Tetsuo Watanabe foi um líder religioso japonês que promoveu a expansão da Igreja Messiânica no Brasil e em outros países. Ele incentivou a prática da cultura japonesa, como a ikebana, e apoiou seminários e caravanas para aproximar membros da fé no Japão. Sua liderança ajudou a difundir os ensinamentos messiânicos e ele deixou um legado de fé.
1. ESPECIAL/IGREJA MESSIANICA: Tetsuo
Watanabe deixa legado de fé, arte e cultura
Passados poucos mais de três meses da morte do presidente mundial da Igreja
Messiânica no Japão, Tetsuo Watanabe (1940-2013), os membros brasileiros
continuam praticando suas orientações como, por exemplo, sentir gratidão por
todos os momentos. Watanabe deixou um legado de fé por onde passou.
Natural de Tóquio, Tetsuo Watanabe chegou ao Brasil em 1962 como
missionário da Igreja Messiânica, onde fez a difusão pioneira do Johrei e dos
Ensinamentos de Mokiti Okada (chamado por Meishu-Sama entre os
messiânicos) em vários estados do Brasil, principalmente no Rio de Janeiro,
tornando-se um líder entre os messiânicos, devido ao seu carisma e sua
grande espiritualidade.
No Brasil, Solo Sagrado está localizado as margens da Represa Guarapiranga (foto: divulgação)
Tornou-se presidente da Igreja Messiânica no Brasil em 1976 com apenas 35
anos, liderando a Igreja no Brasil por 30 anos, até 2006, quando recebeu o
título de Presidente de Honra da Igreja Messiânica Mundial do Brasil. Após
isso, se dedicou exclusivamente ao cargo de presidente mundial da instituição
na Sede do Japão, o qual vinha exercendo até o dia 5 de outubro do ano
passado, data de seu falecimento.
Ao longo de sua carreira missionária, promoveu a expansão da Igreja
Messiânica não só no Brasil, como em muitos países da Europa e África, além
de liderar a construção do Solo Sagrado de Guarapiranga, localizado na zona
Sul de São Paulo.
2. Em 1976, como presidente da Igreja Messiânica no Brasil, Tetsuo Watanabe
mostrou aos brasileiros a importância da peregrinação aos três Solos Sagrados
do Japão nas cidades de Atami, Hakone e Kyoto, roteiro iniciado em 1970,
quando partiu a primeira caravana Brasiléia rumo ao Solo Sagrado do Japão
com o objetivo de reencontrar com Meishu-Sama (nome religioso de Mokiti
Okada, fundador da Igreja Messiânica).
Tetsuo Watanabe promoveu a expansão da Igreja Messianica não só no Brasil como também em outros países (foto: divulgação)
Desde que passou a incentivar a ida de brasileiros, houve um grande aumento
no número de caravanas, que passou para cinco por ano. Esse número vem
aumentando gradativamente.
Em 2010 foram 383 brasileiros ao Japão divididos em oito caravanas. No ano
seguinte foram 638 em 11 grupos. Este ano a previsão é que cerca de 800
brasileiros participem de 17 caravanas. No total, mais de 10.200 membros
brasileiros visitaram o Japão por intermédio das caravanas organizadas pela
Igreja Messiânica.
No ano 2000, Watanabe tornou-se presidente da Igreja Messiânica Mundial e
passou a ocupar a hierarquia mais alta dentro da igreja, recebendo o título de
reverendíssimo. Mesmo com muitos afazeres na Sede Geral do Japão, fazia
questão de receber todos os estrangeiros cumprimentando um por um. E, com
esforço incansável, incentivava os membros que encontrava a compartilhar a
alegria de peregrinar a Sede Geral do Japão.
Atualmente, além de visitar os três Solos Sagrados do Japão, os caravanistas
brasileiros visitam também museus e templos budistas e xintoistas no sentido
3. de conhecerem de perto a cultura japonesa, e fazem encontros de intercâmbio
com messiânicos japoneses.
Ikebana– Como presidente da Fundação Mokiti Okada – instituição ligada à
Igreja Messiânica Mundial do Brasil – Tetsuo Watanabe também foi um grande
incentivador da cultura japonesa, principalmente a ikebana e as artes plásticas.
A Academia Sanguetsu de Ikebana da Fundação Mokiti Okada, adota o estilo
Kado Sanguetsu (Estilo Montanha e Lua), que se caracteriza pela simplicidade
e tem sua essência no respeito à Grande Natureza. Objetiva, acima de tudo, a
elevação espiritual tanto de quem compõe o arranjo, quanto de quem o
aprecia. Assim, no estilo Kado Sanguetsu, a Ikebana não representa apenas
algo decorativo, mas possibilita despertar a sensibilidade para o belo,
enobrecendo o sentimento de quem o admira. Os alunos aprendem a lidar com
a verdadeira essência da vida, a praticar sempre o bem e a se expressar em
beleza em todos os aspectos, provando que qualquer coração, por mais
insensível ou sofrido que seja, se rende diante da flor, harmonizando-se
consigo e com o mundo.
Tetsuo Watanabe foi um grande incentivador da prática da Ikebana (foto: divulgação)
Hoje, a Academia Sanguetsu está presente em todos os estados brasileiros e
alguns países da América Latina, como Chile, Argentina, Peru e Bolívia.
Com quase 40 anos de atuação, a Academia Sanguetsu já formou 90 mil
alunos e 900 professores. Tem como responsável o ministro Erisson Thompson
Lima (que também foi seminarista da Igreja Messiânica), atual presidente da
4. Associação de Ikebana do Brasil e da Chado Urasenke Tankokai Brazil
Association e vice-presidente do Centro Chado Urasenke do Brasil.
Seminários – O reverendíssimo Watanabe também foi um grande incentivador
do Seminário de Formação Sacerdotal da Igreja Messiânica Mundial do Brasil,
criado em 1º de junho de 1971, com a finalidade de selecionar e preparar
jovens por intermédio da formação religiosa integral com vistas à carreira
sacerdotal.
Watanabe destacava dois pontos que considerava importante: a formação do
elemento humano e a difusão mundial – a divulgação dos ensinamentos a
outros países. Principalmente quando estava mais presente no Brasil (antes de
se tornar presidente mundial), Watanabe frequentemente promovia encontros
com os seminaristas, dando palestras, compartilhando experiências,
incentivando-os a trilharem com paixão e determinação o caminho da
dedicação exclusiva à Obra Divina.
O Seminário, cuja 38ª turma iniciará suas atividades em janeiro deste ano,
começa na Sede Central,em São Paulo– SP, onde os seminaristas que vêm de
todos os Estados do Brasil, aprendem o idioma japonês durante dois anos,
fazem o teste de proficiência na língua japonesa (JLPT), e depois são
encaminhados à Sede Geral no Japão, para continuar seus estudos.
Desde a década de 1970 até o momento, a Igreja Messiânica Mundial do Brasil
já enviou ao Japão 261 jovens brasileiros que, durante um ano e meio,
estudaram a língua japonesa, os ensinamentos do fundador da Igreja, e
tiveram contato direto com a cultura japonesa. Muitos desses jovens brasileiros
tornaram-se bolsistas e estudaram em várias universidades do Japão, como
Tsukuba, Hitotsubashi, Keio, Meiji, Rikyo, TUFS, entre outras. Após retornarem
ao Brasil, três desses bolsistas se tornaram Tradutores Juramentados no
idioma japonês.
Hoje, a maioria dos reverendos orientadores da Igreja vieram do seminário, e
muitos brasileiros que passaram pelo seminário atuam em mais de 30 países,
tanto na África, como Oceania, Europa, América e Ásia, desenvolvendo a
difusão da Igreja Messiânica no exterior.
Alimentação saudável – Cidadão Paulistano – título concedido em 9 de maio
de 1988, pela Câmara Municipal de São Paulo, Tetsuo Watanabe também
tinha como uma de suas preocupações uma alimentação saudável. Não à toa,
teve participação de destaque na criação Korin Agropecurária, empresa
fundada em 1994 e que desenvolve o método agrícola preconizado por Mokiti
Okada.
Além das frutas, legumes e verduras naturais, a empresa produz o mel
orgânico, café, água mineral e o Frango Korin, que é o carro-chefe.
(Aldo Shiguti)
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5. A IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL
A Igreja Messiânica Mundial foi fundada no Japão em 1º de janeiro de 1935 por
Mokiti Okada, chamado pelos messiânicos de Meishu-Sama, que, em
português, significa “Senhor da Luz”. No Brasil, a Igreja foi introduzida em
junho de 1955 e, atualmente, possui 454 unidades denominadas Johrei
Centers. A instituição possui cerca de dois milhões e meio de messiânicos,
entre ministrantes de Johrei e simpatizantes, e filiais em mais de 70 países.
O objetivo principal da Igreja Messiânica é a construção do Paraíso Terrestre –
um mundo isento de doença, miséria e conflito – criando e difundindo uma
civilização religiosa que se desenvolva lado a lado com o progresso material.
Tem no Johrei o seu principal instrumento de difusão religiosa e atua em áreas
distintas como arte, educação, cultura e meio ambiente.
Para a concretização do Mundo Ideal, onde haja Verdade-Bem-Belo, os
messiânicos se empenham para fazer sempre o melhor, difundindo e
trabalhando incansavelmente na busca do equilíbrio individual, por meio do
Johrei, cultos, palestras e trabalhos voluntários.
Mais do que uma simples religião, a Igreja Messiânica acredita no seu papel de
ultrarreligião devido às várias atividades realizadas em parcerias com
instituições que desenvolvem trabalhos embasados nos ensinamentos de
Meishu-Sama. São eles: Fundação Mokiti Okada; Centro de Pesquisa Mokiti
Okada; Ikebana Sanguetsu; Faculdade Messiânica; Korin Agropecúaria Ltda.;
Korin Meio Ambiente; Korin Construtora Novo Mundo e Korin Alimentação.
Meishu-Sama, seguindo o exemplo da natureza, em que tudo se desenvolve a
partir de uma pequena forma ou de um pequeno modelo, iniciou, em 1945, no
Japão, a construção de protótipos do Paraíso Terrestre os quais chamou de
Solos Sagrados. No Brasil, a Igreja Messiânica conta com um Solo Sagrado
localizado em São Paulo, às margens da represa de Guarapiranga
(www.solosagrado.org.br). Inaugurado em novembro de 1995, é considerado
um dos maiores e mais belos parques de contemplação da natureza existentes
no País, sendo frequentado por pessoas de diversas instituições públicas,
privadas e religiosas.
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