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Resenha da obra: “A arte de fazer um jornal diário” de Ricardo Noblat
                                                                            Aluna: Jéssica Santos.



       Apresentação da Obra/ Introdução

         “A Arte de fazer um Jornal Diário” é uma obra de leitura fácil e fluida. Destinada não
somente a estudantes ou jornalistas mais experientes, pode também despertar o interesse de
pessoas comuns que se interessem por saber mais como funciona a rotina de trabalho de
jornalistas e quais as suas funções e deveres pré-estabelecidos pela ética profissional e pelas
necessidades de sua empresa.

        A obra também funciona como um manual repleto de importantes recomendações aos
profissionais da área, com bastante exemplos ilustrativos e experiências do próprio autor.

       Ricardo Noblat é um experiente jornalista e nesta obra nos transmite essa sua bagagem
seguida de algumas posturas críticas e, em alguns momentos até pessimistas, diante do processo
de produção jornalística. Seu trabalho pode ser interpretado também como uma ferrenha defesa
de um jornalismo de qualidade e de uma postura mais critica por parte dos jornalistas.

      Com uma linguagem simples e clara, o autor nos prende até o final da obra, onde
chegaremos, sem dúvida, mais críticos e observadores da rotina jornalística.



Capítulo I – Assim é, se lhe parece

       O autor inicia o primeiro capítulo de sua obra com uma conversa protagonizada por um
cidadão comum e um jornalista em uma banca de revistas. O cidadão dirige ao jornalista diversas
indagações a respeito da forma como são escolhidas as notícias, da similar aparência dos jornais,
de quem realiza a escolha do que virá publicado em suas páginas, dos tipos de notícias que mais
despertam o interesse do público, chegando, por fim, ao ponto que serve de objeto de reflexão ao
capítulo inicial do livro, o futuro dos jornais diante do contínuo desinteresse manifestado pelos
jovens à leitura de jornais.
       Ricardo Noblat passa, a partir daí, a descrever uma série de aspectos e argumentos que
devem ser levados em consideração na análise da atual crise pela qual passa a imprensa e na
discussão a respeito de seu futuro como meio de difusão de informações.
        Dentre esses aspectos estão a má administração dos jornais pelos seus proprietários; o
serviço de pouca qualidade realizado pelos jornalistas; as péssimas condições de trabalho a que
estão submetidos os profissionais; os baixos salários e sobrecarga de funções, devido ao
enxugamento realizado nas redações; a decrescente atração de receitas publicitárias para os
jornais comparados aos demais veículos de comunicação como internet e televisão que atraem
cada vez mais investimentos; o não atendimento dos reais interesses e necessidades do seu
público, causado pela falta de interesse por parte das empresas jornalísticas em conhecê-lo; o
modelo ultrapassado de fazer jornalismo impresso no qual os donos de jornais e jornalistas
insistem em realizar. E é nesse ponto que o autor expõe sua opinião ao escrever: “É o conteúdo
que vende jornal. Somente uma mudança radical de conteúdo, aqui e em qualquer outro lugar,
será capaz de prolongar a lenta agonia dos jornais.”
        A partir desse momento, Noblat insere alguns argumentos para sustentar sua tese de que
os jornais devem investir recursos na contratação de pessoal especializado e preparado para
realizar transformações que atinjam o conteúdo apresentado por eles, e assim, consigam reverter
o quadro de crise e possam atrair maior público leitor, direcionando especial atenção aos jovens,
que pouco têm se interessado pela leitura de jornais.
        Ao fim do capítulo, o autor convida o leitor que desejar contribuir de alguma forma na
tentativa de reversão da crise da imprensa a continuar a leitura dos próximos capítulos, em que
ele irá expor outras séries de ideias pertinentes para a análise do atual momento vivido pelos
jornais no Brasil e no mundo.


Capítulo II – Sem olhar para a TV
(Reflexões sobre ética, valores e vida privada)


       Jornal não é apenas local físico repleto de máquinas modernas. Não é apenas um conjunto
de registros importantes à orientação das pessoas. Menos ainda deveria ser oportunidade de
negócio.
         É assim que o autor dá inicio ao segundo capítulo de sua obra, dizendo o que o jornal não
deveria ser, para só então passar a anunciar qual deveria ser o real papel deste na sociedade: “Um
jornal é ou deveria ser um espelho da consciência crítica de uma comunidade em determinado
espaço de tempo.” Ao dizer que o papel do jornal deveria ser o de “um espelho da consciência
crítica de uma comunidade”, o autor coloca implicitamente a função que cabe não apenas aos
jornalistas de participar do processo de construção do jornalismo como também dos leitores e,
portanto, dos cidadãos, que detêm o poder de decisão de consumir um jornal em detrimento de
outro, ou simplesmente de não consumir jornal algum.
        Noblat também enumera aqueles que são para ele os deveres mais importantes dos
jornalistas, principalmente no atual cenário de conglomerados de mídia. Figura como dever
número um do jornalista trabalhar sempre a serviço da verdade, número dois, do jornalismo
independente; três, dos cidadãos e por fim de sua própria consciência. Ainda no que diz respeito à
concentração de veículos de comunicação sob o domínio de poucos, o autor coloca que essa é
uma tendência que “conspira contra o jornalismo de qualidade e é uma séria ameaça ao
pluralismo de opinião.”
        Ao iniciar o texto com o título “Quem matou Tim Lopes”, o autor nos convida a refletir
sobre alguns fundamentos do jornalismo que nos deixam claros exemplos de não serem
cumpridos nem pelos profissionais como também pelas empresas de comunicação. Noblat atenta
para o fato de que se quisermos realizar um jornalismo de qualidade devemos, antes de qualquer
coisa, olhar para dentro do sistema de produção jornalístico e enxergar nele as deficiências que
gritam por reformas, para só a partir de suas soluções passarmos nos preocupar com problemas
de caráter mais técnico e metodológico, como é, por exemplo, a reforma de apresentação de
conteúdo de um jornal.
        No texto seguinte, “Valores preservados”, Noblat faz um alerta e levanta uma questão
importante a respeito do papel do jornal comparado ao papel da televisão, enquanto veículos
propagadores de informações. Com o surgimento da televisão, o jornal perde parte de seu caráter
de “produtor de acontecimento”, a partir de então, os fatos só ocorrem quando aquela lhes
confere repecursão. Neste ponto, o autor chama a atenção para o fato de que nem tudo que a
televisão torna de conhecimento público era de fato interesse público, tendo sido nesse caso
atendidas as suas necessidades de espetacularização do acontecimento buscando atingir maior
audiência. Noblat chega a afirmar que “a função social do jornalismo é exercida com mais
propriedade pelos veículos de comunicação impressos”, logo fazendo a ressalva de que “embora
nem sempre por todos eles.”
       O objetivo do autor neste texto é alertar aos novos jornalistas e indicar aos já mais
experientes que um dos grandes erros de muitos jornais é tentar, equivocadamente, acompanhar
o ritmo de produção e abordagem que faz a televisão dos acontecimentos que julga importante e
de interesse. Quando na verdade temos dois veículos de comunicação com diferentes
características de produção, difusão e possibilidades de enfoque.
        No texto seguinte “Jornalista não é Deus”, Noblat se detém a analisar alguns casos em que
jornalistas se julgam dispensados de respeitar os critérios éticos da profissão para terem acesso a
informações sigilosas ou realizarem denúncias de atos criminosos, sem levar em consideração que
estão, portanto, cometendo crime contra o regime que regula a prática profissional, pois deixam
de levar em consideração que a ética tem de prevalecer sobre o dever do jornal de revelar fatos
que podem interessar ao público.
        Em “De olho na História”, o autor chama a atenção dos novos jornalistas para a
necessidade de se tentar inserir na produção de notícias a temática histórica, que compreende em
situar o leitor no contexto do acontecimento para que sua compreensão possa ser assim mais
clara e precisa. Para Noblat, esse é um recurso que agrada e prende o público na leitura das
matérias.
       No último texto do segundo capítulo, “Boa notícia vende”, Ricardo Noblat nos lembra que a
preferência do público converge para as notícias de tragédia, para aquilo que é curioso, que abala
as estruturas da sociedade, enfim, fatos que tenham um caráter negativo. Não que o público não
se interesse por notícias positivas, mas é evidente que as notícias que mais vendem são aquelas
que trazem em seu íntimo fatos que vão de encontro com a normalidade.


Capítulo III – Sobre a arte de apurar


        Noblat inicia o capítulo falando da necessidade de que os novos jornalistas têm de serem
profissionais completos, ou seja, de estarem aptos a realizar diversas tarefas que antes eram
divididas entre mais pessoas. Atualmente, um bom jornalista deve conhecer um número
significativo de ferramentas que lhe possibilite acrescentar dados ao seu texto, sendo a maioria
delas de recursos visuais. Já não é suficiente que o jornalista apenas apure e escreva bem, mas
também que saiba editar tudo que produzir.
       A convergência de tantas habilidades a um único profissional se deve a tendência de
redução de pessoal nas redações, causada pelas periódicas crises enfrentadas pela imprensa em
todo o mundo.
        O autor também reserva um espaço para falar um pouco sobre a “pressa” que é, em
muitos casos ou na maioria deles, a inimiga na busca da perfeição na produção das notícias pelos
jornalistas. Pois um texto bem redigido, editado, enfim, uma boa notícia demanda um tempo
considerável para ficar pronta. Noblat acrescenta, “A pressa é a culpada, nas redações, pelo
aniquilamento de muitas verdades, pela quantidade vergonhosa de pequenos e grandes erros que
borram as páginas dos jornais e pela superficialidade de textos que desestimulam a reflexão.”
        Para ele, as notícias em tempo real devem ficar a cargo do rádio, televisão e internet,
cabendo aos jornais o papel de veículos que se preocupem mais com a informação completa e
com enfoque diversos, buscando uma maior e melhor compreensão do conteúdo por parte do
leitor.
       O autor também enfatiza que a credibilidade de um jornal não se obtém apenas pela
veracidade de suas notícias, mas também pela sua postura de responsabilidade ao errar e retratar
seu erro junto aos seus leitores.
       Em “Um por todos, todos por um”, Noblat aborda a questão da semelhança dos jornais no
que diz respeito às notícias que vêm publicadas diariamente em suas páginas. São na maior parte
dos casos, as mesmas, apenas com uma leve diferença de abordagem. Essa é uma tendência que
se deve também ao momento de crise pelo qual passa a imprensa mundial, e pela qual as
redações se vêem obrigadas a reduzir suas equipes. Assim, os jornalistas deixam de sair para a rua
em busca de boas notícias para serem publicadas e os jornais perdem, certamente, em conteúdo.
        No texto seguinte, “Quanto vale um detalhe”, o autor recomenda aos novos e experientes
jornalistas que não tenham preguiça de apurar os detalhes de um fato, pois eles serão muito úteis
para a construção de uma notícia com mais credibilidade, pois é muito mais convincente uma
história contada em seus mínimos detalhes. Em “Só para quem tem faro”, Noblat diz que o
jornalista tem de estar atento a tudo que acontece a sua volta e possuir um faro para identificar
notícia em todas as situações, sejam elas as mais corriqueiras.
       O autor também comenta e defende que “investigar é apurar” e que sem um bom trabalho
de investigação não se alcança um jornalismo de qualidade.
       No texto “Na mira da polícia”, Ricardo Noblat nos conta o caso da prisão do piloto do
tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello, PC Farias. Neste caso, o repórter Luiz
Alberto Weber deu um show de profissionalismo e determinação na busca pela melhor notícia
para os seus leitores. Noblat faz uso do caso para nos explicar o que um bom jornalista deve ter,
persistência e determinação, na busca pela informação. Para o autor, “o determinado vence o
talentoso”.
      Em “Quando o melhor é parar”, Noblat atenta para a necessidade de que o jornalista saiba
a hora certa de finalizar sua apuração de um fato e de se sentar para escrever a matéria,
lembrando que o excesso de informações é prejudicial à qualidade da notícia. O autor também
nos lembra que o papel do jornalista é investigar bem para obter respostas, não devendo,
portanto, transferir dúvidas aos seus leitores. Cabe ao jornalista ouvir os dois lados de um fato,
mas é importante que ele não se deixe errar e publique versões contraditórias, que causarão
déficit de compreensão e entendimento do fato por parte dos leitores.
        Outra importante característica que o bom jornalista deve possuir é a sensibilidade de não
se deixar acreditar na primeira versão de um fato, nem mesmo na segunda, seja ele qual for. É
preciso que o jornalista duvide de tudo e de todos. Inclusive é pouco recomendado que o
profissional confie apenas em sua memória, fazendo-se necessário uma boa apuração e a
realização de anotações pessoais. Portanto, o jornalista deve sempre duvidar e só passar a
acreditar em uma versão de um fato quando não lhe restar alternativa e se esgotarem todas as
dúvidas.
      Também nos alerta Noblat sobre a raiva que muitos jornalistas causam aos seus leitores,
quando começam a narrar uma história e, de repente, param de publicar a continuação desse
acontecimento.
       Noblat ainda nos dá outra dica, é importante que tenhamos um bom relacionamento com
nossas fontes e que cuidemos delas, até mesmo com uma simples conversa sem compromisso, só
para manter a amizade e o contato. O autor chega a classificar esse comportamento como um
treinamento ao qual sujeitamos nossas fontes e de acordo com ele é esse de estrema importância.
       O autor chama nossa atenção para entrevista em Off, que são aquelas em que os
entrevistados tem a segurança de que sua identidade não será revelada. De acordo com Noblat,
sem o recurso do Off seria impossível realizarmos nosso trabalho. Mas ele também chama nossa
atenção para o fato de que só devemos considerar o Off quando o entrevistado nos der
informações nessas condições.
         Para conseguir o maior número de informações possíveis e pertinentes para a construção
de matérias noticiosas, Noblat recomenda que sejamos muito questionadores e que não
tenhamos vergonha de perguntar. Devemos retornar para a redação com todas as dúvidas
esclarecidas, para conseguirmos assim explicar de forma clara e direta as informações para o
leitor. Com isso, estaremos evitando a passagem de dúvidas ou dados errados para o público.
        Ao fim do capítulo, o autor ainda nos lembra que durante uma entrevista o entrevistado é
quem deve chamar a atenção dos leitores e não o repórter. Além de que as perguntas devem ser
feitas, sem que o entrevistado fique nervoso, e que em casos como esse, devemos mudar de
assunto e retomá-lo quando aquele já estiver mais tranqüilo. Mas não devemos nunca sair de
uma entrevista sem antes conseguirmos saber do entrevistado tudo o que precisamos para
escrever uma boa matéria.


Capítulo IV – Sobre a arte de escrever

       Noblat inicia este capítulo relembrando e alertando aos novos jornalistas alguns
importantes aspectos para a produção de notícias. O primeiro deles diz respeito ao conhecimento
e domínio da língua portuguesa como uma das obrigações do profissional. Logo em seguida, o
autor se detém a falar sobre a habilidade da escrita que não possui uma receita básica a ser
seguida, mas sim é fruto de empenho e dedicação árdua do jornalista. O autor chega a aconselhar
que a melhor, e talvez, única opção a ser seguida é ler muito, de tudo e sempre. Outro importante
ponto em que toca o autor é sobre a clareza e simplicidade em que deve se estruturar toda
produção noticiosa de um jornalista, pois seu público é muito diverso, e acima de tudo se deve
buscar a compreensão do maior número de pessoas possível.
        No texto “Livrem-se deles”, nos é chamada a atenção para o uso de adjetivos, que deve ser
evitado, cabendo apenas e unicamente em comentários, opiniões, artigos e editoriais. Também
atenta que todo texto pode ser melhorado ou até reescrito para se ter ao final, um trabalho mais
claro e menos redundante. Outra importante dica é a de que leiamos o que escrevemos em voz
alta, para assim tentarmos descobrir defeitos que nos escapam aos olhos, como palavras que
rimam e frases muito longas.
        Em “Somente uma bala”, Noblat atenta para o fato de que o jornalista tem apenas uma
chance de prender a atenção e, assim, manter o interesse do leitor até o final da notícia. E para
isso deve aquele escrever um excelente lide, que responda as principais e imediatas curiosidades
do leitor, sem que este se detenha a ler somente o primeiro parágrafo da notícia. Para auxiliar
nossa compreensão do que seria um bom lide o autor seleciona alguns e os dispõem logo em
seguida ao texto nomeado acima.
        Fechando o capítulo, nos dois últimos textos, Noblat apresenta mais duas dicas aos
jornalistas: que busquem boas ideias para construir a abordagem que farão de determinado
assunto e que produzam textos de leitura leve e fluida.

Capítulo V – Sobre tantas outras artes

       Logo no primeiro texto do capítulo, Noblat aborda mais uma vez a função que dever ser
desempenhada pelo jornal e ainda faz um alerta, “ter muita informação é diferente de ser bem
informado. Informação em excesso desinforma”. Para ele, o grande diferencial entre o jornal e
outros veículos de informação é poder aprofundar e dar relevância ao que realmente for
consistente, porém esta é uma tendência pouco verificada nos impressos em geral.
       No texto “O segredo do Tostines”, o autor aborda um dilema clássico dos jornalistas, a
exigência de interpretação de algumas notícias para serem mais bem compreendidas pelo leitor.
Daí é importante destacar que interpretar é diferente de opinar, e mais uma vez é pertinente
lembrar que a opinião do jornalista não importa e não deve vir exposta em textos noticiosos,
apenas em seções especialmente destinadas a sua presença.
       Em “Perigos a vista”, Noblat aconselha que os jornalistas não aceitem todo tipo de convite
ou favores de empresas privadas ou do governo, mas apenas quando não comprometer o
exercício de um jornalismo livre e crítico e também quando não causar danos posteriores a sua
imagem.
       No final do capítulo, o autor se detém a falar um pouco do perigo de se estabelecer laços
de amizade com fontes de informação, pois uma hora ou outra teremos de falar delas em
publicações, e essa ocasião causará constrangimentos ou até mágoas eternas.



Capítulo VI – Em louvor de Frei Damião

       Neste capítulo, o autor nos convida a acompanhar os bastidores de uma reportagem feita
por ele. Nela nos são revelados os seus bastidores e ele também compartilha conosco sua
experiência de trabalho.
Capítulo VII – A reinvenção de um jornal
(A história da reforma do Correio Braziliense)

        O capítulo tem início com a apresentação dos concorrentes do Correio Braziliense no
Distrito Federal no ano de 1993. Mesmo possuindo o maior número de público leitor, o aumento
do número de vendas dos concorrentes se mostrou para o Correio como o momento certo para
iniciar mudanças no jornal, que de que acordo com seus leitores possuía caráter conservador.
        O Correio iniciou sua reforma em fevereiro de 1994 e, de acordo do o autor, pode ser
dividida em outras duas datas, abril de 1996 e julho de 2000.
        No decorrer no capítulo, o Noblat discorre sobre o processo de reforma do jornal, sobre
suas prioridades e objetivos. Os principais pontos da reforma foram jornal local; jornal de
referência nacional; rigor na seleção de noticias; aposta em grandes reportagens; maior emprego
de recursos visuais e prestação de serviços ao leitor.
        Por fim, também se detém o autor a comentar outros pontos que julga importante no
texto que ele intitula “Princípios Gerais do Correio 2000”.

Capítulo VIII – De Gutenberg aos nossos dias
(Datas que marcaram a vida da imprensa)

        No último capítulo de sua obra, o autor se volta para a construção de uma linha do tempo,
na qual estão presentes as principais datas da história da imprensa do Brasil e do mundo e, de
certa forma, da vida do próprio jornalismo.


Conclusão

        “A arte de fazer um jornal diário” é uma obra que nos apresenta de forma clara e objetiva
um panorama do dia-a-dia da profissão jornalística, os desafios, regras e critérios aos quais devem
atender os seus profissionais e, por isso, atende as necessidades de estudantes da área de
comunicação que buscam e precisam ampliar suas bases teóricas e, ao mesmo tempo, somá-las a
realização de atividades práticas que em conjunto formarão bons profissionais.

       Nesse seu trabalho, Ricardo Noblat tenta reproduzir através da escrita a realidade do dia-a-
dia de uma redação e as responsabilidades que tem um profissional de jornalismo no exercício de
sua profissão.

       Por fim, convém acrescentar que a intenção do autor, um renomado jornalista brasileiro, é
a de nos transmitir a importância do jornalismo impresso em uma sociedade que já se acostumou
com a instantaneidade das informações, mas que ainda se mostra sedenta por notícias bem
contadas e apuradas. Assim, o autor tenta nos levar a uma reflexão sobre a veracidade da ideia de
que o jornalismo impresso irá acabar com o crescente avanço e utilização de meios eletrônicos
como fonte de informações. Porém, a resposta que nos resta após a leitura de sua obra e do
conhecimento das técnicas e propostas de produção de um jornal, é que não, o jornalismo
impresso não poderá acabar, já que o público busca informações com qualidade e
aprofundamento que o auxiliam a entender uma situação e a formar uma opinião e posição frente
aos acontecimentos.
Resenha do livro   a arte de fazer um jornal diário - ricardo noblat (2)

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Resenha do livro a arte de fazer um jornal diário - ricardo noblat (2)

  • 1. Resenha da obra: “A arte de fazer um jornal diário” de Ricardo Noblat Aluna: Jéssica Santos. Apresentação da Obra/ Introdução “A Arte de fazer um Jornal Diário” é uma obra de leitura fácil e fluida. Destinada não somente a estudantes ou jornalistas mais experientes, pode também despertar o interesse de pessoas comuns que se interessem por saber mais como funciona a rotina de trabalho de jornalistas e quais as suas funções e deveres pré-estabelecidos pela ética profissional e pelas necessidades de sua empresa. A obra também funciona como um manual repleto de importantes recomendações aos profissionais da área, com bastante exemplos ilustrativos e experiências do próprio autor. Ricardo Noblat é um experiente jornalista e nesta obra nos transmite essa sua bagagem seguida de algumas posturas críticas e, em alguns momentos até pessimistas, diante do processo de produção jornalística. Seu trabalho pode ser interpretado também como uma ferrenha defesa de um jornalismo de qualidade e de uma postura mais critica por parte dos jornalistas. Com uma linguagem simples e clara, o autor nos prende até o final da obra, onde chegaremos, sem dúvida, mais críticos e observadores da rotina jornalística. Capítulo I – Assim é, se lhe parece O autor inicia o primeiro capítulo de sua obra com uma conversa protagonizada por um cidadão comum e um jornalista em uma banca de revistas. O cidadão dirige ao jornalista diversas indagações a respeito da forma como são escolhidas as notícias, da similar aparência dos jornais, de quem realiza a escolha do que virá publicado em suas páginas, dos tipos de notícias que mais despertam o interesse do público, chegando, por fim, ao ponto que serve de objeto de reflexão ao capítulo inicial do livro, o futuro dos jornais diante do contínuo desinteresse manifestado pelos jovens à leitura de jornais. Ricardo Noblat passa, a partir daí, a descrever uma série de aspectos e argumentos que devem ser levados em consideração na análise da atual crise pela qual passa a imprensa e na discussão a respeito de seu futuro como meio de difusão de informações. Dentre esses aspectos estão a má administração dos jornais pelos seus proprietários; o serviço de pouca qualidade realizado pelos jornalistas; as péssimas condições de trabalho a que estão submetidos os profissionais; os baixos salários e sobrecarga de funções, devido ao enxugamento realizado nas redações; a decrescente atração de receitas publicitárias para os jornais comparados aos demais veículos de comunicação como internet e televisão que atraem cada vez mais investimentos; o não atendimento dos reais interesses e necessidades do seu público, causado pela falta de interesse por parte das empresas jornalísticas em conhecê-lo; o modelo ultrapassado de fazer jornalismo impresso no qual os donos de jornais e jornalistas
  • 2. insistem em realizar. E é nesse ponto que o autor expõe sua opinião ao escrever: “É o conteúdo que vende jornal. Somente uma mudança radical de conteúdo, aqui e em qualquer outro lugar, será capaz de prolongar a lenta agonia dos jornais.” A partir desse momento, Noblat insere alguns argumentos para sustentar sua tese de que os jornais devem investir recursos na contratação de pessoal especializado e preparado para realizar transformações que atinjam o conteúdo apresentado por eles, e assim, consigam reverter o quadro de crise e possam atrair maior público leitor, direcionando especial atenção aos jovens, que pouco têm se interessado pela leitura de jornais. Ao fim do capítulo, o autor convida o leitor que desejar contribuir de alguma forma na tentativa de reversão da crise da imprensa a continuar a leitura dos próximos capítulos, em que ele irá expor outras séries de ideias pertinentes para a análise do atual momento vivido pelos jornais no Brasil e no mundo. Capítulo II – Sem olhar para a TV (Reflexões sobre ética, valores e vida privada) Jornal não é apenas local físico repleto de máquinas modernas. Não é apenas um conjunto de registros importantes à orientação das pessoas. Menos ainda deveria ser oportunidade de negócio. É assim que o autor dá inicio ao segundo capítulo de sua obra, dizendo o que o jornal não deveria ser, para só então passar a anunciar qual deveria ser o real papel deste na sociedade: “Um jornal é ou deveria ser um espelho da consciência crítica de uma comunidade em determinado espaço de tempo.” Ao dizer que o papel do jornal deveria ser o de “um espelho da consciência crítica de uma comunidade”, o autor coloca implicitamente a função que cabe não apenas aos jornalistas de participar do processo de construção do jornalismo como também dos leitores e, portanto, dos cidadãos, que detêm o poder de decisão de consumir um jornal em detrimento de outro, ou simplesmente de não consumir jornal algum. Noblat também enumera aqueles que são para ele os deveres mais importantes dos jornalistas, principalmente no atual cenário de conglomerados de mídia. Figura como dever número um do jornalista trabalhar sempre a serviço da verdade, número dois, do jornalismo independente; três, dos cidadãos e por fim de sua própria consciência. Ainda no que diz respeito à concentração de veículos de comunicação sob o domínio de poucos, o autor coloca que essa é uma tendência que “conspira contra o jornalismo de qualidade e é uma séria ameaça ao pluralismo de opinião.” Ao iniciar o texto com o título “Quem matou Tim Lopes”, o autor nos convida a refletir sobre alguns fundamentos do jornalismo que nos deixam claros exemplos de não serem cumpridos nem pelos profissionais como também pelas empresas de comunicação. Noblat atenta para o fato de que se quisermos realizar um jornalismo de qualidade devemos, antes de qualquer coisa, olhar para dentro do sistema de produção jornalístico e enxergar nele as deficiências que gritam por reformas, para só a partir de suas soluções passarmos nos preocupar com problemas
  • 3. de caráter mais técnico e metodológico, como é, por exemplo, a reforma de apresentação de conteúdo de um jornal. No texto seguinte, “Valores preservados”, Noblat faz um alerta e levanta uma questão importante a respeito do papel do jornal comparado ao papel da televisão, enquanto veículos propagadores de informações. Com o surgimento da televisão, o jornal perde parte de seu caráter de “produtor de acontecimento”, a partir de então, os fatos só ocorrem quando aquela lhes confere repecursão. Neste ponto, o autor chama a atenção para o fato de que nem tudo que a televisão torna de conhecimento público era de fato interesse público, tendo sido nesse caso atendidas as suas necessidades de espetacularização do acontecimento buscando atingir maior audiência. Noblat chega a afirmar que “a função social do jornalismo é exercida com mais propriedade pelos veículos de comunicação impressos”, logo fazendo a ressalva de que “embora nem sempre por todos eles.” O objetivo do autor neste texto é alertar aos novos jornalistas e indicar aos já mais experientes que um dos grandes erros de muitos jornais é tentar, equivocadamente, acompanhar o ritmo de produção e abordagem que faz a televisão dos acontecimentos que julga importante e de interesse. Quando na verdade temos dois veículos de comunicação com diferentes características de produção, difusão e possibilidades de enfoque. No texto seguinte “Jornalista não é Deus”, Noblat se detém a analisar alguns casos em que jornalistas se julgam dispensados de respeitar os critérios éticos da profissão para terem acesso a informações sigilosas ou realizarem denúncias de atos criminosos, sem levar em consideração que estão, portanto, cometendo crime contra o regime que regula a prática profissional, pois deixam de levar em consideração que a ética tem de prevalecer sobre o dever do jornal de revelar fatos que podem interessar ao público. Em “De olho na História”, o autor chama a atenção dos novos jornalistas para a necessidade de se tentar inserir na produção de notícias a temática histórica, que compreende em situar o leitor no contexto do acontecimento para que sua compreensão possa ser assim mais clara e precisa. Para Noblat, esse é um recurso que agrada e prende o público na leitura das matérias. No último texto do segundo capítulo, “Boa notícia vende”, Ricardo Noblat nos lembra que a preferência do público converge para as notícias de tragédia, para aquilo que é curioso, que abala as estruturas da sociedade, enfim, fatos que tenham um caráter negativo. Não que o público não se interesse por notícias positivas, mas é evidente que as notícias que mais vendem são aquelas que trazem em seu íntimo fatos que vão de encontro com a normalidade. Capítulo III – Sobre a arte de apurar Noblat inicia o capítulo falando da necessidade de que os novos jornalistas têm de serem profissionais completos, ou seja, de estarem aptos a realizar diversas tarefas que antes eram divididas entre mais pessoas. Atualmente, um bom jornalista deve conhecer um número significativo de ferramentas que lhe possibilite acrescentar dados ao seu texto, sendo a maioria
  • 4. delas de recursos visuais. Já não é suficiente que o jornalista apenas apure e escreva bem, mas também que saiba editar tudo que produzir. A convergência de tantas habilidades a um único profissional se deve a tendência de redução de pessoal nas redações, causada pelas periódicas crises enfrentadas pela imprensa em todo o mundo. O autor também reserva um espaço para falar um pouco sobre a “pressa” que é, em muitos casos ou na maioria deles, a inimiga na busca da perfeição na produção das notícias pelos jornalistas. Pois um texto bem redigido, editado, enfim, uma boa notícia demanda um tempo considerável para ficar pronta. Noblat acrescenta, “A pressa é a culpada, nas redações, pelo aniquilamento de muitas verdades, pela quantidade vergonhosa de pequenos e grandes erros que borram as páginas dos jornais e pela superficialidade de textos que desestimulam a reflexão.” Para ele, as notícias em tempo real devem ficar a cargo do rádio, televisão e internet, cabendo aos jornais o papel de veículos que se preocupem mais com a informação completa e com enfoque diversos, buscando uma maior e melhor compreensão do conteúdo por parte do leitor. O autor também enfatiza que a credibilidade de um jornal não se obtém apenas pela veracidade de suas notícias, mas também pela sua postura de responsabilidade ao errar e retratar seu erro junto aos seus leitores. Em “Um por todos, todos por um”, Noblat aborda a questão da semelhança dos jornais no que diz respeito às notícias que vêm publicadas diariamente em suas páginas. São na maior parte dos casos, as mesmas, apenas com uma leve diferença de abordagem. Essa é uma tendência que se deve também ao momento de crise pelo qual passa a imprensa mundial, e pela qual as redações se vêem obrigadas a reduzir suas equipes. Assim, os jornalistas deixam de sair para a rua em busca de boas notícias para serem publicadas e os jornais perdem, certamente, em conteúdo. No texto seguinte, “Quanto vale um detalhe”, o autor recomenda aos novos e experientes jornalistas que não tenham preguiça de apurar os detalhes de um fato, pois eles serão muito úteis para a construção de uma notícia com mais credibilidade, pois é muito mais convincente uma história contada em seus mínimos detalhes. Em “Só para quem tem faro”, Noblat diz que o jornalista tem de estar atento a tudo que acontece a sua volta e possuir um faro para identificar notícia em todas as situações, sejam elas as mais corriqueiras. O autor também comenta e defende que “investigar é apurar” e que sem um bom trabalho de investigação não se alcança um jornalismo de qualidade. No texto “Na mira da polícia”, Ricardo Noblat nos conta o caso da prisão do piloto do tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello, PC Farias. Neste caso, o repórter Luiz Alberto Weber deu um show de profissionalismo e determinação na busca pela melhor notícia para os seus leitores. Noblat faz uso do caso para nos explicar o que um bom jornalista deve ter, persistência e determinação, na busca pela informação. Para o autor, “o determinado vence o talentoso”. Em “Quando o melhor é parar”, Noblat atenta para a necessidade de que o jornalista saiba a hora certa de finalizar sua apuração de um fato e de se sentar para escrever a matéria,
  • 5. lembrando que o excesso de informações é prejudicial à qualidade da notícia. O autor também nos lembra que o papel do jornalista é investigar bem para obter respostas, não devendo, portanto, transferir dúvidas aos seus leitores. Cabe ao jornalista ouvir os dois lados de um fato, mas é importante que ele não se deixe errar e publique versões contraditórias, que causarão déficit de compreensão e entendimento do fato por parte dos leitores. Outra importante característica que o bom jornalista deve possuir é a sensibilidade de não se deixar acreditar na primeira versão de um fato, nem mesmo na segunda, seja ele qual for. É preciso que o jornalista duvide de tudo e de todos. Inclusive é pouco recomendado que o profissional confie apenas em sua memória, fazendo-se necessário uma boa apuração e a realização de anotações pessoais. Portanto, o jornalista deve sempre duvidar e só passar a acreditar em uma versão de um fato quando não lhe restar alternativa e se esgotarem todas as dúvidas. Também nos alerta Noblat sobre a raiva que muitos jornalistas causam aos seus leitores, quando começam a narrar uma história e, de repente, param de publicar a continuação desse acontecimento. Noblat ainda nos dá outra dica, é importante que tenhamos um bom relacionamento com nossas fontes e que cuidemos delas, até mesmo com uma simples conversa sem compromisso, só para manter a amizade e o contato. O autor chega a classificar esse comportamento como um treinamento ao qual sujeitamos nossas fontes e de acordo com ele é esse de estrema importância. O autor chama nossa atenção para entrevista em Off, que são aquelas em que os entrevistados tem a segurança de que sua identidade não será revelada. De acordo com Noblat, sem o recurso do Off seria impossível realizarmos nosso trabalho. Mas ele também chama nossa atenção para o fato de que só devemos considerar o Off quando o entrevistado nos der informações nessas condições. Para conseguir o maior número de informações possíveis e pertinentes para a construção de matérias noticiosas, Noblat recomenda que sejamos muito questionadores e que não tenhamos vergonha de perguntar. Devemos retornar para a redação com todas as dúvidas esclarecidas, para conseguirmos assim explicar de forma clara e direta as informações para o leitor. Com isso, estaremos evitando a passagem de dúvidas ou dados errados para o público. Ao fim do capítulo, o autor ainda nos lembra que durante uma entrevista o entrevistado é quem deve chamar a atenção dos leitores e não o repórter. Além de que as perguntas devem ser feitas, sem que o entrevistado fique nervoso, e que em casos como esse, devemos mudar de assunto e retomá-lo quando aquele já estiver mais tranqüilo. Mas não devemos nunca sair de uma entrevista sem antes conseguirmos saber do entrevistado tudo o que precisamos para escrever uma boa matéria. Capítulo IV – Sobre a arte de escrever Noblat inicia este capítulo relembrando e alertando aos novos jornalistas alguns importantes aspectos para a produção de notícias. O primeiro deles diz respeito ao conhecimento e domínio da língua portuguesa como uma das obrigações do profissional. Logo em seguida, o autor se detém a falar sobre a habilidade da escrita que não possui uma receita básica a ser
  • 6. seguida, mas sim é fruto de empenho e dedicação árdua do jornalista. O autor chega a aconselhar que a melhor, e talvez, única opção a ser seguida é ler muito, de tudo e sempre. Outro importante ponto em que toca o autor é sobre a clareza e simplicidade em que deve se estruturar toda produção noticiosa de um jornalista, pois seu público é muito diverso, e acima de tudo se deve buscar a compreensão do maior número de pessoas possível. No texto “Livrem-se deles”, nos é chamada a atenção para o uso de adjetivos, que deve ser evitado, cabendo apenas e unicamente em comentários, opiniões, artigos e editoriais. Também atenta que todo texto pode ser melhorado ou até reescrito para se ter ao final, um trabalho mais claro e menos redundante. Outra importante dica é a de que leiamos o que escrevemos em voz alta, para assim tentarmos descobrir defeitos que nos escapam aos olhos, como palavras que rimam e frases muito longas. Em “Somente uma bala”, Noblat atenta para o fato de que o jornalista tem apenas uma chance de prender a atenção e, assim, manter o interesse do leitor até o final da notícia. E para isso deve aquele escrever um excelente lide, que responda as principais e imediatas curiosidades do leitor, sem que este se detenha a ler somente o primeiro parágrafo da notícia. Para auxiliar nossa compreensão do que seria um bom lide o autor seleciona alguns e os dispõem logo em seguida ao texto nomeado acima. Fechando o capítulo, nos dois últimos textos, Noblat apresenta mais duas dicas aos jornalistas: que busquem boas ideias para construir a abordagem que farão de determinado assunto e que produzam textos de leitura leve e fluida. Capítulo V – Sobre tantas outras artes Logo no primeiro texto do capítulo, Noblat aborda mais uma vez a função que dever ser desempenhada pelo jornal e ainda faz um alerta, “ter muita informação é diferente de ser bem informado. Informação em excesso desinforma”. Para ele, o grande diferencial entre o jornal e outros veículos de informação é poder aprofundar e dar relevância ao que realmente for consistente, porém esta é uma tendência pouco verificada nos impressos em geral. No texto “O segredo do Tostines”, o autor aborda um dilema clássico dos jornalistas, a exigência de interpretação de algumas notícias para serem mais bem compreendidas pelo leitor. Daí é importante destacar que interpretar é diferente de opinar, e mais uma vez é pertinente lembrar que a opinião do jornalista não importa e não deve vir exposta em textos noticiosos, apenas em seções especialmente destinadas a sua presença. Em “Perigos a vista”, Noblat aconselha que os jornalistas não aceitem todo tipo de convite ou favores de empresas privadas ou do governo, mas apenas quando não comprometer o exercício de um jornalismo livre e crítico e também quando não causar danos posteriores a sua imagem. No final do capítulo, o autor se detém a falar um pouco do perigo de se estabelecer laços de amizade com fontes de informação, pois uma hora ou outra teremos de falar delas em publicações, e essa ocasião causará constrangimentos ou até mágoas eternas. Capítulo VI – Em louvor de Frei Damião Neste capítulo, o autor nos convida a acompanhar os bastidores de uma reportagem feita por ele. Nela nos são revelados os seus bastidores e ele também compartilha conosco sua experiência de trabalho.
  • 7. Capítulo VII – A reinvenção de um jornal (A história da reforma do Correio Braziliense) O capítulo tem início com a apresentação dos concorrentes do Correio Braziliense no Distrito Federal no ano de 1993. Mesmo possuindo o maior número de público leitor, o aumento do número de vendas dos concorrentes se mostrou para o Correio como o momento certo para iniciar mudanças no jornal, que de que acordo com seus leitores possuía caráter conservador. O Correio iniciou sua reforma em fevereiro de 1994 e, de acordo do o autor, pode ser dividida em outras duas datas, abril de 1996 e julho de 2000. No decorrer no capítulo, o Noblat discorre sobre o processo de reforma do jornal, sobre suas prioridades e objetivos. Os principais pontos da reforma foram jornal local; jornal de referência nacional; rigor na seleção de noticias; aposta em grandes reportagens; maior emprego de recursos visuais e prestação de serviços ao leitor. Por fim, também se detém o autor a comentar outros pontos que julga importante no texto que ele intitula “Princípios Gerais do Correio 2000”. Capítulo VIII – De Gutenberg aos nossos dias (Datas que marcaram a vida da imprensa) No último capítulo de sua obra, o autor se volta para a construção de uma linha do tempo, na qual estão presentes as principais datas da história da imprensa do Brasil e do mundo e, de certa forma, da vida do próprio jornalismo. Conclusão “A arte de fazer um jornal diário” é uma obra que nos apresenta de forma clara e objetiva um panorama do dia-a-dia da profissão jornalística, os desafios, regras e critérios aos quais devem atender os seus profissionais e, por isso, atende as necessidades de estudantes da área de comunicação que buscam e precisam ampliar suas bases teóricas e, ao mesmo tempo, somá-las a realização de atividades práticas que em conjunto formarão bons profissionais. Nesse seu trabalho, Ricardo Noblat tenta reproduzir através da escrita a realidade do dia-a- dia de uma redação e as responsabilidades que tem um profissional de jornalismo no exercício de sua profissão. Por fim, convém acrescentar que a intenção do autor, um renomado jornalista brasileiro, é a de nos transmitir a importância do jornalismo impresso em uma sociedade que já se acostumou com a instantaneidade das informações, mas que ainda se mostra sedenta por notícias bem contadas e apuradas. Assim, o autor tenta nos levar a uma reflexão sobre a veracidade da ideia de que o jornalismo impresso irá acabar com o crescente avanço e utilização de meios eletrônicos como fonte de informações. Porém, a resposta que nos resta após a leitura de sua obra e do conhecimento das técnicas e propostas de produção de um jornal, é que não, o jornalismo impresso não poderá acabar, já que o público busca informações com qualidade e aprofundamento que o auxiliam a entender uma situação e a formar uma opinião e posição frente aos acontecimentos.