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O sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas, as quais tem como
característica a produção de secreções, chamadas de hormônios. As glândulas
endócrinas lançam os hormônios diretamente na corrente sanguínea, por onde eles
atingem todas as células do corpo.
O sistema endócrino, geralmente interage com o sistema nervoso, formando
mecanismos reguladores eficazes. O sistema nervoso pode fornecer ao sistema
endócrino informações sobre o meio externo, enquanto que o sistema endócrino regula a
resposta interna do organismo a esta informação. Assim os dois juntos atuam na
coordenação e regulação das funções corporais.
Os principais órgãos que formam o sistema endócrino são: a hipófise, o hipotálamo, a
tiróide, as supra-renais, o pâncreas, as gônadas (os ovários nas mulheres e os testículos
nos homens) e o tecido adiposo.
A hipófise é uma glândula que produz numerosos e importantes hormônios, ela se
encontra em uma cavidade óssea localizada na base do cérebro, que se liga ao
hipotálamo através do pedículo hipofisário.
Grande parte das funções da hipófise é regulada pelo hipotálamo. A hipófise é dividida
em duas partes: adenoipófise e neruroipófise. A adenoipófise tem origem através de
células epiteliais, enquanto a neuroipófise tem origem nervosa. A hipófise tem como
função a regulação da atividade de outras glândulas e de várias funções do organismo
como o crescimento e secreção do leite através das mamas.
O hipotálamo é uma região do encéfalo que liga o sistema nervoso ao sistema
endócrino, através da síntese da secreção de neuro-hormônios. O hipotálamo auxilia o
organismo a se ajustar às variações externas, controlando a temperatura corporal, o
apetite, o balanço da água no corpo, além de ser o principal centro da expressão
emocional e do comportamento sexual. Ele também faz a integração entre os sistemas
nervoso e endócrino, assim ativando diversas glândulas produtoras de hormônios. A
hipófise e o hipotálamo são responsáveis por controlar todo o funcionamento do
organismo direta ou indiretamente atuando sobre diversas glândulas.
Publicidade:
A tireóide é uma das maiores glândulas endócrinas do nosso organismo. Ela apresenta
dois lobos que ficam localizados no pescoço e produz hormônios, especialmente
tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), que são responsáveis por regular o metabolismo e
afetam o aumento e a taxa funcional de muitos outros sistemas do corpo. Além desses
hormônios a tireóide também produz o hormônio calcitonina que tem um importante
papel na homeostase do cálcio.
A glândula suprarenal é possui um formato triangular, envolvida por uma cápsula
fibrosa, localizada acima do rim. Sua principal função é converter as proteínas e
gorduras em glicose, assim diminuindo a captação de glicose pelas células, aumentando
a utilização de gorduras. Essa glândula também realiza a síntese e libera os hormonas
corticosteróides (atua no equilíbrio de íons e água e no metabolismo) e as catecolaminas
(compostos químicos que podem ser liberados em situações de stress) como o cortisol e
a adrenalina.
O pâncreas é uma glândula do sistema digestivo e endócrino. Ele pode ser tanto
exócrino com o papel de secretar suco gástrico, que também contém enzimas digestivas
quanto endócrino em que ele produz muitos hormônios importantes como insulina,
glucagon e somatostatina.
As gônadas são órgãos que produzem as células sexuais, os gametas, tanto feminino no
caso da mulher como masculino no caso do homem, necessários para sua reprodução.
O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo no qual se encontra a grande presença
de adipócitos, células que acumulam gotículas de lipídios em seu citoplasma. Ele é
encontrado embaixo da pele, na camada hipoderme, e é responsável por modelar a
superfície do corpo e ajuda no isolamento térmico do organismo, além de servir como
depósito de energia, pois os triglicerídios acumulados nos adipócitos são usados para
fornecer energia no intervalo entre as refeições.
I - FASES PSICOSSEXUAIS DO DESENVOLVIMENTO, NA VISÃO DE
FREUD
Freud percebeu que havia um transcurso das pulsões sexuais a contar do nascimento até
a genitalização, como se aquelas fossem dotadas de uma viscosidade, levando-o a
denominar este fenômeno como "viscosidade da libido", o que faz antever a existência
de etapas ou fases neste desenvolvimento da psicossexualidade.
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adulto maior de 18 anos
Autores outros subdividem algumas dessas fases e divergem quanto às faixas etárias
que as demarcariam (2). Mas, o propósito deste trabalho é o de registrar estas fases na
ótica de Freud.
Ei-las:
II.1 – Fase Oral:
Sabidamente, a criança ou qualquer outro animal, assim que vem à luz, por inescondível
instinto, procura saciar a fome que o assola.
Contudo, no homem, o ato do bebê ir em busca do seio materno vai além da questão da
sobrevivência, tendo aí a satisfação de um prazer de índole erótico, sem que isto
signifique conteúdo genital.
De início o bebê e sua genitora, sob a perspectiva daquele, é um aglomerado único,
onde o contato com o seio materno constitui na saciação de dois desejos: a alimentação
e o prazer sexual. Onde a boca é a região que constitui a fonte da satisfação (3).
À medida que a criança já atinge a casa de um ano de idade, com ganho de rudimentares
movimentos, para superar a sensação de ausência do objeto de seu desejo (seio da mãe)
começa a utilizar artifícios para supor que controla o desaparecimento momentâneo de
sua mãe.
Exatamente isso é que resultou na descoberta de Freud, que verificou, em seu neto, que
estava no berço, que essa oralidade tinha grandeza superior ao encontro com o seio da
mãe, mas representava um desejo de dominá-la perto de si. Tal verificação decorreu do
jogo do carretel, que aquela criança empreendia (4).
Eventual fixação do adulto nesta etapa infantil da oralidade é perceptível diante dos
hábitos que se relacionam com a boca, tais como: fumar, falar demais, beber, comer em
demasia, (5) etc. Logicamente que se pode sublimar algumas dessas atitudes, como, por
exemplo, a utilização da fala para o campo da oratória e musicalidade.
Derradeiramente, a idade que esta fase se pronuncia, tem como termo inicial o
nascimento e final por volta dos 2 anos, lembrando o dissenso entre os autores quanto a
este viés etário.
Logicamente, que se os zeladores das crianças tiverem ciência desta fase contribuirão,
em muito:
a) com a aquisição de brinquedos adequados;
b) com a compreensão da possibilidade de transformar aquele pequeno falante em
alguém voltado à música, à declamação poética dentre outras salutares possibilidades.
Jamais dirão frases como: "cale a boca menino, você fala demais...";
c) entenderão que a criança deverá alimentar-se dentro de um esquema que satisfaça a
sua necessidade orgânica, não lhe empanturrando de víveres, como é do gosto,
principalmente, das avós. Assim as pouparão de se tornarem porvindouras
desequilibradas no campo gastronômico, glutonas e obesas;
d) não repreenderão o natural desejo da criança, nesta quadra, de levar tudo à boca. Tal
recalque, produzido pelos cuidadores da mesma, poderá dar azo a que, no futuro, por
um mecanismo de compensação, aquele ser torne-se um fumante, porque quando adulto,
encontrará liberdade de levar à boca o cigarro, que, simbolicamente será a representação
do objeto negado quando de sua meninice;
e) aquilatará, máxime se empregador, a função do aleitamento materno e da licença
maternidade, dado que anteverá que nesta fase a mãe é o espelho da criança, ou seja,
não será uma creche, mamadeira, babá que a substituirá. Essa proximidade do bebê com
a mãe impingirá nele segurança necessária a romper com ansiedade e angústia que
poderiam culminar, no futuro, em grave processo neurótico, e quiçá, se ausente da mãe,
por não ter como melhor dar vazão ao instinto de morte (destruição = Tanatus), vir a
tornar-se um indivíduo violento, já que privado de, no momento oportuno, expressar sua
agressividade através das mordidas no seio materno e nos brinquedos.
II.2 – Fase Anal
Nesta etapa do desenvolvimento, que se dá em média entre 2 e 4 anos de idade (6), a
criança passa a ter controle sobre os músculos estriados (esfíncteres). Tem prazer,
igualmente erótico – que não se confunde com genitalidade – em manter as fezes no seu
intestino e ao depois despejá-las para fora de si.
Poderá utilizar-se disso para desafiar seus cuidadores, seja evacuando em local
supostamente impróprio ou mantendo o estrume quando, por exemplo, a mamãe queria
que ele o alijasse.
Tem gênese, nesta fase, a idéia de poder, de controle. Surgindo, por associação, no
período adulto, desde que ele o tenha fixado na analidade, a avareza, já que o dinheiro é
tido popularmente como sujo, sem contar, também, que o enriquecimento remete a idéia
de poder.
Natural, pois, que na fase em comento, as crianças adoram brincar com barro, massas de
moldar, até mesmo com as próprias fezes, sendo esta última uma atividade que
horroriza os pais que não conhecem a psicossexualidade. Repressões nesta fase, geram,
em regra, constipações intestinais, onde presencia em adultos visível racionalização:
"quando viajo não consigo fazer cocô".
As pulsões sexuais ligadas ao toque com substâncias que lembrem as fezes podem ser
sublimadas, mormente nas atividades artísticas afetas à pintura e escultura (7).
Eis, uma vez mais a imprescindibilidade do conhecimento dessa fase pelos cuidadores
da criança, evitando-se nefastas repressões e, até quem sabe, em vista dessa ignorância,
deixar de estimular aquele pequeno ser a se tornar um portentoso artista.
II.3 – Fase Fálica
O estágio fálico do ser humano está presente quando o órgão genital masculino (pênis)
passa a ser a representação simbólica de virilidade para os meninos e, igualmente para
as meninas, uma vez que estas acreditam que o dito órgão está incrustado nelas,
especialmente no clitóris, e que virá um dia acrescer tal qual o dos garotos.
Nesta escala temporal, cerca dos 3 aos 6 anos (8), aparece o complexo de Édipo, onde o
menino deseja sua mãe, querendo eliminar seu pai (rival), ainda que o veja como uma
figura de autoridade, o que faz emergir uma nítida ambigüidade: desejo de matá-
lo/desejo de se parecer com ele.
Na menina, por sua vez, o objeto indesejável é a mãe, visto que aquela quer fazer as
vezes desta, ser a namorada de seu pai e, quando percebe que seu pênis não erupcionará
nutre o desejo de lhe dar um filho como um substitutivo daquela representação (9).
Se se dissolver, com naturalidade este complexo edipiano na criança, a libido, em sua
viscosidade, atingirá a bom termo a fase da genitalização. Lembrando-se, porém, que
nenhuma criança escapa do complexo de Édipo (10), a resolução dele, positiva ou
negativamente, é que marcará o ser vida afora.
Soa oportuno exemplificar uma ocorrência, dentre outras tantas, evidenciadora de um
nó na resolutividade edipiana; aquele solteirão, que racionaliza (mecanismo de defesa)
dizendo que não encontrou uma mulher que satisfaça suas exigências, e por isso
continua morando na casa da mãe e, para piorar, quando é frustrado na vida, geralmente
adoece para que isso sustente a necessidade íntima de ser levado ao médico pela figura
materna.
Portanto, é recomendável aos cuidadores do rebento, em especial os pais e as mães, que
evitem estimularem uma certa fantasia sexual de enamoramento com o filho do sexo
oposto. Por exemplo: não incentivar os ciúmes do filho com a mãe e vice-versa; evitar
dizeres relacionando a filha como a "namoradinha do papai", e o menino como "o
homem da mamãe".
Agora, em se declinando o complexo edípico, as pulsões sexuais como que serenam,
onde a criança abre um leque para a socialização, voltando-se às atividades escolares,
esportivas, como se houvesse uma significativa perda da erotização, substituindo-a pelo
que Freud chama de ternura (11), marcando o seu ingresso não noutra fase, mas sim no
período de latência.
Nesse instante da vida do pequeno surge ocasião, mais que ideal, que se deflagrem uma
pleíade de atividades socializantes para o mesmo, tais como: teatros, cinemas, jogos
diversificados, lazeres familiares (pescarias, idas ao shopping, zoológico, parque,
clubes, tudo isso em parceria com os cuidadores, ou seja, integradamente). Soa o
momento do(a) filho(a) se sentir unido(a) com o genitor(a), que mesmo tendo um ritmo
forte de trabalho haverá de planejar tempo livre para tais deleites, aproveitando-se da
ternura que timbra a criança neste período de latência, tornando-a mais permeável a um
diálogo construtivo.
II.4 – Fase Genital
O período da latência culminará, em seu fecho na fase da organização sexual completa,
selada pela puberdade, por volta dos 11 a 12 anos de idade.
Aqui o sujeito busca objeto sexual fora de si, ou seja, almeja satisfazer suas pulsões
sexuais com alguém do sexo oposto, a menos que ocorra o que Freud denomina
inversão (12).
Ordinariamente todo objeto sexual busca um alvo sexual, que, para não ser
caracterizado com perversão (13) deverá resultar no coito, daí a importância desta fase
de genitalização respeitando as diferenças anatômicas.
Em arremate, por conta dessa emergência dos desejos sexuais genitalizados, não mais
representados como pulsões parciais, é que faz com que o jovem, de um lado, sinta-se
como dominante de seus desejos e, por outro, como um meio termo entre a condição de
criança e a de púbere, culminando em alterações de humor, em vontade de transgredir a
lei, etc. Apegando-se mais ao grupo do que à família, porque, nesta última não sente, em
regra, o apoio e a auto afirmação necessários, conquanto entre os "amigos" ele se
identifica em plenitude (um se torna igual ao outro) e, em regra, a linguagem e os gostos
são semelhantes, dado o menor grau de interditalidade de condutas.
Por conta disso, é que os cuidadores desses entes, na fase genital haverão de conhecer as
amizades dos mesmos, promovendo, dentro das possibilidades, confraternizações em
sua casa para receber os amiguinhos da sua prole, para que no amanhã não descubra,
com inominável dor, que seu petiz se tornou um drogado de modo amplo (maconha,
cocaína, álcool, prostituição, etc).
Então, é normal que na fase da genitalização se dê mais importância ao grupo do que na
família. No entanto, esse comportamento não desobriga que a constelação familiar
esteja próxima dos interesses e desejos deste jovenzinho, isto é, lhe reservando sempre
um espaço para um diálogo tranquilo e sem cobranças desmedidas, porém, demarcando-
lhe limites.
3 – CONCLUSÃO
É observável que as pulsões sexuais não se realizam por inteiro até que se dê a
culminância da fase genital. Antes disso a organização sexual é parcial, isto é, a
erotização ou está voltada para a boca (fase oral), para o ânus (fase anal) ou para o pênis
(fase fálica), sem contudo significar uma realização sexual genitalizada. Bem por isso é
que Freud denominou tais etapas de pré-genitais, ocorrendo o direcionamento da pulsão
sexual integral somente quando da fase genital.
Deste contexto, pode se extrair duas expressivas conseqüências, que se bem entendida
pelos cuidadores das crianças, evitar-se-iam problemas psíquicos porvindouros. Ei-las:
a) enquanto o sujeito está na fase pré-genital, como mencionado acima, a erotização
volta-se à uma determinada região corporal mais específica (zona erógena),
entrementes, estas descargas sexuais não significam qualquer indício de cópula. Então,
se um adulto ver duas crianças de sexo oposto tirando suas roupas, não deverá olhar tal
ato com a visão pornográfica, mas sim com uma percepção de que eles apenas estão se
conhecendo, por estarem, possivelmente, na fase fálica.
O mesmo raciocínio dá-se com a masturbação infantil, que geralmente escandaliza mães
e pais, que, se soubessem sobre a pré-genitalização entenderiam que esta fricção nada
tem com uma idéia sexual-genital, mas sim está ligada a uma erotização desaguadora de
prazer, tão somente isso.
b) Na fase genital, esta sim, abarcada pelo direcionamento da pulsão sexual completa,
com alvo na organização sexual também otimizada, o interesse do sujeito, divorcia-se
de um até então auto erotismo, para a busca de objeto sexual diverso de si. Ocorrendo aí
a procura dos grupos para neles, por meio de um processo de identificação, encontrar
auto afirmação, mormente em famílias mais castradoras.
Em suma, o vislumbre da psicossexualidade servirá de norte para todos aqueles que tem
o mister de zelar de crianças, conferindo-lhes roteiro seguro para se evitar indesejáveis
recalcamentos que, no futuro, poderá ser a gênese de inumeráveis neuroses patogênicas;
bem como significará o completo entendimento do gizado no Art. 17, do ECA.

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Larissa psicanalise

  • 1. O sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas, as quais tem como característica a produção de secreções, chamadas de hormônios. As glândulas endócrinas lançam os hormônios diretamente na corrente sanguínea, por onde eles atingem todas as células do corpo. O sistema endócrino, geralmente interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores eficazes. O sistema nervoso pode fornecer ao sistema endócrino informações sobre o meio externo, enquanto que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Assim os dois juntos atuam na coordenação e regulação das funções corporais. Os principais órgãos que formam o sistema endócrino são: a hipófise, o hipotálamo, a tiróide, as supra-renais, o pâncreas, as gônadas (os ovários nas mulheres e os testículos nos homens) e o tecido adiposo. A hipófise é uma glândula que produz numerosos e importantes hormônios, ela se encontra em uma cavidade óssea localizada na base do cérebro, que se liga ao hipotálamo através do pedículo hipofisário. Grande parte das funções da hipófise é regulada pelo hipotálamo. A hipófise é dividida em duas partes: adenoipófise e neruroipófise. A adenoipófise tem origem através de células epiteliais, enquanto a neuroipófise tem origem nervosa. A hipófise tem como função a regulação da atividade de outras glândulas e de várias funções do organismo como o crescimento e secreção do leite através das mamas. O hipotálamo é uma região do encéfalo que liga o sistema nervoso ao sistema endócrino, através da síntese da secreção de neuro-hormônios. O hipotálamo auxilia o organismo a se ajustar às variações externas, controlando a temperatura corporal, o apetite, o balanço da água no corpo, além de ser o principal centro da expressão emocional e do comportamento sexual. Ele também faz a integração entre os sistemas nervoso e endócrino, assim ativando diversas glândulas produtoras de hormônios. A hipófise e o hipotálamo são responsáveis por controlar todo o funcionamento do organismo direta ou indiretamente atuando sobre diversas glândulas. Publicidade:
  • 2. A tireóide é uma das maiores glândulas endócrinas do nosso organismo. Ela apresenta dois lobos que ficam localizados no pescoço e produz hormônios, especialmente tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), que são responsáveis por regular o metabolismo e afetam o aumento e a taxa funcional de muitos outros sistemas do corpo. Além desses hormônios a tireóide também produz o hormônio calcitonina que tem um importante papel na homeostase do cálcio. A glândula suprarenal é possui um formato triangular, envolvida por uma cápsula fibrosa, localizada acima do rim. Sua principal função é converter as proteínas e gorduras em glicose, assim diminuindo a captação de glicose pelas células, aumentando a utilização de gorduras. Essa glândula também realiza a síntese e libera os hormonas corticosteróides (atua no equilíbrio de íons e água e no metabolismo) e as catecolaminas (compostos químicos que podem ser liberados em situações de stress) como o cortisol e a adrenalina. O pâncreas é uma glândula do sistema digestivo e endócrino. Ele pode ser tanto exócrino com o papel de secretar suco gástrico, que também contém enzimas digestivas quanto endócrino em que ele produz muitos hormônios importantes como insulina, glucagon e somatostatina. As gônadas são órgãos que produzem as células sexuais, os gametas, tanto feminino no caso da mulher como masculino no caso do homem, necessários para sua reprodução. O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo no qual se encontra a grande presença de adipócitos, células que acumulam gotículas de lipídios em seu citoplasma. Ele é encontrado embaixo da pele, na camada hipoderme, e é responsável por modelar a superfície do corpo e ajuda no isolamento térmico do organismo, além de servir como depósito de energia, pois os triglicerídios acumulados nos adipócitos são usados para fornecer energia no intervalo entre as refeições.
  • 3. I - FASES PSICOSSEXUAIS DO DESENVOLVIMENTO, NA VISÃO DE FREUD Freud percebeu que havia um transcurso das pulsões sexuais a contar do nascimento até a genitalização, como se aquelas fossem dotadas de uma viscosidade, levando-o a denominar este fenômeno como "viscosidade da libido", o que faz antever a existência de etapas ou fases neste desenvolvimento da psicossexualidade. Textos relacionados A atuação do Ministério Público para a efetivação do direito fundamental à inclusão escolar das crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais Guarda unilateral e síndrome da alienação parental Perspectivas brasileiras para uma regulação estatal da publicidade de alimentos Correção física: há necessidade de lei antipalmada? Da impossibilidade de aplicar medida socioeducativa em meio aberto ao jovem adulto maior de 18 anos Autores outros subdividem algumas dessas fases e divergem quanto às faixas etárias que as demarcariam (2). Mas, o propósito deste trabalho é o de registrar estas fases na ótica de Freud. Ei-las: II.1 – Fase Oral: Sabidamente, a criança ou qualquer outro animal, assim que vem à luz, por inescondível instinto, procura saciar a fome que o assola. Contudo, no homem, o ato do bebê ir em busca do seio materno vai além da questão da sobrevivência, tendo aí a satisfação de um prazer de índole erótico, sem que isto signifique conteúdo genital. De início o bebê e sua genitora, sob a perspectiva daquele, é um aglomerado único, onde o contato com o seio materno constitui na saciação de dois desejos: a alimentação e o prazer sexual. Onde a boca é a região que constitui a fonte da satisfação (3). À medida que a criança já atinge a casa de um ano de idade, com ganho de rudimentares movimentos, para superar a sensação de ausência do objeto de seu desejo (seio da mãe) começa a utilizar artifícios para supor que controla o desaparecimento momentâneo de sua mãe. Exatamente isso é que resultou na descoberta de Freud, que verificou, em seu neto, que estava no berço, que essa oralidade tinha grandeza superior ao encontro com o seio da mãe, mas representava um desejo de dominá-la perto de si. Tal verificação decorreu do jogo do carretel, que aquela criança empreendia (4). Eventual fixação do adulto nesta etapa infantil da oralidade é perceptível diante dos hábitos que se relacionam com a boca, tais como: fumar, falar demais, beber, comer em
  • 4. demasia, (5) etc. Logicamente que se pode sublimar algumas dessas atitudes, como, por exemplo, a utilização da fala para o campo da oratória e musicalidade. Derradeiramente, a idade que esta fase se pronuncia, tem como termo inicial o nascimento e final por volta dos 2 anos, lembrando o dissenso entre os autores quanto a este viés etário. Logicamente, que se os zeladores das crianças tiverem ciência desta fase contribuirão, em muito: a) com a aquisição de brinquedos adequados; b) com a compreensão da possibilidade de transformar aquele pequeno falante em alguém voltado à música, à declamação poética dentre outras salutares possibilidades. Jamais dirão frases como: "cale a boca menino, você fala demais..."; c) entenderão que a criança deverá alimentar-se dentro de um esquema que satisfaça a sua necessidade orgânica, não lhe empanturrando de víveres, como é do gosto, principalmente, das avós. Assim as pouparão de se tornarem porvindouras desequilibradas no campo gastronômico, glutonas e obesas; d) não repreenderão o natural desejo da criança, nesta quadra, de levar tudo à boca. Tal recalque, produzido pelos cuidadores da mesma, poderá dar azo a que, no futuro, por um mecanismo de compensação, aquele ser torne-se um fumante, porque quando adulto, encontrará liberdade de levar à boca o cigarro, que, simbolicamente será a representação do objeto negado quando de sua meninice; e) aquilatará, máxime se empregador, a função do aleitamento materno e da licença maternidade, dado que anteverá que nesta fase a mãe é o espelho da criança, ou seja, não será uma creche, mamadeira, babá que a substituirá. Essa proximidade do bebê com a mãe impingirá nele segurança necessária a romper com ansiedade e angústia que poderiam culminar, no futuro, em grave processo neurótico, e quiçá, se ausente da mãe, por não ter como melhor dar vazão ao instinto de morte (destruição = Tanatus), vir a tornar-se um indivíduo violento, já que privado de, no momento oportuno, expressar sua agressividade através das mordidas no seio materno e nos brinquedos. II.2 – Fase Anal Nesta etapa do desenvolvimento, que se dá em média entre 2 e 4 anos de idade (6), a criança passa a ter controle sobre os músculos estriados (esfíncteres). Tem prazer, igualmente erótico – que não se confunde com genitalidade – em manter as fezes no seu intestino e ao depois despejá-las para fora de si. Poderá utilizar-se disso para desafiar seus cuidadores, seja evacuando em local supostamente impróprio ou mantendo o estrume quando, por exemplo, a mamãe queria que ele o alijasse. Tem gênese, nesta fase, a idéia de poder, de controle. Surgindo, por associação, no período adulto, desde que ele o tenha fixado na analidade, a avareza, já que o dinheiro é
  • 5. tido popularmente como sujo, sem contar, também, que o enriquecimento remete a idéia de poder. Natural, pois, que na fase em comento, as crianças adoram brincar com barro, massas de moldar, até mesmo com as próprias fezes, sendo esta última uma atividade que horroriza os pais que não conhecem a psicossexualidade. Repressões nesta fase, geram, em regra, constipações intestinais, onde presencia em adultos visível racionalização: "quando viajo não consigo fazer cocô". As pulsões sexuais ligadas ao toque com substâncias que lembrem as fezes podem ser sublimadas, mormente nas atividades artísticas afetas à pintura e escultura (7). Eis, uma vez mais a imprescindibilidade do conhecimento dessa fase pelos cuidadores da criança, evitando-se nefastas repressões e, até quem sabe, em vista dessa ignorância, deixar de estimular aquele pequeno ser a se tornar um portentoso artista. II.3 – Fase Fálica O estágio fálico do ser humano está presente quando o órgão genital masculino (pênis) passa a ser a representação simbólica de virilidade para os meninos e, igualmente para as meninas, uma vez que estas acreditam que o dito órgão está incrustado nelas, especialmente no clitóris, e que virá um dia acrescer tal qual o dos garotos. Nesta escala temporal, cerca dos 3 aos 6 anos (8), aparece o complexo de Édipo, onde o menino deseja sua mãe, querendo eliminar seu pai (rival), ainda que o veja como uma figura de autoridade, o que faz emergir uma nítida ambigüidade: desejo de matá- lo/desejo de se parecer com ele. Na menina, por sua vez, o objeto indesejável é a mãe, visto que aquela quer fazer as vezes desta, ser a namorada de seu pai e, quando percebe que seu pênis não erupcionará nutre o desejo de lhe dar um filho como um substitutivo daquela representação (9). Se se dissolver, com naturalidade este complexo edipiano na criança, a libido, em sua viscosidade, atingirá a bom termo a fase da genitalização. Lembrando-se, porém, que nenhuma criança escapa do complexo de Édipo (10), a resolução dele, positiva ou negativamente, é que marcará o ser vida afora. Soa oportuno exemplificar uma ocorrência, dentre outras tantas, evidenciadora de um nó na resolutividade edipiana; aquele solteirão, que racionaliza (mecanismo de defesa) dizendo que não encontrou uma mulher que satisfaça suas exigências, e por isso continua morando na casa da mãe e, para piorar, quando é frustrado na vida, geralmente adoece para que isso sustente a necessidade íntima de ser levado ao médico pela figura materna. Portanto, é recomendável aos cuidadores do rebento, em especial os pais e as mães, que evitem estimularem uma certa fantasia sexual de enamoramento com o filho do sexo oposto. Por exemplo: não incentivar os ciúmes do filho com a mãe e vice-versa; evitar dizeres relacionando a filha como a "namoradinha do papai", e o menino como "o homem da mamãe".
  • 6. Agora, em se declinando o complexo edípico, as pulsões sexuais como que serenam, onde a criança abre um leque para a socialização, voltando-se às atividades escolares, esportivas, como se houvesse uma significativa perda da erotização, substituindo-a pelo que Freud chama de ternura (11), marcando o seu ingresso não noutra fase, mas sim no período de latência. Nesse instante da vida do pequeno surge ocasião, mais que ideal, que se deflagrem uma pleíade de atividades socializantes para o mesmo, tais como: teatros, cinemas, jogos diversificados, lazeres familiares (pescarias, idas ao shopping, zoológico, parque, clubes, tudo isso em parceria com os cuidadores, ou seja, integradamente). Soa o momento do(a) filho(a) se sentir unido(a) com o genitor(a), que mesmo tendo um ritmo forte de trabalho haverá de planejar tempo livre para tais deleites, aproveitando-se da ternura que timbra a criança neste período de latência, tornando-a mais permeável a um diálogo construtivo. II.4 – Fase Genital O período da latência culminará, em seu fecho na fase da organização sexual completa, selada pela puberdade, por volta dos 11 a 12 anos de idade. Aqui o sujeito busca objeto sexual fora de si, ou seja, almeja satisfazer suas pulsões sexuais com alguém do sexo oposto, a menos que ocorra o que Freud denomina inversão (12). Ordinariamente todo objeto sexual busca um alvo sexual, que, para não ser caracterizado com perversão (13) deverá resultar no coito, daí a importância desta fase de genitalização respeitando as diferenças anatômicas. Em arremate, por conta dessa emergência dos desejos sexuais genitalizados, não mais representados como pulsões parciais, é que faz com que o jovem, de um lado, sinta-se como dominante de seus desejos e, por outro, como um meio termo entre a condição de criança e a de púbere, culminando em alterações de humor, em vontade de transgredir a lei, etc. Apegando-se mais ao grupo do que à família, porque, nesta última não sente, em regra, o apoio e a auto afirmação necessários, conquanto entre os "amigos" ele se identifica em plenitude (um se torna igual ao outro) e, em regra, a linguagem e os gostos são semelhantes, dado o menor grau de interditalidade de condutas. Por conta disso, é que os cuidadores desses entes, na fase genital haverão de conhecer as amizades dos mesmos, promovendo, dentro das possibilidades, confraternizações em sua casa para receber os amiguinhos da sua prole, para que no amanhã não descubra, com inominável dor, que seu petiz se tornou um drogado de modo amplo (maconha, cocaína, álcool, prostituição, etc). Então, é normal que na fase da genitalização se dê mais importância ao grupo do que na família. No entanto, esse comportamento não desobriga que a constelação familiar esteja próxima dos interesses e desejos deste jovenzinho, isto é, lhe reservando sempre um espaço para um diálogo tranquilo e sem cobranças desmedidas, porém, demarcando- lhe limites.
  • 7. 3 – CONCLUSÃO É observável que as pulsões sexuais não se realizam por inteiro até que se dê a culminância da fase genital. Antes disso a organização sexual é parcial, isto é, a erotização ou está voltada para a boca (fase oral), para o ânus (fase anal) ou para o pênis (fase fálica), sem contudo significar uma realização sexual genitalizada. Bem por isso é que Freud denominou tais etapas de pré-genitais, ocorrendo o direcionamento da pulsão sexual integral somente quando da fase genital. Deste contexto, pode se extrair duas expressivas conseqüências, que se bem entendida pelos cuidadores das crianças, evitar-se-iam problemas psíquicos porvindouros. Ei-las: a) enquanto o sujeito está na fase pré-genital, como mencionado acima, a erotização volta-se à uma determinada região corporal mais específica (zona erógena), entrementes, estas descargas sexuais não significam qualquer indício de cópula. Então, se um adulto ver duas crianças de sexo oposto tirando suas roupas, não deverá olhar tal ato com a visão pornográfica, mas sim com uma percepção de que eles apenas estão se conhecendo, por estarem, possivelmente, na fase fálica. O mesmo raciocínio dá-se com a masturbação infantil, que geralmente escandaliza mães e pais, que, se soubessem sobre a pré-genitalização entenderiam que esta fricção nada tem com uma idéia sexual-genital, mas sim está ligada a uma erotização desaguadora de prazer, tão somente isso. b) Na fase genital, esta sim, abarcada pelo direcionamento da pulsão sexual completa, com alvo na organização sexual também otimizada, o interesse do sujeito, divorcia-se de um até então auto erotismo, para a busca de objeto sexual diverso de si. Ocorrendo aí a procura dos grupos para neles, por meio de um processo de identificação, encontrar auto afirmação, mormente em famílias mais castradoras. Em suma, o vislumbre da psicossexualidade servirá de norte para todos aqueles que tem o mister de zelar de crianças, conferindo-lhes roteiro seguro para se evitar indesejáveis recalcamentos que, no futuro, poderá ser a gênese de inumeráveis neuroses patogênicas; bem como significará o completo entendimento do gizado no Art. 17, do ECA.