Tribos urbanas (Headbangers) são fãs do heavy metal que se identificam através de estilos visuais e musicais específicos, como cabelos compridos, roupas pretas e acessórios de metal. Eles se organizam principalmente em shows de heavy metal para compartilhar a paixão pela música através de danças e simbologias características. Diferentes vertentes do heavy metal, como black metal e viking metal, possuem ideologias e símbolos próprios que representam os ideais de cada tribo.
1. Trabalho
de
sociologia
Nomes:Aaron,Bruna K.,Ester M,Larissa Silva
Ano: 3º A
Prof º : Alvaro Data:05/07/2013
Tema: Tribos urbanas(Headbangers)
Tribos urbanas : Headbangers
Headbanger ou metalhead é o um termo usado para designar um fã do estilo musical
heavy metal ou qualquer de suas variantes. Também são designados metaleiros, termo
que se refere especificamente à mesma tribo urbana, mas é considerado pejorativo por
alguns headbangers. Isso se deve a ter sido o termo utilizado pela Rede Globo para
designá-los à época do festival de bandas Rock in Rio I, em 1985, sem conhecimento
2. algum sobre o cenário internacional do estilo.
O termo headbanger refere-se também àqueles que dançam headbanging (balançando,
sacudindo a cabeça).
O visual chamado de old school (velha guarda, em uma tradução mais aberta) é composto
de jaqueta jeans, camiseta preta de banda ou não, calça jeans, acessórios "opcionais"
como cinto, braceletes e pulseiras e tênis alto, geralmente preto. Em épocas de clima frio,
jaquetas de couro também fazem parte do visual.
Rob Halford, da banda de heavy metal "Judas Priest" inventou um visual fetichista para
os heavy metalheads. Antes disso pode se observar que o visual adotado era um visual
Hippie. Halford viu que Hippies nada tinham a ver com o heavy metal, e inspirado pelas
casas noturnas inglesas, e vendo a polêmica que o heavy metal criara, aproveitou ainda
para botar mais lenha no fogo, adotando esse visual fetichista.
Muitos Headbangers adotaram partes do visual fetichista de Rob Halford, como:
correntes, spikes, gargantilhas, cintos de pirâmides etc.; pois este dão uma certa
agressividade ao visual.
Os Coturnos são muito populares entre os Headbangers. Assim como o cinto de bullets
(balas) e a calça camuflada, os coturnos (nunca botas) remetem ao militarismo, sua força,
e sua agressividade, tento como principal significado a luta pelos seus ideais.
A cor preta é adotada pelos Metalheads/Headbangers por ser a cor representante da
ira e da inconformação, diferentemente de outros estilos undergrounds, como Punks,
Góticos, Skinheads etc. que adotam o preto por ter outros significados.
Os Bangers (Headbangers/Metalheads) lutam por ideais referentes a cada vertente do
metal.
Os Black Metalheads, por exemplo, lutam em geral pelo anti-cristianismo, pelo
satanismo, alguns pelo niilismo, entre outros ideais na sua maioria pessoais, ou ideias
diferentes adotados por certas bandas diferentes.
Já os Viking Metalheads lutam - entre outras coisas - pela queda do cristianismo,
ascenção dos deuses vikings, etc.
Os Thrashers lutam por uma sociedade mais justa e tambem contra as farsas da igreja.
Têm uma ideologia muito similar a dos Punks.
Existem além dessas vertentes citadas acima muitas outras, como:
• Doom metal;
• Folk metal;
• Groove metal;
• Power metal;
• Prog metal;
3. • Speed metal;
• Gothic metal;
• Alternative metal;
• Grindcore;
• Industrial metal;
• Metalcore;
• Neo classical metal;
• Nu metal;
• Stoner metal;
• Symphonic metal, etc.
Origem do termo Headbanger
Não há consistência que o Termo "Headbanger" tenha se originado de fãs do Black
Sabbath e de Ozzy Osbourne. Mas a verdade é que em fins da década de sessenta e inicio
de setenta bandas como Black Sabbath, Deep Purple, Uriah Heep, Grand Funk Railroad
usavam o blues "shuffle" como base de muitas de suas músicas.Junto a este ritmo
alucinante e pesado, ele fazia com que os fãs balançassem suas cabeças frenéticamente.
Segundo os guitarristas do Status Quo, Rick Partiff e Francis Rossi, muitos dos
apreciadores do rock underground da época em pubs da inglaterra nas cidades de
Birmingham e Londres, já realizavam este tipo de dança das cabeças ouvindo soul music.
Eles próprios quando decidiram adotar um estilo de rock mais underground e frequentar
estes pubs, perceberam como os roqueiros deste recintos agiam e decidiram fazer o
mesmo no palco. Automaticamente bandas como Black Sabbath, Deep Purple, Uriah
Heep, por frequentarem os mesmos locais também começaram a adotar o mesmo tipo de
atitude no palco. Bill Ward ex-baterista do Black Sabbath comenta em um video de Ozzy
Osbourne que este estilo de atitude fora crucial para o sucesso do Black Sabbath em
terras americanas.
Então foi o movimento destas bandas apoiadas por apreciadores e fãs da época que fez
existirem Headbangers. Mas na verdade os mesmos somente foram denominados desta
maneira a partir do surgimento da NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal) um
movimento criado pela Revista de Rock inglesa "SOUNDS", que deu suporte para
bandas da época como Iron Maiden, Saxon, Angelwitch, Samsom, Tygers Of Pan Tang
entre outras.
Conclusão
Do ponto de vista estético, os headbangers, de uma forma geral, se vestem de preto,
possuem cabelos compridos e utilizam utensílios ou acessórios que são incorporados à
vestimenta (correntes, braceletes, pulseiras, bota etc.). Em suas roupas há diversos
arquétipos e simbologias próprias, que foram criadas justamente para representar o estilo
musical que escutam. Pode-se perceber a presença quase que generalizada e padronizada,
4. por exemplo, da figura de uma caveira, de sangue, do demônio, dragões e personalidades
míticas que formam a própria identidade do Heavy Metal.
O Heavy Metal, enquanto estilo musical, surgiu no final dos anos 60 na Inglaterra, em
meio às classes suburbanas e médias do país, como uma forma de protesto ou de
insubordinação a tudo aquilo que estava ocorrendo no mundo da época, como a grande
influência do Industrialismo bélico e global no estabelecimento de guerras, violência,
miséria generalizada, pobreza, da corrupção política…
Com o passar do tempo, foram surgindo diversas vertentes dentro do próprio Heavy
Metal que foram adquirindo identidades, arquétipos e propostas próprias, sem
necessariamente estar ligada a alguma causa política ou ideológica, como a New Wave of
British Heavy Metal (criada nos anos 80 com bandas como Iron Maiden) o Thrash Metal
(surgido nos anos 80 nos Estados Unidos e na Alemanha com bandas como Slayer,
Metallica, Destruction e Kreator), o Power Metal (que apareceu na Alemanha e na
Finlândia, com bandas como Helloween, Accept, Stratovarius, Sonata Arctic etc ), e o
Black Metal, com bandas como Burzum, Behemoth e Venom. Não me aprofundarei no
assunto em específico das características estruturais e rítmicas dos subgêneros do Heavy
Metal e nem na citação das INÚMERAS outras vertentes deste estilo, pois não é o
objetivo do artigo e nem do meu trabalho.
Os headbangers se organizam principalmente em shows, eventos musicais, bares e
grandes galerias e centros (como a famosa Galeria do Rock na São Bento, em São Paulo)
com o intuito de promoverem laços de solidariedade e união através da música e do
compartilhamento de conhecimento e experiências com relação à mesma. É na hora dos
shows musicais que se presencia a catarse emocional dos fãs do estilo e é onde se
manifestam, nitidamente, os ritualismos presentes entre eles. E é exatamente nesse
momento que a sua autonomia enquanto grupo é evidenciada. Em muitos momentos de
empolgação, os headbangers praticam danças como o banging, que se baseia em um
movimento violento do pescoço para frente ao ritmo da música e os moshs (fãs que
sobem ao palco e se jogam para a plateia), além do famoso “sinal demoníaco”, que é feito
com as mãos em qualquer momento do espetáculo musical para representar, através do
dedo mindinho e do indicador, a figura do diabo e “o poder da música sobre o corpo”. Na
verdade, esta simbologia manual foi criada em um contexto bastante diferente, mais
especificamente na Itália da Idade Média onde o sinal (chamado tradicionalmente de
Corna) servia para grupos arcaicos espantarem, através de rituais, o mau olhado ou
alguma outra maldição, mas que foi incorporada à Modernidade através do Heavy Metal.
É essencial prestar atenção nestes tipos de relações micro-sociais, pois são elas que
moldam as características básicas da nossa vida cotidiana e lhe dão uma forma rica e
variada, que fogem do padrão clichê da análise pelo viés macro da Economia e da
Política. Não se pode negar a importância da existência das tribos urbanas somente
porque a sua atuação na sociedade não possui um valor utilitário no sentido de “procurar
transformar o mundo”. Ao ser um sociólogo, é necessário bisbilhotar a realidade e
investigar suas inúmeras características e dimensões, para que se possa olhá-la por
ângulos diferentes e descobrir o quanto ela pode ser complexa, e acima de tudo,
MÁGICA.
Bibliografia