greene desempenhou                     turística no nosso país. É licenciado em Gestão de
               funções de liderança em organizações globais tais como                Empresas pela Universidade Católica Portuguesa
               o NRT, Inc., Cendant Corporation, HFS, Inc., e Coldwell               e possui um Mestrado em Hospitality pela Cornell
               Banker Residential Afiliados, Inc.                                    University.


                                                                                                                        Julho/Agosto 2012   hotelaria   07




06-07 Figuras.indd 7                                                                                                                               12-07-2012 16:50:00
. indicadores                        / Opinião




           “DESTRUIÇÃO CREATIVA”



           UPRISING
          Turismo e relevância económica global
           Lembrei-me do nome do célebre álbum de                                       dro Santos Guerreiro, um jornalista brilhante
           Bob Marley (Uprising, 1980) quando vi re-                                    mas para quem a indústria do Turismo tam-
           centemente as conclusões da cimeira do G20,                                  bém aparenta ter nascido no dia anterior ao
           no México.                                                                   seu editorial, e a acabar na calculatória de Pe-
           Esse álbum foi um dos corolários da reggae                                   dro Romano, que confunde o peso do Turismo
           music e um manifesto à cultura rastafarian.                                  nas exportações com o peso do Turismo total
           Uma cultura underground, quase proibida e                                    no PIB (esqueceu-se do turismo doméstico), a
           genericamente mal-entendida por todos. Daí                                   edição continua a não ver o potencial turísti-
           o nome do próprio álbum significar um misto       Mário                      co na sua plenitude, em função da capacidade
           de alvorada com sublevação, um grito de afir-     Candeias*                  instalada que temos e do contributo rápido
           mação dessa cultura.                              / Gestor Hoteleiro         que poderia dar ao país, fruto do incremento
           Não sendo eu um apreciador de reggae, achei                                  induzido da competitividade e do alinhamento
           no mínimo estranho estar a ver o produto da                                  da oferta existente a novos comportamentos
           dita cimeira e fazer uma analogia tão distante                               da procura e mercados emissores.
           e inusitada.                                                                 Em termos institucionais, passado 1 ano de
           Aprofundando o raciocínio, e já menos a                                      novo Governo, ficámos a saber que a reenge-
           quente, a analogia até que aparenta aplicar-se.                              nharia das ERTs foi adiada para 2013. E tam-
           O Turismo, na sua longa marcha pela rele-                                    bém ficámos agora a saber que os novos esta-
           vância, conquistada ao longo de 6 décadas de                                 tutos do TP permitem oxigenar a instituição
           crescimento continuado e atingindo em 2012                                   (palavras do seu Presidente, indiciando que
           a impressionante cifra de 1 bilião de chegadas                               anteriormente o ar não circulava). Quanto ao
           internacionais, 2 triliões USD em receitas e                                 Primeiro-Ministro, acho que ainda não o ouvi
           100 milhões de empregos, só agora é reconhe-                                 proferir uma única vez a palavra Turismo.
           cido pelo G20 como um importante contri-          _                          Para quando o Uprising do Turismo em Por-
           buinte para o desenvolvimento global.             Destruição Creativa:       tugal? Para quando a assunção da carta do
           Se pensarmos em termos de efeitos indirectos      um conceito                G20 em Portugal? Entre adiamentos e oxige-
           agregados, os números de receitas e emprego       popularizado nos anos      nações, o mais certo é termos que continuar a
                                                             50 pelo Economista
           quase triplicam.                                                             inspirar os nossos governantes com os sons de
                                                             e Prémio Nobel
           Foi também recentemente noticiado, na ci-         Joseph Schumpeter,         intervenção de Bob Marley.
           meira do WTTC em Tokyo, que o Turismo é 5         que aplica a teoria
           vezes maior que a indústria automóvel global.     económica à inovação e
           Na cimeira do G20, deu-se como que a alvo-        progresso (destruindo
                                                             ou tornando
           rada do Turismo, o seu Uprising, enquanto
                                                             obsoletos conceitos
           sector estratégico para o mundo. Um sector        e processos antigos,
           que até então era mais ou menos underground       criamos metodologias
           na geometria sócio-económica mundial e pra-       novas, tornando-nos
           ticamente inexistente no policy making global.    mais competitivos,
                                                             sofisticados e com
           De acordo com o G20, o Turismo passa a ser
                                                             maior potencial)
           relevante para o crescimento global, para a       Este economista foi
           criação de emprego, aumento das competên-         tão proeminente
           cias e redução da pobreza global. Custou mas      quanto John Maynard
           foi.                                              Keynes e actualmente
                                                             a coluna sobre Gestão
           Em Portugal, a coisa é um pouco mais anó-                                                                   mcandeias13@hotmail.com
                                                             na revista britânica The
           dina. O Jornal de Negócios fez recentemente       Economist chama-se          *Mário Candeias assina todos os meses a coluna Destruição
           uma edição sobre Turismo. A começar por Pe-       Schumpeter                                                                  Creativa


           08   hotelaria   Julho/Agosto 2012




08-15 Indicadores.indd 8                                                                                                                        12-07-2012 16:51:16
08-15 Indicadores.indd 9   12-07-2012 16:51:21
. indicadores / Lausanne




           Paridade é
           o desafio da
           distribuição.
                                     De acordo com um novo estudo realizado pela Ecole Hôtelière de Lausanne
                                     (Suíça) e a RateTiger, a paridade é o factor dominante que afecta a distri-
                                     buição dos hotéis e as estratégias de receita actualmente. Resultado? Os
                                     hotéis negligenciaram os fundamentos do revenue management, mas por
                                     outro lado, mostraram abertura para outras alternativas à distribuição.
                                                                                Texto Carina Monteiro Fotografia D.R.




           _
           EStudo,
           O desafio da paridade
           de preços e a natureza
           influenciadora das
           OTA’s desafia os hote-
           leiros a uma nova fonte
           de receitas e fluxos de
           reserva




           10   hotelaria   Julho/Agosto 2012




08-15 Indicadores.indd 10                                                                                               12-07-2012 16:51:25
Lausanne / indicadores .




                O estudo multi-regional (realizado em cinco
                países), “O Desafio de Distribuição de 2012”,          5 canais de
                conclui que os revenue managers usam mais              distribuição emergentes
                do que nunca ferramentas de gestão de canais e
                relatórios de preços, até 11 vezes por dia, em mé-
                                                                       1.Backbid
                dia, para gerar receita nos seus principais canais.
                                                                       O BackBid é um site de reservas de hotel, onde os viajantes “postam” as
                No entanto, à medida que lutam para manter a
                                                                       suas reservas de hotéis e aceitam propostas de unidades alternativas
                consistência do preço, procuram agora novas ma-        para encontrar o melhor valor para a sua estada.
                neiras de melhorar a exposição, alcançar novos         O canal permite aos consumidores encontrar o melhor hotel pelo me-
                mercados e aumentar as reservas directas.              lhor preço, sabendo todos os detalhes sobre uma determinada unidade,
                “As OTA’s monitorizam a paridade de preços e           antes de aceitar uma nova oferta. Não há risco envolvido, pois podem
                pressionam os hotéis a actualizar os preços dos        negar qualquer oferta e manter a reserva existente.
                seus canais”, refere Horatiu Tudori, professor se-
                nior de revenue management, da École Hôtelière
                de Lausanne, na Suíça. “Os hoteleiros gastam           2. Guestmob
                mais tempo na gestão da paridade de preços e a         O Guestmob permite aos clientes escolher entre uma colecção de ho-
                                                                       téis em cidades seleccionadas.
                garantir a integridade do preço, o que lhes deixa
                                                                       Como funciona? O utilizador regista-se no site gratuitamente e, em se-
                pouco tempo para definir estratégias mais sofisti-
                                                                       guida, procura hotéis dentro de uma das 20 cidades seleccionadas nos
                cadas para reduzir o custo de distribuição e au-       Estados Unidos por data. O Guestmob produz uma lista de hotéis que
                mentar a RevPAR.”                                      normalmente incluem entre quatro a oito unidades com classificação e
                O estudo descobriu que os revenue managers             localização similares, os quais os hóspedes podem ver pelo nome.
                focam-se em três principais questões: 1) aumento       Só depois do cliente confirmar a reserva é que fica a conhecer qual o
                da RevPAR, 2) controlo os custos de distribuição       hotel reservado.
                / e-business, e 3) o aumento da exposição. “Os ho-     O canal agiliza o processo de reserva, organizando os hotéis por aquilo
                téis definiram como estratégia para 2012 a neces-      que o cliente procura, em oposição a uma lista de centenas de unida-
                sidade de melhorar o RevPAR através de tarifas         des, o que acontece na maioria dos motores de reserva de hotéis. As
                mais elevadas, ou aumentando o tempo de estada         reservas feitas no Guestmob também são reembolsáveis.
                do hóspede. O principal desafio será diminuir os
                                                                       3. Hall St.
                custos de distribuição, enquanto aumentam os
                                                                       Os hóspedes registam-se na plataforma, negoceiam taxas com os ho-
                                                                       téis, e, em seguida, podem desfrutar da reserva pré-paga ou vendê-la
                “As OTA’s monitorizam a                                a outros clientes
                 paridade de preços e pressionam                       A plataforma reconhece que “as mudanças de última hora fazem parte
                                                                       do nosso dia-a-dia” e dá aos clientes a liberdade de mudar o nome das
                os hotéis a actualizar os preços                       suas reservas ou vendê-las a outros usuários.
                dos seus canais.”
                                                                       4. Tingo
                preços e a ocupação, garantindo ao mesmo tempo         Tingo monitoriza todas as alterações de preço do quarto já reservado
                a paridade de preços entre seus parceiros de dis-      pelo cliente e, em seguida, faz uma nova reserva à taxa mais baixa, sem
                                                                       nenhum custo para o cliente caso a taxa tenha caído.
                tribuição para evitar políticas rigorosas”, continua
                                                                       A vantagem para os consumidores é óbvia: o cliente reserva o quarto
                Tudori.
                                                                       que quer e fica à espera que o preço baixe cada vez que fica mais perto
                “As OTA’s estão a ficar maiores e têm um tal           da data da reserva.
                poder que não podemos lutar contra elas, por isso
                estamos a encontrar outras formas de comunicar         5. Traveltipping
                a nossa oferta e estar presente online. Claro que      Os utilizadores começam a sua pesquisa, seleccionando uma das seis
                precisamos de estar presentes e precisamos ter al-     regiões do mundo: América do Norte & Caraíbas, América Latina, Euro-
                guma disponibilidade e paridade com as OTA’s”,         pa, África e Médio Oriente, Ásia e Oceania. Cada região apresenta vá-
                disse um dos inquiridos da pesquisa.                   rios pacotes de viagens, tais como quatro noites de estadia para duas
                O desafio da paridade de preços e a natureza in-       pessoas na República Dominicana.
                fluenciadora das OTA’s desafia os hoteleiros a         As ofertas são em quantidade limitada, permitindo que os fornecedo-
                                                                       res vendam o que querem, quando querem. O objectivo é ajudar os for-
                uma nova fonte de receitas e fluxos de reserva. O
                                                                       necedores a venderem o inventário angustiado e aumentar a receita
                estudo descobriu que os hoteleiros concentram-
                                                                       durante os períodos sazonais, de acordo com o site.
                se nas vendas directas através do desenvolvimento
                de novos contratos corporativos, impulsionado os
                seus próprios canais web, e a manutenção mais
                rápida da disponibilidade e tarifas em canais não-
                convencionais de distribuição para tentar “ganhar      Fonte: www.hotelnewsnow.com
                este jogo”. h


                                                                                                                  Julho/Agosto 2012   hotelaria   11




08-15 Indicadores.indd 11                                                                                                                   12-07-2012 16:51:26
. indicadores /blog.revinate.com




                                    Como
                                    aumentar
                                    as reservas
                                    directas?
                                                                                          Texto Carina Monteiro Fotografia D.R.




                                                                                          para mais informações. “Este é o momento ideal
                                                                                          para iniciar um relacionamento com o cliente e
                                                                                          levá-lo a fazer uma reserva directa”, defende.
                                                                                          Antes de tudo, os hotéis devem ter acesso di-
                                                                                          recto ao seu site a partir de todos os sites de
                                                                                          avaliação (TripAdvisor, Yelp, etc) e das OTAs,
                                                                                          sempre que possível. Isto irá orientar os clien-
                                                                                          tes não só para o site do hotel, mas também
                                                                                          para os seus canais sociais, onde o hotel pode
                                                                                          comunicar com eles de formas únicas. Quando
                                                                                          se cativa potenciais clientes através das redes
                                                                                          sociais, aumenta o seu interesse no hotel. Isto
           _                                                                              pode impedi-los de voltar às OTAs, e fazê-los
           Sugestão,                 Um artigo publicado em blog.revi-                    considerar outras opções antes de reservar. “Se
           A maioria dos             nate.com sugere aos hoteleiros o uso das redes       lhes deu um preço de amigo ou permitiu-lhes
           clientes considera        sociais e da tecnologia avançada para incentivar     fazer uma reserva fácil através das redes sociais,
           que uma das mais          os clientes a reservarem directamente no seu site.   pode evitar pagar taxas à OTA. Um bom relac-
           valias de consultar as    “É fácil perceber o porquê da popularidade das       ionamento nas redes sociais com todos os fãs e
           OTA’s é ter acesso        Online Travel Agencies (OTAs) - permitem a           seguidores vai aumentar este efeito”.
           aos comentários dos       pesquisa sem paralelo de um hotel por preço,         Segundo o mesmo artigo, também pode ser
           clientes                  localização, avaliações de hóspedes, etc. As         uma estratégica eficaz fornecer alguma funcio-
                                     OTAs são usadas como as páginas amarelas de          nalidade que as OTAs oferecem directamente
                                     hotéis - se a unidade não estiver listada, os cli-   no seu site. A maioria dos clientes considera que
                                     entes são menos propensos a saber que o hotel        uma das mais valias de consultar as OTA’s é ter
                                     existe”, escreve o autor. A OTA é geralmente a       acesso aos comentários dos clientes. Ao fornecer
                                     primeira paragem, quando alguém está a planear       os comentários em tempo real de usuários do
                                     uma viagem. Muitas vezes, os utilizadores não        TripAdvisor ou Yelp na sua página, o hotel está
                                     reservam durante essa primeira visita. Procuram      a dar a garantia ao potencial cliente que a sua
                                     saber preços e disponibilidade antes de avançar      unidade é a escolha certa. “Isto deve ser feito
                                     com a reserva de um hotel e transporte. Durante      de forma transparente, publicando tanto os co-
                                     a consulta inicial os clientes podem ver alguns      mentários bons como os maus, passando uma
                                     perfis, ler comentários, e clicar no site do hotel   mensgem de credibilidade a quem está a ler”. h


           12   hotelaria   Julho/Agosto 2012




08-15 Indicadores.indd 12                                                                                                                 12-07-2012 16:51:36
PhoCusWright / indicadores .




                            Mercado chinês
                            duplica até 2013.
                            As reservas de viagens na China vão ultrapassar os 105 mil milhões de dólares ( 85
                            mil milhões de euros) em 2013, dos quais mais de 15 mil milhões serão feitos online.
                            O mercado de viagens online vai crescer em torno de 500% entre 2008 e 2013.
                            Texto Carina Monteiro




                O mercado chinês de viagens tem                    du (o motor de pesquisa líder) tornou-se accio-
                crescido de maneira explosiva e vai quase dupli-   nista maioritário da Qunar, site de planeamento
                car entre 2008 e 2013, de acordo com um relató-    de viagens, enquanto o fornecedor de serviços de
                rio da PhoCusWright. Segundo o documento, o        internet Tencent e o gigante de e-commerce Ali-
                mercado de viagens online vai crescer em torno     baba, entre outros, investiram fortemente no ne-
                de 500% entre 2008 e 2013, impulsionado pela       gócio de viagens online. As viagens online estão
                rápida adpoção da Internet como forma de co-       a registar um crescimento “meteórico”, normal-
                mercialização e de vários investimentos e parce-   mente visto apenas em mercados online que es-
                rias entre as empresas fornecedoras naquele país   tão agora a nascer”, diz Douglas Quinby, director
                e as empresas de viagens online. Em 2011, o Bai-   sénior de pesquisa da PhoCusWright. h




                                                                                                            Julho/Agosto 2012   hotelaria   13




08-15 Indicadores.indd 13                                                                                                             12-07-2012 16:51:39
. indicadores / IHG




           BREVES
           Famílias elegem hotéis
           para passar férias
           50,8% das famílias portuguesas fica alojada em hotéis para passar as férias de verão e 85% afirmam tê-lo feito nos últimos três meses.
           Esta é um das conclusões de um estudo realizado pelo Holiday Inn, em Portugal e Espanha.
           Como principais vantagens dos hotéis, os inquiridos elegem a comodidade que supõe “ter tudo feito” (limpeza, pequeno-almoço, refei-
           ções…) e em seguida a poupança ao usufruir das ofertas especiais para famílias: alojamento das crianças grátis. Em Portugal são os casais
           mais jovens que dão mais importância à poupança em ficar alojado com a família num hotel, enquanto em Espanha a importância desta
           vantagem aumenta com a idade.
           Por outro lado, os inquiridos que dizem não passar
           férias com os filhos em hotéis (46%) explicam que
           não o fazem, sobretudo devido ao preço.
           Pais e filhos têm diferentes expectativas face ao
           quarto de hotel. Para os pais, 77,5% dos inquiridos,
           a primeira coisa que fazem ao chegar ao quarto é
           verificar se o mesmo está limpo, em seguida entram
           na casa de banho para ver os produtos de higiene
           que o hotel oferece (7,7%). Existem diferenças en-
           tre homens e mulheres, já que as mães vão ver os
           produtos para o banho e os pais exploram o mini bar.
           Por seu lado, os mais pequenos querem ver televi-
           são (para 62,8% é a primeira coisa que fazem ao
           entrar num quarto de hotel). Neste ponto também
           existem diferenças entre rapazes e raparigas, os
           primeiros preferem a televisão ao contrário das me-
           ninas que preferem experimentar a cama (dar saltos
           em cima da cama em alguns casos).




                Nova geração de Revenue Managers
                A terceira geração de revenue managers vai concentrar-se mais na optimização da receita a partir de um único cliente em
                vez do modelo tradicional de receita de quartos – num conceito emergente chamado Total Revenue Management - de acordo
                com um painel de especialistas em revenue management que falaram durante a “Conferência Optimização da Receita HSMAI”.
                Durante muito tempo os revenue managers têm-se centrado na optimização de receitas, em vez do gasto total do clien-
                te, que pode incluir spa, golfe ou alimentos e bebidas, disse Bonnie Buckhiester, presidente da Buckhiester Management.
                “Estamos muito centrados nos quartos. Não gastam tempo suficiente na optimização de outras áreas, F&B ou golfe”, disse.
                Buckhiester divide os revenue managers em três gerações. Os primeiros não eram chamados de revenue managers, foram
                principalmente os general managers e os directores de vendas que aplicavam estratégias de pricing. A segunda geração é a
                maioria dos revenue managers que estão agora no mercado, são muito analíticos e processam muitos números. Alguns não
                são tão bons no planeamento estratégico, disse. A terceira geração, aqueles que estão no início da carreira ou entrar agora
                na indústria, precisam de estar muito interessados na gestão da unidade como um todo.




           14   hotelaria   Julho/Agosto 2012




08-15 Indicadores.indd 14                                                                                                                         12-07-2012 16:51:40
Opinião / indicadores .




               Novas tendências de mercado



                A mudança do racional
                para o emocional...

                Haverá um eterno conflito na mente humana                                a partilhar as suas descobertas em cada hotel,
                entre o racional e o emocional, mas vários es-                           dando voz a cada um por via das redes sociais,
                tudos apontam para a importância da emocão                               com total integração com as mesmas. Se consi-
                aquando do processo de compra. Hoje em dia,                              derarmos a marca mãe – Marriott Hotels & Re-
                os consumidores assumem como dado adquiri-                               sorts – podemos observar uma mudança muito
                do as características funcionais, os benefícios, a                       importante no grupo, dando passos significati-
                qualidade do produto e a respectiva marca. O                             vos para se posicionar de acordo com as novas
                que os consumidores procuram são produtos,                               tendências do mercado. Outra marca fora do
                serviços e campanhas de marketing que atordo-        Filipa Vinha        sector, mas que preconiza valores assentes no
                em os seus sentidos, toquem os seus corações e       / sócia fundadora   marketing emocional, Louis Vuitton, lançou
                estimulem as suas mentes. Procuram produtos          da Milestones       há algum tempo uma campanha deslumbrante
                e campanhas de marketing que permitam uma            “Strategic          que marca a importância que uma viagem pode
                experiência. Passa assim o foco do marketing a       Thinking in         ter na vida (procure no youtube “louis vuitton
                estar centrado na experiência do consumidor.         Tourism”            a journey”), com um vídeo extremamente bem
                A experiência é crucial e está no centro das                             conseguido, por Bruno Aveillan.
                atenções. Empresas como a Starbucks, Apple,                              Adicionalmente, outras tendências do sector
                Google preocupam-se grandemente com a ex-                                também apontam neste sentido. A importância
                periência do consumidor. No caso da hotelaria,                           do “não onde, mas como”; trata-se de um novo
                a experiência é também o cerne da questão,                               movimento que simboliza o viajar com o co-
                porque é através dela que o hóspede analisa a                            ração e com sentido de integridade perante o
                promessa de marca e avalia emocionalmente se                             destino que se visita, procurando conhecer as
                um mero serviço poderá transformar-se numa                               verdadeiras raízes do destino. Outra tendência
                experiência memorável. Por outro lado, traba-                            está relacionada com o movimento “go local”,
                lhar a componente emocional acrescenta novas                             a vontade de conhecer verdadeiramente um
                variáveis de diferenciação à marca. Preço, ca-                           povo, um destino, uma cidade, viver como os
                racterísticas e benefícios não aportam valores                           que nela vivem, fazer o que os locais fazem. Um
                diferenciadores e podem ser facilmente copia-                            terceiro movimento prende-se com a escolha
                dos. Mas uma experiência muito própria, origi-                           de destinos / alojamentos que tenham preocu-
                nal e baseada na verdadeira promessa de marca                            pação com o meio ambiente e a prestação de
                pode transformar consumidores, em verdadei-                              um serviço turístico localmente sustentável.
                ros fãs, passando estes a serem os melhores                              O marketing emocional vai mais longe, apela
                vendedores da empresa.                                                   aos sentidos, levanta questões, vem de dentro
                Vemos reflectida esta tendência na nova cam-                             para fora, permite a diferenciação e cria valor
                panha dos Hotéis Renaissance do Grupo Mar-                               de marca. Aposte neste caminho. Recomendo
                riott, “Live Life to Discover”, sob o mote “                             as seguintes leituras: http://sustainabletravel.
                transform any trip into an inspiring journey”.                           com/; http://renaissance-hotels.marriott.com/.
                Um mosaico de experiências é o que podemos
                observar logo na página de entrada do website.
                Adicionalmente, os hóspedes são convidados                                                      filipa.vinha@milestones.com.pt




                                                                                                             Julho/Agosto 2012   hotelaria   15




08-15 Indicadores.indd 15                                                                                                              12-07-2012 16:51:40
. fala-se                    / Opinião




           SWOT (Pontos fortes, pontos fracos. Oportunidade e Ameaças) *




           .Oportunidade

           Volvo Ocean Race
           É para mim uma grande honra estrear esta                                                      do nosso território é fundamental termos um
           nova secção da Publituris Hotelaria e, desde                                                  posicionamento internacional forte. Portugal
           já, agradeço o convite que me foi dirigido. Para                                              tem assim como grande desafio posicionar-se
           começar, foi me pedido para escolher uma no-                                                  internacionalmente através de alguns clusters
           tícia do mês passado que considerasse uma                                                     que reflectem os recursos existentes e as possi-
           oportunidade ou uma ameaça para o turismo/                                                    bilidades reais de desenvolvimento. Dois des-
           hotelaria. Sou um optimista por natureza, logo,                                               ses clusters, já identificados, são o cluster do
           a minha escolha teria obrigatoriamente de cair                                                turismo e o cluster do mar. A nossa cultura
           sobre uma oportunidade. Prefiro sempre de                         Rodrigo                     oceânica torna-se assim um elemento funda-
           ver o copo meio cheio do que meio vazio! As-                      Machaz                      mental e a grande oportunidade do nosso país
           sim, o meu destaque vai para a notícia que fez                    / diretor-geral da          está na capacidade de tirar proveito dela. Na
           capa da “nova” revista Publituris: “Regata traz                   Memmo Hotels                nossa cultura oceânica reside o nosso ADN, o
           60 M€”. Não sou a pessoa certa para confir-                                                   nosso passado, o nosso presente e, obrigatoria-
           mar este valor, que à primeira vista surpreende                                               mente, o nosso futuro. Tenhamos nós a capa-
           pela positiva, mas de uma coisa tenho a cer-                                                  cidade de tirar proveito desta oportunidade. h
           teza, o futuro de Portugal passa obrigatoria-
           mente pelo mar e muitos ainda são os que não
           perceberam que é nele que resido o maior ac-                                                  * Rubrica nova na Publituris Hotelaria. Todos
           tivo do nosso país. Somos um país à beira mar                                                 os meses convidamos uma personalidade do
           plantado mas ainda de costas voltadas para                                                    sector a fazer uma análise SWOT às notícias
           o mar. Para melhorarmos a competitividade                                                     do mês passado



                               .Ameaça                                            Ponto Forte                                 .Ponto Fraco
                               Pilotos da TAP                                     Emirates com                                Espanha aprova
                               ameaçam novas                                      voos diários para                           Plano Nacional de Turismo
                               greves                                             Portugal

           Não ponho em causa o direito à greve, nem tão        Que boa notícia a chegada da               O Conselho de Ministros espanhol aprovou o Plano Nacional
           pouco as causas que motivam os pilotos e, que,       Emirates a Portugal, a premiar o           Integral de Turismo (PNIT). 28 medidas e 104 acções feitas
           sinceramente, não conheço a fundo. Mas marcar        excelente trabalho do Embaixador           em 6 meses pela SET em conjunto com o Turismo Espanhol.
           uma greve da TAP para Julho e Agosto deveria ser     de Portugal para os Emirados               Quer assim melhorar a competitividade do sector para que
           crime e dar cadeia. Pelo menos enquanto a TAP        Árabes Unidos, Jaime Leitão. Ter um        este seja o motor de crescimento e um dos sectores sobre
           fosse uma empresa pública e tivesse sobrevivido      voo diário Lisboa-Dubai faz toda a         os quais assenta a recuperação económica do país.
           à conta dos nossos impostos! E o crime está em       diferença e no imediato traduz-se no       O facto de o turismo não ser para o nosso governo um
           marcar, pois a sua anulação, à posteriori, em nada   recrutamento de 300 colaboradores          dos sectores chave para recuperação da nossa economia
           resolve os cancelamentos que, entretanto, foram      portugueses.                               continua a ser o nosso grande ponto fraco. Se assim fosse,
           efectuados, nem limpa a péssima imagem que           A Emirates tem clientes oriundos de        teríamos um ministro para o turismo, um plano nacional
           o destino Portugal passa para o exterior. Dias       mais de 123 destinos em 73 países.         integral para o turismo com mediadas imediatas para
           atribulados estes que se vivem no turismo em         Acima de tudo vai ser o nosso elo          incentivar e apoiar o turismo, a nossa grande fonte de
           Portugal. Se num ano temos a natureza a enviar-      de ligação com a Ásia, Austrália e o       exportação. Por mais boa vontade, experiência e compe-
           nos nuvens de cinzas, no outro temos as SCUT’s       Médio Oriente. Numa altura em que a        tência que tenha o presidente do Turismo de Portugal, o
           e os pilotos da TAP a darem as boas-vindas           economia destes mercados cresce a          problema vem de cima! Quem tinha razão é André Jordan,
           aos turistas que insistimos em convidar a nos        olhos vistos, com reflexos naturais no     grande amigo e figura ímpar do turismo em Portugal, ao di-
           visitarem. Assim fica difícil acreditar no turismo   turismo, este não é um ponto forte, é      zer: “O turismo sempre foi um filho enjeitado da economia
           em Portugal!!! h                                     um ponto fortíssimo. h                     portuguesa. h



           16   hotelaria   Julho/Agosto 2012




16-21 Fala-se.indd 16                                                                                                                                              12-07-2012 16:52:54
16-21 Fala-se.indd 17   12-07-2012 16:52:56
. fala-se / Hilton Worldwide




           Conrad quer
           promover Algarve
           o ano todo.
                        O director-geral de Área da Hilton para a Península Ibérica, Primo Muñoz, em
                        entrevista à Publituris Hotelaria fala sobre a estratégia de posicionamento do
                        Conrad Algarve, que abre este Verão, na Quinta do Lago.

                        Texto Carina Monteiro Fotografia D.R.



                                                                                                                           _
           A Hilton ainda não avança o dia                        internacionais.                                          Conrad
           de abertura do Conrad Algarve, mas é certo que         Estamos entusiasmados por receber os World               Algarve,
           o resort vai abrir este Verão a tempo de acolher a     Travel Awards no final deste ano, que são fre-           O resort vai receber
           cerimónia dos World Travel Awards (WTA) dedi-          quentemente descritos como “Os óscares da                a gala dos World
           cada à categoria “Europa”, no dia 6 de Outubro.        indústria de viagens” - um título que reflecte o         Travel Awards, no
                                                                  nível de prestígio, que tem muito a ver com a            dia 6 de Outubro
           Qual a data de abertura do Conrad Algarve?             marca Conrad. Sentimos que a decisão do WTA
           O Conrad Algarve vai abrir ainda este Verão. Esta      de trazer o evento para Conrad Algarve é uma
           propriedade impressionante combinará luxo              confirmação dos nossos padrões de luxo e es-
           contemporâneo com um serviço personalizado             tamos muito entusiasmados com esta que será
           que permite aos visitantes experimentarem o            uma oportunidade fantástica para mostrarmos o
           luxo de serem eles mesmos.                             esplendor deste resort.
           Rodeado de extensos jardins e terraços, com pis-
           cina interior e exterior, o hotel será líder no seg-   Na sua opinião quais são as principais opor-
           mento de luxo no Algarve e estamos muito ansio-        tunidades e ameaças do destino Algarve?
           sos por acolher os primieros hóspedes do hotel.        A Conrad Hotels & Resorts, uma das marcas de
                                                                  luxo premium da Hilton Worldwide, escolheu
           Quais são as expectativas para o Conrad?               este local, porque o Algarve é uma das mais belas
           O hotel vai receber a gala dos World Travel            regiões do Portugal e é visitado por turistas de
           Awards em Outubro. É um bom começo?
           O Conrad Algarve vai beneficiar da força da mar-
           ca Conrad Hotels & Resorts, bem como de toda             Conrad Algarve
           a engenharia de marketing, vendas e distribuição
                                                                    •  em 154 quartos;
                                                                      T
           da Hilton Worldwide. Estamos confiantes na ca-
                                                                    •  esultou de um investimento de 150 milhões através de um contrato
                                                                      R
           pacidade do resort para atrair visitantes para o
                                                                      de management, por 20 anos, entre a Hilton e o Grupo Imocom, que
           destino todo o ano.                                        declarou insolvência em Julho de 2011;
           Esta estância deslumbrante irá introduzir um             •  Conrad Algarve chegou a ter data inauguração agendada para dia
                                                                      O
           novo padrão de luxo contemporâneo e um ser-                1 de Setembro.
           viço personalizado para o Algarve, para Portugal         •  Resort integra agora o Fundo de Lazer e Imobiliário turístico, criado
                                                                      O
           e para o resto do continente europeu. Sabemos              pela ECS Capital;
           que há uma procura significativa por alojamento          •  om a abertura do Conrad Algarve, são sete as propriedades da Hilton
                                                                      C
           de luxo na região e que o Algarve é um destino             Worldwide na Península Ibérica.
           de sol popular no Inverno para muitos viajantes


           18   hotelaria   Julho/Agosto 2012




16-21 Fala-se.indd 18                                                                                                                           12-07-2012 16:52:57
Hilton Worldwide / fala-se .




                                                          _
                             “gostaríamos de ver um maior
                        investimento em infra-estruturas,
                             O que permitiria a turistas de
                          outros países experimentarem as
                                  maravilhas do Algarve.”




                                                                                   

                                              Julho/Agosto 2012   hotelaria   19




16-21 Fala-se.indd 19                                                   12-07-2012 16:53:15
. fala-se / Hilton Worldwide




                                                                  _
  todo o mundo durante todo o ano. Acreditamos                 Primo Muñoz,         mundial e seis experiências gastronómicas únicas
           firmemente no crescimento do Algarve como um           Director-geral       num ambiente de luxo e criando uma atmosfera
           destino e estamos confiantes de que vai ter um         de Área da Hilton    que permite aos clientes descobrir a riqueza da
           crescimento tremendo no mercado turístico de           para a Península     cultura local e capacitá-los que o luxo é serem
           luxo.                                                  Ibérica              eles mesmos.
           Sentimos que a melhor maneira de desenvol-                                  A fim de apoiar este potencial de crescimento, gos-
           ver de forma sustentável o Turismo na região, é                             taríamos de ver um maior investimento em infra-es-
           atraindo turistas com elevado rendimento para o                             truturas, o que permitiria a turistas de outros países
           destino e incentivá-los a ver o Algarve como um                             experimentarem as maravilhas do Algarve.
           destino bonito, de luxo, o ano todo.
           Em muitos aspectos, o Conrad Algarve foi con-                               Assumiu o cargo de director-geral da Hil-
           cebido para ajudar a desenvolver esta identida-                             ton para a Península Ibérica em Maio. A
           de para o turismo na região, tornando-se uma                                que se deveu esta reestruturação e quais são
           atracção o ano todo. Isto será alcançado através                            as prioridades da sua direcção?
           de excelentes instalações, como um spa de classe                            Recentemente anunciámos uma série de novas
                                                                                       nomeações para Espanha e Portugal, que foram
                                                                                       o resultado da promoção interna. A minha no-
             “Há potencial para aumentar presença                                      meação para director-geral da Península Ibé-
                                                                                       rica alarga a minha anterior função, dando-me
             da Hilton na Península Ibérica”                                           a responsabilidade pela operação dos nossos
             Carlos Miro, director development, Espanha  Portugal, da Hilton Worl-    hotéis portugueses, bem do nosso portfólio es-
             dwide, também falou à Publituris Hotelaria sobre os planos de expan-      panhol.
             são da marca. Carlos Miro afirma que os dois mercados são “extrema-       A Hilton Worldwide tem uma forte tradição
             mente receptivos” às marcas da Hilton e diz haver “muito potencial para   na promoção dos funcionários da empresa,
             aumentar a presença na Península Ibérica” - particularmente com as        proporcionando oportunidades de desenvol-
             marcas DoubleTree by Hilton, Hilton Garden Inn e Hampton by Hilton.
                                                                                       vimento pessoal e profissional. O que começa
             “Acreditamos que há interesse por produtos consistentes, frescos e ino-
                                                                                       para muitos como um trabalho a tempo parcial,
             vadores de marca internacional nestes mercados, onde o forte ‘motor’
             da Hilton Worldwide é um benefício enorme”, afirma.                       muitas vezes, pode levar a uma carreira a longo
             O responsável refere, ainda, que existe um interesse crescente no mo-     prazo na hotelaria - Eu comecei em 1977 no
             delo de negócio de franchising em Espanha. “Isto premite aos proprietá-   Hilton Paris e, posteriormente, trabalhei em vá-
             rios manter a propriedade e a operação do seu hotel, ao mesmo tempo       rios dos nossos hotéis na Europa.
             que têm a possibilidade de fazer parte de uma das marcas mundiais de      Estou muito contente por assumir este novo e ex-
             hotéis mais emblemáticas”, defende.                                       citante desafio - particularmente com a abertura
             De acordo com Carlos Miro, Portugal, bem como Espanha, são os merca-      do tão esperado Conrad Algarve, no Verão. Vou
             dos-chave para a Hilton Worldwide e, conta, actualmente a cadeia está     trabalhar em estreita colaboração com Joachim
             a trabalhar em projectos em várias cidades principais e secundárias,      Hartl, director do hotel, e com a sua excelente
             bem como em resorts para expandir a sua presença. No entanto, o res-
                                                                                       equipa, que está a trabalhar intensivamente para
             ponsável não adianta que projectos sao esses. “Não temos nada confir-
                                                                                       garantir que este soberbo hotel oferecerá experi-
             mado nesta fase, mas esperamos fazer um anúncio no devido tempo”.
                                                                                       ências excepcionais quando abrir. h


           20   hotelaria   Julho/Agosto 2012




16-21 Fala-se.indd 20                                                                                                                      12-07-2012 16:53:40
16-21 Fala-se.indd 21   12-07-2012 16:53:44
. management                            / Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo




                       Ser hoteleiro
                       no resto
                       do mundo.
                           Têm carreiras internacionais em cadeias hoteleiras de
                           luxo. De Marraquexe ao Brasil. De Nova Iorque a Abu
                           Dhabi, passando pelo México. Leia as histórias de cinco
                           gestores hoteleiros que dirigem hotéis nestes mercados,
                           as oportunidades, os desafios e as conquistas de cada um.



          22   hotelaria   Julho/Agosto 2012




22-36 Management.indd 22                                                                           12-07-2012 18:31:25
Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo / management .




                                                 Ponta dos Ganchos
                                                      Resort, Brasil




                                                          Julho/Agosto 2012   hotelaria   23




22-36 Management.indd 23                                                            12-07-2012 18:31:35
. management / Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo




           O sonho de
          trabalhar na
          Aman resorts.            Miguel Guedes de Sousa é o exemplo de que “água mole em pedra dura,
                                   tanto bate, até que fura”. Só assim se explica a sua história com a cadeia
                                   Aman Resorts, na qual trabalha há dez anos. Tantos, quantos os que levou
                                   a tentar entrar na cadeia.
                                                                                 Texto Carina Monteiro Fotografia D.R.



                                                                                                                         _
          Miguel Guedes de Sousa fez um es-                   imediata e total para trabalhar para a Aman, no            Percurso
          tágio em Banguecoque, no Hotel Landmark.            final da entrevista perguntou-me se conhecia               Profissional,
          No final dessa experiência, o pai foi visitá-lo e   um português seu amigo: António Gonçalves                  Miguel Guedes
          juntos foram visitar um hotel do qual Miguel        Pereira, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.            de Sousa dirige
          tinha ouvido falar muito em Banguecoque: o          Disse-lhe que conhecia muito bem. Adrian Ze-               o Amanjena, desde
          Amanpuri, o primeiro hotel da cadeia Aman           cha ligou-lhe logo a pedir referências. Quando             Maio de 2008. Antes
          Resorts. Foi amor à primeira vista. “Fiquei         desligou, sorriu e perguntou-me quando queria              dirigiu o Ampulo, na
          totalmente fascinado com o conceito; a plena        começar?”.                                                 Ilha Pamalican,
          harmonia da cultura local com o design limpo,       Já na cadeia Aman, seguiu-se um mês a via-                 nas Filipinas
          respeitando sempre a envolvente natural sin-        jar por todos os hotéis na Ásia como se fosse              (2004-2008)
          gular da paisagem, com uma baixa densidade          um cliente. O objectivo era “perceber, com-
          de construção acompanhada pela qualidade            preender, entender, respirar, amar o conceito e
          ímpar dos materiais usados”. A partir daí,          a filosofia Aman”.
          Miguel tinha uma certeza, queria trabalhar na       Hoje em dia Miguel é director-geral do Aman-
          AMAN Resorts. “Sempre acreditei que “que-           jena, em Marraquexe. Dirige uma equipa de
          rer era poder...e nunca desisti deste sonho, tive   300 pessoas, 298 marroquinos e duas portu-
          10 anos a insistir!”. Miguel enviava currículos     guesas, uma é resident manager e, a outra, é
          a cada três meses, estava atento a tudo o que       sales manager.
          saía na imprensa internacional sobre a cadeia       Ao mercado marroquino tece elogios. Diz que
          Aman, os novos destinos e aberturas, histórias,     é um destino “super exótico com uma cultura
          experiências contadas pelos clientes, entrevistas   e povo fascinante e com um clima super con-
          dadas do fundador e criador da Aman Resorts,        fortável a dois passos da Europa e, do outro
          Adrian Zecha. Um dia recebeu um telefonema          lado do Atlântico, estão os Estados Unidos e
          do escritório de Adrian Zecha para que parasse      a América do Sul, o que torna a venda deste
          de enviar o currículo, mas com o convite para       mercado fácil. “Marrocos conseguiu atrair in-
          se conhecerem, caso um dia Miguel viajasse          vestimentos hoteleiros das melhores cadeias de
          para Singapura. Foi a deixa perfeita. No dia        luxo mundiais. Os baixos impostos sobre ren-
          seguinte, Miguel apanhou o avião e foi a Singa-     dimento tornaram o investimento internacional
          pura para ser entrevistado pelo próprio Adrian      muito atractivo. Uma entidade decide na hora
          Zecha. ”Sabia tudo sobre ele e sobre a cadeia       todas as aprovações e licenças”. Acresce a lei
          Aman Resorts”, conta. “Ficou surpreendido           laboral flexível e baixos custos laborais.
          com o meu conhecimento e disponibilidade            Em contrapartida, a Marrocos está muitas


          24   hotelaria   Julho/Agosto 2012




22-36 Management.indd 24                                                                                                                   12-07-2012 18:31:39
Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo / management .




              vezes associada a ideia de “um país de risco
              político e terrorismo islamita”. Há, também,
              alguma dificuldade no transporte aéreo directo
              para Marraquexe, especialmente oriundos do
              mercado Norte e Sul-americano, além da forte
              dependência do mercado europeu, acrescenta.
              Quando lhe pedimos para contar um episó-
              dio que ilustre a diferença de culturas, Miguel
              refere a religião. “Sendo um País onde o Es-
              tado não tem separação da religião, as pessoas
              são muito mais crentes e religiosas, como tal
              os muçulmanos tem que rezar 5 vezes ao dia,
              tornando interessante gerir esses hábitos diaria-
              mente no local de trabalho. Mas os Portugueses
              são tolerantes e experientes com grande sentido
              de adaptação a gerir pessoas e locais de culturas
              diferentes”, afirma.
              Miguel Guedes de Sousa está há quatro anos
              em Marrocos e já vai dizendo que está na altura
              de mudar, apesar de “adorar profundamente
              aquele país”. Quem sabe não volta a Portugal.
              “Em alturas de crise surgem sempre oportuni-
              dades únicas! Mesmo em Portugal”, diz.

              Momento mais importante no percurso na
              Aman Resorts
              “Tive dois momentos muito importantes na
              minha carreira na Aman Resorts; Primeiro,
              no Amanpulo, nas Filipinas, durante a minha
              gestão. Em 2007 fomos considerados o Melhor
              Resort do Sudeste Asíatico e Melhor Hotel do
              Mundo até 100 quartos pelo guia Gallivanter.
              Segundo, em 2010, o Amanjena ganhou o pré-
              mio de Melhor Resort da África e Médio Ori-
              ente da Condé Nast Traveler e o Melhor Hotel
              do Mundo do guia Gallivanter”. h


                                                                                                 Julho/Agosto 2012   hotelaria   25




22-36 Management.indd 25                                                                                                   12-07-2012 18:31:44
. management / Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo




                       Brasil:
                       a escolha
                       natural.
                                   Quando Miguel Garcia decidiu procurar novos desafios, em 2009, o Brasil
                                   perfilava-se como um dos destinos de eleição.


                                                                                        Texto Carina Monteiro Fotografia D.R.



          _
          Brasil,                   Miguel Garcia dirige o resort                       ca. Os restantes 10% são maioritariamente de
          Por ano, abrem            Ponta dos Ganchos, no Brasil, um dos mais           outras regiões do Brasil, à excepção de Miguel
          diversos novos em-        exclusivos empreendimentos do País. A aven-         e o gerente do restaurante, Paulo Galveias, que
          preendimentos             tura começou em 2009. Miguel Garcia preci-          também é português.
          e a procura por           sou de 15 dias para tomar a decisão de sair
          profissionais está        de Portugal rumo ao Brasil. A ideia já estava       Escassez de mão-de-obra qualificada
          em alta no País           mais ou menos maturada, visto que já andava         Quando Miguel Garcia decidiu procurar novos
                                    à procura de novos desafios, mas concretizou-       desafios, em 2009, o Brasil perfilava-se como
                                    se com a proposta para resident manager do          um dos destinos de eleição. “O crescimento
                                    resort. A proposta reunia todas as condições        económico na época estava fulminante e isso
                                    para Miguel a aceitar: o desafio de ficar a cargo   reflectia-se a todos os níveis, inclusive e obvia-
                                    de uma operação maior do que aquela que ex-         mente no mercado hoteleiro. Isso traz muitas
                                    ercia na altura, no segmento onde mais se revê      oportunidades, pois o mercado necessita de
                                    e inserido numa cultura diferente. Chegou e         injectar a curto prazo mão de obra qualificada
                                    nem foi preciso esperar muito para atingir ao       e pronta para entregar resultados”, explica.
                                    cargo de general manager. Colocaram-lhe as          Neste mercado encontrou várias vantagens.
                                    metas e objectivos necessários para lá chegar,      Desde logo a facilidade de adaptação e a lín-
                                    o que, frisa, “nem sempre acontece em todas         gua. “Torna-nos muito mais competitivos do
                                    as empresas”. Em Dezembro de 2010 foi pro-          que outras nacionalidades”. A segunda vanta-
                                    movido e ficou com a tutela geral do hotel.         gem é o presente investimento no sector. “Por
                                    Actualmente dirige uma equipa composta por          ano, abrem diversos novos empreendimentos
                                    120 colaboradores, 90% dos quais são naturais       e a procura por profissionais está em alta”.
                                    da região, de acordo uma política seguida pelo      Como terceira vantagem, aponta a remune-
                                    hotel. “Fazemos questão que seja assim por di-      ração. “Apesar de ser em reais é competitiva
                                    versas razões: primeiro, porque queremos que        comparando com Portugal”, afirma, ressal-
                                    o nosso impacto social seja positivo e ajude no     vando, no entanto, que não acontece “na gen-
                                    desenvolvimento local; segundo, porque não          eralidade e em alguns patamares”.
                                    queremos ser um resort impessoal ou vulgar.         Miguel Garcia também fala dos desafios. O
                                    Queremos que cada cliente sinta onde esta-          primeiro de todos é forma diferente como se
                                    mos inseridos, a cultura, as tradições”, expli-     trabalha, em geral, “mais informal”. “Em Por-


          26   hotelaria   Julho/Agosto 2012




22-36 Management.indd 26                                                                                                                12-07-2012 18:31:44
Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo / management .




                                                                                       safios acrescidos, conta. “Neste segmento é
                                                                                       preciso ter paixão pelo que se faz e ser mui-
                                                                                       to exigente consigo mesmo. Ficar focado na
                                                                                       melhoria contínua e nos detalhes que fazem
                                                                                       a diferença é meio caminho andado” diz. “Es-
                                                                                       tar sempre actualizado é uma obrigação e o
                                                                                       grande desafio que se coloca é ter uma equipa
                                                                                       de profissionais muito bem treinados e motiva-
                                                                                       dos para entregar os resultados que se esperam
                                                                                       e os que vão mais além. Neste segmento, além
                                                                                       da infra-estrutura e da gastronomia, o que faz a
                                                                                       diferença é o serviço e os intangíveis que são o
                                                                                       verdadeiro ‘luxo’”. Miguel nem gosta de usar a
                                                                                       palavra, já que, na sua opinião, foi banalizada.
                                                                                       “Acredito que se massificou o conceito de luxo
                                                                                       e, hoje em dia, vejo hotéis sem carisma, sem
                                                                                       serviço, sem sentido de lugar, aos quais cha-
                                                                                       ma de luxo só porque tem um par de cadeiras
                                                                                       Philipe Starck no lobby...”. As diferenças deste
                                                                                       segmento no Brasil comparado com Portugal,
                                                                                       hoje em dia, são “muito poucas”, maioritari-
                                                                                       amente culturais, apesar de “que aqui ainda
                                                                                       são poucas as referências neste segmento para
                                                                                       o tamanho do País”.
                                                                                       A viver desde 2009 no País, Miguel Garcia diz
                                                                _                      que está quase “tropicalizado” (risos). “A in-
              tugal e bem, somos - na generalidade - mui-       Miguel                 tegração no Brasil é fácil, mas há sempre dife-
              to profissionais, comprometidos com o que         Garcia,                renças de cultura, de hábitos, formas de lidar
              fazemos. Aqui senti, e muito, um descompro-       Foi em 2012, pelo      diferentes… Mas isso é a parte divertida de es-
              metimento com o profissionalismo, não só no       segundo ano con-       tar fora de Portugal, caso contrário não valeria
              sector hoteleiro. Está a mudar, mas ainda há      secutivo, finalista    a pena”.
              muito por se fazer.” Outro dos desafios apon-     do prémio “Melhor      Nos planos pretende ficar pelo menos mais
              tados é a escassez de mão-de-obra qualificada.    Gerência de Resort”,   cinco anos no Brasil, “não mais mais do que
              Ainda há poucas universidades focadas na          nos prémios VIHP -     isso”. “Estarei em busca de novos desafios e
              Hotelaria e Turismo para colocar profissionais    Very Important         outras cidades como Salvador, São Paulo ou
              no mercado e, também, há poucos a quererem         Hotel Professional    Rio estão na lista das possibilidades”, conclui.
              seguir carreira em Hotelaria e Turismo. Por
              último, Miguel aponta como grande desafio                                Momento mais importante da estada no
              o valor actual do mercado imobiliário. “Está                             Brasil
              impossível para novos hotéis entrarem nas                                “Houve vários momentos altos e desafiad-
              grandes cidades como Rio e São Paulo, está a                             ores - e ainda bem - desde 2009. Posso eleger
              afastar investimento hoteleiro, simplesmente e                           dois, o primeiro é a adaptação a uma nova
              basicamente porque ‘a conta não fecha’, como                             realidade, foi desafiador conquistar a equipa,
              aqui se diz”.                                                            sendo eu o único estrangeiro. O resultado tem
              No geral, Miguel Garcia encontra duas grandes                            sido muito bom. O segundo momento alto foi
              diferenças na forma de trabalho dos dois mer-                            a implementação e certificação da ISO 14001.
              cados. “A informalidade e a outra, que quero                             Podia eleger outros também importantes e
              levar comigo para qualquer parte do Globo, a                             gratificantes, mas este foi sem dúvida algo de
              amabilidade. Isto é uma dificuldade que nós,                             muita dedicação, empenho e resultado de um
              portugueses, temos em manter um ambiente                                 grupo de trabalho formidável”.
              de trabalho leve, simpático e ao mesmo tempo
              produtivo. Normalmente e, pela experiência                               Percurso profissional
              que tenho, achamos por definição (não con-                               Até se tornar director-geral do resort Ponta
              sciente) é que o ambiente de trabalho para ser                           dos Ganchos, Miguel Garcia foi responsável
              produtivo tem de ser sério, formal e a simpatia                          de FB do Tivoli Lisboa. Antes trabalhou
              só quando aparece. Acredito pouco nisto”.                                também no departamento de FB do Four
              Trabalhar num segmento de “luxo” traz de-                                Seasons Hotel des Bergues. h


                                                                                                           Julho/Agosto 2012   hotelaria   27




22-36 Management.indd 27                                                                                                             12-07-2012 18:31:48
. management / Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo




                A pressão
                do mercado
                americano.
                                   Jorge Tito na cadeia Sofitel desde 2005, altura em que dirigia o então
                                   Sofitel Vilalara. Daí transitou para o Sofitel Buenos Aires, hotel que dirigiu
                                   até ir para Nova Iorque.

                                                                                   Texto Carina Monteiro Fotografia D.R.




          Jorge Tito é director-geral do
          Sofitel New York, num dos mercados
          hoteleiros mais competitivos do mundo, o
          americano. A oportunidade surgiu, candida-
          tou-se e foi escolhido. Assumiu funções em
          Agosto de 2010, deixando para trás um cur-
          rículo invejável, preenchido por funções em
          hotéis da América do Sul e Portugal.
          Jorge Tito dirige 284 colaboradores e essa é
          uma das partes mais desafiantes do seu trab-
          alho. Se por um lado o mercado americano é
          “competitivo, dinâmico e maduro”, o reverso
          da medalha mostra um ambiente laboral com-
          plexo. “Tenho dentro do hotel 28 delegados
          sindicais. A criatividade é limitada pela com-
          plexidade da lei laboral, tudo tem que ser
          muito mais discutido e analisado, apresentado
          e depois de aceite por todos os agentes vem a
          implementação. Uma simples reacção espon-
          tânea a um pedido de um cliente de última
          hora (normal na indústria hoteleira) pode ter
          custos incalculáveis. Um chef de cozinha não
          entra na cozinha (leia-se fogão) durante o ser-
          viço, esse não e o seu trabalho”, exemplifica.      _
          Continuar, ou não, a trabalhar neste merca-         Sofitel New
          do, dependerá, diz, em parte da empresa e da        York,
          sua vontade. “Trabalharei neste mercado até         Jorge Tito assumiu
          ao dia que acharem que sou útil e que, ainda,       funções no Sofitel
          tenho algo para dar. Da minha parte, até que        New York em Agosto
          deixe de sentir a pressão natural que posso         de 2010


          28   hotelaria   Julho/Agosto 2012




22-36 Management.indd 28                                                                                                   12-07-2012 18:31:48
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa
Artigos Miguel Guedes de Sousa

Mais conteúdo relacionado

Destaque (15)

La música a l'edat mitjana
La música a l'edat mitjanaLa música a l'edat mitjana
La música a l'edat mitjana
 
Currículo Darvin
Currículo DarvinCurrículo Darvin
Currículo Darvin
 
Projeto primavera slide
Projeto primavera slideProjeto primavera slide
Projeto primavera slide
 
Eid mubarek
Eid mubarekEid mubarek
Eid mubarek
 
Actividad 2 unidad 4
Actividad 2 unidad 4Actividad 2 unidad 4
Actividad 2 unidad 4
 
03 sali defiestamama
03 sali defiestamama03 sali defiestamama
03 sali defiestamama
 
Segunda chance?
Segunda chance?Segunda chance?
Segunda chance?
 
Presentacion drones
Presentacion dronesPresentacion drones
Presentacion drones
 
Etapas proyecto version 2
Etapas proyecto version 2Etapas proyecto version 2
Etapas proyecto version 2
 
Patagonia desconocida
Patagonia desconocidaPatagonia desconocida
Patagonia desconocida
 
Rubríca de evaluación
Rubríca  de evaluaciónRubríca  de evaluación
Rubríca de evaluación
 
Eid mubarek
Eid    mubarekEid    mubarek
Eid mubarek
 
Diploma Supplement
Diploma SupplementDiploma Supplement
Diploma Supplement
 
Bazar exo
Bazar exoBazar exo
Bazar exo
 
Halloween
HalloweenHalloween
Halloween
 

Semelhante a Artigos Miguel Guedes de Sousa

Entrevista Miguel Guedes de Sousa Revista Publituris
Entrevista Miguel Guedes de Sousa Revista PubliturisEntrevista Miguel Guedes de Sousa Revista Publituris
Entrevista Miguel Guedes de Sousa Revista PubliturisMiguel Guedes de Sousa
 
Publituris Hotelaria Featuring Nelson Carvalheiro
Publituris Hotelaria Featuring Nelson CarvalheiroPublituris Hotelaria Featuring Nelson Carvalheiro
Publituris Hotelaria Featuring Nelson CarvalheiroNelson Carvalheiro
 
Convite para conferência: Turismo 2.0 - Oportunidades e desafios para a Madeira
Convite para conferência: Turismo 2.0 - Oportunidades e desafios para a MadeiraConvite para conferência: Turismo 2.0 - Oportunidades e desafios para a Madeira
Convite para conferência: Turismo 2.0 - Oportunidades e desafios para a MadeiraHDS - Hotel Digital Strategy
 
121122 10-wbeef-marcas-lincoln-seragini
121122 10-wbeef-marcas-lincoln-seragini121122 10-wbeef-marcas-lincoln-seragini
121122 10-wbeef-marcas-lincoln-seraginiAgroTalento
 
Penhas Douradas Feelings - Oficina Construção da Marca © IADE, 2010
Penhas Douradas Feelings - Oficina Construção da Marca © IADE, 2010Penhas Douradas Feelings - Oficina Construção da Marca © IADE, 2010
Penhas Douradas Feelings - Oficina Construção da Marca © IADE, 2010Hugo Serôdio
 
Plano de trabalho 2013.1
Plano de trabalho 2013.1Plano de trabalho 2013.1
Plano de trabalho 2013.1maquetesufrgs
 
"2012: O ano 2.0 do Turismo em Portugal ?" Revista hotelaria jan 2012
"2012: O ano 2.0 do Turismo em Portugal ?" Revista hotelaria jan 2012"2012: O ano 2.0 do Turismo em Portugal ?" Revista hotelaria jan 2012
"2012: O ano 2.0 do Turismo em Portugal ?" Revista hotelaria jan 2012HDS - Hotel Digital Strategy
 
Proposta Hotel Astra, Av.Liberdade - Miguel Guedes de Sousa
Proposta Hotel Astra, Av.Liberdade - Miguel Guedes de SousaProposta Hotel Astra, Av.Liberdade - Miguel Guedes de Sousa
Proposta Hotel Astra, Av.Liberdade - Miguel Guedes de SousaMiguel Guedes de Sousa
 

Semelhante a Artigos Miguel Guedes de Sousa (11)

Entrevista Miguel Guedes de Sousa Revista Publituris
Entrevista Miguel Guedes de Sousa Revista PubliturisEntrevista Miguel Guedes de Sousa Revista Publituris
Entrevista Miguel Guedes de Sousa Revista Publituris
 
Publituris Hotelaria Featuring Nelson Carvalheiro
Publituris Hotelaria Featuring Nelson CarvalheiroPublituris Hotelaria Featuring Nelson Carvalheiro
Publituris Hotelaria Featuring Nelson Carvalheiro
 
Convite para conferência: Turismo 2.0 - Oportunidades e desafios para a Madeira
Convite para conferência: Turismo 2.0 - Oportunidades e desafios para a MadeiraConvite para conferência: Turismo 2.0 - Oportunidades e desafios para a Madeira
Convite para conferência: Turismo 2.0 - Oportunidades e desafios para a Madeira
 
Convite dm turismo2.0 af
Convite dm turismo2.0 afConvite dm turismo2.0 af
Convite dm turismo2.0 af
 
121122 10-wbeef-marcas-lincoln-seragini
121122 10-wbeef-marcas-lincoln-seragini121122 10-wbeef-marcas-lincoln-seragini
121122 10-wbeef-marcas-lincoln-seragini
 
Penhas Douradas Feelings - Oficina Construção da Marca © IADE, 2010
Penhas Douradas Feelings - Oficina Construção da Marca © IADE, 2010Penhas Douradas Feelings - Oficina Construção da Marca © IADE, 2010
Penhas Douradas Feelings - Oficina Construção da Marca © IADE, 2010
 
Plano de trabalho 2013.1
Plano de trabalho 2013.1Plano de trabalho 2013.1
Plano de trabalho 2013.1
 
História do marketing
História do marketingHistória do marketing
História do marketing
 
"2012: O ano 2.0 do Turismo em Portugal ?" Revista hotelaria jan 2012
"2012: O ano 2.0 do Turismo em Portugal ?" Revista hotelaria jan 2012"2012: O ano 2.0 do Turismo em Portugal ?" Revista hotelaria jan 2012
"2012: O ano 2.0 do Turismo em Portugal ?" Revista hotelaria jan 2012
 
Proposta Hotel Astra, Av.Liberdade - Miguel Guedes de Sousa
Proposta Hotel Astra, Av.Liberdade - Miguel Guedes de SousaProposta Hotel Astra, Av.Liberdade - Miguel Guedes de Sousa
Proposta Hotel Astra, Av.Liberdade - Miguel Guedes de Sousa
 
Guia do Investidor Hoteleiro
Guia do Investidor HoteleiroGuia do Investidor Hoteleiro
Guia do Investidor Hoteleiro
 

Mais de Miguel Guedes de Sousa

GHM Future developments - Miguel Guedes de Sousa
 GHM Future developments - Miguel Guedes de Sousa GHM Future developments - Miguel Guedes de Sousa
GHM Future developments - Miguel Guedes de SousaMiguel Guedes de Sousa
 
Miguel Guedes de Sousa: GHM -The brand and the portfolio
Miguel Guedes de Sousa: GHM -The brand and the portfolioMiguel Guedes de Sousa: GHM -The brand and the portfolio
Miguel Guedes de Sousa: GHM -The brand and the portfolioMiguel Guedes de Sousa
 
GHM Press Kit - Miguel Guedes de Sousa
GHM Press Kit - Miguel Guedes de SousaGHM Press Kit - Miguel Guedes de Sousa
GHM Press Kit - Miguel Guedes de SousaMiguel Guedes de Sousa
 
Barbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de Sousa
Barbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de SousaBarbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de Sousa
Barbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de SousaMiguel Guedes de Sousa
 
Barbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de Sousa
Barbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de SousaBarbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de Sousa
Barbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de SousaMiguel Guedes de Sousa
 
Amanzoe Villas Masterplan - Miguel Guedes de Sousa
Amanzoe Villas Masterplan - Miguel Guedes de SousaAmanzoe Villas Masterplan - Miguel Guedes de Sousa
Amanzoe Villas Masterplan - Miguel Guedes de SousaMiguel Guedes de Sousa
 
Aman Villas Amanpulo - Miguel Guedes de Sousa
Aman Villas Amanpulo - Miguel Guedes de SousaAman Villas Amanpulo - Miguel Guedes de Sousa
Aman Villas Amanpulo - Miguel Guedes de SousaMiguel Guedes de Sousa
 
Group Getaways - Miguel Guedes de Sousa
Group Getaways - Miguel Guedes de SousaGroup Getaways - Miguel Guedes de Sousa
Group Getaways - Miguel Guedes de SousaMiguel Guedes de Sousa
 
Amangiri Rack brochure 2010 - Miguel Guedes de Sousa
Amangiri Rack brochure 2010 - Miguel Guedes de SousaAmangiri Rack brochure 2010 - Miguel Guedes de Sousa
Amangiri Rack brochure 2010 - Miguel Guedes de SousaMiguel Guedes de Sousa
 
JN - São 23 os hotéis portugueses que constam da condé nast luxury hotels...
JN -  São 23 os hotéis portugueses que constam da condé nast luxury hotels...JN -  São 23 os hotéis portugueses que constam da condé nast luxury hotels...
JN - São 23 os hotéis portugueses que constam da condé nast luxury hotels...Miguel Guedes de Sousa
 
Publituris Abril 2014 - Praia Verde - Miguel Guedes de Sousa
Publituris Abril 2014 - Praia Verde - Miguel Guedes de SousaPublituris Abril 2014 - Praia Verde - Miguel Guedes de Sousa
Publituris Abril 2014 - Praia Verde - Miguel Guedes de SousaMiguel Guedes de Sousa
 
The gallivanter's guide - 2014 - Miguel Guedes de Sousa
The gallivanter's guide - 2014 - Miguel Guedes de SousaThe gallivanter's guide - 2014 - Miguel Guedes de Sousa
The gallivanter's guide - 2014 - Miguel Guedes de SousaMiguel Guedes de Sousa
 
DE - Altis hotels prevê crescer 10% em 2014 apoiado na procura da cidade de ...
DE - Altis hotels prevê crescer 10% em 2014 apoiado na procura da cidade de ...DE - Altis hotels prevê crescer 10% em 2014 apoiado na procura da cidade de ...
DE - Altis hotels prevê crescer 10% em 2014 apoiado na procura da cidade de ...Miguel Guedes de Sousa
 
JN - Ex libris de CS revitalizou-se do caos mas deixou rasto de destruição ...
JN - Ex libris de CS revitalizou-se do caos mas deixou rasto de destruição ...JN - Ex libris de CS revitalizou-se do caos mas deixou rasto de destruição ...
JN - Ex libris de CS revitalizou-se do caos mas deixou rasto de destruição ...Miguel Guedes de Sousa
 
DE - Esporão avança com o primeiro hotel do grupo no Alentejo - Miguel Gue...
DE -  Esporão avança com o primeiro hotel do grupo no Alentejo - Miguel Gue...DE -  Esporão avança com o primeiro hotel do grupo no Alentejo - Miguel Gue...
DE - Esporão avança com o primeiro hotel do grupo no Alentejo - Miguel Gue...Miguel Guedes de Sousa
 
DE - Reservas para férias da Páscoa no Algarve com subidas entre 4 e 5% - M...
DE - Reservas para férias da Páscoa no Algarve com subidas entre 4 e 5% - M...DE - Reservas para férias da Páscoa no Algarve com subidas entre 4 e 5% - M...
DE - Reservas para férias da Páscoa no Algarve com subidas entre 4 e 5% - M...Miguel Guedes de Sousa
 
JN - Na China, o nosso país é visto como porta de entrada na europa - Migu...
JN -  Na China, o nosso país é visto como porta de entrada na europa - Migu...JN -  Na China, o nosso país é visto como porta de entrada na europa - Migu...
JN - Na China, o nosso país é visto como porta de entrada na europa - Migu...Miguel Guedes de Sousa
 
Público - Golden visa fazem disparar preços das casas de luxo em Lisboa em ...
Público - Golden visa fazem disparar preços das casas de luxo em Lisboa em ...Público - Golden visa fazem disparar preços das casas de luxo em Lisboa em ...
Público - Golden visa fazem disparar preços das casas de luxo em Lisboa em ...Miguel Guedes de Sousa
 
Público - Mercados imobiliários - as diferentes velocidades - Miguel Guede...
Público - Mercados imobiliários  - as diferentes velocidades - Miguel Guede...Público - Mercados imobiliários  - as diferentes velocidades - Miguel Guede...
Público - Mercados imobiliários - as diferentes velocidades - Miguel Guede...Miguel Guedes de Sousa
 
Público - Nova vaga de investimento chinês poderá vir para Portugal - Migu...
Público - Nova vaga de investimento chinês poderá vir para Portugal - Migu...Público - Nova vaga de investimento chinês poderá vir para Portugal - Migu...
Público - Nova vaga de investimento chinês poderá vir para Portugal - Migu...Miguel Guedes de Sousa
 

Mais de Miguel Guedes de Sousa (20)

GHM Future developments - Miguel Guedes de Sousa
 GHM Future developments - Miguel Guedes de Sousa GHM Future developments - Miguel Guedes de Sousa
GHM Future developments - Miguel Guedes de Sousa
 
Miguel Guedes de Sousa: GHM -The brand and the portfolio
Miguel Guedes de Sousa: GHM -The brand and the portfolioMiguel Guedes de Sousa: GHM -The brand and the portfolio
Miguel Guedes de Sousa: GHM -The brand and the portfolio
 
GHM Press Kit - Miguel Guedes de Sousa
GHM Press Kit - Miguel Guedes de SousaGHM Press Kit - Miguel Guedes de Sousa
GHM Press Kit - Miguel Guedes de Sousa
 
Barbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de Sousa
Barbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de SousaBarbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de Sousa
Barbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de Sousa
 
Barbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de Sousa
Barbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de SousaBarbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de Sousa
Barbecoa Main Menu 25.11.13 - Miguel Guedes de Sousa
 
Amanzoe Villas Masterplan - Miguel Guedes de Sousa
Amanzoe Villas Masterplan - Miguel Guedes de SousaAmanzoe Villas Masterplan - Miguel Guedes de Sousa
Amanzoe Villas Masterplan - Miguel Guedes de Sousa
 
Aman Villas Amanpulo - Miguel Guedes de Sousa
Aman Villas Amanpulo - Miguel Guedes de SousaAman Villas Amanpulo - Miguel Guedes de Sousa
Aman Villas Amanpulo - Miguel Guedes de Sousa
 
Group Getaways - Miguel Guedes de Sousa
Group Getaways - Miguel Guedes de SousaGroup Getaways - Miguel Guedes de Sousa
Group Getaways - Miguel Guedes de Sousa
 
Amangiri Rack brochure 2010 - Miguel Guedes de Sousa
Amangiri Rack brochure 2010 - Miguel Guedes de SousaAmangiri Rack brochure 2010 - Miguel Guedes de Sousa
Amangiri Rack brochure 2010 - Miguel Guedes de Sousa
 
JN - São 23 os hotéis portugueses que constam da condé nast luxury hotels...
JN -  São 23 os hotéis portugueses que constam da condé nast luxury hotels...JN -  São 23 os hotéis portugueses que constam da condé nast luxury hotels...
JN - São 23 os hotéis portugueses que constam da condé nast luxury hotels...
 
Publituris Abril 2014 - Praia Verde - Miguel Guedes de Sousa
Publituris Abril 2014 - Praia Verde - Miguel Guedes de SousaPublituris Abril 2014 - Praia Verde - Miguel Guedes de Sousa
Publituris Abril 2014 - Praia Verde - Miguel Guedes de Sousa
 
The gallivanter's guide - 2014 - Miguel Guedes de Sousa
The gallivanter's guide - 2014 - Miguel Guedes de SousaThe gallivanter's guide - 2014 - Miguel Guedes de Sousa
The gallivanter's guide - 2014 - Miguel Guedes de Sousa
 
DE - Altis hotels prevê crescer 10% em 2014 apoiado na procura da cidade de ...
DE - Altis hotels prevê crescer 10% em 2014 apoiado na procura da cidade de ...DE - Altis hotels prevê crescer 10% em 2014 apoiado na procura da cidade de ...
DE - Altis hotels prevê crescer 10% em 2014 apoiado na procura da cidade de ...
 
JN - Ex libris de CS revitalizou-se do caos mas deixou rasto de destruição ...
JN - Ex libris de CS revitalizou-se do caos mas deixou rasto de destruição ...JN - Ex libris de CS revitalizou-se do caos mas deixou rasto de destruição ...
JN - Ex libris de CS revitalizou-se do caos mas deixou rasto de destruição ...
 
DE - Esporão avança com o primeiro hotel do grupo no Alentejo - Miguel Gue...
DE -  Esporão avança com o primeiro hotel do grupo no Alentejo - Miguel Gue...DE -  Esporão avança com o primeiro hotel do grupo no Alentejo - Miguel Gue...
DE - Esporão avança com o primeiro hotel do grupo no Alentejo - Miguel Gue...
 
DE - Reservas para férias da Páscoa no Algarve com subidas entre 4 e 5% - M...
DE - Reservas para férias da Páscoa no Algarve com subidas entre 4 e 5% - M...DE - Reservas para férias da Páscoa no Algarve com subidas entre 4 e 5% - M...
DE - Reservas para férias da Páscoa no Algarve com subidas entre 4 e 5% - M...
 
JN - Na China, o nosso país é visto como porta de entrada na europa - Migu...
JN -  Na China, o nosso país é visto como porta de entrada na europa - Migu...JN -  Na China, o nosso país é visto como porta de entrada na europa - Migu...
JN - Na China, o nosso país é visto como porta de entrada na europa - Migu...
 
Público - Golden visa fazem disparar preços das casas de luxo em Lisboa em ...
Público - Golden visa fazem disparar preços das casas de luxo em Lisboa em ...Público - Golden visa fazem disparar preços das casas de luxo em Lisboa em ...
Público - Golden visa fazem disparar preços das casas de luxo em Lisboa em ...
 
Público - Mercados imobiliários - as diferentes velocidades - Miguel Guede...
Público - Mercados imobiliários  - as diferentes velocidades - Miguel Guede...Público - Mercados imobiliários  - as diferentes velocidades - Miguel Guede...
Público - Mercados imobiliários - as diferentes velocidades - Miguel Guede...
 
Público - Nova vaga de investimento chinês poderá vir para Portugal - Migu...
Público - Nova vaga de investimento chinês poderá vir para Portugal - Migu...Público - Nova vaga de investimento chinês poderá vir para Portugal - Migu...
Público - Nova vaga de investimento chinês poderá vir para Portugal - Migu...
 

Artigos Miguel Guedes de Sousa

  • 1. Ano 08 • Nº 81 • Julho/Agosto 2012 • Mensal • Preço de Capa: €10 (Portugal) A REVISTA DO GESTOR HOTELEIRO + _ Entrevista DOSSIER Primo Muñoz, Banca e Hotelaria director-geral da Hilton Fundos de para a Península Ibérica Investimento em análise Julho/Agosto 2012 81 Hoteleiros sem fronteiras Cinco gestores hoteleiros portugueses contam as suas experiências em mercados como Nova Iorque, Abu Dhabi, Brasil, México e Marraquexe. 81 01-02 e 51-52 Capa.indd 1 12-07-2012 18:15:07
  • 2. 01-02 e 51-52 Capa.indd 2 12-07-2012 18:15:14
  • 3. editorial . Cinco histórias, cinco vidas. Desde que assumi a direcção editorial da Pu- sil. Estes profissionais honram não só a sua blituris e da Hotelaria tenho tido o previlégio classe como Portugal. Em todos estes destinos de viajar pelo mundo. Na grande maioria das há não só um português como uma inspiração vezes visitei locais aos quais de outra forma lusa no local onde trabalham. nunca iria. Ou porque não estavam no meu Também nesta Hotelaria poderá encontrar um Top-de-destinos-a-visitar-antes-de-morrer ou Dossier dedicado à Banca e aos Fundos. Todos simplesmente não teria capacidade económica conhecemos as dificuldades que atravessam para os suportar. Há no entanto um ponto em muitos dos hotéis em Portugal e sabemos em comum: em quase todos os locais que visitei RUBEN surdina das dezenas de insolvências em curso. havia um hoteleiro português. Do mais óbvio OBADIA Infelizmente não houve uma única instituição Brasil ao Dubai, de Marrocos ao México, pas- / director bancária que se tenha dignado a responder ás sando por Nova Iorque. Em quase todos os perguntas colocadas pela Jornalista. É certo que encontros fortuitos tive oportunidade de jantar são negócios de muitos milhões e os problemas com estes verdadeiros embaixadores de Portu- são muitos e delicados. Mas quando tudo se gal. Falamos da vida que deixaram, da família sabe em surdina, porquê manter o silêncio? que trouxeram, da adaptação, das diferenças culturais, dos desafios que se colocam na ges- tão e no destino. Nesta edição da Hotelaria revelamos-lhe cin- co destas histórias.”Viajámos” a Marrocos, ao México, Brasil, Estados Unidos, Dubai e Bra- robadia@publituris.workmedia.pt Julho/Agosto 2012 hotelaria 03 03 Editorial.indd 3 12-07-2012 18:37:01
  • 4. sumário. _ Propriedade Publiotel – Empresa de Publicações Actualidade Turísticas e Hoteleiras, Lda. 10 › Distribuição NIPC 500224609 Paridade de preço é o desafio Conselho de Gerência 12 › Aumentar reservas directas Pedro Corrêa Mendes, Hélia Milheiro O que pode fazer? Director Ruben Obadia, robadia@publituris.workmedia.pt 13 › China Mercado de viagens vai duplicar entre 2008 e 2013 Editora Carina Monteiro, cmonteiro@publituris.workmedia.pt Grafismo 16 › SWOT Rui Camacho, rcamacho@workmedia.pt Rodrigo Machaz é o convidado da nova rúbrica da Publituris Hoteleria Projecto Gráfico João Artur Peral, www.joaoperal.com 18 › Hilton Fotografia Entrevista a Primo Muñoz, director de Área da Hilton João Reis, Hugo Gamboa para a Península Ibérica Departamento Comercial Paula Noronha (Directora), pnoronha@publituris.workmedia.pt; Paula Jesus, management. pjesus@publituris.workmedia.pt 22 › Hoteleiros pelo mundo Helena Umbelino As histórias de cinco gestores hoteleiros espalhados humbelino@publituris.workmedia.pt pelo mundo Assinaturas Carmo David, cdavid@publituris.workmedia.pt Dossier. Assinatura anual 60€, assinatura mensal 6€ 37 › Banca e a Hotelaria Os Fundos em análise Publicidade e Administração – Direcção e Redacção Rua Latino Coelho, nº 87, 1º Piso, Sala 32, 1050-134 Lisboa Especial. E-mail geral@publituris.workmedia.pt 42 › Sustentabilidade Telefone 210 992 813 Hidrion propõe solução económica para manutenção de Pedido Registo no INPI 365355 piscinas Registo no ICS 125023 Impressão Peres-Soctip, SA - Estrada Nacional 10, Km 108.3, 2135-114 Samora Correia - Porto Alto Equipamentos. Tiragem 3000 Exemplares 46 › Nonius Reservados os direitos de António Silva em entrevista reprodução, distribuição ou disponibilização a terceiros dos conteúdos publicados. 04 hotelaria Julho/Agosto 2012 04-05 Sumario.indd 4 12-07-2012 18:16:20
  • 5. 04-05 Sumario.indd 5 12-07-2012 18:16:24
  • 6. . figuras FIGURAS Casa da Calçada tem novo director geral Miguel Afonso Santos vai dirigir Polana Serena Hotel Oriol Juve é o novo Miguel Afonso Santos, até aqui direc- director geral da Casa tor geral do Grande Real Villa Itália da Calçada Relais & Hotel & Spa, vai dirigir, a partir de dia Chateaux localizada 1 de Agosto, o Polana Serena Hotel, em Amarante. em Maputo. “Em 2003 apaixonei-me Oriol Juve já desem- por um projecto chamado Hotéis Real, durante 9 anos dediquei-me penhou vários cargos com paixão e tudo fiz para acrescentar valor, diferenciar e contri- como sales manager, buir para o seu desenvolvimento. É hora de continuar a crescer e incluindo o de senior aprender, para isso decidi abraçar um novo desafio”, refere Miguel sales manager no Afonso Santos. O Polana Serena Hotel, de cinco estrelas, reabriu em resort Praia D’El Rey, 2010 após um investimento de 25 milhões de dólares e 21 meses cargo que desempe- de obras profundas. Construído em 1922, o Polana Serena Hotel é nhou até à data. considerado um dos mais requintados hotéis de África, sendo des- Antes assumiu funções de há muito conhecido como a “Grande Dama de Maputo”. no Westin CampoReal Golf Resort & Spa e no Sheraton Algarve Starwood distingue director de at Pine Cliffs Resort, Vendas e Marketing do Sheraton Algarve no Algarve. Jorge Lopes, director de Vendas e Marketing do Sheraton Al- Oriol Juve tem o bacharelato em International Hospi- garve Hotel, recebeu o prémio “Starwood President’s Award”, tality Management pela École Hôtelière de Lausanne, a distinção mais importante de carreira atribuída pelo grupo. na Suíça. O prémio “Starwood President’s Award” é anual e representa “o mérito e excelência do trabalho desenvolvido nas unida- des hoteleiras do grupo, tendo como objectivo reconhecer o Sofia Brandão embaixadora extraordinário desempenho de um colaborador Starwood”. Segundo o premiado, Jorge Lopes, “é uma verdadeira hon- da SLH em Portugal ra receber tão prestigiada distinção em apenas dois anos como colaborador Starwood”. Acrescenta ainda que “este O Aquapura Douro Valley foi nomeado pela Small Luxury prémio representa o esforço de uma equipa, da qual me Hotels of the World (SLH) embaixador de Relações Públicas, orgulho muito, e que tem contribuído para a qualidade dos da marca em Portugal, na pessoa de Sofia Brandão (soman- resultados que temos do assim este cargo ao embaixador de vendas). A directora alcançado”. de Vendas e Marketing do Aquapura assume “a função de Este prémio foi entre- divulgar, criar awareness e ser o ponto de contacto da im- gue a Jorge Lopes pelo prensa em Portugal para a SLH”, segundo nota de imprensa director-geral do She- do Aquapura. A SLH elege um embaixador para cada país raton Algarve Hotel, a em que quer ter presença. É o caso de Espanha, França, Luxury Collection Hotel, Alemanha, EUA, Reino Unido, entre outros. James Munro, em repre- A marca está presente em mais de 500 hotéis, em cerca de sentação de Roland Vos, 70 países por todo o mundo. Em Portugal, existem 8 hotéis Presidente da Starwood que integram a marca: Aquapura Douro Valley, Blue & Green Hotels & Resorts EMEA Vilalara Thalassa Resort, Carmo’s Boutique Hotel, Hotel da (Europa, Médio Oriente e Estrela, Hotel Infante Sagres, Internacional Design Hotel, África). L’AND Vineyards Resort e Palácio Estoril Hotel, Golf & Spa. 06 hotelaria Julho/Agosto 2012 06-07 Figuras.indd 6 12-07-2012 16:49:53
  • 7. figuras . Rita Alves Martins Cristina Freixa dirige é a nova responsável Hotel São Domingos do Vila Bicuda O quatro estrelas Hotel São Domingos, em Mértola, é agora Rita Alves Martins, directora ope- dirigido por Cristina Freixa, profissional com experiência em racional do Vila Bicuda, em Cascais, unidades de alojamento no Alentejo e enquanto formadora em Hotelaria e Turismo. desde 2003, é agora a responsável Com esta aposta a administração deste hotel de quatro es- do hotel. Rita Alves Martins tem o trelas pretende dar “um novo impulso à forma como este curso de Gestão Hoteleira da Esco- se posiciona no mercado, tanto a nível comercial como de la de Hotelaria e Turismo do Porto. relacionamento com parceiros/ fornecedores, e também na Começou o seu percurso profissional implementação de renovados conceitos de gestão”, informa na Quinta do Lago, tendo passado o hotel em comunicado. posteriormente pelo Holiday Inn Lisboa. Antes de iniciar actividade Cristina Freixa é licenciada em Gestão Hoteleira na Escola como directora operacional da Vila Bicuda, foi directora de aloja- Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo em Faro e tem uma mentos do Lapa Palace. pós-graduação em Direcção Hoteleira na Escola de Turis- mo e Hotelaria de Portalegre. A sua experiência profissio- nal passou pelo desenvolvimento de diversos projectos na Full Services Group, pela Direcção das unidades Hotel Rural Monte do Carmo e Quinta da Tapada de São Pedro e pela Miguel Júdice coordena coordenação e formação em hotelaria e turismo na Escola Profissional de Odemira. Segundo a própria, “o Hotel São áreas de Hotelaria e Turismo Domingos tem todas as condições para quem procura a tran- quilidade do Alentejo, sendo também um espaço seguro e do ISLA Campus Lisboa com vários motivos históricos e astronómicos para que uma família relaxe e tenha o seu momento – algo difícil de obter O ISLA Campus com a azáfama do Lisboa que, desde dia-a-dia. o passado dia 1 Além disso, o hotel de Abril de 2011, tem também exce- lentes infra-estru- passou a integrar a turas para acolher Laureate International grupos de trabalho Universities, o maior ou reuniões de em- grupo mundial de presas e negócios, Ensino Superior, que como por exemplo inclui as escolas de um auditório total- excelência da área de mente equipado, Hospitality: Glion e com luz natural e Les Roches (Escolas lotação para 100 Suíças), Kendall pessoas.” College (Chicago, Estados Unidos da América), Blue Delta Hotels and Resorts Mountain (Austrália), acaba de nomear Miguel Júdice como Coordenador nomeia novo presidente e CEO Executivo das suas Licenciaturas, Mestrados e Doutoramentos na área do Turismo. Miguel Júdice é CEO do grupo Lágrimas Hotels & Kenneth M. Greene assumirá, em Setembro, as funções Emotions, uma empresa que gere hotéis de charme de presidente e CEO da Delta Hotels and Resorts, um das e restaurantes de Norte a Sul de Portugal. Além principais cadeias hoteleiras do Canadá. Greene foi, mais recentemente, presidente e director ad- das funções executivas que desempenha no Grupo ministrativo para a região da Ásia-Pacífico do Grupo Wyn- Lágrimas, Miguel Júdice é, desde 2010, Presidente dham Hotels. Desde 2001, Ken Greene ocupou sucessivos da Associação da Hotelaria de Portugal, participando cargos de chefia na cadeia. activamente em inúmeros fóruns ligados à actividade Antes de ingressar na Wyndham, Greene desempenhou turística no nosso país. É licenciado em Gestão de funções de liderança em organizações globais tais como Empresas pela Universidade Católica Portuguesa o NRT, Inc., Cendant Corporation, HFS, Inc., e Coldwell e possui um Mestrado em Hospitality pela Cornell Banker Residential Afiliados, Inc. University. Julho/Agosto 2012 hotelaria 07 06-07 Figuras.indd 7 12-07-2012 16:50:00
  • 8. . indicadores / Opinião “DESTRUIÇÃO CREATIVA” UPRISING Turismo e relevância económica global Lembrei-me do nome do célebre álbum de dro Santos Guerreiro, um jornalista brilhante Bob Marley (Uprising, 1980) quando vi re- mas para quem a indústria do Turismo tam- centemente as conclusões da cimeira do G20, bém aparenta ter nascido no dia anterior ao no México. seu editorial, e a acabar na calculatória de Pe- Esse álbum foi um dos corolários da reggae dro Romano, que confunde o peso do Turismo music e um manifesto à cultura rastafarian. nas exportações com o peso do Turismo total Uma cultura underground, quase proibida e no PIB (esqueceu-se do turismo doméstico), a genericamente mal-entendida por todos. Daí edição continua a não ver o potencial turísti- o nome do próprio álbum significar um misto Mário co na sua plenitude, em função da capacidade de alvorada com sublevação, um grito de afir- Candeias* instalada que temos e do contributo rápido mação dessa cultura. / Gestor Hoteleiro que poderia dar ao país, fruto do incremento Não sendo eu um apreciador de reggae, achei induzido da competitividade e do alinhamento no mínimo estranho estar a ver o produto da da oferta existente a novos comportamentos dita cimeira e fazer uma analogia tão distante da procura e mercados emissores. e inusitada. Em termos institucionais, passado 1 ano de Aprofundando o raciocínio, e já menos a novo Governo, ficámos a saber que a reenge- quente, a analogia até que aparenta aplicar-se. nharia das ERTs foi adiada para 2013. E tam- O Turismo, na sua longa marcha pela rele- bém ficámos agora a saber que os novos esta- vância, conquistada ao longo de 6 décadas de tutos do TP permitem oxigenar a instituição crescimento continuado e atingindo em 2012 (palavras do seu Presidente, indiciando que a impressionante cifra de 1 bilião de chegadas anteriormente o ar não circulava). Quanto ao internacionais, 2 triliões USD em receitas e Primeiro-Ministro, acho que ainda não o ouvi 100 milhões de empregos, só agora é reconhe- proferir uma única vez a palavra Turismo. cido pelo G20 como um importante contri- _ Para quando o Uprising do Turismo em Por- buinte para o desenvolvimento global. Destruição Creativa: tugal? Para quando a assunção da carta do Se pensarmos em termos de efeitos indirectos um conceito G20 em Portugal? Entre adiamentos e oxige- agregados, os números de receitas e emprego popularizado nos anos nações, o mais certo é termos que continuar a 50 pelo Economista quase triplicam. inspirar os nossos governantes com os sons de e Prémio Nobel Foi também recentemente noticiado, na ci- Joseph Schumpeter, intervenção de Bob Marley. meira do WTTC em Tokyo, que o Turismo é 5 que aplica a teoria vezes maior que a indústria automóvel global. económica à inovação e Na cimeira do G20, deu-se como que a alvo- progresso (destruindo ou tornando rada do Turismo, o seu Uprising, enquanto obsoletos conceitos sector estratégico para o mundo. Um sector e processos antigos, que até então era mais ou menos underground criamos metodologias na geometria sócio-económica mundial e pra- novas, tornando-nos ticamente inexistente no policy making global. mais competitivos, sofisticados e com De acordo com o G20, o Turismo passa a ser maior potencial) relevante para o crescimento global, para a Este economista foi criação de emprego, aumento das competên- tão proeminente cias e redução da pobreza global. Custou mas quanto John Maynard foi. Keynes e actualmente a coluna sobre Gestão Em Portugal, a coisa é um pouco mais anó- mcandeias13@hotmail.com na revista britânica The dina. O Jornal de Negócios fez recentemente Economist chama-se *Mário Candeias assina todos os meses a coluna Destruição uma edição sobre Turismo. A começar por Pe- Schumpeter Creativa 08 hotelaria Julho/Agosto 2012 08-15 Indicadores.indd 8 12-07-2012 16:51:16
  • 9. 08-15 Indicadores.indd 9 12-07-2012 16:51:21
  • 10. . indicadores / Lausanne Paridade é o desafio da distribuição. De acordo com um novo estudo realizado pela Ecole Hôtelière de Lausanne (Suíça) e a RateTiger, a paridade é o factor dominante que afecta a distri- buição dos hotéis e as estratégias de receita actualmente. Resultado? Os hotéis negligenciaram os fundamentos do revenue management, mas por outro lado, mostraram abertura para outras alternativas à distribuição. Texto Carina Monteiro Fotografia D.R. _ EStudo, O desafio da paridade de preços e a natureza influenciadora das OTA’s desafia os hote- leiros a uma nova fonte de receitas e fluxos de reserva 10 hotelaria Julho/Agosto 2012 08-15 Indicadores.indd 10 12-07-2012 16:51:25
  • 11. Lausanne / indicadores . O estudo multi-regional (realizado em cinco países), “O Desafio de Distribuição de 2012”, 5 canais de conclui que os revenue managers usam mais distribuição emergentes do que nunca ferramentas de gestão de canais e relatórios de preços, até 11 vezes por dia, em mé- 1.Backbid dia, para gerar receita nos seus principais canais. O BackBid é um site de reservas de hotel, onde os viajantes “postam” as No entanto, à medida que lutam para manter a suas reservas de hotéis e aceitam propostas de unidades alternativas consistência do preço, procuram agora novas ma- para encontrar o melhor valor para a sua estada. neiras de melhorar a exposição, alcançar novos O canal permite aos consumidores encontrar o melhor hotel pelo me- mercados e aumentar as reservas directas. lhor preço, sabendo todos os detalhes sobre uma determinada unidade, “As OTA’s monitorizam a paridade de preços e antes de aceitar uma nova oferta. Não há risco envolvido, pois podem pressionam os hotéis a actualizar os preços dos negar qualquer oferta e manter a reserva existente. seus canais”, refere Horatiu Tudori, professor se- nior de revenue management, da École Hôtelière de Lausanne, na Suíça. “Os hoteleiros gastam 2. Guestmob mais tempo na gestão da paridade de preços e a O Guestmob permite aos clientes escolher entre uma colecção de ho- téis em cidades seleccionadas. garantir a integridade do preço, o que lhes deixa Como funciona? O utilizador regista-se no site gratuitamente e, em se- pouco tempo para definir estratégias mais sofisti- guida, procura hotéis dentro de uma das 20 cidades seleccionadas nos cadas para reduzir o custo de distribuição e au- Estados Unidos por data. O Guestmob produz uma lista de hotéis que mentar a RevPAR.” normalmente incluem entre quatro a oito unidades com classificação e O estudo descobriu que os revenue managers localização similares, os quais os hóspedes podem ver pelo nome. focam-se em três principais questões: 1) aumento Só depois do cliente confirmar a reserva é que fica a conhecer qual o da RevPAR, 2) controlo os custos de distribuição hotel reservado. / e-business, e 3) o aumento da exposição. “Os ho- O canal agiliza o processo de reserva, organizando os hotéis por aquilo téis definiram como estratégia para 2012 a neces- que o cliente procura, em oposição a uma lista de centenas de unida- sidade de melhorar o RevPAR através de tarifas des, o que acontece na maioria dos motores de reserva de hotéis. As mais elevadas, ou aumentando o tempo de estada reservas feitas no Guestmob também são reembolsáveis. do hóspede. O principal desafio será diminuir os 3. Hall St. custos de distribuição, enquanto aumentam os Os hóspedes registam-se na plataforma, negoceiam taxas com os ho- téis, e, em seguida, podem desfrutar da reserva pré-paga ou vendê-la “As OTA’s monitorizam a a outros clientes paridade de preços e pressionam A plataforma reconhece que “as mudanças de última hora fazem parte do nosso dia-a-dia” e dá aos clientes a liberdade de mudar o nome das os hotéis a actualizar os preços suas reservas ou vendê-las a outros usuários. dos seus canais.” 4. Tingo preços e a ocupação, garantindo ao mesmo tempo Tingo monitoriza todas as alterações de preço do quarto já reservado a paridade de preços entre seus parceiros de dis- pelo cliente e, em seguida, faz uma nova reserva à taxa mais baixa, sem nenhum custo para o cliente caso a taxa tenha caído. tribuição para evitar políticas rigorosas”, continua A vantagem para os consumidores é óbvia: o cliente reserva o quarto Tudori. que quer e fica à espera que o preço baixe cada vez que fica mais perto “As OTA’s estão a ficar maiores e têm um tal da data da reserva. poder que não podemos lutar contra elas, por isso estamos a encontrar outras formas de comunicar 5. Traveltipping a nossa oferta e estar presente online. Claro que Os utilizadores começam a sua pesquisa, seleccionando uma das seis precisamos de estar presentes e precisamos ter al- regiões do mundo: América do Norte & Caraíbas, América Latina, Euro- guma disponibilidade e paridade com as OTA’s”, pa, África e Médio Oriente, Ásia e Oceania. Cada região apresenta vá- disse um dos inquiridos da pesquisa. rios pacotes de viagens, tais como quatro noites de estadia para duas O desafio da paridade de preços e a natureza in- pessoas na República Dominicana. fluenciadora das OTA’s desafia os hoteleiros a As ofertas são em quantidade limitada, permitindo que os fornecedo- res vendam o que querem, quando querem. O objectivo é ajudar os for- uma nova fonte de receitas e fluxos de reserva. O necedores a venderem o inventário angustiado e aumentar a receita estudo descobriu que os hoteleiros concentram- durante os períodos sazonais, de acordo com o site. se nas vendas directas através do desenvolvimento de novos contratos corporativos, impulsionado os seus próprios canais web, e a manutenção mais rápida da disponibilidade e tarifas em canais não- convencionais de distribuição para tentar “ganhar Fonte: www.hotelnewsnow.com este jogo”. h Julho/Agosto 2012 hotelaria 11 08-15 Indicadores.indd 11 12-07-2012 16:51:26
  • 12. . indicadores /blog.revinate.com Como aumentar as reservas directas? Texto Carina Monteiro Fotografia D.R. para mais informações. “Este é o momento ideal para iniciar um relacionamento com o cliente e levá-lo a fazer uma reserva directa”, defende. Antes de tudo, os hotéis devem ter acesso di- recto ao seu site a partir de todos os sites de avaliação (TripAdvisor, Yelp, etc) e das OTAs, sempre que possível. Isto irá orientar os clien- tes não só para o site do hotel, mas também para os seus canais sociais, onde o hotel pode comunicar com eles de formas únicas. Quando se cativa potenciais clientes através das redes sociais, aumenta o seu interesse no hotel. Isto _ pode impedi-los de voltar às OTAs, e fazê-los Sugestão, Um artigo publicado em blog.revi- considerar outras opções antes de reservar. “Se A maioria dos nate.com sugere aos hoteleiros o uso das redes lhes deu um preço de amigo ou permitiu-lhes clientes considera sociais e da tecnologia avançada para incentivar fazer uma reserva fácil através das redes sociais, que uma das mais os clientes a reservarem directamente no seu site. pode evitar pagar taxas à OTA. Um bom relac- valias de consultar as “É fácil perceber o porquê da popularidade das ionamento nas redes sociais com todos os fãs e OTA’s é ter acesso Online Travel Agencies (OTAs) - permitem a seguidores vai aumentar este efeito”. aos comentários dos pesquisa sem paralelo de um hotel por preço, Segundo o mesmo artigo, também pode ser clientes localização, avaliações de hóspedes, etc. As uma estratégica eficaz fornecer alguma funcio- OTAs são usadas como as páginas amarelas de nalidade que as OTAs oferecem directamente hotéis - se a unidade não estiver listada, os cli- no seu site. A maioria dos clientes considera que entes são menos propensos a saber que o hotel uma das mais valias de consultar as OTA’s é ter existe”, escreve o autor. A OTA é geralmente a acesso aos comentários dos clientes. Ao fornecer primeira paragem, quando alguém está a planear os comentários em tempo real de usuários do uma viagem. Muitas vezes, os utilizadores não TripAdvisor ou Yelp na sua página, o hotel está reservam durante essa primeira visita. Procuram a dar a garantia ao potencial cliente que a sua saber preços e disponibilidade antes de avançar unidade é a escolha certa. “Isto deve ser feito com a reserva de um hotel e transporte. Durante de forma transparente, publicando tanto os co- a consulta inicial os clientes podem ver alguns mentários bons como os maus, passando uma perfis, ler comentários, e clicar no site do hotel mensgem de credibilidade a quem está a ler”. h 12 hotelaria Julho/Agosto 2012 08-15 Indicadores.indd 12 12-07-2012 16:51:36
  • 13. PhoCusWright / indicadores . Mercado chinês duplica até 2013. As reservas de viagens na China vão ultrapassar os 105 mil milhões de dólares ( 85 mil milhões de euros) em 2013, dos quais mais de 15 mil milhões serão feitos online. O mercado de viagens online vai crescer em torno de 500% entre 2008 e 2013. Texto Carina Monteiro O mercado chinês de viagens tem du (o motor de pesquisa líder) tornou-se accio- crescido de maneira explosiva e vai quase dupli- nista maioritário da Qunar, site de planeamento car entre 2008 e 2013, de acordo com um relató- de viagens, enquanto o fornecedor de serviços de rio da PhoCusWright. Segundo o documento, o internet Tencent e o gigante de e-commerce Ali- mercado de viagens online vai crescer em torno baba, entre outros, investiram fortemente no ne- de 500% entre 2008 e 2013, impulsionado pela gócio de viagens online. As viagens online estão rápida adpoção da Internet como forma de co- a registar um crescimento “meteórico”, normal- mercialização e de vários investimentos e parce- mente visto apenas em mercados online que es- rias entre as empresas fornecedoras naquele país tão agora a nascer”, diz Douglas Quinby, director e as empresas de viagens online. Em 2011, o Bai- sénior de pesquisa da PhoCusWright. h Julho/Agosto 2012 hotelaria 13 08-15 Indicadores.indd 13 12-07-2012 16:51:39
  • 14. . indicadores / IHG BREVES Famílias elegem hotéis para passar férias 50,8% das famílias portuguesas fica alojada em hotéis para passar as férias de verão e 85% afirmam tê-lo feito nos últimos três meses. Esta é um das conclusões de um estudo realizado pelo Holiday Inn, em Portugal e Espanha. Como principais vantagens dos hotéis, os inquiridos elegem a comodidade que supõe “ter tudo feito” (limpeza, pequeno-almoço, refei- ções…) e em seguida a poupança ao usufruir das ofertas especiais para famílias: alojamento das crianças grátis. Em Portugal são os casais mais jovens que dão mais importância à poupança em ficar alojado com a família num hotel, enquanto em Espanha a importância desta vantagem aumenta com a idade. Por outro lado, os inquiridos que dizem não passar férias com os filhos em hotéis (46%) explicam que não o fazem, sobretudo devido ao preço. Pais e filhos têm diferentes expectativas face ao quarto de hotel. Para os pais, 77,5% dos inquiridos, a primeira coisa que fazem ao chegar ao quarto é verificar se o mesmo está limpo, em seguida entram na casa de banho para ver os produtos de higiene que o hotel oferece (7,7%). Existem diferenças en- tre homens e mulheres, já que as mães vão ver os produtos para o banho e os pais exploram o mini bar. Por seu lado, os mais pequenos querem ver televi- são (para 62,8% é a primeira coisa que fazem ao entrar num quarto de hotel). Neste ponto também existem diferenças entre rapazes e raparigas, os primeiros preferem a televisão ao contrário das me- ninas que preferem experimentar a cama (dar saltos em cima da cama em alguns casos). Nova geração de Revenue Managers A terceira geração de revenue managers vai concentrar-se mais na optimização da receita a partir de um único cliente em vez do modelo tradicional de receita de quartos – num conceito emergente chamado Total Revenue Management - de acordo com um painel de especialistas em revenue management que falaram durante a “Conferência Optimização da Receita HSMAI”. Durante muito tempo os revenue managers têm-se centrado na optimização de receitas, em vez do gasto total do clien- te, que pode incluir spa, golfe ou alimentos e bebidas, disse Bonnie Buckhiester, presidente da Buckhiester Management. “Estamos muito centrados nos quartos. Não gastam tempo suficiente na optimização de outras áreas, F&B ou golfe”, disse. Buckhiester divide os revenue managers em três gerações. Os primeiros não eram chamados de revenue managers, foram principalmente os general managers e os directores de vendas que aplicavam estratégias de pricing. A segunda geração é a maioria dos revenue managers que estão agora no mercado, são muito analíticos e processam muitos números. Alguns não são tão bons no planeamento estratégico, disse. A terceira geração, aqueles que estão no início da carreira ou entrar agora na indústria, precisam de estar muito interessados na gestão da unidade como um todo. 14 hotelaria Julho/Agosto 2012 08-15 Indicadores.indd 14 12-07-2012 16:51:40
  • 15. Opinião / indicadores . Novas tendências de mercado A mudança do racional para o emocional... Haverá um eterno conflito na mente humana a partilhar as suas descobertas em cada hotel, entre o racional e o emocional, mas vários es- dando voz a cada um por via das redes sociais, tudos apontam para a importância da emocão com total integração com as mesmas. Se consi- aquando do processo de compra. Hoje em dia, derarmos a marca mãe – Marriott Hotels & Re- os consumidores assumem como dado adquiri- sorts – podemos observar uma mudança muito do as características funcionais, os benefícios, a importante no grupo, dando passos significati- qualidade do produto e a respectiva marca. O vos para se posicionar de acordo com as novas que os consumidores procuram são produtos, tendências do mercado. Outra marca fora do serviços e campanhas de marketing que atordo- Filipa Vinha sector, mas que preconiza valores assentes no em os seus sentidos, toquem os seus corações e / sócia fundadora marketing emocional, Louis Vuitton, lançou estimulem as suas mentes. Procuram produtos da Milestones há algum tempo uma campanha deslumbrante e campanhas de marketing que permitam uma “Strategic que marca a importância que uma viagem pode experiência. Passa assim o foco do marketing a Thinking in ter na vida (procure no youtube “louis vuitton estar centrado na experiência do consumidor. Tourism” a journey”), com um vídeo extremamente bem A experiência é crucial e está no centro das conseguido, por Bruno Aveillan. atenções. Empresas como a Starbucks, Apple, Adicionalmente, outras tendências do sector Google preocupam-se grandemente com a ex- também apontam neste sentido. A importância periência do consumidor. No caso da hotelaria, do “não onde, mas como”; trata-se de um novo a experiência é também o cerne da questão, movimento que simboliza o viajar com o co- porque é através dela que o hóspede analisa a ração e com sentido de integridade perante o promessa de marca e avalia emocionalmente se destino que se visita, procurando conhecer as um mero serviço poderá transformar-se numa verdadeiras raízes do destino. Outra tendência experiência memorável. Por outro lado, traba- está relacionada com o movimento “go local”, lhar a componente emocional acrescenta novas a vontade de conhecer verdadeiramente um variáveis de diferenciação à marca. Preço, ca- povo, um destino, uma cidade, viver como os racterísticas e benefícios não aportam valores que nela vivem, fazer o que os locais fazem. Um diferenciadores e podem ser facilmente copia- terceiro movimento prende-se com a escolha dos. Mas uma experiência muito própria, origi- de destinos / alojamentos que tenham preocu- nal e baseada na verdadeira promessa de marca pação com o meio ambiente e a prestação de pode transformar consumidores, em verdadei- um serviço turístico localmente sustentável. ros fãs, passando estes a serem os melhores O marketing emocional vai mais longe, apela vendedores da empresa. aos sentidos, levanta questões, vem de dentro Vemos reflectida esta tendência na nova cam- para fora, permite a diferenciação e cria valor panha dos Hotéis Renaissance do Grupo Mar- de marca. Aposte neste caminho. Recomendo riott, “Live Life to Discover”, sob o mote “ as seguintes leituras: http://sustainabletravel. transform any trip into an inspiring journey”. com/; http://renaissance-hotels.marriott.com/. Um mosaico de experiências é o que podemos observar logo na página de entrada do website. Adicionalmente, os hóspedes são convidados filipa.vinha@milestones.com.pt Julho/Agosto 2012 hotelaria 15 08-15 Indicadores.indd 15 12-07-2012 16:51:40
  • 16. . fala-se / Opinião SWOT (Pontos fortes, pontos fracos. Oportunidade e Ameaças) * .Oportunidade Volvo Ocean Race É para mim uma grande honra estrear esta do nosso território é fundamental termos um nova secção da Publituris Hotelaria e, desde posicionamento internacional forte. Portugal já, agradeço o convite que me foi dirigido. Para tem assim como grande desafio posicionar-se começar, foi me pedido para escolher uma no- internacionalmente através de alguns clusters tícia do mês passado que considerasse uma que reflectem os recursos existentes e as possi- oportunidade ou uma ameaça para o turismo/ bilidades reais de desenvolvimento. Dois des- hotelaria. Sou um optimista por natureza, logo, ses clusters, já identificados, são o cluster do a minha escolha teria obrigatoriamente de cair turismo e o cluster do mar. A nossa cultura sobre uma oportunidade. Prefiro sempre de Rodrigo oceânica torna-se assim um elemento funda- ver o copo meio cheio do que meio vazio! As- Machaz mental e a grande oportunidade do nosso país sim, o meu destaque vai para a notícia que fez / diretor-geral da está na capacidade de tirar proveito dela. Na capa da “nova” revista Publituris: “Regata traz Memmo Hotels nossa cultura oceânica reside o nosso ADN, o 60 M€”. Não sou a pessoa certa para confir- nosso passado, o nosso presente e, obrigatoria- mar este valor, que à primeira vista surpreende mente, o nosso futuro. Tenhamos nós a capa- pela positiva, mas de uma coisa tenho a cer- cidade de tirar proveito desta oportunidade. h teza, o futuro de Portugal passa obrigatoria- mente pelo mar e muitos ainda são os que não perceberam que é nele que resido o maior ac- * Rubrica nova na Publituris Hotelaria. Todos tivo do nosso país. Somos um país à beira mar os meses convidamos uma personalidade do plantado mas ainda de costas voltadas para sector a fazer uma análise SWOT às notícias o mar. Para melhorarmos a competitividade do mês passado .Ameaça Ponto Forte .Ponto Fraco Pilotos da TAP Emirates com Espanha aprova ameaçam novas voos diários para Plano Nacional de Turismo greves Portugal Não ponho em causa o direito à greve, nem tão Que boa notícia a chegada da O Conselho de Ministros espanhol aprovou o Plano Nacional pouco as causas que motivam os pilotos e, que, Emirates a Portugal, a premiar o Integral de Turismo (PNIT). 28 medidas e 104 acções feitas sinceramente, não conheço a fundo. Mas marcar excelente trabalho do Embaixador em 6 meses pela SET em conjunto com o Turismo Espanhol. uma greve da TAP para Julho e Agosto deveria ser de Portugal para os Emirados Quer assim melhorar a competitividade do sector para que crime e dar cadeia. Pelo menos enquanto a TAP Árabes Unidos, Jaime Leitão. Ter um este seja o motor de crescimento e um dos sectores sobre fosse uma empresa pública e tivesse sobrevivido voo diário Lisboa-Dubai faz toda a os quais assenta a recuperação económica do país. à conta dos nossos impostos! E o crime está em diferença e no imediato traduz-se no O facto de o turismo não ser para o nosso governo um marcar, pois a sua anulação, à posteriori, em nada recrutamento de 300 colaboradores dos sectores chave para recuperação da nossa economia resolve os cancelamentos que, entretanto, foram portugueses. continua a ser o nosso grande ponto fraco. Se assim fosse, efectuados, nem limpa a péssima imagem que A Emirates tem clientes oriundos de teríamos um ministro para o turismo, um plano nacional o destino Portugal passa para o exterior. Dias mais de 123 destinos em 73 países. integral para o turismo com mediadas imediatas para atribulados estes que se vivem no turismo em Acima de tudo vai ser o nosso elo incentivar e apoiar o turismo, a nossa grande fonte de Portugal. Se num ano temos a natureza a enviar- de ligação com a Ásia, Austrália e o exportação. Por mais boa vontade, experiência e compe- nos nuvens de cinzas, no outro temos as SCUT’s Médio Oriente. Numa altura em que a tência que tenha o presidente do Turismo de Portugal, o e os pilotos da TAP a darem as boas-vindas economia destes mercados cresce a problema vem de cima! Quem tinha razão é André Jordan, aos turistas que insistimos em convidar a nos olhos vistos, com reflexos naturais no grande amigo e figura ímpar do turismo em Portugal, ao di- visitarem. Assim fica difícil acreditar no turismo turismo, este não é um ponto forte, é zer: “O turismo sempre foi um filho enjeitado da economia em Portugal!!! h um ponto fortíssimo. h portuguesa. h 16 hotelaria Julho/Agosto 2012 16-21 Fala-se.indd 16 12-07-2012 16:52:54
  • 17. 16-21 Fala-se.indd 17 12-07-2012 16:52:56
  • 18. . fala-se / Hilton Worldwide Conrad quer promover Algarve o ano todo. O director-geral de Área da Hilton para a Península Ibérica, Primo Muñoz, em entrevista à Publituris Hotelaria fala sobre a estratégia de posicionamento do Conrad Algarve, que abre este Verão, na Quinta do Lago. Texto Carina Monteiro Fotografia D.R. _ A Hilton ainda não avança o dia internacionais. Conrad de abertura do Conrad Algarve, mas é certo que Estamos entusiasmados por receber os World Algarve, o resort vai abrir este Verão a tempo de acolher a Travel Awards no final deste ano, que são fre- O resort vai receber cerimónia dos World Travel Awards (WTA) dedi- quentemente descritos como “Os óscares da a gala dos World cada à categoria “Europa”, no dia 6 de Outubro. indústria de viagens” - um título que reflecte o Travel Awards, no nível de prestígio, que tem muito a ver com a dia 6 de Outubro Qual a data de abertura do Conrad Algarve? marca Conrad. Sentimos que a decisão do WTA O Conrad Algarve vai abrir ainda este Verão. Esta de trazer o evento para Conrad Algarve é uma propriedade impressionante combinará luxo confirmação dos nossos padrões de luxo e es- contemporâneo com um serviço personalizado tamos muito entusiasmados com esta que será que permite aos visitantes experimentarem o uma oportunidade fantástica para mostrarmos o luxo de serem eles mesmos. esplendor deste resort. Rodeado de extensos jardins e terraços, com pis- cina interior e exterior, o hotel será líder no seg- Na sua opinião quais são as principais opor- mento de luxo no Algarve e estamos muito ansio- tunidades e ameaças do destino Algarve? sos por acolher os primieros hóspedes do hotel. A Conrad Hotels & Resorts, uma das marcas de luxo premium da Hilton Worldwide, escolheu Quais são as expectativas para o Conrad? este local, porque o Algarve é uma das mais belas O hotel vai receber a gala dos World Travel regiões do Portugal e é visitado por turistas de Awards em Outubro. É um bom começo? O Conrad Algarve vai beneficiar da força da mar- ca Conrad Hotels & Resorts, bem como de toda Conrad Algarve a engenharia de marketing, vendas e distribuição • em 154 quartos; T da Hilton Worldwide. Estamos confiantes na ca- • esultou de um investimento de 150 milhões através de um contrato R pacidade do resort para atrair visitantes para o de management, por 20 anos, entre a Hilton e o Grupo Imocom, que destino todo o ano. declarou insolvência em Julho de 2011; Esta estância deslumbrante irá introduzir um • Conrad Algarve chegou a ter data inauguração agendada para dia O novo padrão de luxo contemporâneo e um ser- 1 de Setembro. viço personalizado para o Algarve, para Portugal • Resort integra agora o Fundo de Lazer e Imobiliário turístico, criado O e para o resto do continente europeu. Sabemos pela ECS Capital; que há uma procura significativa por alojamento • om a abertura do Conrad Algarve, são sete as propriedades da Hilton C de luxo na região e que o Algarve é um destino Worldwide na Península Ibérica. de sol popular no Inverno para muitos viajantes 18 hotelaria Julho/Agosto 2012 16-21 Fala-se.indd 18 12-07-2012 16:52:57
  • 19. Hilton Worldwide / fala-se . _ “gostaríamos de ver um maior investimento em infra-estruturas, O que permitiria a turistas de outros países experimentarem as maravilhas do Algarve.” Julho/Agosto 2012 hotelaria 19 16-21 Fala-se.indd 19 12-07-2012 16:53:15
  • 20. . fala-se / Hilton Worldwide _ todo o mundo durante todo o ano. Acreditamos Primo Muñoz, mundial e seis experiências gastronómicas únicas firmemente no crescimento do Algarve como um Director-geral num ambiente de luxo e criando uma atmosfera destino e estamos confiantes de que vai ter um de Área da Hilton que permite aos clientes descobrir a riqueza da crescimento tremendo no mercado turístico de para a Península cultura local e capacitá-los que o luxo é serem luxo. Ibérica eles mesmos. Sentimos que a melhor maneira de desenvol- A fim de apoiar este potencial de crescimento, gos- ver de forma sustentável o Turismo na região, é taríamos de ver um maior investimento em infra-es- atraindo turistas com elevado rendimento para o truturas, o que permitiria a turistas de outros países destino e incentivá-los a ver o Algarve como um experimentarem as maravilhas do Algarve. destino bonito, de luxo, o ano todo. Em muitos aspectos, o Conrad Algarve foi con- Assumiu o cargo de director-geral da Hil- cebido para ajudar a desenvolver esta identida- ton para a Península Ibérica em Maio. A de para o turismo na região, tornando-se uma que se deveu esta reestruturação e quais são atracção o ano todo. Isto será alcançado através as prioridades da sua direcção? de excelentes instalações, como um spa de classe Recentemente anunciámos uma série de novas nomeações para Espanha e Portugal, que foram o resultado da promoção interna. A minha no- “Há potencial para aumentar presença meação para director-geral da Península Ibé- rica alarga a minha anterior função, dando-me da Hilton na Península Ibérica” a responsabilidade pela operação dos nossos Carlos Miro, director development, Espanha Portugal, da Hilton Worl- hotéis portugueses, bem do nosso portfólio es- dwide, também falou à Publituris Hotelaria sobre os planos de expan- panhol. são da marca. Carlos Miro afirma que os dois mercados são “extrema- A Hilton Worldwide tem uma forte tradição mente receptivos” às marcas da Hilton e diz haver “muito potencial para na promoção dos funcionários da empresa, aumentar a presença na Península Ibérica” - particularmente com as proporcionando oportunidades de desenvol- marcas DoubleTree by Hilton, Hilton Garden Inn e Hampton by Hilton. vimento pessoal e profissional. O que começa “Acreditamos que há interesse por produtos consistentes, frescos e ino- para muitos como um trabalho a tempo parcial, vadores de marca internacional nestes mercados, onde o forte ‘motor’ da Hilton Worldwide é um benefício enorme”, afirma. muitas vezes, pode levar a uma carreira a longo O responsável refere, ainda, que existe um interesse crescente no mo- prazo na hotelaria - Eu comecei em 1977 no delo de negócio de franchising em Espanha. “Isto premite aos proprietá- Hilton Paris e, posteriormente, trabalhei em vá- rios manter a propriedade e a operação do seu hotel, ao mesmo tempo rios dos nossos hotéis na Europa. que têm a possibilidade de fazer parte de uma das marcas mundiais de Estou muito contente por assumir este novo e ex- hotéis mais emblemáticas”, defende. citante desafio - particularmente com a abertura De acordo com Carlos Miro, Portugal, bem como Espanha, são os merca- do tão esperado Conrad Algarve, no Verão. Vou dos-chave para a Hilton Worldwide e, conta, actualmente a cadeia está trabalhar em estreita colaboração com Joachim a trabalhar em projectos em várias cidades principais e secundárias, Hartl, director do hotel, e com a sua excelente bem como em resorts para expandir a sua presença. No entanto, o res- equipa, que está a trabalhar intensivamente para ponsável não adianta que projectos sao esses. “Não temos nada confir- garantir que este soberbo hotel oferecerá experi- mado nesta fase, mas esperamos fazer um anúncio no devido tempo”. ências excepcionais quando abrir. h 20 hotelaria Julho/Agosto 2012 16-21 Fala-se.indd 20 12-07-2012 16:53:40
  • 21. 16-21 Fala-se.indd 21 12-07-2012 16:53:44
  • 22. . management / Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo Ser hoteleiro no resto do mundo. Têm carreiras internacionais em cadeias hoteleiras de luxo. De Marraquexe ao Brasil. De Nova Iorque a Abu Dhabi, passando pelo México. Leia as histórias de cinco gestores hoteleiros que dirigem hotéis nestes mercados, as oportunidades, os desafios e as conquistas de cada um. 22 hotelaria Julho/Agosto 2012 22-36 Management.indd 22 12-07-2012 18:31:25
  • 23. Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo / management . Ponta dos Ganchos Resort, Brasil Julho/Agosto 2012 hotelaria 23 22-36 Management.indd 23 12-07-2012 18:31:35
  • 24. . management / Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo O sonho de trabalhar na Aman resorts. Miguel Guedes de Sousa é o exemplo de que “água mole em pedra dura, tanto bate, até que fura”. Só assim se explica a sua história com a cadeia Aman Resorts, na qual trabalha há dez anos. Tantos, quantos os que levou a tentar entrar na cadeia. Texto Carina Monteiro Fotografia D.R. _ Miguel Guedes de Sousa fez um es- imediata e total para trabalhar para a Aman, no Percurso tágio em Banguecoque, no Hotel Landmark. final da entrevista perguntou-me se conhecia Profissional, No final dessa experiência, o pai foi visitá-lo e um português seu amigo: António Gonçalves Miguel Guedes juntos foram visitar um hotel do qual Miguel Pereira, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros. de Sousa dirige tinha ouvido falar muito em Banguecoque: o Disse-lhe que conhecia muito bem. Adrian Ze- o Amanjena, desde Amanpuri, o primeiro hotel da cadeia Aman cha ligou-lhe logo a pedir referências. Quando Maio de 2008. Antes Resorts. Foi amor à primeira vista. “Fiquei desligou, sorriu e perguntou-me quando queria dirigiu o Ampulo, na totalmente fascinado com o conceito; a plena começar?”. Ilha Pamalican, harmonia da cultura local com o design limpo, Já na cadeia Aman, seguiu-se um mês a via- nas Filipinas respeitando sempre a envolvente natural sin- jar por todos os hotéis na Ásia como se fosse (2004-2008) gular da paisagem, com uma baixa densidade um cliente. O objectivo era “perceber, com- de construção acompanhada pela qualidade preender, entender, respirar, amar o conceito e ímpar dos materiais usados”. A partir daí, a filosofia Aman”. Miguel tinha uma certeza, queria trabalhar na Hoje em dia Miguel é director-geral do Aman- AMAN Resorts. “Sempre acreditei que “que- jena, em Marraquexe. Dirige uma equipa de rer era poder...e nunca desisti deste sonho, tive 300 pessoas, 298 marroquinos e duas portu- 10 anos a insistir!”. Miguel enviava currículos guesas, uma é resident manager e, a outra, é a cada três meses, estava atento a tudo o que sales manager. saía na imprensa internacional sobre a cadeia Ao mercado marroquino tece elogios. Diz que Aman, os novos destinos e aberturas, histórias, é um destino “super exótico com uma cultura experiências contadas pelos clientes, entrevistas e povo fascinante e com um clima super con- dadas do fundador e criador da Aman Resorts, fortável a dois passos da Europa e, do outro Adrian Zecha. Um dia recebeu um telefonema lado do Atlântico, estão os Estados Unidos e do escritório de Adrian Zecha para que parasse a América do Sul, o que torna a venda deste de enviar o currículo, mas com o convite para mercado fácil. “Marrocos conseguiu atrair in- se conhecerem, caso um dia Miguel viajasse vestimentos hoteleiros das melhores cadeias de para Singapura. Foi a deixa perfeita. No dia luxo mundiais. Os baixos impostos sobre ren- seguinte, Miguel apanhou o avião e foi a Singa- dimento tornaram o investimento internacional pura para ser entrevistado pelo próprio Adrian muito atractivo. Uma entidade decide na hora Zecha. ”Sabia tudo sobre ele e sobre a cadeia todas as aprovações e licenças”. Acresce a lei Aman Resorts”, conta. “Ficou surpreendido laboral flexível e baixos custos laborais. com o meu conhecimento e disponibilidade Em contrapartida, a Marrocos está muitas 24 hotelaria Julho/Agosto 2012 22-36 Management.indd 24 12-07-2012 18:31:39
  • 25. Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo / management . vezes associada a ideia de “um país de risco político e terrorismo islamita”. Há, também, alguma dificuldade no transporte aéreo directo para Marraquexe, especialmente oriundos do mercado Norte e Sul-americano, além da forte dependência do mercado europeu, acrescenta. Quando lhe pedimos para contar um episó- dio que ilustre a diferença de culturas, Miguel refere a religião. “Sendo um País onde o Es- tado não tem separação da religião, as pessoas são muito mais crentes e religiosas, como tal os muçulmanos tem que rezar 5 vezes ao dia, tornando interessante gerir esses hábitos diaria- mente no local de trabalho. Mas os Portugueses são tolerantes e experientes com grande sentido de adaptação a gerir pessoas e locais de culturas diferentes”, afirma. Miguel Guedes de Sousa está há quatro anos em Marrocos e já vai dizendo que está na altura de mudar, apesar de “adorar profundamente aquele país”. Quem sabe não volta a Portugal. “Em alturas de crise surgem sempre oportuni- dades únicas! Mesmo em Portugal”, diz. Momento mais importante no percurso na Aman Resorts “Tive dois momentos muito importantes na minha carreira na Aman Resorts; Primeiro, no Amanpulo, nas Filipinas, durante a minha gestão. Em 2007 fomos considerados o Melhor Resort do Sudeste Asíatico e Melhor Hotel do Mundo até 100 quartos pelo guia Gallivanter. Segundo, em 2010, o Amanjena ganhou o pré- mio de Melhor Resort da África e Médio Ori- ente da Condé Nast Traveler e o Melhor Hotel do Mundo do guia Gallivanter”. h Julho/Agosto 2012 hotelaria 25 22-36 Management.indd 25 12-07-2012 18:31:44
  • 26. . management / Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo Brasil: a escolha natural. Quando Miguel Garcia decidiu procurar novos desafios, em 2009, o Brasil perfilava-se como um dos destinos de eleição. Texto Carina Monteiro Fotografia D.R. _ Brasil, Miguel Garcia dirige o resort ca. Os restantes 10% são maioritariamente de Por ano, abrem Ponta dos Ganchos, no Brasil, um dos mais outras regiões do Brasil, à excepção de Miguel diversos novos em- exclusivos empreendimentos do País. A aven- e o gerente do restaurante, Paulo Galveias, que preendimentos tura começou em 2009. Miguel Garcia preci- também é português. e a procura por sou de 15 dias para tomar a decisão de sair profissionais está de Portugal rumo ao Brasil. A ideia já estava Escassez de mão-de-obra qualificada em alta no País mais ou menos maturada, visto que já andava Quando Miguel Garcia decidiu procurar novos à procura de novos desafios, mas concretizou- desafios, em 2009, o Brasil perfilava-se como se com a proposta para resident manager do um dos destinos de eleição. “O crescimento resort. A proposta reunia todas as condições económico na época estava fulminante e isso para Miguel a aceitar: o desafio de ficar a cargo reflectia-se a todos os níveis, inclusive e obvia- de uma operação maior do que aquela que ex- mente no mercado hoteleiro. Isso traz muitas ercia na altura, no segmento onde mais se revê oportunidades, pois o mercado necessita de e inserido numa cultura diferente. Chegou e injectar a curto prazo mão de obra qualificada nem foi preciso esperar muito para atingir ao e pronta para entregar resultados”, explica. cargo de general manager. Colocaram-lhe as Neste mercado encontrou várias vantagens. metas e objectivos necessários para lá chegar, Desde logo a facilidade de adaptação e a lín- o que, frisa, “nem sempre acontece em todas gua. “Torna-nos muito mais competitivos do as empresas”. Em Dezembro de 2010 foi pro- que outras nacionalidades”. A segunda vanta- movido e ficou com a tutela geral do hotel. gem é o presente investimento no sector. “Por Actualmente dirige uma equipa composta por ano, abrem diversos novos empreendimentos 120 colaboradores, 90% dos quais são naturais e a procura por profissionais está em alta”. da região, de acordo uma política seguida pelo Como terceira vantagem, aponta a remune- hotel. “Fazemos questão que seja assim por di- ração. “Apesar de ser em reais é competitiva versas razões: primeiro, porque queremos que comparando com Portugal”, afirma, ressal- o nosso impacto social seja positivo e ajude no vando, no entanto, que não acontece “na gen- desenvolvimento local; segundo, porque não eralidade e em alguns patamares”. queremos ser um resort impessoal ou vulgar. Miguel Garcia também fala dos desafios. O Queremos que cada cliente sinta onde esta- primeiro de todos é forma diferente como se mos inseridos, a cultura, as tradições”, expli- trabalha, em geral, “mais informal”. “Em Por- 26 hotelaria Julho/Agosto 2012 22-36 Management.indd 26 12-07-2012 18:31:44
  • 27. Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo / management . safios acrescidos, conta. “Neste segmento é preciso ter paixão pelo que se faz e ser mui- to exigente consigo mesmo. Ficar focado na melhoria contínua e nos detalhes que fazem a diferença é meio caminho andado” diz. “Es- tar sempre actualizado é uma obrigação e o grande desafio que se coloca é ter uma equipa de profissionais muito bem treinados e motiva- dos para entregar os resultados que se esperam e os que vão mais além. Neste segmento, além da infra-estrutura e da gastronomia, o que faz a diferença é o serviço e os intangíveis que são o verdadeiro ‘luxo’”. Miguel nem gosta de usar a palavra, já que, na sua opinião, foi banalizada. “Acredito que se massificou o conceito de luxo e, hoje em dia, vejo hotéis sem carisma, sem serviço, sem sentido de lugar, aos quais cha- ma de luxo só porque tem um par de cadeiras Philipe Starck no lobby...”. As diferenças deste segmento no Brasil comparado com Portugal, hoje em dia, são “muito poucas”, maioritari- amente culturais, apesar de “que aqui ainda são poucas as referências neste segmento para o tamanho do País”. A viver desde 2009 no País, Miguel Garcia diz _ que está quase “tropicalizado” (risos). “A in- tugal e bem, somos - na generalidade - mui- Miguel tegração no Brasil é fácil, mas há sempre dife- to profissionais, comprometidos com o que Garcia, renças de cultura, de hábitos, formas de lidar fazemos. Aqui senti, e muito, um descompro- Foi em 2012, pelo diferentes… Mas isso é a parte divertida de es- metimento com o profissionalismo, não só no segundo ano con- tar fora de Portugal, caso contrário não valeria sector hoteleiro. Está a mudar, mas ainda há secutivo, finalista a pena”. muito por se fazer.” Outro dos desafios apon- do prémio “Melhor Nos planos pretende ficar pelo menos mais tados é a escassez de mão-de-obra qualificada. Gerência de Resort”, cinco anos no Brasil, “não mais mais do que Ainda há poucas universidades focadas na nos prémios VIHP - isso”. “Estarei em busca de novos desafios e Hotelaria e Turismo para colocar profissionais Very Important outras cidades como Salvador, São Paulo ou no mercado e, também, há poucos a quererem Hotel Professional Rio estão na lista das possibilidades”, conclui. seguir carreira em Hotelaria e Turismo. Por último, Miguel aponta como grande desafio Momento mais importante da estada no o valor actual do mercado imobiliário. “Está Brasil impossível para novos hotéis entrarem nas “Houve vários momentos altos e desafiad- grandes cidades como Rio e São Paulo, está a ores - e ainda bem - desde 2009. Posso eleger afastar investimento hoteleiro, simplesmente e dois, o primeiro é a adaptação a uma nova basicamente porque ‘a conta não fecha’, como realidade, foi desafiador conquistar a equipa, aqui se diz”. sendo eu o único estrangeiro. O resultado tem No geral, Miguel Garcia encontra duas grandes sido muito bom. O segundo momento alto foi diferenças na forma de trabalho dos dois mer- a implementação e certificação da ISO 14001. cados. “A informalidade e a outra, que quero Podia eleger outros também importantes e levar comigo para qualquer parte do Globo, a gratificantes, mas este foi sem dúvida algo de amabilidade. Isto é uma dificuldade que nós, muita dedicação, empenho e resultado de um portugueses, temos em manter um ambiente grupo de trabalho formidável”. de trabalho leve, simpático e ao mesmo tempo produtivo. Normalmente e, pela experiência Percurso profissional que tenho, achamos por definição (não con- Até se tornar director-geral do resort Ponta sciente) é que o ambiente de trabalho para ser dos Ganchos, Miguel Garcia foi responsável produtivo tem de ser sério, formal e a simpatia de FB do Tivoli Lisboa. Antes trabalhou só quando aparece. Acredito pouco nisto”. também no departamento de FB do Four Trabalhar num segmento de “luxo” traz de- Seasons Hotel des Bergues. h Julho/Agosto 2012 hotelaria 27 22-36 Management.indd 27 12-07-2012 18:31:48
  • 28. . management / Hoteleiros portugueses espalhados pelo mundo A pressão do mercado americano. Jorge Tito na cadeia Sofitel desde 2005, altura em que dirigia o então Sofitel Vilalara. Daí transitou para o Sofitel Buenos Aires, hotel que dirigiu até ir para Nova Iorque. Texto Carina Monteiro Fotografia D.R. Jorge Tito é director-geral do Sofitel New York, num dos mercados hoteleiros mais competitivos do mundo, o americano. A oportunidade surgiu, candida- tou-se e foi escolhido. Assumiu funções em Agosto de 2010, deixando para trás um cur- rículo invejável, preenchido por funções em hotéis da América do Sul e Portugal. Jorge Tito dirige 284 colaboradores e essa é uma das partes mais desafiantes do seu trab- alho. Se por um lado o mercado americano é “competitivo, dinâmico e maduro”, o reverso da medalha mostra um ambiente laboral com- plexo. “Tenho dentro do hotel 28 delegados sindicais. A criatividade é limitada pela com- plexidade da lei laboral, tudo tem que ser muito mais discutido e analisado, apresentado e depois de aceite por todos os agentes vem a implementação. Uma simples reacção espon- tânea a um pedido de um cliente de última hora (normal na indústria hoteleira) pode ter custos incalculáveis. Um chef de cozinha não entra na cozinha (leia-se fogão) durante o ser- viço, esse não e o seu trabalho”, exemplifica. _ Continuar, ou não, a trabalhar neste merca- Sofitel New do, dependerá, diz, em parte da empresa e da York, sua vontade. “Trabalharei neste mercado até Jorge Tito assumiu ao dia que acharem que sou útil e que, ainda, funções no Sofitel tenho algo para dar. Da minha parte, até que New York em Agosto deixe de sentir a pressão natural que posso de 2010 28 hotelaria Julho/Agosto 2012 22-36 Management.indd 28 12-07-2012 18:31:48