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O rough cut consiste em olhar para todos os planos obtidos, categorizá-los e começar
a escolher quais os planos que queremos usar para começar a “construir” o vídeo
final.
Isto pode ser feito apenas no ambiente de trabalho do Sistema Operativo, mas
softwares de edição como o AVID, Adobe Premiere Pro ou o Final Cut Pro permitem
fazê-lo recorrendo a ferramentas próprias e ainda dando possibilidade de cortar os
clips obtidos.
Quando tiver esta seleção feita terá em mãos algo que se pode chamar “assembly
edit”. Consiste numa seleção final dos planos a usar.
Podemos começar a trabalhar no Picture Lock.
Esta é a fase em que todos os planos já ficam dispostos na ordem final (locked in
place).
Geralmente significa que está pronto para ser entregue aos responsáveis pelos
efeitos sonoros e visuais.
Antes de ser dado com concluido é importante ver e rever a edição com a música
e/ou o voiceover para perceber se tudo “casa” bem.
Se ainda vai inserir cenas inteiramente produzidas em VFX, deve tentar obter
mockups ou versões de baixa qualidade dessas cenas para incluir no Picture Lock para
testar o audio de forma eficaz e não ter surpresas.
Este é o momento de juntar as diferentes pistas de áudio para o vídeo.
Pode ser feito em software de áudio mas também em softwares de vídeo,
dependendo dos softwares e também do grau de complexidade do áudio a utilizar.
Podemos estar a falar de: Diálogo; Efeitos sonoros; Música; Narração / Voice Over
Os voiceover são normalmente gravados separadamente, tipicamente em estúdio ou
num local o mais isolado em termos sonoros quanto possível.
Por muito estranho que pareça isto é uma verdade absoluta:
• Qualidade do áudio contribui para a qualidade do vídeo.
• Poucas coisas tornam um vídeo tão desinteressante como uma fraca qualidade de
áudio.
Se tudo foi feito corretamente até este ponto, fez um storyboard para estes planos e
planeou corretamente o local onde os vai inserir.
Se não o fez, nada está perdido, mas será certamente mais difícil casar tudo e fazer
com que o produto final seja sólido e coerente.
O efeito visual mais comum a utilizar num vídeo é a animação, mas também existe a
utilização de modelos CGI ou 3D e a inserção de objetos ou personagens criados
digitalmente em planos previamente filmados.
Muitas vezes os efeitos visuais de que precisa acabam por ser algo simples como
adicionar um filtro, um fade in ou fade out ou trocar uma cor.
Estes efeitos estão normalmente disponíveis dentro de seja qual for o software que
se utilize.
Se já viu um noticiário, documentário ou entrevista (e espero honestamente que já
tenha visto) então está familiarizado com o lower third.
Trata-se de uma imagem ou plano colocado no terço mais baixo do ecrã.
Estes lower thirds (também conhecidos como oráculos na linguagem dos serviços
noticiosos) são usados para fornecer informação contextual (nome de uma
localização, nome da pessoa, função, etc.)
São pensados para fornecer apenas informação e devem roubar o mínimo de atenção
indispensável.
Muitas vezes o ideal é usar apenas texto e ir direto ao objetivo.
No entanto acaba por ser inevitável que se tente dar um toque único ao lower third
acrescentando algum design e animação.
Deve imperar o bom senso e a ideia de que less is more.
Trata-se do processo de alterar a cor da luz em cada plano, através de filtros digitais,
de forma a que cada plano seja semelhante aos seguintes.
Pode passar por corrigir problemas de exposição ou balanço de brancos.
É importante que todo o vídeo tenha uma fluência neste aspeto e, mais do que
fluência, tenha uma coerência!
Salvo honrosas e muito especiais exceções, queremos que todos os planos sejam o
mais similares possíveis de forma a que nenhum plano individual se destaque.
O objetivo é que seja tão bem feito que ninguém repare que foi feito.
Para concluir, falta apenas adicionar os títulos e os créditos finais.
São utilizados para dar crédito a quem participou na realização do filme.
Se estivermos a falar de um vídeo para uma marca, nesse caso queremos usar
gráficos que promovam a mesma (logos, contactos, redes sociais, “call to action”,
etc…)

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  • 1. O rough cut consiste em olhar para todos os planos obtidos, categorizá-los e começar a escolher quais os planos que queremos usar para começar a “construir” o vídeo final. Isto pode ser feito apenas no ambiente de trabalho do Sistema Operativo, mas softwares de edição como o AVID, Adobe Premiere Pro ou o Final Cut Pro permitem fazê-lo recorrendo a ferramentas próprias e ainda dando possibilidade de cortar os clips obtidos. Quando tiver esta seleção feita terá em mãos algo que se pode chamar “assembly edit”. Consiste numa seleção final dos planos a usar. Podemos começar a trabalhar no Picture Lock.
  • 2. Esta é a fase em que todos os planos já ficam dispostos na ordem final (locked in place). Geralmente significa que está pronto para ser entregue aos responsáveis pelos efeitos sonoros e visuais. Antes de ser dado com concluido é importante ver e rever a edição com a música e/ou o voiceover para perceber se tudo “casa” bem. Se ainda vai inserir cenas inteiramente produzidas em VFX, deve tentar obter mockups ou versões de baixa qualidade dessas cenas para incluir no Picture Lock para testar o audio de forma eficaz e não ter surpresas.
  • 3. Este é o momento de juntar as diferentes pistas de áudio para o vídeo. Pode ser feito em software de áudio mas também em softwares de vídeo, dependendo dos softwares e também do grau de complexidade do áudio a utilizar. Podemos estar a falar de: Diálogo; Efeitos sonoros; Música; Narração / Voice Over Os voiceover são normalmente gravados separadamente, tipicamente em estúdio ou num local o mais isolado em termos sonoros quanto possível. Por muito estranho que pareça isto é uma verdade absoluta: • Qualidade do áudio contribui para a qualidade do vídeo. • Poucas coisas tornam um vídeo tão desinteressante como uma fraca qualidade de áudio.
  • 4. Se tudo foi feito corretamente até este ponto, fez um storyboard para estes planos e planeou corretamente o local onde os vai inserir. Se não o fez, nada está perdido, mas será certamente mais difícil casar tudo e fazer com que o produto final seja sólido e coerente. O efeito visual mais comum a utilizar num vídeo é a animação, mas também existe a utilização de modelos CGI ou 3D e a inserção de objetos ou personagens criados digitalmente em planos previamente filmados. Muitas vezes os efeitos visuais de que precisa acabam por ser algo simples como adicionar um filtro, um fade in ou fade out ou trocar uma cor. Estes efeitos estão normalmente disponíveis dentro de seja qual for o software que se utilize.
  • 5. Se já viu um noticiário, documentário ou entrevista (e espero honestamente que já tenha visto) então está familiarizado com o lower third. Trata-se de uma imagem ou plano colocado no terço mais baixo do ecrã. Estes lower thirds (também conhecidos como oráculos na linguagem dos serviços noticiosos) são usados para fornecer informação contextual (nome de uma localização, nome da pessoa, função, etc.) São pensados para fornecer apenas informação e devem roubar o mínimo de atenção indispensável. Muitas vezes o ideal é usar apenas texto e ir direto ao objetivo. No entanto acaba por ser inevitável que se tente dar um toque único ao lower third acrescentando algum design e animação. Deve imperar o bom senso e a ideia de que less is more.
  • 6. Trata-se do processo de alterar a cor da luz em cada plano, através de filtros digitais, de forma a que cada plano seja semelhante aos seguintes. Pode passar por corrigir problemas de exposição ou balanço de brancos. É importante que todo o vídeo tenha uma fluência neste aspeto e, mais do que fluência, tenha uma coerência! Salvo honrosas e muito especiais exceções, queremos que todos os planos sejam o mais similares possíveis de forma a que nenhum plano individual se destaque. O objetivo é que seja tão bem feito que ninguém repare que foi feito.
  • 7. Para concluir, falta apenas adicionar os títulos e os créditos finais. São utilizados para dar crédito a quem participou na realização do filme. Se estivermos a falar de um vídeo para uma marca, nesse caso queremos usar gráficos que promovam a mesma (logos, contactos, redes sociais, “call to action”, etc…)