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Fausto Figueiredo
e o sonho do Estoril…
ESHTE – João Aníbal Henriques (Maio de 2014)
Fausto Figueiredoe o sonho do Estoril…
Apaixonado por Cascais e pelo Monte Estoril, onde
passou a residir em Maio de 1910, Fausto Cardoso de
Figueiredo é uma figura incontornável na história do
urbanismo português.
Nascido em Celorico da Beira, Distrito da Guarda, em
17 de Setembro de 1880, Fausto de Figueiredo era
Licenciado em Farmácia e foi, desde muito jovem, um
dos mais promissores da Companhia Portuguesa dos
Caminhos de Ferro.
Radicado no Estoril desde os seus trinta anos, quando
casou com Clotilde Ferreira do Amaral, mostrou
apetência para os negócios desde a mais tenra idade,
assumindo-se muito sensível aos inúmeros problemas
económicos e financeiros que afectaram Portugal e o
seu tecido empresarial no período final do regime
monárquico e no decorrer da 1ª república.
Clarividente e empreendedor, foi capaz de contrariar
as vicissitudes conjunturais de um País que se
encontrava à beira da falência, totalmente dependente
de capitais externos e da iniciativa estrangeira, e de
imaginar, projectar e construir aquele que é, segundo
Maria da Graça Gonzalez Briz, é um dos únicos
conjuntos urbanísticos globais de Portugal.
01
Iniciando o processo de construção do então denominado
‘Parque do Estoril’ pela aquisição dos terrenos inseridos na
antiga Quinta do Viana, onde existia somente um conjunto
de construções precárias que davam apoio às actividades
do recinto termal, e os restos degradados do Convento
Franciscano de Santo António, Fausto de Figueiredo
depressa percebeu que a única forma de enfrentar a
concorrência oferecida pela Vila de Cascais, marcada por
vários anos de presença da Corte; pelo aristocrático Monte
Estoril, possuidor de uma fama de qualidade que
ultrapassava as fronteiras Nacionais; e por São João do
Estoril, povoado de raiz burguesa, institucionalizado a
partir da exploração dos Banhos da Poça e da iniciativa de
algumas das mais importantes figuras da finança
portuguesa; era fazer do Estoril um espaço com uma
identidade própria que promovesse uma forma renovada
de cidadania.
Os esboços iniciais do Arquitecto Francês Martinet, que se
orientavam precisamente pelo carácter global de toda a
urbanização, pressupunham a recriação na velha Quinta do
Viana de um espaço homogéneo bem definido, no qual as
diversas actividades, como a habitação, o comércio e o
lazer, se interpenetravam, numa dinâmica consolidada a
partir das características arquitectónicas e urbanísticas dos
edifícios e dos espaços.
02
Os equilíbrios gerados por esta formulação urbana, promoveriam,
no entender do urbanizador, uma qualidade de vida sem igual, na
qual se tornaria fácil a recriação de uma identidade que cunhasse
o Estoril com a marca de qualidade pela qual todos ansiavam.
Este tipo de experiências de urbanização global com planeamento
prévio, necessariamente contrárias àquilo que eram (e continuam
a ser) os hábitos de construção em Portugal, já haviam sido
tentadas com sucesso noutras partes da Europa. Em Portugal,
exemplos como o da baixa pombalina de Lisboa ou o da criação
do Monte Estoril, este último inacabado devido às dificuldades
económicas da ‘Companhia Mont’Estoril’, mostravam que era
possível e consequente a concretização destes projectos,
bastando, para tal, que existissem os capitais necessários e o
apoio político formal das instituições oficiais.
E foi precisamente isso que aconteceu. Como resultado da
capacidade pessoal e do empenhamento de Fausto de Figueiredo
e do seu sócio Augusto Carreira de Sousa, a ‘Sociedade Estoril-
Plage’ conseguiu cativar o interesse dos grandes capitalistas
lisboetas, que escolheram o Estoril para construir as suas novas
habitações. Por outro lado, e mercê da influência cénica marcada
pela construção daqueles que haveriam de transformar-se nos
principais elementos aglutinadores da nova localidade, como o
edifício das termas, os hotéis Inglaterra, Paris e Palácio, e o
grande casino internacional, as novas edificações enquadram-se
quase todas no estereótipo criado em torno dos valores da
tradicional “Casa Portuguesa” e das inúmeras variações de cariz
modernista que caracterizaram a época.
03
Em termos políticos assumiu papel de especial relevo, na década
de 30, o surgimento do Estado Novo. Fundamentado numa
propaganda que dependia de uma recriação quase artificial de
uma nova forma de ser e de estar em Portugal, não só como
incentivo à promoção turística no estrangeiro, como também à
consolidação dos novos valores Nacionais, o Governo utilizou
profusamente o Estoril como cenário privilegiado para os seus
eventos.
A fama e o prestígio do Estoril, marcados pela qualidade do seu
projecto urbano, pela dinâmica social e cultural que se
enquadrava nos espaços existentes, e pela fulgurante propaganda
estatal, depressa se institucionalizaram, facilitando assim o
processo de venda de lotes e de edificação de novas construções.
O Parque do Estoril, centrado na grande praça que resulta da
construção das arcadas – edifícios de utilização mista de comércio
e habitação -, no seu vasto e amplo jardim, no imponente casino,
e na praia, possui todas as condições que garantem aos novos
habitantes a possibilidade de se integrarem socialmente. Os
eventos estorilenses, dos quais se destacam a grande Feira de
Amostras da Indústria, em 1929; o II Circuito de Portugal em
Automóvel, em 1933; os entrudos e as lendárias passagens de
ano; vão-se complementar com a electrificação da linha de
caminho-de-ferro, com a criação dos Bombeiros dos Estoris, com a
inauguração da Estrada Marginal, com a recuperação da Igreja de
Santo António, com a inauguração do Hotel Palácio e do Casino
Estoril, etc.
04
A excelência do espaço, aliada a uma formulação urbanística de
grande qualidade, a um enquadramento arquitectónico baseado
em linhas mestras comuns, e a uma promoção sem igual no
panorama Nacional, transformam o Estoril naquilo que ainda hoje
consegue ser: um local equilibrado, agradável, e socialmente
saudável, onde a habitação, o comércio, os serviços e o lazer
coexistem pacificamente, com evidentes benefícios recíprocos e
uma qualidade de vida incomparavelmente maior do que aquela
que caracteriza outras zonas do Concelho de Cascais.
Como é evidente, esta situação acaba por ter consequências
efectivas no quotidiano de todos quantos vivem, trabalham ou
passeiam no Estoril. A qualidade da envolvência, e o grande
cuidado dispensado ao espaço urbano, dignifica as zonas públicas,
valorizando o património privado e transformando-se numa mais
valia para o local. Os hábitos, os usos, os costumes, e o dia-a-dia
do estorilenses vão-se adaptando às suas condições de vida, facto
que, por sua vez, influi na educação, no civismo e na cultura dos
habitantes.
A qualidade do Estoril, alicerçada no projecto urbano de Martinet
e na cenografia da localidade, é hoje resultante de uma panóplia
que agrega também o apoio político do Estado e da Autarquia; a
vontade e a educação dos seus habitantes; a capacidade e o
espírito empreendedor dos seus comerciantes e empresários; a
visão dos promotores que ali existem; e o civismo daqueles que
visitam o local.
05
Tudo isto, como é evidente, é resultado do planeamento
global prévio levado a cabo por Fausto de Figueiredo, da sua
capacidade de ultrapassar as vicissitudes do sistema e do
enquadramento geral que ele conseguiu imprimir a todos
aqueles que ali construíram as suas habitações.
Cem anos depois, e ainda mantendo bem vivo o seu espírito
original, apesar de algumas desvirtuações pontuais que
resultaram de incapacidades políticas conjunturais, o Estoril
assume-se como exemplo de sucesso que demonstra que é
possível recriar espaços de enorme qualidade nos quais o
comércio, a habitação e os serviços se equilibram
promovendo uma vivência socialmente saudável, com
excelentes parâmetros de segurança e de bem estar.
O impulso dado por Fausto Cardoso de Figueiredo ao
turismo, baseado não só na criação de raiz daquela que vai
ser a primeira grande urbanização totalmente pré-planeada
em Portugal, como também nas inúmeras intervenções
pontuais que desenvolveu enquanto político, fazem dele
uma personalidade incontornável na história deste sector.
Faleceu na sua residência, no Estoril, no dia 05 de Abril de
1950.
06
Fausto Figueiredo
A Linha Férrea da Costa do Sol
Fausto Figueiredo
a recriação de um cenário idílico e marcante…
Fausto Figueiredo
Fausto Figueiredo
Transformar o Estoril numa estância internacional…
"A praia do Estoril é a pérola encantada da enseada azul.
Praia deliciosa da mais aprazível atracção.“ O Século
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Fausto Figueiredo
Fausto Figueiredo

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  • 3.
  • 4. Apaixonado por Cascais e pelo Monte Estoril, onde passou a residir em Maio de 1910, Fausto Cardoso de Figueiredo é uma figura incontornável na história do urbanismo português. Nascido em Celorico da Beira, Distrito da Guarda, em 17 de Setembro de 1880, Fausto de Figueiredo era Licenciado em Farmácia e foi, desde muito jovem, um dos mais promissores da Companhia Portuguesa dos Caminhos de Ferro. Radicado no Estoril desde os seus trinta anos, quando casou com Clotilde Ferreira do Amaral, mostrou apetência para os negócios desde a mais tenra idade, assumindo-se muito sensível aos inúmeros problemas económicos e financeiros que afectaram Portugal e o seu tecido empresarial no período final do regime monárquico e no decorrer da 1ª república. Clarividente e empreendedor, foi capaz de contrariar as vicissitudes conjunturais de um País que se encontrava à beira da falência, totalmente dependente de capitais externos e da iniciativa estrangeira, e de imaginar, projectar e construir aquele que é, segundo Maria da Graça Gonzalez Briz, é um dos únicos conjuntos urbanísticos globais de Portugal. 01
  • 5. Iniciando o processo de construção do então denominado ‘Parque do Estoril’ pela aquisição dos terrenos inseridos na antiga Quinta do Viana, onde existia somente um conjunto de construções precárias que davam apoio às actividades do recinto termal, e os restos degradados do Convento Franciscano de Santo António, Fausto de Figueiredo depressa percebeu que a única forma de enfrentar a concorrência oferecida pela Vila de Cascais, marcada por vários anos de presença da Corte; pelo aristocrático Monte Estoril, possuidor de uma fama de qualidade que ultrapassava as fronteiras Nacionais; e por São João do Estoril, povoado de raiz burguesa, institucionalizado a partir da exploração dos Banhos da Poça e da iniciativa de algumas das mais importantes figuras da finança portuguesa; era fazer do Estoril um espaço com uma identidade própria que promovesse uma forma renovada de cidadania. Os esboços iniciais do Arquitecto Francês Martinet, que se orientavam precisamente pelo carácter global de toda a urbanização, pressupunham a recriação na velha Quinta do Viana de um espaço homogéneo bem definido, no qual as diversas actividades, como a habitação, o comércio e o lazer, se interpenetravam, numa dinâmica consolidada a partir das características arquitectónicas e urbanísticas dos edifícios e dos espaços. 02
  • 6. Os equilíbrios gerados por esta formulação urbana, promoveriam, no entender do urbanizador, uma qualidade de vida sem igual, na qual se tornaria fácil a recriação de uma identidade que cunhasse o Estoril com a marca de qualidade pela qual todos ansiavam. Este tipo de experiências de urbanização global com planeamento prévio, necessariamente contrárias àquilo que eram (e continuam a ser) os hábitos de construção em Portugal, já haviam sido tentadas com sucesso noutras partes da Europa. Em Portugal, exemplos como o da baixa pombalina de Lisboa ou o da criação do Monte Estoril, este último inacabado devido às dificuldades económicas da ‘Companhia Mont’Estoril’, mostravam que era possível e consequente a concretização destes projectos, bastando, para tal, que existissem os capitais necessários e o apoio político formal das instituições oficiais. E foi precisamente isso que aconteceu. Como resultado da capacidade pessoal e do empenhamento de Fausto de Figueiredo e do seu sócio Augusto Carreira de Sousa, a ‘Sociedade Estoril- Plage’ conseguiu cativar o interesse dos grandes capitalistas lisboetas, que escolheram o Estoril para construir as suas novas habitações. Por outro lado, e mercê da influência cénica marcada pela construção daqueles que haveriam de transformar-se nos principais elementos aglutinadores da nova localidade, como o edifício das termas, os hotéis Inglaterra, Paris e Palácio, e o grande casino internacional, as novas edificações enquadram-se quase todas no estereótipo criado em torno dos valores da tradicional “Casa Portuguesa” e das inúmeras variações de cariz modernista que caracterizaram a época. 03
  • 7. Em termos políticos assumiu papel de especial relevo, na década de 30, o surgimento do Estado Novo. Fundamentado numa propaganda que dependia de uma recriação quase artificial de uma nova forma de ser e de estar em Portugal, não só como incentivo à promoção turística no estrangeiro, como também à consolidação dos novos valores Nacionais, o Governo utilizou profusamente o Estoril como cenário privilegiado para os seus eventos. A fama e o prestígio do Estoril, marcados pela qualidade do seu projecto urbano, pela dinâmica social e cultural que se enquadrava nos espaços existentes, e pela fulgurante propaganda estatal, depressa se institucionalizaram, facilitando assim o processo de venda de lotes e de edificação de novas construções. O Parque do Estoril, centrado na grande praça que resulta da construção das arcadas – edifícios de utilização mista de comércio e habitação -, no seu vasto e amplo jardim, no imponente casino, e na praia, possui todas as condições que garantem aos novos habitantes a possibilidade de se integrarem socialmente. Os eventos estorilenses, dos quais se destacam a grande Feira de Amostras da Indústria, em 1929; o II Circuito de Portugal em Automóvel, em 1933; os entrudos e as lendárias passagens de ano; vão-se complementar com a electrificação da linha de caminho-de-ferro, com a criação dos Bombeiros dos Estoris, com a inauguração da Estrada Marginal, com a recuperação da Igreja de Santo António, com a inauguração do Hotel Palácio e do Casino Estoril, etc. 04
  • 8. A excelência do espaço, aliada a uma formulação urbanística de grande qualidade, a um enquadramento arquitectónico baseado em linhas mestras comuns, e a uma promoção sem igual no panorama Nacional, transformam o Estoril naquilo que ainda hoje consegue ser: um local equilibrado, agradável, e socialmente saudável, onde a habitação, o comércio, os serviços e o lazer coexistem pacificamente, com evidentes benefícios recíprocos e uma qualidade de vida incomparavelmente maior do que aquela que caracteriza outras zonas do Concelho de Cascais. Como é evidente, esta situação acaba por ter consequências efectivas no quotidiano de todos quantos vivem, trabalham ou passeiam no Estoril. A qualidade da envolvência, e o grande cuidado dispensado ao espaço urbano, dignifica as zonas públicas, valorizando o património privado e transformando-se numa mais valia para o local. Os hábitos, os usos, os costumes, e o dia-a-dia do estorilenses vão-se adaptando às suas condições de vida, facto que, por sua vez, influi na educação, no civismo e na cultura dos habitantes. A qualidade do Estoril, alicerçada no projecto urbano de Martinet e na cenografia da localidade, é hoje resultante de uma panóplia que agrega também o apoio político do Estado e da Autarquia; a vontade e a educação dos seus habitantes; a capacidade e o espírito empreendedor dos seus comerciantes e empresários; a visão dos promotores que ali existem; e o civismo daqueles que visitam o local. 05
  • 9. Tudo isto, como é evidente, é resultado do planeamento global prévio levado a cabo por Fausto de Figueiredo, da sua capacidade de ultrapassar as vicissitudes do sistema e do enquadramento geral que ele conseguiu imprimir a todos aqueles que ali construíram as suas habitações. Cem anos depois, e ainda mantendo bem vivo o seu espírito original, apesar de algumas desvirtuações pontuais que resultaram de incapacidades políticas conjunturais, o Estoril assume-se como exemplo de sucesso que demonstra que é possível recriar espaços de enorme qualidade nos quais o comércio, a habitação e os serviços se equilibram promovendo uma vivência socialmente saudável, com excelentes parâmetros de segurança e de bem estar. O impulso dado por Fausto Cardoso de Figueiredo ao turismo, baseado não só na criação de raiz daquela que vai ser a primeira grande urbanização totalmente pré-planeada em Portugal, como também nas inúmeras intervenções pontuais que desenvolveu enquanto político, fazem dele uma personalidade incontornável na história deste sector. Faleceu na sua residência, no Estoril, no dia 05 de Abril de 1950. 06
  • 11. A Linha Férrea da Costa do Sol Fausto Figueiredo
  • 12. a recriação de um cenário idílico e marcante… Fausto Figueiredo
  • 13. Fausto Figueiredo Transformar o Estoril numa estância internacional…
  • 14. "A praia do Estoril é a pérola encantada da enseada azul. Praia deliciosa da mais aprazível atracção.“ O Século Ilustrado – Setembro 1939 Fausto Figueiredo