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DISCURSO DO ACTO DE LANÇAMENTO DO LIVRO DE BIOLOGIA DO
COMPORTAMENTO
AUTOR: Cristiano Luís Vicente Pires
Universidade Pedagógica, Maputo, 8 de Março de 2017
Saudações e agradecimentos de entrada
Sua Magnificência, digníssimo Reitor da UP, Professor Doutor Jorge Ferrão
Permita-me, Magnífico Reitor, iniciar as minhas palavras endereçando boas-vindas a V.
Magnificência, aos digníssimos convidados que o acompanham e a todos os presentes,
desejando a todos momentos repletos de cultura e de aproximação humana. Que este não
seja apenas mais um acto de produção académica, mas que ele sirva igualmente para
enaltecer a instituição e as pessoas que V. Magnificência dignamente dirige. Que ele sirva
ainda para troca de experiências e valores humanos entre os presentes.
Saúdo com manifesta gratidão a presença de todos, meus amigos, meus estudantes actuais
que até abandonaram aulas, meus estudantes desde os tempos do ISP, de licenciatura,
mestrado e doutoramento, meus familiares, meus colegas docentes e gestores. Muito
obrigado pela vossa presença.
minhas Senhoras e Meus Senhores
Para quem já inaugurou ou lançou qualquer tipo de obra, como seja uma música, um
artefacto qualquer, uma construção, ou mesmo um livro quanto este, e mesmo para quem
tenha acompanhado de perto a sua criação, mesmo não sendo autor, pode vir a ser fácil
penetrar em mim, na minha mente, nos meus sentimentos e no meu coração, para perceber
as alegrias e emoções que me invadem neste momento. Elas são de tal ordem e dimensão
que me roubam as palavras que teria para proferir e em seu lugar liberam às escondidas
lágrimas de manifesta alegria e reconhecida gratidão a todos quantos directa ou
indirectamente colaboraram para que o acto que hoje simbolicamente se celebra fosse
2
possível, desde a concepção e produção intelectuais, até a produção gráfica, reprográfica
e sua disponibilização, hoje, nesta sala, e, amanhã, nas prateleiras das livrarias do nosso
belo Moçambique.
Tudo isto, mais do que envolver pessoas concretas que participaram de modo directo e
indirecto e meios financeiros e materiais, envolveu compreensão, entrega, amor e
compaixão de muitos aqui presentes. Foram necessárias estas e outras virtudes dessas
pessoas, sem o que a obra teria continuado nas gavetas, como acontece com várias obras
minhas e de outros autores.
É a estes todos, nas suas diferentes qualidades de dirigentes, colegas, estudantes,
financiadores, produtores técnicos e utilizadores do livro ainda em produção, que estendo
o meu muito obrigado, dito também na língua dos meus defuntos, Ny ngu bonga, para
que eles estejam também a festejar connosco.
Às Dras. Angelina Comé, Aissa Mithá, Sandra, Inocência e Nádia e ao Professor José
Castiano vai um muito obrigado especial em representação de todas equipas que não se
pouparam aos esforços até a produção final do livro.
O Dr. Juvêncio Nota, meu discípulo e colega, prefaciador deste livro, vai um obrigado
muito particular e votos de sucessos na carreira, sucessos ainda cedo são visíveis.
Saúdo e agradeço, particularmente a esses estudantes, pelos quais venho lutando sem
tréguas pela sua educação íntegra. Deles são representantes alguns dos estimados
convidados presentes nesta sala.
Muito obrigado
Quem acompanhou a história da produção deste livro, as gincanas e vicissitudes dadas
para o seu financiamento, há-de me dar razão ao mencionar estes poucos nomes, ainda
que o seu empenhamento tenha sido em representação dos demais; Mas, o calor
particularmente transmitido por eles e a confiança depositada no produto final são
virtudes meramente individuais. Eles lograram vencer as querelas e o cepticismo típicos
da convivência humana. Com o acto de lançamento deste livro, aumentaram a confiança
e crença nas possibilidades de publicar dentro da instituição. Não é que não se publicasse
antes, mas determinados ramos do saber, como as ciências naturais, encontravam-se a
reboque, sejam quais forem as razões, objectivas ou subjectivas.
3
Minhas senhoras e meus senhores
8 de Março
Como todos tomaram conhecimento, este acto devia ter acontecido no pretérito dia 23 de
Fev. Ora, tal não aconteceu por motivos vários que a comissão organizadora anunciou
antecipadamente, embora pessoalmente julgue que o principal motivo tenha sido
engendrado pelos meus espíritos que quiseram que este acto acontecesse precisamente no
dia 8 de Março. Pois, ao realizar-se neste dia, o seu significado ficaria bastante
enriquecido.
Ele fica enriquecido pelo amor e calor das mulheres que celebram, hoje, ao nível mundial,
o Dia Internacional da Mulher, simbolizando este dia o amor das mães de toda a
humanidade. Assim, ao se fazerem presentes neste acto, as mulheres quiseram transferir
esse amor e o simbolismo de que se carrega o seu dia para este acto do lançamento do
livro. Elas emprestaram-me, por assim dizer, o valor do seu dia para enaltecer o meu, que
seria estritamente restringido ao simples lançamento do livro.
Assim, dedico este livro a toda mulher, e em especial a minha esposa, com amor e carinho.
Por isso digo,
 muito obrigado minha mulher,
 muito obrigado mulheres da UP
 muito obrigado mulheres aqui presentes,
 muito obrigado mulheres de moçambique e
 muito obrigado mulheres de todo o mundo!
Por outro lado, o lançamento do livro nesta data coincide com o dia da forja do Homem
Novo, o 8 de Março proclamado heroicamente pelo saudoso, mas sempre presente,
Presidente Samora Machel.
O 8 de Março foi uma espécie de parto para os Moçambicanos, um parto do qual
emergiram pessoas que nunca tinham existido, mas que viriam a desempenhar um papel
fundamental na revolução Moçambicana, na continuidade da luta pela independência do
pais. Eu sou pessoalmente, e com extremo orgulho, produto dessa forja.
Assim, ao adiar-se para hoje este acto, estava-se a emprestar-se-lhe esta honra de ter sido
lançado no dia 8 de Março.
4
Sobre reforma e laudatório
Completo este ano 39 anos de carreira ao serviço do estado Moçambicano. São
praticamente 40 anos dedicados à causa da educação e da cultura em Moçambique.
Assim, vou reformar com extrema satisfação e sentimento de missão cumprida.
Foram anos caracterizados por todo tipo de acontecimentos, de vivências e emoções,
desde os mais tristes, cujas recordações a pessoa luta em vão por afastar da memória, até
acontecimentos carregados de muita alegria que a pessoa gostaria de reter sempre na
memória, mas que, curiosamente, desvanecem muito rapidamente, passando logicamente
por acontecimentos e vivências que se situam entre os dois extremos e que nos
possibilitam um equilíbrio na nossa personalidade.
O laudatório a que hoje assistimos nesta sala é, pois, o culminar de uma vida profissional
que iniciou em 1978, em Manjacaze, depois de orgulhosamente ter pertencido ao primeiro
movimento nacional de Alfabetização e Educação de Adultos – refiro-me à 1ª. Campanha
Nacional de AEA de 1976, de onde certamente terá nascido a motivação mais forte que
mais tarde terá facilitado a minha adesão ao professorado do 8 de Março.
Hoje, volvido este tempo, culmino a minha carreira com o lançamento deste livro, mais
uma razão para regozijo. O livro funciona assim como certificado de saída airosa.
Por isso, e de novo, o meu muito obrigado.
Motivação, Génese e História do livro
Existe uma variedade de motivações que me impulsionaram a escrever este livro. Uma
delas prende-se certamente com a vontade pessoal de divulgar esta área científica,
tornando-a mais conhecida no país e, mais concretamente, no seio dos cientistas e
académicos do pais, por julgar que ela é pouco conhecida e os que a conhecem conhecem-
na sob o rótulo antigo de Comportamento Animal ou Etologia.
A Etologia, ou Ciência do Comportamento Animal, como queiramos chamar, está aquém
da Biologia do Comportamento, uma vez que o seu questionamento se reduz ao fenómeno
do comportamento em si. Portanto, ela move-se ao nível fenomenológico. A BC, mais do
que análise do comportamento em si, busca compreender a génese e evolução, assim
como a função do comportamento.
5
A segunda grande motivação para publicar este livro relaciona-se com a constatação de
que esta disciplina não possui literatura adequada no pais, socorrendo-se os estudantes e
docentes de disciplinas afins, tais como Ecologia, Zootecnia, Maneio de Fauna, Zoologia
Especial, etc. Portanto, socorre-se de disciplinas biológicas cuja base epistemológica e,
consequentemente, metodológica não satisfaz a BC, embora lhe sejam totalmente
complementares.
A terceira motivação relaciona-se com a necessidade que qualquer académico tem de se
perpetuar no tempo, funcionando o livro como uma espécie de genes que se replicarão ao
longo dos anos e as gerações vindouras terão obra referencial para se lembrarem de nós.
Julgo ser esta uma motivação egoísta, contudo nobre.
É interessante do ponto de vista comportamental encontrar um egoísmo aliado ao
altruísmo, quando a educação que tivemos nos obriga a uma destrinça clara e categórica
entre o altruísmo e o egoísmo. Da mesma maneira que o livro consubstancia o meu
egoísmo, portanto é matéria existencial, ele é expressão clara do altruísmo dirigido
primariamente aos meus alunos e à sociedade em geral.
Gostaria de enfatizar muito em particular este último aspecto. De facto, a necessidade de
escrever deve se constituir como motivação primária para os académicos. Não apenas
pela razão de sua própria existência como académicos, mas sobretudo pela necessidade
que há de cultivar o hábito de leitura entre os Moçambicanos e entre a juventude, mais
particularmente. Para o efeito, necessitamos de aumentar o número de publicações para
que o livro seja mais acessível às camadas mais desfavorecidas. Igualmente, impera a
necessidade de diversificação do que escrevemos, devendo no deter mais em áreas que
ajudam o cidadão a perceber o mundo que o rodeia e a tirar melhor proveito dele. Falo
particularmente da educação cívica, educação ambiental, educação energética, economia,
desde que o que escrevemos seja intelectualmente acessível à maioria dos Moçambicanos.
Minhas senhoras e meus senhores,
É neste contexto que pessoalmente estou a preparar uma série de educação ambiental em
banda-desenhada para crianças da faixa dos 5 aos 12 anos de idade. Vou dedicar uma
atenção particular à gestão do dos resíduos sólidos domésticos, à qualidade do ambiente,
à saúde pública, à protecção da biodiversidade e aos impactos ambientais das nossas
actividades socioeconómicas. É minha percepção que através deste tipo de literatura
6
conseguiremos educar a criança para cuidar conscientemente do ambiente, afinal, é de
pequeno que se torce o pepino.
Será desajustado no tempo e pouco estratégico esperar pelas condições optimais para a
produção e publicação, tendo em conta as condições reais do país e as inúmeras
necessidades de ordem primária que nos roubam a atenção e os meios materiais.
Pretendo, assim, enfatizar que os intelectuais devem produzir bibliografia nacional para
consumo nacional.
O livro deve ser encarado como factor de desenvolvimento, como meio de produção,
como dinamizador da cultura, no seu todo, e da ciência e tecnologia, em particular. De
contrário, não lograremos alcançar os níveis de desenvolvimento cultural de outros países
que nos levariam a ombrear com outros países no contexto cultural universal a caminho
da irreversível e sufocante globalização. Nós, hoje, andamos apenas a reboque das outras
nações.
Com este ponto, provavelmente esteja a tocar um dos pontos paradigmáticos que deverão
caracterizar hoje a viragem intelectual e, consequentemente, cultural de Moçambique,
nomeadamente a necessidade imperiosa de se inculcar nas crianças, já a partir da pré-
escola e do primário o gosto pela leitura. Ler um livro deverá transformar-se numa
necessidade primária da nossa criança, tal como ela hoje precisa de crédito para aceder
ao facebook, ou do game para jogar os bonecos computarizados. A necessidade de leitura
deverá sobrepor-se à estas duas, uma vez que o domínio destas pressupõe a leitura.
O que pretendo realçar, no fundo, é que Moçambique deverá desencadear uma nova
revolução, nomeadamente a revolução cultural que, além do que explanei acima, vai
abranger outros aspectos da cultura humana. Esta revolução cultural deverá ser vista como
continuidade da nossa revolução e não como rotura ou a ela contraposta.
O que eu escrevi e para quem escrevi?
Minhas senhoras e meus senhores,
Vasculhando o meu blog constato que a preocupação predominante relativamente ao livro
prende-se com as seguintes duas perguntas indissociáveis entre si: qual é o conteúdo do
livro e a quem ele pode interessar?
7
Eu escrevi um livro de BC que, como tal, deveria interessar, em primeiro lugar aos
biólogos.
Para mim, porém, e de modo categórico, cabe a cada bom leitor saber o que quer de uma
obra, ou, não sabendo a priori o que quer, no mínimo ele saberá retirar da obra o que ela
tem de proveitoso. Esta é, a meu ver, a razão que leva qualquer leitor assíduo a conhecer
obras literárias diversas, mesmo fora do seu domínio científico ou de interesse cultural.
Falando em termos de Biologia do Comportamento, diria que a motivação primária do
leitor é a própria leitura.
A BC, como disciplina, tem um carácter universal e transversal, congregando interesses
das mais variadas áreas do saber, desde a educação, a psicologia, a própria biologia, a
evolução, a ecologia e ciências do ambiente, a antropologia, a sociologia, ciências do
desporto e da cultura física, a medicina, a linguística, mais no sentido de estudos da
prosódia linguística nas fases críticas do desenvolvimento ontogenético da criança.
Conteúdos do livro e pesquisa e o nosso dia-a-dia
Minhas senhoras e meus senhores
Ao folhear este livro, o leitor depressa se apercebe que ele faz tanto uma abordagem
teórica universal do comportamento animal, como também se dedica à nossa prática
investigativa, onde maior ênfase vai para os resultados do nosso quotidiano dentro dos
diferentes programas e projectos de investigação, tanto para a graduação, como para a
pós-graduação, na UP e fora da UP e do país.
Trata-se de pesquisas comportamentais complexas que abarcam simultaneamente os
domínios de:
 Etoecologia, que se ocupa com a adaptação recíproca comportamento-ambiente;
 Cronobiologia, preocupada com padrões e estruturas de tempo na organização do
comportamento do indivíduo;
 Etologia clássica, que se debruça dom a descrição experimental dos elementos
comportamentais e
8
 Sociobiologia, que tem como objecto a organização, estrutura e funções dos
grupos sociais, onde maior ênfase vai para a relação mãe-filho dentro dos cuidados
com a prole, tanto em animais como em humanos.
Ultimamente dedicamo-nos a estudos da Sexualidade e Comportamentos sexuais dos
Moçambicanos, cujos resultados não puderam ser incorporados nesta edição. Nesta
pesquisa interessa-nos realizar um debate inter com a Filosofia, Ética, Moral, Biologia,
Psicologia, Educação e Direito, tendo como base a questão da emancipação da mulher, o
género, as relações socioculturais, incluindo os sistemas de acasalamento e relações
económicas na tríade homem-mulher-criança (incluindo a questão da violência
doméstica).
É justa a pergunta que muitos poderão colocar-se, agora, ou no decurso da leitura do livro:
afinal, para quê nos servem as temáticas discutidas neste livro pelo autor?
Permitam-me neste contexto colocar respostas-perguntas que julgo serem mais
elucidativas do que pretendo dizer:
 No domínio da Sociobiologia
o Porque evoluíram os diferentes tipos de acasalamento: monogamia,
poligamia e promiscuidade? Qual é a nossa herança biológica, apesar das
modificações trazidas pela evolução cultural?
o Porque alguns animais vivem em sociedades e outros não? Existem
analogias entre formações sociais animais e humanas?
o Porquê animais roubam alimento e sob que constelações ambientais é
oportuno eles roubarem alimento dos outros?
o Qual é a vantagem do infanticídio observado em vários grupos de
mamíferos, caracterizado pela eliminação dos filhotes do outro macho que
estejam ainda na amamentação?
o Onde estão as raízes da nossa evolução cultural e a partir de que grupo
animal podemos encontrar o marco evolutivo que determinou a nossa
evolução cultural?
o Como é que os animais evitam o incesto? Como é que nós os humanos o
evitamos?
o Porquê somos todos egoístas, incluindo o pregador da religião na igreja?
9
 No domínio da Etoecologia
o Quem não se interessa pela questão, como poupar no máximo os gastos
energéticos e materiais no que fazemos no dia-a-dia e como maximizar os
ganhos?
o Porquê o camaleão move-se lentamente quando seus predadores são
hábeis e velozes?
o Porquê o cuco rouba ninho de outras aves? Porque distribui seus ovos, um
por um, pelos ninhos roubados?
o Porquê alguns animais constroem armadilha e esperam pela presa,
enquanto outros caçam activamente sem armadilha e outros há ainda, tanto
constroem como caçam activamente, situando-se deste modo entre os dois
extremos?
 No domínio da Cronobiologia
o Porquê o médico não opera a qualquer altura do dia determinadas doenças,
ou, porque ele nos prescreve remédios que se tomam a determinadas horas
do dia?
o Porquê alguns dormem mais cedo e outros mais tarde, consequentemente,
porquê nos sentimos predispostos e outros não para o trabalho a
determinadas horas do dia?
o Porquê aves europeias vêm desovar na Catembe e Inhaca a determinadas
alturas do ano e, com exactidão de um relógio, calculam o momento de
voltarem para Europa sem se refractarem localizam o ponto de partida?
o Porquê o bebé mama desorganizadamente no início da vida extra ventral
e, mais tarde, toma o ritmo das refeições de um adulto?
Se procurarmos responder a estas e outras questões, então descobriremos a utilidade
prática e científica deste livro.
No contexto de estudos cronobiológicos a FCNM concebeu um Centro de Investigação
em Cronobiologia Aplicada que se preocupa com a relação entre a Cronobiologia do
indivíduo e o seu rendimento escolar e laboral, incluindo rendimento desportivo. Na
evolução deste centro, poderemos incluir pesquisas da Cronobiologia médica e
farmacêutica e agrícola.
10
Da mesma maneira, poderei incorporar na reedição do livro resultados dos estudos
etoecológicos e cronobiológicos que estou a liderar com um grupo de estudos de
graduação, mestrado e doutoramento no PNL relativos à grande questão: Qual é a
dinâmica comportamental dos vertebrados do parque?
Fim
Como se pode ver, não estamos perante um monstro de disciplina. É uma disciplina
prática e muito relacionada com o dia-a-dia de cada um.
A terminar, gostaria de explicitamente dizer que, valorizo as pessoas que puderam estar
aqui hoje. Que saíram do conforto de suas casas e dos seus gabinetes e vieram prestigiar
este evento. Agradecemos muito.
Eu espero que vocês gostem do livro. Tenham certeza de que o livro foi escrito com muita
paixão, com muita vontade de escrever um livro à altura de todos, cientistas e não
cientistas.
Asseguro-vos que a maior compensação para mim será ver os estudantes a utilizá-lo para
as aulas e para a pesquisa, e mesmo como livro de leitura normal, uma vez que é também
muito informativo.
Muito obrigado

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Discurso de lancamento final 8 de marco

  • 1. 1 DISCURSO DO ACTO DE LANÇAMENTO DO LIVRO DE BIOLOGIA DO COMPORTAMENTO AUTOR: Cristiano Luís Vicente Pires Universidade Pedagógica, Maputo, 8 de Março de 2017 Saudações e agradecimentos de entrada Sua Magnificência, digníssimo Reitor da UP, Professor Doutor Jorge Ferrão Permita-me, Magnífico Reitor, iniciar as minhas palavras endereçando boas-vindas a V. Magnificência, aos digníssimos convidados que o acompanham e a todos os presentes, desejando a todos momentos repletos de cultura e de aproximação humana. Que este não seja apenas mais um acto de produção académica, mas que ele sirva igualmente para enaltecer a instituição e as pessoas que V. Magnificência dignamente dirige. Que ele sirva ainda para troca de experiências e valores humanos entre os presentes. Saúdo com manifesta gratidão a presença de todos, meus amigos, meus estudantes actuais que até abandonaram aulas, meus estudantes desde os tempos do ISP, de licenciatura, mestrado e doutoramento, meus familiares, meus colegas docentes e gestores. Muito obrigado pela vossa presença. minhas Senhoras e Meus Senhores Para quem já inaugurou ou lançou qualquer tipo de obra, como seja uma música, um artefacto qualquer, uma construção, ou mesmo um livro quanto este, e mesmo para quem tenha acompanhado de perto a sua criação, mesmo não sendo autor, pode vir a ser fácil penetrar em mim, na minha mente, nos meus sentimentos e no meu coração, para perceber as alegrias e emoções que me invadem neste momento. Elas são de tal ordem e dimensão que me roubam as palavras que teria para proferir e em seu lugar liberam às escondidas lágrimas de manifesta alegria e reconhecida gratidão a todos quantos directa ou indirectamente colaboraram para que o acto que hoje simbolicamente se celebra fosse
  • 2. 2 possível, desde a concepção e produção intelectuais, até a produção gráfica, reprográfica e sua disponibilização, hoje, nesta sala, e, amanhã, nas prateleiras das livrarias do nosso belo Moçambique. Tudo isto, mais do que envolver pessoas concretas que participaram de modo directo e indirecto e meios financeiros e materiais, envolveu compreensão, entrega, amor e compaixão de muitos aqui presentes. Foram necessárias estas e outras virtudes dessas pessoas, sem o que a obra teria continuado nas gavetas, como acontece com várias obras minhas e de outros autores. É a estes todos, nas suas diferentes qualidades de dirigentes, colegas, estudantes, financiadores, produtores técnicos e utilizadores do livro ainda em produção, que estendo o meu muito obrigado, dito também na língua dos meus defuntos, Ny ngu bonga, para que eles estejam também a festejar connosco. Às Dras. Angelina Comé, Aissa Mithá, Sandra, Inocência e Nádia e ao Professor José Castiano vai um muito obrigado especial em representação de todas equipas que não se pouparam aos esforços até a produção final do livro. O Dr. Juvêncio Nota, meu discípulo e colega, prefaciador deste livro, vai um obrigado muito particular e votos de sucessos na carreira, sucessos ainda cedo são visíveis. Saúdo e agradeço, particularmente a esses estudantes, pelos quais venho lutando sem tréguas pela sua educação íntegra. Deles são representantes alguns dos estimados convidados presentes nesta sala. Muito obrigado Quem acompanhou a história da produção deste livro, as gincanas e vicissitudes dadas para o seu financiamento, há-de me dar razão ao mencionar estes poucos nomes, ainda que o seu empenhamento tenha sido em representação dos demais; Mas, o calor particularmente transmitido por eles e a confiança depositada no produto final são virtudes meramente individuais. Eles lograram vencer as querelas e o cepticismo típicos da convivência humana. Com o acto de lançamento deste livro, aumentaram a confiança e crença nas possibilidades de publicar dentro da instituição. Não é que não se publicasse antes, mas determinados ramos do saber, como as ciências naturais, encontravam-se a reboque, sejam quais forem as razões, objectivas ou subjectivas.
  • 3. 3 Minhas senhoras e meus senhores 8 de Março Como todos tomaram conhecimento, este acto devia ter acontecido no pretérito dia 23 de Fev. Ora, tal não aconteceu por motivos vários que a comissão organizadora anunciou antecipadamente, embora pessoalmente julgue que o principal motivo tenha sido engendrado pelos meus espíritos que quiseram que este acto acontecesse precisamente no dia 8 de Março. Pois, ao realizar-se neste dia, o seu significado ficaria bastante enriquecido. Ele fica enriquecido pelo amor e calor das mulheres que celebram, hoje, ao nível mundial, o Dia Internacional da Mulher, simbolizando este dia o amor das mães de toda a humanidade. Assim, ao se fazerem presentes neste acto, as mulheres quiseram transferir esse amor e o simbolismo de que se carrega o seu dia para este acto do lançamento do livro. Elas emprestaram-me, por assim dizer, o valor do seu dia para enaltecer o meu, que seria estritamente restringido ao simples lançamento do livro. Assim, dedico este livro a toda mulher, e em especial a minha esposa, com amor e carinho. Por isso digo,  muito obrigado minha mulher,  muito obrigado mulheres da UP  muito obrigado mulheres aqui presentes,  muito obrigado mulheres de moçambique e  muito obrigado mulheres de todo o mundo! Por outro lado, o lançamento do livro nesta data coincide com o dia da forja do Homem Novo, o 8 de Março proclamado heroicamente pelo saudoso, mas sempre presente, Presidente Samora Machel. O 8 de Março foi uma espécie de parto para os Moçambicanos, um parto do qual emergiram pessoas que nunca tinham existido, mas que viriam a desempenhar um papel fundamental na revolução Moçambicana, na continuidade da luta pela independência do pais. Eu sou pessoalmente, e com extremo orgulho, produto dessa forja. Assim, ao adiar-se para hoje este acto, estava-se a emprestar-se-lhe esta honra de ter sido lançado no dia 8 de Março.
  • 4. 4 Sobre reforma e laudatório Completo este ano 39 anos de carreira ao serviço do estado Moçambicano. São praticamente 40 anos dedicados à causa da educação e da cultura em Moçambique. Assim, vou reformar com extrema satisfação e sentimento de missão cumprida. Foram anos caracterizados por todo tipo de acontecimentos, de vivências e emoções, desde os mais tristes, cujas recordações a pessoa luta em vão por afastar da memória, até acontecimentos carregados de muita alegria que a pessoa gostaria de reter sempre na memória, mas que, curiosamente, desvanecem muito rapidamente, passando logicamente por acontecimentos e vivências que se situam entre os dois extremos e que nos possibilitam um equilíbrio na nossa personalidade. O laudatório a que hoje assistimos nesta sala é, pois, o culminar de uma vida profissional que iniciou em 1978, em Manjacaze, depois de orgulhosamente ter pertencido ao primeiro movimento nacional de Alfabetização e Educação de Adultos – refiro-me à 1ª. Campanha Nacional de AEA de 1976, de onde certamente terá nascido a motivação mais forte que mais tarde terá facilitado a minha adesão ao professorado do 8 de Março. Hoje, volvido este tempo, culmino a minha carreira com o lançamento deste livro, mais uma razão para regozijo. O livro funciona assim como certificado de saída airosa. Por isso, e de novo, o meu muito obrigado. Motivação, Génese e História do livro Existe uma variedade de motivações que me impulsionaram a escrever este livro. Uma delas prende-se certamente com a vontade pessoal de divulgar esta área científica, tornando-a mais conhecida no país e, mais concretamente, no seio dos cientistas e académicos do pais, por julgar que ela é pouco conhecida e os que a conhecem conhecem- na sob o rótulo antigo de Comportamento Animal ou Etologia. A Etologia, ou Ciência do Comportamento Animal, como queiramos chamar, está aquém da Biologia do Comportamento, uma vez que o seu questionamento se reduz ao fenómeno do comportamento em si. Portanto, ela move-se ao nível fenomenológico. A BC, mais do que análise do comportamento em si, busca compreender a génese e evolução, assim como a função do comportamento.
  • 5. 5 A segunda grande motivação para publicar este livro relaciona-se com a constatação de que esta disciplina não possui literatura adequada no pais, socorrendo-se os estudantes e docentes de disciplinas afins, tais como Ecologia, Zootecnia, Maneio de Fauna, Zoologia Especial, etc. Portanto, socorre-se de disciplinas biológicas cuja base epistemológica e, consequentemente, metodológica não satisfaz a BC, embora lhe sejam totalmente complementares. A terceira motivação relaciona-se com a necessidade que qualquer académico tem de se perpetuar no tempo, funcionando o livro como uma espécie de genes que se replicarão ao longo dos anos e as gerações vindouras terão obra referencial para se lembrarem de nós. Julgo ser esta uma motivação egoísta, contudo nobre. É interessante do ponto de vista comportamental encontrar um egoísmo aliado ao altruísmo, quando a educação que tivemos nos obriga a uma destrinça clara e categórica entre o altruísmo e o egoísmo. Da mesma maneira que o livro consubstancia o meu egoísmo, portanto é matéria existencial, ele é expressão clara do altruísmo dirigido primariamente aos meus alunos e à sociedade em geral. Gostaria de enfatizar muito em particular este último aspecto. De facto, a necessidade de escrever deve se constituir como motivação primária para os académicos. Não apenas pela razão de sua própria existência como académicos, mas sobretudo pela necessidade que há de cultivar o hábito de leitura entre os Moçambicanos e entre a juventude, mais particularmente. Para o efeito, necessitamos de aumentar o número de publicações para que o livro seja mais acessível às camadas mais desfavorecidas. Igualmente, impera a necessidade de diversificação do que escrevemos, devendo no deter mais em áreas que ajudam o cidadão a perceber o mundo que o rodeia e a tirar melhor proveito dele. Falo particularmente da educação cívica, educação ambiental, educação energética, economia, desde que o que escrevemos seja intelectualmente acessível à maioria dos Moçambicanos. Minhas senhoras e meus senhores, É neste contexto que pessoalmente estou a preparar uma série de educação ambiental em banda-desenhada para crianças da faixa dos 5 aos 12 anos de idade. Vou dedicar uma atenção particular à gestão do dos resíduos sólidos domésticos, à qualidade do ambiente, à saúde pública, à protecção da biodiversidade e aos impactos ambientais das nossas actividades socioeconómicas. É minha percepção que através deste tipo de literatura
  • 6. 6 conseguiremos educar a criança para cuidar conscientemente do ambiente, afinal, é de pequeno que se torce o pepino. Será desajustado no tempo e pouco estratégico esperar pelas condições optimais para a produção e publicação, tendo em conta as condições reais do país e as inúmeras necessidades de ordem primária que nos roubam a atenção e os meios materiais. Pretendo, assim, enfatizar que os intelectuais devem produzir bibliografia nacional para consumo nacional. O livro deve ser encarado como factor de desenvolvimento, como meio de produção, como dinamizador da cultura, no seu todo, e da ciência e tecnologia, em particular. De contrário, não lograremos alcançar os níveis de desenvolvimento cultural de outros países que nos levariam a ombrear com outros países no contexto cultural universal a caminho da irreversível e sufocante globalização. Nós, hoje, andamos apenas a reboque das outras nações. Com este ponto, provavelmente esteja a tocar um dos pontos paradigmáticos que deverão caracterizar hoje a viragem intelectual e, consequentemente, cultural de Moçambique, nomeadamente a necessidade imperiosa de se inculcar nas crianças, já a partir da pré- escola e do primário o gosto pela leitura. Ler um livro deverá transformar-se numa necessidade primária da nossa criança, tal como ela hoje precisa de crédito para aceder ao facebook, ou do game para jogar os bonecos computarizados. A necessidade de leitura deverá sobrepor-se à estas duas, uma vez que o domínio destas pressupõe a leitura. O que pretendo realçar, no fundo, é que Moçambique deverá desencadear uma nova revolução, nomeadamente a revolução cultural que, além do que explanei acima, vai abranger outros aspectos da cultura humana. Esta revolução cultural deverá ser vista como continuidade da nossa revolução e não como rotura ou a ela contraposta. O que eu escrevi e para quem escrevi? Minhas senhoras e meus senhores, Vasculhando o meu blog constato que a preocupação predominante relativamente ao livro prende-se com as seguintes duas perguntas indissociáveis entre si: qual é o conteúdo do livro e a quem ele pode interessar?
  • 7. 7 Eu escrevi um livro de BC que, como tal, deveria interessar, em primeiro lugar aos biólogos. Para mim, porém, e de modo categórico, cabe a cada bom leitor saber o que quer de uma obra, ou, não sabendo a priori o que quer, no mínimo ele saberá retirar da obra o que ela tem de proveitoso. Esta é, a meu ver, a razão que leva qualquer leitor assíduo a conhecer obras literárias diversas, mesmo fora do seu domínio científico ou de interesse cultural. Falando em termos de Biologia do Comportamento, diria que a motivação primária do leitor é a própria leitura. A BC, como disciplina, tem um carácter universal e transversal, congregando interesses das mais variadas áreas do saber, desde a educação, a psicologia, a própria biologia, a evolução, a ecologia e ciências do ambiente, a antropologia, a sociologia, ciências do desporto e da cultura física, a medicina, a linguística, mais no sentido de estudos da prosódia linguística nas fases críticas do desenvolvimento ontogenético da criança. Conteúdos do livro e pesquisa e o nosso dia-a-dia Minhas senhoras e meus senhores Ao folhear este livro, o leitor depressa se apercebe que ele faz tanto uma abordagem teórica universal do comportamento animal, como também se dedica à nossa prática investigativa, onde maior ênfase vai para os resultados do nosso quotidiano dentro dos diferentes programas e projectos de investigação, tanto para a graduação, como para a pós-graduação, na UP e fora da UP e do país. Trata-se de pesquisas comportamentais complexas que abarcam simultaneamente os domínios de:  Etoecologia, que se ocupa com a adaptação recíproca comportamento-ambiente;  Cronobiologia, preocupada com padrões e estruturas de tempo na organização do comportamento do indivíduo;  Etologia clássica, que se debruça dom a descrição experimental dos elementos comportamentais e
  • 8. 8  Sociobiologia, que tem como objecto a organização, estrutura e funções dos grupos sociais, onde maior ênfase vai para a relação mãe-filho dentro dos cuidados com a prole, tanto em animais como em humanos. Ultimamente dedicamo-nos a estudos da Sexualidade e Comportamentos sexuais dos Moçambicanos, cujos resultados não puderam ser incorporados nesta edição. Nesta pesquisa interessa-nos realizar um debate inter com a Filosofia, Ética, Moral, Biologia, Psicologia, Educação e Direito, tendo como base a questão da emancipação da mulher, o género, as relações socioculturais, incluindo os sistemas de acasalamento e relações económicas na tríade homem-mulher-criança (incluindo a questão da violência doméstica). É justa a pergunta que muitos poderão colocar-se, agora, ou no decurso da leitura do livro: afinal, para quê nos servem as temáticas discutidas neste livro pelo autor? Permitam-me neste contexto colocar respostas-perguntas que julgo serem mais elucidativas do que pretendo dizer:  No domínio da Sociobiologia o Porque evoluíram os diferentes tipos de acasalamento: monogamia, poligamia e promiscuidade? Qual é a nossa herança biológica, apesar das modificações trazidas pela evolução cultural? o Porque alguns animais vivem em sociedades e outros não? Existem analogias entre formações sociais animais e humanas? o Porquê animais roubam alimento e sob que constelações ambientais é oportuno eles roubarem alimento dos outros? o Qual é a vantagem do infanticídio observado em vários grupos de mamíferos, caracterizado pela eliminação dos filhotes do outro macho que estejam ainda na amamentação? o Onde estão as raízes da nossa evolução cultural e a partir de que grupo animal podemos encontrar o marco evolutivo que determinou a nossa evolução cultural? o Como é que os animais evitam o incesto? Como é que nós os humanos o evitamos? o Porquê somos todos egoístas, incluindo o pregador da religião na igreja?
  • 9. 9  No domínio da Etoecologia o Quem não se interessa pela questão, como poupar no máximo os gastos energéticos e materiais no que fazemos no dia-a-dia e como maximizar os ganhos? o Porquê o camaleão move-se lentamente quando seus predadores são hábeis e velozes? o Porquê o cuco rouba ninho de outras aves? Porque distribui seus ovos, um por um, pelos ninhos roubados? o Porquê alguns animais constroem armadilha e esperam pela presa, enquanto outros caçam activamente sem armadilha e outros há ainda, tanto constroem como caçam activamente, situando-se deste modo entre os dois extremos?  No domínio da Cronobiologia o Porquê o médico não opera a qualquer altura do dia determinadas doenças, ou, porque ele nos prescreve remédios que se tomam a determinadas horas do dia? o Porquê alguns dormem mais cedo e outros mais tarde, consequentemente, porquê nos sentimos predispostos e outros não para o trabalho a determinadas horas do dia? o Porquê aves europeias vêm desovar na Catembe e Inhaca a determinadas alturas do ano e, com exactidão de um relógio, calculam o momento de voltarem para Europa sem se refractarem localizam o ponto de partida? o Porquê o bebé mama desorganizadamente no início da vida extra ventral e, mais tarde, toma o ritmo das refeições de um adulto? Se procurarmos responder a estas e outras questões, então descobriremos a utilidade prática e científica deste livro. No contexto de estudos cronobiológicos a FCNM concebeu um Centro de Investigação em Cronobiologia Aplicada que se preocupa com a relação entre a Cronobiologia do indivíduo e o seu rendimento escolar e laboral, incluindo rendimento desportivo. Na evolução deste centro, poderemos incluir pesquisas da Cronobiologia médica e farmacêutica e agrícola.
  • 10. 10 Da mesma maneira, poderei incorporar na reedição do livro resultados dos estudos etoecológicos e cronobiológicos que estou a liderar com um grupo de estudos de graduação, mestrado e doutoramento no PNL relativos à grande questão: Qual é a dinâmica comportamental dos vertebrados do parque? Fim Como se pode ver, não estamos perante um monstro de disciplina. É uma disciplina prática e muito relacionada com o dia-a-dia de cada um. A terminar, gostaria de explicitamente dizer que, valorizo as pessoas que puderam estar aqui hoje. Que saíram do conforto de suas casas e dos seus gabinetes e vieram prestigiar este evento. Agradecemos muito. Eu espero que vocês gostem do livro. Tenham certeza de que o livro foi escrito com muita paixão, com muita vontade de escrever um livro à altura de todos, cientistas e não cientistas. Asseguro-vos que a maior compensação para mim será ver os estudantes a utilizá-lo para as aulas e para a pesquisa, e mesmo como livro de leitura normal, uma vez que é também muito informativo. Muito obrigado